gilberto santos (eng. mec, msc, phd) - feg.unesp.br · “o crescimento econômico sustentado ......
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Universidade Estadual Paulista - UNESP
6 de junho de 2018.
Gilberto Santos (Eng. Mec, MSc, PhD)
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“Não é o mais forte da espécie que sobrevive,nem o mais inteligente. Mas sim o quemelhor se adapta às mudanças.”
Charles Darwin
“Qualidade começa com Educação e termina comEducação”.
Kaoru Ishikawa
De acordo com Acemoglu & Robinson:
“A grande desigualdade no mundo de hoje,que surgiu no século XIX, foi causada peladifusão desigual das tecnologias industriais eda produção industrial. Não foi causada pordiferenças no desempenho agrícola".
“O crescimento econômico sustentadogeralmente é acompanhado por avançostecnológicos que permitem que as pessoas(mão de obra), a terra e a capital existente(edifícios, máquinas,…) sejam maisprodutivas".
David Landes, professor de Economia na Universidade de Harvard, pôs, no seu livro A Riqueza, e a Pobreza das Nações, o dedo na ferida do analfabetismo português:
«Por volta de 1900, por exemplo, apenas três por cento da população da Grã-Bretanha era analfabeta, o número para a Itália era 48 por cento, para Espanha 56 por cento, e para Portugal 78 por cento.»
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Introdução aos Sistemas da Qualidade
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•A QUALIDADE NÃO É A SOMA DE VÁRIAS PARCELAS
•A QUALIDADE É O PRODUTO DE VÁRIOS FACTORES
•BASTA QUE UM SEJA ZERO, PARA QUE A QUALIDADE SEJA NULA
EM TERMOS DE QUALIDADE TOTAL
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Qualidade não é um termo novo. Já Aristóteles dizia:
“Somos aquilo que fazemosconsistentemente. Assim, a excelência não eum ato mas sim um hábito”.
Passados que foram mais de 2300 anos, este pensamento mantêm-se atualíssimo.
Controlo da Qualidade
• Controlo estatístico do processo
• Testes aplicados aos produtos
• Separação dos produtos não conformes
1940 - 1950
Garantia da Qualidade
• Sistemas da qualidade
• Acreditação de sistemas
• Qualificação de fornecedores
1960 - 1970
Qualidade total
•Grupos de melhoria da qualidade
•Orientação para o cliente
•Certificação de fornecedores
•Gestão pela qualidade total
1980 - 1990
Tempo (data de implementação)
Percentagem dos
funcionários e outros
colaboradores envolvidos Melhoria Contínua
1990 - ...
Evolução da qualidade desde 1940 até 1990
Hoje talvez possamos dizer que “aqualidade será a capacidade de atingir umobjetivo definido anteriormente, sabendoque foi satisfeito o critério (o método) quefoi adotado.
Hoje a qualidade é Global, no entantocontinua a ser um termo relativo.
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A filosofia que orienta as diversas estratégiasda qualidade, está baseada em algunsestudiosos do assunto;
Pela sua contribuição devem ser conhecidoscomo os “Profetas da qualidade”;
Foram eles que desbravaram o caminho ederam um contributo decisivo para aimportância que hoje têm a “QUALIDADE”.
Walter Shewhart , USA (1924…)
Deming, Japão (1945…)
Juran, Japão (1948…)
Feigenbaum,USA (1951…)
Crosby, USA (1960…)
Ishikawa,Japão,(1962…)
Taguchi, japão (1965…)
…
Em Portugal – A. Almeida Júnior (1960…
A. Lopes Pereira (1970…
•DEFINIR ASMETAS
•DEFINIR OS MÉTODOS
•EDUCAR EFORMAR
•EXECUTAR O TRABALHO
•VERIFICAR OSRESULTADOSDO TRABALHOEXECUTADO
•ACTUAR•CORRETIVA-MENTE e FIXAR GANHOS
•P•PLAN
•C•CHECK
•A•ACTION
•D•DO
•P
•D•C
•A
•P
•D•C
•A
•P
•D•C
•A
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Qual é um dos maiores problemas/dificuldades na
implementação dos Sistemas da Qualidade, Ambiente e Segurança ?
Harry Potter e a Pedra Filosofal
(no original em inglês Harry Potter and
the Philosopher's Stone) é o primeiro
livro dos sete volumes da série de fantasia
Harry Potter
Pedra filosofal é um objeto ou substância lendária com
poderes incríveis, capaz de transformar qualquer metal em
ouro. Um dos objetivos da alquimia era a criação da pedra
filosofal.
Segundo as lendas, a pedra filosofal também poderia ser
usada para criar o Elixir da Vida, que tinha a propriedade de
prolongar a vida da pessoa que o bebesse.
“A persistência é o caminho do êxito”
Charles Chaplin
DIFERENTES ÓPTICAS MUNDIAIS DA QUALIDADE
•EUROPEIA
•AMERICANA
•JAPONESA
•Defensiva
•Fornecedor
•Conformidade
•Ofensiva
•Cliente
•Atendimento
•Humanismo
•Simplicidade
•ISO
•Controlo•(Juran)
•Indivíduo•(Deming)
Tendências
Eng. de Ambiente
Conhecimentos da área de Ambiente
Conhecimentos da área
da Responsabilidade Social
Conhecimentos da área de
Saúde e Segurança no
trabalho
Conhecimentos da área dos Sistemas da Qualidade
1ª ciclo de estudos
2º Ciclo
de
estudos
(Mestrado)
Mercado de trabalho (Sociedade do Conhecimento)Menos gente mas mais qualificada
Conhecimentos Integrados de várias áreas é mais do que a mera soma das partes
Relatórios de
Sustentabilidade
Apenas mais um
empregado
(Ano 1900)
Um empregado
que pensa
(1950)
Um empregado
Obrigado a pensar!
(2000)
Modelo actual
1. Um SIG ou continuar com
multiplos Sistemas de
Gestão Independentes (Sub-
Sistemas) ?
2. Que abordagem na
integração ?
3. Q + A ; Q + S ; A+S ;
Q+A+S… ?
4. ... Um SIG de quê ?
MS2
MS3
MS4
MS5
MS7
MS6
MS8
MSn
MS1
IMS
Integração de Sistemas de Gestão como fator de agregação
de valor sustentado para as organizações
Figure 7_Convergence of individualized MSs to an IMS
….
….
Figure 5_Many MSSs and related...
Adição ou Integração de Sistemas de Gestão?
SIG &Desenvolvimento Sustentável
Vertente Económica
Vertente Social
Vertente ambiental
Modelo para definição de objetivos do SIG
baseado no ciclo PDCA
Dificuldades dos SIG
As grandes dificuldades atuais,
relacionadas com o processo de
integração, consideradas pelas
Organizações respondentes, são:
→ falta de Recursos Humanos com
formação e conhecimentos
apropriados e recursos financeiros;
→falta de envolvimento da Gestão
de Topo e resistência à mudança;
→ baixo nível de integração de
várias normas de SGs e novas
revisões às normas.
Tendências dos SIG
Consideram as Organizações
respondentes:
→ que as grandes dificuldades
futuras (horizonte 2020/2025)
continuam a ser a falta de
recursos.
→ que contudo estão mais
optimistas, uma vez que o
número de respostas “sem
dificuldades” aumentou.
Desafios do SIG
SIG/QASI
Breve história do que se passou e dos proveitos;
Os créditos - 27,5h de trabalho – 1 créditos;
Os graus académicos – Graduação (180), Pós-graduação/Master (120), Doutoramento (parte letiva – 60);
A transferência de alunos;
O processo de Bolonha cobre toda a UE
Há universidades da UE com acordos de reconhecimento mutuo com universidades do Brasil.
CIÊNCIA TECNOLOGÍA
As coisas valem mesmo que não tenham aplicaçãoprática.
As coisas só valem se servirem para algo.
Em geral procura conhecer por conhecer. Em geral busca conhecer para fazer
Não necessita, em geral da normalização Não tem sentido sem normalização.
As descobertas científicas devem ser publicadasAs invenções e inovações tecnológicas patenteiam-se,mas não se publicam em toda a sua extenção, para dificultar a aparição de competidores.
A diferença entre Ciência e Tecnologia
Atividade constituída por um conjunto de trabalhossistemáticos, baseados em conhecimentos existentes,adquiridos mediante investigação e/ou experiência de tipoprático, dirigidos à produção de materiais, produtos oudispositivos, ou ao estabelecimento de processos, sistemasou serviços.
Desenvolvimento de um protótipo introduzível nomercado dando lugar a produtos específicos e/outécnicas concretas de produção (melhoria de processos)
“Um cientista descobre o que existe. Um engenheiro
cria o que nunca existiu.” Theodore von Kármán
Kármán Tódor; 1881 — 1963) foi
um físico húngaro-americano, muitas vezes
denominado como "pai da era supersônica".
Trabalhou no Jet Propulsion Laboratory
California durante mais de 20 anos.
Fundou, Aerojet Engineering Corporation, mais
tarde chamado Aerojet, que se tornaria uma das
mais importantes fábricas de foguetes do mundo
(1942).
Podemos designar inovação como algo totalmente novo, ou auma melhoria de algo existente que tem êxito no mercado(Josef Shumpeter - 1939);
Inovação tecnológica – é o resultado do DesenvolvimentoTecnológico que dá lugar a um novo produto, aoestabelecimento de um novo processo ou serviço, ou àmelhoria substancial dos existentes;
Se se trata de um produto, a inovação tecnológica produz-se no instante da sua comercialização.
Se for um processo produtivo acontece no instante da suaaplicação industrial
A Inovação é o resultado do Desenvolvimento Tecnológico
bem feito, que se traduz em produtos com êxito no mercado.
A melhoria dos Processos ou Serviços, tem pouco valor, se se
consegue com produtos allheios (Portugal e Brasil deve ter
mais produtos próprios)
INOVAÇÃO
Atualmente, a possível escolha com vista ao crescimento económica é entre :
1)Um país de mão-de-obra barata e de produtos com pouco valor acrescentado, a designada “factor-driven economies” ou
2) “efficiency-driven economies”, em que o crescimento económico é baseado no desenvolvimento de processos de produção mais eficientes, com uma maior qualidade dos produtos ou
3) ‘innovation’-driven economies” onde as empresas competem pela conceção, produção e entrega de novos e diferentes produtos e serviços, utilizando os processos mais sofisticados.
Rostow (1960) – 5 etapas para o crescimento económico.
Michael Porter (2002) – refez a teoria de Rostow e identificou 3 etapas para o
crescimento económico.
Conhecimento (Ciência)
Tecnologia(Ciência aplicada)
Políticas(Ideologias políticas e
Cultura social)
Inovação(Criação de novos bens
transacionáveis - riqueza)
PoderG7
PROGRESSO(melhores salários)
CRESCIMENTO ECONÓMICO - Baseada em I&D
Investigação
científica( I )
Desenvolvimento Tecnológico (D)
Crescimento económico
Ambiente
Protótipos e patentes
Papers
Patentes registadas por milhão
de habitantes
Portugal
Brasil
Mais protótipos e patentes
Menos papers
Aplicação de Patentes – top five
Projeto – sueco
Produção - chinesa
O que temos feito quando são discutidos os Orçamentos de Estado (Portugal)?
Como temos poucos produtos de valor acrescentado, e como criamos pouca riqueza, sempre que se debate o orçamento de estado há apenas duas vias para o aprovar/ consolidar:
◦ Cortar nas despesas;
◦ Aumentar os impostos.
O conhecimento gerado nas nossas Universidades/ Politécnicos tem muitadificuldade em passar para as empresas e como tal não enriquece aeconomia.
“Não podemos continuar a olhar para as estatísticas e ver que temos feitograndes progressos na produção de conhecimento traduzido napublicação de "papers" científicos e, ao mesmo tempo, verificar que naárea do registo de patentes e na aplicação de novos conhecimentos enovas técnicas ao nível das empresas continuamos muito atrás dos paísesmais desenvolvidos” (Marçal Grilo, in Publico de 3.2.2016).
O exemplo do Japão
Melhor Qualidade
Sem Desperdícios – melhor Ambiente
Todos a trabalhar em Segurança
Melhores produtos - Inovação
Ex: automóveis - estes, quando fabricados pelosjaponeses, não têm mais qualidade do que osfabricados pelos alemães.
Qual e a diferença então?
O mesmo nível de qualidade foi garantido pelos
japoneses, com custos inferiores aos dos alemães. Exemplo do lápis de pau.
Japão:
País - Trabalho - Família - Indivíduo.
Europa:
Individuo - Trabalho ... - País.
Exemplos: as fábricas Rover/Honda
A qualidade total é um esforço diário,não é um processo simples de obter,nem se obtém de uma vez por todas.
Korea’s economic success has brought with it:
technological innovation, advancement in
education, modernization, and incredible
improvements in standards of living.
Desenvolvimento de ideias
27 de Janeiro de 1999
Paulo Santos59 /
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Ideias geradas (fontes principais)
Pesquisa e
desenvol-
vimento
FORD-VWFornecedores
Análise de
valor
Benchmarking
Japão
China
0,3% da área do planetaProduz 6% da riqueza mundialMelhoria dos produtos dos outros
Pura cópia do que os outros fazem
Marcação CE
China Export
Como são os negócios da China atualmente?
China – a escravatura do século XXI – mão de obra a $20/h (2008)
- Fábrica do mundo = desemprego noutros países
Importamos Tecnologias feitas
.Exportamos produtos que fabricamos ou montamos
mas que os países desenvolvidos concebem.Caso da ENERCON em Viana do Castelo, ou Autoeuropa em Palmela, etc.
Exportamos a custo zero quadros altamente qualificados
Uma lição mal aprendida : (Vitorino Magalhães Godinho, Jan.1984)
• Reduzir drasticamente o endividamento externo,
• Não se escancarar à penetração de capitais estrangeiros,
• Não julgar que nos desenvolvemos importando tecnologias feitas.
Uma ideia para mudar Portugal
Japão – 40 anos, 20 milhões de ideias (Toyota)
Aqui seria bom falares da Autoeuropa , efacec, Bosch
Um slide para cada empresa3 anos
(2009, 2010 e 2011)
1500 ideias!
800 colaboradores
Ano 1990
40 anos
20 milhões de ideias
Bom exemplo de inovação - O caso da PLUMA
Desenhada por Designers portugueses
SIG/QASI– implementado na empresa
Sem Desenvolvimento Tecnológico é muito difícil obterinovação.
Estudo de caso Um caso real que coloca em evidência foi o do cientista
Thomas Parry Jones, o qual na década de 1960 realizou asatividades de investigação básica que lhe permitiramdescobrir uma nova forma de medir o nível de álcool nosangue mediante células eletroquímicas.
Em 1967, Tom Jones criou a empresa Lion Laboratories enCardiff juntamente com o seu amigo William Ducie,engenheiro eletrotévnico e pouco depois afirmou:“Descobrí que inventar o dispositivo era a parte fácil, masdesenvolvê-lo, fabricá-lo e vendê-lo era o grandedesafio”. Assim nasceu o alcoolímetro.
Em 1991 a companhia foi vendida ao gigante americano datecnología MPD por muitos milhões de dólares
1935 - 2013
Thomas Parry Jones
Prémios Nobel
Alemanha - 105
Portugal -2
Mundial do Brasil 2014
Alemanha - Portugal
4-0
“Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura”.
Alberto Caeiro, “O Guardador de Rebanhos”
Só seremos pequenos se nos acharmos pequenos.
Para superar a crise profunda em que muitospaíses se encontram é necessário fazerDesenvolvimento Tecnológico, porque sem issonão haverá Inovação, por muita Ciência que sefaça.
Este é o problema de fundo que urge resolver emPortugal.
Temos de criar uma Política Tecnológica
Criar uma Política Tecnológica
O único local onde sucesso vem antes de trabalho,
é apenas no dicionário.
Investigação (ciência)
+
Tecnologia (engenharia)
+
Design
=
Economia desenvolvida
Yes we can