gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

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FACULDADE TECSOMA Curso de Administração GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: abordagem da negociação empresarial para garantia do fornecimento de materiais Maria Verônica de Faria Pereira Paracatu 2011

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Page 1: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

FACULDADE TECSOMA Curso de Administração

GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: abordagem da negociação empresarial para garantia do

fornecimento de materiais

Maria Verônica de Faria Pereira

Paracatu 2011

Page 2: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

Maria Verônica de Faria Pereira

GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: abordagem da negociação empresarial para garantia do

fornecimento de materiais

Monografia apresentada à disciplina do Metodologia do Estágio Supervisionado II, ministrada pelo Professor Geraldo B. B. de Oliveira, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Carlos Alberto Kraemer

Paracatu 2011

Page 3: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

Pereira, Maria Verônica de Faria Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da negociação empresarial para o fornecimento de materiais. / Maria Verônica de Faria Pereira. Paracatu, 2011. 64f. Orientador: Carlos Alberto Kraemer Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Administração. Bibliografia 1. Cadeia de Suprimentos. 2. Logística. 3. Aquecimento econômico. 4. Materiais. I. Kraemer, Carlos Alberto. II.Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU 65.012.34

Page 4: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

Maria Verônica de Faria Pereira

GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: abordagem da negociação empresarial para o fornecimento de materiais

Monografia apresentada à disciplina Metodologia do Estágio Supervisionado II, ministrada pelo Professor Geraldo B. B. de Oliveira, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Área de concentração: Logística

____________________________________ Carlos Alberto Kraemer

(Orientador)

____________________________________ Fernando Antônio Antunes

(Coordenador do curso)

____________________________________ Guilherme de Paula Bartels

___________________________________ Geraldo B. Barbosa de Oliveira

Paracatu, Junho de 2011.

Page 5: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

Ao meu filho, Davi Eduardo, por compreender a minha ausência nos períodos em que estive buscando minha formação profissional.

Page 6: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Professor

Carlos Alberto Kraemer, que tornou possível a

realização deste trabalho com paciência e dedicação.

À Faculdade Tecsoma, em especial à Coordenação do curso de Bacharelado em

Administração, pela prestação de serviços educacionais com transparência e

profissionalismo.

Aos professores, pelos grandes ensinamentos.

Aos meus pais, que sem eles nada seria possível em minha vida.

Page 7: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

“Dirigir bem um negócio é administrar seu futuro; dirigir o futuro é administrar informações."

Marion Harper

Page 8: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso realizou um estudo na empresa mineradora

Kinross no município de Paracatu/MG, que explora e desenvolve a extração de ouro

na região do “Morro do Ouro” naquele município. Seu objetivo foi analisar o

gerenciamento da cadeia de suprimentos abordando a negociação empresarial para

o fornecimento de materiais sob a aceleração da construção civil no Brasil. Foi

realizado um estudo de caso e empregou, como de coleta de dados, a entrevista

semi-estruturada, acompanhada de questionários estruturados. A pesquisa

investigou a existência de planejamento para a negociação com fornecedores

quanto à compra de materiais para manutenção dos serviços da empresa

negociando os melhores preços previstos à época do crescimento e expansão da

construção civil no Brasil em virtude das obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas

mundiais. Os resultados mostram que administrar o sistema de logística integrada da

empresa é uma forma de capacidade de planejamento estratégico a longo prazo. Os

componentes da cadeia de suprimentos devem ser preparados para juntos

maximizarem seu desempenho, adaptando-se naturalmente a mudanças externas

como o crescimento da engenharia civil e estocagem de materiais cumulada com a

negociação contratual de reserva de produtos para fornecimento à empresa.

Palavras-chave: Gerenciamento. Cadeia de Suprimentos. Estocagem.

Planejamento.

Page 9: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

ABSTRACT

This conclusion of course work conducted a study on the mining company Kinross in

Paracatu / MG, which explores and develops gold mining in the region of “Morro do

Ouro” in that county. His goal was to analyze the supply chain management

addressing the trading business for the supply of materials under accelerated

construction in Brazil. We conducted a case study and used as data collection, the

semi-structured interview, followed by structured questionnaires. The research

investigated the existence of planning for negotiations with vendors regarding the

purchase of materials for maintenance services of the company negotiating the best

prices at the time of planned growth and expansion of construction in Brazil because

of the works for the World Cup and Olympics world. The results show that

administering the system of integrated logistics company is a form of strategic

planning capacity in the long term. The components of the supply chain should be

prepared to work together to maximize their performance, adapting naturally to

external changes such as growth in civil engineering and storage of materials

combined with negotiating contractual reservation of products for supply to the

company.

Keywords: Management. Supply Chain. Storage. Planning.

Page 10: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Organograma da Empresa ...................................................................... 20

Page 11: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Recursos Financeiros ........... ............................................................... 25 QUADRO 2 Recursos Materiais ........... ................................................................... 26 QUADRO 3 Recursos Totais ........... ........................................................................ 26 QUADRO 4 Cronograma de Atividades da Monografia ........... ................................ 27

Page 12: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

LISTA DE ABREVIATURAS

Abr. – Abril

Ed. – Editora

Ex. - Exemplo

Fev. – Fevereiro

Jan. – Janeiro

Jun. – Junho

Mai. – Maio

Mar. – Março

MG – Minas Gerais

nº - número

Org. – Organizador

p. – Página

Prof. – Professor

S/A – Sociedade Anônima

s/n – sem número

Page 13: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

LISTA DE SIGLAS

BPR – business process reengineering

Cfem – compensação financeira pela exploração de recursos minerais

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

DCI – Diário de Circulação

DTD – dock to dock time

GCS – Gestão da Cadeia de Suprimentos

K – Toronto

KGC – bolsa de Nova York

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

PCP – processo de controle de produção

RCG – Rockford Consulting Group

RPM – Rio Paracatu Mineração

RSC – Responsabilidade Social Corporativa

SC – supply chain

SCM – supply chain management

VAF – valor adicionado fiscal

WIP – work in process

Page 14: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............. ......................................................................................... 14 2 INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA ........... ..................................................... 17 2.1 Local do Estágio ........... .................................................................................... 17 2.2 Razão Social ........... .......................................................................................... 17 2.3 Nome Fantasia ........... ....................................................................................... 17 2.4 Endereço ........... ................................................................................................ 17 2.5 Inscrições ........... ............................................................................................... 17 2.6 Forma Jurídica ........... ....................................................................................... 18 2.7 Capital Social ........... ......................................................................................... 18 2.8 Missão da Empresa ........... ............................................................................... 18 2.9 Público Alvo da Empresa ........... ..................................................................... 18 2.10 Objetivos Sociais ........... ................................................................................. 19 2.11 Organograma da Empresa ........... .................................................................. 20 3 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO ........... ...................................................... 21 3.1 Coordenador (a) do Estágio ........... ................................................................. 21 3.2 Professor Orientador ........... ............................................................................ 21 3.3 Supervisor de Estágio na Empresa ........... ..................................................... 21 3.4 Área de Conhecimento do Estágio ........... ...................................................... 21 4 PROJETO DE ESTÁGIO ........... ........................................................................... 22 4.1 Título/Tema ........... ............................................................................................ 22 4.2 Situação Problema ........... ................................................................................ 22 4.3 Hipótese ........... ................................................................................................. 22 4.4 Justificativa ........... ............................................................................................ 23 4.5 Objetivo Geral ........... ........................................................................................ 23 4.6 Objetivos Específicos ........... ........................................................................... 23 4.7 Instrumentos de pesquisa a serem utilizados ........... .................................... 24 4.8 Metodologia de Trabalho ........... ...................................................................... 24 4.9 Resultados Esperados ........... .......................................................................... 25 4.10 Recursos Utilizados ........... ............................................................................ 25 4.10.1 Recursos Humanos ........ ............................................................................. 25 4.10.2 Recursos Financeiros ........ ......................................................................... 25 4.10.3 Recursos Materiais ........ .............................................................................. 26 4.10.4 Recursos Totais ........ ................................................................................... 26 4.11 Atividades Desenvolvidas na Empresa ........... ............................................. 26 4.12 Cronograma de Atividades ........... ................................................................. 27 5 PROCESSO DE SUPRIMENTOS ........... .............................................................. 28 5.1 O que é gestão da cadeia de suprimentos ........... .......................................... 28 5.2 Atividades componentes da cadeia de suprimentos ........... ......................... 30 5.2.1 Desenvolvimento de fornecedores ........ ...................................................... 32 5.2.2 Compras ........ ................................................................................................. 34 6 TIPOS DE RELACIONAMENTOS EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS ........ ........ 37 6.1 Relacionamento negócio a negócio ................. .............................................. 37 6.2 Relacionamento de fornecimento em “parceria” ........... ............................... 38

Page 15: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

6.3 Relacionamento como “permuta” ........... ........................................................ 40 7 COMPORTAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS .......... ............................. 41 7.1 Política da cadeia de suprimentos ........... ....................................................... 41 7.2 Dinâmica da cadeia de suprimentos ........... .................................................... 42 7.3 Melhoria da cadeia de suprimentos ........... ..................................................... 42 8 A OPERAÇÃO INDUSTRIAL .......... ..................................................................... 44 8.1 O Estoque em Processo ........... ....................................................................... 44 8.2 A Movimentação Física ........... ......................................................................... 45 9 ESTUDO DE CASO .......... .................................................................................... 47 9.1 Conhecendo um pouco da Kinross Gold Corporation.. ................................. 47 9.2 O aquecimento no mercado com a expansão da construção civil ............... 50 9.3 A abordagem negocial da Kinross para o fornecimento de materiais.. ....... 50 9.4 Questões abordadas.. ....................................................................................... 51 9.5 Levantamento dos resultados... ....................................................................... 52

10 CONCLUSÃO ........ ............................................................................................. 60 REFERÊNCIAS ........ ................................................................................................ 63

Page 16: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

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1 INTRODUÇÃO

O gerenciamento da cadeia de suprimentos ou conhecido na área da

Administração como supply chain management, revolucionou a forma de comprar

como também a produção e a distribuição de bens e serviços. Em virtude dos

sistemas cada vez mais complexos e do crescimento incessante da tecnologia de

informação e de gerenciamento, a cadeia de suprimentos continuará revolucionando

áreas como a administração de materiais, marketing, vendas e produção, sendo

responsável, por exemplo, pelo aumento da satisfação de clientes e redução do

tempo de estocagem e número de fornecedores. (MARTINS, 2006, p. 377).

A gestão da cadeia de suprimentos apresenta-se no atual ambiente de

negócios, como uma ferramenta que permite ligar o mercado, a rede de distribuição,

o processo de produção e a atividade de compra de tal modo que os consumidores

tenham um alto nível de serviço ao menor custo total, simplificando assim o

complexo processo de negócios e ganhando eficiência. (CHISTOPHER, 2001;

BOWERSOX e CLOSS, 2001).

São relativamente recentes os esforços para desenvolvimento de abordagens

para o estudo de cadeias de suprimentos. Apenas no final da década de 80,

lastreado pelo amplo desenvolvimento da logística, o assunto começa a ser

sistematicamente tratado em periódicos científicos nas áreas de Administração e

Engenharia de Produção no ocidente, concomitantemente à difusão do novo padrão

de relacionamento entre empresas, oriundo da indústria automobilística japonesa. A

partir de então, cresceram exponencialmente tanto a literatura mais prescritiva

quanto aquela que analisa as situações e as práticas implementadas para a

coordenação ou gestão de cadeias de suprimentos, tendo sido abordada uma

variedade de temas cuja amplitude vai além dos limites definidos pelos fluxos de

bens e pelos correspondentes fluxos de informações. É também evidente a difusão

acelerada do conjunto de ferramentas e a multiplicação de aplicações, em diversos

setores da economia, do que se convencionou denominar “Gestão da Cadeia de

Suprimentos” (GCS), um corpo de conhecimentos ainda em construção que pode

ser aplicado com a finalidade de coordenar as ações/atividades das diversas

empresas ou unidades produtivas que constituem os elos e a cadeia de elos para a

produção de um conjunto de bens e serviços. Em função dessa variedade de temas

Page 17: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

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e desse desenvolvimento recente e dada, ainda, a variedade de tipos das cadeias

analisadas, de setores em que estão inseridas, de localização de seus elos, de

extensão das parcelas das cadeias (subconjunto de elos) que são examinadas nos

trabalhos e, principalmente, de objetos de análise escolhidos, a literatura contempla

propostas metodológicas heterogêneas, ou ainda não consolidadas, mesmo quando

estes objetos estão bem delimitados. (ALVES FILHO, 2004).

Na raiz da heterogeneidade metodológica, situam-se os pressupostos

principais sobre o objeto de estudo: as cadeias de suprimentos. Especialmente a

literatura de cunho mais prescritivo, e mesmo a literatura empírica, assume um

conjunto de pressupostos e não propõe uma etapa metodológica inicial que poderia

contemplar a avaliação (verificação ou não) de tais pressupostos ou a identificação

das características estruturais e relacionais principais das cadeias de suprimentos

examinadas. Em muitos casos, esses pressupostos não são explicitados ou, então,

são enunciados como princípios norteadores de práticas de gestão mais eficazes,

como se o conjunto destes pudesse ser adotado e ser o mais eficaz e eficiente em

quaisquer circunstâncias. (ALVES FILHO, 2004).

Admite-se que os pressupostos fornecem uma base sólida para um conjunto

de princípios. Admite-se que, seja qual for a situação da cadeia de suprimentos, a

implementação do modelo de produção enxuta ou de cadeia enxuta (lean supply) irá

tornar a cadeia mais eficaz/eficiente e, portanto, pode-se passar, rapidamente, à

avaliação de quão eficiente ou eficaz cada cadeia é, conforme são adotados os

elementos que constituiriam a cadeia enxuta e a correspondente gestão da cadeia

enxuta ou GCS.

Partindo desse objetivo, este texto está organizado da seguinte forma.

Inicialmente, serão apresentados os dados da empresa e estágio supervisionado.

Em seguida, explorar-se-á o projeto em torno da pesquisa proposta. Introduzindo o

trabalho é necessário entender o quem vem a ser gestão de suprimentos e o que

compõem sua cadeia. Necessário se faz abordar os tipos de relacionamentos em

cadeias de suprimentos, o comportamento da mesma, inclusive quanto à política,

dinâmica e melhoria. Far-se-á uma abordagem em torno da operação industrial,

explicitando o estoque em processo e a movimentação física. Por último, se torna útil

e necessário para a conclusão deste trabalho a elaboração de um estudo de caso

em torno da negociação empresarial para o fornecimento de materiais para

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estruturação das atividades da empresa desenvolvendo um processo em cadeia de

suprimentos.

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2 INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA

2.1 Local do Estágio

Departamento de Suprimentos da Kinross Paracatu Brasil Mineração S/A.

2.2 Razão Social

Kinross Brasil Mineração S/A.

2.3 Nome Fantasia

Kinross Paracatu.

2.4 Endereço

Em Paracatu/MG, a operação está situada na Estrada do Machado, s/n, CEP

38600-000. Em Belo Horizonte/MG, o escritório está situado na Av. Afonso Pena, nº

4001, 8ª andar, Ala A2, Bairro Serra, CEP 30.130-924.

2.5 Inscrições

O CNPJ da operação em Paracatu/MG é 20.346.524/0001-46. O CNPJ do

escritório em Belo Horizonte/MG é 20.346.524/0004-99.

Page 20: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

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2.6 Forma Jurídica

Sociedade Anônima Fechada.

2.7 Capital Social

R$ 1.569.888.729,89 (um bilhão, quinhentos e sessenta e nove milhões,

oitocentos e oitenta e oito mil, setecentos e vinte e nove reais e oitenta e nove

centavos).

2.8 Missão da Empresa

A Companhia tem por objetivo a pesquisa lavra, exploração, mineração,

processamento, fusão e refinação de metal, distribuição, a comercialização e

exportação de ouro e quaisquer outros minérios ou substâncias minerais; promover

e executar, atendidas as formalidades legais, todas e quaisquer atividades

relacionadas ao seu objeto; importar ou exportar todos e quaisquer produtos ou

mercadorias necessárias à consecução do seu objeto; executar quaisquer outras

atividades que possam ser consideradas como secundárias ou correlatas com seu

objeto.

2.9 Público Alvo da Empresa

Não há público alvo, uma vez que a extração de ouro e outros minérios são

exportados e pequena parte é destinada ao comércio brasileiro.

Page 21: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

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2.10 Objetivos Sociais

Com o objetivo de oferecer informações claras e consistentes sobre a atuação

com os empregados, parceiros, governos, sociedade civil e comunidades, foram

definidos 10 princípios básicos para a Responsabilidade Social Corporativa da

Kinross, tais quais:

1. Colocar as pessoas em primeiro lugar e a prioridade é a segurança de

todos os empregados da empresa.

2. Manter os mais altos padrões de governança corporativa, ética e

honestidade em todas as negociações e, em todas as operações, agir em

conformidade com as leis locais.

3. Promover diálogo e compromisso contínuos com as partes interessadas

dentro das comunidades em que a empresa opera, mantendo o espírito de

transparência e boa fé.

4. Manter-se extremamente vigilantes na proteção do meio ambiente e buscar

formas de minimizar os eventuais impactos causados pelas operações da empresa,

onde quer que elas aconteçam. Sempre cumprir, e quando possível exceder, as

exigências regulatórias nas ações da empresa sobre o meio ambiente.

5. Ao tomar as decisões de investimento, a empresa considera todos os

aspectos de uma operação ou de um novo projeto, incluindo questões sociais,

ambientais e as que seguem o fechamento das operações.

6. Conduzir todas as atividades da empresa de acordo com os padrões

aceitos de proteção e promoção dos direitos humanos. Respeitar as perspectivas

históricas e culturais e também os direitos daqueles que se vêem afetados pelas da

empresa operações, em particular as populações nativas.

7. Proporcionar um padrão de vida recompensador e adequado para os

empregados da empresa e esforçar para ser o empregador de preferência.

8. Procurar maximizar as oportunidades econômicas, de emprego e de

negócios para as comunidades locais, a partir das operações da empresa existentes

e também dos novos projetos.

9. Proporcionar benefícios duradouros às comunidades onde operam a

empresa ao apoiar iniciativas sustentáveis de desenvolvimento em suas estruturas

social, econômica e institucional. Reconhecer que toda comunidade é única e

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20

trabalhar com os parceiros comunitários da empresa para assegurar que o apoio

corresponda às suas prioridades.

10. Manter diálogo ativo com os pares na indústria, associações, governos e

sociedade civil, para tratar das melhores práticas de Responsabilidade Social

Corporativa (RSC) e dos padrões globais de desenvolvimento.

2.11 Organograma da Empresa

Figura 1: Organograma da Empresa Fonte: KINROSS BRASIL MINERAÇÃO S/A.

Nota: Elaborado pelo autor.

KINROSS GOLD CORPORATION

Diretoria Executiva

Diretor

Presidente

Diretor de

Exploração

Diretor de

Novos Negócios e

Suprimentos

Diretor de

Segurança, Saúde, Meio Ambiente e

Comunidades

Diretor Tributário

Diretor de Recursos Humanos

Diretor

Financeiro

Diretor de

Desenvolvimento Tecnológico de

Mineração

Diretor Jurídico

KINROSS BRASIL KINROSS

PARACATU

Page 23: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

21

3 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO

3.1 Coordenador (a) do Estágio

Professor Geraldo B. B. de Oliveira.

3.2 Professor Orientador

Professor Carlos Alberto Kraemer.

3.3 Supervisor de Estágio na Empresa

Herbert Araujo Caldas.

3.4 Área de Conhecimento do Estágio

Logística e Suprimentos.

Page 24: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

22

4 PROJETO DE ESTÁGIO

4.1 Título/Tema

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: abordagem da negociação

empresarial para garantia do fornecimento de materiais.

4.2 Situação Problema

Garantir o fornecimento de materiais para sustentar as atividades da empresa

diante do aquecimento mundial na área da engenharia civil e em obras importantes

como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, sediadas no Brasil.

4.3 Hipótese

� Firmar contratos com os fornecedores;

� Estabelecer cláusulas contratuais para garantir o fornecimento

dos materiais e produtos contratados;

� Estabelecer um relacionamento permanente entre a empresa e os

fornecedores;

� Focar o melhor preço, prazo de entrega, confiabilidade e

transparência com os produtos e serviços contratados;

Page 25: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

23

4.4 Justificativa

O processo de suprimentos ou obtenção de materiais tem papel fundamental

na busca da excelência, tanto em organizações produtivas como em organizações

de serviços. A aquisição dos materiais e dos produtos tem significado estratégico

para a organização e deve satisfazer as necessidades de suprimento ou

abastecimento a curto e longo prazo. Em razão disso, selecionar os provedores e

manter relacionamentos duradouros é de fundamental importância para obter

vantagem competitiva nesse processo.

Com o crescimento do mercado na engenharia civil, em grandes obras como

a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, sediadas no Brasil, torna-se

necessário a implantação de uma estratégia empresarial gerenciada em cadeia de

suprimentos a fim de garantir uma negociação contratual para o fornecimento de

materiais para as atividades da empresa. Manter negociação com fornecedores e

garantir contratualmente o fornecimento de materiais obtidos com um menor custo

possível e qualidade superior é a finalidade da empresa.

O presente trabalho justifica-se pela garantia no fornecimento de materiais

para manter as atividades da empresa Kinross Brasil Mineração S/A diante da

negociação prévia em meados do aquecimento mundial em obras de expansão.

4.5 Objetivo Geral

Elaborar uma estratégia gerenciada pela cadeia de suprimentos a fim de

garantir a contratação de serviços e produtos para manter as atividades da empresa

em questão assegurando o preço contratado e a disponibilidade de materiais.

4.6 Objetivos Específicos

� Observar a estratégia negocial com fornecedores;

Page 26: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

24

� Avaliar a contratação de produtos e serviços em larga escala e

longo prazo;

� Analisar a cadeia de suprimentos em benefício da melhor

contratação de produtos e serviços;

� Analisar o aquecimento no mercado mundial em virtude da

expansão de grandes obras da engenharia civil;

� Determinar a melhor alternativa para manter as atividades da

empresa não deixando faltar produtos e serviços;

� Pesquisar e ordenar as fontes bibliográficas.

4.7 Instrumentos de pesquisa a serem utilizados

� Pesquisa de observação do local através da prática do estágio

supervisionado;

� Pesquisa bibliográfica em consulta de livros, artigos, sites,

periódicos e trabalhos acadêmicos referentes aos tema proposto.

4.8 Metodologia de Trabalho

Para o melhor desenvolvimento deste trabalho é necessário um pesquisa

bibliográfica em livros, artigos, sites, revistas, etc, a fim de analisar a cadeia de

suprimentos em torno da negociação empresarial para o fornecimento de materiais.

É necessário um acompanhamento no trabalho desenvolvido pelo

Departamento de Suprimentos da empresa Kinross, em Paracatu/MG, focando a

compra e negociação de materiais para manter as atividades da empresa.

Utilizar-se-á a experiência profissional do Departamento de Suprimentos

como foco para o estudo de caso proposto ao final.

Page 27: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

25

4.9 Resultados Esperados

� Garantia de contratação de produtos e serviços a longo prazo;

� Melhoria na relação empresa e fornecedor;

� Garantia de baixos custos e qualidade superior nos produtos e

serviços negociados a longo prazo

4.10 Recursos Utilizados

4.10.1 Recursos Humanos

Equipe de colaboradores da pesquisa no Departamento de Suprimentos.

4.10.2 Recursos Financeiros

Quantidade Recursos Materiais Valor (R$)

05 Mensalidades internet 300,00

228 Cópias reprográficas 34,20

04 Encadernações 10,00

TOTAL 344,20

Quadro 1: Recursos Financeiros Fonte: MARIA VERÔNICA DE FARIA PEREIRA.

Nota: Elaborado pelo autor.

Page 28: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

26

4.10.3 Recursos Materiais

Quantidade Recursos Materiais Valor (R$)

01 Notebook 2.000,00

01 Impressora Deskjet 350,00

01 Resma de papel A4 10,00

01 Cartucho de Tinta preta 40,00

02 Canetas esferográficas 3,00

03 Marca-textos 3,00

TOTAL 2.406,00

Quadro 2: Recursos Materiais Fonte: MARIA VERÔNICA DE FARIA PEREIRA.

Nota: Elaborado pelo autor.

4.10.4 Recursos Totais

Quantidade Tipo de Recurso Valor (R$)

237 Recursos Financeiros 344,20

09 Recursos Materiais 2.406,00

TOTAL 2.750,20

Quadro 3: Recursos Totais Fonte: MARIA VERÔNICA DE FARIA PEREIRA.

Nota: Elaborado pelo autor.

4.11 Atividades Desenvolvidas na Empresa

� Apresentação do Projeto para supervisores e colaboradores;

� Levantamento da finalidade negocial da empresa;

� Aplicação de questionário;

� Mensuração e análise de resultados da pesquisa.

Page 29: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

27

4.12 Cronograma de Atividades

Etapas da monografia Meses / 2011

Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Pesquisa Bibliográfica X X X X X

Coleta e análise de dados X X X

Elaboração do trabalho X X X X

Revisão gramatical X X

Relatório final X

Apresentação da Monografia X

Quadro 4: Cronograma de Atividades Fonte: MARIA VERÔNICA DE FARIA PEREIRA.

Nota: Elaborado pelo autor.

Page 30: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

28

5 PROCESSO DE SUPRIMENTOS

O processo de suprimentos ou obtenção de materiais tem papel fundamental

na busca da excelência, tanto em organizações produtivas como em organizações

de serviços.

O processo de aquisição de materiais é bem complexo. A decisão da escolha

de fornecedores, a elaboração de contratos de fornecimento, a definição de compras

centralizadas são atribuições do departamento de suprimentos. A aquisição dos

materiais e dos produtos tem significado estratégico para a organização e deve

satisfazer as necessidades de suprimento ou abastecimento a curto e longo prazo.

A visão moderna de compras está relacionada com o sistema logístico

empresarial, como atividades-pares envolvidas em ações estreitamente

homogêneas, e essas atividades estão voltadas para a finalidade comum de

operação lucrativa que é manter uma posição competitiva de mercado. A área de

compras não é um fim em si própria, mas uma atividade de apoio fundamental ao

processo produtivo, suprindo-o com todas as necessidades de materiais. (POZO,

2010. p. 133).

5.1 O que é gestão da cadeia de suprimentos

Em grandes organizações, pode haver inúmeros ramos de unidades

produtivas ligadas, passando pela operação. Esses ramos são denominados cadeia

de suprimentos.

A gestão da cadeia de suprimentos é a gestão da interconexão das empresas

que se relacionam por meio de ligações à montante e à jusante1 entre os diferentes

processos, que produzem valor na forma de produtos e serviços para o consumidor

final. (SLACK, 2002. p. 415).

A gestão da cadeia de suprimentos ou supply chain management (SCM) tem

representado uma nova e promissora fronteira para empresas interessadas na 1 A jusante: mais para a frente na cadeia. As expressões “a montante” e “a jusante” significam, pois, antes e depois do ponto considerado na cadeia logística. Seus equivalentes em inglês são up strem e down stream.

Page 31: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

29

obtenção de vantagens competitivas de forma efetiva. A SCM direciona para uma

atitude em que as empresas devem definir suas estratégias competitivas através de

um posicionamento, tanto como fornecedores, quanto como clientes dentro das

cadeias produtivas nas quais se inserem. O importante é ressaltar que o

pressuposto básico da gestão da cadeia de suprimentos abranja toda a cadeia

produtiva, inclusive a relação da empresa com seus fornecedores e seus clientes. A

visão da competição do mercado também é introduzida pela cadeia de suprimentos.

(POZO, 2010. p. 16).

Um dos objetivos da gestão da cadeia de suprimentos é a satisfação efetiva

dos consumidores finais, atuando eficientemente na redução de custos. O

consumidor final é o que possui a única moeda corrente real da cadeia de

suprimentos, e quando este decide fazer uma compra dispara ação ao longo de toda

a cadeia. Embora todas as operações na cadeia possuam o objetivo imediato de

satisfazer a seu próprio consumidor imediato, o propósito da gestão da cadeia de

suprimentos é assegurar que elas tenham uma apreciação completa de como

podem satisfazer o consumidor final. (POZO, 2010. p. 17).

Assim, a gestão da cadeia de suprimentos se refere à integração de todas as atividades associadas com a transformação e o fluxo de bens e serviços, desde as empresas fornecedoras de matéria-prima até o usuário final incluindo o fluxo de informação necessário para o sucesso. O fluxo de produtos segue em direção aos consumidores, o de informação parte dos consumidores até chegar ao alcance dos fornecedores. O objetivo é que cada membro desempenhe as tarefas relacionadas à sua competência central, evitando-se desperdícios e funções duplicadas, facilitando o gerenciamento holístico que permite aproveitar as sinergias produzidas. (POIRIER, 2001. p. 123.)

A redução de custos tem sido obtida através da adição de mais valor aos

produtos finais com a redução do volume de transações de informações e dos

custos de transporte e estocagem e da diminuição da variabilidade da demanda de

produtos e serviços finais.

Para se obter melhores resultados e sucesso em seus procedimentos, há

cinco passos da supply chain management (SCM): 1) integração da infraestrutura

com cliente e fornecedores; 2) reestruturação do número de fornecedores e clientes;

3) desenvolvimento integrado do produto; 4) desenvolvimento logístico dos produtos;

e 5) cadeia estratégica produtiva. (POZO, 2010. p. 17).

Page 32: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

30

Com a integração de sistemas de informações e o crescente uso de sistemas

entre os fornecedores, clientes e operadores logísticos há possibilidade de

flexibilização do atendimento ao cliente e a forte redução de custos. A reestruturação

através da redução do número de fornecedores e clientes constrói e aprofunda as

relações de parceria com o conjunto de empresas com as quais se deseja

desenvolver um relacionamento colaborativo e forte proporcionando uma ação

sinergética. O envolvimento dos fornecedores desde os estágios iniciais do

desenvolvimento de novo produtos tem proporcionado uma redução no tempo e nos

custos de desenvolvimento dos produtos e atendendo os requisitos reais do cliente.

A concepção dos produtos deve ser projetada visando seu desempenho

logístico dentro da cadeia de suprimentos, viabilizando as reduções de custo em

todo seu processo e facilitando o atendimento do cliente. Uma cadeia estratégica e

produtiva é uma estruturação estratégica e uma compatibilização dos fluxos da

cadeia de suprimentos da empresa, controlando as medidas de desempenho

atreladas aos objetivos de toda a cadeia produtiva. (POZO, 2010. p. 17-18).

Conforme assevera Hamilton Pozo,

Por fim, outro conceito importante no Supply Chain Management é o de outsourcing, que teve origem com áreas tidas como secundárias e, atualmente, fortemente nas áreas de manufatura, manutenção, distribuição e marketing. Outsourcing é a ação em que parte do conjunto de produtos e serviços utilizados pela empresa, dentro de uma cadeia produtiva, é providenciada por uma terceira empresa num relacionamento colaborativo e interdependente. Essa terceira empresa desenvolve continuadamente a melhora e a competência em atender o cliente. Porém, o cliente não deixa de manter estreita e colaborativa integração com a nossa empresa. (POZO, 2010. p. 18).

A essência do outsourcing é uma relação de parceria e cumplicidade muito

forte e de extrema lealdade com um ou mais fornecedores da cadeia produtiva com

visão estratégica.

5.2 Atividades componentes da cadeia de suprimentos

Sob a ótica de ser a única operação da cadeia, a gestão da cadeia de

suprimentos pode ser vista como administração das operações que formam o lado

do suprimento e das que forma o lado da demanda.

Page 33: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

31

É importante frisar que no lado do suprimento, a gestão de compra e

suprimento é aceito para a função que lida com a interface da operação com os

mercados de suprimentos. A gestão da distribuição física é ao lado da demanda, no

qual para a gestão da atividade de suprimento imediato aos consumidores. A gestão

de materiais é um termo bem limitado e refere-se à gestão de fluxo de materiais e

informações através da cadeia de suprimento imediata, no qual inclui compra,

gestão de estoque, gestão de lojas, planejamento e controle da produção e gestão

da distribuição física. (POZO, 2010. p. 20).

A Rockford Consulting Group, em Nova Iorque, (RCG, 1999) descreve que

para estruturar uma cadeia de suprimentos a empresa deve entender os tipos de

demanda, nível do serviço requerido pelo consumidor, a distância que está o cliente,

custos e alguns outros pontos que venham a ser relevantes para sua cadeia. Os

autores descrevem seis elementos básicos para uma cadeia de suprimentos: 1)

Produção, no qual o foco deve ser o cliente que está procurando e a demanda do

requerida pelo mercado; 2) Fornecedor, no qual a organização deve determinar

onde e como serão produzidos os bens, determinando a fábrica ou as fábricas que

são capazes de produzir de forma econômica e eficiente; 3) Estoque, no qual a

empresa deve conseguir um equilíbrio entre trabalhar com um grande estoque, que

tem um alto custo para a organização, ou nenhum estoque, o que pode

comprometer a capacidade de atender a demanda do mercado. 4) Localização, que

depende da demanda de mercado e da satisfação dos clientes a decisão de onde

implantar a fábrica; 5) Transporte, onde por volta de 30% do custo de um produto é

compreendido pelo transporte; 6) Informação, onde a empresa deve utilizar as

informações adquiridas internamente e de seus clientes finais para melhorar o seu

processo de gerenciamento da cadeia de suprimentos. (POZO, 2010. p. 22-23).

A empresa também deve focar em outros pontos quando da cadeia de

suprimentos, como o preço, prazo de entrega, confiabilidade, responsabilidade,

transparência, plano estratégico, gerenciamento da demanda, planejamento de

fornecimento, planejamento e programação da produção, benefícios do

planejamento. (POZO, 2010. p. 23).

Page 34: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

32

5.2.1 Desenvolvimento de fornecedores

A seleção de fornecedores depende das características do produto ou serviço

a ser comprado. Há três características básicas que devem ser consideradas em um

processo de decisão para se selecionar um fornecedor: o preço, a qualidade e o

serviço.

O modelo clássico de relacionamento entre comprador e fornecedor baseava-

se em julgar preço, prazo e qualidade na hora de fazer uma licitação de compras e

no recebimento do material encomendado, com uma inspeção qualitativa e

quantitativa. Depois ele processava o pagamento e conservava uma ficha de

referência do fornecedor, para eventuais compras futuras.

Segundo o conceito de supply chain o importante, atualmente, é estabelecer

um relacionamento permanente entre o cliente e o fornecedor, envolvendo não

apenas compras eventuais ou programas, mas o próprio desenvolvimentos de

produtos. (MARTINS, 2006. p. 385).

Segundo Martins,

De fato, um dos princípios da engenharia simultânea é a redução do tempo e do custo do desenvolvimento de um produto pelo envolvimento do fornecedor desde as primeiras fases de planejamento conceitual até a produção, quer por meio de seu desenvolvimento em equipes de trabalho no cliente, quer pela delegação do desenvolvimento total em sua casa, obedecendo às especificações desenvolvidas conjuntamente. (MARTINS, 2006. p. 385-386).

O relacionamento entre cliente e fornecedor é denominado de comakership.

Um gerenciamento excelente da cadeia logística requer reconhecimento mais

inteligente do fornecedor, como fazem os produtores progressistas que encaram os

custos dos fornecedores como seus próprios custos.

O mercado entende como atributos de um bom fornecedor: 1) Realiza suas entregas sempre com pontualidade; 2) Fornece os materiais/serviços conforme a qualidade especificada; 3) Oferece continuamente preço e prazo competitivos; 4) Realiza um atendimento prestativo e adequado às necessidades dos compradores; 5)Percebe, orienta e responde às necessidades de seus clientes; 6) Mantém o comprador informado sobre a evolução de seu pedido; 7) Apresenta um histórico de desempenho estável

Page 35: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

33

e seguro; 8) Oferece serviços de pós-venda e apoio técnico adequados; 9) É confiável, pois cumpre tudo aquilo que foi acordado.2

Enquanto os produtores puderem colocar pedidos de vulto nos fornecedores,

eles deverão ter em mente que os parceiros deverão compartilhar o objetivo de

reduzir custos por meio de toda a cadeia logística, para que eles mesmos possam

reduzir o preço ao consumidor final ou aumentar suas margens. A extensão lógica

dessa idéia é fazer acordos para partilhar ganhos recompensando cada um que

contribui para o aumento da rentabilidade. (MARTINS, 2006. p. 386).

5.2.2 Compras

A área de compras é uma atividade de apoio fundamental ao processo

produtivo da empresa, suprindo-o com todas as necessidades de materiais, como

também é visto como um excelente e substancial sistema de redução de custos de

uma empresa, por meio de negociações de preços, na busca de materiais

alternativos e de incessante desenvolvimento de novos fornecedores. A visão

moderna de compras está relacionada com o sistema logístico empresarial, como

atividades-pares envolvidas em ações estreitamente homogêneas, e essas

atividades estão voltadas para a finalidade comum de operação lucrativa que é

manter uma posição competitiva de mercado. (POZO, 2010. p. 133).

Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus

fornecedores. Quando a empresa solicita um produto ou serviço, o setor de compras

precisar manter uma base de dados extensa sobre fornecedores em potencial e ser

capaz de sugerir alternativas de materiais ou serviços para serem considerados.

A orientação estratégica da função Compras ou Suprimentos aqui desenhada proporcionou o surgimento do strategic sourcing como mecanismo de implementação prática dos conceitos estratégicos. Ele se destina ao gerenciamento, ao desenvolvimento e à integração das competências e capacidades dos fornecedores no sentido de serem obtidas vantagens competitivas para a empresa compradora. Essas vantagens podem estar relacionadas com a redução de custo, desenvolvimento de tecnologia, aprimoramento de qualidade, redução do tempo de ciclo para

2 DANIEL GASNIER. Disponível em: http://www.danielgasnier.com/serie-gerenciamento-de-suprimentos/desenvolvimento-de-fornecedores. Acesso em 19 jun. 2011.

Page 36: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

34

atendimento dos pedidos colocados pelos clientes ou, também, redução do tempo necessário para a disponibilização de novos produtos aos consumidores, além de melhoria no serviço de entrega. (KNUDSEN, 2003).

Dentro do processo de compras é necessário se estabelecer atividades

centrais, tais como assegurar descrição completa das necessidades, selecionar

fontes de suprimento, conseguir informações de preços; colocar os pedidos em

ordem, acompanhar os pedidos (follow up), verificar notas fiscais, manter registros e

arquivos e, finalmente, manter relacionamento com vendedores. O processo de

compras envolve ainda mais atividades dos que as diretamente relacionadas com

movimentação e armazenagem de mercadorias. Entretanto duas influenciam a

eficiência do fluxo de bens, como a seleção de fornecedores e a ordem de compras.

A seleção de fornecedores depende do preço, qualidade, continuidade de

fornecimento e localização. A ordem de compras especifica as quantidades e

possivelmente as instruções de entrega. O documento principal para iniciar no fluxo

de produtos no canal de fornecimento é a ordem de compras. Todo o processo de

compras e as ordens objetivam estabelecer volume de produtos a serem movidos e

estocados no sistema logístico em dado instante. (POZO, 2010. p. 135-136).

Necessário se faz identificar o que vem a ser compra e obtenção. O termo

obtenção é utilizado para referir-se aos aspectos de compras que têm algum impacto

nas atividades de movimentação e armazenagem. Já o termo compras é usado

tradicionalmente em muitas empresas, envolve tanto compras como funções de

movimentação de materiais.

A função do comprador é esta, preparar uma requisição formal aos potenciais

fornecedores e estes prepararem cotações para a empresa. Ao enviar a requisição

aos fornecedores, o setor de compras precisa selecionar o fornecedor em

“preferencial” e assim preparar e formalizar o pedido de compra. A base legal e

contratual entre a empresa e o fornecedor é o pedido de compra.

O setor de compras ou suprimentos é responsável pelos resultados de uma

empresa em face de sua ação de suprir a organização com os recursos matérias

para seu perfeito desempenho e atender às necessidades de mercado.

Assim toda a atividade de uma empresa somente será possível se for

abastecida com informações e materiais.

Compras são, portanto uma função administrativa, pois em vários estágios de

interação organizacional tomam-se decisões quanto a quantidades, origens, custos

Page 37: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

35

e credibilidade dos sistemas de fornecimento, interno e externo, direcionado a

aspectos econômicos e estruturais da organização.

As metas fundamentais do comprador é permitir continuidade de suprimentos

para o perfeito fluxo de produção, coordenar os fluxos com o mínimo de

investimentos em estoques e adequado cumprimento dos programas, comprar

materiais e produtos aos mais baixos custos, dentro das especificações

predeterminadas em qualidade, prazos e preços, evitar desperdícios e

obsolescência de materiais por meio de avaliação e percepção do mercado, permitir

à empresa uma posição competitiva, mediante negociações justas e credibilidade e

manter parceria com os fornecedores para crescer junto com a empresa. Evidente

que quanto mais requisições de compras uma empresa faz a determinado

fornecedor mais confiabilidade e credibilidade o mesmo terá com a empresa, criando

uma relação harmônica em que todos ganham. Assim, no entendimento de Hamilton

Pozo

Nesse enfoque, o objetivo básico do suprimentos é garantir à empresa a plena satisfação de suas exigências de materiais e produtos, bem como máquinas, equipamentos e insumos necessários a sua operacionalidade, devendo todos ser negociado e adquiridos aos mais baixos custos, satisfazendo aos padrões de qualidade e serviços da empresa sem colocar os fornecedores em situação de incertezas de perdedores, mas sim parceiros. (POZO, 2010. p. 137).

O procedimento normal da atividade de compras envolve a adequação da

quantidade desejada, prazos de entrega e condições de pagamento que permitam à

empresa maximizar seus recursos e reduzir seus custos. As atividades típicas da

área de suprimentos podem variar de empresa para empresa, dependendo do

tamanho e estrutura. O setor de compras deve estar estruturado conforme o

tamanho da empresa ou com o volume de atividades desenvolvidas e requeridas e o

responsável por este setor deve ter funções primordiais e deveres administrativos e

executivos, estabelecendo as diretrizes gerais do setor, bem como gerenciá-lo com

eficácia. (POZO, 2010. p. 140).

Segundo POZO (2010), vale destacar algumas obrigações importantes dentro

de uma estrutura organizacional do setor de compras:

1 - Recomendar as diretrizes e programas gerais de aquisição;2 - Especificar e prever as situações econômicas e suas tendências influenciando os preços, tanto internamente como internacionalmente; 3 - Estabelecer normas de conduta para compradores; 4 - Coordenar as especificações relacionadas à aquisição; 5 - Desenvolver novos materiais e

Page 38: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

36

fornecedores; 6 - Promover a padronização e normatização de todas as aquisições; 7 - Estabelecer processos de negociações visando a garantia de preços e conformidade; 8 - Desenvolver e manter a estrutura formal de compras em condições de atender adequadamente aos objetivos da empresa; 9 - Formalizar os acordos e contratos de aquisições de acordo com normas e procedimentos legais; 10 - Orientar e promover o desenvolvimento dos funcionários de compras; 11 - Promover a integração e colaboração entre os departamentos da empresa; 12 - Promover o intercâmbio de informações com fornecedores e concorrentes; 13 - Preparar relatórios sobre as atividades atuais e planos futuros da área; 14 - Agir dentro dos limites orçamentários; 15 - Aprovar as recomendações elaboradas para a perfeita adequação de compras; 16 - Avaliar o desempenho dos fornecedores e parceiros. (POZO, 2010. p. 140-141).

Importante ressaltar ainda sobre a ética nas compras no qual deve fazer parte

integrante nos negócios do setor de compras dentro de uma empresa. O sistema de

compras baseia-se em uma ação que envolve atividades de pesquisas para a

melhor adequação dos objetivos organizacionais, sendo, portanto, uma ação

contínua.

Uma das atribuições importantíssimas de compras é a análise de valor que

ela deve fazer sobre todas as ações de suprir a empresa com materiais. Ao comprar

determinado bem o que se busca é a melhor qualidade com o menor preço e que

atenda a adequação. É necessário definir qualidade e adequabilidade. Assim, cabe

ao comprador buscar incessante e sistematicamente os meios mais econômicos de

atender e satisfazer às exigências empresariais. (POZO, 2010. p. 153).

Page 39: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

37

6 TIPOS DE RELACIONAMENTOS EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS

A questão-chave das operações individuais dentro da cadeia de suprimentos

é administrar os relacionamentos com os fornecedores e consumidores imediatos. O

comportamento de toda a cadeia de suprimentos é construído de relacionamentos

que são formados entre pares individuais da cadeia.

6.1 Relacionamento negócio a negócio

É necessário e conveniente categorizar os relacionamentos da cadeia de

suprimentos como examinar a extensão e a natureza daquilo que a empresa escolhe

terceirizar a fornecedores.

As questões-chaves giram em torno do que é comprado e de quem é

escolhido para fornecer os produtos e serviços.

A decisão de fazer ou comprar é uma decisão de integração vertical e quando

uma organização decide comprar produtos ou serviços de um fornecedor, está

implicitamente tomando a decisão de não fabricar ou produzir ela mesma os

produtos ou serviços. (SLACK, 2002. p. 429).

Torna-se parte da responsabilidade da função do comprador a investigação

do que a empresa estará mais bem servida se comprando ou produzindo.

Geralmente o principal critério para a decisão de comprar é o fator financeiro.

O relacionamento entre comprador e vendedor pode ser a curto prazo.

Quando os bens ou serviços são entregues e pagos, a negociação futura pode não

mais existir.

Geralmente se uma empresa pode produzir um produto ou serviço com

menos custos do que obtê-los no mercado, é provável que ela assim o faça, a

menos que haja outras razões para não fazer. Entretanto, a análise financeira

envolvida nem sempre é simples de ser feita. A decisão geralmente precisa ser

baseada no custo marginal de produzir alguma coisa internamente. Esse custo

marginal é o custo extra no qual a empresa incorre ao produzir o produto ou serviço.

Uma empresa também pode decidir com base em outros aspectos que não o custo

Page 40: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

38

marginal. Há de se observar que a lógica para justificar a compra de serviços, por

exemplo, é que esses serviços não são fundamentais para a atividade fim da

empresa e muitas dessas estão utilizando, cada vez mais, a terceirização,

subcontratando serviços como transporte, limpeza, processamento de dados,

manutenção e alimentação. Ao delegar esses serviços a terceiros, especialistas

externos, a empresa se permite concentrar-se naquilo que a faz ser competitiva no

mercado que está inserida. (SLACK, 2002. p. 430).

Um relacionamento negócio a negócio torna a empresa responsável pela

decisão de terceirizar ou não serviços prestados para seu funcionamento corriqueiro

e crescimento no mercado viabilizando se é possível ou não a produção interna dos

produtos ou serviços necessários ou a delegação destes a terceiros. Sem dúvida a

empresa elabora um quantitativo do que é viável ou não para sua expansão.

Há, portanto vantagens e desvantagens quando se terceiriza produtos ou

serviços quando do relacionamento dos fornecedores. Uma vantagem é que as

inovações podem ser exploradas independentemente de onde se originem. Os

fornecedores especializados possuem mais chances de aparecer com inovações em

produtos e serviços, que podem ser comprados de forma mais rápida e barata do

que seria o caso se a própria empresa estivesse tentando inovar. Uma desvantagem

em comprar de forma totalmente “mercado livre” é que existem riscos estratégicos

em subcontratar atividades de outras empresas. Confiança demasiada em

terceirização pode esvaziar a empresa, deixando-a sem capacitações internas que

possam ser exploradas em seu mercado. (SLACK, 2002. p. 431-432).

6.2 Relacionamento de fornecimento em “parceria”

Os fornecimentos em parceria em cadeias de suprimentos são, muitas vezes,

um compromisso entre a integração vertical e o puro relacionamento de mercado.

Os relacionamentos de parceria são definidos como:

(...) acordos cooperativos relativamente duradouros entre empresas, envolvendo fluxos e ligações que usam os recursos e/ou estruturas de governança de organizações autônomas, para a realização conjunta de metas individuais associadas à missão corporativa de cada empresa patrocinadora. (SLACK apud PARKHE, 1993. p. 794-829).

Page 41: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

39

No centro do conceito de parcerias está a questão da proximidade do

relacionamento.

Falar em parcerias é falar em relacionamentos próximos em graus

diferenciados por fatores diversos, tais como compartilhar sucesso, expectativas de

longo prazo, múltiplos pontos de contato, aprendizagem conjunta, poucos

relacionamentos, coordenação conjunta de atividades, transparência de

informações, resolução conjunta dos problemas e confiança. (SLACK, 2002. p. 433).

Uma atitude de compartilhar sucesso significa que ambos os parceiros

trabalham juntos de modo a aumentar o volume total de benefício conjunto que

receberão, em vez de manipular para maximizar sua própria contribuição individual.

Relacionamentos de parceria implicam comprometimentos de prazo relativamente

longo, mas não necessariamente em relacionamentos permanentes. A comunicação

entre parceiros não se dá somente por canais formais, mas podem ocorrer entre

muitos indivíduos em ambas as empresas. (SLACK, 2002. p. 433).

Os parceiros em um relacionamento estão comprometidos em aprender com

a experiência e as percepções de cada um sobre as outras operações dentro da

cadeia que está inserida. Embora os relacionamentos de parceria não impliquem

necessariamente compras de uma única fonte, existe comprometimento da parte dos

parceiros em limitar o número de consumidores e fornecedores com quem eles

negociam. É difícil manter relacionamentos próximos com muitos parceiros

diferentes de comércio. (SLACK, 2002. p. 433).

Havendo menos relacionamentos, torna-se possível coordenar as atividades

como o fluxo de materiais ou serviço, pagamento entre outras coisas. A troca aberta

e eficiente de informações é encarada como elemento-chave em parcerias, pois

ajuda a construir confiança entre os parceiros e sem essa transparência de

informações não há negócio claro e viável para a empresa. Muito embora as

parcerias nem sempre se desenvolvam suavemente, abordar os problemas em

conjunto pode aumentar a proximidade com o tempo e assim suavizar custos futuros

para a empresa. (SLACK, 2002. p. 433).

O último fator e de fundamental importância é a confiança. Este é o elemento-

chave em relacionamentos de parceria. A confiança significa a disposição de um

parceiro de relacionar-se com o outro tendo o entendimento de que o

relacionamento será benéfico para ambos, mesmo que isso não possa ser garantido.

Page 42: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

40

Conforme salienta Slack, “confiança é largamente tida como o elemento-

chave em parcerias de sucesso, mas também, de longe, o elemento mais difícil de

ser desenvolvido e mantido.” (SLACK, 2002. p. 433).

O Prof. Lamming, da Bath University, propôs um modelo de relacionamento

cliente-fornecedor que transcende a simples parceria, o qual ele chama de

suprimento enxuto. O argumento é que, no relacionamento de parceria, o fornecedor

é ainda um parceiro júnior e no suprimento enxuto, ambos, fornecedor e cliente, são

parceiros iguais. Tanto nas relações de parceria como no suprimento enxuto, as

fronteiras deixam de ser claras, o que pode criar ligações estreitas entre as duas

partes envolvidas. Os parceiros não perdem sua identidade legal uma vez que

mantém sua própria cultura, estrutura e possuem suas próprias estratégias. Fatores

como a natureza da concorrência, como fornecedores são selecionados pelos

clientes, troca de informação entre fornecedor e cliente, gestão de capacidade,

prática de entrega, tratamento das mudanças de preço e atitude em relação à

qualidade são características que podem ser vistas no conceito do suprimento

enxuto de Lamming. (SLACK, 2002. p. 433-434).

6.3 Relacionamento como “permuta”

Os relacionamentos entre os elos da cadeia de suprimentos são, algumas

vezes, descritos em termos de fluxos entre as operações envolvidas. Esses fluxos

podem ser de recursos transformados, como materiais, ou de recursos

transformadores, como pessoas ou equipamentos. O termo usado para incluir todos

os diferentes tipos de fluxo é a permuta. (SLACK, 2002. p. 435).

Elementos de troca em diferentes tipos de relacionamento são observados

como benefícios do fornecedor e do cliente.

Observa-se que na integração vertical o fornecedor troca com o cliente

recursos produtivos, bens e serviços, informação, dinheiro e participação, controle e

relatório. No relacionamento de parceria os elementos de troca são a especificação

de projetos, planos de médio e longo prazos, bens e serviços, conhecimento e

investimento. Há, portanto diferentes tipos de relacionamento e diferentes tipos de

elementos de permuta. (SLACK, 2002. p. 435).

Page 43: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

41

7 COMPORTAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

A Cadeia de Suprimentos é um sistema dinâmico. Muitas atividades e

decisões acontecem em vários pontos temporais dentro da empresa. Algumas são

resultados das políticas deliberadas de uma ou mais operações da cadeia. Outras

são amplamente reativas, ou seja, tomam decisões que parecem ser sensatas, mas

que terão efeitos negativos em toda a cadeia. (SLACK, 2002. p. 435).

7.1 Política da cadeia de suprimentos

A política da cadeia de suprimentos é a forma pela qual as operações na

cadeia tentam influenciar seu comportamento, visando que ela seja apropriada às

necessidades dos consumidores finais. (SLACK, 2002. p. 436).

Quando a cadeia de suprimentos possui ramificação para mais de um

consumidor final as implicações para a administração de operações é bem mais

significativa.

Organizar a cadeia de suprimentos de forma a criar um elo entre a

necessidade de compra e a possibilidade de armazenagem é de fundamental

importância.

O Prof. Marshall Fischer aponta que as políticas da cadeia de suprimentos

consideradas apropriadas para produtos funcionais ou produtos inovadores são

chamados de políticas eficientes da cadeia de suprimentos e políticas responsivas

da cadeia de suprimentos, respectivamente. (SLACK, 2002. p. 437).

A política eficiente da cadeia de suprimentos inclui estoques baixos. As

políticas responsivas enfatizam os níveis altos de serviços e o suprimento

responsivo ao consumidor. O estoque na rede será disposto tão próximo quanto

possível do consumidor. Dessa forma, a cadeia pode ainda suprir mesmo quando

mudanças dramáticas acontecem na demanda do consumidor. O tempo de

atravessamento rápido das partes à montante da cadeia ainda será necessário para

reabastecer os estoques à jusante. Os estoques à jusante são necessários para

Page 44: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

42

assegurar altos níveis de disponibilidade para os consumidores finais. (SLACK,

2002. p. 437).

7.2 Dinâmica da cadeia de suprimentos

Nos anos 60 foi demonstrado por Jay Forrester que existe certa dinâmica

entre empresas, numa cadeia de suprimentos, que causa erros, inexatidão e

volatilidade, e que esses problemas são crescentes para empresas mais à montante

da cadeia de suprimentos. (SLACK, 2002. p. 437).

O efeito Forrester, análogo à brincadeira infantil do telefone sem fio, não é

causado somente por erros e distorções, sendo a principal causa um desejo racional

e perfeitamente compreensível, de cada um dos diferentes elos na cadeia de

suprimentos, de gerenciar suas taxas de produção e níveis de estoque de maneira

independente. Necessário, portanto estabelecer um ponto de equilíbrio para a

empresa e assim evitar problemas. (SLACK, 2002. p. 440).

7.3 Melhoria da cadeia de suprimentos

Um aspecto importante do planejamento e controle da cadeia de suprimentos

é a tentativa dos gerentes de operações de melhorar seu desempenho. Enquanto o

primeiro passo é entender a natureza da dinâmica da cadeia de suprimentos,

existem outras ações mais proativas que as operações podem optar por fazer. A

maioria delas relaciona-se com a coordenação das atividades das operações da

cadeia. Há três categorias para se coordenar a atividade da cadeia de suprimentos,

como a informação compartilhada, o alinhamento de canal e a eficiência

operacional. (SLACK, 2002. p. 440-441).

Transmitir informações através da cadeia de modo que todas as operações

possam monitorar a demanda verdadeira e livre de distorções é mais prudente e

sensato. O intercâmbio de dados ajuda a compartilhar informações. (SLACK, 2002.

p. 441).

Page 45: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

43

Alinhamento de canal significa ajuste da programação, movimentos de

material, níveis de estoque, preço e outras estratégias de vendas de modo a alinhar

todas as operações da cadeia. Isso significa que os sistemas e métodos do processo

decisório do planejamento e controle estão harmonizados através da cadeia.

(SALCK, 2002. p. 442).

A eficiência operacional significa os esforços que cada operação na cadeia

pode fazer para reduzir sua própria complexidade, reduzindo os custos de fazer

negócios com outras operações na cadeia e aumentando o tempo de

atravessamento. O efeito cumulativo dessas atividades individuais é simplificar a

travessia de toda a cadeia. Uma das abordagens mais importantes para aprimorar a

eficiência operacional das cadeias de suprimento é conhecida como compreensão

de tempo, o que significa apressar o fluxo de materiais para baixo da cadeia e o

fluxo de informações de volta para cima da cadeia. A compreensão do tempo da

cadeia de suprimentos pode tanto reduzir custos como aumentar receitas. (SLACK,

2002. p. 443-444).

A melhoria na cadeia de suprimentos se faz necessária para viabilizar o fluxo

de compras e garantir melhores distribuições dos estoques fazendo com que a

empresa esteja sempre em expansão e que nenhum setor fique dependendo da

rotatividade das atividades do outro.

O mercado mundial está aquecido com a expansão da atividade da

engenharia civil, principalmente nas obras que envolvem o complexo olímpico e da

Copa do Mundo a serem sediados no Brasil nos próximos anos. Melhorar a cadeia

de suprimentos é necessário, pois garante a negociação empresarial com os

fornecedores q fim de evitar que nenhuma empresa fique pendente de receber seus

produtos devido a provável escassez de produtos e serviços que também envolvem

a engenharia civil em expansão.

Page 46: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

44

8 A OPERAÇÃO INDUSTRIAL

8.1 O Estoque em Processo

O estoque em processo (WIP - work in process) é constituído por

componentes ou subconjuntos que sofrem demoras ou armazenamentos durante o

processo produtivo ou que estão sendo processados, transportados ou

movimentados internamente.

O estoque em processo pode ser considerado o conjunto de matérias que,

diariamente, está fora do almoxarifado de recebimento e não entrou no almoxarifado

de produtos acabados. Seu volume depende do sistema de produção, da eficiência

e utilização dos setores operacionais, da qualidade do produto e da eficácia do

processo de cadeia de produção.

É fundamental para o administrador acompanhar periodicamente a posição do

estoque em processo, o que pode ser feito por meio de relatórios da contabilidade

de custos.

O volume de materiais que estão fora do almoxarifado de recebimento e que

não entrou no almoxarifado de produtos acabados depende de tamanha

importância, da eficiência e utilização dos setores operacionais, da eficácia do

chamado PCP (controle de produção) e também da qualidade do produto.

(MARTINS, 2006. p. 392).

Dentro de um sistema de produção há dois tipos, a saber, o tipo puxar e o tipo

empurrar. Ao fabricar os componentes necessários às montagens do dia, feito o uso

de cartões chamados kanban e assim existindo no processo apenas as peças em

processamento e as que são necessárias nos supermercados de produção, dar-se o

nome de sistema do tipo puxar. Já no sistema do tipo empurrar, os componentes

são fabricados em lotes econômicos e transferidos para almoxarifados de semi-

acabados, ou até mesmo armazenados temporariamente ao lado da próxima

operação do fluxo produtivo. Esse é um sistema extremamente tradicional e

depende de tamanho dos lotes econômicos de produção e da eficácia do PCP (ou,

controle de produção) em sua programação sincronizada com as necessidades da

linha de produtos finais, os materiais em processo no qual terão um volume muito

Page 47: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

45

maior. Esse sistema do tipo empurrar apresenta ainda outro problema que muitas

vezes acabam prejudicando toda a linha de produção que é o da qualidade. Os lotes

dos produtos já prontos muitas vezes são recusados por serem defeituosos e

também são necessários 100% de inspeção, retrabalho ou até mesmo substituição

das peças rejeitadas, o que eleva os estoques em processo e cria gargalos e

interrupções que se propagam por toda a cadeia produtiva da empresa. (MARTINS,

2006. p. 392-394).

Muitas empresas de primeira linha trabalham com indicadores específicos, o

chamado tempo entre docas (dock to dock time – DTD), para acompanhar qual o

tempo de permanência de materiais dentro da fábrica. O DTD é o tempo decorrido

entre a descarga de matéria-prima e a liberação do produto final para despachar ao

mercado. Assim a gerência deve estabelecer um prazo limite, o máximo, de

permanência para cada componente, levando em consideração a sua importância

econômica para chegar ao resultado esperado. É necessário estabelecer o prazo de

permanência ideal para que se obtenha mais lucro e menos tempo na produção.

(MARTINS, 2006. p. 396).

8.2 A Movimentação Física

A movimentação física de materiais dentro de uma fábrica ou armazenagem é

de fundamental importância para o administrador de bens patrimoniais.

Conforme explica Martins (2006, p. 396), entre os princípios da reengenharia

de processos (ou business process reengineering – BPR) um dos mais importantes

é o que se refere ao transporte interno de materiais, no qual deve ser reduzido ao

mínimo possível, em relação à quantidade transportada e às distâncias percorridas.

O momento do transporte é um instrumento básico para otimizar o layout dos

locais de fluxo. Quanto menor o tempo de transporte, menor será a permanência do

material na fábrica, minimizando-se também o estoque em processo.

A movimentação física deve fazer uma análise do transporte e assim o

primeiro questionamento do administrador é o porquê da existência do transporte. O

que ocorre inúmeras vezes é que uma análise bem feita pode mostrar que uma

simples modificação no processo ou uma redistribuição do layout torna a

Page 48: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

46

movimentação não mais necessária podendo então ser eliminada. O administrador

deve também questionar no que se refere a o que está sendo transportado. Ao

questionar a natureza do material transportado, analisam-se aspectos como o tipo,

características físico-químicas e quantidades. Podem ser levantadas questões como:

1) se o equipamento de transporte usado é o mais indicado; 2) se a armazenagem

nos almoxarifados e os locais de demoras nas seções estão devidamente corretos;

3) se não há riscos envolvidos no transporte que podem resultar em acidentes

pessoais, incêndio ou prêmios elevados de seguro; 4) se as quantidades são as

ideais para o abastecimento a jusante; 5) e se a freqüência de coleta não provoca

problemas internos de trânsito. Conseqüentemente, o administrador deve examinar

para onde e quando devem ser transportadas as mercadorias, pois a utilização de

matrizes de/para e dos momentos de transporte será um indicativo precioso sobre o

acerto do método atual. Ao questionar também, e de fundamental importância, como

e quem o administrador faz referência à determinação do método de trabalho,

equipamentos e dimensionamento das equipes de transporte. Os equipamentos

devem, então, ser escolhidos de acordo com o estudo preliminar do processo e

somente após termos certeza de que ele se encontra racionalizado, com o layout

otimizado e os transportes desnecessários eliminados. O estudo de métodos é tão

importante para as operações de transporte como é para as operações de

fabricação. (MARTINS, 2006. p. 396-400).

Assim, analisar a movimentação física da empresa é necessário até mesmo

para não prejudicar o estoque em processo e todo o sistema da cadeia de

suprimentos.

Page 49: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

47

9 ESTUDO DE CASO

9.1 Conhecendo um pouco da Kinross Gold Corporation

A Kinross Gold Corporation, empresa global com sede no Canadá, foi criada

em 1993 e, desde então, vem se tornando uma das maiores produtoras de ouro do

mundo. A empresa possui minas no Brasil, Chile, Estados Unidos e Rússia,

empregando mais de cinco mil pessoas em todo o mundo.

A Kinross mantém três grandes projetos no mundo, com estimativa de

crescimento de 60% nos próximos dois anos. Com a previsão de produção

aumentando de 1,6 milhão de onças em 2007 para mais de 2,6 milhões de onças

em 2009, os custos de produção devem cair consideravelmente.

A Kinross mantém o foco na maximização dos resultados com uma política

que não prevê o resguardo de suas finanças com ouro. Para isso, a empresa

concentra-se no objetivo estratégico de maximizar seus ativos e o fluxo de caixa de

acordo com um plano de quatro pontos: busca da excelência na performance de

seus ativos, contratação e retenção dos melhores talentos e equipes, busca por

segmentos operacionais estratégicos e foco em um futuro de valor agregado.

A Kinross possui ações listadas na Bolsa de Valores de Toronto (K) e na

bolsa de Nova Iorque (KGC).

As instalações da Kinross em Paracatu compreendem uma mina a céu

aberto, uma usina de beneficiamento e uma área para disposição de rejeitos

minerais, além da infra-estrutura superficial. A mina a céu aberto Morro do Ouro tem

o menor teor aurífero do mundo – com uma média de 0,40 gramas de ouro por

tonelada de minério. A empresa investe permanentemente em tecnologias de

extração que viabilizam as operações em Paracatu, assegurando níveis médios de

produção anual de até 15 toneladas.

Todo o processo é monitorado de acordo com os mais altos padrões de

segurança, incluindo a utilização de insumos importantes para o processo. Um

exemplo é o cianeto, matéria-prima necessária ao processo de beneficiamento. A

Kinross Paracatu é certificada no Código Internacional de Cianeto e observa as

Page 50: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

48

determinações e práticas previstas para transporte, manuseio, tratamento e

destinação final do produto, incluindo ainda dos resíduos gerados.

A Kinross, na época RPM, iniciou suas atividades de mineração de ouro em

Paracatu em 1987. Hoje, a empresa é considerada o mais importante

empreendimento industrial da região. Aproximadamente 10% dos postos de trabalho

formais da cidade são garantidos pela atividade da mineradora. Além dos empregos

diretos, a atividade contribui para geração de outros negócios de comércio e

prestação de serviços. A mineração é a principal atividade industrial para geração de

emprego e renda.

Após a realização de pesquisas, constatou-se a existência de reservas antes

desconhecidas do minério no município, o que originou a decisão de realizar

investimentos que visam a ampliação das atividades de mineração mantidas pela

empresa em Paracatu. O chamado Projeto Expansão, consolidado em agosto de

2006, prevê triplicar a capacidade de produção e garantir a manutenção das

atividades da empresa na região. O projeto também amplia em mais de 30 anos o

tempo de vida útil da mina. Mais empregos, mais impostos recolhidos aos cofres

públicos, novas perspectivas para as gerações futuras são algumas das

conseqüências do plano, que vai movimentar não só a economia de Paracatu e do

Estado de Minas Gerais, mas de todo o Brasil. O projeto observa todos os cuidados

ambientais necessários. Investimentos de US$ 570 milhões foram reservados ao

projeto, que conta com uma nova estrutura de beneficiamento e de hidrometalurgia,

a repotenciação da planta da Kinross, a construção de uma nova barragem de

rejeitos, a implantação de uma planta de flotação, entre outras ações. Contempla

ainda o plano de fechamento de mina, baseado nos princípios da sustentabilidade

que norteiam as operações da empresa. A mina, em princípio, atingiria a exaustão

em 2016. Agora, a vida útil se estende até 2040. O volume de minério lavrado passa

das atuais 17,2 milhões de toneladas por ano para uma capacidade nominal de 61

milhões de toneladas ao ano.

A geração de impostos é outro ganho para o município de Paracatu e para o

estado. O valor da Cfem anual (Compensação Financeira pela Exploração de

Recursos Minerais), por exemplo, saltará de R$ 1,8 milhão para R$ 5,16 milhões

para o município. A Contribuição para o Valor Adicionado Fiscal (VAF) será 20%

maior do que o atual. A economia de Paracatu também está sentindo os reflexos da

expansão. A empresa estima que o valor de compras que estão sendo realizadas no

Page 51: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

49

município de Paracatu aumentou de R$ 22 milhões para mais de R$ 60 milhões

anuais, no período de implantação da obra.

Práticas empresariais vitoriosas vão além da globalização dos mercados. Elas

atendem às demandas de uma sociedade consciente da importância do respeito à

ética, ao meio ambiente e aos detalhes relacionados ao desenvolvimento

sustentável. A Kinross desenvolve diversas ações na busca da melhoria de seu

desempenho ambiental e considera este assunto como parte integrante da sua

própria estratégia de crescimento.

A área de meio ambiente possui ações dentro de uma política uniforme e

global, colocada em prática a partir de projetos como a reutilização da água e o

gerenciamento da destinação de resíduos sólidos.

São várias as práticas de gestão dedicadas à saúde e segurança de

funcionários e terceiros. “Um ajudando o outro” é uma das premissas da rotina

diária, que estimula relatos de fatos que possam comprometer a harmonia do

ambiente de trabalho, por meio de vários mecanismos de comunicação entre

gerências e subordinados.

Na área de Higiene e Saúde Ocupacional, a Kinross segue padrões efetivos

de monitoramento ocupacional dos riscos físicos (ruído, poeira, calor), químicos

(poeira, gases, vapores etc.) e biológicos. As ações asseguram índice zero de

doenças ocupacionais. A ginástica laboral, praticada em todas as áreas, reduziu de

maneira significativa o número de doenças osteoarticulares e musculares que geram

afastamento, além de fortalecer a auto-estima e a motivação.

A Kinross entende que não basta gerar riquezas, empregos e contribuir com

royalties e impostos para o município. Ela busca a interação constante com a

comunidade, alicerçada no diálogo, na transparência e no respeito à cultura local.

Faz parte de sua política de relacionamento o fomento a novos negócios na região e

a valorização do fornecedor local. A Kinross ainda promove parcerias nas áreas da

educação, da saúde, do meio ambiente e da geração de emprego e renda.

Page 52: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

50

9.2 O aquecimento no mercado com a expansão da construção civil

No Estado de São Paulo, um jornal noticiou sobre o aquecimento da

construção civil e seus sinais de crescimento.

Segundo noticiou no DCI de São Paulo, em 20 de maio de 2011, o momento aquecido da construção civil brasileira já deu sinais de crescimento nos três primeiros meses do corrente ano, movimentando U$ 133 bilhões entre obras residenciais, industriais e comerciais. O número representa um crescimento de 4% ante ao mesmo período do ano passado, de acordo com números da consultoria ITC Net. O crescimento, no entanto, traz a tona discussões sobre o gargalo de mão de obra e material para construção nos próximos meses.3

De acordo com os números da pesquisa, o líder em investimentos continua

sendo o setor industrial, que movimentou aportes de U$ 96,7 bilhões nas 819 obras,

73% de todo o investimento do setor no primeiro trimestre. O investimento na

indústria, no entanto, é o que mais cresceu no primeiro trimestre. Em 2010 os três

primeiros meses do ano representaram aportes de US$ 79,4 bilhões, 17% a menos

do que o registrado este ano. O motivo, de acordo com César Coutinho, professor de

engenharia civil da Universidade Mauá está ligado às obras para Copa do Mundo,

Olimpíadas, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.

Dos setores da construção, o residencial é o que carrega maior estabilidade,

com alta de 8% este ano ante ao ano passado.

Para acompanhar a crescente construção, dois problemas se fazem cada vez

mais presentes na rotina das grandes construtoras: falta de mão de obra qualificada

e material de construção.

9.3 A abordagem negocial da Kinross para o fornecimento de materiais

A Kinross mantém sua estrutura em funcionamento acelerado e ritmo

cauteloso de expansão necessitando de mão de obra qualificada e materiais. Com o 3 E-CONSTRUMARKET. Portal AECweb: O Portal da Arquitetura, Engenharia e Construção. Disponível em: http://www.aecweb.com.br/aec-news/materia/4131/construcao-movimenta-uss-133-bilhoes-no-trimestre.html. Acesso em 24 mai. 2011.

Page 53: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

51

crescimento do mercado na área da construção civil, devido às obras da Copa do

Mundo de 2014, a ser sediada no Brasil, e das Olimpíadas de 2016, também no

Brasil, a Kinross se preocupa com a provável escassez no mercado de materiais.

Frente a essa nova expansão, a Kinross prima pela negociação com os

fornecedores parceiros e outros que venham a integrar a cadeia de suprimentos da

empresa, garantindo o fornecimento de materiais necessários para sua expansão e

funcionamento. Garantir contratualmente o fornecimento de serviços e produtos é

garantir a expansão e crescimento da empresa mesmo que o mercado esteja

aquecido e a escassez de produtos e serviços que integram a construção civil esteja

em alta e a Kinross acorda contratualmente que os fornecedores tenham em

estoque pelo menos 30% (trinta por cento) do que está sendo contratado.

O Departamento de Suprimentos da Kinross conta com profissionais

preocupados e integrados na situação do mercado mundial e principalmente, no

Brasil, e buscam melhores soluções para evitar que a empresa venha a paralisar

devido a possível falta de produtos e serviços.

Todo o processo da cadeia de suprimentos é importante para a Kinross até

mesmo porque é uma empresa que trabalha 24 (vinte e quatro) horas por dia, em

escalas alternadas de serviço, comprometida com a economia mundial, o meio

ambiente e a sociedade Paracatuense.

É função assídua do Departamento de Suprimentos da Kinross manter

contato com os fornecedores e garantir, por meio dos compradores, melhores preços

e qualidade superável do que se compra e contrata.

9.4 Questões abordadas

1) Qual o reflexo do aquecimento no mercado da construção civil, no Brasil,

para o funcionamento da Kinross?

2) Como a empresa sentiu o impacto do aquecimento no mercado da

construção civil?

3) É possível garantir que produtos e serviços sejam entregues à empresa

mesmo com o aquecimento do mercado na área da construção civil?

Page 54: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

52

4) A empresa está preparada para uma quebra de contrato na falta de

materiais e serviços que são necessários para o seu funcionamento? Se,

não, qual a alternativa que pode ser encontrada pela empresa?

5) O que diz as cláusulas contratuais da Kinross Paracatu para com seus

fornecedores?

9.5 Levantamento dos resultados

O aquecimento no mercado da construção civil, no Brasil, se dá em virtude

das obras da Copa do Mundo de 2014, Olimpíadas Mundiais de 2016, e também do

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, refletindo na

empresa Kinross, de forma a se preocupar com o grande aumento no preço do

material e a falta do mesmo, elevando assim o prazo de entrega.

A empresa Kinross sentiu o impacto no aquecimento no mercado da

construção civil com a escassez de materiais quando da requisição de compras ao

Departamento de Suprimentos. Com as justificativas dos fornecedores, devido à

aceleração das obras da Copa do Mundo, Olimpíadas e outras do Governo Federal,

os gestores de compras se reuniram com a Diretoria do Departamento de

Suprimentos em busca de soluções para garantir com fornecedores parceiros a

entrega de materiais para o funcionamento da empresa Kinross diante do

aquecimento do mercado na área da construção civil. Em reunião no Departamento

de Suprimentos, há pouco mais de dois meses, viu-se necessário a elaboração de

cláusulas contratuais para assim sujeitar os fornecedores parceiros a manter com a

Kinross a entrega de materiais necessários ao seu funcionamento.

É possível garantir que materiais e serviços contratados pela empresa a

fornecedores parceiros sejam entregues e executados de forma contratual, fazendo-

se cumprir as cláusulas estabelecidas e aceitas por ambos, atento ao que se

estabelece na margem de 30% (trinta por cento), do que foi contratado em materiais,

ao fornecedor, obrigando-o a tê-lo em estoque para suprir as necessidades

emergenciais da empresa. Quanto à mão de obra, a empresa ainda prima pelo

cumprimento do acordo firmado contratualmente com fornecedores parceiros e

Page 55: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

53

busca aprimorar a mão de obra dos trabalhadores aprendizes em parceria com o

SENAI.

A empresa não está totalmente preparada para uma possível quebra de

contrato com fornecedores quando da provável falta de materiais e serviços

contratados, mas as alternativas encontradas podem ser de um reparo emergencial

em alguma peça, necessária para o funcionamento dos equipamentos e veículos da

empresa, ou até mesmo a compra de peças similares, até que o fornecedor possa

cumprir o que foi contratado. Quanto à provável escassez de mão de obra, a

empresa pode estar promovendo cursos e treinamentos para os funcionários

internos, para que estes consigam suprir as necessidades emergenciais da Kinross.

As partes contratantes identificadas no instrumento de contrato de compra e

venda têm entre si justa e contratada a compra e venda do objeto constante do

Contrato, mediante cláusulas e condições. O objeto do contrato é a venda, pelo

fornecedor, à Kinross Paracatu os materiais constantes do pedido de compra ao

Departamento de Suprimentos, fazendo parte do contrato a proposta técnica-

comercial.

Em caso de divergência entre as condições da proposta técnica-comercial e a

do contrato de compra e venda prevalecerá as do contrato. O contrato ainda

estabelece as condições de entrega dos materiais à empresa Kinross, respondendo

o fornecedor, em caso de atraso, por culpa ou dolo próprios ou de seus

fornecedores, de acordo com as condições do contrato e sem prejuízo das demais

cominações legais pertinentes. O fornecedor ainda entregará as quantidades

solicitadas pela Kinross Paracatu mediante envio de ordens de compra contendo as

demandas mensais do contrato.

O contrato terá vigência de 24 meses, contados a partir da data de sua

assinatura ou até que seja cumprida a entrega das quantidades previstas no objeto

do contrato, ou o que por último ocorrer e ainda o contrato poderá ser prorrogado

mediante termo aditivo acordado e assinado pelas partes.

Os preços contratuais são baseados na cotação do dólar (cotação ptax) e

somente serão reajustáveis quando houver variação de 6% para mais ou para

menos. No caso de serem criados novos tributos, taxas ou contribuições fiscais ou

parafiscais, ou ainda, serem modificadas as alíquotas ou base de cálculo dos

tributos, taxas ou contribuições em vigor, que venham a alterar as condições de

Page 56: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

54

preços estabelecidas no contrato, ocasionando aumento ou redução destes, haverá

sua imediata revisão pelas partes, de modo a adequá-los à nova situação.

O fornecedor repassará à Kinross Paracatu, imediatamente à sua concessão,

o valor de todo e qualquer benefício ou incentivo de natureza fiscal - aí

compreendidos os decorrentes de isenção ou redução de tributo, direito a tomada ou

a manutenção de crédito - que lhe venha a ser reconhecido ou concedido e

relacionados ao objeto do contrato. O contrato ainda estabelece as condições de

faturamento e pagamento que será após 35 (trinta e cinco) dias a partir da data do

recebimento dos documentos de cobrança, desde que corretamente apresentados, e

de acordo com o cronograma de pagamento da empresa. Em caso de divergência

nos documentos fiscais de cobrança apresentados, a Kinross Paracatu efetuará o

pagamento da importância que julgar correta, ficando o pagamento da parte

controversa a ser efetuado após a solução do impasse.

A qualquer tempo, caso seja encontrado erro ou omissão em notas fiscais

cujo pagamento já tenha sido efetuado, a parte prejudicada poderá exigir correções

necessárias e o conseqüente acerto nos faturamentos subseqüentes. Se os

pagamentos efetuados forem inferiores aos valores efetivamente devidos, a Kinross

Paracatu compensará no pagamento subseqüente o valor devido ou, não havendo

pagamento subseqüente, realizará o correspondente depósito bancário em prazo

não superior a 07 (sete) dias úteis. O valor contratual remunera todos os custos

havidos pelo fornecedor, pelo que nenhum outro pagamento, reembolso ou

compensação de qualquer natureza será devido a ele em razão do contrato, além

dos preços definidos contratualmente. Caso o documento fiscal esteja em desacordo

com a legislação vigente, os materiais contratados não serão recebidos, correndo

por conta do fornecedor todos os ônus que daí possam decorrer, incluindo, mas não

se limitando, todas as despesas de remessa e retorno dos materiais rejeitados,

independentemente do local da entrega. A substituição dos materiais devolvidos

apenas poderá ocorrer com prévia autorização formal da Kinross Paracatu, ficando o

novo fornecimento sujeito às mesmas condições do anterior, ou na impossibilidade,

serão substituídos com materiais de especificação equivalente ou superiores. O

fornecedor, ainda, poderá realizar modificações nas especificações e/ou design dos

itens visando melhorias ou se tais modificações se fizerem necessárias em razão de

impossibilidade de utilização de determinado material. A Kinross Paracatu concorda

em aceitar as modificações, contando que seja feita comunicação prévia por escrito

Page 57: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

55

de tal evento pelo fornecedor, sem que sejam devidos pagamentos a maior pela

Kinross Paracatu.

Os pagamentos das notas fiscais oriundas dos fornecimentos serão efetuados

diretamente ao fornecedor, por meio de crédito em conta-corrente, a ser indicada por

escrito por este, vedada a emissão de boletos bancários ou quaisquer outros

documentos para esse fim, e sem qualquer interferência ou interveniência de

terceiros, inclusive de instituições financeiras, de crédito, factoring, ou quaisquer

outras.

No caso das partes deixarem de cumprir quaisquer das condições estipuladas

no contrato, o fato deverá ser expressamente comunicado. A Kinross se reserva no

direito de, sem prejuízo de aplicação das penalidades previstas, sustar quaisquer

pagamentos até solução definitiva das pendências, quando o descumprimento surgir

por parte do fornecedor, e este de sustar o fornecimento dos materiais quando o

descumprimento ocorrer por parte da Kinross Paracatu. Em caso de divergência ou

irregularidade de qualquer documento fiscal ou de valores cobrados, a Kinross

Paracatu comunicará o fato ao fornecedor, que deverá adequar a fatura ao efetivo

fornecimento.

A Kinross Paracatu poderá fazer inspeção na fábrica ou no depósito do

fornecedor, por meio de sua própria equipe ou de terceiros contratados para tal fim,

devidamente credenciados por ela e sempre acompanhados pela equipe do

fornecedor e as inspeções a serem realizadas deverão seguir os planos e testes

previamente acordados entre as partes, e serão realizadas a qualquer tempo, desde

que haja um pré-aviso ao fornecedor com no mínimo 48 (quarenta e oito) horas de

antecedência. Sem prejuízo das demais disposições contratuais, a omissão total ou

parcial da Kinross Paracatu em rejeitar os materiais que não estejam em

conformidade com o contrato não será considerada concordância, tolerância ou

aprovação por parte dela, devendo o fornecedor corrigir a falha a qualquer tempo em

que for solicitado, da mesma forma, a aceitação por parte da Kinross Paracatu dos

materiais não exime o fornecedor da necessidade de substituição destes, quando

estiverem em desacordo com as especificações contratuais. No caso da Kinross

Paracatu não efetuar a inspeção, as quantidades e especificações dos materiais

serão conferidas no ato do recebimento destes no local de entrega estabelecido no

contrato. Também sem prejuízo das demais disposições contratuais, a Kinross

Paracatu reserva-se ao direito de recusar o recebimento dos materiais entregues

Page 58: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

56

fora das especificações requeridas e em desacordo com as demais disposições

contidas no contrato e, neste caso, a Kinross Paracatu deverá informar ao

fornecedor imediatamente e por escrito o fato ocorrido, o qual ficará responsável

pelas despesas incorridas pela devolução e nova remessa. Os materiais recusados

pela Kinross Paracatu deverão ser reparados e/ou substituídos satisfatoriamente, de

acordo com o disposto contratualmente e sem ônus para esta e caso o fornecedor

não corrija tais situações, no prazo estabelecido pela Kinross Paracatu, poderá esta

contratar terceiros ou executar ela própria a correção, correndo as despesas por

conta e risco do fornecedor.

O contrato também estabelece garantias dadas pelo fornecedor. Caso seja

constatada qualquer irregularidade ou defeito no produto, caberá a Kinross Paracatu

encaminhar o mesmo para análise de técnicos do fornecedor que emitirão laudo de

avaliação referente as não conformidades constatadas, sendo certo o direito da

Kinross Paracatu de contestar a referida análise. Caso tais não conformidades se

relacionem ao processo de fabricação do produto, à decorrência de desgaste natural

pelo uso ordinário ou a qualquer etapa de responsabilidade do fornecedor, este será

responsável pela reposição do mesmo no prazo de 15 (quinze) dias corridos

contados da emissão do laudo de avaliação. Caso tal não conformidade se relacione

exclusivamente a má utilização do produto pela Kinross Paracatu, o fornecedor não

arcará com os custos de reposição.

Uma das principais cláusulas contratuais estabelece que o fornecedor

compromete-se a manter em seu estoque a quantidade mínima necessária para o

atendimento imediato de 30% das quantidades do contrato. O fornecedor assumirá

todos os ônus que venham a recair sobre a Kinross Paracatu em decorrência de

falhas exclusivas dos itens fornecidos e limitando-se ao valor dos mesmos,

especialmente no que se refere aos defeitos dos materiais. O processo para

solicitação de garantia e suas análise deverá está em conformidade com o padrão

definido em comum acordo entre as partes.

O fornecedor, sempre que solicitado pela Kinross Paracatu, prestará

esclarecimentos, instruções e treinamentos quanto aos procedimentos para

utilização dos materiais, sem custos adicionais, mesmo quando for necessária a

presença de seus funcionários ou técnicos nas dependências da Kinross Paracatu.

As partes responderão, nos âmbitos civil, ambiental e criminal, por todo e

qualquer dano causado por elas próprias, seus empregados e terceiros, resultantes

Page 59: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

57

de ação ou omissão culposa ou dolosa, durante o fornecimento dos materiais, contra

pessoas ou bens das partes ou de terceiros. Após constatada a ocorrência dos

danos, a parte que incorreu no dano procederá ao imediato reparo, e, não sendo

possível, ao pagamento da correspondente indenização a quem de direito. Caso a

parte não proceda à reparação das perdas e danos imediatamente ou em prazo

razoável determinado pela parte que sofreu a perda ou dano, esta poderá fazê-lo por

si mesma ou por terceiros, sendo que as despesas decorrentes da indenização

serão descontadas de qualquer importância devida ao fornecedor em razão deste

contrato, quando for ele o causador do dano.

A Kinross Paracatu estabeleceu contratualmente ainda penalidades por

atrasos na entrega dos materiais contratados com o fornecedor. Se houver atraso na

entrega dos materiais por culpa do fornecedor, a Kinross Paracatu poderá aplicar

multa de 0,5% (zero vírgula cinco por cento) por dia de atraso sobre o valor referente

a ordem de compra vigente limitada ao valor máximo da mesma. Em caso de

reincidência ou de não recuperação do atraso, o contrato poderá ser rescindido por

inadimplência do fornecedor, a critério da Kinross Paracatu, ainda que não tenha

havido a efetiva aplicação da multa estipulada. No caso do fornecedor incorrer em

multas, o valor devido poderá ser descontado pela Kinross Paracatu quando do

pagamento de faturas ou documentos de cobrança de créditos vincendos. O atraso

no pagamento de qualquer fatura acarretará em multa para a Kinross Paracatu de

valor equivalente a 0,5% (meio por cento) do total da fatura não paga, acrescida de

encargos financeiros praticados à época do atraso pro rata die.

Sem prejuízo da satisfação de seus demais direitos e das demais disposições

contratuais, qualquer das partes poderá, a seu exclusivo critério, rescindir esse

contrato, de pleno direito, independentemente de interpelação judicial ou

extrajudicial, na hipótese de descumprimento de qualquer das obrigações do

contrato, desde que tal descumprimento não tenha sido sanado no prazo máximo de

07 (sete) dias da notificação para tanto. Sem prejuízo das demais disposições

contratuais, se o contrato for rescindido por inadimplência de uma parte, a outra terá

o direito de receber da inadimplente multa contratual de natureza não compensatória

no importe de 10% (dez por cento) do valor total do contrato, além de perdas e

danos que forem apuradas, e sem prejuízo de outras multas porventura aplicadas.

Fica estabelecido contratualmente que o valor de qualquer multa aplicada ao

fornecedor poderá ser abatido de quaisquer outros créditos com a Kinross Paracatu.

Page 60: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

58

Na hipótese de rescisão contratual, qualquer que seja sua causa e

independentemente de quem a tenha motivado, deverá o fornecedor tomar todas as

medidas necessárias para preservar as entregas em andamento, do que foi

contratado. Se o contrato for rescindido por inadimplência do fornecedor, este não

terá direito a qualquer compensação ou indenização por parte da Kinross Paracatu,

cabendo a ele apenas o pagamento dos materiais efetivamente entregues até a data

da rescisão, deduzidas as multas e sanções que lhe forem aplicáveis nos termos do

contrato.

O contrato poderá ainda ser rescindido de pleno direito e sem que se possa

exigir qualquer multa e/ou indenização nas hipóteses de falência, recuperação

judicial ou extrajudicial, dissolução ou liquidação judicial ou extrajudicial, declarada

ou homologada; suspensão dos fornecimentos por autoridade pública competente

por mais de 60 (sessenta) dias, desde que não haja culpa de nenhuma das partes;

ocorrência de caso fortuito ou de força maior regularmente comprovada, que venha

paralisar o fornecimento por mais de 60 (sessenta) dias.

Conforme já exposto em todo o trabalho o sigilo e a confiabilidade é primado

pela Kinross Paracatu com seus fornecedores parceiros. Todos os documentos,

originais ou cópias, de qualquer natureza, disponibilizados ao fornecedor são de

propriedade exclusiva da Kinross Paracatu, e deverão ser devolvidos à mesma

quando do término do contrato. Tal documentação é disponibilizada para fins de

cumprimento das obrigações assumidas contratualmente, e não poderá ser usada

para outra finalidade sem o consentimento prévio e por escrito da Kinross Paracatu.

É vedado ao fornecedor incluir o nome da Kinross Paracatu em suas listas de

referências, tampouco publicar notas técnicas, fotográficas ou imagens relacionadas

a ela, sem o seu prévio consentimento. O descumprimento de quaisquer das

obrigações assumidas entre o fornecedor e a Kinross Paracatu dá à mesma o direito

de reaver perdas, danos e lucros cessantes que porventura venha a sofrer,

diretamente pelo fornecedor ou por seus empregados, agentes, consultores ou

prestadores de serviços.

O fornecedor não poderá ceder ou transferir as obrigações do contrato, no

todo ou em parte, nem negociar direitos dele decorrentes, sem o consentimento

prévio e expresso da Kinross Paracatu. A aceitação, pela Kinross Paracatu, de

qualquer subfornecedor não isentará o fornecedor de suas obrigações e

responsabilidades, permanecendo este integralmente responsável perante à Kinross

Page 61: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

59

Paracatu pelo inteiro cumprimento do contrato. O fornecedor deverá conhecer e

aplicar na execução do fornecimento todos os procedimentos, recomendações e

obrigações previstas nas normas e certificações adotadas pela Kinross Paracatu e

estendidas aos seus fornecedores, tais como: normas sa-8000, ohsas18001 e

iso14001; convenções das nações unidas (OIT 29 e 105 - trabalho forçado e

trabalho escravo, OIT 87 - liberdade de associação, OIT 98 - direito de negociação

coletiva, OIT 100 e 111 - remuneração equivalente para trabalhadores masculinos e

femininos por trabalho equivalente, OIT 135 - convenção dos representantes dos

trabalhadores, OIT 138 e recomendação 146 - idade mínima e recomendação, OIT

155 e recomendação 164 - saúde e segurança ocupacional, OIT 159 - reabilitação

vocacional e emprego/pessoas com deficiência, OIT 177 - trabalho em domicílio, OIT

182 - as piores formas de trabalho infantil); declaração universal dos direitos

humanos; convenção das nações unidas sobre os direitos da criança; convenção

das nações unidas para eliminar todas as formas de discriminação contra as

mulheres.

O fornecedor se compromete à permitir que a Kinross Paracatu vistorie suas

instalações, desde que previamente avisada e sempre acompanhadas pela equipe

do fornecedor, bem como documentos, se necessário for, através de auditorias

periódicas, para verificação do cumprimento dos requisitos das normas e

certificações acima exemplificadas, em especial a norma sa-8000. A Kinross

Paracatu não terá qualquer responsabilidade com relação a eventuais

descumprimentos do fornecedor quanto à legislação de marcas e patentes. Dessa

forma, o fornecedor deverá manter a Kinross Paracatu a salvo de reclamações ou

penalidades resultantes de inobservância de suas responsabilidades e obrigações

relacionadas à propriedade industrial.

A Kinross Paracatu elaborou cláusulas contratuais de forma a manter o

fornecedor parceiro em plena responsabilidade em manter em aceleração as

atividades da empresa garantindo à mesma a entrega e disponibilização de

materiais contratados mesmo em meados de escassez mundial de materiais que

também podem ser utilizados nas obras da Copa do Mundo, Olimpíadas e do

Governo Federal.

Page 62: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

60

10 CONCLUSÃO

A logística e a Cadeia de Suprimentos é um conjunto de atividades funcionais,

como transporte, controle de estoques, que se repetem inúmeras vezes ao longo do

canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos

quais se agrega valor ao consumidor.

Os relacionamentos na cadeia de suprimento estão entre as áreas mais

complexas e menos compreendidas das operações logísticas.

O processo de suprimentos ou obtenção de materiais tem papel fundamental

na busca da excelência, tanto em organizações produtivas como em organizações

de serviços. A visão moderna de compras está relacionada com o sistema logístico

empresarial, como atividades-pares envolvidas em ações estreitamente

homogêneas, e essas atividades estão voltadas para a finalidade comum de

operação lucrativa que é manter uma posição competitiva de mercado.

Assim a gestão da cadeia de suprimentos tem representado uma nova e

promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de vantagens

competitivas de forma efetiva. Um dos objetivos da gestão da cadeia de suprimentos

é a satisfação efetiva dos consumidores finais, atuando eficientemente na redução

de custos.

Por ser a única operação da cadeia, a gestão da cadeia de suprimentos pode

ser vista como administração das operações que formam o lado do suprimento e das

que forma o lado da demanda.

A visão moderna de compras está relacionada com o sistema logístico

empresarial, como atividades-pares envolvidas em ações estreitamente

homogêneas, e essas atividades estão voltadas para a finalidade comum de

operação lucrativa que é manter uma posição competitiva de mercado. A seleção de

fornecedores depende das características do produto ou serviço a ser comprado.

A função do comprador é esta, preparar uma requisição formal aos potenciais

fornecedores e estes prepararem cotações para a empresa. Ao enviar a requisição

aos fornecedores, o setor de compras precisa selecionar o fornecedor em

“preferencial” e assim preparar e formalizar o pedido de compra. A base legal e

contratual entre a empresa e o fornecedor é o pedido de compra. O procedimento

normal da atividade de compras envolve a adequação da quantidade desejada,

Page 63: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

61

prazos de entrega e condições de pagamento que permitam à empresa maximizar

seus recursos e reduzir seus custos.

Uma das atribuições importantíssimas de compras é a análise de valor que

ela deve fazer sobre todas as ações de suprir a empresa com materiais.

O comportamento de toda a cadeia de suprimentos é construído de

relacionamentos que são formados entre pares individuais da cadeia. O

relacionamento entre comprador e vendedor pode ser a curto prazo. Quando os

bens ou serviços são entregues e pagos, a negociação futura pode não mais existir.

Um relacionamento negócio a negócio torna a empresa responsável pela decisão de

terceirizar ou não serviços prestados para seu funcionamento corriqueiro e

crescimento no mercado viabilizando se é possível ou não a produção interna dos

produtos ou serviços necessários ou a delegação destes a terceiros.

A troca aberta e eficiente de informações é encarada como elemento-chave

em parcerias, pois ajuda a construir confiança entre os parceiros e sem essa

transparência de informações não há negócio claro e viável para a empresa. Os

relacionamentos entre os elos da cadeia de suprimentos são, algumas vezes,

descritos em termos de fluxos entre as operações envolvidas. O termo usado para

incluir todos os diferentes tipos de fluxo é a permuta. Há, portanto diferentes tipos de

relacionamento e diferentes tipos de elementos de permuta.

A Cadeia de Suprimentos é um sistema dinâmico. Organizar a cadeia de

suprimentos de forma a criar um elo entre a necessidade de compra e a

possibilidade de armazenagem é de fundamental importância. Um aspecto

importante do planejamento e controle da cadeia de suprimentos é a tentativa dos

gerentes de operações de melhorar seu desempenho.

A melhoria na cadeia de suprimentos se faz necessária para viabilizar o fluxo

de compras e garantir melhores distribuições dos estoques fazendo com que a

empresa esteja sempre em expansão e que nenhum setor fique dependendo da

rotatividade das atividades do outro.

É fundamental para o administrador acompanhar periodicamente a posição do

estoque em processo, o que pode ser feito por meio de relatórios da contabilidade

de custos. Analisar a movimentação física da empresa é necessária até mesmo para

não prejudicar o estoque em processo e todo o sistema da cadeia de suprimentos.

Page 64: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

62

O grande potencial do gerenciamento da cadeia de suprimentos é de gerar

vantagem competitiva, estreitando o relacionamento entre o cliente e o fornecedor

reduzindo custos na cadeia de distribuição.

As decisões em torno de compras ou suprimentos podem alterar

significativamente o sincronismo da demanda. Tomar decisões entre comprar e

produzir devem ser orientadas estrategicamente para o negócio e não somente

analisadas em termos de custos. As negociações de preços devem priorizar as

restrições de suprimentos.

Page 65: Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da

63

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