geometria de direção
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7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco
ndice
NDICE
0 - INTRODUO ............................................................................................................0.1
1 - GEOMETRIA DE DIRECO .....................................................................................1.1
1.2 - DISTNCIA ENTRE EIXOS E VIA .....................................................................................1.3
1.3 - NGULO DE INCLINAO DO EIXO DE DIRECO E RAIO DE ARRASTAMENTO ...1.4
1.4- NGULO DE AVANO OU CASTER ...............................................................................1.14
1.5- NGULO DE SOP OU CAMBER ...................................................................................1.23
1.6 - NGULO COMBINADO OU INCLUSO ...........................................................................1.30
1.7 - CONVERGNCIA E DIVERGNCIA...............................................................................1.31
1.8 - NGULO DE IMPULSO TRASEIRO ...............................................................................1.40
2 - MEDIO E REGULAO DOS NGULOS CARACTERSTICOS .........................2.12.1 - PREPARAO DO VECULO ...........................................................................................2.1
2.2 - MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE MEDIO SOBRE AS RODAS .......................2.5
2.3 - VERIFICAO E REGULAO DA CONVERGNCIA E DIVERGNCIA.......................2.6
2.4 - VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE SOP ..............................................2.11
2.5 - VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE INCLINAO DO CAVILHO DA
MANGA-DE-EIXO ....................................................................................................................2.17
2.6 - VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE AVANO..........................................2.173 - SOBVIRAGEM E SOBREVIRAGEM ..........................................................................3.1
4 - RAIO DE VIRAGEM ....................................................................................................4.1
5 - ORIENTAO DAS RODAS TRASEIRAS ................................................................5.1
5.1 - SISTEMAS DE EIXO AUTODIRECCIONAL ......................................................................5.1
5.1 - SISTEMAS DE QUATRO RODAS DIRECCIONAIS ..........................................................5.3
6 - INFLUNCIA DA SUSPENSO NA DIRECO .......................................................6.1
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Geometria de Direco
Introduo
0.1
0 - INTRODUO
A geometria do sistema de direco do automvel inuencia em grande medida o seu comportamento
e a sua segurana.
Pretende-se com este mdulo, dedicado medio e regulao da geometria da direco, chamar a
ateno dos futuros tcnicos de reparao automvel para os cuidados e procedimentos fundamentais
que se devem tomar aquando do alinhamento da direco.
Alm desses cuidados, descrevem-se as inuncias dos ngulos caractersticos da direco e de
outras caractersticas do automvel, tais como o tipo de suspenso ou de traco, no comportamento
do veculo.
O estudo deste mdulo no dispensa a consulta dos manuais tcnicos especcos de cada veculo ou
os manuais de utilizao das mquinas de alinhamento de direco.
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Geometria de Direco
Geometria da Direco
1.1
1 - GEOMETRIA DA DIRECO
Neste primeiro captulo vamos tratar dos ngulos e medidas caractersticos da geometriada direco e as suas inuncias no comportamento da viatura.
1.1 - PRINCPIO DE ACKERMAN - DIAGRAMA DE JEANTAUD
Existe a necessidade de eliminar, ou reduzir ao mnimo, o deslizamento das rodas sobre
o piso, que se produz quando a trajectria seguida por estas no coincide com a que
imposta pelo sistema de direco.
Para garantir esta condio, necessrio que as quatro rodas do veculo se orientem em
curva de forma a descreverem circunferncias de raios com o mesmo centro.
a. ngulo de viragem da
roda interna
b. ngulo de viragem da
roda externa
c. Crculos descritos por
cada roda
d. Centro de curva
Fig. 1.1 - Princpio de Ackerman
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Geometria de Direco1.2
Geometria da Direco
Em curva, a roda directriz exterior tem de percorrer uma trajectria mais larga. Por conseguinte,
o seu ngulo de abertura deve ser superior.
Para que ambas as rodas directrizes sigam a trajectria desejada, as quatro rodas devem teruma orientao tal que os seus raios coincidam num s ponto, chamado centro instantneo de
rotao, situado no prolongamento do eixo das rodas traseiras.
A diferena do ngulo de viragem, ou divergncia em curva, entre as duas rodas directrizes
obtm-se graas disposio das alavancas de direco situadas nas mangas-de-eixo.
Para determinar a geometria do trapzio
de direco que permita ngulos deviragem diferentes pode utilizar-se um
clculo grco denominado por diagrama
de Jeantaud.
Este mtodo permite determinar a
inclinao das alavancas situadas nas
mangas-de-eixo.
d)d) Rectas passando pelos eixos de pinos, pelos
eixos da barra de ligao e pelo centro do
eixo traseiro. Quando a barra de ligao
estiver frente do eixo, ser maior que este.
V) Via das rodas dianteiras
E) Distncia entre eixos
Fig. 1.2 Diagrama de Jeantaud
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Geometria de Direco 1.3
Geometria da Direco
a) Caixa de direcob) Alavanca de comando -
pendural
c) Articulao auxiliard) Barra de ligaoe) ngulos do diagrama de
Jeantaud
Para se garantir um ngulo diferente deviragem nas rodas directrizes usa-se um
sistema de direco com manga de eixo.
As mangas de eixo so articuladas em
torno do eixo das rodas para permitirem
os movimentos de viragem e de
oscilao da suspenso.
1.2 - DISTNCIA ENTRE EIXOS E VIA
Por distncia entre eixos entende-se a distncia entre os centros das rodas da frente e de trs.
1. Manga de eixo
2. Cavilho
Fig. 1.3
Fig. 1.4
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Geometria de Direco1.4
Geometria da Direco
A via, ou distncia entre rodas,
medida entre as rodas do mesmo eixo(direita e esquerda), sendo os pontos
de referncia os dois centros dos pneus
nas suas superfcies de apoio.
Regra geral, quanto maior for a
distncia entre eixos e a via das rodas,
maior ser a estabilidade do veculo,
especialmente em curva.
E. Distncia entre eixos
V. Via das rodas
Fig. 1.5
1.3 - NGULO DE INCLINAO DO EIXO DE DIRECO E RAIODE ARRASTAMENTO
D-se o nome de eixo de direco, ao eixo
que permite modicar a orientao das
rodas da frente de um veculo, de modo a
possibilitar a sua conduo.
Fig. 1.6
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Geometria de Direco 1.5
Geometria da Direco
Em certos veculos, o eixo de direco
encontra-se localizado no plano centralda roda. Mas normalmente no possvel
colocar o eixo de direco nesse local,
visto que, a, necessrio alojar os rgos
de travagem. Por isso o eixo de direco
coloca-se ao lado da roda.
Inclinao lateral do eixo de direco
King Pin
D-se o nome de inclinao lateral do eixo
de direco, ao ngulo formado pelo eixo
de direco (eixo de viragem da roda) com
um plano vertical-longitudinal ao veculo.
(Inclinao do eixo de direco para dentro
visto de frente ou de trs).
A inclinao lateral do eixo de direco
dada em graus e seus submltiplos.
Raio de arrastamento
A distncia existente, ao nvel do solo, entre
dois planos longitudinais que contenham,
respectivamente, o prolongamento do eixo
de direco e o centro de atrito da roda
sobre o solo, d-se o nome de raio de
arrastamento da roda.
Fig. 1.7 Eixo de direco
centrado com a roda
Fig. 1.8 ngulo de inclinao
lateral do eixo de direco
Fig. 1.9 Raio de arrastamento
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Geometria de Direco1.6
Geometria da Direco
O centro de atrito o ponto central da
superfcie de contacto entre o pneu e osolo, onde se pode considerar que est
concentrado todo o esforo de atrito
entre o pneu e o pavimento.
Fig. 1.10 Centro de atrito
desejvel que os raios de arrastamento sejam pequenos. Os raios de arrastamento grandes
dicultam a viragem das rodas, principalmente com o veculo parado, e transmitem ao volante
muitas das trepidaes resultantes dos choques das rodas com o pavimento, provocando umdesgaste anormal nos pneus e podendo mesmo, em certos casos, fazer saltar o volante das mos
do condutor.
Como se pode ver na Fig. 1.11, a
inclinao lateral do eixo de direco
permite que as ligaes da manga
de eixo sejam feitas ao lado da roda
e, ao mesmo tempo, torna possvel
a obteno de raios de arrastamento
pequenos.
Fig. 1.1
O raio de arrastamento da roda, designa-se
por raio de arrastamento positivo, quando
se localiza da parte de dentro do plano
central da moda (Fig. 1.12).
Fig.1.12
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Geometria de Direco 1.7
Geometria da Direco
O raio de arrastamento da roda,
designa-se por raio de arrastamentonegativo, quando se localiza da parte
de fora do plano central da roda (Fig.
1.13).
Quando o prolongamento do eixo de
direco passa pelo centro de atrito da
roda, diz-se que a roda tem um raio de
arrastamento nulo (Fig. 1.14).
Momento de arrastamento
D-se o nome de momento de
arrastamento ao produto da resultante
das foras de atrito entre a roda e o solo,
pelo raio de arrastamento da roda.
Ma = Fa x Ra
(Ma) Momento de Arrastamento
(Fa) Fora de Atrito
(Ra) Raio de Arrastamento
Fig.1.13
Fig.1.14
Fig. 1.15 - Vista da superfcie de apoio do
pneu com localizao do centro de
atrito e raio de arrastamento
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Geometria de Direco1.8
Geometria da Direco
O momento de arrastamento origina sobre a roda tendncias para virar para fora (divergir) ou virar
para dentro (convergir), conforme as circunstncias que se apresentem.
Num veculo com traco s rodas traseiras:
a) Quando o raio de arrastamento positivo, as rodas tm tendncia para virarem para fora, ou
seja, divergirem
b) Quando o raio de arrastamento negativo, as rodas tm tendncia para virarem para dentro,
ou seja, para convergirem.
Fig. 1.16
Se considerarmos um veculo com traco frente, teremos a situao inversa:
a) Quando o raio de arrastamento positivo, as rodas tm tendncia para virarem para dentro
ou convergirem.
b) Quando o raio de arrastamento negativo, as rodas tm tendncia para virarem para fora ou
divergirem
Fig. 1.17
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Geometria de Direco 1.9
Geometria da Direco
As rodas da frente de um veculo
esto ligadas entre si pela barra
de direco e isso leva a que elas
se comportem como um conjunto.Assim, se ambas as rodas estiverem
sujeitas a raios de arrastamento e
a foras de atrito iguais, ou seja, a
momentos de arrastamento iguais,
as tendncias para viragem para
dentro (convergirem) ou para fora
(divergirem), anulam-se mutuamente.
Daqui resultar que o veculo no
apresenta tendncia para se desviarde uma trajectria rectilnea (Fig.
1.18).
No entanto, logo que as rodas da frente tenham raios de arrastamento diferentes, ou estejam
sujeitas a foras de atrito diferentes, a roda que apresentar um maior momento de arrastamento
impe a sua aco sobre a roda do lado oposto.
Se num veculo com traco s rodas
traseiras, ambas as rodas da frente
apresentarem raios de arrastamento
positivos e a roda da esquerda apresentar
um momento de arrastamento superior
ao da roda direita, a roda esquerda ter
tendncia para divergir mais que a roda
direita, vencendo esta, o que dar tendncia
ao veculo para se desviar para a esquerda
(Fig. 1.19).
Fig. 1.18
Fig. 1.19
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Geometria de Direco1.10
Geometria da Direco
FACTORES QUE ALTERAM O RAIO DE ARRASTAMENTO
Alterao da inclinao lateral do eixo
de direco
A alterao da inclinao lateral do
eixo de direco pode ser devida a
regulaes incorrectas, deformaes
do quadro ou monobloco do veculo,
deformaes dos braos de suspenso
no caso de suspenses independentes,desgastes excessivos nas articulaes
da suspenso ou da manga de eixo, etc.
Alterao do dimetro da roda
A alterao do dimetro da roda pode ser
devida ao uso de rodas de caractersticas
diferentes das normais ou estados de
enchimento dos pneus diferentes.
Nota:
Os despistes, devidos ao rebentamento de um pneu da frente, em grande parte, resultam da perda
de domnio do volante pelo condutor, por causa do aumento excessivo e brusco do momento de
arrastamento da roda rebentada.
Fig. 1.20 Alterao da inclinao do eixo
de direco
Fig. 1.21 Influncia da alterao do
dimetro da roda no raiode arrastamento
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Geometria de Direco 1.11
Geometria da Direco
Colocao de espaadores entre os cubos e as rodas ou alterao na concavidade das
jantes
Qualquer destes factores altera o
valor do raio de arrastamento. Por
exemplo, pequenas diferenas entre as
concavidades das jantes usadas nas
rodas da frente, podem ser sucientes
para originarem tendncias para o
veculo se desviar para um dos lados.
Nota:
Muitas vezes usam-se espaadores ou jantes com maior concavidade, para alargar a via do veculo.
Esta prtica desaconselhvel devido ao aumento dos riscos de acidentes que tal transformao
pode ocasionar. Esta prtica ainda muitas vezes agravada pelo facto de se usarem rodas com
menores dimetros.
Pneus deformados
Os pneus j usados por vezes apresentam
o rasto ligeiramente cnico, devido ao
excessivo desgaste sofrido de um dos
lados, e em certos casos apresentam
mesmo uma certa deformao da sua
estrutura (carcassa).
Fig. 1.22 Aumento do raio de arrastamentodevido colocao deespaadores
Fig. 1.23 - Pneu deformado
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Geometria de Direco1.12
Geometria da Direco
Nesse caso o apoio do pneu sobre o pavimento no se faz regularmente e isso altera ligeiramente
a posio do centro de atrito, resultando da a alterao do raio de arrastamento. Quando se
procede troca de rodas cujos pneus estejam nesse estado, frequente surgirem no veculo
tendncias para se desviar de uma trajectria rectilnea. Este tipo de situao mais frequentecom pneus radiais.
Pneus com o rasto descentrado
Por vezes, devido a decincias de
fabrico ou recauchutagem, aparecem
pneus em que o rasto est ligeiramentedescentrado da carcaa. Esta situao
tambm conduz a alteraes do centro
de atrito e da, alteraes nos raios
de arrastamento e tendncias para o
veculo se desviar para um dos lados.
O momento de arrastamento ainda inuenciado por factores que alterem o atrito entre o pneu e
o pavimento, tais como:
Alterao da presso de enchimento de pneus
Variao do estado de desgaste dos pneus
Variao do estado do pavimento
Variao da distribuio da carga sobre as rodas
Fig. 1.24 Pneu com rasto descentrado
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Geometria de Direco 1.13
Geometria da Direco
De um modo geral, os factores que alteram o raio de arrastamento, so mais estveis que os
factores que alteram as foras de atrito sobre a roda. Por isso, quando se trate de efectuar
regulaes, normalmente incide-se sobre os primeiros.
Aco estabilizadora da inclinao lateral do eixo de direco
Mas, a inclinao lateral do eixo de direco d direco do veculo uma outra caracterstica
bastante benca. Se considerarmos o eixo de direco xo e virarmos as rodas para a esquerda
ou para a direita, vericaremos que as rodas se inclinam para fora e ao mesmo tempo descem.
Devido a que as rodas, ao virarem para a esquerda ou para a direita tm tendncia para descer e,dado que na realidade no o podem fazer porque o pavimento as impede, ento obrigam o veculo
a subir ligeiramente.
Ora, como o veculo tem tendncia
natural, devido ao seu peso, para se
manter na posio mais baixa possvel,
em relao ao pavimento, ento ele
cria sobre as rodas uma tendncia
para estas ocuparem uma posio
correspondente ao andamento a direito.
em parte devido a este efeito que,
depois de uma curva, ao largar-se o
volante, ele tende a voltar posio de
andamento a direito.
Dado que o raio de arrastamento inuencia
o valor desta aco estabilizadora da
direco, os fabricantes, de um modo
geral, optam pela utilizao de raios de
arrastamento pequenos que permitam
uma boa estabilizao da direco sem
causarem vibraes no volante (Fig.
1.26).
Fig. 1.25 Efeito estabilizador da inclinao
do eixo de direco
Fig. 1.26
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Geometria de Direco1.14
Geometria da Direco
1.4 - NGULO DE AVANO OU CASTER
D-se o nome de ngulo de avano
inclinao do eixo de direco para o
lado de trs ou da frente do veculo. O
valor do ngulo de avano dado em
graus e seus submultiplos.
Fig. 1.27 ngulo de avano
O ngulo de avano chama-se positivo
quando o eixo de direco est inclinado
para trs.
Fig. 1.28 Avano positivo
O ngulo de avano diz-se negativo
quando o eixo de direco est inclinado
para a frente.
Fig. 1.29 Avano negativo
Diz-se que o ngulo de avano aumenta
sempre que se torna mais positivo, ou
menos negativo.
Diz-se que o ngulo de avano diminui
sempre que se torna mais negativo ou
menos positivo (Fig. 1.30).
Fig. 1.30
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Geometria de Direco 1.15
Geometria da Direco
Consideremos que o eixo de direco
est contido no plano central da roda e
tem avano positivo (Fig. 1.31).
Fig. 1.31
Neste caso, sempre que a roda se desloque em movimento rectilneo, no haver qualquer raio
de arrastamento, visto que o prolongamento do eixo de direco cruza o pavimento exactamente frente do centro de atrito da roda, e portanto, no haver qualquer momento de arrastamento.
No entanto, logo que a roda seja virada
para a esquerda ou para a direita, para que
o veculo descreva uma curva, o centro de
atrito da roda sobre o pavimento desloca-
se lateralmente e d origem a um raio de
arrastamento que gera um momento de
arrastamento, tendente a reconduzir a roda
situao de andamento rectilneo (Fig.
1.32).
Fa = Fora de atrito
Ra = Raio de arrastamento
Ca = Centro de atrito
Em termos mais genricos e admitindo mesmo a existncia de raios de arrastamento iniciais,
devidos colocao lateral do eixo de direco, poder dizer-se que os ngulos de avano
positivos conferem ao veculo a tendncia para se deslocar segundo uma trajectria rectilnea, ou
a ela regressar quando dela desviado.
Fig. 1.32
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Geometria de Direco1.16
Geometria da Direco
Pelo contrrio e seguindo o mesmo raciocnio que foi seguido nos dois blocos anteriores, quando
o avano negativo, o veculo ter tendncia para se desviar de qualquer trajectria rectilnea
que lhe seja imposta.
Fa = Fora de atrito
Ra = Raio de arrastamento
Ca = Centro de atrito
Fig. 1.33
Ao aumentar o ngulo de avano positivo, contribui-se para que se torne mais difcil efectuar as
viragens, e cria-se a tendncia para o volante regressar rapidamente posio de andamento a
direito.
Momento de carga
Quando o eixo de direco tem avano
e no est contido no plano central da
roda (Fig. 1.34), mas sim ao seu lado,
gera-se sobre a roda um momento
chamado momento de carga.
Fig. 1.34
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Geometria de Direo 1.17
Geometria da Direco
Para nos apercebermos mais facilmente
do modo como funciona o momento
de carga, vamos imaginar um ngulo
de avano de 90. Neste caso, o eixoestaria completamente horizontal e,
devido carga do veculo, as rodas
teriam tendncia para se inclinarem
totalmente para dentro (Fig. 1.35).
Fig.1.35
No caso dos veculos com um ngulo de
avano positivo, a carga vai dar roda
tendncia para rodar em torno do eixo
de direco, de forma a inclinar-se para
dentro do veculo, e simultaneamente
convergir (Fig. 1.36).
Fig. 1.36
No caso dos veculos com um ngulo
de avano negativo, a carga vai dar
roda tendncia para se inclinar para
dentro e para divergir (Fig. 1.37).
Fig. 1.37
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Geometria de Direco1.18
Geometria da Direo
O valor do momento de carga inuenciadopelo valor do ngulo de avano, pela carga
aplicada sobre a roda (FC) e pelo chamado
brao de carga (BC).
Fig. 1.38 O valor do ngulo de
avano e a carga aplicada
influenciam o momento de
O brao de carga a distncia entre
dois planos verticais, paralelos ao eixo
longitudinal do veculo, passando um pelo
centro de apoio do pneu sobre o solo, e outro
situado sobre o eixo de direco ao nvel do
eixo da roda (Fig. 1.39). Para uma mesma
carga do veculo, quanto maior for o braode carga, maior ser tambm o momento de
carga.
Quando o ngulo de avano, o brao de
carga e a carga exercida sobre ambas as
rodas da frente so iguais, as tendnciasgeradas numa roda so contrariadas por
tendncias de igual valor geradas na outra
roda, neutralizando-se os seus efeitos.
Nestas condies, e considerando apenas
o avano, o veculo tem tendncia para se
deslocar em linha recta (Fig. 1.40).
Fig. 1.39
Fig. 1.40
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Geometria de Direco 1.19
Geometria da Direco
Muitas vezes utiliza-se o momento de carga para estabilizar a direco de um veculo, quando
este tem tendncia a fugir para um lado. Assim, alterando o valor do ngulo de avano sobre uma
das rodas, altera-se, sobre essa roda, a tendncia que ela tem para convergir ou divergir, de modo
a compensar efeitos idnticos produzidos sobre a outra roda.
Um ngulo de avano excessivo pode
gerar momentos de carga muito elevados
e originar oscilaes na direco e
tendncia para um andamento em
ziguezague (Fig. 1.41).
Fig. 1.41
Tais oscilaes devem-se s variaes do momento de carga produzidas pelo choques entre
as rodas e o pavimento, que do origem a pequenas viragens das rodas sobre o seu eixo de
direco, tais condies podem tornar-se bastante notrias quando o veculo se desloque sobre
o pavimento irregular, principalmente quando os amortecedores da suspenso se encontram em
mau estado.
Quando o avano excessivo e a direco se torna ziguezagueante, pode haver lugar para um
desgaste anormal dos pneus, de caractersticas transversais.
Factores que alteram o ngulo de avano
De entre os factores que alteram o ngulo de avano de forma permanente, podemos
considerar:
Deformaes sofridas pelo veculo (deformaes do quadro ou
monobloco, de partes da suspenso, da manga de eixo, etc).
Alterao da altura do veculo em relao ao solo num dos eixos.
(Montando rodas de dimetros diferentes das normais, rebaixando a
suspenso, etc.). Por exemplo, num carro com 2 metros de distncia
entre eixos, uma variao de 3,5 centmetros na altura do quadro junto
ao eixo traseiro provoca uma variao de 1 no ngulo de avano.
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Geometria de Direco1.20
Geometria da Direco
Em alguns veculos possvel fazer-se aregulao do ngulo de avano, mas na
maior parte tal regulao no est prevista.
Fig. 1.42 Regulao do ngulo de
avano
O ngulo de avano tambm pode variar
em funo do estado de carga do veculo.
Por exemplo, nos veculos pesados com
eixo da frente rgido, formando uma
espcie de U alargado, medida que a
carga aumenta sobre o eixo gera-se sobre
ele a tendncia para reduzir o ngulo de
avano (Fig. 1.43).
Tambm em certos veculos ligeiros,
com suspenso independente, o modo
como esto xos os braos da suspenso
permite que o valor do ngulo de avano
diminua medida que a carga aumenta
(Fig. 1.44).
Fig. 1.43
Fig. 1.44
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7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco 1.21
Geometria da Direco
Esta reduo do ngulo de avano, quando se aumenta a carga do veculo frente, permite
por um lado manter quase inaltervel o esforo para conduzir o veculo e, por outro, evitar o
aparecimento de trepidao na direco, devida a um aumento de carga.
H ainda que ter em ateno que as
variaes de altura da traseira do veculo
em funo do seu estado de carga, uma
vez que tambm afectam o valor do
ngulo de avano. Quando a traseira de
um veculo baixa, o ngulo de avano
aumenta e quando sobe, diminui.
Reaces secundrias devidas ao
ngulo de avano
O avano positivo confere roda a
faculdade de permitir que o quadro,
durante as viragens, se incline para fora
da curva (Fig. 1.46).
Isto implica que durante as viragens, o
avano positivo agrave a tendncia que o
veculo tem para se inclinar para o lado
de fora da curva, devido ao efeito da fora
centrfuga.
Pelo contrrio, o avano negativo faz
com que a roda obrigue o quadro a subir
na zona interior da curva, permitindo a
sua descida na zona exterior. Este efeito
contraria a tendncia que, durante as
viragens, o veculo tem para se inclinar
para fora da curva, devido ao efeito da
fora centrfuga (Fig. 1.47).
Fig. 1.45 Quando a traseira baixa, o
ngulo de avano aumenta
Fig. 1.46
Fig. 1.47
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7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco1.22
Geometria da Direco
O ngulo de avano, quer positivo, quer
negativo, provoca inclinaes laterais
das rodas sempre que estas se afastem
da posio de andamento a direito (Fig.1.48).
A conjugao da inclinao da roda, devido
inclinao lateral do eixo de direco
com a inclinao devida a um ngulo de
avano positivo, permite obter inclinaes
relativamente pequenas na roda que ca
do lado de fora da curva, dado que os
dois efeitos se anulam mutuamente (Fig.
1.49).
Pelo contrrio, as rodas do lado de dentro da curva cam fortemente inclinadas, uma vez que os
efeitos de ambos os ngulos se somam.
Nota: Nos veculos com suspenso independente, uma parte da alterao da inclinao das
rodas durante as viragens pode ser devida a
efeitos da suspenso.
Dado que o momento da carga originado
por um ngulo de avano positivo d
tendncia s rodas para convergirem
e, visto que em curva, as rodas devem
divergir, o avano positivo contraria a
execuo das viragens e tende a manter
o veculo em deslocamento a direito (Fig.
1.50).
Fig. 1.47
Fig. 1.48
Fig. 1.50
-
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Geometria de Direco 1.23
Geometria da Direco
No caso de um ngulo de avanonegativo, dado que o momento de carga
d tendncia s rodas para divergirem,
a tendncia para virar as rodas ca
reforada (Fig. 1.51).
Fig. 1.51
Nota: Na prtica verica-se que um ngulo de avano nulo ou mesmo negativo, desde que seja
de pequeno valor, pode criar tendncias auto-direccionais de caractersticas semelhantes s
indicadas para um ngulo de avano positivo, ainda que de menor valor.
1.5 - NGULO DE SOP - CAMBER
D-se o nome de ngulo de sop
inclinao das rodas, para fora ou paradentro, quando o veculo tem a direco
orientada para andamento a direito. O
ngulo de sop dado em graus e seus
submltiplos.
Diz-se que o ngulo de sop positivo
quando, na zona superior, as rodas
esto inclinadas para fora.
Fig. 1.52 - ngulo de sop
Fig. 1.53 - Sop positivo
-
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Geometria de Direco1.24
Geometria da Direco
Diz-se que o ngulo de sop negativoquando as rodas na parte superior esto
inclinadas para dentro.
Fig. 1.54 Sop negativo
Diz-se que o ngulo de sop aumenta, sempre que se torna mais positivo ou menos negativo.
Diz-se que o ngulo de sop diminui sempre que se torna menos positivo ou mais negativo.
Fig. 1.55 Variao do ngulo Fig. 1.56
de sop
Quando o veculo est em marcha, de
interesse que o rasto do pneu se apoie
igualmente sobre o pavimento em toda a sua
largura, a m de se obter a mxima superfcie
de aderncia, uma correcta distribuio da
carga e desgaste uniforme dos pneus. Fig. 1.57 Variao do sopcom a carga
-
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Geometria de Direco 1.25
Geometria da Direco
De um modo geral torna-se vantajosa a existncia de um pequeno ngulo de sop positivo, ou
seja, uma pequena inclinao da roda para fora, tendo em ateno os seguintes aspectos:
Compensar a tendncia que a roda tem para se inclinar para dentro
quando o veculo posto em movimento ou se lhe aplica uma maior
carga.
Compensar a curvatura transversal da estrada, embora hoje em dia
essa curvatura seja pequena.
a) O sop diminui com o
aumento de carga.
b) O sop aumenta com o
aumento de carga.
Fig. 1.58
Nota: No caso das suspenses independentes estas podem ser construdas de modo a
aumentarem ou diminurem o sop da roda quando se aumenta a carga do veculo.
-
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Geometria de Direco1.26
Geometria da Direco
Fig. 1.59 Fig. 1.60
No passado, quando se utilizavam pneus de rasto estreito e de dimetro relativamente grande,
o ngulo de sop tambm era utilizado para reduzir o raio de arrastamento da roda sobre o
pavimento (Fig. 1.59).
Com a utilizao de pneus de rasto largo e dimetro relativamente pequeno, a utilizao de
ngulo de sop positivos, normalmente, no d origem reduo do raio de arrastamento. Dado
que, neste caso, o apoio do pneu sobre o solo se faz com maior intensidade do lado de fora, por
vezes o centro de atrito em vez de se deslocar para dentro desloca-se para fora, aumentando o
raio de arrastamento em vez de o diminuir (Fig. 1.60).
Nota: No passado os ngulos de sop
positivos tambm foram usados para
permitirem que os esforos da roda
sobre a manga de eixo se zessem
fundamentalmente sobre o rolamento
interior do cubo da roda, de modo a
diminuir os esforos sobre a manga
de eixo e evitar o laquear da roda (Fig.
1.61).
Fig. 1.61
-
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Geometria de Direco 1.27
Geometria da Direco
Em veculos desportivos de altas prestaes e em veculos de concepo moderna, frequente
o uso de ngulos de sop negativos. Deste modo garante-se uma boa fora de orientao lateral,
visto que em curva o pneu em esforo ter tendncia a aumentar a superfcie de contacto com o
piso. Tem ainda a vantagem de tornar o centro de gravidade do veculo mais baixo.
Efeito Direccional da roda devido sua inclinao
Se pegar numa roda e a zer rolar livremente sobre o pavimento mas com uma certa inclinao
lateral, vericar que ela descreve uma curva para o lado que est inclinada.
Esta tendncia deve-se ao facto de a roda se deformar do lado para que est inclinada comportando-
se como se fosse um tronco de cone (Fig. 1.62).
Um tronco de cone; ao rolar livremente, descreve uma curva, dado que as partes de maior
dimetro, ao rolarem com a mesma velocidade de rotao, percorrem um espao maior que as
de menor dimetro (Fig. 1.63).
Fig. 1.63
Fig. 1.62
As curvas descritas por uma roda
inclinada sero tanto mais apertadas
quanto maior for a inclinao da roda
(Fig. 1.64).
Fig. 1.64
-
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Geometria de Direco1.28
Geometria da Direco
As rodas de um veculo tambm
apresentam esta tendncia, mas aqui
elas no rodam livremente, porque
esto ligadas entre si pelo eixo e pelosrgos do mecanismo de direco.
Neste caso, quando os ngulos de
sop da roda esquerda e direita so
iguais, as tendncias geradas nas rodas
anulam-se mutuamente e as rodas so
obrigadas a andar a direito (Fig. 1.65).
No entanto se as inclinaes das rodas, esquerda e direita, forem diferentes, ento as tendnciasgeradas nelas, pelos ngulos de sop, tambm sero diferentes e a roda que tiver maior inclinao
ter tendncia a impor a sua tendncia outra, obrigando o veculo a desviar-se para um lado.
Por exemplo, se ambas as rodas
tiverem sops positivos e a roda
direita tiver um sop maior que o da
esquerda, o veculo ter tendncia
a desviar-se para a direita, visto que
essa a tendncia da roda que tem
maior inclinao (Fig. 1.66).
Dever aqui referir-se que, no caso
de uma roda dispor de um avano e
sop positivos, as tendncias geradas
por estes ngulos contrariam-se
mutuamente (Fig. 1.67).
Fig. 1.65
Fig. 1.66
Fig. 1.67
-
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Geometria de Direco 1.29
Geometria da Direco
Assim, nestas condies, o ngulo de sop contraria a tendncia gerada pelo ngulo de avano
para a roda se inclinar para dentro.
E, enquanto o ngulo de avano cria tendncia na roda para convergir, o ngulo de sop cria nelatendncia para divergir.
Efeito do ngulo de sop sobre os
pneus.
Voltando ao exemplo do tronco de cone,
para o obrigarmos a rolar direito, temos
de obrigar as partes de maior dimetro
a patinar sobre o pavimento e as demenor dimetro tm de ser arrastadas
sobre o pavimento (Fig. 1.68).
exactamente isto que acontece nas
rodas de um veculo quando uma roda
inclinada obrigada a deslocar-se a
direito. Isto vai implicar um desgaste
rpido do rasto do pneu na zona que
patina ou arrastada (Fig. 1.69).
Os desgastes dos pneus, caractersticas de ngulo de sop excessivo (positivos ou negativos),
apresentam-se com caractersticas de desgaste longitudinais, localizado do lado para que a roda
est inclinada.
Dado que o rasto do pneu feito de
borracha e esta bastante exvel,
para pequenos ngulos de sop (+ 0,5
a -0,5) esta exibilidade permite fazer
uma perfeita adaptao do rasto do
pneu ao solo, evitando a acelerao do
desgaste anteriormente referida.
Fig. 1.68
Fig. 1.69
Fig. 1.70 Adaptao do rasto ao
piso para pequenos
ngulos de sop
-
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Geometria de Direco1.30
Geometria da Direco
Nos casos em que o ngulo de sop ultrapassa estes valores, para evitar o excessivo desgaste
dos pneus devido ao ngulo de sop, torna-se necessrio compens-lo atravs da convergncia
ou divergncia dada s rodas.
1.6 - NGULO COMBINADO OU INCLUSO
D-se o nome de ngulo combinado
ou incluso soma algbrica dos ngulos
de sop e inclinao lateral do eixo de
direco. O ngulo combinado resulta
exclusivamente do formato da mangade eixo e s pode ser alterado devido
deformao desta.
Fig. 1.71 - ngulo incluso
Nota: D-se o nome de soma algbrica soma dos valores dados, quando so positivos e sua
diferena, quando um deles negativo.
A vericao do ngulo combinado
permite-nos determinar se a manga de
eixo est, ou no, deformada no sentido
vertical.
Fig. 1.72 - Manga-de-eixo
deformada
O ngulo combinado formado
pela soma do ngulo de sop com a
inclinao lateral do eixo de direco
quando o sop positivo (Fig. 1.73)...
Fig. 1.73
-
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Geometria de Direco 1.31
Geometria da Direco
...e pela diferena entre a inclinao lateral
do eixo de direco e ngulo de sop,
quando este negativo (Fig. 1.74).
Fig. 1.74
1.7 - CONVERGNCIA E DIVERGNCIA
A convergncia (A) ou divergncia (B) (Fig. 1.75) indica-nos a diferena das distncias entre os
rebordos das duas jantes de um eixo, medidas frente e atrs deste, com o volante a direito.
Existe convergncia se a distncia frente
do eixo for menor que a distncia atrs.
Existe divergncia se acontecer o
contrrio.
Pode-se medir a divergncia ou
convergncia atravs dos ngulos de
desvio das rodas em relao trajectria
rectilnea.
A convergncia ou divergncia das rodas afectada por uma srie de factores, alguns deles j
descritos nos pontos anteriores:
Os raios de arrastamento das rodas sobre o pavimento
geram tendncia para as rodas divergirem conforme as
Os momentos de carga do tendncia s rodas para alterarem
o seu ngulo de sop e para convergirem ou divergirem
conforme o ngulo de avano seja positivo ou negativo.
Fig. 1.75
-
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Geometria de Direco1.32
Geometria da Direco
O ngulo de sop d s rodas tendncias para divergirem ou
convergirem conforme este ngulo seja positivo ou negativo.
A exibilidade da suspenso e dos mecanismos de direco,
e possveis pequenas folgas existentes nas diversas
articulaes existentes nestes sistemas, permitem que,
quando o veculo posto em marcha, a posio das rodas se
altere ligeiramente.
Para reduzir ao mnimo a resistncia ao
andamento do veculo e o desgaste dospneus necessrio que, em marcha a
direito, as rodas da frente se mantenham
paralelas ao eixo longitudinal do
veculo. Esta situao designa-se por
paralelismo dinmico (Fig. 1.76).
Fig. 1.76
Para que isto acontea, normalmente, necessrio que as rodas, com o veculo parado, apresentem
uma certa convergncia. Esta situao designa-se por paralelismo esttico ou convergncia ou
divergncia esttica.
Pequenos valores de convergncia ou divergncia dinmica podem no afectar apreciavelmente
o comportamento do veculo ou o desgaste dos pneus.
Dissemos, em pontos anteriores que,
em relao a cada ngulo as tendncias
geradas numa das rodas so total ou
parcialmente anuladas pelas tendncias
equivalentes geradas na roda do lado
oposto.
Fig. 1.77 - Uma semi-convergncia igual
em ambas as rodas resulta
numa trajectrias rectilnea
-
7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco 1.33
Geometria da Direco
Convir dizer agora que, as tendncias
geradas pelos vrios ngulos sobre
uma mesma roda se anulam ou
adicionam mutuamente e que, cada
roda actua sobre a do lado oposto em
funo das resultantes das diferentes
tendncias que sobre ela incidem.
Deste modo, os esforos transmitidos
entre rodas, atravs do mecanismo de
direco, cam bastante reduzidos.
Poder perguntar-se, porque que no se constrem os veculos de forma que as tendncias
geradas por cada um dos ngulos sejam nulas? Vericou-se que, num tal caso, surgiriam pequenas
tendncias, em funo do estado de carga, velocidade, etc. que tornavam a direco do veculo
inconstante. Por isso os fabricantes preferem criar tendncias bem denidas que combinadas se
anulem mutuamente.
Fig. 1.78 - As tendncias geradas pelos
vrios ngulos sobre umamesma roda anulam-se ouadicionam-se mutuamente
Fig. 1.79 - Resultante em funo dosvrios ngulos
-
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Geometria de Direco1.34
Geometria da Direco
A convergncia ou divergncia, tm como funo, anular as tendncias que as rodas tm para
convergir ou divergir, devido s outras caractersticas da direco e suspenso.
Fig. 1.80 - A convergncia ou divergncia compensa os efeitos
dos restantes ngulos
A disposio e o comprimento dos segmentos da barra de direco e dos braos de direco
so devidamente calculados de forma a que as variaes de convergncia, que ocorrem devido
a alteraes do estado de carga do veculo, correspondam a variaes equivalentes, resultantes
das tendncias que essas variaes de carga ocasionam sobre os ngulos do sop, avano e
inclinao lateral do eixo de direco.
Como vimos, se uma roda apresentar um ngulo de sop positivo, ter tendncia para divergir.
Se, na posio de andamento a direito,
mantivermos esta roda com convergncia,
vericamos que a roda, em funo do
ngulo de sop tende a desviar-se para
um lado e, em funo da convergncia,
ter tendncia a desviar-se para o ladooposto.
A - Trajectria para que a roda temtendncia devido ao ngulo desop positivo.
B - Trajectria real seguida pela roda.C - Trajectria para que a roda
tem tendncia devido suaconvergncia. Fig. 1.81
-
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Geometria de Direco 1.35
Geometria da Direco
Nestas condies, o movimento efectivo da roda, processar-se- segundo uma orientao
intermdia cando por isso anuladas entre si as duas tendncias inicialmente vericadas.
Em certos veculos os valores da
convergncia sofrem alteraes em
funo do estado de carga do veculo,
devido a que os raios e os centros de
oscilao das rodas e dos segmentos da
barra de direco no so coincidentes.
a) Alterao do sopb) Alterao da convergncia
Fig. 1.82
Dever ainda ter-se em ateno que, com o veculo em movimento, as rodas esto
permanentemente em oscilao vertical, devido aos sucessivos choques que ocorrem entre elas
e o pavimento. As sucessivas posies ocupadas pelas rodas correspondem, dentro de certa
medida, s variaes de carga referidas anteriormente.
Ou seja, medida que as rodas oscilam
para cima e para baixo, o valor da
convergncia pode ser simultaneamente
alterado de modo a manter a cada
momento as condies adequadas de
funcionamento da direco.
a) Oscilaes verticais das rodas.
b) Alteraes da convergncia ou
divergncia
Fig. 1.83
-
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Geometria de Direco1.36
Geometria da Direco
Quaisquer irregularidades na disposio ou comprimento das alavancas, braos barras de direco
ou seus segmentos, resultar num mau funcionamento da direco que muitas vezes se traduz
em situaes de instabilidade do veculo e/ou desgastes anormais nos pneus (Fig. 1.84).
Fig. 1.84
Estes defeitos das alavancas da direco na manga-de-eixo so facilmente detectveis atravs
da medio da divergncia em curva.
Excesso de convergncia dinmica
Nas rodas com convergncia dinmica
excessiva verica-se que, quando rolam
sobre o pavimento, cada ponto do seu
rasto tem tendncia a afastar-se do
eixo longitudinal do veculo, desde o
momento em que toca o pavimento at
aquele em que dele se separa.
Nestas condies, um ponto do centro
do rasto do pneu, ao rolar, ocuparia as
posies A, B, C e D como se mostra
na Fig. 1.85.
Fig. 1.85
-
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Geometria de Direco 1.37
Geometria da Direco
No entanto, devido ao atrito que se gera
entre o pavimento e o rasto do pneu, este obrigado a ectir progressivamente
de modo a manter-se a uma distncia
constante do eixo longitudinal do veculo,
conforme ilustram as posies E, F, G e
H da Fig. 1.86.
Fig. 1.86
Quando a convergncia grande, gera-
se um aprecivel esforo de exo
transversal na zona em que o pneu se
separa do solo. Logo que este esforo
consegue vencer o atrito, o rasto do
pneu desliza transversalmente
sobre o pavimento dando origem a um
desgaste anormal do rasto do pneu (Fig.
1.87).
Este desgaste anormal do rasto do pneu,
caracteriza-se por ser um desgaste
transversal, mais pronunciado junto ao
seu anco exterior, deixando as arestas
longitudinais do rasto dos pneus,
boleadas do lado de fora e vivas e, por
vezes com lamelas, do lado de dentro.
Fig. 1.87
Fig. 1.88 Desgaste por excesso de
convergncia
-
7/22/2019 Geometria de Direo
40/70
Geometria de Direco1.38
Geometria da Direco
Excesso de divergncia dinmica
Nas rodas com divergncia dinmica
excessiva, verica-se que, quando
rolam sobre o pavimento, cada ponto do
seu rasto tem tendncia a aproximar-se
do eixo longitudinal do veculo desde o
momento em que toca o pavimento at
aquele em que dele se separa.
Fig. 1.89
Nestas condies, um ponto do centro do rasto do pneu, ao rolar, ocuparia as posies A, B, C,
e D, como se mostra na Fig. 1.89.
No entanto, devido ao atrito que se gera
entre o pavimento e o rasto do pneu, este
obrigado a ectir progressivamente
de modo a manter-se a uma distncia
constante do eixo longitudinal do veculo,
conforme ilustram as posies E, F, G e
H da Fig. 1.90.
Fig. 1.90
Quando a divergncia grande gera-
se um aprecivel esforo de exo
transversal na zona em que o pneu se
separa do solo. Logo que este esforo
consegue vencer o atrito, o rasto do
pneu desliza transversalmente sobre o
pavimento dando origem a um desgaste
anormal do rasto do pneu (Fig. 1.91)Fig. 1.91
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41/70
Geometria de Direco 1.39
Geometria da Direco
Este desgaste anormal do rasto do
pneu caracteriza-se por um desgaste
transversal, mais pronunciado junto ao
seu anco interior, deixando as arestas
longitudinais do rasto do pneu, boleadas
do lado de dentro e vivas e por vezes em
lamelas, do lado de fora.
Fig. 1.92 Desgaste devido a excesso de
divergncia
Um excesso de divergncia ou convergncia dinmica, para alm do desgaste anormal que
provoca nos pneus, d origem a um travamento constante do veculo originando:
Um maior aquecimento dos pneus;
Maior consumo de combustvel
Maiores desgastes nos rolamentos dos cubos das rodas e
nas articulaes da suspenso e direco.
No aspecto direccional, um excesso de convergncia ou divergncia dinmica pode originar:
Tendncias permanentes para o veculo se deslocar para a
esquerda ou para a direita;
Tendncias para o veculo se desviar desordenadamente para
a esquerda e para a direita (direco louca) (Fig. 1.93);
-
7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco1.40
Geometria da Direco
Possibilidades de se criarem vibraes no volante
O valor da convergncia ou divergncia
dinmica , evidentemente, inuenciado
pelos valores da convergncia oudivergncia esttica, mas, para alm
disso, sofre os efeitos da exibilidade da
suspenso e direco.
Fig. 1.93
Por estas razes possvel um veculo apresentar convergncia esttica e desgaste caractersticos
de divergncia dinmica, ou divergncia esttica e caractersticas de desgaste de convergncia
dinmica.
Quando um veculo apresenta desgastes ocasionados por convergncia dinmica, ter de se
reduzir a convergncia esttica ou aumentar a divergncia. E, no caso de o veculo apresentar
desgastes caractersticos de divergncia dinmica ter de se reduzir a divergncia esttica ou
aumentar a convergncia.
1.8 NGULO DE IMPULSO TRASEIRO
O ngulo de impulso traseiro o ngulo formado pela linha de impulso direccional traseira e a
linha central geomtrica do veculo.
usado como base para determinar o alinhamento do eixo dianteiro e auxiliar o diagnstico.
Se no for corrigido ou tomado em considerao, o ngulo de impulso pode provocar direco
descentrada e excessivo desgaste dos pneus.
-
7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco 1.41
Geometria da Direco
Fig. 1.94 - ngulo de impulso traseiro
Para que haja harmonia de andamento em qualquer veculo necessrio que todas as rodas
descrevam no solo trajectrias paralelas sem resvalamento.
Este resultado obtm-se se as rodas no directrizes forem paralelas ao plano longitudinal de
simetria do veculo. Salvo excepo, esta condio implica a necessidade de que os dois eixos (real
ou ctcio) sejam paralelos. Vericar esta condio o que se designa por vericar o alinhamento
do eixo traseiro. Esta noo de controlo muito mais importante depois do aparecimento de
automveis com suspenso traseira independente.
Acontece frequentemente que, depois das anaes do trem dianteiro, subsistam anomalias na
conduo e que, controlando o alinhamento das rodas de trs em relao s da frente, se constatam
diferenas importantes em convergncia ou divergncia. Isto pode acontecer em consequncia de
choques sofridos pela viatura. Quando o eixo traseiro no apresenta a possibilidade de regulao,
pode-se sempre regular o eixo dianteiro por forma a anular os efeitos do ngulo de impulso traseiro
desajustado.
A gura seguinte mostra algumas das diferentes posies que podem tomar as rodas, umas em
relao s outras, tornado a conduo mais difcil.
-
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Geometria de Direco1.42
Geometria da Direco
Fig. 1.95 - Diferentes posies do eixo traseiro
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7/22/2019 Geometria de Direo
45/70
Geometria de Direco 2.1
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
2 - MEDIO E REGULAO DOS NGULOS
CARACTERSTICOS
Como se viu no captulo anterior, h diversos factores que alteram os valores dos ngulos da
geometria da direco de um veculo. Por essa razo, necessrio que se utilize uma situao
precisa, para se proceder vericao do estado de regulao dos referidos ngulos e a eventuais
correces, se necessrio.
2.1 - PREPARAO DO VECULO
Antes de fazer qualquer vericao ou correco dos ngulos de geometria de direco:
Verique se o veculo est equipado com rodas iguais e das
dimenses correctas frente e atrs. As rodas utilizadas devem ser as
recomendadas pelo fabricante do veculo.
Verique a presso dos pneus frente e atrs e corrija-a se necessrio.
As presses utilizadas devem ser as presses normais, indicadas pelofabricante do veculo.
Verique o empeno das jantes das rodas da frente e de trs, e substitua-
as se necessrio.
Certique-se de qual o empeno mximo admitido pelo fabricante do veculo (por via de regra no
deve exceder 3 mm). Para este efeito comece por levantar o veculo.
Utilize um comparador montado sobre suporte. Aplique a ponta
apalpadora do comparador sobre uma superfcie plana do bordo da
jante, de modo que que sob presso e com um campo de leitura
adequado. Rode a roda vagarosamente e verique quais os valores
limite que so indicados no comparador. A diferena entre esses valores
corresponde ao indicados no comparador. A diferena entre esses
-
7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco2.2
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Fig. 2.1
Verique qual a folga existente nos rolamentos das rodas, frente e
atrs, e corrija-a se necessrio (Fig. 2.2 e 2.3).
Verique o estado geral da suspenso da frente e de trs. Veja o
estado das molas, amortecedores, rtulas, braos de suspenso,
apoios , etc. As peas da suspenso no devem apresentar quaisquer
deformaes, e as articulaes no devem ter folga excessiva . As
molas e amortecedores devem estar em bom estado.
-
7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco 2.3
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Verique as folgas existente no mecanismo de direco e corrija-as se
necessrio. Estas folgas localizam-se fundamentalmente nas rtulas e
na caixa de direco. Para este efeito, force as rodas para dentro epara fora como se mostra ao lado, a m de vericar se existem folgas
anormais.
A folga no volante de um modo geral, no deve exceder os 25 mm,
medidos sobre a sua periferia (veja qual a tolerncia dada pelo fabricante
do veculo). Este folga em certos tipos de mecanismos de direco,
pode apresentar diferenas, consoante a posio em que as rodas se
encontram (a direito ou a curvar).
Verique se o sistema de travagem est a funcionar correctamente.
O mau funcionamento do sistema de travagem, pode ocasionar
irregularidades direccionais permanentes ou durante as travagens.
Verique o estado de carga do veculo e corrija-o se necessrio. A
carga do veculo deve ser a indicada para este efeito, no manual de
especicaes do veculo. Se o estado da carga do veculo for diferente
do recomendado, provavelmente os valores recomendados para os
vrios ngulos da geometria da direco e do eixo traseiro, tambm
sero diferentes dos especicados.
Fig. 2.4 Verificao das folgas do
mecanismo de direcoFig. 2.5 Folga do volante
-
7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco2.4
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Verique a altura do veculo ou do chassis, em relao ao solo ou em
relao ao eixo das rodas, ou atravs de outra medio preconizada
pelo fabricante do veculo a m de se informar dos locais e dos valoresde medio que deve obter.
Em certos casos, os fabricantes indicam apenas o estado de carga do veculo, partindo do princpio
que, se o veculo estiver em bom estado de conservao, mediante esse estado de carga car
altura correcta.
Nota: Para alm do que anteriormente
foi referido, h alguns fabricantes que
estipulam que os seus veculos devem ser
posicionados em alturas especicadas,
para efeitos de vericao ou regulao da
geometria da direco. Para este efeito, por
vezes o veculo deve ser comprimido contra
o elevador ou fossa, atravs de um esticador
(Fig. 2.6).
Para se proceder vericao do estado de alinhamento da geometria da direco, o veculo
dever car numa posio absolutamente horizontal. As rodas da frente devero apoiar-se sobre
pratos deslizantes e giratrios e as rodas de trs devero car ao mesmo nvel que as rodas da
frente. Se houver necessidade de compensar a espessura dos pratos deslizantes colocados sob
as rodas da frente, colocar calos da mesma espessura sob as rodas de trs.
Quando o veculo tenha suspenso independente atrs e se pretenda fazer a medio da
geometria do eixo traseiro, indispensvel colocar pratos deslizantes sob as rodas de trs. Antes
de colocar o veculo em posio, bloquear os pratos deslizantes ou rotativos com o perno de
bloqueamento.
Fig. 2.6
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Geometria de Direco 2.5
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Nota:A colocao dos pratos deslizantes nas rodas de trs, destina-se a permitir que as rodas
tomem a sua posio normal de marcha quando se baixa o veculo, aps o levantamento para
obteno do desempeno das rodas.
2.2 - MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS DE MEDIO
SOBRE AS RODAS
Para montar os suportes do equipamento
sobre as rodas deve seguir as instrues
dadas no manual de utilizao do
equipamento.
Fig. 2.7 Montagem dos suportes sobre
as rodas
Muitas vezes as jantes das rodas tm pequenos empenos e, ao xarem-se os equipamentos,
estes tambm no cam numa posio absolutamente paralela roda. Como bvio, estas
irregularidades vo inuenciar os valores de medio a obter.
Para anular o empeno das jantes, consulte o Manual de Procedimentos da mquina que vai
utilizar. No caso das modernas mquinas de
alinhamento electrnicas, o empeno
compensado automaticamente.
Depois de anular o empeno das jantes,
desa o veculo e oscile-o para cima
e para baixo, vrias vezes, de modo a
adquirir a sua posio normal (Fig. 2.8).
Fig. 2.8
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Geometria de Direco2.6
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Com o veculo no cho pode, ento, efectuar a medio da geometria de direco.
Em alguns equipamentos imprescindvel que o veculo que perfeitamente alinhado com a
mquina de alinhar direces. H outros equipamentos em que esta exigncia no to severa.No entanto, sempre prefervel que que bem alinhado.
2.3 - VERIFICAO E REGULAO DA CONVERGNCIA OU
DIVERGNCIA
O paralelismo das rodas verica-secom as rodas colocadas na posio de
andamento a direito. A medio pode
fazer-se directamente, medindo as
distncias entre os bordos das jantes pelo
lado da frente e pelo lado de trs, ao nvel
do eixo da roda, mantendo o veculo numa
superfcie plana .
Medio da convergncia ou divergncia em milmetros ou polegadas
Como ilustra a Fig. 2.10, num par de
rodas colocadas na mesma posio, os
valores de medio da convergncia ou
divergncia sero diferentes, sempre que
medidos sobre pontos correspondentes a
dimetros diferentes.
Embora fazendo medies em relao aos mesmos locais (bordos das jantes, por exemplo),
tambm podem surgir diferenas sempre que se utilizarem rodas ou jantes com dimetros
diferentes, dado que tambm, neste caso, os dimetros sobre os quais se faz a medio no so
idnticos.
Fig. 2.9 Verificao do paralelismo
das rodas
Fig. 2.10 (b - a) = (d - c) = (f - e )
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Geometria de Direco 2.7
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Daqui se poder concluir quanto aos cuidados a ter na medio da convergncia ou divergncia
das rodas, quer ela seja feita em milmetros ou polegadas. Ou seja, deve-se ter em conta os
seguintes aspectos:
Pontos de medio considerados -(Pontos diferentes ou dimetros
Tamanhos das rodas ou jantes -(Tamanhos diferentes ou dimetros
Equipamento utilizado para efectuar a medio. (apropriado e
Medio da convergncia ou
divergncia em valores
angulares
Quando a medio feita em unidades
angulares (graus e seus submltiplos)
efectua-se a medio do ngulo que
a orientao das rodas faz com o eixolongitudinal do veculo. Para isso,
geralmente, coloca-se uma das rodas
em posio paralela ao eixo longitudinal
do veculo e mede-se o ngulo que a
outra roda faz com uma linha paralela a
esse eixo. Esta medida designa-se por
convergncia ou divergncia total.
A medio da convergncia ou
divergncia, em valores angulares, est
isenta de algumas das possibilidades
de erro que foram indicadas para a
medio anterior e, portanto, sempre que
possvel, deve-se aplicar este processo
de medio. Por exemplo, o valor do
ngulo independente do dimetro da
roda sobre a qual se faz a medio.
Fig. 2.11
Fig. 2.12 - a=b=
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Geometria de Direco2.8
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Nota: conveniente possuir os valores de convergncia e divergncia especifcados pelo
fabricante, para se ter uma base de comparao.
Os valores de convergncia ou divergncia, dados nos manuais, so directamente utilizveis se
efectuarmos as medies pelo mesmo processo que foi utilizado para a determinao desses
valores. Quando o nosso processo de medio for diferente poder haver necessidade de fazer
a converso desses valores, o que nem sempre fcil pois implica um perfeito conhecimento
das caractersticas tcnicas de ambos os processos e conhecimentos sucientes para poder
estabelecer a correspondncia entre eles. Nas modernas mquinas electrnicas de medio, os
valores do fabricante esto disponveis numa base de dados, podendo ser feita a comparao
com os valores medidos de imediato.
Regulao da convergncia ou divergncia
A regulao da convergncia ou
divergncia faz-se atravs da alterao
dos comprimentos das barras de
direco utilizando sistemas de
regulao nelas incorporados .
Os sistemas de regulao do comprimento das barras, geralmente so frenados atravs de contra-
porcas ou atravs de braadeiras de xao.
Fig. 2.14 Sistemas de frenagem do sistema de regulao
Fig. 2.13 - Pontos de regulao da
convergncia
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Geometria de Direco 2.9
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Para efectuar a sua regulao comece
por aliviar o sistema de frenagem (contra-
porcas ou braadeiras) utilizando paraisso as ferramentas adequadas (Fig.
2.15).
Fig. 2.15
Ao fazer a regulao da convergncia ou divergncia actue de modo a no produzir a descentragem
do volante. Para isso, necessrio proceder regulao dos comprimentos das barras de ambosos lados. O volante deve manter-se centrado e as barras devem ser reguladas de modo a que
cada roda adquira a semi-convergncia ou semi-divergncia correcta.
Fig. 2.16 Regulao da convergncia ou divergncia com o volante centrado
Nota:O sistema de direco o sistema que permite orientar o veculo durante o andamento.
Qualquer falha ou impreciso deste pode ter consequncias fatais. Antes de entregar um veculo,
assegure-se que todos os rgos esto devidamente regulados, xados e/ou frenados (Fig.
2.17).
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Geometria de Direco2.10
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Fig. 2.17
Do-se de seguida algumas indicaes sobre
os pontos onde se efectua a regulao da
convergncia ou divergncia em alguns dos
mecanismos de direco mais usuais.
a) Regule os comprimentos das barras 1
e 2 simultaneamente (Fig. 2.18).
b) Regule os comprimentos das barras 2
simultaneamente (Fig. 2.19).
Fig. 2.18 - Sistema movido por pendural
Fig. 2.19 Sistemas movidos por cremalheira
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Geometria de Direco 2.11
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
c) Regule os comprimentos das
barras 1 simultaneamente (Fig.
2.20).
Como foi dito anteriormente, os vrios ngulos da geometria da direco tm interferncia nos
valores de convergncia ou divergncia das rodas. Mas, inversamente, os valores exagerados de
convergncia ou divergncia tambm podem inuenciar outros ngulos. Por isso:
Ao iniciar a medio ou regulao da geometria de direco,
comece sempre por medir e, eventualmente regular, a
convergncia ou divergncia.
Sempre que efectue alteraes na inclinao lateral do eixo de
direco, nos ngulos de sop ou avano, ou na centragem do
volante, ter de rever os valores da convergncia ou divergncia
e regul-los de novo, se necessrio.
2.4 - VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE SOP
Caso, num dado veculo, o ngulo de sop seja regulvel e no se encontre dentro das tolerncias
admitidas pelo fabricante, ou haja necessidade de atravs dele corrigir quaisquer tendncias
direccionais ou desgastes anormais de pneus, ento dever proceder-se sua correco.
Fig. 2.20 Sistema com articulao
auxiliar
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Geometria de Direco2.12
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Antes de iniciar qualquer trabalho de correco do ngulo de sop, consulte o manual do veculo,
a m de identicar o processo de regulao previsto para o efeito.
Em muitos veculos modernos no est previsto qualquer processo de regulao do ngulo desop. Admite-se, nestes casos, que qualquer desregulao que surja, seja devida a empenos nos
braos da suspenso ou no quadro monobloco do veculo. Neste caso dever vericar-se qual ou
quais so as partes danicadas e desempen-las ou substitu-las, conforme for o caso.
Nos casos em que o ngulo de sop e ngulo combinado tenham valores incorrectos, a decincia
s poder ser corrigida substituindo ou desempenando a manga do eixo, dado que tais incorreces
so indcio de que ela est deformada.
Medio do ngulo de sop
O ngulo de sop fornece-nos o valor da inclinao da roda, para dentro ou para fora, sempre que
as rodas esto na posio de andamento a direito. A medio do ngulo de sop faz-se, medindo
a inclinao da roda em relao posio vertical.
Fig. 2.21 ngulo de sop
A medio do ngulo de sop pode ser feita utilizando vrios tipos de equipamento. Para efectuar
uma medio rigorosa, devem-se ler atentamente as instrues de utilizao do equipamento e
consultar os dados do fabricante para os comparar com os valores medidos.
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Geometria de Direco 2.13
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Regulao do ngulo de sop
Na maioria dos casos, a regulao
do ngulo de sop faz-se atravs da
alterao da inclinao lateral do eixo de
direco.
Fig. 2.22 / Regulao do sop
De entre as vrias possibilidades de alterar o ngulo de sop, podemos citar as seguintes:
1 - Suspenso tipo Mcpherson
Alterao do ponto de apoio superior da perna de suspenso:
Por rotao do apoio, quando o ponto de xao do amortecedor est descentrado (Fig. 2.23).
Fig. 2.23
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Geometria de Direco2.14
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Nota: Neste processo, ao alterar-se o valor do ngulo de sop poder tambm ser introduzida
uma alterao no ngulo de avano.
Por deslocao lateral do apoio, quando os furos do alojamento dos pernos de xao so
rasgados (Fig. 2.24).
Fig. 2.24
Alterao da posio do tringulo ou brao inferior da
suspenso:
Por casquilhos ou veio excntrico (Fig. 2.25).
Por aplicao de anilhas entre o brao e os
pontos de xao do brao
ao quadro ou monobloco
(Fig. 2.26).
Fig. 2.26
Fig. 2.25
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Geometria de Direco 2.15
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Nota: No caso do brao inferior da suspenso ser um tringulo, a regulao deve fazer-se
por igual de ambos os lados da base, a m de no alterar o valor do ngulo de avano.
Por anel ou perno excntrico na xao
do brao inferior manga de eixo (Fig.
2.27).
Nota: Neste processo, ao alterar-se o valor
do ngulo de sop poder tambm ser
introduzida uma alterao no ngulo de
avano. Caso se pretendam evitar essasalteraes, o eixo maior do excntrico
deve car a fazer um ngulo igual ao que
fazia com o eixo transversal do veculo,
embora dirigido em sentido oposto.
Por parafuso excntrico que altera a posio angular na manga do eixo, em relao perna da
suspenso, ao fazer-se a xao de uma pea outra (Fig. 2.28).
2 - Suspenso com duplo tringulo
Por alterao dos pontos de xao dos tringulos, ao chassis ou monobloco, atravs de anilhas,
casquilhos excntricos, ou veios excntricos (Fig. 2.29).
Fig. 2.28 Fig. 2.29
Fig. 2.27
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Geometria de Direco2.16
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Nota: No caso da posio dos tringulos ser regulada por anilhas, eles devero ser regulados de
modo igual em ambos os lados a m de no introduzir alteraes no ngulo de avano.
Por anis ou pernos excntricos na ligao dos tringulos manga de eixo (Fig. 2.30).
Fig. 2.30
Nota: Neste sistema, ao alterar-se o ngulo de sop, poder tambm ser introduzida uma alterao
no ngulo de avano. Caso se pretenda evitar essas alteraes, o eixo maior do excntrico
deve car a fazer um ngulo igual ao que fazia com o eixo transversal do veculo, embora
dirigido em sentido oposto.
3 - Eixo rgido
No caso dos eixos rgidos, a regulao do ngulo de sop faz-se atravs do vergamento da viga
que constitui o eixo (Fig. 2.31).
Fig. 2.31
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Geometria de Direco 2.17
Medio e Regulao dos ngulos Caractersticos
Depois de efectuada a regulao do ngulo de sop certique-se de que todas as peas de
suspenso caram devidamente apertadas e frenadas, quando isso esteja previsto.
2.5 VERIFICAO E REGULAO DO NGULO INCLINAO
DO CAVILHO DA MANGA-DE-EIXO
Na grande maioria dos automveis, o ngulo de inclinao do cavilho da manga-de-eixo no
tm regulao. No entanto, a vericao deste assume uma importncia elevada, uma vez que
permite tirar concluses quanto ao estado dos componentes da direco e da prpria estrutura
da carroaria.
2.6 VERIFICAO E REGULAO DO NGULO DE AVANO
Tal como nos restantes ngulos, a vericao do avano da roda importante para concluir
quanto ao estado da direco e da prpria carroaria.
Nalguns veculos possvel regular o
ngulo de avano. Para tal, dispem
geralmente de um brao longitudinal
regulvel que liga a manga-de-eixo
ao chassis (Fig. 2.32).
Fig. 2.32
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Geometria de Direco 3.1
Subviragem e Sobreviragem
3 - SUBVIRAGEM E SOBREVIRAGEM
Dependendo de vrios factores de construo, o veculo pode apresentar comportamentos
distintos com trajectrias curvas.
De entre outros, alguns factores que inuenciam o comportamento do veculo so:
Tipo de chassis
Tipo de suspenso
Geometria da direco
Pneus
Tipo de traco (Frente/ Trs)
Localizao do centro de gravidade
Velocidade do veculo
Atrito do pavimento
SUBVIRAGEM
Quando o veculo entra em curva, a fora
centrfuga tende a desloc-lo lateralmente.
No caso de as rodas da frente apresentarem
um ngulo de deriva em relao trajectria
maior que as rodas traseiras, o veculo tendea alargar a trajectria, saindo de frente. A este
fenmeno d-se o nome de subviragem.
Fig. 3.1 - Subviragem
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Geometria de Direco3.2
Subviragem e Sobreviragem
Os automveis com traco anterior e com o centro de gravidade localizado frente do
centro geomtrico do veculo (caso de motor frente) apresentam, geralmente, tendncias
subviradoras.
SOBREVIRAGEM
A sobreviragem acontece quando o
ngulo de deriva das rodas traseiras
superior ao das rodas dianteiras. Neste
caso o veculo tende a apontar a frente
para o centro da curva, apertando atrajectria e soltando a traseira.
Geralmente, os veculos com traco
traseira e/ou com centro de gravidade na
zona posterior apresentam tendncias
sobreviradoras.
Fig. 3.2 - Sobreviragem
Os automveis so normalmente projectados por forma a apresentarem uma ligeira tendncia
subviradora.
Isto acontece pois, para o condutor mdio, mais fcil controlar esta situao, bastando geralmente
aliviar o acelerador. Alm disso, a construo tpica de traco frente leva a essa tendncia.
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Geometria de Direco 4.1
Raio de Viragem
4 - RAIO DE VIRAGEM
1. Raio de viragem de passeio apasseio
2. Raio de viragem de parede aparede
3. Centro de rotao do veculo
Para alm de garantia e uma elevada segurana e estabilidade, o sistema de direco deve
oferecer uma grande maneabilidade.
Com este propsito, o sistema de direco deve permitir raios de viragem de parede a parede e de
passeio a passeio o mais pequenos possvel, aumentando o conforto de conduo e a facilidade
de execuo de manobras.
Os factores que mais inuenciam o raio de viragem so a construo da manga de eixo e a
dimenso da cava da roda. Esta ltima deve permitir que os pneus rodem livremente em curva,
sem ser demasiado grande.
Fig. 4.1
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Geometria de Direco 5.1
Orientao das Rodas Traseiras
5 - ORIENTAO DAS RODAS TRASEIRAS
5.1 - SISTEMAS DE EIXO AUTODIRECCIONAL
Este sistema consiste em orientar as rodas traseiras em curva de modo a garantir uma maior
estabilidade do automvel.
Os sistemas mais comuns permitem um pequeno ngulo de viragem das rodas traseiras,
orientando-as em fase com as rodas da frente (na mesma direco). Geralmente, para tal, recorre-se ao uso de um sistema de suspenso traseira de eixo semi-rgido ou de barra de toro.
O eixo xo ao chassis por quatro suportes elsticos, estando os dois mais adiantados dispostos
a 45. Este suportes so construdos em borracha com interposio de lminas metlicas,
conseguindo-se assim uma deformao diferente consoante o sentido da fora a elas aplicada.
Assim, ao executar uma curva, a roda exterior, que se encontra sobre maior esforo vertical
e lateral, transmite estes esforos ao eixo. Os suportes elsticos que ligam o eixo ao chassis
cedem pelo seu lado mais exvel permitindo que este se oriente na mesma direco das rodas
da frente, rodando em torno de um centro de rotao ctcio, que se encontra um pouco atrs dos
suportes.
Fig. 5.1 - Efeito autodireccional
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Geometria de Direco5.2
Orientao das Rodas Traseiras
O eixo traseiro volta sua posio normal quando cessar a fora lateral que provoca a deformao
dos suportes.
O ngulo de viragem do eixo muito pequeno no ultrapassando, geralmente, 1,3 a 1,4 graus.
A marca pioneira neste tipo de sistemas foi a Volkswagen, com o seu modelo Passat, embora j
outras marcas, como a Citron, Peugeot ou a Rover, o usem tambm.
Fig. 5.2 - Eixo autodireccional Volkswagem
Outro construtor japons, a Mazda, utiliza no RX7 um sistema de suspenso de rodas independentes
que permite a orientao das rodas traseiras em fase e em contrafase em relao s rodas
dianteiras (mesma direco e direco contrria). Assim, se a acelerao lateral for inferior a 0,4
g, as rodas traseiras so orientadas em sentido contrrio s rodas da frente, facilitando a insero
em curva. Quando a acelerao lateral ultrapassa 0,5 g, em plena curva, as rodas traseiras so
orientadas na mesma direco que as da frente, melhorando a estabilidade do veculo.
Este efeito conseguido com o uso de casquilhos com propriedades elsticas especiais.
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Geometria de Direco 5.3
Orientao das Rodas Traseiras
Fig. 5.3 - Sistema autodireccional Mazda RX7
Estes sistemas podem ser denominados como sistemas passivos, uma vez que actuam em funo
das foras geradas pelo atrito entre os pneus e o piso. Se este atrito no for sucientemente
elevado, o eixo traseiro no sofre qualquer orientao.
5.2 - SISTEMAS DE 4 RODAS DIRECCIONAIS
A grande diferena entre um sistema de 4 rodas direccionais e qualquer dos citados anteriormente que orienta as rodas traseiras sem depender das foras exteriores ao veculo.
As rodas traseiras so orientadas por aco do volante, tal como as dianteiras , necessitando de
mecanismos de direco auxiliares.
Como vantagens podemos denir:
Menor raio de viragem
Maior facilidade de conduo
Maior estabilidade em curva a alta velocidade
Estes sistemas permitem a orientao das rodas traseiras em direco oposta s da frente
(permitindo menor raio de viragem e maior facilidade de insero em curva) e na mesma direco
destes (aumentado a estabilidade em curva).
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Geometria de Direco5.4
Orientao das Rodas Traseiras
A direco da orientao das rodas traseiras depende, genericamente, da velocidade do veculo
e/ou do ngulo de viragem das rodas dianteiras, temos ento que, as rodas traseiras s se
orientam na direco contrria s da frente se a velocidade for superior a 30-40 Km/h, ou se as
rodas da frente apresentarem um ngulo de viragem superior a cerca de 20. Caso contrrio, asrodas traseiras orientam-se em fase. Isto permite uma boa maneabilidade a baixa velocidade e
em curvas apertadas, garantindo a estabilidade a altas velocidades.
A Honda e a Nissan so as marcas que dominam este tipo de sistemas.
O desenvolvimento da electrnica veio permitir o aperfeioamento destes sistemas, sendo possvel
fazer a orientao das rodas traseiras em funo da velocidade do veculo, da rapidez com que se
gira o volante e o seu ngulo de viragem. Existem sistemas que permitem correces de desvios
causados por ventos laterais, inclinaes da estrada e outras foras transmitidas ao veculo.
Fig. 5.4 Actuao do sistema 4WS
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7/22/2019 Geometria de Direo
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Geometria de Direco 6.1
Infuncia da Suspenso na Direco
6 - INFLUNCIA DA SUSPENSO NA DIRECO
Todas as rodas de um veculo so xadas nas extremidades dos eixos ou nas extremidades das
alavancas de suspenso. As irregularidade do solo provocam oscilaes verticais de cada roda,
de um e de outro lado de uma posio mdia que depende de carga momentnea do veculo.
Estes movimentos verticais causam, frente e atrs, uma deformao mais ou menos acentuada
da posio geomtrica das rodas. Contudo, estas deformaes dependem tambm dos sistemas
de suspenso; os tipos de rodas independentes oferecem maiores variaes que os de eixo
rgido.
Em princpio, devem-se ter em conta as seguintes reaces em rodas independentes:
Por tringulos duplos iguais: variao da via, mas
ngulo de sop da roda constante
Por tringulos duplos desiguais: variao do ngulo de
sop da roda, mas via constante;
Tipo Mcpherson: variao da via e do ngulo de sop,
podendo este tornar-se negativo sob fortes cargas;
Por braos longitudinais: via e ngulo de sop da roda
constantes.
As rodas solidrias a um eixo rgido sofrem poucas variaes. Contudo, se o eixo for ligado ao
chassis por molas de lminas ou por braos longitudinais, o ngulo de inclinao do cavilho da
manga de eixo aumentar com a carga. Por outro lado, cada elevao de uma das rodas de um
eixo causar tambm uma modicao do sop das duas rodas e um deslocamento longitudinal
do eixo.
Este deslocamento longitudinal deve-se ao facto de as molas de lminas ou as barras serem
articuladas num ponto do chassis.
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Infuncia da Suspenso na Direco
Nos seus deslocamentos verticais, o eixo descreve uma curva centrada na articulao do ponto
xo. Este fenmeno especialmente sensvel nas curvas, quando o veculo se inclina para fora.
A mola correspondente desce e faz recuar a extremidade do eixo, enquanto que a mola interna
se curva, fazendo o eixo avanar. Consequentemente, este ltimo toma uma posio oblqua emrelao posio normal. Ora, como se manifesta no eixo traseiro, esta obliquidade tende a dirigir
as rodas para fora da curva, reforando o fenmeno de sobreviragem.
Em curva, a obliquidade do eixo traseiro exerce uma inuncia nos ngulos de viragem das
rodas directrizes. Sabe-se, com efeito, que o centro da curva descrito pelo veculo sempre
colocado na projeco do eixo traseiro e que os ngulos de viragem das rodas dianteiras so
condicionados pela projeco deste centro. Como a obliquidade do eixo traseiro faz deslocar o
centro terico da curva, preciso que os ngulos de viragem das rodas directrizes correspondama essa situao real do centro da curva descrita. Os que so indicados pelos fabricantes tm em
conta as modicaes devidas aos rgos de suspenso do veculo em questo. Por isto que se
verica frequentemente uma ligeira diferena entre os ngulos de viragem tericos e os ngulos
impostos por testes prticos do veculo.
Actualmente existe a tendncia de montar nos veculos, tanto no eixo traseiro como dianteiro,
suspenses independentes do tipo multilink. Este sistema consiste em fazer a ligao da roda
ao chassis por meio de vrios tirantes. Com este sistema pretende-se que a direco mantenha
as suas caractersticas geomtricas constantes durante o andamento do veculo. Alm disso,
no eixo traseiro, a forma como so ligados os tirantes (geralmente por apoios de borracha
com caractersticas elsticas especiais) permite o auto direccionamento das rodas em curvas
acentuadas.