FÓRUM 1 - Evolução do conceito da Tecnologia Educativa | Grupo 5 1 - Qual o sentido de evolução da TE? O termo Tecnologia Educativa (TE) é um domínio da educação que teve as suas origens nos anos

40 do século XX, numa tradição anglo-saxónica, que valoriza a instrução e é influenciada pela

teorização produzida no âmbito da psicologia da aprendizagem, nomeadamente pelas teorias

comportamentalistas (como Saettler) e cognitivistas e mais recentemente pelas teorias

construtivistas. Outras inspirações teóricas do domínio da Tecnologia Educativa são a Teoria dos

Sistemas (AECT - Association for Educational Communications and Technology) e a Teoria da

Comunicação (como Gass). A TE passou do âmbito militar, aos meios audiovisuais e à concretização multidisciplinar e a sua

evolução tem-se manifestado na modernização, otimização e mudança. Ao incorporar as

evoluções epistemológicas das suas ciências-suporte, a TE evoluiu concetualmente para um

quadro analítico mais compreensivo e sistémico, valorizando o eixo da processualidade,

mediação cognitiva e interação comunicacional. Numa conceção mais globalista, segundo

Lachance, Lapointe & Marton (1978), "A Tecnologia Educativa é uma abordagem sistemática que

integra as diversas funções do processo educativo. Visa, por um lado, analisar problemas ligados

ao ensino e /ou à aprendizagem e, por outro lado, visa elaborar, implantar e avaliar soluções para

esses problemas, através do desenvolvimento e da exploração de recursos educativos."

2 - Qual o sentido atual a atribuir ao conceito de Tecnologia? O sentido atual a atribuir ao conceito de TE envolve multidisciplinaridade teórica e influência das

teorias críticas das ciências sociais. O termo não se limita aos recursos técnicos usados no ensino

mas a todos os processos de conceção, desenvolvimento e avaliação da aprendizagem. A TE

engloba três subdomínios que podem influenciar o aluno e a sua aprendizagem: as funções de

gestão educacional, as funções de desenvolvimento educacional, e os recursos de aprendizagem.

A constante mudança/mutação a que estão sujeitos cada um destes três subdomínios (em

particular os recursos de aprendizagem, nos tempos digitais atuais), implica automaticamente

que a sua própria significação seja subjugada a múltiplas transformações. A literacia informática encerra em si as competências necessárias para se poder manusear com

destreza as tecnologias, com atitudes proativas, motivação e confiança no exercício de qualquer

tarefa neste âmbito. 3 - Sendo a TE um campo de aplicação, quais os seus suportes teóricos? Dada a multiplicidade polissémica da TE, encontramos na vertente prática a postulação do seu

campo teórico. Tal quadro teórico inclui três abordagens científicas sistematizadas por Chadwick

(1987, citado por Silva et al, 1998, p.240), a saber: a comunicacional, que enforma a TE enquanto “instrumento do processamento da

aprendizagem curricular”; a sistémica, que visa a utilização adequada dos procedimentos relativos à aprendizagem e ao

design, a saber, conceção, implementação e avaliação de situações de aprendizagem; e a psicológica, que se focaliza na conceção e desenho do processo de aprendizagem a partir

da observação da atividade mental durante o processo de comunicação, sustentada num

modelo empírico-analítico.

A TE revela-se, pois, em duas orientações fundamentais: a orientação mediocêntrica, orientada ao design pedagógico e valorização da ‘análise-

produção’, sobretudo através do impacto das ‘NTIC’; e a vertente sociêntrica, proposta por MacQuail (1994), enfatiza a componente dos

fenómenos e práticas comunicacionais e a sua interação com o sistema social. Segundo Bertrand (1991) a TE revela, ainda, duas tendências fundamentais: sistémica que trata

do design pedagógico e a mediática que versa sobre a utilização e adequação dos meios de

comunicação aos ambientes de aprendizagem.

4 - Tendo a TE uma vertente pragmática (resolver problemas…), quais são as áreas disciplinares

(científicas) que mobiliza para tal? Surgem novas opções para a organização escolar e curricular, ampliando-se o valor da TE

também ao nível ‘organizativo’, ‘conteúdal’ e ‘metodológico’ (Silva, 1998) nas Ciências da

Educação, estabelecendo relações interdisciplinares que se revelam nas seguintes áreas:

comportamentais, nomeadamente Psicologia da Aprendizagem, Cognitiva e da Educação; Teoria

da Comunicação (papel dos media e outros); Tecnologias de Informação; Teoria do

Desenvolvimento Curricular e na Sociologia da Cultura.