francisco cândido xavier - autores diversos · abençoemos as pequenas aflições e os ... e...

21

Upload: phungthuy

Post on 25-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Cura

    1

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    CCuurraa ("Cura", de Francisco Cndido Xavier, por Autores Diversos)

  • Cura

    2

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    IInnddiiccee

    01 Cura Prefcio pg. 02 02 Perante Deus pg. 03 03 Espera e Confia pg. 03 04 Assuntos pg. 04 05 Males Menores pg. 04 06 Ddiva pg. 05 07 Perguntas e Respostas pg. 05 08 Origem da Guerra pg. 06 09 Responsabilidade pg. 06 10 Divulgao Esprita pg. 07 11 Progresso pg. 08 12 Nas Relaes Humanas pg. 08 13 Mximas pg. 09 14 Caridade pg. 10 15 Intelectualismo pg. 10 16 Orao da Enfermeira pg. 11 17 Medicina pg. 12 18 Entrega-te a Deus pg. 12 19 Sombra e Luz pg. 13 20 Na Trilha da Caridade pg. 13 21 Indicaes pg. 14 22 Mensagem aos Espritas pg. 14 23 Vida e Amor pg. 16 24 Ddiva de Deus pg. 18 25 Splica do Livro pg. 19 26 Presena de Deus pg. 19 27 Trabalhando pg. 19

    01 - Cura Amigo Leitor: So inmeros os companheiros que nos perguntam de que modo sanar os males do mundo Enfermidades e desequilbrios encontram-se em toda a parte. preciso considerar que de algum modo, na Terra todos somos doentes. Se te propes a curar-te, aqui te oferecemos neste livro despretensioso uma coleo de receitas que, se usadas, podero trazer-te a cura desejada de males maiores ou menores e afastar-te daqueles outros que te assediam, porque a farmcia para a aquisio de semelhantes medicamentos pertence a Jesus.

    Emmanuel

    Uberaba, 6 de agosto de 1987.

  • Cura

    3

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    02 - Perante Deus Emmanuel

    Se houve algum na terra com autoridade suficiente para definir o Supremo Criador do Universo, esse algum foi Jesus, que O representava, sublime, frente da humanidade. Entretanto, para desincumbir-se da divina misso de revel-LO a ns outros, no se perde em cogitaes da inteligncia, de vez que a inteligncia fatalmente constrangida a renovar-se, todos os dias. Nem presuno. Nem retrica. Nem violncia. Nem fantasia. O Mestre Inolvidvel serviu apenas, elegendo o amor puro e irrestrito, a fora de sua mensagem inesquecvel. De todas as criaturas busca a melhor parte para exal-las gloria excelsa. Doutrinando os doutores do Templo, no lhes menospreza a cultura. Apenas esclarece-os. Em contato com Zaqueu, no lhe amaldioa os haveres. Auxilia-o a us-los. Junto a Madalena, no lhe vergasta a condio de mulher sofredora. Soergue-lhe o bom nimo. Ao p dos enfermos de todos os matizes, no lhes destaca os erros e compromissos. Ajuda-os, simplesmente. Sofrendo a negao de Pedro, no lhe condena a atitude. Espera a hora justa de ampar-lo com segurana. Perseguido por Saulo, no lhe arroja a alma ardente aos pntanos infernais. Procura-o com bondade e transforma-o no bem. que somente atravs do amor realizado e vivido conseguiremos, de alguma sorte, sentir a grandeza do Autor de Nossos Dias. E ainda por essa razo que o prprio Jesus, convidado pelos discpulos a estabelecer uma norma de orao, no campo da Boa Nova, Ele que trazia das Esferas Resplandecentes a luz da eterna sabedoria, limitou-se reverncia e ao amor, ao respeito e confiana, definindo Deus, a Causa de Toda Vida, como sendo Nosso Pai.

    03 - Espera e Confia Meimei

    Eis a dupla singular: - Escora que nos descansa: Servir sem desanimar, Nunca perder a esperana. Se sofres, serve e confia, No te queixes, nem te irrites.

  • Cura

    4

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    Espera. A bno de Deus proteo sem limites.

    04 - Assuntos Meimei

    verdade. Por mais que silencies e por mais que a prudncia te assinale as manifestaes, a vida te exige relacionamento. E o relacionamento te pede falar. Surgem aqueles que se referem ao tempo e s dificuldades do mundo. Outros se reportam aos fatos da poca em que vives, comentando ocorrncias que a imprensa divulga. E, em muitas ocasies, anotas a inconvenincia e a infelicidade dos apontamentos expostos. Quando isso acontecer, respeita as qualidades e os crditos daqueles que comandam as notas que o boato acalenta e modifica a situao. Todo dilogo assemelha-se estrada de que se pode retirar esse ou aquele ramal para determinados fins. vista disso, quando a conversao ambiente se te mostre indesejvel,usa tato e caridade e improvisa um ramal para o trnsito de novas idias. Feito isso, tanto quanto possvel e se possvel, auxilia aos circunstantes, falando de Jesus.

    05 - Males Menores Emmanuel

    Maldade sempre treva no corao, que nos cabe evitar a benefcio dos outros e em favor de ns mesmos. Entretanto, nos chamados males da Terra, indispensvel discernir as ligaes do Senhor nos mnimos ngulos de cada dia, para que lhes percebam a valiosa funo na garantia do bem. Observemos a natureza. Quase sempre, a plantao amparada pelos detritos do campo para atingir a produo desejvel. Para que o leito do rio se no desfaa, atendendo aos requisitos do charco, a dureza da pedra e a secura da areia lhe defendem a segurana. O minrio annimo, para entrar no campo das formas, no prescinde do fogo que lhe plasma as figuraes. E o prprio po que regala mesa sempre um fruto da bondade da vida, filtrado atravs da dilaceraes incontveis. Aprendamos a receber os males menores que nos asseguram paz e triunfo sobre os grandes males do mundo.

  • Cura

    5

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    Rara porcentagem das splicas que sobem da Terra ao Cu recolhe, de retorno, a assistncia precisa, na forma imediatista de alegria ou de reconforto. Quase todas, para alcanar o objetivo a que se propem, obtm do Senhor os males menores por respostas providencial e oportuna. Aqui, uma enfermidade-socorro que te preserva o esprito contra o assalto das tentaes. Ali, um obstculo-beno que te impede a adeso irresponsabilidade e loucura. Alm, um amor-ferramenta que te obriga ao sacrifcio constante, na sublimao de ti mesmo. Acol, um desencanto-auxlio, constrangendo-te ao reajuste da prpria alma. Adiante, uma dificuldade-luz, impelindo-te comunho com as Esferas Superiores. Abenoemos as pequenas aflies e os humildes tropeos da estrada, de vez que a luta bem vivida e o trabalho bem realizado constituem os nicos recursos de ascenso ao verdadeiro bem. Muitas Almas com os bens aparentes do mundo compram apenas desiluso e tragdia, amargura e arrependimento, enquanto que muitas outras se elevam diariamente da vida fsica s culminncias da Luz, conduzidas pelos supostos males que lhes minavam a passageira existncia. Recordemos a cruz de Cristo... Quando se ergueu, diante dos homens, era humilhao e derrota, mas, aceita com amor e renncia, converteu-se em caminho de paz e ressurreio.

    06 - Ddiva Joo de Deus

    O auxlio ao prximo ensina O amor que nutre e agasalha. Inda que seja em migalha O po carinho e luz. Muito embora pequenina, Sem que algum possa entrev-la, A ddiva como estrela Na doce mo de Jesus.

    07 - Perguntas e Respostas Emmanuel

    1 - Qual a observao transcendental em torno da orao? R: Dispomos, na orao, do mais elevado sistema de intercmbio entre a Terra e o Cu. Pelo circuito da prece, a criatura pede amparo ao Criador, e o Criador responde criatura pelo princpio inelutvel da reflexo espiritual, estendendo-lhe os braos, a fim de que ela se erga dos vales da vida fragmentria para os cimos da vida vitoriosa.

  • Cura

    6

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    2 - E relativamente tolerncia? R: Tolerar refletir o entendimento fraterno, e o perdo ser sempre profilaxia segura, garantindo, onde estiver, sade e paz, renovao e segurana. 3 -Ainda com respeito s nossas observaes, com interpretar a humildade? R: Refletindo-a do Cu a Terra, em penhor de redeno e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da manjedoura e despediu-se dos homens pelos braos da cruz.

    08 - Origem da Guerra Emmanuel

    No smbolo do den, Entre luzes e flores, O dio veio a Caim Sob a capa da inveja. Caim matou Abel, E espalharam-se os males... Doenas, penas, dores Resultaram do evento. Pediu a evoluo O concurso da morte. A guerra vem dos homens Nunca da Paz de Deus.

    09 - Responsabilidade Emmanuel

    Quase sempre registrando a afirmativa do Senhor muito se pedir a quem muito recebeu automaticamente nos recordamos daquelas criaturas a quem devemos apreo pela eminncia a que foram guindadas nas telas de nosso tempo e de nossa vida. E lembramos os grandes mordomos da economia amoedada, os vultos distintos da religio, os destacados criadores do pensamento literrio, os cientistas de prol e personalidades outras de nosso convvio que transcenderam por seu trabalho a ordem comum.

  • Cura

    7

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    E delas exigindo maiores soma de renunciao pessoal em nosso proveito, esquecemo-nos da quota de recursos do esprito que nos foi concedida para que tambm ns nos ergamos de nvel no campo da experincia. imperioso saber que a responsabilidade no pode centralizar-se de maneira absoluta em algum, sob pena de sufocarmos o progresso. feio da escola em que a instruo crescente patrimnio de aprendizes e educadores e maneira da oficina em que o trabalho a riqueza de dirigentes e dirigidos, no terreno das conquistas morais preciso no esquecer que todos somos chamados obra em conjunto, na qual somos todos devedores felicidade geral, no esforo que corresponda aos valores que recebemos da vida. Ante a palavra de Cristo, no te fixes apenas no muito que os outros entesouraram, mas lembra acima de tudo os talentos que guardas por tua vez espera de tua prpria consagrao ao bem, para que possas responder sem corar no balano das horas, quando se pedir a ti contas justas das bnos de segurana e conhecimento que acumulas contigo, com a obrigao de faz-las frutificar na esfera do servio e no campo do rendimento, considerando-se as necessidades do prximo.

    10 - Divulgao Esprita Emmanuel

    Quanto mais se aperfeioam no mundo as normas tcnicas da civilizao, mais imperiosas se fazem as necessidades do intercmbio espiritual. vista disso, nos mecanismos de propaganda, em toda parte, os mostrurios do bem e do mal se misturam, estabelecendo facilitrios para a aquisio de sombra e luz. Nesse concerto de foras que se entrechocam nas praias da divulgao, em mar crescente de novidades ideolgicas, atravs das ondas de violentas transformaes, a Doutrina Esprita o mais seguro raciocnio, garantindo a alfndega da lgica destinada triagem correta dos produtos do crebro humano com vistas ao proveito comum. Da a necessidade da divulgao constante dos valores espirituais, sem o rudo da indiscrio, mas sem o torpor do comodismo. Servio de sustentao do progresso renovador. Quanto puderes, auxilia a essa iniciativa benemrita de preservao e salvamento. Auxilia a pgina esprita esclarecedora, a transitar no veculo das circunstncias, a caminho dos coraes desocupados de f, maneira de semente bendita que o vento instala no solo devoluto e que amanh se transformar em rvore benfeitora. Ampara o livro esprita em sua funo de mentor da alma, na ctedra do silncio. Prestigie o templo esprita com o respeito e a presena, com o entendimento e a cooperao, valorizando-lhe cada vez mais a misso de escola para a Vida Superior. Como possas e quanto possas relaciona as bnos que j recebeste da Nova Revelao, reanimando e orientando os irmos do caminho. Disse-nos Jesus: - No coloques a lmpada sob o alqueire.

  • Cura

    8

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    Podes e deves expor a tua idia esprita, atravs da vitrine do exemplo e da palavra, na loja de tua prpria vida, para faz-la brilhar. ando-se as necessidades do prximo.

    11 - Progresso Emmanuel

    A sublimao do esprito, na essncia, obedece aos mesmos princpios que preponderam no aprimoramento da vida material. Em todos os setores da evoluo, anotamos o contrato justo entre o Criador e a Criatura na base de todas as realizaes. Na arte, sem dvida, concede o Senhor ao missionrio da beleza a inteligncia e a matria prima, exigindo-lhe, porm, dedicao e devotamento obra que lhe compete atender, a fim de que o mrmore ceda de si os primores da estatuaria ou a fim de que a melodia se ajuste ao pentagrama. Na indstria, sentimos o amor celeste conferindo ao tarefeiro da utilidade os recursos do solo, como sejam o tronco e o fio, a argila ou o metal, reclamando-lhe, contudo, pacincia e esforo prprio, a fim de que as riquezas da civilizao se levantem. Em toda parte, identificamos as concesses de Deus, convidando-nos ao trabalho, em favor de ns mesmos. No acredites, pois, que as idias santificantes, expressando valioso patrimnio moral, nos enobream a senda simplesmente para que nos lancemos desavisados, ao xtase improdutivo ou convico inoperante. Todos os tesouros culturais da religio, da cincia e da filosofia descem do Plano Superior ao caminho que nos prprio, para que nos faamos melhores, uns frente dos outros. Conhecimentos, teorias, pensamentos e ideais de ordem superior so bnos do Cu que nos cabe estender na Terra, para que a materializao da bondade e do amor, do entendimento e da paz faam mais luz no roteiro dos que nos cercam. Lembra-te, pois, de que a f viva a inflamar-se em tua alma no apenas uma chama de reconforto exclusivista, mas, antes de tudo, um desafio permanente da Eterna Sabedoria, a fim de que convertas a luta em vitria e a experincia diria em lmpada redentora a clarear-te, desde agora, na divina ascenso ao sublime porvir.

    12 - Nas Relaes Humanas Emmanuel

    Cristo nas relaes humanas comear no homem com Cristo, ou a civilizao genuinamente crist no passar no mundo de fbula brilhante de nova mitologia. Para isso imprescindvel que nos afeioemos, em verdade, ao Esprito dos Evangelhos, para consolidarmos na Terra o verdadeiro reinado do Esprito.

  • Cura

    9

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    No nos basta mstica do templo organizado com todos os recursos para a exaltao do culto externo de nossa f. Nos santurios de pedra e ouro, o Mestre Divino jaz encerrado maneira de um morto ilustre, cercado de frases fulgurantes no cenotfio que lhe conserva os despojos. Somos atualmente convocados, no mais a consagrao do servio religioso encarcerado no crculo da interpretao literal, mas religio viva do exemplo, sentido e vivido com o nosso corao e com o nosso sangue, com o nosso ideal e com o nosso suor para que o hino espiritual do Evangelho, espraiando-se da nossa rea individual de compreenso, se estenda a todas as criaturas, anunciando ao Planeta um Novo Dia... por isso que o selo do sacrifcio nos valoriza o caminho, por esse motivo que a dor e a luta se transformam em clima incessante de todos os que abraam na Boa Nova o roteiro da libertao que lhes prpria. A descrucificao de Jesus o nosso trabalho primordial, para que os braos do Celeste Amigo, usando os nossos, penetrem o corao da humanidade, soerguendo-a aos nveis superiores que lhe cabe atingir. Nossa estrada, em razo disso, se converte em respeitvel indicao para aqueles que, ainda, no nos partilham o entendimento. Nossas atitudes e nossas palavras, nossas dores superadas e nossas ansiedades vencidas constituem pginas de amor e luz que os outros lem, habilitando-se grande e abenoada renovao. Situemos o Senhor que buscamos, compreendendo o mundo, e servindo aos nossos semelhantes, atravs dos seus olhos e inspirados em seus padres superiores, venceremos os desafios do tempo, reduzindo sculos e milnios na construo do Reino Divino que o antigo espao da Terra aguarda de nossas mos.

    13 - Mximas Emmanuel

    No rejeiteis, pois, a vossa confiana, que tem grande e avultado galardo - Paulo-. Hebreus, 10,53 No lances fora a confiana que te alimenta o corao. Muitas vezes, o progresso aparente dos mpios desencoraja o fervor da almas tbias. A virtude vacilante recua ante o vcio que parece vitorioso. Confrange-se o crente frgil perante o malfeitor que se destaca, aureolado de louros. Todavia, se aceitamos Jesus por nosso Divino Mestre, preciso receber o mundo por nosso educandrio. E a escola nos revela que a romagem terrestre simples estgio do Esprito no campo imenso da vida. Todos os sculos tiveram soberanos e dominadores.

  • Cura

    10

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    Muitos se erigiram em pedestais de ouro e poder, ao preo do sangue e das lgrimas dos seus contemporneos. Muitos ganharam batalhas de dio. Outros monopolizaram o po. Alguns comandaram a vida poltica. Outros adquiriram o temor popular. Entretanto, passaram todos... Por trofu no mundo aps as laboriosas empresas a que se consagraram, receberam apenas o sepulcro faustoso em que se sobressaem na casa fria da morte. No rejeites a f na passagem educativa da Terra, que te impe viso aflitivos quadros no jogo das convenes humanas. Recorda que o Senhor permite a existncia do martelo para que a pedra se aperfeioe! Lembra-te da Imortalidade nossa divina herana. Por onde fores, conduze tua alma por fonte preciosa de compreenso e servio! Onde estiveres s generoso, otimista e diligente no bem. O corpo fsico apenas tua veste. Luta e aprimora-te, trabalha e realiza com o Cristo e aguarda, confiante, o futuro, na certeza de que a vida de hoje te espera, sempre justiceira, no amanh que no faltar.

    14 - Caridade Joo de Deus

    Caridade em nossos passos - Puro amor que nos irmana - Jesus abrindo os braos No campo da vida humana.

    15 - Intelectualismo Emmanuel

    Nos tempos modernos, mentalidades existem que pugnam pelo desaparecimento das noes religiosas do corao dos homens, saturadas do cientificismo do sculo e trabalhadas por idias excntricas, sem perceberem as graves responsabilidades dos seus labores intelectuais,

  • Cura

    11

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    porquanto ho de colher o fruto amargo das sementes que plantaram nas almas jovens e indecisas. Pede-se uma educao sem Deus, o aniquilamento da f, o afastamento da esperana numa outra vida, a morte da crena nos poderes de uma providncia estranha aos homens. Essa tarefa intil. Os que se abalanam a sugerir semelhantes empresas podem ser dignos de respeito e admirao, mas assemelham-se a algum que tivesse a fortuna de obter um osis entre imensos desertos. Conformados e satisfeitos na sua felicidade ocasional, no vem as caravanas inmeras de infelizes transitando sobre as areias ardentes.

    16 - Orao da Enfermeira Meimei

    Tempestade, tempestade, Por que tanto escarcu? Quando o teu brado estremece A imagem do prprio Cu? Conduzidas por teu brao, H nuvens tremeluzindo, Lanando granito aos montes, Lembrando feras rugindo... Quando expeles ameaas, Sem limpa e justa razo, Quem sers?... De onde procedes?... Da ira de algum drago? Trazes terra a gua pura, Em corrente clara e mansa. Por que no te contentas Nessa beno de esperana? Do teu seio brotam fontes, Gerando o solo fecundo. Por que no vives em paz, Nesses encargos do mundo? Mas no venho criticar Os teus impulsos valentes. Quero dizer-te que tenho Trinta crianas doentes.

  • Cura

    12

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    No tiveram mes que as amem, Mas decerto que advinhas: Quando apareces gritando, Choram de susto sozinhas!... Tempestade, tempestade, Atende aos pedidos meus. As criancinhas doentes So tambm filhas de Deus.

    17 - Medicina Andr Luiz

    Toda a medicina honesta servio de amor, atividade de socorro justo; mas, o trabalho de cura peculiar a cada esprito. A medicina humana ser muito diferente no futuro, quando a Cincia puder compreender a extenso e complexidade dos fatores mentais no campo das molstias do corpo fsico. Muito raramente no se encontram perturbaes diretamente relacionadas com o psiquismo. As preocupaes excessivas com os sintomas patolgicos aumentam as enfermidades; as grandes emoes podem curar o corpo ou aniquil-lo. Se isso pode acontecer na esfera da atividade vulgar, imagine o campo enorme de observaes que nos oferece o plano espiritual, para onde se transferem todos os dias, milhares de almas desencarnadas, em lamentveis condies de desequilbrio da mente. O mdico do porvir conhecer semelhantes verdades e no circunscrever a ao profissional ao simples fornecimento de indicaes tcnicas, dirigindo-se, muito mais, no trabalho curativo, s providncias espirituais, nas quais o amor cristo represente o maior papel.

    18 - Entrega-te a Deus Emmanuel

    Procuraste remdio Para o mal que te aflige. Repouso demorado Ampliou-te a aflio. Longas explicaes Aumentaram-te a dor.

  • Cura

    13

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    Companhias aos montes Fizeram-te mais s. Detm-te, ora e reflete, Contemplando a ti mesmo. Se pretendes curar-te, Busca entregar-te a Deus.

    19 - Sombra e Luz Emmanuel

    Nenhum esprito da comunidade terrestre possui tanta luz que no admita em si certa nesga de sombra, nem existe criatura com tanta sombra que no guarde consigo certa faixa de luz. Aprende a fixar o prximo com a claridade que h em ti. No creias porm , que semelhante trabalho se filie ao menos esforo, porque, pelo peso das trevas que ainda imperam no mundo, a sombra que ainda nos envolve , na Terra, a cada instante, insinuar-se-nos- no prprio entendimento, perturbando-nos as interpretaes. Se te demoras na obscuridade, no enxergars seno os defeitos e as cicatrizes, as feridas e as ndoas que caracterizam a fisionomia do irmo infortunado, constrangendo-te ao medo e usura, incompreenso e aspereza. E sabemos que quantos se detm no cipoal ou no charco no encontram outros elementos, alm da lama ou do espinho, para oferecer. Ala a lmpada acesa do conhecimento superior e avana para a frente, e, ento, a ignorncia e a delinqncia surgir-nos-o aos olhos por enfermidades da alma, que preciso extirpar, a benefcio da felicidade comum. No saiba a vossa mo esquerda o que deu a direita ensina-nos o Evangelho e ousamos acrescentar:no saiba a nossa sombra o que faz a nossa luz, porque, dessa forma, avanando, acima das tentaes da vaidade e do desnimo, a chispa humilde de nossa f no Bem Infinito poder transformar-se em chama viva e redentora para o caminho de todos os que nos cercam.

    20 - Na Trilha da Caridade Emmanuel

    No condenes o mundo. A caridade em cada gesto e em cada frase acende o claro de uma beno. Ser talvez por isso que a Sabedoria Divina ergueu o crebro, acima do tronco, por almenara de luz, como a dizer-nos que ningum deve agir sem pensar, mas, entre a cabea que reflete e as mos que auxiliam, situou o corao por estrela de amor, fulgurando no meio. No te esqueas que o mundo a criao de Deus.

  • Cura

    14

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    21 - Indicaes Casimiro Cunha

    Tantas perguntas em ns! No entanto, em linhas gerais, Eis a resposta da vida: -Trabalhar um tanto mais. Conflitos rogam socorro Entre filhos, mes e pais. O amor carreia um pedido: - Tolerncia um tanto mais Provaes nos desafiam A luta descomunais. A verdade traa a norma: -Pacincia um tanto mais Desacertos nos induzem A desalentos fatais. Entretanto, a F proclama: -Esperana um tanto mais Incompreenso aparece, Lanando golpes brutais. Mas o Perdo solicita -Esquecer um tanto mais. Por fim, vem a voz do Cristo, Nos Ensinos Imortais: - Irmos, a paz que lhes dou servir um tanto mais

    22 - Mensagem aos Espritas Venncio Caf

    Orastes, comovendo-nos as fibras mais ntimas da alma, e, por nossa vez, imploramos tambm, junto de vs,a paz e a Luz Divina. Nossas splicas, nem sempre, tomam o caminho vertical das Alturas.

  • Cura

    15

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    Por vezes, buscam a direo horizontal, onde os apelos so levados a efeito de irmos para irmos. Assim, permiti-me a alegria de rogar-vos tambm continuidade de amor e unio fraternal em nossa Causa bendita. Estejamos de mos entrelaadas no servio do Mestre, que nos adquiriu para a safra da liberdade ao Sol da Vida Maior. Empenhemo-nos no esforo de unificarmos aspiraes e sentimentos da oficina que nos irmana. Compreendamos as dificuldades uns dos outros. Toleremo-nos reciprocamente. Auxiliemo-nos em nossas fraquezas mtuas. Jamais esqueamos a renncia pessoal como emissria da iluminao. Seja o perdo fraternal nossa beno de cada hora, de uns para com os outros, para que a nossa obra de continuao espiritual no sofra em seus fundamentos. O Senhor, que nos confiou a lmpada viva, em tempo algum se esquecer de sustentar a chama de nossas possibilidades e de nossa f vibrante, desde que o leo da boa vontade seja encontrado nos crculos de nosso esprito de servio. Quando algum de vs outros,encarnados ou desencarnados,no oferecer condies satisfatrias para integral aproveitamento dos minutos terrestres na obra divina,olvidemos a leviandade que fere, semeando, ao invs dela, flores abenoadas de cooperao e de amor. Quando estivermos em sombras temporrias, meus irmos, nunca acentuemos a escurido. Acendamos o claro do entendimento fraterno para que os germes do bem, por onde passarmos, no sejam crestados pelo calor desmedido de nossas paixes. Quando a luta nos visite os coraes, sejamos brandos e compassivos. Fujamos de avivar o incndio da discrdia, procurando recursos de paz a fim de que a fraternidade permanea em nossas almas. Se as pedradas chegam de longe ou de perto,unamo-nos para que o choque do corao nos atritos do mundo no nos desintegre as energias conjugadas no objetivo da elevao. Jesus,muitas vezes, e em que distncia de ns! Nos tem desculpado as faltas e relevado as imperfeies! Quantos dbitos tem liquidado a nosso favos, conferindo-nos novas oportunidades de restaurao! Por que no nos tolerarmos uns aos outros, desculpando-nos infinitamente,para servi-lo e honr-lo com nosso concurso de servos frgeis?!... Como suportaremos a tempestade, se meros golpes de vento, em muitas ocasies, nos espantam o corao, chamado no s ao reconforto e a afabilidade, mas tambm fortaleza e ao trabalho rduo? Temos, perante ns, um grande setor da lavoura evanglica...

  • Cura

    16

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    Que o Supremo Pai nos auxilie a cumprir os deveres que nos cabem, de vez que ns outros somos por enquanto herdeiros de speras obrigaes, por havermos aniquilado muitos direitos no passado mal vivido! Nossas esperanas permanecem floridas, rvores generosas do nosso pomar de ao espiritualizante comeam a frutescer. Entrelacemos nossos braos , no servio que o Jardineiro Celeste abenoa, amparando-nos mutuamente, com sinceridade e carinho. Todos ns conhecemos, de sobejo, a justia pelo nvel intelectual que j atingimos. Nossa inteligncia sobe ao alto, perquire os abismos e, por isso, percorre particularizadamente as noes da justia humana. Entretanto ,s o amor cobre a multido dos nossos erros, e precisamos desenvolver o sentimento na intimidade do prprio ser. Com a lei antiga sabamos defender o mundo. Mas, com Jesus, com a Lei Nova,podemos salv-lo. E em verdade, meus amigos,nunca nos remidiremos sem entendermos fraternalmente uns aos outros. Por amor nossa tarefa, oro aqui, endereando-me ao Senhor e aos vossos coraes,como meu esprito inundado em lgrimas lgrimas de confiana em vossa cooperao de jbilo com o vosso auxlio de sempre. Permiti que este vosso servidor e amigo repita: Subamos mais! Sigamos montanha acima! Olvidemos nossos desejos para que a Vontade Superior nos domine. Conduzamos nossa bandeira de luz do vale de nossas necessidades para a culminncia da colaborao fiel com o Cristo. E permanecei na certeza de que , no cimo do monte, Ele nos espera de braos abertos, cheio de amor e abnegao, reportando-se aos sculos passados para reafirmar aos nossos ouvidos: Bem -aventurados os mansos de corao, porque eles herdaro a Terra!.

    23 - Vida e Amor Irmo X

    A cena desenrolou-se h quase cinco anos. O apelo vinha de longe. O cansao da velha amiga se lhe desenhava no rosto. E o rosto dela se nos refletia no espelho da mente. Era D.Maria Eugnia da Cunha, que eu conhecera menina e moa em meus ltimos tempos no Rio. Lembrava-nos a afeio, rogava socorro espiritual.A jovem de outra poca era agora uma viva,pobre, residindo por favor com o filho nico, recm-casado.

  • Cura

    17

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    O chamamento lhe flua do ser, em nossa direo: Meu amigo, em nome de Jesus, se possvel, auxilie-me... No agento mais!. Utilizando os recursos do desencarnado, quando pode ganhar distncia e tempo,fomos v-la e encontramo-la, arrasada se angstia, ante as invectivas da nora. Maria Cristina, a boneca que lhe desposara Jlio, o filho que ela preparara com tanto mimo para a vida, no considerava nem mesmo a tempestade l fora, e ordenava. -E a senhora saia daqui hoje... -Mas hoje? Com esta noite? arrazoava a sogra, em pranto. -Estou farta, se eu fosse velha moraria no asilo. -Preciso ver meu filho... -Isso que no. Quem manda nesta casa sou eu... -Sou me. -Seja o que for, saia daqui. A senhora tem irmo no Leblon, tem sobrinhos em Madureira... Pode escolher. -Maria Cristina!... -No dramatize. -Afinal, voc me expulsa deste modo?! Que fiz eu? -No vou com a sua cara. -Minha filha ,pelo amor de Deus, no me atire assim porta fora... -Arranque-se daqui ou no respondo pelo que possa acontecer. -Jlio!...Quero ver Jlio!... -A senhora no mais envenenar meu marido com as suas conversas... -Ah! Meu Deus!... -No se escore em Deus para mudar de assunto.Saia agora! -Preciso arranjar minhas coisas, minha roupa... -Nada disso...Amanh ,a senhora telefona, que eu mando seus cacarecos... -No posso sair assim--- -Vamos ver quem pode mais... Colocando algum dinheiro nas mos da sogra, sacudiu-a com violncia e, em seguida, puxou-a at a porta e gritou: -V de txi, v de nibus, v como quiser, mas desaparea! Intil qualquer tentame de socorro. A moa, transtornada, no assimilava qualquer apelo de misericrdia. Num momento, D.Maria Eugnia se viu empurrada para a rua.A pobre cambaleou, arrastou-se, e, mais alguns minutos de chuva e lgrimas nos olhos, o desastre... Projetada ao longe por pesado veculo, veio fratura mortal. No dia seguinte, identificada pelo filho numa casa de pronto-socorro, largou-se do corpo, ao anoitecer. Abateu-se o infortnio sobre o casal Jlio e Maria Cristina passaram a condio de doentes da alma.Por mais que a mulher engenhasse a escapatria, asseverando que a sogra teimara em sair em visita irm, debaixo do aguaceiro,o esposo desconfiava.Desconfiava e sofria. D.Maria Eugnia, porm, na espiritualidade,compadeceu-se dos filhos e, conquanto enriquecida de proteo e carinho, no se sentia tranqila ao sab-los em desentendimento e dificuldade. Repetia preces, mobilizou relaes e , depois de quatro anos, venceu o problema, tornando, de novo , Terra...

  • Cura

    18

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    Hoje, fui ver a velha amiga renascida no Rio. Renasceu de Jlio e Maria Cristina, lembrando uma flor de luz no mesmo tronco familiar.Os pais felizes, agindo intuitivamente, deram-lhe o mesmo nome: Maria Eugnia.O jovem genitor beijava-a enternecido e a ex-nora, transfigurada em mezinha abnegada, guardava-a sobre o prprio seio, com a ternura de quem carrega um tesouro. Meditava nos prodgios da reencarnao, frente do trio, quando o irmo Felisberto, que me acompanhava, falou, entre alegria e emoo: Veja, meu amigo! No adianta brigar, condenar, ofender,perseguir...A lei de Deus o amor e o amor vencer sempre.

    24 - Ddiva de Deus Irthes

    Desculpar as ofensas sem coment-las Auxiliar os companheiros do caminho sem falar disso a ningum. Humilhar-se para os amigos, a fim de conserv-los. Escutar referncias infelizes envolvendo-as em silncio. Ver quadros inconvenientes ou destrutivos apagando-lhes as imagens e as cores na memria,para que no cheguem conversao. Solucionar problemas dessa ou daquela pessoa amiga, sem que ela venha a saber disso. Abster-se de qualquer comentrio infeliz, quando o propsito de enunci-lo nos visite a cabea. Repetir informaes sem alterar a voz e sem crticas, mesmo risonhas, com os nossos semelhantes que ainda no hajam adquirido a suficincia desejvel no domnio da compreenso. Respeitar as mgoas alheias, vestindo-as com a beno da amizade e do entendimento. Aceitar sem melindres a irritao de qualquer pessoa, sem excit-la com respostas esfogueantes. Apagar o braseiro da discrdia, no nascedouro,sem contar vantagens de semelhante construo espiritual. Estejamos certos de que as ddivas em favor dos homens so todas elas bnos da vida que a vida nos retribuir fatalmente; no entanto,existem ddivas para Deus que os beneficiados desconhecem, e que Deus saber premiar com a luz da alegria e com a paz do corao.

  • Cura

    19

    Francisco Cndido Xavier - Autores Diversos

    25 - Splica do Livro Emmanuel

    Amigo: Atende-me para que te possa atender. No me dilaceres o corpo, nem me relegues ao canto escuro da prateleira morta. Trago-te o ensinamento de todas as pocas na palavra da cincia, na mensagem da filosofia e na revelao da f. Em minha companhia penetrars, sem alarde, os santurios da arte e da cultura, da sublimao e do progresso. Sou alma, pensamento, esperana e consolo... Ampara-me e dar-te-ei o tesouro do Amor e da Sabedoria. Auxilia-me e auxiliar-te-ei. Na claridade que me envolve, elevars a experincia de cada dia, encontrars horizontes novos e erguers o prprio corao para a vida mais alta. Apia-me a caminhada na direo do futuro e recebers comigo, a luz da Imortalidade em nossa destinao de Filhos da Luz.

    26 - Presena de Deus Emmanuel

    Tribulaes talvez No te faltem vida. Recursos que guardavas Esgotaram-se todos. Sonhas felicidade, E a aprovao te abraa Entretanto, no temas E persiste no bem. Afastaram-se amigos Que julgavas reter. Aceita a prova e segue. Deus no te faltar.

    27 - Trabalhando Bezerra de Menezes

    ... um prato de soma, em nome do Mestre, vale mais que centenas de palavras vazias, quando as palavras esto realmente vazias de compreenso e de amor. Entreguemos ao Senhor as lutas estreis a que somos tantas vezes provocados e prossigamos, com Ele, no trabalho edificante do Bem.

    fim