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CONSCIENCIA SUSTENTÁVEL E SÓCIO AMBIENTAL DAS EMPRESAS
José Geraldo Rodrigues Salgado1
Márcia Cristiane Kravetz2
RESUMO
Sustentabilidade, conceito amplamente debatido nos últimos anos já esta ocupando a mente dos empresários e da população, cuidar do meio ambiente deve ser entendido como um dos princípios morais e éticos e objeto de preocupação de educadores, empreendedores e da população em geral. São poucos os que questionam o fato da sobrevivência dos negócios estarem diretamente relacionada ao meio ambiente, sustentabilidade, consciência sustentável, e a ecoeficiencia. Muitas empresas nascem ou passam a focarem na lucratividade com a sustentabilidade da empresa e do planeta. A idéia é que o homem deve adaptar e integrar à natureza, e não a natureza ao homem, assim, os interesses das pessoas devem se subordinar à necessidade de preservação das espécies e dos meios naturais. As tecnologias empregadas devem ser conscientes, procurando preservar ao máximo os recursos naturais, pois o homem tem condições de avaliar com precisão os impactos ambientais por ações irresponsáveis pelas empresas e pessoas, e instrumentos legais para aplicar as devidas penalizações, e ainda conhecimento para educar e conscientizar, prevenindo assim as ações jurídicas e corretivas por parte dos infratores e não sendo necessárias as aplicações de recuperação de áreas degradadas. Esse trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas bibliográficas onde o foco é um só objetivo comum para a humanidade: a sobrevivência do ecossistema do planeta.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Consciência sustentável. Consciência ambiental. Desenvolvimento sustentável.
INTRODUÇÃO
Um simples saco plástico que leva cerca de 400 anos para se decompor, até
a uma simples pilha tamanho pequena, causam danos ao meio ambiente.
O tema sustentabilidade vem se tornando a base do desenvolvimento dos
modelos de gestão produtiva na atualidade. O conceito de desenvolvimento
sustentável tem suas origens na Conferencia das Nações Unidas sobre o Homem e
o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972, mas a abrangência mundial do
1 2 Gestora Ambiental formada pela Faculdade Integradas Camões/PR. Especialista em Ecologia Urbana: Construindo a Cidade Sustentável pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Pós-graduanda em Formação de Docentes e de Orientadores Acadêmicos em EAD – Grupo Uninter. Orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso do Grupo Uninter.
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tema se deu no Rio de Janeiro em 1992, com a Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento.
O conceito de sustentabilidade está desafiando as empresas para encontrar
soluções que integrem aspectos econômicos, ambientais e sociais em toda a cadeia
de suprimentos. Como forma de avaliar se um negócio é sustentável, foram
definidos três pilares (triple botton line): Econômico, Ambiental e Social, que
passaram a ser utilizados para avaliar e guiar as empresas em direção a
sustentabilidade.
Entender os aspectos ambientais, suas definições e aplicações são uma
grande característica virtuosa do gestor ambiental, que deve estar constantemente
aprendendo com o meio ambiente de modo a interagir com ele, pois é este que nos
alimenta, nos da às condições básicas para a existência dos seres do planeta,
suportando toda a vida animal e vegetal, e não apenas mais um fator econômico.
Atualmente a preocupação com o meio ambiente é fundamental para as
empresas que disputam uma fatia no mercado internacional. Preocupações que há
poucas décadas não eram tão importantes para a escolha de produtos de certos
segmentos, fazem hoje tanto o consumidor quanto o produtor repensarem alguns
conceitos em todo o processo de desenvolvimento.
Tem nesse, o objetivo da conscientização sustentável em que as empresas e
pessoas devem ter, de modo que atendam suas próprias necessidades no presente
sem comprometer as necessidades das futuras gerações.
Com as informações obtidas através de pesquisa bibliográfica, foi elaborado
este estudo que vem acrescentar valores de ética, cidadania e valores de
consciência ambiental sustentável.
A CONSCIENCIA SUSTENTÁVEL
A consciência sustentável de uma empresa ou organização refere-se quando
todos os seus colaboradores e dirigentes estão envolvidos e compromissados com
que a empresa seja sustentável, no constante desenvolvimento dos processos de
qualidade.
Assim como a qualidade do Meio Ambiente tem-se alterado constantemente,
devido ao uso dos recursos naturais sem critérios, pelas mais diversas atividades
desenvolvidas pelo homem, de modo a suportar suas necessidades de
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sobrevivência e também de conforto, como também o desenvolvimento das novas
tecnologias.
O aprendizado de novos procedimentos requer das pessoas uma quebra de
paradigmas, o que é a parte mais difícil do processo, para a instituição, torna-se
apenas novas regras, que em função da hierarquia, cada qual tem sua função e seu
desempenho nos processos, mas o que torna a empresa com a consciência
sustentável são as atitudes e os pensamentos de cada indivíduo envolvido e
comprometido com a empresa e com a causa da sustentabilidade.
Procedimentos gerenciais ambientalmente corretos, como o Sistema de
Gestão Ambiental (SGA), é uma ferramenta para a empresa ter um caminho para a
implementação de uma política orientada para a produção mais limpa, crescimento
com sustentabilidade e preservação dos bens naturais.
Um desafio para as empresas que estão na causa da sustentabilidade, pois
devem descobrir novos meios de produção, encontrando soluções saudáveis pra a
empresa e para o meio ambiente, conciliando o financiamento com as possibilidades
da empresa, pois precisa disso para poder continuar trabalhando, sem deixar de ver
o lado ambiental.
A melhoria da qualidade dos serviços e produtos conciliado com a melhoria
da qualidade do ambiente de trabalho e do meio ambiente, tendo em vista o ciclo de
vida do produto, é a busca do modelo sustentável ideal que toda a empresa deveria
buscar.
Porém o comprometimento com a causa, com o cumprimento das legislações
e das regras e diretrizes de um sistema de gestão, já é o princípio da adoção da
consciência sustentável, que na sequência, viria o processo da melhoria contínua,
que se torna um ciclo, e a partir desse ponto, teremos a quebra de paradigma.
Basicamente, o processo do Sistema de Gestão Ambiental se resume em
responsabilidades assumidas pelos dirigentes da empresa que são:
Planejar;
Implementar;
Medir e avaliar;
Melhorar.
Nesse contexto, é importante que os dirigentes da empresa tenham
condições de observar o problema e poderem se preparar de modo que identifiquem
os principais atores sociais envolvidos, posicionando os afetados e aplicarem os
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procedimentos adequados, divulgando os resultados e coletando os dados para
futuras melhorias.
Com essa atitude, estarão atuando no desenvolvimento sustentável, com uma
perspectiva do presente e do futuro, isto é ter consciência sustentável.
A GESTÃO AMBIENTAL
Em uma empresa saudável, a gestão ambiental é participativa, possibilitando
a avaliação de custos e benefícios, mediando interesses e conflito entre ao atores
sociais que estão atuando sobre o meio ambiente, determinando a natureza dos
problemas ambientais.
Através de um Sistema de Gestão Ambiental, uma empresa passa a ter uma
postura de responsabilidade social, que a torna como diferenciada perante a
sociedade consumidora e aos colaboradores e fornecedores, o que resulta
diretamente em melhor imagem como instituição, melhor mercado, ambiente de
trabalho.
Uma grande vantagem para uma empresa com um eficiente Sistema de
Gestão Ambiental é que os fornecedores passam por uma reciclagem obrigatória,
pois esse fornecedor terá que atender os requisitos para continuar fornecendo
produtos, serviços ou matéria prima, em função das regras e diretrizes e também da
política ambiental da empresa.
O fornecedor terá de adotar políticas ambientais e também um Sistema de
Gestão Ambiental, para que seja condizente com o processo de fabricação, venda
ou serviços prestados, já que na sua Política Ambiental refere-se ao ciclo de vida do
produto, então o fornecedor já esta envolvido no fornecimento de subprodutos,
matéria prima ou serviços.
Essa exigência de atendimentos às normas de fornecedor torna-se um
processo, com efeito, cascata, pois esse vai exigir de seu fornecedor que também se
adéqüe ás normas ambientais, sob pena de ser substituído por um que atenda os
requisitos.
Ou fator ponderante quanto a um bom Sistema de Gestão Ambiental é evitar
e ou minimizar o passivo ambiental da empresa, que representa a obrigação de
responsabilidade social da empresa com os aspectos ambientais, sendo também
utilizada em avaliações em negociações de empresas e privatizações, pois a
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obrigação ambiental é assumida pelo novo proprietário, tendo poder decisório na
identificação e avaliação de custos ambientais atuais e potenciais.
A degradação ambiental tem diversas origens com diferentes propriedades e
características que afetam, alteram ou deterioram as características do meio
ambiente.
Nesse contexto, o Sistema de Gestão Ambiental usa a ferramenta da
Tecnologia Limpa que é o filtro ambiental, uma postura gerencial que basicamente
seleciona e descarta qualquer produto e ou serviço que possa influenciar no
processo produtivo da empresa ou nos produtos ou serviços oferecidos, causando
problemas ambientais.
A POLÍTICA AMBIENTAL
Existe hoje a necessidade da educação ambiental, proporcionando a
responsabilidade ambiental e a consciência, tanto individual como coletiva.
Os estudos, as experiências e as práticas por pessoas e empresas envolvidas
e conscientizadas são unanimes em concordar que a educação e o trabalho
contínuo é que concretizam as mudanças para novos paradigmas, dando soluções
aos problemas ambientais presentes e encontrando alternativas ambientalmente
saudáveis a problemas que possam vir a ocorrer.
Essa corrida pela consciência ambiental gera uma saudável competição entre
empresas concorrentes, isso porque o consumidor verde começa a aparecer e é
exigente, então é uma ótima idéia vincular a imagem da empresa e do produto ou
serviço com a consciência sócio ambiental, ou seja, a preocupação da empresa com
o meio ambiente, bem estar e qualidade de vida dos funcionários, clientes e
população de onde a empresa esta instalada.
Nesse ponto, é chegado o momento para implantar uma política ambiental,
pois é quando se tem o total comprometimento da administração e dirigentes da
empresa com a causa ambiental.
Um grande argumento, que não deixa de ser um fato, é que as ações
ambientais bem implementadas, com um eficiente Sistema de Gestão Ambiental e
uma Política Ambiental clara e abrangente, resultam em economias nos custos de
operação e produção.
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Por isso, a implementação de uma Política Ambiental não é um custo. Mas
sim um investimento, que gera retorno financeiro e da imagem da empresa,
ordenando as atividades laborais para que os impactos ambientais negativos sejam
eliminados e ou previstos, gerando assim uma oportunidade de melhoria através de
planos de ação.
De forma preventiva, onde a escolha de técnicas adequadas para a redução
do consumo de recursos naturais, para reciclagem e reutilização de materiais de
consumo e fabricação a correta aplicação de recursos humanos e financeiros e
principalmente a orientação e educação de toda uma cadeia de pessoas a Política
Ambiental atua dando os subsídios para o Sistema de Gestão Ambiental da empresa
para enfrentar os problemas ambientais, realinhando as relações entre as
organizações sociais e a natureza.
Daí, parte da importância do conhecimento para que haja uma eficiente
interação entre o homem e sua tecnologia com o Meio Ambiente, podendo assim
analisar os problemas em potenciais e reais, dando a melhor solução para a
preservação do meio ambiente e da sustentabilidade do desenvolvimento
tecnológico.
As políticas ambientais são definidas tendo como característica adaptar a
empresa às normas ambientais ou às exigências legais, onde se pode indicar para
reestruturar processos produtivos, prever aspectos ambientais e integrar-se às
normas da empresa.
Existem três temas relacionados que as empresas tomam atitudes distintas
nos problemas ambientais: controle da poluição, prevenção da poluição e
abordagem estratégica.
Dessas atuações, houve uma grande evolução e aprendizagem por parte dos
empresários que é o abandono das atitudes reativas para as decisões proativas,
prevendo e antecipando as tomadas de decisões frente às questões ambientais,
resultado dos processos da sua produção e operação empresarial, segundo Maimon
(2003, p.400):
Incompatibilidade entre a responsabilidade ambiental da empresa e a maximização de lucros e entre a política ambiental e o crescimento da atividade econômica de um país e a postura empresarial dirigida pela responsabilidade ambiental estabelecida como regra ainda não é realidade, mesmo nos países desenvolvidos, onde as empresas nem sempre incorporam a responsabilidade com o meio ambiente em suas estratégias,
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na maioria das vezes orientadas por aspectos condizentes com custos e mercado.
Uma empresa com consciência sustentável tem a visão e uma interação
sistêmica com o meio ambiente, a sociedade e os recursos financeiros e com a sua
lucratividade.
A figura 01 abaixo mostra essa interação da empresa com toda a cadeia que
envolve seus processos, para que haja saúde financeira desta, e com isso a
prosperidade, a modernidade, o desenvolvimento tecnológico, a geração de
empregos, a rentabilidade que gera o conforto e bem estar de todos os
colaboradores, etc.
Figura 01. Cadeia do Equilíbrio da Sustentabilidade.
Fonte: <http://www.lixo.com.br>.
Dentro dessa interação, que de um lado estão os clientes internos e os
clientes externos, tendo a empresa como uma intermediária, ou até mesmo como
centralizadora da situação, agindo com responsabilidade e o equilíbrio nas questões
ambientais e sociais, fazendo com que o outro lado, que está o meio ambiente, os
acionistas e empresários e a sociedade, sejam todos beneficiados com a interação
dos pilares que sustentam a empresa sustentável: Econômico, Social e Ambiental,
sendo que suas interações giram em torno da viabilidade, equitatividade e
suportabilidade, tudo em sua devida dinâmica própria e definida pelas regras da
Política Ambiental da empresa, como demonstra a figura abaixo.
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Nesse contexto, hoje sabemos que as empresas são avaliadas pelas suas
ações responsáveis com o meio ambiente e com a sociedade, por seus
compromissos com as pessoas envolvidas em seus processos em sintonia com sua
atuação ecológica e responsável, em função das medidas em que toma para a
prevenção e ou eliminação de algum processo ou produto que possa trazer impactos
negativos ao meio ambiente.
CASO
Cito aqui, um estudo de caso publicado na Revista da Indústria, edição nº146
de dezembro 2008(p. 46 - 49).
A indústria, que no passado foi apontada como vilã da poluição de rios cria câmara para preservar a qualidade da água e investe em técnicas para seu reuso.Conservação e reuso da água são palavras de ordem do desenvolvimento sustentável nesta primeira década do século. Com essa preocupação, as fábricas de 65 municípios instaladas nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), na região de Campinas/Sp, umas das mais industrializadas do País, formaram a Câmara Técnica de Uso e Conservação da Água na Industria, com o apoio do Centro e da Federação das Industrias do Estado de São Paulo (CIESP e FIESP).As bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí abrangem uma área de 15.320 Km², entre 59 municípios paulistas e 04 mineiros, onde vivem 5 milhões de pessoas.A região concentra mais de 7% do PIB brasileiro e constitui-se no segundo pólo industrial do País.A disponibilidade per capita anual de água nessas bacias é superior a 400 m³ por habitante. É da bacia do Piracicaba que também são retirados 31m³/seg para o abastecimento de cerca de 9 milhões de pessoas, na região metropolitana de São Paulo (Bacia do Alto Tietê), pelo sistema Cantareira.De acordo com um estudo da CETESB, essas bacias estão entre as mais degradadas do estado. O ponto de maior poluição se encontra na formação do rio Piracicaba, na região de Americana. Também estão comprometidas as do rio Atibaia, entre Campinas e Paulínia. Segundo a CETESB, os rios Capivari, Jaguari e Camanducaia apresentam qualidade regular, enquanto as maiores extensões dos rios Piracicaba, Jundiaí e Corumbataí têm má qualidade.O setor industrial nas bacias PCJ consome 15 mil litros de água por segundo, cerca de 35% do total da água utilizada na região. Esse volume é suficiente para abastecer 4 milhões de pessoas. Se o setor industrial conseguisse reduzir o uso de água em apenas 10%, a economia seria de 1.500 litros de água por segundo, o suficiente para abastecer uma cidade de 350 mil habitantes. Todas as iniciativas de economia vêm em boa hora, como no caso da disponibilidade hídrica no interior paulista é baixa, situação em que empresas que solicitaram estudos de viabilidade para se instalarem na região desistiram devido à escassez da água.Uma Câmara Técnica de Uso e Conservação da Água na Indústria é a responsável pela formulação de uma proposta de uso e conservação da água para as empresas para os municípios que estão na abrangência do
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comitê das Bacias PCJ, mapeando a disponibilidade de água superficial e subterrânea.Segundo pesquisa realizada pelo Departamento de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, 80% das empresas tem alguma ação de conservação e reuso de água, e 30% implantaram medidas e menos de três anos.O Brasil tem 13,7% de toda água doce do planeta e ⅔ do maior aqüífero do mundo. O País possui 80% a mais de água disponível do que Canadá e a China, e o dobro de toda água da Indonésia e dos Estados Unidos.Apesar da fartura, a distribuição não favorece o equilíbrio entre a oferta e a demanda: 80% da água doce esta na Amazônia, onde vivem apenas 10% da população brasileira, enquanto que em São Paulo, onde esta quase ¼ da população brasileira, tem apenas 1,6% dos recursos hídricos.
Nesse caso, a preocupação é com a água, buscando alternativas de formas
de redução de consumo, processos de reutilização e também do tratamento
adequado em função de cada uso que a água teve no processo de fabricação e ou
elaboração do produto ou serviço, visto que a água é um dos elementos básicos e
essenciais à vida de todos os seres vivos do planeta, assim como para todo e
qualquer processo produtivo em diversas aplicações e fins, até mesmo o próprio
consumo humano durante o processo laboral.
Essa preocupação é fundamentada pelo fato único de que a água é um
recurso renovável, reutilizável, porém é um recurso finito, isto é, se não cuidarmos
vai acabar, por outro lado, é preocupante dizer, mas já esta ficando limitada a água
utilizável e consumível no planeta, o que parece uma apologia pelo fato de existir
praticamente 70% da superfície do planeta de água, porém, pouco utilizável e não
consumível por seres humanos.
Mas a indústria, o comércio e os serviços têm outros consumos, independente
do porte da empresa, como consumo de energia elétrica de uma sala de escritório,
de papel para documentos, e combustível de veículos, etc, são pequenos exemplos
de produtos de consumo comum a qualquer empresa.
Aí é que entra o consumo consciente, pois ainda há no País o consumo de
matéria prima de origem ilegal, de florestas nativas, o que contribui para acelerar a
devastação das florestas.
O trabalho de conscientização do consumidor sobre a produção legal de
madeira e sobre a aquisição de produtos legais e sustentáveis florestais é muito
importante para a indústria responsável, devido ao custo de produtos sustentáveis
de florestas legais serem maiores que os ilegais e isso podem levar a queda de
competitividade para as empresas responsáveis.
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A globalização uniu as sociedades, diminuindo as distancias e o tempo entre
elas, com isso, os meios de comunicação mais rápidos fazem com que as mudanças
na natureza que despertam interesses da sociedade sejam alvo de divulgações,
como os desastres ambientais naturais ou não.
Empresas que prestão atenção quanto ao meio ambiente, sociedade e
legislações, seguem as leis governamentais de sua área de atuação, preocupadas
também com a conexão meio ambiente e desenvolvimento, para que haja o
progresso com interação do meio.
As exigências de políticas ambientais concordantes com o desenvolvimento
sustentável, e a sociedade mais consciente da necessidade do ambiente de
crescimento, desenvolvimento, sustentabilidade e preservação, passam a exigir o
equilíbrio entre esses fatores.
INICIATIVAS SIMPLES QUE DÃO CERTO
Grandes discursos de grandes companhias que fazem grandes projetos
ambientais já não são a única maneira de ter iniciativas e ações ambientalmente
corretas, e já estão perdendo força na sociedade. Os micros empresários já sabem
de suas representatividades na economia do País e já percebem que suas ações
ambientais representam significativo benefício à natureza e ao meio em que vive e
progride com sua empresa.
Idéias simples analisadas com o perfil de negócio de cada empresa com o
tipo de material mais utilizado pode ser a grande pegada dessa empresa. Por
exemplo, escritórios usam muito papel e descartáveis, então tendo uma política de
reuso e reaproveitamento e reciclagem desses materiais, pode-se ter economia
mensal com gastos de consumíveis e até receita extra com algum tipo de comércio
de recicláveis, ou para destinação para algum reciclador.
Com base no tipo de atividade, poderá definir o tipo de lixeira que deverá ficar
próxima de quem gera determinado reciclável, assim não se precisa levantar ou
mesmo caminhar para depositar o reciclável no recipiente correto, pois estará
próximo.
As pequenas empresas conseguem por conta própria fazer um levantamento
de seus recicláveis para fazer sua destinação correta, através da coleta seletiva por
setor, que vai além, pois nesse estagio, as pessoas envolvidas passam a perceber
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os desperdícios e automaticamente começam a reduzir os gastos, mudando o
comportamento.
As atitudes ecológicas podem não ser adotadas por todos os funcionários, no
entanto, essa atitude é compreensível devido à falta de informação, treinamento e
conscientização.
Uma das idéias simples de se combater essa “má vontade” de alguns é
implementar o uso de idéias dos próprios funcionários, ou seja, o que eles sugerirem
para ser feito como atitude ambiental deve ser implementada por eles mesmos, isso
faz que os envolvidos se auto motivem para que suas idéias sejam usadas e
reconhecidas.
Isso tem se resumido a uma frase em as empresas em geral estão
aprendendo e algumas já aprenderam: reduzir o lixo gera lucro!
NORMAS DOS SISTEMAS DE GESTÃO
Para a empresa, algumas questões são importantes com a questão
ambiental, como:
Autuações por infrações ambientais;
Processo de expansão e ou ampliação prejudicada;
Interdição jurídica ou legal;
Dirigentes podem ser responsabilizados por questões ambientais;
Processo contra produtos e ou serviços da empresa que degradam o meio
ambiente.
Por isso, o Sistema de Gestão deve gerenciar as rotinas e os processos da
empresa para antecipar e evitar ou atenuar problemas ambientais, não devendo ser
uma ação isolada ou periódica, porque nesse caso não se trata de um Sistema de
Gestão.
A Norma ISO foi criada de forma a padronizar Sistemas de Gestão no âmbito
internacional, de forma que empresas do mundo inteiro pudessem avaliar qualquer
empresa certificada pela Norma ISO, fazendo assim uma maior versatilidade nos
processos de reconhecimento de uma empresa Ambientalmente responsável.
Com isso, surgiram as Normas da Série ISO 14000 para a Gestão Ambiental,
das quais tem seus seguimentos:
As Normas que Certificam a Organização
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As Normas que Certificam os Produtos
Visto que uma empresa pode ter uma ou as duas, pois uma esta interligada
com a outra, porém certificam processos distintos, onde uma certifica que o
processo de fabricação ou de serviços da empresa tem procedimentos que visam a
integridade do meio ambiente, e a outra que certifica o produto, refere-se a um bem
que durante seu ciclo de vida procura não causar impactos ambientais negativos.
A função das normas ISO é fornecer às empresas ferramentas para um
Sistema de Gestão Ambiental que seja ao mesmo tempo eficiente e que se
identifique com a Política Ambiental da empresa, atendendo assim os objetivos
ambientais e sociais como um todo.
Para isso, a Norma ISO 14.004 tem os princípios de integração da empresa
com o Sistema de Gestão que são:
Comprometimento e Política;
Planejamento;
Implementação;
Medição e avaliação;
Análise crítica e melhoria.
A partir desses princípios adotados, tem-se a consciência ambiental adotada
pela empresa e pelos colaboradores, que automaticamente afetará os fornecedores,
pois o sistema de gestão ambiental avaliará todos os envolvidos na cadeia de
produção da empresa, e se torna um efeito dominó.
A grande tendência do sistema de gestão ambiental e da consciência
sustentável é a Produção Limpa ou as Tecnologias Limpas, isto é, um processo de
prevenção ambiental de contínua, não deixando de estar integrada à empresa e ao
meio ambiente, pensando na produção do presente e no futuro.
Isso fez surgir o consumidor verde, que é aquele que se preocupa com o
produto ou serviço que esta adquirindo não afetou ou irá afetar o meio ambiente,
desde a sua produção até a sua destinação final, praticamente obrigando as
empresas a terem responsabilidade com o meio ambiente e com a sociedade,
voltando-se para os programas de produção mais limpa e de tecnologias limpas e
sistematizando as atividades em toda organização interna.
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CONCLUSÃO
O conceito Sustentabilidade é baseado em três aspectos: econômico, social e
ambiental, e cada um deles devem ser igualmente observados por qualquer
empresa, independente de seu segmento ou porte.
Não se pode aceitar as empresas que adotam princípios sustentáveis visando
apenas a construção de uma imagem positiva, e que na prática, causam problemas
ambientais, como oferecerem um produto com algum benefício ambiental, porém o
processo de fabricação é extremamente poluidor; alegar usar produtos não
agressivos à natureza, porém isso ser apenas um aspecto de cumprimento da lei;
colocar atributos ecológicos em produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente;
são exemplos de empresas anti éticas.
Como já é do conhecimento de todos que o desenvolvimento tecnológico
depende da expansão industrial, as tecnologias depende da exploração dos
recursos que existem, que no momento esta no alcance do conhecimento do
homem, porém deve-se explorar com consciência, para que a absorção de
conhecimento e as novas tecnologias sejam sustentáveis.
Já que o desenvolvimento altera as economias e a sociedade com a sua
tecnologia, o que chamamos de Desenvolvimento Econômico, e mostra os avanços
do homem na ciência, porque quanto mais se explora mais o homem se desenvolve
tecnologicamente, porém não deve acarretar sacrifícios na natureza, destruindo o
meio ambiente, justificando pela necessidade de subsistir, mesmo que de forma
dependente e predatória.
Será que alguém ainda pensa que as tecnologias substituirão os recursos
naturais?
Devemos conciliar a preservação do meio ambiente com o crescimento
econômico e tecnológico, sabendo dos possíveis esgotamentos dos recursos
naturais, que a natureza em grande parte, ainda é desconhecida.
O Desenvolvimento Sustentável aumentam as chances da humanidade no
planeta em ter condições de uma vida de mais qualidade, aproveitando o que de
melhor que a tecnologia pode oferecer, sem deixar de ter os elementos básicos da
vida neste planeta.
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Não são mais aceitáveis as premissas: Quanto será o Gasto? Qual o risco?
Qual a margem de retorno? Os empresários devem tomar consciência das atuais
necessidades globais.
Para isso, a sustentabilidade não pode estar restrita dentro do processo de
uma empresa, tem de haver a conscientização de todos os habitantes do planeta,
com participação em corrobar com os objetivos sociais, ambientais e econômicos,
com o pensamento de amor ao próximo, pois estaremos pensando em gerações
futuras, que usufruirão do mesmo meio em que vivemos hoje.
Priorizar iniciativas sustentáveis para garantir a existência de um negócio é
imperativo, não importa o segmento, mas estando alinhado com as idéias de
preservação dos recursos naturais e por mais qualidade de vida, passando da teoria
para a prática, que além do prazo e da qualidade, o impacto causado pelo produto
ou serviço deve ser considerado pelas empresas, consumidores e governantes.
REFERENCIAS
BERTÉ, Rodrigo. Gestão Socioambiental no Brasil. Curitiba: IBPEX 2009 – Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa nas Organizações. Curitiba: Ed.do Autor: 2007.
LIMA, Djalma. Revista da Indústria – Publicação FIESP- Reportagem de Djalma Lima – ano 08 – nº146 Dez/2008 - Paginas 46 – 49.
DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2° ed. São Paulo: Atlas, 1999
MAIMON, D. Responsabilidade ambiental das empresas brasileiras: realidade ou discurso. São Paulo: Cortez; Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003.
http://www.cetesb.sp.gov.br/tecnologia-ambiental/producao-e-consumo sustentável/112- Acessado em 03/03/2011
http://www.lixo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=141&Itemid=248 – Acessado em 15/02/2011