geometria de direção

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  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco

    ndice

    NDICE

    0 - INTRODUO ............................................................................................................0.1

    1 - GEOMETRIA DE DIRECO .....................................................................................1.1

    1.2 - DISTNCIA ENTRE EIXOS E VIA .....................................................................................1.3

    1.3 - NGULO DE INCLINAO DO EIXO DE DIRECO E RAIO DE ARRASTAMENTO ...1.4

    1.4- NGULO DE AVANO OU CASTER ...............................................................................1.14

    1.5- NGULO DE SOP OU CAMBER ...................................................................................1.23

    1.6 - NGULO COMBINADO OU INCLUSO ...........................................................................1.30

    1.7 - CONVERGNCIA E DIVERGNCIA...............................................................................1.31

    1.8 - NGULO DE IMPULSO TRASEIRO ...............................................................................1.40

    2 - MEDIO E REGULAO DOS NGULOS CARACTERSTICOS .........................2.12.1 - PREPARAO DO VECULO ...........................................................................................2.1

    2.2 - MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE MEDIO SOBRE AS RODAS .......................2.5

    2.3 - VERIFICAO E REGULAO DA CONVERGNCIA E DIVERGNCIA.......................2.6

    2.4 - VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE SOP ..............................................2.11

    2.5 - VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE INCLINAO DO CAVILHO DA

    MANGA-DE-EIXO ....................................................................................................................2.17

    2.6 - VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE AVANO..........................................2.173 - SOBVIRAGEM E SOBREVIRAGEM ..........................................................................3.1

    4 - RAIO DE VIRAGEM ....................................................................................................4.1

    5 - ORIENTAO DAS RODAS TRASEIRAS ................................................................5.1

    5.1 - SISTEMAS DE EIXO AUTODIRECCIONAL ......................................................................5.1

    5.1 - SISTEMAS DE QUATRO RODAS DIRECCIONAIS ..........................................................5.3

    6 - INFLUNCIA DA SUSPENSO NA DIRECO .......................................................6.1

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    Geometria de Direco

    Introduo

    0.1

    0 - INTRODUO

    A geometria do sistema de direco do automvel inuencia em grande medida o seu comportamento

    e a sua segurana.

    Pretende-se com este mdulo, dedicado medio e regulao da geometria da direco, chamar a

    ateno dos futuros tcnicos de reparao automvel para os cuidados e procedimentos fundamentais

    que se devem tomar aquando do alinhamento da direco.

    Alm desses cuidados, descrevem-se as inuncias dos ngulos caractersticos da direco e de

    outras caractersticas do automvel, tais como o tipo de suspenso ou de traco, no comportamento

    do veculo.

    O estudo deste mdulo no dispensa a consulta dos manuais tcnicos especcos de cada veculo ou

    os manuais de utilizao das mquinas de alinhamento de direco.

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    Geometria de Direco

    Geometria da Direco

    1.1

    1 - GEOMETRIA DA DIRECO

    Neste primeiro captulo vamos tratar dos ngulos e medidas caractersticos da geometriada direco e as suas inuncias no comportamento da viatura.

    1.1 - PRINCPIO DE ACKERMAN - DIAGRAMA DE JEANTAUD

    Existe a necessidade de eliminar, ou reduzir ao mnimo, o deslizamento das rodas sobre

    o piso, que se produz quando a trajectria seguida por estas no coincide com a que

    imposta pelo sistema de direco.

    Para garantir esta condio, necessrio que as quatro rodas do veculo se orientem em

    curva de forma a descreverem circunferncias de raios com o mesmo centro.

    a. ngulo de viragem da

    roda interna

    b. ngulo de viragem da

    roda externa

    c. Crculos descritos por

    cada roda

    d. Centro de curva

    Fig. 1.1 - Princpio de Ackerman

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    Geometria de Direco1.2

    Geometria da Direco

    Em curva, a roda directriz exterior tem de percorrer uma trajectria mais larga. Por conseguinte,

    o seu ngulo de abertura deve ser superior.

    Para que ambas as rodas directrizes sigam a trajectria desejada, as quatro rodas devem teruma orientao tal que os seus raios coincidam num s ponto, chamado centro instantneo de

    rotao, situado no prolongamento do eixo das rodas traseiras.

    A diferena do ngulo de viragem, ou divergncia em curva, entre as duas rodas directrizes

    obtm-se graas disposio das alavancas de direco situadas nas mangas-de-eixo.

    Para determinar a geometria do trapzio

    de direco que permita ngulos deviragem diferentes pode utilizar-se um

    clculo grco denominado por diagrama

    de Jeantaud.

    Este mtodo permite determinar a

    inclinao das alavancas situadas nas

    mangas-de-eixo.

    d)d) Rectas passando pelos eixos de pinos, pelos

    eixos da barra de ligao e pelo centro do

    eixo traseiro. Quando a barra de ligao

    estiver frente do eixo, ser maior que este.

    V) Via das rodas dianteiras

    E) Distncia entre eixos

    Fig. 1.2 Diagrama de Jeantaud

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    Geometria de Direco 1.3

    Geometria da Direco

    a) Caixa de direcob) Alavanca de comando -

    pendural

    c) Articulao auxiliard) Barra de ligaoe) ngulos do diagrama de

    Jeantaud

    Para se garantir um ngulo diferente deviragem nas rodas directrizes usa-se um

    sistema de direco com manga de eixo.

    As mangas de eixo so articuladas em

    torno do eixo das rodas para permitirem

    os movimentos de viragem e de

    oscilao da suspenso.

    1.2 - DISTNCIA ENTRE EIXOS E VIA

    Por distncia entre eixos entende-se a distncia entre os centros das rodas da frente e de trs.

    1. Manga de eixo

    2. Cavilho

    Fig. 1.3

    Fig. 1.4

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    Geometria de Direco1.4

    Geometria da Direco

    A via, ou distncia entre rodas,

    medida entre as rodas do mesmo eixo(direita e esquerda), sendo os pontos

    de referncia os dois centros dos pneus

    nas suas superfcies de apoio.

    Regra geral, quanto maior for a

    distncia entre eixos e a via das rodas,

    maior ser a estabilidade do veculo,

    especialmente em curva.

    E. Distncia entre eixos

    V. Via das rodas

    Fig. 1.5

    1.3 - NGULO DE INCLINAO DO EIXO DE DIRECO E RAIODE ARRASTAMENTO

    D-se o nome de eixo de direco, ao eixo

    que permite modicar a orientao das

    rodas da frente de um veculo, de modo a

    possibilitar a sua conduo.

    Fig. 1.6

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    Geometria de Direco 1.5

    Geometria da Direco

    Em certos veculos, o eixo de direco

    encontra-se localizado no plano centralda roda. Mas normalmente no possvel

    colocar o eixo de direco nesse local,

    visto que, a, necessrio alojar os rgos

    de travagem. Por isso o eixo de direco

    coloca-se ao lado da roda.

    Inclinao lateral do eixo de direco

    King Pin

    D-se o nome de inclinao lateral do eixo

    de direco, ao ngulo formado pelo eixo

    de direco (eixo de viragem da roda) com

    um plano vertical-longitudinal ao veculo.

    (Inclinao do eixo de direco para dentro

    visto de frente ou de trs).

    A inclinao lateral do eixo de direco

    dada em graus e seus submltiplos.

    Raio de arrastamento

    A distncia existente, ao nvel do solo, entre

    dois planos longitudinais que contenham,

    respectivamente, o prolongamento do eixo

    de direco e o centro de atrito da roda

    sobre o solo, d-se o nome de raio de

    arrastamento da roda.

    Fig. 1.7 Eixo de direco

    centrado com a roda

    Fig. 1.8 ngulo de inclinao

    lateral do eixo de direco

    Fig. 1.9 Raio de arrastamento

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    Geometria de Direco1.6

    Geometria da Direco

    O centro de atrito o ponto central da

    superfcie de contacto entre o pneu e osolo, onde se pode considerar que est

    concentrado todo o esforo de atrito

    entre o pneu e o pavimento.

    Fig. 1.10 Centro de atrito

    desejvel que os raios de arrastamento sejam pequenos. Os raios de arrastamento grandes

    dicultam a viragem das rodas, principalmente com o veculo parado, e transmitem ao volante

    muitas das trepidaes resultantes dos choques das rodas com o pavimento, provocando umdesgaste anormal nos pneus e podendo mesmo, em certos casos, fazer saltar o volante das mos

    do condutor.

    Como se pode ver na Fig. 1.11, a

    inclinao lateral do eixo de direco

    permite que as ligaes da manga

    de eixo sejam feitas ao lado da roda

    e, ao mesmo tempo, torna possvel

    a obteno de raios de arrastamento

    pequenos.

    Fig. 1.1

    O raio de arrastamento da roda, designa-se

    por raio de arrastamento positivo, quando

    se localiza da parte de dentro do plano

    central da moda (Fig. 1.12).

    Fig.1.12

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    Geometria de Direco 1.7

    Geometria da Direco

    O raio de arrastamento da roda,

    designa-se por raio de arrastamentonegativo, quando se localiza da parte

    de fora do plano central da roda (Fig.

    1.13).

    Quando o prolongamento do eixo de

    direco passa pelo centro de atrito da

    roda, diz-se que a roda tem um raio de

    arrastamento nulo (Fig. 1.14).

    Momento de arrastamento

    D-se o nome de momento de

    arrastamento ao produto da resultante

    das foras de atrito entre a roda e o solo,

    pelo raio de arrastamento da roda.

    Ma = Fa x Ra

    (Ma) Momento de Arrastamento

    (Fa) Fora de Atrito

    (Ra) Raio de Arrastamento

    Fig.1.13

    Fig.1.14

    Fig. 1.15 - Vista da superfcie de apoio do

    pneu com localizao do centro de

    atrito e raio de arrastamento

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco1.8

    Geometria da Direco

    O momento de arrastamento origina sobre a roda tendncias para virar para fora (divergir) ou virar

    para dentro (convergir), conforme as circunstncias que se apresentem.

    Num veculo com traco s rodas traseiras:

    a) Quando o raio de arrastamento positivo, as rodas tm tendncia para virarem para fora, ou

    seja, divergirem

    b) Quando o raio de arrastamento negativo, as rodas tm tendncia para virarem para dentro,

    ou seja, para convergirem.

    Fig. 1.16

    Se considerarmos um veculo com traco frente, teremos a situao inversa:

    a) Quando o raio de arrastamento positivo, as rodas tm tendncia para virarem para dentro

    ou convergirem.

    b) Quando o raio de arrastamento negativo, as rodas tm tendncia para virarem para fora ou

    divergirem

    Fig. 1.17

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    Geometria de Direco 1.9

    Geometria da Direco

    As rodas da frente de um veculo

    esto ligadas entre si pela barra

    de direco e isso leva a que elas

    se comportem como um conjunto.Assim, se ambas as rodas estiverem

    sujeitas a raios de arrastamento e

    a foras de atrito iguais, ou seja, a

    momentos de arrastamento iguais,

    as tendncias para viragem para

    dentro (convergirem) ou para fora

    (divergirem), anulam-se mutuamente.

    Daqui resultar que o veculo no

    apresenta tendncia para se desviarde uma trajectria rectilnea (Fig.

    1.18).

    No entanto, logo que as rodas da frente tenham raios de arrastamento diferentes, ou estejam

    sujeitas a foras de atrito diferentes, a roda que apresentar um maior momento de arrastamento

    impe a sua aco sobre a roda do lado oposto.

    Se num veculo com traco s rodas

    traseiras, ambas as rodas da frente

    apresentarem raios de arrastamento

    positivos e a roda da esquerda apresentar

    um momento de arrastamento superior

    ao da roda direita, a roda esquerda ter

    tendncia para divergir mais que a roda

    direita, vencendo esta, o que dar tendncia

    ao veculo para se desviar para a esquerda

    (Fig. 1.19).

    Fig. 1.18

    Fig. 1.19

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    Geometria de Direco1.10

    Geometria da Direco

    FACTORES QUE ALTERAM O RAIO DE ARRASTAMENTO

    Alterao da inclinao lateral do eixo

    de direco

    A alterao da inclinao lateral do

    eixo de direco pode ser devida a

    regulaes incorrectas, deformaes

    do quadro ou monobloco do veculo,

    deformaes dos braos de suspenso

    no caso de suspenses independentes,desgastes excessivos nas articulaes

    da suspenso ou da manga de eixo, etc.

    Alterao do dimetro da roda

    A alterao do dimetro da roda pode ser

    devida ao uso de rodas de caractersticas

    diferentes das normais ou estados de

    enchimento dos pneus diferentes.

    Nota:

    Os despistes, devidos ao rebentamento de um pneu da frente, em grande parte, resultam da perda

    de domnio do volante pelo condutor, por causa do aumento excessivo e brusco do momento de

    arrastamento da roda rebentada.

    Fig. 1.20 Alterao da inclinao do eixo

    de direco

    Fig. 1.21 Influncia da alterao do

    dimetro da roda no raiode arrastamento

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco 1.11

    Geometria da Direco

    Colocao de espaadores entre os cubos e as rodas ou alterao na concavidade das

    jantes

    Qualquer destes factores altera o

    valor do raio de arrastamento. Por

    exemplo, pequenas diferenas entre as

    concavidades das jantes usadas nas

    rodas da frente, podem ser sucientes

    para originarem tendncias para o

    veculo se desviar para um dos lados.

    Nota:

    Muitas vezes usam-se espaadores ou jantes com maior concavidade, para alargar a via do veculo.

    Esta prtica desaconselhvel devido ao aumento dos riscos de acidentes que tal transformao

    pode ocasionar. Esta prtica ainda muitas vezes agravada pelo facto de se usarem rodas com

    menores dimetros.

    Pneus deformados

    Os pneus j usados por vezes apresentam

    o rasto ligeiramente cnico, devido ao

    excessivo desgaste sofrido de um dos

    lados, e em certos casos apresentam

    mesmo uma certa deformao da sua

    estrutura (carcassa).

    Fig. 1.22 Aumento do raio de arrastamentodevido colocao deespaadores

    Fig. 1.23 - Pneu deformado

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco1.12

    Geometria da Direco

    Nesse caso o apoio do pneu sobre o pavimento no se faz regularmente e isso altera ligeiramente

    a posio do centro de atrito, resultando da a alterao do raio de arrastamento. Quando se

    procede troca de rodas cujos pneus estejam nesse estado, frequente surgirem no veculo

    tendncias para se desviar de uma trajectria rectilnea. Este tipo de situao mais frequentecom pneus radiais.

    Pneus com o rasto descentrado

    Por vezes, devido a decincias de

    fabrico ou recauchutagem, aparecem

    pneus em que o rasto est ligeiramentedescentrado da carcaa. Esta situao

    tambm conduz a alteraes do centro

    de atrito e da, alteraes nos raios

    de arrastamento e tendncias para o

    veculo se desviar para um dos lados.

    O momento de arrastamento ainda inuenciado por factores que alterem o atrito entre o pneu e

    o pavimento, tais como:

    Alterao da presso de enchimento de pneus

    Variao do estado de desgaste dos pneus

    Variao do estado do pavimento

    Variao da distribuio da carga sobre as rodas

    Fig. 1.24 Pneu com rasto descentrado

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco 1.13

    Geometria da Direco

    De um modo geral, os factores que alteram o raio de arrastamento, so mais estveis que os

    factores que alteram as foras de atrito sobre a roda. Por isso, quando se trate de efectuar

    regulaes, normalmente incide-se sobre os primeiros.

    Aco estabilizadora da inclinao lateral do eixo de direco

    Mas, a inclinao lateral do eixo de direco d direco do veculo uma outra caracterstica

    bastante benca. Se considerarmos o eixo de direco xo e virarmos as rodas para a esquerda

    ou para a direita, vericaremos que as rodas se inclinam para fora e ao mesmo tempo descem.

    Devido a que as rodas, ao virarem para a esquerda ou para a direita tm tendncia para descer e,dado que na realidade no o podem fazer porque o pavimento as impede, ento obrigam o veculo

    a subir ligeiramente.

    Ora, como o veculo tem tendncia

    natural, devido ao seu peso, para se

    manter na posio mais baixa possvel,

    em relao ao pavimento, ento ele

    cria sobre as rodas uma tendncia

    para estas ocuparem uma posio

    correspondente ao andamento a direito.

    em parte devido a este efeito que,

    depois de uma curva, ao largar-se o

    volante, ele tende a voltar posio de

    andamento a direito.

    Dado que o raio de arrastamento inuencia

    o valor desta aco estabilizadora da

    direco, os fabricantes, de um modo

    geral, optam pela utilizao de raios de

    arrastamento pequenos que permitam

    uma boa estabilizao da direco sem

    causarem vibraes no volante (Fig.

    1.26).

    Fig. 1.25 Efeito estabilizador da inclinao

    do eixo de direco

    Fig. 1.26

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    16/70

    Geometria de Direco1.14

    Geometria da Direco

    1.4 - NGULO DE AVANO OU CASTER

    D-se o nome de ngulo de avano

    inclinao do eixo de direco para o

    lado de trs ou da frente do veculo. O

    valor do ngulo de avano dado em

    graus e seus submultiplos.

    Fig. 1.27 ngulo de avano

    O ngulo de avano chama-se positivo

    quando o eixo de direco est inclinado

    para trs.

    Fig. 1.28 Avano positivo

    O ngulo de avano diz-se negativo

    quando o eixo de direco est inclinado

    para a frente.

    Fig. 1.29 Avano negativo

    Diz-se que o ngulo de avano aumenta

    sempre que se torna mais positivo, ou

    menos negativo.

    Diz-se que o ngulo de avano diminui

    sempre que se torna mais negativo ou

    menos positivo (Fig. 1.30).

    Fig. 1.30

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    17/70

    Geometria de Direco 1.15

    Geometria da Direco

    Consideremos que o eixo de direco

    est contido no plano central da roda e

    tem avano positivo (Fig. 1.31).

    Fig. 1.31

    Neste caso, sempre que a roda se desloque em movimento rectilneo, no haver qualquer raio

    de arrastamento, visto que o prolongamento do eixo de direco cruza o pavimento exactamente frente do centro de atrito da roda, e portanto, no haver qualquer momento de arrastamento.

    No entanto, logo que a roda seja virada

    para a esquerda ou para a direita, para que

    o veculo descreva uma curva, o centro de

    atrito da roda sobre o pavimento desloca-

    se lateralmente e d origem a um raio de

    arrastamento que gera um momento de

    arrastamento, tendente a reconduzir a roda

    situao de andamento rectilneo (Fig.

    1.32).

    Fa = Fora de atrito

    Ra = Raio de arrastamento

    Ca = Centro de atrito

    Em termos mais genricos e admitindo mesmo a existncia de raios de arrastamento iniciais,

    devidos colocao lateral do eixo de direco, poder dizer-se que os ngulos de avano

    positivos conferem ao veculo a tendncia para se deslocar segundo uma trajectria rectilnea, ou

    a ela regressar quando dela desviado.

    Fig. 1.32

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    18/70

    Geometria de Direco1.16

    Geometria da Direco

    Pelo contrrio e seguindo o mesmo raciocnio que foi seguido nos dois blocos anteriores, quando

    o avano negativo, o veculo ter tendncia para se desviar de qualquer trajectria rectilnea

    que lhe seja imposta.

    Fa = Fora de atrito

    Ra = Raio de arrastamento

    Ca = Centro de atrito

    Fig. 1.33

    Ao aumentar o ngulo de avano positivo, contribui-se para que se torne mais difcil efectuar as

    viragens, e cria-se a tendncia para o volante regressar rapidamente posio de andamento a

    direito.

    Momento de carga

    Quando o eixo de direco tem avano

    e no est contido no plano central da

    roda (Fig. 1.34), mas sim ao seu lado,

    gera-se sobre a roda um momento

    chamado momento de carga.

    Fig. 1.34

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    19/70

    Geometria de Direo 1.17

    Geometria da Direco

    Para nos apercebermos mais facilmente

    do modo como funciona o momento

    de carga, vamos imaginar um ngulo

    de avano de 90. Neste caso, o eixoestaria completamente horizontal e,

    devido carga do veculo, as rodas

    teriam tendncia para se inclinarem

    totalmente para dentro (Fig. 1.35).

    Fig.1.35

    No caso dos veculos com um ngulo de

    avano positivo, a carga vai dar roda

    tendncia para rodar em torno do eixo

    de direco, de forma a inclinar-se para

    dentro do veculo, e simultaneamente

    convergir (Fig. 1.36).

    Fig. 1.36

    No caso dos veculos com um ngulo

    de avano negativo, a carga vai dar

    roda tendncia para se inclinar para

    dentro e para divergir (Fig. 1.37).

    Fig. 1.37

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    20/70

    Geometria de Direco1.18

    Geometria da Direo

    O valor do momento de carga inuenciadopelo valor do ngulo de avano, pela carga

    aplicada sobre a roda (FC) e pelo chamado

    brao de carga (BC).

    Fig. 1.38 O valor do ngulo de

    avano e a carga aplicada

    influenciam o momento de

    O brao de carga a distncia entre

    dois planos verticais, paralelos ao eixo

    longitudinal do veculo, passando um pelo

    centro de apoio do pneu sobre o solo, e outro

    situado sobre o eixo de direco ao nvel do

    eixo da roda (Fig. 1.39). Para uma mesma

    carga do veculo, quanto maior for o braode carga, maior ser tambm o momento de

    carga.

    Quando o ngulo de avano, o brao de

    carga e a carga exercida sobre ambas as

    rodas da frente so iguais, as tendnciasgeradas numa roda so contrariadas por

    tendncias de igual valor geradas na outra

    roda, neutralizando-se os seus efeitos.

    Nestas condies, e considerando apenas

    o avano, o veculo tem tendncia para se

    deslocar em linha recta (Fig. 1.40).

    Fig. 1.39

    Fig. 1.40

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    21/70

    Geometria de Direco 1.19

    Geometria da Direco

    Muitas vezes utiliza-se o momento de carga para estabilizar a direco de um veculo, quando

    este tem tendncia a fugir para um lado. Assim, alterando o valor do ngulo de avano sobre uma

    das rodas, altera-se, sobre essa roda, a tendncia que ela tem para convergir ou divergir, de modo

    a compensar efeitos idnticos produzidos sobre a outra roda.

    Um ngulo de avano excessivo pode

    gerar momentos de carga muito elevados

    e originar oscilaes na direco e

    tendncia para um andamento em

    ziguezague (Fig. 1.41).

    Fig. 1.41

    Tais oscilaes devem-se s variaes do momento de carga produzidas pelo choques entre

    as rodas e o pavimento, que do origem a pequenas viragens das rodas sobre o seu eixo de

    direco, tais condies podem tornar-se bastante notrias quando o veculo se desloque sobre

    o pavimento irregular, principalmente quando os amortecedores da suspenso se encontram em

    mau estado.

    Quando o avano excessivo e a direco se torna ziguezagueante, pode haver lugar para um

    desgaste anormal dos pneus, de caractersticas transversais.

    Factores que alteram o ngulo de avano

    De entre os factores que alteram o ngulo de avano de forma permanente, podemos

    considerar:

    Deformaes sofridas pelo veculo (deformaes do quadro ou

    monobloco, de partes da suspenso, da manga de eixo, etc).

    Alterao da altura do veculo em relao ao solo num dos eixos.

    (Montando rodas de dimetros diferentes das normais, rebaixando a

    suspenso, etc.). Por exemplo, num carro com 2 metros de distncia

    entre eixos, uma variao de 3,5 centmetros na altura do quadro junto

    ao eixo traseiro provoca uma variao de 1 no ngulo de avano.

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    22/70

    Geometria de Direco1.20

    Geometria da Direco

    Em alguns veculos possvel fazer-se aregulao do ngulo de avano, mas na

    maior parte tal regulao no est prevista.

    Fig. 1.42 Regulao do ngulo de

    avano

    O ngulo de avano tambm pode variar

    em funo do estado de carga do veculo.

    Por exemplo, nos veculos pesados com

    eixo da frente rgido, formando uma

    espcie de U alargado, medida que a

    carga aumenta sobre o eixo gera-se sobre

    ele a tendncia para reduzir o ngulo de

    avano (Fig. 1.43).

    Tambm em certos veculos ligeiros,

    com suspenso independente, o modo

    como esto xos os braos da suspenso

    permite que o valor do ngulo de avano

    diminua medida que a carga aumenta

    (Fig. 1.44).

    Fig. 1.43

    Fig. 1.44

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    23/70

    Geometria de Direco 1.21

    Geometria da Direco

    Esta reduo do ngulo de avano, quando se aumenta a carga do veculo frente, permite

    por um lado manter quase inaltervel o esforo para conduzir o veculo e, por outro, evitar o

    aparecimento de trepidao na direco, devida a um aumento de carga.

    H ainda que ter em ateno que as

    variaes de altura da traseira do veculo

    em funo do seu estado de carga, uma

    vez que tambm afectam o valor do

    ngulo de avano. Quando a traseira de

    um veculo baixa, o ngulo de avano

    aumenta e quando sobe, diminui.

    Reaces secundrias devidas ao

    ngulo de avano

    O avano positivo confere roda a

    faculdade de permitir que o quadro,

    durante as viragens, se incline para fora

    da curva (Fig. 1.46).

    Isto implica que durante as viragens, o

    avano positivo agrave a tendncia que o

    veculo tem para se inclinar para o lado

    de fora da curva, devido ao efeito da fora

    centrfuga.

    Pelo contrrio, o avano negativo faz

    com que a roda obrigue o quadro a subir

    na zona interior da curva, permitindo a

    sua descida na zona exterior. Este efeito

    contraria a tendncia que, durante as

    viragens, o veculo tem para se inclinar

    para fora da curva, devido ao efeito da

    fora centrfuga (Fig. 1.47).

    Fig. 1.45 Quando a traseira baixa, o

    ngulo de avano aumenta

    Fig. 1.46

    Fig. 1.47

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco1.22

    Geometria da Direco

    O ngulo de avano, quer positivo, quer

    negativo, provoca inclinaes laterais

    das rodas sempre que estas se afastem

    da posio de andamento a direito (Fig.1.48).

    A conjugao da inclinao da roda, devido

    inclinao lateral do eixo de direco

    com a inclinao devida a um ngulo de

    avano positivo, permite obter inclinaes

    relativamente pequenas na roda que ca

    do lado de fora da curva, dado que os

    dois efeitos se anulam mutuamente (Fig.

    1.49).

    Pelo contrrio, as rodas do lado de dentro da curva cam fortemente inclinadas, uma vez que os

    efeitos de ambos os ngulos se somam.

    Nota: Nos veculos com suspenso independente, uma parte da alterao da inclinao das

    rodas durante as viragens pode ser devida a

    efeitos da suspenso.

    Dado que o momento da carga originado

    por um ngulo de avano positivo d

    tendncia s rodas para convergirem

    e, visto que em curva, as rodas devem

    divergir, o avano positivo contraria a

    execuo das viragens e tende a manter

    o veculo em deslocamento a direito (Fig.

    1.50).

    Fig. 1.47

    Fig. 1.48

    Fig. 1.50

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco 1.23

    Geometria da Direco

    No caso de um ngulo de avanonegativo, dado que o momento de carga

    d tendncia s rodas para divergirem,

    a tendncia para virar as rodas ca

    reforada (Fig. 1.51).

    Fig. 1.51

    Nota: Na prtica verica-se que um ngulo de avano nulo ou mesmo negativo, desde que seja

    de pequeno valor, pode criar tendncias auto-direccionais de caractersticas semelhantes s

    indicadas para um ngulo de avano positivo, ainda que de menor valor.

    1.5 - NGULO DE SOP - CAMBER

    D-se o nome de ngulo de sop

    inclinao das rodas, para fora ou paradentro, quando o veculo tem a direco

    orientada para andamento a direito. O

    ngulo de sop dado em graus e seus

    submltiplos.

    Diz-se que o ngulo de sop positivo

    quando, na zona superior, as rodas

    esto inclinadas para fora.

    Fig. 1.52 - ngulo de sop

    Fig. 1.53 - Sop positivo

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    26/70

    Geometria de Direco1.24

    Geometria da Direco

    Diz-se que o ngulo de sop negativoquando as rodas na parte superior esto

    inclinadas para dentro.

    Fig. 1.54 Sop negativo

    Diz-se que o ngulo de sop aumenta, sempre que se torna mais positivo ou menos negativo.

    Diz-se que o ngulo de sop diminui sempre que se torna menos positivo ou mais negativo.

    Fig. 1.55 Variao do ngulo Fig. 1.56

    de sop

    Quando o veculo est em marcha, de

    interesse que o rasto do pneu se apoie

    igualmente sobre o pavimento em toda a sua

    largura, a m de se obter a mxima superfcie

    de aderncia, uma correcta distribuio da

    carga e desgaste uniforme dos pneus. Fig. 1.57 Variao do sopcom a carga

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    27/70

    Geometria de Direco 1.25

    Geometria da Direco

    De um modo geral torna-se vantajosa a existncia de um pequeno ngulo de sop positivo, ou

    seja, uma pequena inclinao da roda para fora, tendo em ateno os seguintes aspectos:

    Compensar a tendncia que a roda tem para se inclinar para dentro

    quando o veculo posto em movimento ou se lhe aplica uma maior

    carga.

    Compensar a curvatura transversal da estrada, embora hoje em dia

    essa curvatura seja pequena.

    a) O sop diminui com o

    aumento de carga.

    b) O sop aumenta com o

    aumento de carga.

    Fig. 1.58

    Nota: No caso das suspenses independentes estas podem ser construdas de modo a

    aumentarem ou diminurem o sop da roda quando se aumenta a carga do veculo.

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco1.26

    Geometria da Direco

    Fig. 1.59 Fig. 1.60

    No passado, quando se utilizavam pneus de rasto estreito e de dimetro relativamente grande,

    o ngulo de sop tambm era utilizado para reduzir o raio de arrastamento da roda sobre o

    pavimento (Fig. 1.59).

    Com a utilizao de pneus de rasto largo e dimetro relativamente pequeno, a utilizao de

    ngulo de sop positivos, normalmente, no d origem reduo do raio de arrastamento. Dado

    que, neste caso, o apoio do pneu sobre o solo se faz com maior intensidade do lado de fora, por

    vezes o centro de atrito em vez de se deslocar para dentro desloca-se para fora, aumentando o

    raio de arrastamento em vez de o diminuir (Fig. 1.60).

    Nota: No passado os ngulos de sop

    positivos tambm foram usados para

    permitirem que os esforos da roda

    sobre a manga de eixo se zessem

    fundamentalmente sobre o rolamento

    interior do cubo da roda, de modo a

    diminuir os esforos sobre a manga

    de eixo e evitar o laquear da roda (Fig.

    1.61).

    Fig. 1.61

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    29/70

    Geometria de Direco 1.27

    Geometria da Direco

    Em veculos desportivos de altas prestaes e em veculos de concepo moderna, frequente

    o uso de ngulos de sop negativos. Deste modo garante-se uma boa fora de orientao lateral,

    visto que em curva o pneu em esforo ter tendncia a aumentar a superfcie de contacto com o

    piso. Tem ainda a vantagem de tornar o centro de gravidade do veculo mais baixo.

    Efeito Direccional da roda devido sua inclinao

    Se pegar numa roda e a zer rolar livremente sobre o pavimento mas com uma certa inclinao

    lateral, vericar que ela descreve uma curva para o lado que est inclinada.

    Esta tendncia deve-se ao facto de a roda se deformar do lado para que est inclinada comportando-

    se como se fosse um tronco de cone (Fig. 1.62).

    Um tronco de cone; ao rolar livremente, descreve uma curva, dado que as partes de maior

    dimetro, ao rolarem com a mesma velocidade de rotao, percorrem um espao maior que as

    de menor dimetro (Fig. 1.63).

    Fig. 1.63

    Fig. 1.62

    As curvas descritas por uma roda

    inclinada sero tanto mais apertadas

    quanto maior for a inclinao da roda

    (Fig. 1.64).

    Fig. 1.64

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    30/70

    Geometria de Direco1.28

    Geometria da Direco

    As rodas de um veculo tambm

    apresentam esta tendncia, mas aqui

    elas no rodam livremente, porque

    esto ligadas entre si pelo eixo e pelosrgos do mecanismo de direco.

    Neste caso, quando os ngulos de

    sop da roda esquerda e direita so

    iguais, as tendncias geradas nas rodas

    anulam-se mutuamente e as rodas so

    obrigadas a andar a direito (Fig. 1.65).

    No entanto se as inclinaes das rodas, esquerda e direita, forem diferentes, ento as tendnciasgeradas nelas, pelos ngulos de sop, tambm sero diferentes e a roda que tiver maior inclinao

    ter tendncia a impor a sua tendncia outra, obrigando o veculo a desviar-se para um lado.

    Por exemplo, se ambas as rodas

    tiverem sops positivos e a roda

    direita tiver um sop maior que o da

    esquerda, o veculo ter tendncia

    a desviar-se para a direita, visto que

    essa a tendncia da roda que tem

    maior inclinao (Fig. 1.66).

    Dever aqui referir-se que, no caso

    de uma roda dispor de um avano e

    sop positivos, as tendncias geradas

    por estes ngulos contrariam-se

    mutuamente (Fig. 1.67).

    Fig. 1.65

    Fig. 1.66

    Fig. 1.67

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco 1.29

    Geometria da Direco

    Assim, nestas condies, o ngulo de sop contraria a tendncia gerada pelo ngulo de avano

    para a roda se inclinar para dentro.

    E, enquanto o ngulo de avano cria tendncia na roda para convergir, o ngulo de sop cria nelatendncia para divergir.

    Efeito do ngulo de sop sobre os

    pneus.

    Voltando ao exemplo do tronco de cone,

    para o obrigarmos a rolar direito, temos

    de obrigar as partes de maior dimetro

    a patinar sobre o pavimento e as demenor dimetro tm de ser arrastadas

    sobre o pavimento (Fig. 1.68).

    exactamente isto que acontece nas

    rodas de um veculo quando uma roda

    inclinada obrigada a deslocar-se a

    direito. Isto vai implicar um desgaste

    rpido do rasto do pneu na zona que

    patina ou arrastada (Fig. 1.69).

    Os desgastes dos pneus, caractersticas de ngulo de sop excessivo (positivos ou negativos),

    apresentam-se com caractersticas de desgaste longitudinais, localizado do lado para que a roda

    est inclinada.

    Dado que o rasto do pneu feito de

    borracha e esta bastante exvel,

    para pequenos ngulos de sop (+ 0,5

    a -0,5) esta exibilidade permite fazer

    uma perfeita adaptao do rasto do

    pneu ao solo, evitando a acelerao do

    desgaste anteriormente referida.

    Fig. 1.68

    Fig. 1.69

    Fig. 1.70 Adaptao do rasto ao

    piso para pequenos

    ngulos de sop

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    32/70

    Geometria de Direco1.30

    Geometria da Direco

    Nos casos em que o ngulo de sop ultrapassa estes valores, para evitar o excessivo desgaste

    dos pneus devido ao ngulo de sop, torna-se necessrio compens-lo atravs da convergncia

    ou divergncia dada s rodas.

    1.6 - NGULO COMBINADO OU INCLUSO

    D-se o nome de ngulo combinado

    ou incluso soma algbrica dos ngulos

    de sop e inclinao lateral do eixo de

    direco. O ngulo combinado resulta

    exclusivamente do formato da mangade eixo e s pode ser alterado devido

    deformao desta.

    Fig. 1.71 - ngulo incluso

    Nota: D-se o nome de soma algbrica soma dos valores dados, quando so positivos e sua

    diferena, quando um deles negativo.

    A vericao do ngulo combinado

    permite-nos determinar se a manga de

    eixo est, ou no, deformada no sentido

    vertical.

    Fig. 1.72 - Manga-de-eixo

    deformada

    O ngulo combinado formado

    pela soma do ngulo de sop com a

    inclinao lateral do eixo de direco

    quando o sop positivo (Fig. 1.73)...

    Fig. 1.73

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    33/70

    Geometria de Direco 1.31

    Geometria da Direco

    ...e pela diferena entre a inclinao lateral

    do eixo de direco e ngulo de sop,

    quando este negativo (Fig. 1.74).

    Fig. 1.74

    1.7 - CONVERGNCIA E DIVERGNCIA

    A convergncia (A) ou divergncia (B) (Fig. 1.75) indica-nos a diferena das distncias entre os

    rebordos das duas jantes de um eixo, medidas frente e atrs deste, com o volante a direito.

    Existe convergncia se a distncia frente

    do eixo for menor que a distncia atrs.

    Existe divergncia se acontecer o

    contrrio.

    Pode-se medir a divergncia ou

    convergncia atravs dos ngulos de

    desvio das rodas em relao trajectria

    rectilnea.

    A convergncia ou divergncia das rodas afectada por uma srie de factores, alguns deles j

    descritos nos pontos anteriores:

    Os raios de arrastamento das rodas sobre o pavimento

    geram tendncia para as rodas divergirem conforme as

    Os momentos de carga do tendncia s rodas para alterarem

    o seu ngulo de sop e para convergirem ou divergirem

    conforme o ngulo de avano seja positivo ou negativo.

    Fig. 1.75

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    34/70

    Geometria de Direco1.32

    Geometria da Direco

    O ngulo de sop d s rodas tendncias para divergirem ou

    convergirem conforme este ngulo seja positivo ou negativo.

    A exibilidade da suspenso e dos mecanismos de direco,

    e possveis pequenas folgas existentes nas diversas

    articulaes existentes nestes sistemas, permitem que,

    quando o veculo posto em marcha, a posio das rodas se

    altere ligeiramente.

    Para reduzir ao mnimo a resistncia ao

    andamento do veculo e o desgaste dospneus necessrio que, em marcha a

    direito, as rodas da frente se mantenham

    paralelas ao eixo longitudinal do

    veculo. Esta situao designa-se por

    paralelismo dinmico (Fig. 1.76).

    Fig. 1.76

    Para que isto acontea, normalmente, necessrio que as rodas, com o veculo parado, apresentem

    uma certa convergncia. Esta situao designa-se por paralelismo esttico ou convergncia ou

    divergncia esttica.

    Pequenos valores de convergncia ou divergncia dinmica podem no afectar apreciavelmente

    o comportamento do veculo ou o desgaste dos pneus.

    Dissemos, em pontos anteriores que,

    em relao a cada ngulo as tendncias

    geradas numa das rodas so total ou

    parcialmente anuladas pelas tendncias

    equivalentes geradas na roda do lado

    oposto.

    Fig. 1.77 - Uma semi-convergncia igual

    em ambas as rodas resulta

    numa trajectrias rectilnea

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    35/70

    Geometria de Direco 1.33

    Geometria da Direco

    Convir dizer agora que, as tendncias

    geradas pelos vrios ngulos sobre

    uma mesma roda se anulam ou

    adicionam mutuamente e que, cada

    roda actua sobre a do lado oposto em

    funo das resultantes das diferentes

    tendncias que sobre ela incidem.

    Deste modo, os esforos transmitidos

    entre rodas, atravs do mecanismo de

    direco, cam bastante reduzidos.

    Poder perguntar-se, porque que no se constrem os veculos de forma que as tendncias

    geradas por cada um dos ngulos sejam nulas? Vericou-se que, num tal caso, surgiriam pequenas

    tendncias, em funo do estado de carga, velocidade, etc. que tornavam a direco do veculo

    inconstante. Por isso os fabricantes preferem criar tendncias bem denidas que combinadas se

    anulem mutuamente.

    Fig. 1.78 - As tendncias geradas pelos

    vrios ngulos sobre umamesma roda anulam-se ouadicionam-se mutuamente

    Fig. 1.79 - Resultante em funo dosvrios ngulos

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    36/70

    Geometria de Direco1.34

    Geometria da Direco

    A convergncia ou divergncia, tm como funo, anular as tendncias que as rodas tm para

    convergir ou divergir, devido s outras caractersticas da direco e suspenso.

    Fig. 1.80 - A convergncia ou divergncia compensa os efeitos

    dos restantes ngulos

    A disposio e o comprimento dos segmentos da barra de direco e dos braos de direco

    so devidamente calculados de forma a que as variaes de convergncia, que ocorrem devido

    a alteraes do estado de carga do veculo, correspondam a variaes equivalentes, resultantes

    das tendncias que essas variaes de carga ocasionam sobre os ngulos do sop, avano e

    inclinao lateral do eixo de direco.

    Como vimos, se uma roda apresentar um ngulo de sop positivo, ter tendncia para divergir.

    Se, na posio de andamento a direito,

    mantivermos esta roda com convergncia,

    vericamos que a roda, em funo do

    ngulo de sop tende a desviar-se para

    um lado e, em funo da convergncia,

    ter tendncia a desviar-se para o ladooposto.

    A - Trajectria para que a roda temtendncia devido ao ngulo desop positivo.

    B - Trajectria real seguida pela roda.C - Trajectria para que a roda

    tem tendncia devido suaconvergncia. Fig. 1.81

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    37/70

    Geometria de Direco 1.35

    Geometria da Direco

    Nestas condies, o movimento efectivo da roda, processar-se- segundo uma orientao

    intermdia cando por isso anuladas entre si as duas tendncias inicialmente vericadas.

    Em certos veculos os valores da

    convergncia sofrem alteraes em

    funo do estado de carga do veculo,

    devido a que os raios e os centros de

    oscilao das rodas e dos segmentos da

    barra de direco no so coincidentes.

    a) Alterao do sopb) Alterao da convergncia

    Fig. 1.82

    Dever ainda ter-se em ateno que, com o veculo em movimento, as rodas esto

    permanentemente em oscilao vertical, devido aos sucessivos choques que ocorrem entre elas

    e o pavimento. As sucessivas posies ocupadas pelas rodas correspondem, dentro de certa

    medida, s variaes de carga referidas anteriormente.

    Ou seja, medida que as rodas oscilam

    para cima e para baixo, o valor da

    convergncia pode ser simultaneamente

    alterado de modo a manter a cada

    momento as condies adequadas de

    funcionamento da direco.

    a) Oscilaes verticais das rodas.

    b) Alteraes da convergncia ou

    divergncia

    Fig. 1.83

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    38/70

    Geometria de Direco1.36

    Geometria da Direco

    Quaisquer irregularidades na disposio ou comprimento das alavancas, braos barras de direco

    ou seus segmentos, resultar num mau funcionamento da direco que muitas vezes se traduz

    em situaes de instabilidade do veculo e/ou desgastes anormais nos pneus (Fig. 1.84).

    Fig. 1.84

    Estes defeitos das alavancas da direco na manga-de-eixo so facilmente detectveis atravs

    da medio da divergncia em curva.

    Excesso de convergncia dinmica

    Nas rodas com convergncia dinmica

    excessiva verica-se que, quando rolam

    sobre o pavimento, cada ponto do seu

    rasto tem tendncia a afastar-se do

    eixo longitudinal do veculo, desde o

    momento em que toca o pavimento at

    aquele em que dele se separa.

    Nestas condies, um ponto do centro

    do rasto do pneu, ao rolar, ocuparia as

    posies A, B, C e D como se mostra

    na Fig. 1.85.

    Fig. 1.85

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    39/70

    Geometria de Direco 1.37

    Geometria da Direco

    No entanto, devido ao atrito que se gera

    entre o pavimento e o rasto do pneu, este obrigado a ectir progressivamente

    de modo a manter-se a uma distncia

    constante do eixo longitudinal do veculo,

    conforme ilustram as posies E, F, G e

    H da Fig. 1.86.

    Fig. 1.86

    Quando a convergncia grande, gera-

    se um aprecivel esforo de exo

    transversal na zona em que o pneu se

    separa do solo. Logo que este esforo

    consegue vencer o atrito, o rasto do

    pneu desliza transversalmente

    sobre o pavimento dando origem a um

    desgaste anormal do rasto do pneu (Fig.

    1.87).

    Este desgaste anormal do rasto do pneu,

    caracteriza-se por ser um desgaste

    transversal, mais pronunciado junto ao

    seu anco exterior, deixando as arestas

    longitudinais do rasto dos pneus,

    boleadas do lado de fora e vivas e, por

    vezes com lamelas, do lado de dentro.

    Fig. 1.87

    Fig. 1.88 Desgaste por excesso de

    convergncia

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    40/70

    Geometria de Direco1.38

    Geometria da Direco

    Excesso de divergncia dinmica

    Nas rodas com divergncia dinmica

    excessiva, verica-se que, quando

    rolam sobre o pavimento, cada ponto do

    seu rasto tem tendncia a aproximar-se

    do eixo longitudinal do veculo desde o

    momento em que toca o pavimento at

    aquele em que dele se separa.

    Fig. 1.89

    Nestas condies, um ponto do centro do rasto do pneu, ao rolar, ocuparia as posies A, B, C,

    e D, como se mostra na Fig. 1.89.

    No entanto, devido ao atrito que se gera

    entre o pavimento e o rasto do pneu, este

    obrigado a ectir progressivamente

    de modo a manter-se a uma distncia

    constante do eixo longitudinal do veculo,

    conforme ilustram as posies E, F, G e

    H da Fig. 1.90.

    Fig. 1.90

    Quando a divergncia grande gera-

    se um aprecivel esforo de exo

    transversal na zona em que o pneu se

    separa do solo. Logo que este esforo

    consegue vencer o atrito, o rasto do

    pneu desliza transversalmente sobre o

    pavimento dando origem a um desgaste

    anormal do rasto do pneu (Fig. 1.91)Fig. 1.91

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    41/70

    Geometria de Direco 1.39

    Geometria da Direco

    Este desgaste anormal do rasto do

    pneu caracteriza-se por um desgaste

    transversal, mais pronunciado junto ao

    seu anco interior, deixando as arestas

    longitudinais do rasto do pneu, boleadas

    do lado de dentro e vivas e por vezes em

    lamelas, do lado de fora.

    Fig. 1.92 Desgaste devido a excesso de

    divergncia

    Um excesso de divergncia ou convergncia dinmica, para alm do desgaste anormal que

    provoca nos pneus, d origem a um travamento constante do veculo originando:

    Um maior aquecimento dos pneus;

    Maior consumo de combustvel

    Maiores desgastes nos rolamentos dos cubos das rodas e

    nas articulaes da suspenso e direco.

    No aspecto direccional, um excesso de convergncia ou divergncia dinmica pode originar:

    Tendncias permanentes para o veculo se deslocar para a

    esquerda ou para a direita;

    Tendncias para o veculo se desviar desordenadamente para

    a esquerda e para a direita (direco louca) (Fig. 1.93);

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    42/70

    Geometria de Direco1.40

    Geometria da Direco

    Possibilidades de se criarem vibraes no volante

    O valor da convergncia ou divergncia

    dinmica , evidentemente, inuenciado

    pelos valores da convergncia oudivergncia esttica, mas, para alm

    disso, sofre os efeitos da exibilidade da

    suspenso e direco.

    Fig. 1.93

    Por estas razes possvel um veculo apresentar convergncia esttica e desgaste caractersticos

    de divergncia dinmica, ou divergncia esttica e caractersticas de desgaste de convergncia

    dinmica.

    Quando um veculo apresenta desgastes ocasionados por convergncia dinmica, ter de se

    reduzir a convergncia esttica ou aumentar a divergncia. E, no caso de o veculo apresentar

    desgastes caractersticos de divergncia dinmica ter de se reduzir a divergncia esttica ou

    aumentar a convergncia.

    1.8 NGULO DE IMPULSO TRASEIRO

    O ngulo de impulso traseiro o ngulo formado pela linha de impulso direccional traseira e a

    linha central geomtrica do veculo.

    usado como base para determinar o alinhamento do eixo dianteiro e auxiliar o diagnstico.

    Se no for corrigido ou tomado em considerao, o ngulo de impulso pode provocar direco

    descentrada e excessivo desgaste dos pneus.

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    43/70

    Geometria de Direco 1.41

    Geometria da Direco

    Fig. 1.94 - ngulo de impulso traseiro

    Para que haja harmonia de andamento em qualquer veculo necessrio que todas as rodas

    descrevam no solo trajectrias paralelas sem resvalamento.

    Este resultado obtm-se se as rodas no directrizes forem paralelas ao plano longitudinal de

    simetria do veculo. Salvo excepo, esta condio implica a necessidade de que os dois eixos (real

    ou ctcio) sejam paralelos. Vericar esta condio o que se designa por vericar o alinhamento

    do eixo traseiro. Esta noo de controlo muito mais importante depois do aparecimento de

    automveis com suspenso traseira independente.

    Acontece frequentemente que, depois das anaes do trem dianteiro, subsistam anomalias na

    conduo e que, controlando o alinhamento das rodas de trs em relao s da frente, se constatam

    diferenas importantes em convergncia ou divergncia. Isto pode acontecer em consequncia de

    choques sofridos pela viatura. Quando o eixo traseiro no apresenta a possibilidade de regulao,

    pode-se sempre regular o eixo dianteiro por forma a anular os efeitos do ngulo de impulso traseiro

    desajustado.

    A gura seguinte mostra algumas das diferentes posies que podem tomar as rodas, umas em

    relao s outras, tornado a conduo mais difcil.

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco1.42

    Geometria da Direco

    Fig. 1.95 - Diferentes posies do eixo traseiro

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    45/70

    Geometria de Direco 2.1

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    2 - MEDIO E REGULAO DOS NGULOS

    CARACTERSTICOS

    Como se viu no captulo anterior, h diversos factores que alteram os valores dos ngulos da

    geometria da direco de um veculo. Por essa razo, necessrio que se utilize uma situao

    precisa, para se proceder vericao do estado de regulao dos referidos ngulos e a eventuais

    correces, se necessrio.

    2.1 - PREPARAO DO VECULO

    Antes de fazer qualquer vericao ou correco dos ngulos de geometria de direco:

    Verique se o veculo est equipado com rodas iguais e das

    dimenses correctas frente e atrs. As rodas utilizadas devem ser as

    recomendadas pelo fabricante do veculo.

    Verique a presso dos pneus frente e atrs e corrija-a se necessrio.

    As presses utilizadas devem ser as presses normais, indicadas pelofabricante do veculo.

    Verique o empeno das jantes das rodas da frente e de trs, e substitua-

    as se necessrio.

    Certique-se de qual o empeno mximo admitido pelo fabricante do veculo (por via de regra no

    deve exceder 3 mm). Para este efeito comece por levantar o veculo.

    Utilize um comparador montado sobre suporte. Aplique a ponta

    apalpadora do comparador sobre uma superfcie plana do bordo da

    jante, de modo que que sob presso e com um campo de leitura

    adequado. Rode a roda vagarosamente e verique quais os valores

    limite que so indicados no comparador. A diferena entre esses valores

    corresponde ao indicados no comparador. A diferena entre esses

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    46/70

    Geometria de Direco2.2

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Fig. 2.1

    Verique qual a folga existente nos rolamentos das rodas, frente e

    atrs, e corrija-a se necessrio (Fig. 2.2 e 2.3).

    Verique o estado geral da suspenso da frente e de trs. Veja o

    estado das molas, amortecedores, rtulas, braos de suspenso,

    apoios , etc. As peas da suspenso no devem apresentar quaisquer

    deformaes, e as articulaes no devem ter folga excessiva . As

    molas e amortecedores devem estar em bom estado.

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    47/70

    Geometria de Direco 2.3

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Verique as folgas existente no mecanismo de direco e corrija-as se

    necessrio. Estas folgas localizam-se fundamentalmente nas rtulas e

    na caixa de direco. Para este efeito, force as rodas para dentro epara fora como se mostra ao lado, a m de vericar se existem folgas

    anormais.

    A folga no volante de um modo geral, no deve exceder os 25 mm,

    medidos sobre a sua periferia (veja qual a tolerncia dada pelo fabricante

    do veculo). Este folga em certos tipos de mecanismos de direco,

    pode apresentar diferenas, consoante a posio em que as rodas se

    encontram (a direito ou a curvar).

    Verique se o sistema de travagem est a funcionar correctamente.

    O mau funcionamento do sistema de travagem, pode ocasionar

    irregularidades direccionais permanentes ou durante as travagens.

    Verique o estado de carga do veculo e corrija-o se necessrio. A

    carga do veculo deve ser a indicada para este efeito, no manual de

    especicaes do veculo. Se o estado da carga do veculo for diferente

    do recomendado, provavelmente os valores recomendados para os

    vrios ngulos da geometria da direco e do eixo traseiro, tambm

    sero diferentes dos especicados.

    Fig. 2.4 Verificao das folgas do

    mecanismo de direcoFig. 2.5 Folga do volante

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco2.4

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Verique a altura do veculo ou do chassis, em relao ao solo ou em

    relao ao eixo das rodas, ou atravs de outra medio preconizada

    pelo fabricante do veculo a m de se informar dos locais e dos valoresde medio que deve obter.

    Em certos casos, os fabricantes indicam apenas o estado de carga do veculo, partindo do princpio

    que, se o veculo estiver em bom estado de conservao, mediante esse estado de carga car

    altura correcta.

    Nota: Para alm do que anteriormente

    foi referido, h alguns fabricantes que

    estipulam que os seus veculos devem ser

    posicionados em alturas especicadas,

    para efeitos de vericao ou regulao da

    geometria da direco. Para este efeito, por

    vezes o veculo deve ser comprimido contra

    o elevador ou fossa, atravs de um esticador

    (Fig. 2.6).

    Para se proceder vericao do estado de alinhamento da geometria da direco, o veculo

    dever car numa posio absolutamente horizontal. As rodas da frente devero apoiar-se sobre

    pratos deslizantes e giratrios e as rodas de trs devero car ao mesmo nvel que as rodas da

    frente. Se houver necessidade de compensar a espessura dos pratos deslizantes colocados sob

    as rodas da frente, colocar calos da mesma espessura sob as rodas de trs.

    Quando o veculo tenha suspenso independente atrs e se pretenda fazer a medio da

    geometria do eixo traseiro, indispensvel colocar pratos deslizantes sob as rodas de trs. Antes

    de colocar o veculo em posio, bloquear os pratos deslizantes ou rotativos com o perno de

    bloqueamento.

    Fig. 2.6

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco 2.5

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Nota:A colocao dos pratos deslizantes nas rodas de trs, destina-se a permitir que as rodas

    tomem a sua posio normal de marcha quando se baixa o veculo, aps o levantamento para

    obteno do desempeno das rodas.

    2.2 - MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE MEDIO

    SOBRE AS RODAS

    Para montar os suportes do equipamento

    sobre as rodas deve seguir as instrues

    dadas no manual de utilizao do

    equipamento.

    Fig. 2.7 Montagem dos suportes sobre

    as rodas

    Muitas vezes as jantes das rodas tm pequenos empenos e, ao xarem-se os equipamentos,

    estes tambm no cam numa posio absolutamente paralela roda. Como bvio, estas

    irregularidades vo inuenciar os valores de medio a obter.

    Para anular o empeno das jantes, consulte o Manual de Procedimentos da mquina que vai

    utilizar. No caso das modernas mquinas de

    alinhamento electrnicas, o empeno

    compensado automaticamente.

    Depois de anular o empeno das jantes,

    desa o veculo e oscile-o para cima

    e para baixo, vrias vezes, de modo a

    adquirir a sua posio normal (Fig. 2.8).

    Fig. 2.8

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco2.6

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Com o veculo no cho pode, ento, efectuar a medio da geometria de direco.

    Em alguns equipamentos imprescindvel que o veculo que perfeitamente alinhado com a

    mquina de alinhar direces. H outros equipamentos em que esta exigncia no to severa.No entanto, sempre prefervel que que bem alinhado.

    2.3 - VERIFICAO E REGULAO DA CONVERGNCIA OU

    DIVERGNCIA

    O paralelismo das rodas verica-secom as rodas colocadas na posio de

    andamento a direito. A medio pode

    fazer-se directamente, medindo as

    distncias entre os bordos das jantes pelo

    lado da frente e pelo lado de trs, ao nvel

    do eixo da roda, mantendo o veculo numa

    superfcie plana .

    Medio da convergncia ou divergncia em milmetros ou polegadas

    Como ilustra a Fig. 2.10, num par de

    rodas colocadas na mesma posio, os

    valores de medio da convergncia ou

    divergncia sero diferentes, sempre que

    medidos sobre pontos correspondentes a

    dimetros diferentes.

    Embora fazendo medies em relao aos mesmos locais (bordos das jantes, por exemplo),

    tambm podem surgir diferenas sempre que se utilizarem rodas ou jantes com dimetros

    diferentes, dado que tambm, neste caso, os dimetros sobre os quais se faz a medio no so

    idnticos.

    Fig. 2.9 Verificao do paralelismo

    das rodas

    Fig. 2.10 (b - a) = (d - c) = (f - e )

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco 2.7

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Daqui se poder concluir quanto aos cuidados a ter na medio da convergncia ou divergncia

    das rodas, quer ela seja feita em milmetros ou polegadas. Ou seja, deve-se ter em conta os

    seguintes aspectos:

    Pontos de medio considerados -(Pontos diferentes ou dimetros

    Tamanhos das rodas ou jantes -(Tamanhos diferentes ou dimetros

    Equipamento utilizado para efectuar a medio. (apropriado e

    Medio da convergncia ou

    divergncia em valores

    angulares

    Quando a medio feita em unidades

    angulares (graus e seus submltiplos)

    efectua-se a medio do ngulo que

    a orientao das rodas faz com o eixolongitudinal do veculo. Para isso,

    geralmente, coloca-se uma das rodas

    em posio paralela ao eixo longitudinal

    do veculo e mede-se o ngulo que a

    outra roda faz com uma linha paralela a

    esse eixo. Esta medida designa-se por

    convergncia ou divergncia total.

    A medio da convergncia ou

    divergncia, em valores angulares, est

    isenta de algumas das possibilidades

    de erro que foram indicadas para a

    medio anterior e, portanto, sempre que

    possvel, deve-se aplicar este processo

    de medio. Por exemplo, o valor do

    ngulo independente do dimetro da

    roda sobre a qual se faz a medio.

    Fig. 2.11

    Fig. 2.12 - a=b=

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco2.8

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Nota: conveniente possuir os valores de convergncia e divergncia especifcados pelo

    fabricante, para se ter uma base de comparao.

    Os valores de convergncia ou divergncia, dados nos manuais, so directamente utilizveis se

    efectuarmos as medies pelo mesmo processo que foi utilizado para a determinao desses

    valores. Quando o nosso processo de medio for diferente poder haver necessidade de fazer

    a converso desses valores, o que nem sempre fcil pois implica um perfeito conhecimento

    das caractersticas tcnicas de ambos os processos e conhecimentos sucientes para poder

    estabelecer a correspondncia entre eles. Nas modernas mquinas electrnicas de medio, os

    valores do fabricante esto disponveis numa base de dados, podendo ser feita a comparao

    com os valores medidos de imediato.

    Regulao da convergncia ou divergncia

    A regulao da convergncia ou

    divergncia faz-se atravs da alterao

    dos comprimentos das barras de

    direco utilizando sistemas de

    regulao nelas incorporados .

    Os sistemas de regulao do comprimento das barras, geralmente so frenados atravs de contra-

    porcas ou atravs de braadeiras de xao.

    Fig. 2.14 Sistemas de frenagem do sistema de regulao

    Fig. 2.13 - Pontos de regulao da

    convergncia

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco 2.9

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Para efectuar a sua regulao comece

    por aliviar o sistema de frenagem (contra-

    porcas ou braadeiras) utilizando paraisso as ferramentas adequadas (Fig.

    2.15).

    Fig. 2.15

    Ao fazer a regulao da convergncia ou divergncia actue de modo a no produzir a descentragem

    do volante. Para isso, necessrio proceder regulao dos comprimentos das barras de ambosos lados. O volante deve manter-se centrado e as barras devem ser reguladas de modo a que

    cada roda adquira a semi-convergncia ou semi-divergncia correcta.

    Fig. 2.16 Regulao da convergncia ou divergncia com o volante centrado

    Nota:O sistema de direco o sistema que permite orientar o veculo durante o andamento.

    Qualquer falha ou impreciso deste pode ter consequncias fatais. Antes de entregar um veculo,

    assegure-se que todos os rgos esto devidamente regulados, xados e/ou frenados (Fig.

    2.17).

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco2.10

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Fig. 2.17

    Do-se de seguida algumas indicaes sobre

    os pontos onde se efectua a regulao da

    convergncia ou divergncia em alguns dos

    mecanismos de direco mais usuais.

    a) Regule os comprimentos das barras 1

    e 2 simultaneamente (Fig. 2.18).

    b) Regule os comprimentos das barras 2

    simultaneamente (Fig. 2.19).

    Fig. 2.18 - Sistema movido por pendural

    Fig. 2.19 Sistemas movidos por cremalheira

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco 2.11

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    c) Regule os comprimentos das

    barras 1 simultaneamente (Fig.

    2.20).

    Como foi dito anteriormente, os vrios ngulos da geometria da direco tm interferncia nos

    valores de convergncia ou divergncia das rodas. Mas, inversamente, os valores exagerados de

    convergncia ou divergncia tambm podem inuenciar outros ngulos. Por isso:

    Ao iniciar a medio ou regulao da geometria de direco,

    comece sempre por medir e, eventualmente regular, a

    convergncia ou divergncia.

    Sempre que efectue alteraes na inclinao lateral do eixo de

    direco, nos ngulos de sop ou avano, ou na centragem do

    volante, ter de rever os valores da convergncia ou divergncia

    e regul-los de novo, se necessrio.

    2.4 - VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE SOP

    Caso, num dado veculo, o ngulo de sop seja regulvel e no se encontre dentro das tolerncias

    admitidas pelo fabricante, ou haja necessidade de atravs dele corrigir quaisquer tendncias

    direccionais ou desgastes anormais de pneus, ento dever proceder-se sua correco.

    Fig. 2.20 Sistema com articulao

    auxiliar

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco2.12

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Antes de iniciar qualquer trabalho de correco do ngulo de sop, consulte o manual do veculo,

    a m de identicar o processo de regulao previsto para o efeito.

    Em muitos veculos modernos no est previsto qualquer processo de regulao do ngulo desop. Admite-se, nestes casos, que qualquer desregulao que surja, seja devida a empenos nos

    braos da suspenso ou no quadro monobloco do veculo. Neste caso dever vericar-se qual ou

    quais so as partes danicadas e desempen-las ou substitu-las, conforme for o caso.

    Nos casos em que o ngulo de sop e ngulo combinado tenham valores incorrectos, a decincia

    s poder ser corrigida substituindo ou desempenando a manga do eixo, dado que tais incorreces

    so indcio de que ela est deformada.

    Medio do ngulo de sop

    O ngulo de sop fornece-nos o valor da inclinao da roda, para dentro ou para fora, sempre que

    as rodas esto na posio de andamento a direito. A medio do ngulo de sop faz-se, medindo

    a inclinao da roda em relao posio vertical.

    Fig. 2.21 ngulo de sop

    A medio do ngulo de sop pode ser feita utilizando vrios tipos de equipamento. Para efectuar

    uma medio rigorosa, devem-se ler atentamente as instrues de utilizao do equipamento e

    consultar os dados do fabricante para os comparar com os valores medidos.

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

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    Geometria de Direco 2.13

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Regulao do ngulo de sop

    Na maioria dos casos, a regulao

    do ngulo de sop faz-se atravs da

    alterao da inclinao lateral do eixo de

    direco.

    Fig. 2.22 / Regulao do sop

    De entre as vrias possibilidades de alterar o ngulo de sop, podemos citar as seguintes:

    1 - Suspenso tipo Mcpherson

    Alterao do ponto de apoio superior da perna de suspenso:

    Por rotao do apoio, quando o ponto de xao do amortecedor est descentrado (Fig. 2.23).

    Fig. 2.23

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    58/70

    Geometria de Direco2.14

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Nota: Neste processo, ao alterar-se o valor do ngulo de sop poder tambm ser introduzida

    uma alterao no ngulo de avano.

    Por deslocao lateral do apoio, quando os furos do alojamento dos pernos de xao so

    rasgados (Fig. 2.24).

    Fig. 2.24

    Alterao da posio do tringulo ou brao inferior da

    suspenso:

    Por casquilhos ou veio excntrico (Fig. 2.25).

    Por aplicao de anilhas entre o brao e os

    pontos de xao do brao

    ao quadro ou monobloco

    (Fig. 2.26).

    Fig. 2.26

    Fig. 2.25

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    59/70

    Geometria de Direco 2.15

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Nota: No caso do brao inferior da suspenso ser um tringulo, a regulao deve fazer-se

    por igual de ambos os lados da base, a m de no alterar o valor do ngulo de avano.

    Por anel ou perno excntrico na xao

    do brao inferior manga de eixo (Fig.

    2.27).

    Nota: Neste processo, ao alterar-se o valor

    do ngulo de sop poder tambm ser

    introduzida uma alterao no ngulo de

    avano. Caso se pretendam evitar essasalteraes, o eixo maior do excntrico

    deve car a fazer um ngulo igual ao que

    fazia com o eixo transversal do veculo,

    embora dirigido em sentido oposto.

    Por parafuso excntrico que altera a posio angular na manga do eixo, em relao perna da

    suspenso, ao fazer-se a xao de uma pea outra (Fig. 2.28).

    2 - Suspenso com duplo tringulo

    Por alterao dos pontos de xao dos tringulos, ao chassis ou monobloco, atravs de anilhas,

    casquilhos excntricos, ou veios excntricos (Fig. 2.29).

    Fig. 2.28 Fig. 2.29

    Fig. 2.27

  • 7/22/2019 Geometria de Direo

    60/70

    Geometria de Direco2.16

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Nota: No caso da posio dos tringulos ser regulada por anilhas, eles devero ser regulados de

    modo igual em ambos os lados a m de no introduzir alteraes no ngulo de avano.

    Por anis ou pernos excntricos na ligao dos tringulos manga de eixo (Fig. 2.30).

    Fig. 2.30

    Nota: Neste sistema, ao alterar-se o ngulo de sop, poder tambm ser introduzida uma alterao

    no ngulo de avano. Caso se pretenda evitar essas alteraes, o eixo maior do excntrico

    deve car a fazer um ngulo igual ao que fazia com o eixo transversal do veculo, embora

    dirigido em sentido oposto.

    3 - Eixo rgido

    No caso dos eixos rgidos, a regulao do ngulo de sop faz-se atravs do vergamento da viga

    que constitui o eixo (Fig. 2.31).

    Fig. 2.31

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    Geometria de Direco 2.17

    Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos

    Depois de efectuada a regulao do ngulo de sop certique-se de que todas as peas de

    suspenso caram devidamente apertadas e frenadas, quando isso esteja previsto.

    2.5 VERIFICAO E REGULAO DO NGULO INCLINAO

    DO CAVILHO DA MANGA-DE-EIXO

    Na grande maioria dos automveis, o ngulo de inclinao do cavilho da manga-de-eixo no

    tm regulao. No entanto, a vericao deste assume uma importncia elevada, uma vez que

    permite tirar concluses quanto ao estado dos componentes da direco e da prpria estrutura

    da carroaria.

    2.6 VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE AVANO

    Tal como nos restantes ngulos, a vericao do avano da roda importante para concluir

    quanto ao estado da direco e da prpria carroaria.

    Nalguns veculos possvel regular o

    ngulo de avano. Para tal, dispem

    geralmente de um brao longitudinal

    regulvel que liga a manga-de-eixo

    ao chassis (Fig. 2.32).

    Fig. 2.32

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    Geometria de Direco 3.1

    Subviragem e Sobreviragem

    3 - SUBVIRAGEM E SOBREVIRAGEM

    Dependendo de vrios factores de construo, o veculo pode apresentar comportamentos

    distintos com trajectrias curvas.

    De entre outros, alguns factores que inuenciam o comportamento do veculo so:

    Tipo de chassis

    Tipo de suspenso

    Geometria da direco

    Pneus

    Tipo de traco (Frente/ Trs)

    Localizao do centro de gravidade

    Velocidade do veculo

    Atrito do pavimento

    SUBVIRAGEM

    Quando o veculo entra em curva, a fora

    centrfuga tende a desloc-lo lateralmente.

    No caso de as rodas da frente apresentarem

    um ngulo de deriva em relao trajectria

    maior que as rodas traseiras, o veculo tendea alargar a trajectria, saindo de frente. A este

    fenmeno d-se o nome de subviragem.

    Fig. 3.1 - Subviragem

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    Geometria de Direco3.2

    Subviragem e Sobreviragem

    Os automveis com traco anterior e com o centro de gravidade localizado frente do

    centro geomtrico do veculo (caso de motor frente) apresentam, geralmente, tendncias

    subviradoras.

    SOBREVIRAGEM

    A sobreviragem acontece quando o

    ngulo de deriva das rodas traseiras

    superior ao das rodas dianteiras. Neste

    caso o veculo tende a apontar a frente

    para o centro da curva, apertando atrajectria e soltando a traseira.

    Geralmente, os veculos com traco

    traseira e/ou com centro de gravidade na

    zona posterior apresentam tendncias

    sobreviradoras.

    Fig. 3.2 - Sobreviragem

    Os automveis so normalmente projectados por forma a apresentarem uma ligeira tendncia

    subviradora.

    Isto acontece pois, para o condutor mdio, mais fcil controlar esta situao, bastando geralmente

    aliviar o acelerador. Alm disso, a construo tpica de traco frente leva a essa tendncia.

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    Geometria de Direco 4.1

    Raio de Viragem

    4 - RAIO DE VIRAGEM

    1. Raio de viragem de passeio apasseio

    2. Raio de viragem de parede aparede

    3. Centro de rotao do veculo

    Para alm de garantia e uma elevada segurana e estabilidade, o sistema de direco deve

    oferecer uma grande maneabilidade.

    Com este propsito, o sistema de direco deve permitir raios de viragem de parede a parede e de

    passeio a passeio o mais pequenos possvel, aumentando o conforto de conduo e a facilidade

    de execuo de manobras.

    Os factores que mais inuenciam o raio de viragem so a construo da manga de eixo e a

    dimenso da cava da roda. Esta ltima deve permitir que os pneus rodem livremente em curva,

    sem ser demasiado grande.

    Fig. 4.1

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    Geometria de Direco 5.1

    Orientao das Rodas Traseiras

    5 - ORIENTAO DAS RODAS TRASEIRAS

    5.1 - SISTEMAS DE EIXO AUTODIRECCIONAL

    Este sistema consiste em orientar as rodas traseiras em curva de modo a garantir uma maior

    estabilidade do automvel.

    Os sistemas mais comuns permitem um pequeno ngulo de viragem das rodas traseiras,

    orientando-as em fase com as rodas da frente (na mesma direco). Geralmente, para tal, recorre-se ao uso de um sistema de suspenso traseira de eixo semi-rgido ou de barra de toro.

    O eixo xo ao chassis por quatro suportes elsticos, estando os dois mais adiantados dispostos

    a 45. Este suportes so construdos em borracha com interposio de lminas metlicas,

    conseguindo-se assim uma deformao diferente consoante o sentido da fora a elas aplicada.

    Assim, ao executar uma curva, a roda exterior, que se encontra sobre maior esforo vertical

    e lateral, transmite estes esforos ao eixo. Os suportes elsticos que ligam o eixo ao chassis

    cedem pelo seu lado mais exvel permitindo que este se oriente na mesma direco das rodas

    da frente, rodando em torno de um centro de rotao ctcio, que se encontra um pouco atrs dos

    suportes.

    Fig. 5.1 - Efeito autodireccional

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    Geometria de Direco5.2

    Orientao das Rodas Traseiras

    O eixo traseiro volta sua posio normal quando cessar a fora lateral que provoca a deformao

    dos suportes.

    O ngulo de viragem do eixo muito pequeno no ultrapassando, geralmente, 1,3 a 1,4 graus.

    A marca pioneira neste tipo de sistemas foi a Volkswagen, com o seu modelo Passat, embora j

    outras marcas, como a Citron, Peugeot ou a Rover, o usem tambm.

    Fig. 5.2 - Eixo autodireccional Volkswagem

    Outro construtor japons, a Mazda, utiliza no RX7 um sistema de suspenso de rodas independentes

    que permite a orientao das rodas traseiras em fase e em contrafase em relao s rodas

    dianteiras (mesma direco e direco contrria). Assim, se a acelerao lateral for inferior a 0,4

    g, as rodas traseiras so orientadas em sentido contrrio s rodas da frente, facilitando a insero

    em curva. Quando a acelerao lateral ultrapassa 0,5 g, em plena curva, as rodas traseiras so

    orientadas na mesma direco que as da frente, melhorando a estabilidade do veculo.

    Este efeito conseguido com o uso de casquilhos com propriedades elsticas especiais.

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    Geometria de Direco 5.3

    Orientao das Rodas Traseiras

    Fig. 5.3 - Sistema autodireccional Mazda RX7

    Estes sistemas podem ser denominados como sistemas passivos, uma vez que actuam em funo

    das foras geradas pelo atrito entre os pneus e o piso. Se este atrito no for sucientemente

    elevado, o eixo traseiro no sofre qualquer orientao.

    5.2 - SISTEMAS DE 4 RODAS DIRECCIONAIS

    A grande diferena entre um sistema de 4 rodas direccionais e qualquer dos citados anteriormente que orienta as rodas traseiras sem depender das foras exteriores ao veculo.

    As rodas traseiras so orientadas por aco do volante, tal como as dianteiras , necessitando de

    mecanismos de direco auxiliares.

    Como vantagens podemos denir:

    Menor raio de viragem

    Maior facilidade de conduo

    Maior estabilidade em curva a alta velocidade

    Estes sistemas permitem a orientao das rodas traseiras em direco oposta s da frente

    (permitindo menor raio de viragem e maior facilidade de insero em curva) e na mesma direco

    destes (aumentado a estabilidade em curva).

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    Geometria de Direco5.4

    Orientao das Rodas Traseiras

    A direco da orientao das rodas traseiras depende, genericamente, da velocidade do veculo

    e/ou do ngulo de viragem das rodas dianteiras, temos ento que, as rodas traseiras s se

    orientam na direco contrria s da frente se a velocidade for superior a 30-40 Km/h, ou se as

    rodas da frente apresentarem um ngulo de viragem superior a cerca de 20. Caso contrrio, asrodas traseiras orientam-se em fase. Isto permite uma boa maneabilidade a baixa velocidade e

    em curvas apertadas, garantindo a estabilidade a altas velocidades.

    A Honda e a Nissan so as marcas que dominam este tipo de sistemas.

    O desenvolvimento da electrnica veio permitir o aperfeioamento destes sistemas, sendo possvel

    fazer a orientao das rodas traseiras em funo da velocidade do veculo, da rapidez com que se

    gira o volante e o seu ngulo de viragem. Existem sistemas que permitem correces de desvios

    causados por ventos laterais, inclinaes da estrada e outras foras transmitidas ao veculo.

    Fig. 5.4 Actuao do sistema 4WS

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    Geometria de Direco 6.1

    Infuncia da Suspenso na Direco

    6 - INFLUNCIA DA SUSPENSO NA DIRECO

    Todas as rodas de um veculo so xadas nas extremidades dos eixos ou nas extremidades das

    alavancas de suspenso. As irregularidade do solo provocam oscilaes verticais de cada roda,

    de um e de outro lado de uma posio mdia que depende de carga momentnea do veculo.

    Estes movimentos verticais causam, frente e atrs, uma deformao mais ou menos acentuada

    da posio geomtrica das rodas. Contudo, estas deformaes dependem tambm dos sistemas

    de suspenso; os tipos de rodas independentes oferecem maiores variaes que os de eixo

    rgido.

    Em princpio, devem-se ter em conta as seguintes reaces em rodas independentes:

    Por tringulos duplos iguais: variao da via, mas

    ngulo de sop da roda constante

    Por tringulos duplos desiguais: variao do ngulo de

    sop da roda, mas via constante;

    Tipo Mcpherson: variao da via e do ngulo de sop,

    podendo este tornar-se negativo sob fortes cargas;

    Por braos longitudinais: via e ngulo de sop da roda

    constantes.

    As rodas solidrias a um eixo rgido sofrem poucas variaes. Contudo, se o eixo for ligado ao

    chassis por molas de lminas ou por braos longitudinais, o ngulo de inclinao do cavilho da

    manga de eixo aumentar com a carga. Por outro lado, cada elevao de uma das rodas de um

    eixo causar tambm uma modicao do sop das duas rodas e um deslocamento longitudinal

    do eixo.

    Este deslocamento longitudinal deve-se ao facto de as molas de lminas ou as barras serem

    articuladas num ponto do chassis.

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    Infuncia da Suspenso na Direco

    Nos seus deslocamentos verticais, o eixo descreve uma curva centrada na articulao do ponto

    xo. Este fenmeno especialmente sensvel nas curvas, quando o veculo se inclina para fora.

    A mola correspondente desce e faz recuar a extremidade do eixo, enquanto que a mola interna

    se curva, fazendo o eixo avanar. Consequentemente, este ltimo toma uma posio oblqua emrelao posio normal. Ora, como se manifesta no eixo traseiro, esta obliquidade tende a dirigir

    as rodas para fora da curva, reforando o fenmeno de sobreviragem.

    Em curva, a obliquidade do eixo traseiro exerce uma inuncia nos ngulos de viragem das

    rodas directrizes. Sabe-se, com efeito, que o centro da curva descrito pelo veculo sempre

    colocado na projeco do eixo traseiro e que os ngulos de viragem das rodas dianteiras so

    condicionados pela projeco deste centro. Como a obliquidade do eixo traseiro faz deslocar o

    centro terico da curva, preciso que os ngulos de viragem das rodas directrizes correspondama essa situao real do centro da curva descrita. Os que so indicados pelos fabricantes tm em

    conta as modicaes devidas aos rgos de suspenso do veculo em questo. Por isto que se

    verica frequentemente uma ligeira diferena entre os ngulos de viragem tericos e os ngulos

    impostos por testes prticos do veculo.

    Actualmente existe a tendncia de montar nos veculos, tanto no eixo traseiro como dianteiro,

    suspenses independentes do tipo multilink. Este sistema consiste em fazer a ligao da roda

    ao chassis por meio de vrios tirantes. Com este sistema pretende-se que a direco mantenha

    as suas caractersticas geomtricas constantes durante o andamento do veculo. Alm disso,

    no eixo traseiro, a forma como so ligados os tirantes (geralmente por apoios de borracha

    com caractersticas elsticas especiais) permite o auto direccionamento das rodas em curvas

    acentuadas.