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1 O RIOMOINHENSE DEZEMBRO 2014 O RIOMOINHENSE 07 GASTRONOMIA TÍPICA ESTÁ EM DESTAQUE NESTA QUADRA DE NATAL PUBLICAÇÃO NÚMERO PÁG.10 PÁG.12 PÁG.14 BOLETIM INFORMATIVO DA FREGUESIA DE RIO DE MOINHOS NOVA DIREÇÃO DA CASA DO POVO EMPREENDER RESTAURANTE “O RAMIRO” À CONVERSA COM... OS MARÍTIMOS associação juvenil remoinhos d’água TRIMESTRAL * DEZEMBRO 2014 * ANO III

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1O RIOMOINHENSE

DEZEMBRO 2014

O RIOMOINHENSE07

GASTRONOMIATÍPICA ESTÁ EM DESTAQUENESTA QUADRA DE NATAL

PUBLICAÇÃO NÚMERO

PÁG.10 PÁG.12 PÁG.14

BOLETIM INFORMATIVO DA FREGUESIADE RIO DE MOINHOS

NOVA DIREÇÃODA CASA DO POVO

EMPREENDERRESTAURANTE “O RAMIRO”

À CONVERSA COM...OS MARÍTIMOS

associação juvenilremoinhos d’água

TRIMESTRAL * DEZEMBRO 2014 * ANO III

2 O RIOMOINHENSE

DEZEMBRO 2014

EDITORIALFICHA TÉCNICA

APOIOS

DiretoraJoana Margarida Carvalho

RedaçãoAdriana AntunesAndré VirtuosoBárbara BretesCatarina AssunçãoCláudia FerreiraDaniela GasparJoana Margarida CarvalhoLiliana CarvalhoNuno Lopes

CronistasMário PernadasNuno MiguelRui André

PublicidadeAdriana Antunes

Design e PaginaçãoDaniela Gaspar

ImpressãoGráfica Prova de CorAbrantes

Tiragem250 exemplares

Contactos918 818 [email protected]

ProprietáriaAssociação JuvenilRemoinhos d’Água

UMA ESPERANÇARENASCIDA

JOANA MARGARIDACARVALHO

Chegamos ao final de mais um ano. Es-tamos prestes a entrar num novo ciclo que não se advinha muito

mais fácil e folgado, mas onde os desafios se impõem e por isso, não podemos ficar de braços cruzados.

Hoje, mais do que nunca neces-sitamos de uma política credível, segura e capaz, que aposte, para que todos possamos ter uma es-perança, uma esperança renovada para 2015.

Tem sido num ritmo alucinan-te, onde somos bombardeados com as piores notícias de sempre, que muitos de nós têm corrido para alcançar novos objetivos, na continuidade de um bom trabalho e numa aposta naquilo que é regio-nal, naquilo que é nosso.

Neste fim de ciclo, é tempo de fazermos uma reflexão sobre a nossa vida pessoal e profissional, mas também é tempo de refletir-mos sobre o nosso contributo para

alavancar a nossa freguesia de Rio de Moinhos.

Mais do que nunca, chega o momento de olharmos atentamente para aquilo que é nosso e para o que deve ser realmente valorizado. Estamos integrados numa fregue-sia viva, onde temos a sorte de ter uma comunidade ativa, com instituições fortes e empenhadas em trabalhar para o bem cultural, recreativo e social da comunidade. Prova disso, têm sido as diver-sas iniciativas que marcaram os últimos meses e que aqui, neste boletim, têm um especial destaque.

A nossa associação juvenil que se encontra com grande dinâmica e que tem proporcionado alguns momentos festivos na nossa loca-lidade, ambiciona para 2015 que mais jovens da freguesia venham ao nosso encontro. Para além da dinamização das várias atividades previstas, consideramos que esta casa deve ter um futuro garantido. Por mais que consideremos que a nossa vida já nos dá bastante que fazer, é sempre importante traba-lhar em prol de uma comunidade que cada vez mais precisa dos jovens ativos. Somos nós o futuro e o garante para uma população mais instruída, integrada e essen-cialmente feliz.

Este é um tempo de festa, mas é também um tempo de união familiar, onde a palavra Natal deve ultrapassar o seu fim comercial, e ser um momento de partilha, de re-união de esforços e essencialmente de paz!

Feliz Natal e um excelente ano novo 2015!

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foi ficando mais forte o João recu-sou-se a ficar parado e começa a procurar emprego, sem nunca de-sistir. Bateu a muitas portas mas só em 2014 se abriu finalmente a porta da Junta de Freguesia de Rio de Moinhos, onde desempenha atualmente várias funções.

Embora o Joãozito seja o herói desta história não podemos esque-cer a família que sempre o acom-panhou e a namorada, Ana Maia que o acompanha desde os tempos de liceu, a “mulher” que mesmo nos piores momentos esteve sem-pre presente.

Muito mais haveria para dizer sobre o Joãozito mas acima de tudo, fica um exemplo de um lu-tador que nunca cruzou os braços, sendo hoje um elemento ativo da nossa comunidade.

POR NUNO LOPES

SOCIEDADE

“NA LUTA PORUMA VIDA MELHOR”

onde o superficial e o consumismo ganharam terreno aos sentimentos

Nestes no-vos tem-pos da era moderna onde o superficial e o con-sumismo

ganharam terreno aos sentimen-tos, à solidariedade e ao bom sen-so, ainda encontramos histórias de vida que nos fazem ter esperança. Hoje trago-vos a história de um jovem amoreirense que recusou ficar de braços cruzados e que decidiu lutar contra a sua doença para assim ter uma vida melhor.

João José Veríssimo Bexiga nascido a 4 de maio de 1984 natu-ral de Amoreira, viveu no dia 5 de fevereiro de 1999 o momento que mudou toda a sua vida, quando do nada começou a sentir falta de força nas pernas enquanto jogava à bola na escola com os amigos.

Transportado para o hospital de Abrantes e posteriormente trans-ferido para o Hospital da Estefâ-nia, em Lisboa foi difícil fazer um diagnóstico certo mas acabaram por dar à doença, o nome compli-cado de: Mielite Transversa com Paraparésia Espástica.

João, um jovem de 15 anos cheio de vida vê-se então acama-do durante um mês na Estefânia.

É transferido para Alcoitão, onde andou de cadeira de rodas durante 5 meses. Em junho finalmente

começou a dar os primeiros passos apoiado com muletas. Até 2006 entrou num longo processo de recuperação onde a força de vontade foi a sua principal arma. Durante a recuperação conclui o 12ºano na escola secundária Dr. Manuel Fernandes e fez vários cursos de informática no centro de emprego de Abrantes. Em 2006 consegue já caminhar sem apoio, mas continua com medicação e exercícios diários. À medida que

João Bexiga esteve em cadeira de rodas, mas recuperou.

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CRÓNICA

A chuva cai e o vento faz-se sentir anunciando a mudança de um “tempo novo”. Dezembro bateu-

nos à porta e a inquietação toma conta das nossas vidas. Aproxima-se mais um momento de festa para as famílias cristãs da nossa Comunida-de de Rio de Moinhos que começam a preparar as suas casas e as suas vidas para acolherem o pequeno Deus que está para “nascer” uma vez mais nos seus corações! Com o mês de Dezembro (melhor, no último dia de Novembro) inicia o Tempo a que chamamos Advento. Não, não é Na-tal, é Advento! E é um tempo muito importante e indispensável para bem se viver o Tempo do Natal.

O Tempo de Advento é um tempo de quatro semanas que quer ajudar a preparar a chegada do pequeno Deus. Mais do que um tempo para nos perdermos nos pontos altos do consumismo na busca dos presentes ideais para os nossos familiares e amigos, é um tempo de prepararmos aquilo que é a nossa vida (este sim o grande presente para quem amamos) para um momento de forte encontro com Deus e com os irmãos.

O Advento na vida do Cristão tem que ser paragem obrigatória! Se assim não for, corre o risco de o Natal perder a dom da novidade e

ADVENTO! PARAGEM OBRIGATÓRIAPARA CHEGAR AO NATAL

não ser mais que o gesto de comprar presentes para trocar no jantar de família no dia 24 de Dezembro. Se é apenas isso, o que distingue esse momento de outros momentos onde igualmente nos reunimos em família e até trocamos lembranças? “Toma! Dá cá! Vá come! Vamos dormir, amanhã é dia de descanso!” Esta experiência tão veloz como rotineira, enche-se de... quase nada! Enche-se de “quase” alegria, de “quase” novidade, de “quase” festa... porque Natal, só Tudo em Deus! E para o ano será igual... o mesmo “quase” de sempre! O Tempo do Advento tem que ser um tempo em que nos voltamos para “dentro”, para depois vivermos para “fora”. É o preparar-mo-nos para receber Deus (dentro de nós/Advento) para de seguida darmos Deus (fora de nós/Natal). Este Tempo faz-nos perceber se esta-mos atentos aos sinais da nossa vida e do mundo que nos rodeia; faz-nos arrumar o nosso coração de modo a que o Natal seja realidade dentro de nós, seja nascimento de Deus em nós, seja nascimento de novos caminhos “de nós”. Muitas vezes, com tantas coisas secundárias a ocu-par o nosso coração e a nossa vida, podemos correr o risco de Jesus não encontrar em nós espaço para nascer, do mesmo modo como aconteceu em Belém onde Maria não encon-trou uma casa para dar a Luz ao

Mundo. É grande o risco do nosso coração estar tão cheio de comida, de embrulhos, de luzes, de fitas, de tantas e tantas coisas, que o “peque-no Jesus”, quando procurar entrar e encontrar um espaço para nascer em nós, o não encontre e assim não possa permanecer, deixando-nos tal como nos encontrou... cheio de tudo, mas cheio de Nada! O Advento dá-nos a consciência do que nos falta para sermos mais de Deus, dá-nos a consciência para que neste nasci-mento desejado possamos completar a nossa realidade enquanto Huma-nidade e enquanto seres de Deus. O Advento é O Tempo que antecede o Tempo do Natal e no qual se carac-teriza pela dimensão fundamental da preparação do coração, da espera para a chegada do Menino Deus que vem transformar as vidas de quem O deseja acolher de coração sincero. Nesta espera cada um deve organizar o seu espaço “coracional” (do coração) e o seu tempo (Vida) para o tão desejado nascimento de Deus, deixando de se focar por uns instantes no momento presente, para viver a espectativa e o entusiasmo de tempo futuro, onde nos aguarda a realização da promessa de muitos momentos de felicidade.

Após um Tempo de Advento centrado no essencial, chegará um Natal que se revelará verdadeira-mente celebração do nascimento de Deus que se faz Homem. Deus que entra na nossa história, não de uma forma espetacular, mas através de uma criança recém-nascida. E não poderia ser de outra maneira, já que a predilecção de Deus por cada um de nós terá de se manifestar na forma mais concreta e próxima possível. No presépio percebemos a

Este Tempo faz-nos perceber se estamosatentos aos sinais da nossa vida

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força da fragilidade de Deus, que se põe totalmente à nossa disposição, fazendo-nos o convite a acolhe-Lo, a adora-Lo e a transformarmos as nossas vidas.

Podemos acolher esta contínua novidade de Deus, que se renova em cada Natal, de acordo com a nossa situação concreta, porque em cada ano acontecem coisas diferen-tes e Deus entra na nossa história com uma promessa e uma alegria diferentes. Poderíamos perguntar: o

Advento é expressão do meu desejo de Deus? Quero que Ele nasça no meu coração? Quero-O na minha história de vida para que me ajude também a (re)nascer? O Tempo de Advento é o tempo de preparar estas e outras perguntas e disponibilizar o coração para Deus se manifestar, e com Ele a expressão das respostas por nós procuradas e desejadas. Se conseguirmos viver este Advento com a verdade e a simplicidade do pequeno Deus, o Natal será tudo

menos superficial e rotineiro, mas sim autêntica festa de encontro com Deus e verdadeiro (re)nascimento de nós para uma Vida mais completa e autêntica.

Votos de um Santo Tempo de Ad-vento e de um Natal cheio de Deus!

Padre Nuno Miguel, PárocoArtigo escrito sob o antigo

acordo ortográfico.

FESTA DE HALLOWEENANIMOU RIO DE MOINHOS

vestiram-se a rigor, bem como, a população que aderiu, tornando esta noite agradável. A decoração foi alusiva ao tema acabando por abrilhantar a festa.

A noite do dia 31 de outubro foi, desta forma, comemorada com boa disposição e muito susto!

POR CLÁUDIA FERREIRA

No passado dia 31 de outubro, na Sede Social da freguesia, realizou-se uma festa de Hallo-

ween organizada pela Associação Remoinhos d´Água e pela Puca-Jovem.

A festa começou as 22h00 com

o artista Diego Miguelis seguindo-se o baile pela noite dentro com muita animação. Durante o baile decorreram dois concursos para o melhor mascarado, um para crian-ças outro para adultos. A criança vencedora ganhou um chocolate em forma de abóbora e o adulto uma garrafa de Abafado.

Os membros das associações

Vencedora do concurso da categoria crianças.Vencedor do concurso da categoria adultos.

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SOCIAL

O Gabinete de Apoio Social (GAS) de Rio Moinhos é a mais recente va-

lência da nossa Junta de Freguesia. Dinamizado por Olga Serrano, psi-cóloga, e pela equipa que compõe a Comissão Social da Freguesia, o GAS é destinado ao combate do isolamento, da solidão, da pobreza e da exclusão social.

O mais recente projeto deste gabinete chama-se Escola dos Sor-risos e do Esquecimento, destinado a pessoas com mais de 55 anos, que tem reunido um conjunto de atividades. Desde o passado mês de setembro, a escola tem sido dina-mizada por duas voluntárias, que promovem dois ateliês, um desti-nado aos trabalhos manuais, outro destinado à escrita e à leitura e que têm abrangido cerca de 33 idosos. A mais recente novidade desta escola é a iniciação à informática que vai decorrer a partir de janeiro de 2015, todas as quartas-feiras, na Cruz Vermelha de Abrantes, entre as 10h00 e as 12h00. A Junta de Freguesia vai garantir o transpor-te e os idosos vão ter agora uma oportunidade para aprender a lidar com os computadores e as novas tecnologias.

Sobre o projeto da Escola dos Sorrisos e do Esquecimento, Olga

GABINETE DE APOIO SOCIAL, UMA PORTA QUE PODE

SIGNIFICAR UMA AJUDA

Serrano conta que “os idosos costumam dizer que vêm aqui para sorrir…eles cantam, brincam uns com os outros, partilham experiên-cias…é muito giro.”

Para além do atendimento ao público, e após a realização de um questionário na localidade, Olga Serrano já diagnosticou alguns problemas na freguesia, ao nível da carência alimentar, desemprego, solidão e violência doméstica.

No que diz respeito à carência alimentar, a psicóloga explicou que todos os casos são encaminhados

RIO DE MOINHOS

para a Conferência São Vicen-te Paulo, que tem apoiado com bens alimentares. Todas as outras situações são encaminhadas para as diferentes entidades competentes, como a Segurança Social, o IEFP e a Câmara Municipal.

“Por vezes surgem necessidades menos complicadas, que passam pelo preenchimento de papéis, pensões de sobrevivência, criação de currículos ou simplesmente a necessidade de conversar. Tenho feito um pouco de tudo”, explica a psicóloga.

A psicóloga Olga Serrano tem feito “de tudo” para ajudar,desde o campo da saúde até aos afetos.

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empregue a Fátima Vitória e o ter-ceiro lugar para Manuel Dias. Nas abóboras mais criativas o primeiro lugar foi dedicado a Guilhermino Pedro, o segundo foi entregue a Júlia Gaspar e o terceiro lugar a Joaquim Martins.

POR BÁRBARA BRETES

“Estes gabinetes são muito importantes, pois para além do encaminhamento para as entidades competentes, são também núcleos onde as pessoas encontram um conselho, uma palavra de orienta-ção”, confessa Olga Serrano.

O GAS tem também uma atividade direcionada na área da saúde que, tal como a Escola dos Sorrisos, é concretizada graças ao voluntariado, e que passa pela realização de medições de tensão, colesterol e glicémia nas localida-

des de Amoreira e Pucariça.Olga Serrano conta que o GAS

já se associou a uma causa social: “Em março último, deparámo-nos com senhor da freguesia que precisava de uma cadeira de rodas. Rapidamente procedi ao contacto de várias entidades e a uma pes-quisa na internet para encontrar uma solução. Acabei por encontrar uma empresa sediada no Porto, que numa ação puramente solidária, acabou por oferecer a cadeira de rodas ao idoso.”

Hoje o objetivo do GAS passa pela criação de um centro de re-cursos que poderá funcionar como uma loja solidária e que poderá dar resposta a outras necessidades da freguesia.

Horário GAS: Todos os dias úteis entre as 09h00 às 18h00

POR JOANA MARGARIDA CARVALHO

I CONCURSO DEABÓBORAS NA PUCARIÇA

No passado dia 1 de novem-bro realizou-se o primeiro concurso de abóboras na freguesia de

Rio de Moinhos. Esta iniciativa foi promovida pela Comissão de

Melhoramentos de Pucariça. Este concurso tinha duas etapas, a abó-bora mais pesada e a abóbora mais criativa. Para cada uma das etapas foram entregues 3 medalhas para 1º, 2º e 3º lugar.

Nas abóboras com mais peso o primeiro lugar foi entregue a Manuel Santos, o segundo lugar foi

As abóboras mais criativas do concurso.As abóboras mais pesadas do concurso.

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CRÓNICA

UM ANO DE MUITO TRABALHO…O QUE SE FEZ?

A Junta de Fregue-sia é uma entidade pública com diver-sas competências definidas por lei. O

executivo planeou e desenvolveu várias atividades que merecem ser registadas e partilhadas com os leitores.

Este primeiro ano de mandato ficou marcado com a criação e a abertura do GAS - Gabinete de Apoio Social com coordenação da Dra. Olga Serrano.

A sede da Junta de Freguesia, onde funciona também os CTT, so-freu algumas melhorias nomeada-mente a criação de duas salas para o GAS (rés do chão e 1º andar) e os

Sanitários Públicos foram alvo de uma renovação profunda.

Foram realizados vários contra-tos emprego-inserção com o Centro de Emprego de Abrantes. O mais jovem contratado chama-se João Bexiga, um colaborador promissor da aldeia de Amoreira que tem vin-do a realizar um excelente trabalho e tem ajudado a D. Fátima Rama-lhete quer nos CTT, quer na Junta de Freguesia.

No transporte escolar o Sr. Eduardo Bexiga tem trabalhado com grande profissionalismo. Para além de transportar os alunos para o Centro Escolar faz a ligação entre a Extensão de Saúde de Rio de Moinhos e a freguesia de Aldeia do Mato e Souto, com apoio da Câma-ra Municipal de Abrantes.

Em parceria com os Serviços Municipalizados de Abrantes, fo-ram reabertos vários fontenários da freguesia. Brevemente toda a Rua Dr. João de Deus vai sofrer uma grande intervenção e vai ter uma nova conduta desde do adro até ao depósito (junto ao cemitério).

A Escola dos Sorrisos e do Es-quecimento foi criada em parceria com o Centro de Apoio a Idosos e iniciou as aulas no mês de setem-

bro de 2014 com as áreas de leitura e escrita (professora Conceição Martins) e trabalhos manuais (pro-fessora Ana Catarina Assunção). Brevemente será criada uma nova área de aprendizagem – a infor-mática em parceria com a Cruz Vermelha.

O Jardim Geriátrico de Amoreira foi concluído e inaugurado este ve-rão. Esta obra foi planeada e na sua maioria realizada pelo executivo anterior presidida por João Paulo Rosado.

Este ano, foi realizado o Passeio dos Idosos ao Santuário de Fátima e foi realizado uma visita guiada ao Museu dos Rios e das Artes Maríti-mas de Constância.

Um trabalho de proximidade sempre a pensar no próximo e no seu bem-estar.

Epicuro dizia: “Quem exige aju-da constante, e, do mesmo modo, quem nunca a presta, não é amigo. O primeiro quer comprar o nosso esforço com o seu afeto; o segundo nos rouba, para todo o futuro, a esperança consoladora.”Um bem-haja!

Boas Festas e Um Bom Ano de 2015.

toda a Rua Dr. João de Deus vai sofrer uma grande intervenção (...) Um trabalho de proximidade sempre a pensar no próximo e no seu bem-estar

RUI ANDRÉPRESIDENTE DA JFRM

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perdê-los se o projeto não pros-seguir. A atual direção manterá o equipamento social aberto apenas até ao próximo mês de março de 2015, altura em que serão apre-sentadas as contas relativas ao mandato anterior.

Neste momento, esta casa aguarda a apresentação de uma lista que tome conta e que dê continuidade a esta causa social, determinante na freguesia.

POR JOANA MARGARIDA CARVALHO

CENTRO DE APOIO A IDOSOSNECESSITA COM URGÊNCIADE UMA NOVA LIDERANÇA

SOCIAL

O Centro de Apoio a Idosos de Rio de Moinhos necessita de uma nova equipa diri-

gente para um próximo mandato, com a duração de três anos. O atual presidente da direção, João Dono, encontra-se no seu último mandato e está impedido de recan-didatar-se devido à lei de limita-ção de mandatos.

Este é um projeto crucial na fre-guesia, pois para além de garantir todo o apoio a 28 idosos, ainda é responsável por 5 postos de trabalho. Caso o Centro de Apoio a Idosos não encontre uma lide-rança será “muito difícil à Junta de Freguesia dar continuidade ao projeto,” tal como já admitiu ao Riomoinhense Rui André, presi-dente de Junta.

O Centro de Apoio a Idosos reú-ne um conjunto de acordos com a Segurança Social e poderá vir a

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O Centro de Apoio a Idosos garante 5 postos de trabalho e ainda apoia 28 idosos.

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ASSOCIATIVISMO

Alguns membros da nova equipa durante a Noite de Fados de 2014.

CASA DO POVO DE RIO DE MOINHOS APRESENTA NOVA EQUIPA DE TRABALHO

No passado dia 22 de setembro, a Assem-bleia Geral da Casa do Povo de Rio de Moinhos elegeu uma

nova direção, apresentando uma nova lista com pessoas interessadas em dar continuidade ao trabalho e às tradições já enraizadas na nossa cultura local.

Alguns membros desta direção eleita, não são naturais da freguesia, mas já convivem com os riomoi-nhenses há já alguns anos e têm esta-do presentes em várias atividades da localidade, nomeadamente ao nível desportivo. Exemplo disso é o atual presidente da direção, André Filipe dos Santos Virtuoso, licenciado em Educação Física com Pós-graduação em Gestão de Desporto. Apesar de não residir em Rio de Moinhos, já viveu por cá alguns anos enquanto estudou no primeiro ciclo. Por este motivo, o jovem dirigente conhece bem as nossas aldeias e reúne vários amigos de infância.

Na vice-presidência encontra-se Liliana Gaspar Carvalho, licenciada em Educação Musical, e já ligada à instituição há muitos anos. Iniciou o seu gosto pelo Rancho Folclórico desde tenra idade e neste momento, é quem gere e ensaia este movimento cultural. Filha da terra tem reunido esforços para levar por diante as tradições do nosso povo às gerações seguintes.

O tesoureiro é Bruno Filipe Pom-bo Colaço, licenciado em Gestão de Empresas, estando empregado na sua área de formação. Apesar de também não residir na freguesia, assume um grande gosto pelo futebol e pelo con-vívio gerado em Rio de Moinhos.

A secretária é Daniela Alexandra Damas Gaspar, licenciada em Design de Comunicação. A jovem tem es-tado sempre pronta a fazer a divul-gação das atividades da freguesia, através da sua “arte” em comunicar graficamente.

O vogal Hugo Miguel Andrade Lopes Bexiga tem amor à camisola e é mais conhecido por Pelé. Jogou durante muitos anos no nosso campo e hoje em dia é um dos responsáveis e treinador da equipa desportiva.

Álvaro do Carmo Gaspar assume o cargo de vogal. Já os suplentes são Isabel Maria Batista Ferreira Lopes e Vitor Manuel Damas Antunes. Os três têm estado sempre dispostos a ajudar.

Na Assembleia Geral, Joana Margarida Gaspar Carvalho assume a presidência, seguida de Vera Lúcia Cavaco Falcão em 1º secretário, em 2º Adriana Isabel Quintas Antunes e em suplente Júlia David Lopes Damas Gaspar.

No Conselho Fiscal, André Ale-xandre Damas dos Santos assume a presidência, seguido de João Pedro Godinho Mourato em 1º vogal, em 2º João Abílio Aires Ramos e em suplente Bárbara Gaspar Damas Bretes.

Um grupo diversificado, com diferentes formações e experiências, que assumiu o desafio de dar conti-nuidade à Casa do Povo. Esta casa que tem sido um lugar de encontros geracionais, onde se convive, joga-se e essencialmente vive-se em amiza-de, entre avôs, pais e filhos.

Têm sido várias as atividades realizadas pela instituição como a já tradicional Noite de Fados, o Passeio de Cicloturismo e Almoço no 25 Abril, a Festa de Natal que este ano realiza-se no dia 20 de dezembro e o Festival de Folclore, que habitual-mente acontece no mês de maio.

“Dar continuidade à equipa de futebol, ao Grupo Folclórico Os Moleiros e prestar todo o apoio à

Rui

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CASA DO POVO ENCHEUPARA OUVIR O FADO

Salão da Casa do Povo juntou 140 pessoas para ouvir o fado. Gonçalo da Câmara Pereira e Dora Maria.

Como já vem sendo hábito, a Casa do Povo de Rio de Moinhos cumpriu a tradição e realizou mais uma

noite de fados no passado dia 22 de novembro.

Este ano, com nova direção, a equipa da Casa do Povo esforçou-se por conseguir proporcionar uma noite memorável à população da sua aldeia.

Uma noite em que a cultura se aliou à gastronomia e onde se can-tou o fado ao sabor do caldo verde e do chouriço assado.

Nesta edição, com cerca de 140 pessoas, a Casa do Povo teve casa cheia para receber e ouvir o fadista já bem conhecido do público, Gon-çalo da Câmara Pereira. Contou-se ainda com a presença da fadista abrantina Dora Maria, de Manuel Gomes à guitarra portuguesa, e de Fernando Gomes e João Chora, ambos à viola. Uma noite muito agradável em que a boa disposição dos fadistas se fizeram sentir entre os presentes.

Para Gonçalo da Câmara Pereira, “o fado ou é intimista ou então pas-sa a ser uma música como as outras.

A guitarra portuguesa tem uma interioridade e uma mística muito própria e a voz do fadista portanto tem que ser intimista e tem de haver uma ligação entre o público.”

São iniciativas como estas que são uma mais-valia, numa casa que pretende continuar a fazer o seu me-lhor na promoção de bons momen-tos aos seus fregueses.

Este evento só foi possível graças a uma equipa vasta, aos apoios, aos patrocínios, e sobretudo à colabo-ração de todos os amigos e volun-tários.

POR DANIELA GASPAR

Associação Juvenil” são alguns dos objetivos para este mandato referidos pelo presidente André Virtuoso, que acrescenta que a equipa de trabalho pretende ainda “reviver os carnavais de outros tempos e no desporto, pos-sivelmente, promover a realização

de um torneio de pré-época futebo-lística.”

Para estes três anos de mandato, o grande desafio é para o novo dirigen-te “ a requalificação das infraestrutu-ras, sendo este o desejo de muitos”.

“A crise do país não ajuda, mas a

esperança permanece. O objetivo é entregar à próxima lista um espaço mais adequado e com as condições necessárias para o sucesso da institui-ção,” finalizou André Virtuoso.

POR CATARINA ASSUNÇÃO

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EMPREENDER

UMA VIDA DE TRABALHOEM FAMÍLIA

O empresário tem como objetivo melhorar a decoração da sala mais antiga e garantir sempre a qualidade

Nasceu na Medroa, tem 58 anos, chama-se Ramiro Antunes Paulino

e está ligado à restauração desde 1980. Muito jovem iniciou a sua atividade e esperou que a sua esposa atingisse maioridade, para casar e assim começar a sua vida profissional em família.

O jovem casal dedicou-se muito cedo ao que construíram e rapidamente o sucesso lhes bateu à porta. O seu primeiro estabele-cimento foi no largo da aldeia de Rio de Moinhos, intitulado “Café Lunar”, apenas para serviço de café e de petiscos. Passados oito anos, devido à concorrência, ao crescimento de outros estabele-cimentos e à construção da A23, tomou a difícil decisão, com a sua esposa, de trespassar o café.

Sempre na direção de expandir o negócio, abre a “Cervejaria 2 Bicas”, em homenagem à fonte, no centro da aldeia. Com muitos

receios e dúvidas, uma vez que a rua ainda era de terra batida. A sua confiança passou sempre por acreditar que oferecia um serviço de qualidade, com muito profis-sionalismo. Na perspetiva de um futuro melhor e de sucesso, parti-lhou com os seus fregueses vários momentos de alegrias e tristezas.

Mais quatro anos e meio passa-ram, com dedicação e empenho, surgiu de novo a mudança. Em 1994, abre um restaurante com várias valências: jantares, al-moços e os famosos petiscos da Dona Fernanda.

A necessidade de uma grande sala foi pensada mais uma vez em família, e com o tempo surgiu a adesão dos clientes pelas refei-ções confecionadas. As pessoas da freguesia costumavam deliciar-se com os seus petiscos, mas a pro-cura por parte de outros clientes fora da aldeia provocou a necessi-dade deste grande investimento.

A família sempre de mãos dadas e com casa cheia, abraça o novo projeto com algumas

RESTAURANTE “O RAMIRO”

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A família tem estado unida no sucesso que o restaurante reúne.

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surpresas e situações caricatas. Fernanda contou-nos uma pas-sagem muito engraçada do seu dia-a-dia, onde receberam uma carta de um suposto representante do programa “Masterchef”, em jeito de crítica, onde sugeria uma melhor confeição de um prato da lista.

Os desafios e as responsabi-lidades do seu projeto

A necessidade de manter o seu projeto e de garantir a permanên-cia dos seus colaboradores sempre foi determinante para a família. Ramiro reforça que a satisfação do cliente e um bom ambiente é fundamental para que o freguês volte e a casa permaneça cheia. O empresário tem como objetivo melhorar a decoração da sala mais

antiga e garantir sempre a qua-lidade. Acrescenta que a melhor forma de publicitar os seus servi-ços é a palavra de boca em boca.

Presentemente, o restaurante tem onze funcionários ao servi-ço. Com a crise foram reduzidos dois postos de trabalho e feitas refeições mais económicas. O que mais o desafia e o preocupa na sua vida profissional é a gestão da sua casa, principalmente gerir os seus recursos humanos. Ramiro diz-nos que hoje em dia, tem de trabalhar com profissionalismo, dedicação e qualidade. Só assim se consegue manter a atividade com casa cheia e garantir todos os vencimentos ao fim do mês.

O seu principal cliente é da região e os pratos mais apreciados são: o cabrito assado no forno,

o bacalhau, polvo a lagareiro, entre outros.

Para Ramiro este projeto é familiar e tem continuidade. O seu único filho acompanha os seus pais também desde novo e ganhou gosto pela restauração. Jovem que é, Sérgio acredita e dá confiança aos pais na continuidade e sucesso do projeto de restauração.

A família reforça que é muito bom trabalharem juntos, pois aca-bam por partilhar vários momen-tos do dia-a-dia. Olhando para o passado até aos dias de hoje, Ramiro diz-nos que têm vivido uma vida de sucesso em família, o que é maravilhoso.

“Sem eles, sem os clientes e amigos não seria o homem que sou hoje”!

POR LILIANA CARVALHO

DELÍCIAS DA DEOLINDA DISTINGUIDAS

Mais uma vez Rio de Moi-nhos foi motivo de notícia, pelos melhores

motivos. No passado dia 20 de julho, a freguesia qualificou-se no 3º lugar no concurso de doçaria regional realizado na localidade de Carvalhal. O feito foi conseguido com as broas de passas, confecio-nadas pela Delícias da Deolinda, Lda.

O Riomoinhense aproveita para desejar o maior sucesso na aber-tura do novo espaço no início de 2015 em Abrantes!

POR ADRIANA ANTUNES

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TRADIÇÕES

“GRANDES AMIGOS POR LÁ ARRANJEI,TENHO MUITAS SAUDADES DESSE TEMPO”

FRANCISCO JACINTO, COM 83 ANOS, NATURAL DE RIO DE MOINHOS, É UM DOS AN-TIGOS MARÍTIMOS DA NOSSA FREGUESIA. O RIOMOINHEN-SE ESTEVE À CONVERSA COM ESTE FILHO DA TERRA SOBRE ETAPA DA SUA VIDA.

Com que idade iniciou a vida como maríti-mo e porquê?

Com apenas 10 anos já ia com jangadas de madeira até Valada do Ribatejo, mas iniciei aos 12 anos, na altura era o que havia, o meu pai já andava por lá e acabei na companhia dele.

Como é que foi evoluindo a sua vida como marítimo?

Andei com o meu pai até aos 14 anos, mas depois fui para Lisboa.

Iniciei como moço, andava num barco de 12 toneladas e depois fui para um de 190 toneladas. Nesse barco andei 3 ou 4 anos depois passei a marinheiro e fui para outra empresa ganhar mais. Entretanto o patrão ofereceu-me mais dinheiro o que me garantiu um lugar numa fra-gata, estive por lá 5 ou 6 anos... Um dia, vinha do Montijo com cortiça e vejo um conhecido meu a acenar-me na doca, era para me oferecer um lugar na empresa Cavan, por um melhor ordenado de 5 mil escu-dos, fiquei de pensar e fui falar com o meu patrão, que me disse que mesmo que não me adapta-se podia voltar porque tinha sempre lugar... então fui! Andei nesse barco até ao 25 de abril.

Por fim, a Cavan faliu e eu

vim para outra empresa, para Vila Franca. Mudei de um barco que transportava 170 metros de areia para um com capacidade para 1200 e tinha 94 metros de comprimento! Foi o meu trabalho até à reforma.

Quais as principais dificuldades que sentia?

O barco tinha conforto. Como na altura muitos de nós não tinham em casa, tínhamos de trabalhar é claro, não tínhamos horários, trabalhá-vamos de dia e de noite, mas a principal dificuldade era estar longe da família, porque só vinha ao fim-de-semana, quando era possível.

Quando fazia o trajeto de Rio de Moinhos para Lisboa o que transportava? Quanto tempo demorava a viagem?

Aqui chegavam a carregar-se 5 embarcações! Transportávamos madeira das 4 serrações da zona, que era o principal, mas também se transportava cal e vinho. Quanto ao

tempo, dependia do vento, num dia chegávamos senão, demorávamos 3 ou 4 dias.

Conheceu muitas pessoas nessa vida?

Sim, grandes amigos por lá ar-ranjei, tenho muitas saudades desse tempo.

Consegue lembrar-se de um momento marcante que tenha vivido?

O mais aflitivo foi com barco dos 94 metros que tombou carregado de areia, mas tivemos sorte que logo apareceu um barco para nos ajudar e os bombeiros também, depois foi a noite toda a trabalhar. Tínhamos de tirar a água e a areia de dentro dele até flutuar de novo.

Nas fragatas tinha momentos aos fins-de-semana divertidos quan-do vínhamos para Salvaterra de Magos.

POR ADRIANA ANTUNES

Francisco Jacinto.

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UMA VIDA DE TRABALHODEDICADA À FAMÍLIA

Vicente Aires Gas-par, com 85 anos, natural de Rio de Moinhos, foi mais

um homem que se dedicou à vida no rio.

Com apenas 13 anos, Vicente Gaspar tinha cinco irmãos e na altura o seu pai encontrava-se doente, foi nesse momento que ingressou nos barcos que trans-portavam mercadoria de Rio de Moinhos para Lisboa.

A sua principal tarefa passava por carregar os barcos, por cozi-nhar para os seus colegas e ainda era ele que se ocupava dos barris da água.

“Chamavam-me o moço…mui-tas vezes nem força tinha para pôr o barril às costas”, conta o antigo marítimo.

A vida era diferente, os filhos tinham obrigação de ganhar para o sustento da família e era isso que Vicente Gaspar tinha como missão.

Nos muitos barcos por onde passou o que transportava era sobretudo a madeira e a cortiça

provenientes da região. Os barcos que por vezes che-

gavam a transportar 60 toneladas tinham vários nomes.

“ Andei num barco que se cha-mava Isaura, outro que se chama-va Casca de Noz e ainda recordo o Liberdade (risos),” refere ao Riomoinhense o antigo marítimo.

Com apenas 16 anos, agarrou

o desafio de ficar em Lisboa a trabalhar nas fragatas, a ganhar 600 escudos por mês. As fraga-tas faziam o transporte das mais diversas mercadorias para os grandes navios que saiam do país para o mundo.

Vicente Aires Gaspar viveu nesta árdua tarefa durante quatro anos. Chegava todos os dias a viver nos barcos, mas conheceu boa parte da capital, o Coliseu de Lisboa e sobretudo as ruas da baixa perto de Stª Apolónia.

Aos 20 anos regressou a Rio de Moinhos, pois começou a namorar e encontrou uma nova profissão, mas nunca esqueceu o que era a vida no rio.

A vida era diferente, os filhos tinham obrigação de ganhar para o sustento da família

Vicente Gaspar.

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campo do adversário e por 1-0 no campo de Rio de Moinhos.

No último dia do torneio, a 5 de outubro, Rio de Moinhos venceu por 4-2 o jogo de apuramento do 5º e 6º lugar contra a equipa de São Facundo, no campo nº2 da cidade desportiva de Abrantes, tendo assim terminado o torneio na 5ª posição. Na final do torneio a equipa da Amoreira perdeu por 2-1 contra Alferrarede Velha no Estádio Municipal de Abrantes.

As equipas de futebol da fregue-sia de Rio de Moinhos demons-traram neste torneio concelhio, elevada capacidade competitiva as-sociada a bons resultados. Recorde-se que cada equipa apenas perdeu um jogo no total de cinco jogos. Sendo este torneio preparativo do campeonato distrital do Inatel San-tarém, perspetiva-se boas participa-ções das duas equipas, representan-do e dignificando cada vez mais a freguesia de Rio de Moinhos.

POR ANDRÉ VIRTUOSO

DESPORTO

Nos dias 20, 21, 27, 28 de setembro e 5 de outubro de 2014 decorreu em Abran-tes, o torneio de

futebol Incup - Taça Concelhia Pré Época Inatel. Como tem sido há-bito, desde o início do torneio em 2007, as duas equipas da freguesia de Rio de Moinhos participaram, dando uma boa imagem despor-tiva, representando dignamente a freguesia.

O sorteio ditou que a equipa da Amoreira defronta-se a equipa das Arreciadas nos dias 20 e 21 de setembro, na primeira mão da eliminatória o jogo foi disputado no campo das Arreciadas com o resultado de 0-2 a favor da Amo-reira. No dia seguinte, o jogo foi disputado no campo de futebol da Amoreira e a vitória voltou a cair para a equipa da nossa freguesia, 3-0 foi o resultado final, perfazen-do um total de 5-0 na eliminatória e respetiva passagem às meias-finais do torneio.

AMOREIRA E RIO DE MOINHOSPARTICIPARAM NO TORNEIO INCUP

Também no mesmo fim-de-se-mana, a equipa de Rio de Moinhos foi derrotada em casa por 0-2 con-tra a equipa das Sentieiras e no dia seguinte empatou 0-0 contra a mes-ma equipa no campo das Sentieiras. Resultado que ditaram a derrota na eliminatória e relegou a equipa da nossa freguesia para a disputa do 5º ao 8º lugar no torneio.

No fim-de-semana de 27 e 28 de setembro, a equipa da Amoreira defrontou em casa a equipa das Sentieiras, numa das duas meias-finais do torneio. Este jogo teve a particularidade de a equipa das Sentieiras abandonar o campo durante a primeira parte, quando o resultado estava 1-1. Assim, foi atribuída a derrota à equipa visitan-te e respetiva passagem automática da equipa da Amoreira à final do torneio.

Nos dois jogos de apuramen-to para o 5º lugar ao 8º lugar do torneio, a equipa de Rio de Moi-nhos conseguiu levar de vencida a equipa das Arreciadas por 3-4 no

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Equipa de Amoreira. Equipa de Rio de Moinhos.

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confeciona em forno de lenha, as que mais se destacam como sendo as mais tradicionais da região, são as tigeladas e nesta época de natal são as broas de mel.

Apesar de não desvendar o segredo das suas deliciosas tige-ladas, Maria de Fátima disse-nos apenas alguns ingredientes que utiliza: “ as tigeladas levam ovos, açúcar, leite, farinha,” explicando ainda que bate todos os ingredien-tes com a palma da mão e a forma são tigelas de barro.

É importante referir que estas tradições não deviam acabar sendo estas tipicamente portuguesas e tradicionais da nossa região.

POR BÁRBARA BRETES

o objetivo é deixar que o forno fique bastante quente, para que o resultado final seja perfeito

GASTRONOMIA

TRADIÇÕES GASTRONÓMICASEM FORNO A LENHA

Maria de Fátima Breites Mace-do, 60 anos, resi-

dente na aldeia de Pucariça, é uma das poucas pessoas que hoje em dia ainda confeciona comida e doces em forno a lenha.

Este gosto pela cozinha tradi-cional surgiu a partir da sua avó materna e da sua mãe, que con-fecionavam pão desta forma tão tradicional.

Depois do pão, Maria de Fátima começou por confecionar tigela-das, broas de milho e ferraduras (bolo de noiva), e nesta época na-talícia o destaque vai para as broas de mel, o cabrito, o perú com cas-tanhas, o pato com laranja, entre muitas outras iguarias deliciosas.

Estes doces e comidas feitas no forno a lenha são especiais ape-sar de os ingredientes serem os mesmos: “o sabor fica diferente, mais saboroso e para que o forno esteja preparado para a confeção basta lenha de eucalipto,” foi o que explicou ao Riomoinhense a cozinheira, acrescentado que

o objetivo é “deixar que o forno fique bastante quente, para que o resultado final seja perfeito.”

“A confeção de comidas e doces é apenas para consumo próprio ou para ajudar alguma causa ou ins-tituição, não tem um fim comer-cial,” vincou Maria de Fátima.

Entre as várias iguarias que

Maria de Fátima aposta na cozinha tradicional.

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SAÚDE E BEM ESTAR

STRESSE

Palavra derivada do inglês e que se pode traduzir como tensão. Designada como um

conjunto de reações e modificações apresentadas pelo organismo de um mamífero quando está em situações de perigo.

TIPOS DE STRESSEAs tensões psíquicas e emocio-

nais a que um indivíduo se submete, no seu dia-a-dia têm origem em três esferas distintas, embora de certa forma independentes: o trabalho, a família e o ambiente onde vive.

O stresse dito ocupacional, ou seja aquele decorrente das tensões ligadas ao trabalho, é dos mais emblemáticos na nossa civilização ocidental, inclui-se aí não somente os eventuais atritos e divergências com chefes, subordinados e colegas, mas principalmente e sobretudo a insatisfação profissional e a com-petição. O que parece mais grave é a tensão, a angústia e a ansiedade quase permanentes, gerados pela insatisfação profissional e pela competição, aliadas ao receio de perder ou não fazer jus às posições já conquistadas.

O stresse familiar, descorrente das desavenças com o conjugue ou os filhos é talvez o mais nocivo. O lar deveria ser justamente o posto de “reabastecimento” emocional, o local de recarga de baterias, para enfrentar as tensões do dia-a-dia. Se pelo contrário o ambiente fami-liar contribui para outra fonte de angústia e conflito, o indivíduo na prática não dará descanso ao seu organismo, mesmo que descanse fisicamente.

O stresse ambiental, envolve uma gama de fatores agressivos e de tensões incorporados ao estilo de vida das sociedades ocidentais, particularmente nos grandes centros urbanos. Na nossa moderna “civili-zação” o ritmo vertiginoso de vida tensa e plena de emoções, medos dos mais variados tipos, aliados a impedimentos e restrições várias, criam autênticos “cativeiros” emo-cionais e resulta em situações de elevado potencial nocivo em termos de stresse.

Deixamos aqui uma resposta positiva para que não se deixe fazer refém do stresse:

Descubra como se coloca sob tensão, muitas vezes o indivíduo coloca-se sob uma pressão des-necessária em termos de horário, deixando tudo para o último minuto. Evite apressar-se, planeie com ante-cedência, pare de tentar fazer tudo ao mesmo tempo, tente focar-se na-quilo que faz no momento. Pratique

exercício físico re gularmente, pois esta é a melhor maneira de relaxar. Coma devagar sem pensar e/ou discutir problemas enquanto come, é indispensável aprender a saborear as refeições. Repouse o suficiente, solte a sua mente antes de ir para a cama é muito importante estar bem relaxado, uma boa leitura pode prepará-lo para um bom sono. Se apesar de tudo ficar realmente furio-so com alguma coisa tente livrar-se da raiva, não “guarde para si”. Pergunte a si próprio se precisa de competir tanto e se vale a pena tal competição. Faça um esforço para não fumar e beber bebidas alcoóli-cas demasiado quando está ansioso. Faça um esforço honesto para mu-dar as coisas que realmente forem a fonte de ansiedade. Ao aprender a lidar com o stresse também apren-derá mais sobre si próprio, terá uma ideia mais clara do que quer e como pode obter.

POR MÁRIO PERNADAS

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PENSAR SOBRE

RECOLHA POR JOÃO LUÍS ANDRÉ

PARA SI QUAL É ASIMBOLOGIA DO NATAL?

CELINA PERNADASRio De Moinhos

MANUELA ANDRÉRio De Moinhos

JOÃO DAVIDRio De Moinhos

PEDRO DELGADOPucariça

“Para mim o Natal é união familiar, para muitas pessoas é só uma refeição e há muitas pessoas que não têm o princípio de ir á igreja, à festa do Natal. A parte religiosa comemora o nascimento de Jesus e é uma altura que se deno-ta a presença de paz. É sobretudo um dia de paz e de união.”

“Juntam-se as famílias para passarem uma noite tranquila, às vezes não é possível mas cada um faz como pode. Confecionam-se comidas típicas do natal, como o pato, as broas, o arroz doce, etc.”

“Para mim o Natal é amizade, é o ato de dar prendas. Quando acontece a festa do Natal, a família reúne-se para celebrar o nascimento de Jesus.”

“O Natal apesar de ser uma época do ano onde se acentua o espírito reli-gioso e de solidariedade e união entre as pessoas, não tem qualquer efeito emocional ou sentimental em mim, pois considero esta altura do ano, como um marco de consumismo e de capitalismo. As pessoas dão mais importân-cia às prendas que dão e recebem e ao bem estar material e alimentar que conseguem colocar nas suas próprias casas, deixando de parte o que real-mente importa, como a amizade, a entreajuda, o apoio familiar etc. Apesar de existirem, nesta época, muitas iniciativas de ajuda aos mais desfavoreci-dos e reuniões familiares, gostaria que não fosse só nesta altura do ano, mas sempre.”

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