fundamentos da medicina chinesa

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Giovanni Maciocia C.Ac. (Nanjing) Acupuncturist and Medical Herbalist. Visiting Associate Professor at the Nanjing University of Traditional Chinese Medicine. Revisão Técnica Andrea Maciel Arantes Técnica em Acupuntura pelo Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas (Ceata) e em Massoterapia Chinesa pelo Centro de Estudos de Medicina Tradicional e Cultura Chinesa (Cemetrac). Pós-Graduada em Cuidados Integrativos pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Graduada em Comunicação Social e Graduanda em Nutrição pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap). Docente na Sociedade Taoista do Brasil. Autora dos livros Dietoterapia Chinesa e Saúde e Longevidade na Mesa, publicados pela Editora Roca. Tradução Carlos Henrique Cosendey (Capítulos 1 a 49, 60 a 70, Apêndices 1 a 6) Maria de Fátima Azevedo (Capítulos 50 a 59) Terceira edição OS Fundamentos DA Medicina Chinesa MACIOCIA | OS FUNDAMENTOS DA MEDICINA CHINESA. Amostras de páginas não sequenciais e em baixa resolução. Copyright© 2017 Editora Guanabara Koogan Ltda.

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Page 1: Fundamentos da Medicina Chinesa

Giovanni Maciocia C.Ac. (Nanjing)Acupuncturist and Medical Herbalist.

Visiting Associate Professor at the Nanjing University of Traditional Chinese Medicine.

Revisão Técnica

Andrea Maciel ArantesTécnica em Acupuntura pelo Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas (Ceata) e em

Massoterapia Chinesa pelo Centro de Estudos de Medicina Tradicional e Cultura Chinesa (Cemetrac). Pós-Graduada em Cuidados Integrativos pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Graduada em Comunicação Social e Graduanda em Nutrição pela Universidade do Vale do Paraíba (Univap). Docente na Sociedade Taoista do Brasil. Autora dos livros Dietoterapia Chinesa e Saúde e Longevidade na Mesa,

publicados pela Editora Roca.

Tradução

Carlos Henrique Cosendey (Capítulos 1 a 49, 60 a 70, Apêndices 1 a 6)

Maria de Fátima Azevedo (Capítulos 50 a 59)

Terceira edição

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Fundamentosda Medicina Chinesa

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Page 2: Fundamentos da Medicina Chinesa

Há 27 anos, comecei a escrever a primeira edição do livro Os Fundamentos da Medicina Chinesa, que se tornou muito popu-lar entre os estudantes e tem sido adotado como livro-texto em muitas escolas de acupuntura em todo o mundo. A edição atual é uma revisão da segunda edição publicada em 2005.

Como seu título sugere, este livro tem como objetivo apre-sentar noções fundamentais sobre os princípios da medicina chinesa: por essa razão, ele é apenas o início da jornada de aprendizagem dessa arte milenar. Evidentemente, existem muitas tradições diferentes de medicina chinesa e, especial-mente, de acupuntura, então espero que esta obra possa ofe-recer os “fundamentos” a partir dos quais o profissional cons-trua e avance em diferentes direções.

Minhas principais fontes (indicadas na Bibliografia) para este livro são os compêndios chineses modernos e alguns tex-tos antigos, especialmente o Clássico de Medicina do Imperador Amarelo – Questões Simples (Su Wen) e Eixo Espiritual (Ling Shu) – e o Clássico das Dificuldades (Nan Jing). Procurei apresentar a teoria da medicina chinesa com base nos livros chineses, mas ocasionalmente também descrevi minha própria experiência acumu lada ao longo de quase 40 anos de prática. Sempre que me reporto à minha experiência pessoal, coloco antes a frase “em minha experiência” ou “em minha opinião”.

É importante mencionar as principais alterações feitas na segunda edição:

• Descrição ampliada das funções do Pericárdio• Descrição ampliada das funções e da natureza do Triplo

Aquecedor • Descrição ampliada dos fatores patogênicos externos, tanto

como causas de doen ça quanto como padrões de dese-quilíbrio

• Seção ampliada sobre Diagnóstico (Parte 4)• Seção inédita sobre Patologia (Parte 5)• Revisão completa das manifestações clínicas dos padrões de

desequilíbrio dos Órgãos Internos, com diferenciação mais clara entre deficiên cia de Yin e Calor-Vazio para cada órgão e acréscimo de prescrições fitoterápicas para cada padrão

• Descrição ampliada da Identificação de Padrões, de acordo com os 6 Estágios, os 4 Níveis e os 3 Aquecedores

• Descrição consideravelmente ampliada da natureza, das funções e da aplicação clínica dos 8 Vasos Extraordinários

• Descrição de categorias que não foram incluí das na edição anterior; por exemplo, pontos dos 4 Mares, pontos Jane la do Céu, 12 pontos Estrela do Céu, pontos do Espírito segun-do Sun Si Miao, pontos do Sistema Ocular e 5 pontos de Comando

Prefácio

• Revisão completa das funções dos pontos com novo título de “Manifestações clínicas” e acréscimo de alguns pontos que não foram incluí dos na edição anterior

• Descrição ampliada dos princípios da combinação dos pon-tos de acupuntura.

Esta terceira edição apresenta as seguintes alterações e acréscimos em relação à edição anterior:

• Mais de 200 figuras inéditas

• Novas questões de autoavaliação para auxiliar os alunos em seus estudos

• Mais casos clínicos, com questões de autoavaliação

• Diagramas inéditos ilustrando os precursores e o desen-volvimento dos padrões de desequilíbrio dos Órgãos In ternos

• Recomendações novas com figuras sobre como aprender os padrões de desequilíbrio dos Órgãos Internos de forma lógica e direta, evitando a simples memorização

• Mais notas clínicas distribuí das ao longo de todo o texto

• Mais combinações dos pontos de acupuntura com análise das ações dos pontos

• Localização dos pontos de acupuntura mencionados.

O leitor perceberá que não utilizei o termo “Medicina Tradi-cional Chinesa” (MTC) em meus livros porque, pessoalmente, não concordo com essa terminologia. MTC é um termo que passou a ser utilizado por acaso, quando estudantes ociden-tais começaram a frequentar cursos em faculdades chinesas, conhecidas como “Faculdade de Medicina Tradicional Chine-sa”. Na China, a medicina chinesa é conhecida simplesmente como Zhong Yi (que significa “medicina chinesa”) de forma a diferenciá-la da medicina ocidental (Xi Yi).

As faculdades da China não usavam o termo “tradicional” com o mesmo significado que a maioria dos acupunturistas usam no Ocidente. Infelizmente, esse termo é muito usado no Ocidente pelos seguidores de estilos específicos de acupuntu-ra, cada qual afirmando ser mais “tradicional” ou “clássico” que os outros.

Especialmente no contexto da medicina chinesa, o termo “tradicional” pode significar qualquer coisa, dependendo da tradição à qual se refere. Uma tradição da dinastia Han é mais “tradicional” que outra da dinastia Song, simplesmente por-que é mais antiga? E, acima de tudo, uma inovação introduzi-da após 1949 deveria ser descartada, simplesmente porque é “marxista-leninista” ou “maoista”?

À medida que as faculdades chinesas começaram a ser cha-madas de “Faculdades de Medicina Tradicional Chinesa” e mi-nistravam cursos de “medicina tradicional chinesa”, o termo

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MTC começou a ser usado para identificar a medicina chinesa e a acupuntura “como são praticadas e ensinadas na China mo-derna”.

Em minha opinião, os problemas principais associados à ex-pressão “MTC” são dois. Primeiramente, implica que a medici-na chinesa “como é praticada e ensinada na China moderna” é rigidamente monolítica e uniforme, sem qualquer espaço para divergências. Isso certamente não é verdade.

Existem tantos estilos de acupuntura na China quanto o nú-mero de províncias, distritos e faculdades. Embora seja desejá-vel alguma “sistematização”, a diversidade não é suprimida. Basta que algué m entre em uma livraria da China e procure a seção de medicina chinesa: sempre encontrará muitos livros intitulados Coletânea de Experiências de doutores de medicina chinesa moderna (separados das coletâneas das experiências de doutores do passado). Estaria errado fazer uma avaliação do estado da medicina chinesa praticada na China moderna simplesmente com base em alguns livros-textos traduzidos ao inglês e com base nos currículos dos cursos disponibilizados aos estrangeiros. O fato de que a diversidade não é suprimida também se evidencia pela reverência demonstrada pelos dou-tores antigos (lao zhong yi) e pela consideração por seus estilos e suas teorias especiais.

Em segundo lugar, o termo “MTC” é difícil de definir como um estilo específico de acupuntura no Ocidente. Sem dúvida alguma, também não há uniformidade na acupuntura da “MTC” praticada entre os profissionais ocidentais. Por exem-plo, se o termo MTC for definido como “medicina chinesa e acupuntura como são ensinadas e praticadas na China mo-derna”, então eu mesmo não praticaria “MTC” e nenhum dos meus colegas.

Existe um debate incessante sobre até que ponto o chinês moderno (após 1949) mudou, “sistematizou” excessivamen-te ou até mesmo corrompeu a medicina e a acupuntura chinesas. Essa questão é muito ampla e, na verdade, pode-ria ser tema de outro livro. Evidentemente, o regime chinês comunista moderno tem influenciado a medicina chinesa, da mesma forma que qualquer dinastia precedente também a influenciou. Sem dúvida, houve uma “sistematização” da medicina chinesa que, em minha opinião, foi determinada mais pela necessidade de treinar muitos doutores de medi-cina chinesa frente à situação dramática de saú de pública na década de 1950 do que pelo desejo de impor conscien-temente uma ortodoxia marxista à medicina chinesa. Além disso, parte da “sistematização” na verdade começou antes de 1949.i

O governo comunista recém-instalado deparou-se com a enorme tarefa de prestar cuidados de saú de a uma população enfraquecida por incontáveis doen ças infecciosas, desnutri-ção, 25 anos de guerra civil e perío dos de fome: o novo gover-no tomou a decisão consciente de confiar na medicina chinesa e elevá-la a um novo patamar. Tinham pouca escolha além dessa. Na verdade, decidiram não com base na convicção do valor da medicina chinesa, mas por pura necessidade, tendo em vista que milhões de camponeses confiavam apenas na medicina chinesa para manter sua saú de.

Outro fator importante que motivou essa “sistematização” foi a necessidade de fazer com que a medicina chinesa pare-cesse mais “científica”, de forma que pudesse ser mais facil-

mente aceita pelos doutores de medicina chinesa treinados no Ocidente. É importante entender que, na década de 1950, havia uma luta feroz no Ministério de Saú de Pública da China entre os defensores da medicina chinesa e os “modernizado-res”. Também nesse caso, a necessidade de tornar a medicina chinesa aparentemente mais “científica” começara antes de 1949. Na verdade, foi na década de 1930 e sob o comando do governo nacionalista (de Chang Kai Shek) que tentaram suprimir por completo a medicina chinesa.

Desse modo, a sistematização que ocorreu na China moder-na foi resultado mais de uma necessidade de estabelecer facul-dades conceituadas com um currículo comum, que pudessem treinar milhares de doutores em medicina chinesa de forma racional, do que de uma agenda marxista intencional ela-borada para suprimir visões divergentes. Qualquer grupo de pessoas que decida fundar uma escola precisa estabelecer um programa de estudos que necessariamente represente uma “sistematização” de um tema e que obrigatoriamente inclua determinados in di ví duos e exclua outros.

O fato de que os chineses modernos não tentaram sistemá-tica e deliberadamente erradicar qualquer in fluên cia clássica da medicina chinesa é evidenciado por dois fatores principais, entre outros.

Primeiramente, os chineses modernos reimprimiram todos os clássicos antigos em caracteres simplificados, de forma a torná-los mais fáceis de estudar para a nova geração; esses clássicos fazem parte dos currículos das faculdades chinesas (todas as faculdades principais de Medicina Chinesa têm um departamento do Nei Jing).

Em segundo lugar, existem centenas de livros atuais que reú nem as experiências de doutores antigos e modernos famo-sos, dentre os quais um foi traduzido e tem como título Fun-damentos das Experiências Clínicas dos Acupunturistas Chineses Contemporâneos: curiosamente, pouquí ssimos colegas pare-cem ter lido esse interessante livro.ii

Além disso, parte da “sistematização” da medicina chinesa é bem-vinda. A forma lógica e estruturada de ensinar as fun-ções e os padrões de desequilíbrio dos órgãos internos é muito útil na prática. Por exemplo, quando estudamos as funções dos órgãos internos, fazemos isso listando sistematicamente o órgão do sentido, o tecido e a substância fundamental in-fluenciados por determinado órgão. Essa sistematização é útil, na medida em que as informações das quais se origina estão dispersas nos diferentes capítulos dos livros clássicos. Por exemplo, o Capítulo 9 do Questões Simples diz que o Fígado manifesta-se nas unhas e controla os tendões, enquanto o Ca-pítulo 5 do Questões Simples e o Capítulo 17 do Eixo Espiritual afirmam que o Fígado se abre nos olhos etc.

Sem dúvida, a perspectiva marxista promovida pelos chi-neses modernos influenciou a medicina chinesa no sentido de eliminar ou realçar determinados aspectos da medicina chinesa que não se encaixavam na filosofia marxista “científi-ca”. Por exemplo, voltando às funções dos órgãos internos, os livros chineses dizem que o Fígado armazena Sangue, que se abre nos olhos e que controla os tendões, mas não que abriga a Alma Etérea (Hun), porque evidentemente um marxista não se sente confortável com o conceito de Alma Etérea. Entretan-to, existem alguns livros modernos que mencionam a Alma Etérea no contexto das doen ças mentais.iii

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Por duas razões, pessoalmente não acredito que a in fluên cia marxista na medicina chinesa seja um grande impedimento: primeiramente, temos acesso a todos os clássicos da medicina chinesa (dos quais alguns foram traduzidos ao inglês) e, por essa razão, podemos recupe rar quaisquer conceitos antigos que os chineses modernos tenham preferido desconsiderar.

Em segundo lugar, em minha opinião, a in fluên cia marxis-ta na medicina chinesa é uma lâmina fina sob a qual há uma camada mais duradoura de in fluên cia neoconfucianista. Na verdade, seria interessante explorar até que ponto os pensa-dores neoconfucianistas das dinastias Song e Ming alteraram, sistematizaram ou até mesmo distorceram a medicina chine-sa: em minha opinião, eles o fizeram de forma mais abrangen-te e duradoura que os marxistas jamais fariam.

Nossa tendência é pensar em Nei Jing como nossa “Bíblia”, datando da dinastia Han ou até do Perío do dos Estados Com-batentes (476-221 a.C.). Na verdade, o texto de que dispomos data de 762 d.C e das três revisões que ocorreram durante a dinastia Song (960-1279). É importante lembrar que a dinas-tia Song representou o triunfo do confucianismo em todos os sentidos: inclusive, inevitavelmente, na medicina. Por essa

razão, não devemos classificar qualquer desenvolvimento ocorrido antes de 1949 como “bom” (ou “espiritual”) e depois de 1949 como “mau”.

Por fim, nesta revisão da segunda edição, nos capítulos que descrevem os pontos de acupuntura (Capítulos 54 a 67), acrescentei ao texto sua localização. Essa localização não foi incluí da para substituir um bom livro de acupuntura, no qual há tanto a localização, como as instruções para localizar esses pontos e figuras. Foi inserida principalmente como lembrete rápido para o leitor, economizando o tempo necessário para localizar o ponto em outro livro, principalmente os pontos me-nos comuns, como o VB-17 Zhengying.

Giovanni MaciociaSanta Barbara

Notasi Scheid V 2002 Chinese Medicine in Contemporary China, Duke University Press,

Durham, p. 32.ii Chen Youbang and Deng Liangyue 1989 Essentials of Contemporary Chinese

Acupuncturists’ Clinical Experiences, Foreign Languages Press, Beijing.iii Wang Ke Qin 1988 Theory of the Mind in Chinese Medicine (Zhong Yi Shen Zhu

Xue Shuo ), Ancient Chinese Medical Texts Publishing House, Beijing.

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Parte 1 Teoria Geral, 1

1 Yin-Yang, 3

2 Os Cinco Elementos, 15

3 As Substâncias Fundamentais, 34

4 As Transformações do Qi, 60

Parte 2 Funções dos Órgãos Internos, 75

Seção 1 Funções dos Órgãos Yin, 77 5 Funções dos Órgãos Internos | Introdução, 79

6 Funções do Coração, 86

7 Funções do Fígado, 94

8 Funções dos Pulmões, 103

9 Funções do Baço, 114

10 Funções dos Rins, 123

11 Funções do Pericárdio, 133

12 Inter-relações dos Órgãos Yin, 137

Seção 2 Funções dos Órgãos Yang, 14713 Funções do Estômago, 149

14 Funções do Intestino Delgado, 155

15 Funções do Intestino Grosso, 158

16 Funções da Vesícula Biliar, 161

17 Funções da Bexiga, 165

18 Funções do Triplo Aquecedor, 168

Seção 3 Funções dos Seis Órgãos Yang Extraordinários, 179

19 Funções dos Seis Órgãos Yang Extraordinários (Os Quatro Mares), 181

Parte 3 As Causas de Doença, 191

20 Causas Internas de Doença, 194

21 Causas Externas de Doença, 207

22 Causas Diversas de Doença, 216

Parte 4 Diagnóstico, 231

23 Diagnóstico por Observação, 233

24 Diagnóstico por Interrogação, 259

25 Diagnóstico por Palpação, 289

26 Diagnóstico por Audição e Olfação, 306

Parte 5 Patologia, 309

27 Patologia das Condições de Cheio e Vazio, 311

28 Patologia do Desequilíbrio de Yin-Yang, 323

29 Patologia do Mecanismo do Qi, 327

Parte 6 Identificação dos Padrões, 339

Seção 1 Identificação dos Padrões de Acordo com os Oito Princípios e Qi-Sangue-Fluidos Corporais, 345

30 Identificação dos Padrões de Acordo com os Oito Princípios, 347

31 Identificação dos Padrões de Acordo com Qi-Sangue-Fluidos Corporais, 359

Seção 2 Identificação dos Padrões de Acordo com os Órgãos Internos, 369

32 Padrões do Coração, 374

33 Padrões do Pericárdio, 394

34 Padrões do Fígado, 405

35 Padrões dos Pulmões, 437

36 Padrões do Baço, 458

37 Padrões dos Rins, 477

38 Padrões do Estômago, 500

39 Padrões do Intestino Delgado, 520

40 Padrões do Intestino Grosso, 527

41 Padrões da Vesícula Biliar, 538

42 Padrões da Bexiga, 546

Sumário

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Seção 3 Identificação dos Padrões de Acordo com os Fatores Patogênicos, 553

43 Identificação dos Padrões de Acordo com os Fatores Patogênicos, 555

44 Identificação dos Padrões de Acordo com os Seis Estágios, 574

45 Identificação dos Padrões de Acordo com os Quatro Níveis, 584

46 Identificação dos Padrões de Acordo com os Três Aquecedores, 601

Seção 4 Identificação dos Padrões de Acordo com os 12 Canais, os Oito Vasos Extraordinários e os Cinco Elementos, 605

47 Identificação dos Padrões de Acordo com os 12 Canais, 607

48 Identificação dos Padrões de Acordo com os Oito Vasos Extraordinários, 616

49 Identificação dos Padrões de Acordo com os Cinco Elementos, 627

Parte 7 Os Pontos de Acupuntura, 631

Seção 1 Categorias dos Pontos, 63350 Os Cinco Pontos de Transporte

(Pontos Shu), 635

51 As Funções de Categorias Específicas de Pontos, 647

52 Os Oito Vasos Extraordinários | Introdução, 663

53 Os Oito Vasos Extraordinários, 679

Seção 2 Funções dos Pontos, 71754 Canal do Pulmão, 722

55 Canal do Intestino Grosso, 731

56 Canal do Estômago, 740

57 Canal do Baço, 757

58 Canal do Coração, 766

59 Canal do Intestino Delgado, 773

60 Canal da Bexiga, 783

61 Canal do Rim, 811

62 Canal do Pericárdio, 823

63 Canal do Triplo Aquecedor, 829

64 Canal da Vesícula Biliar, 838

65 Canal do Fígado, 854

66 Vaso Concepção (Ren Mai), 861

67 Vaso Governador, 875

68 Pontos Extras, 885

Parte 8 Princípios de Tratamento, 893

69 Princípios de Tratamento, 895

70 Princípios da Combinação de Pontos, 909

Apêndice 1 Prescrições, 923

Apêndice 2 Glossário de Termos Chineses, 941

Apêndice 3 Cronologia das Dinastias da China, 951

Apêndice 4 Bibliografia, 952

Apêndice 5 Clássicos da Medicina Chinesa, 956

Apêndice 6 Respostas das Questões de Autoavaliação, 960

Índice Alfabético, 976

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Page 7: Fundamentos da Medicina Chinesa

1Yin-Yang

PARTE 1

Desenvolvimento histórico, 3Natureza do conceito de Yin-Yang, 4

Yin-Yang como duas fases de um movimento cíclico, 4Yin-Yang como dois estados de densidade da matéria, 5Quatro aspectos da relação Yin-Yang, 6

Aplicação de Yin-Yang à medicina, 7Yin-Yang e as estruturas do corpo, 7

Aplicação dos quatro princípios de Yin-Yang à medicina, 9Oposição de Yin-Yang, 9Interdependência de Yin e Yang, 11Consumo mútuo de Yin e Yang, 12Intertransformação de Yin e Yang, 13

Notas, 14Bibliografia e leitura complementar, 14

O conceito de Yin-Yang provavelmente é a teoria mais impor-tante e característica da medicina chinesa. Poderíamos dizer que todos os aspectos da fisiologia, da patologia e do tratamen-to com base na medicina chinesa podem, essencialmente, ser reduzidos a Yin-Yang. O conceito de Yin-Yang é extremamente simples e, ao mesmo tempo, muito profundo, sendo possível entendê-lo de forma racional e, ainda assim, encontrar conti-nuamente novas expressões dele na prática clínica e, por cer-to, também na vida em geral.

O conceito de Yin-Yang e a teoria do Qi – que têm permea-do a filosofia chinesa ao longo dos séculos – são radicalmen-te diferentes dos sistemas filosóficos ocidentais. Em geral, a lógica ocidental baseia-se na oposição dos contrários – pre-missa fundamental da lógica aristotélica, de acordo com a qual um par de contrários (p. ex., “A mesa é quadrada” e “A mesa não é quadrada”) não pode ser verdadeiro. Essa abor-dagem tem dominado o pensamento ocidental por mais de 2.000 anos. O conceito chinês de Yin-Yang é radicalmente diferente: eles representam qualidades opostas, mas comple-mentares. Cada objeto ou fenômeno poderia ser ele próprio ou seu contrário. Além disso, Yin contém a semente de Yang, de forma que o primeiro pode transformar-se no segundo, e vice-versa.

Um excerto de um comentário sobre o Zhuang Zi ressalta esse pensamento quanto à complementaridade dos opostos: “Não existem duas coisas sob o céu que não tenham relações mú-tuas entre o ‘eu’ e o ‘outro’. Tanto o ‘eu’ quanto o ‘outro’ desejam igualmente agir independentemente e, desse modo, opõem-se um ao outro de forma tão intensa quanto o Oriente e o Ocidente. Por ou-tro lado, ao mesmo tempo, o ‘eu’ e o ‘outro’ mantêm uma relação mútua, como os lábios e os dentes… por essa razão, a ação do ‘ou-tro’ em seu próprio interesse ajuda ao mesmo tempo o ‘eu’. Assim, embora mutuamente opostos, ambos são incapazes de alcançar a negação mútua.”1

Desenvolvimento histórico

A primeira referência a Yin e Yang provavelmente aparece no Livro das Mutações (Yi Jing), que data de uma época em torno de 700 a.C. Nesse livro, Yin e Yang são representados por duas linhas: uma interrompida e outra contínua (Figura 1.1).

A combinação das linhas interrompida e contínua em pa-res forma quatro conjuntos de diagramas, que representam o Yin máximo, o Yang máximo e dois estágios intermediários (Figura 1.2).

O acréscimo de outra linha a esses quatro diagramas forma, com combinações variadas, os Oito Trigramas (Figura 1.3).

Por fim, as diversas combinações dos trigramas formam 64 Hexagramas. Supostamente, esses hexagramas simbolizam todos os fenômenos possíveis do Universo e, por conseguinte, mostram como todos os fenômenos enfim dependem dos dois polos – Yin e Yang.

A escola filosófica que desenvolveu a teoria do Yin e Yang em seu mais elevado grau é conhecida como Escola Yin-Yang, embora Needham a denomine “Escola Naturalista”.2 Muitas escolas de pensamento (sistemas doutrinários) surgiram du-rante o Período dos Estados Combatentes (476-221 a.C.), e a escola Yin-Yang foi uma delas. Essa escola dedicou-se a estudar Yin-Yang e os Cinco Elementos, e seu expoente mais famoso foi Zou Yan (c. 350-270 a.C.). Em alguns contextos, essa es-cola é conhecida como Escola Naturalista porque começou a interpretar a Natureza de forma positiva e a usar as leis

Yin Yang

Figura 1.1 Diagramas Yin-Yang.

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naturais a favor dos homens, ainda que não tentasse contro-lar e subjugar a Natureza (como ocorre com a ciência ociden-tal moderna), mas atuasse em harmonia com suas leis. Essa escola representa uma forma do que, hoje em dia, poderíamos chamar de ciência natural; as teorias de Yin-Yang e dos Cinco Elementos serviam para interpretar os fenômenos naturais, inclusive o corpo humano em saúde e doença.

Elaboradas sistematicamente pela Escola Naturalista, tais teorias mais tarde se tornariam herança comum dos sistemas doutrinários subsequentes, principalmente as escolas de pen-samento neoconfucianistas das dinastias Song, Ming e Qing. Essas escolas combinavam a maioria dos elementos dos siste-mas doutrinários precedentes para formar uma filosofia coe-rente de natureza, ética, ordem social e astrologia.3

A seguir, analisaremos primeiramente o conceito de Yin-Yang sob uma perspectiva filosófica geral e, em seguida, sob o ponto de vista médico.

Natureza do conceito de Yin-Yang

Os caracteres chineses para Yin e Yang estão relacionados com a imagem de uma montanha com um lado escuro e outro ilu-minado pelo sol. Os caracteres são:

YIN

representa uma “colina” ou “montanha”

representa uma “nuvem”

YANG

representa o “sol”

representa o “sol no horizonte”

representa os “raios de luz”

Desse modo, o caractere para Yin indica o lado escurecido de uma montanha, enquanto o caractere para Yang ilustra o lado ensolarado da mesma montanha. Portanto, por extensão, am-bos indicam “escuridão” e “luz” ou “sombrio” e “brilhante”.

Yin-Yangff como duas fases de um movimento cíclico

A origem primordial dos fenômenos Yin-Yang deve ter começa-do com a observação da alternância cíclica do dia e da noite pelos camponeses. Assim, o dia corresponde a Yang e a noite, a Yin; por extensão, a atividade se relaciona a Yang e o repouso, a Yin. Isso levou à primeira observação da alternância contínua de todos os fenômenos entre dois polos cíclicos – um correspon-dente à luz, ao Sol, ao brilho e à atividade (Yang) e outro repre-sentativo da escuridão, da Lua, da sombra e do repouso (Yin). A partir dessa perspectiva, Yin e Yang são dois estágios de um movimento cíclico – um transmutando-se constantemente no outro, da mesma forma que o dia origina a noite, e vice-versa.

Consequentemente, o Céu (onde o Sol está) é Yang e a Terra é Yin. Os camponeses chineses da Antiguidade concebiam o Céu como uma abóboda redonda, enquanto a Terra parecia ser plana. Por essa razão, redondo é Yang e quadrado é Yin. As-sim, o Céu, com o Sol, a Lua e as estrelas, nos quais os antigos chineses baseavam seu calendário, corresponde ao tempo, e a Terra, que se subdivide em campos, corresponde ao espaço.

Como o Sol nasce no Oriente e põe-se no Ocidente, o pri-meiro é Yang e o segundo é Yin. No hemisfério norte, quan-do estamos de frente para o sul, o Oriente está à esquerda e o Ocidente, à direita. De acordo com a cosmologia chinesa, as direções da bússola foram estabelecidas supondo-se que um indivíduo estivesse voltado para o sul. Isso também se refletia nas cerimônias imperiais, quando “o Imperador ficava de frente para o sul, enquanto seus súditos voltavam suas faces para o nor-te… Desse modo, o Imperador abria-se para receber a influência do Céu, do Yang e do sul. Por essa razão, o sul é como o Céu ao alto; o norte é como a Terra abaixo… Quando se volta para o sul, o Impe-rador identifica seu lado esquerdo com o Oriente e seu lado direito com o Ocidente.”4

Portanto, esquerda corresponde a Yang e direita, a Yin. O livro Questões Simples relaciona a correspondência entre Yang-Esquerda e Yin-Direita com a fisiologia: “O Oriente representa Yang… o Ocidente representa Yin… No oeste e no norte há defici-ência de Céu, daí o fato de que a orelha e o olho esquerdos ouve e vê melhor que os direitos; no leste e no sul, há deficiência de Terra e, por essa razão, a mão e o pé direitos são mais fortes que os esquerdos.”5

Os caracteres para “esquerdo” e “direito” demonstram cla-ramente suas relações com Yin e Yang, de forma que esquerda inclui o símbolo de trabalho (atividade = Yang) e direita inclui uma boca (que come os produtos da Terra, que é Yin).6

Yin máximo Yang em Yin Yang máximo Yin em Yang

Figura 1.2 Quatro estágios de Yin-Yang.

Os Oito Trigramas

Figura 1.3 Os Oito Trigramas.

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