fichamento por uma historia prazerosa e consequente

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1 Fichamento POR UMA HISTRIA PRAZEROZA E CONSEQENTE Aluno: Curso: Histria Disciplina: Metodologia de Ensino de Histria Professor (a):

Ficha Bibliogrfica KARNAL, Leandro (Org.). Histria na sala de aula: conceitos, prticas e propostas. So Paulo: Contexto, 2005. Os autores tm como objetivo evidenciar a superficialidade, descaso e degradao do ensino de Histria, abordando problemas decorrentes com as mudanas polticas e econmicas ocorridas no final do sculo XX, revoluo tecnolgica global. E no cenrio atual a postura do professor, como colaborador na valorizao do ensino em destaque a disciplina de Histria, com prticas de ensino adequado as realidades tanto temporais e sociais, no intuito de proporcionar ao aluno um aprendizado prazeroso e conseqente. POR UMA HISTRIA PRAZEROSA E CONSEQENTE Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky O PROBLEMA (p.17) A PROPOSTA (p.19)A favor do conhecimento humanista (p.19) O papel do professor de Histria (p.22) Pela volta do contedo nas aulas de Histria (p.23) Uma questo de abordagem (p.26) O potencial transformador do ensino de Histria (p.27) O que ensinar (do abstrato para exemplos concretos) (p.28) CONCLUSO (p.35) NOTAS (p.36)

Sugestes de leitura para o trabalho em sala de aula (p.36) O PROBLEMA

As grandes mudanas polticas e econmicas ocorridas no final do sculo XX [...], o valor do ensino de Histria nas escolas e seu potencial transformador. (p.17) Por outro, lado, diante de novas tecnologias globais, questiona-se e at duvida-se da eficcia educacional dos livros [...]. (p.17)

[...] Na sala de aula, o pensamento analtico substitudo por achismos, alunos trocam a investigao bibliogrfica por informaes de sites de pesquisa pasteurizados, vdeos so usados para substituir (e no complementar) livros. (p.17) [...] comprometimento com a diminuio das desigualdades sociais e os valores humanistas parece tomar conta de grande parte dos profissionais ocupados com o ensino-aprendizagem, particularmente na rea de Histria. (p.18) [...] Critica e poltica stricto sensu valiam mais que o estudo.. Hoje tais posturas esto superadas e temos conscincia de que pagamos todos muito caro pela nossa leviandade: o contedo da disciplina foi deixado de lado, a erudio foi considerada coisa de snobes e a leitura da Histria foi duramente prejudicada por tal simplismo. (p.18) [...] o fim de certas utopias e a aparente vitria de um modelo de mundo voltado para o consumismo desenfreado, a existncia de uma nica potncia hegemnica, o comprometimento de modelos tericos tidos como catecismo par muitos. (p.18) abandonando, [...] o idealismo de educador e a utopia da mudana; (p.18) descartando toda leitura junto com os materiais didticos ineficazes [...]; (p.18) [...] a noo de processo histrico ou a concepo de seres humanos como sujeitos da Histria. (p.18) o grande desafio [...]. desenvolver uma prtica de ensino de Histria adequada aos novos tempos (e alunos): rica de contedo, socialmente responsvel e sem ingenuidade ou nostalgia. (p.19) A PROPOSTA

A favor do conhecimento humanista as escolas parecem ter esquecido sua parcela de responsabilidade na formao humanista dos alunos. [...] abre-se mo de um instrumento precioso para a formao integral do aluno. (p.19) Queiram ou no, impossvel negar a importncia, sempre atual, do ensino do ensino de Histria. [...] A Histria referncia. preciso, portanto, que seja bem ensinada. (p.19) Num momento em que relevantes mudanas vm ocorrendo na rea de Histria - [...] muitas escolas parecem caminhar na contramo da Histria (em todos os sentidos). (p.20) no ensino mdio de certas escolas nas quais se percebe um perigoso movimento, que, no limite, tende a substituir o ensino de Histria por uma outra disciplina, algo que, com boa vontade, poderamos chamar de realidade mundial: [...], em abrir mo do conhecimento e da formao em troca de mseras informaes. (p.20) [...] E qual o papel do professor seno estabelecer uma articulao entre o patrimnio cultural da humanidade e o universo do aluno? (p.20)

3 O professor de Histria no pode ficar preso apenas a modos de produo e de opresso [...]. Cada estudante precisa se perceber, de fato, como sujeito histrico, e isso s se consegue quando ele se da conta dos esforos que nossos antepassados fizeram para chegar ao estgio civilizatrio no qual nos encontramos. (p.20-21) preciso ter bem claro que devemos estar preparados para ocupar um espao na sociedade globalizada sob o risco de no sermos sugados por ela. [...], uma cultura que v alem da tcnica. Portanto, Histria neles! (p.21) s a educao de qualidade, que tenha o ser humano como eixo central, [...]. Os pases que no agirem a favor da Histria ficaro fadados a distanciar cada vez mais daqueles outros, ricos ou no, que colocam a educao e a cultura (incluindo a histrica) como prioridade real. (p.21-22) O papel do professor de Histria necessrio, portanto, que o ensino de Histria seja revalorizado e que os professores dessa disciplina conscientizem-se de sua responsabilidade social perante os alunos, [...]. (p.22) Para isso, bom no confundir informao com educao. [...] Sem dvida que a informao chega pela mdia, mas s se transforma em conhecimento quando devidamente organizada. (p.22) Um professor mal preparado e desmotivado no consegue dar boas aulas nem com o melhor dos livros, [...]. (p.22) Mais do que o livro, o professor precisa ter contedo. Cultura. (p22) [...] Sem estudar e saber a matria no pode haver ensino. inadmissvel um professor que quase no l. (p.22) O professor precisa conhecer as bases de nossa cultura: as formas de organizao das sociedades humanas, a evoluo das civilizaes, [...] Valendo-se dessas consideraes, preciso que o professor tenha claro o que ensinar. (p.23) Por volta do contedo nas salas de Histria [...] Portanto, as aulas de Histria sero muito melhores se conseguirem estabelecer um duplo compromisso: com o passado e o presente. (p.23) Compromisso com o presente no significa, contudo, presentismo vulgar, [...]. Significa tomar como referncia questes sociais e culturais, assim como problemticas humanas que fazem parte de nossa vida, (p.23) Compromisso com o passado pesquisar com seriedade, basear-se nos fatos histricos, no distorcer o acontecido, como se fosse uma massa amorfa disposio de seu manipulador. [...] E isso vale tanto para fatos como para processos. (p.24) Afirmaes baseadas apenas em filiaes ideolgicas so, no mnimo, desprezveis, podendo tornar-se perigosas quando, alm de no verdadeiras, acabam se tornando

veculos de preconceitos e da segregao. [...]. (p.24) Alm dessas questes estruturais, h alguns vcios muito disseminados [...] mas que afetam de forma particular as aulas de Histria. (p.24) Um deles o hbito freqente em nossas universidades, mas j popular em muitas escolas de ensino mdio, da crtica sem base. [...] Defendemos, pois, a volta do contedo s salas de aula, da seriedade. (p.24-25) Outra tendncia a supervalorizao do desconstrutivismo. (p.25) No que a desconstruo no tenha sido um avano importante. [...], porm como proposta de ensino, o desconstrutivismo deve ser utilizado com cautela, mesmo que o professor tenha um grande domnio das verses e dos discursos em jogo e esteja familiarizado com as operaes desconstrutivas. (p.25) Um modo mais construtivo (sem trocadilhos) seria adotar como postura de ensino (que ser crtico) a estratgia de abordar a Histria a partir de questes, temas e conceitos. [...]: (p.25) despertar dos alunos demonstrando a atualidade de coisas to cronologicamente remotas [...]; (p.26) capacitar os estudantes no sentido de perceberem a historicidade de conceitos [...]; (p.26) fazer com que os alunos no s reconheam preconceitos, [...]; (p.26) demonstrar com clareza certos usos e abusos da histria [...]; (p.26) possibilitar a crtica a dogmatismos e verdades absolutas com base no reconhecimento da historicidade de situaes e formas de pensamento [...]. (p.26) Uma questo de abordagem Ora, muito difcil fazer boa histria sem ter noo de processo, a idia do devir histrico, a percepo dos modos de vida e da cultura material, [...]. dos novos objetos e abordagens que o mtodo incorporou nos ltimos anos, (p.26-27) A abordagem da corrente da Histria Social busca e percepo das relaes sociais, [...]. E, quem sabe, explorar muitas das possibilidades que o contato com nossa disciplina permite inclusive a de nos percebermos, de fato, como sujeitos da Histria, (p.27) O potencial transformador do ensino de histria Para uns, a frase de Marx anunciando que no era mais hora de entender o mundo, mas de mud-lo, tem justificados arroubos em sala de aula [...]. O conhecimento Histrico, por si prprio, carrega profundo potencial transformador, dispensando interpretaes apressadas, feitas sob impacto de circunstncias acaloradas. (p.27-28) Nosso aluno, cada aluno, tem de se perceber como um ser social, algum que vive numa determinada poca, num determinado pas ou regio, oriundo de determinada classe social, contemporneo de determinados acontecimentos. [...] O verdadeiro potencial transformador da histria a oportunidade que ela oferece de praticar a

5 incluso histrica... (p.28) O que ensinar (do abstrato para exemplos concretos) [...] Professores que adotam livros didticos sentem-se obrigados a seguir de cabo a rabo seu contedo, pressionados por diretores, coordenadores e pais. Com o numero baixo de aulas de Histria oferecidas, quaisquer assuntos e discusses que, embora importantes, atrasariam a matria, so deixados de lado. (p.28-29) [...], a primeira coisa a fazer ao montarmos um curso selecionar contedos. (p.29) O professor no deve ter d de abandonar assuntos quando no conseguir uma resposta satisfatria questo do por que: s vezes mostra-se muito mais interessante pular algumas pginas do livro didtico ou da Histria [...]. (p.29) outras vezes vale a pena dedicar um tempo maior a leitura cuidadosa de um determinado documento histrico, [...]. (p.29) A matria escolar pode estar relacionada a vrios recortes da Histria. Entre outros citamos: (1) um acontecimento ou evento histrico (a Revoluo Francesa, a Segunda Guerra Mundial, a Proclamao da Repblica), (p.30) (2) uma instituio social (a escravido no Brasil, o Imperialismo, o mundo globalizado), (p.30) (3) um processo de longa durao (o desenvolvimento das primeiras civilizaes), (p.30) (4) uma interao de culturas (o encontro entre europeus e indgenas no tempo do descobrimento da Amrica), (p.30) (5) um tema monogrfico (a mulher na Idade Mdia). (p.29-30). todos esses recorte so vlidos, [...] Quanto aos assuntos, preciso que se encontre uma boa justificativa para inclu-los no programa de curso. (p.30) (1) Revoluo Russa, Revoluo Chinesa e Revoluo Cubana (p30) As trs revolues so movimentos ocorridos no sculo XX, com algumas caractersticas comuns [...], apesar de suas particularidades, e podem ser estudadas juntas sob o ttulo Revolues do sculo XX. (p.30-31) [...] Por que diz respeito aos acontecimentos que marcaram o sculo XX com conseqncias e desdobramentos at os dias de hoje. (p.30) a idia da continuidade e da ruptura histrica [...]; (p.30) os desenvolvimentos polticos, sociais e culturais de pases inseridos no contexto mundial [...]; (p.30-31) exemplos de revolta contra a ordem estabelecida e de tentativa de reconstruo social [...]; (p.31)

(2) Escravido no Brasil (p.31) Esse assunto se justifica no currculo dos alunos ao contribuir para a compreenso das bases da sociedade brasileira, a situao dos negros, a origem de preconceitos [...]: (p.31) o sistema escravista no contexto do capitalismo mercantil, o trfico negreiro, a escravido em terras brasileiras; (p.31) a vida de escravo: o cotidiano dos escravos no trabalho e na senzala, [...]; (p.31) [...]. (O professor pode completar o trabalho de leitura sugerindo pesquisas atuais sobre o preconceito racial ou a situao dos negros no Brasil, por exemplo.) (p.31) (3) Primeiras civilizaes (homens pr-histricos, mesopotmicos, egpcios e hebreus) (p.31) muito importante estudar o assunto de forma a procurar compreender como se comeou a construir o patrimnio cultural da humanidade do qual somos herdeiros, [...]. (p.31) Alm disso, partindo da Pr-Histria, focaliza o momento em que o homem em sua relao estreita com a natureza se humaniza, realiza importantes conquistas materiais, passa a criar a agricultura e torna-se civilizado. [...]. (p.31-32) o professor pode abordar o tema das primeiras civilizaes de modo a mostrar as diferentes maneiras de lidar com tais condies [...] discutir os presentes da natureza e as formas de sua apropriao pelo homem pelo longo de sua aventura na terra em milhares de anos desde sua constituio oral. (p.32) Ensinar sobre as primeiras civilizaes de maneira prazerosa e conseqente tambm consiste em procurar abordar as transformaes na qualidade de vida dos seres humanos ao longo do processo civilizatrio [...]. (p.32) [...] da Histria e da humanidade, e adotar posturas mais colaborativas no processo de ensino-aprendizagem em seu conjunto. (p.32) (4) O Brasil nos primeiros tempos da colonizao (sculos XVI e XVII) (p.32) Uma das formas mais interessantes de abordar o tema tomar por base problemtica da pluralidade cultural e do encontro de culturas. [...] importante ressaltar os usos e abusos do patrimnio natural e humano do Brasil na poca colonial. (p32-33) o estilo de vida dos europeus e suas esperanas com relao ao Novo mundo; (p.33) as compatibilidade e contradies entre interesses e vises de mundos de colonos, mercadores e jesutas; (p.33) as condies e a qualidade de vida dos ndios (vida material e pensamento). Semelhanas e relaes diferenas culturais entre povos indgenas. [...]; (p.33) O choque de culturas. [...]. Prticas e costumes reelaborados no Novo Mundo. (p.33) Por ser uma ema com vasta documentao primria editada e publicada no Brasil,

7 pode ser tambm um ponto de partida para apresentar aos estudantes questes bsicas relacionadas ao tratamento das fontes de pesquisa histricas, [...]. (p.33) [...] Basta adotar uma postura diferente da de abordagens tradicionais que tratam dos primeiros tempos da conquista e colonizao portuguesa como se a natureza fosse algo inexistente ou secundrio. (p.33-34) (5) Mulheres no Brasil colonial (p.34) Um estudo monogrfico das mulheres no Brasil colonial aborda a qualidade de vida de tais mulheres praticamente em toda sua extenso, [...], apresentando aos estudantes um quadro rico, e variado e complexo da condio feminina nos tempos coloniais (p.34) A estratgia consiste em caminhar do micro para o macro. Ou seja, a partir de um tema especifico como esse [...], o professor em sala de aula, pode induzir seus alunos na discusso de questes mais amplas pensadas pelos historiadores, tais como: (p.34) o imaginrio social, [...]; (p34) as diferenas socialmente construdas por sexos; (p.34) as manifestaes entre categorias de classe e gnero. (p.34) CONCLUSO

Como se v, diferentes recortes da Histria permitem que o aluno abra enormes horizontes [...] o processo histrico do qual ele mesmo faz parte. (p.35) Acreditamos a tal ponto na capacidade de a Histria, bem ensinada, desempenhar esse papel, que questionamos certas facilitaes que, [...] impede que se tenha uma dimenso exata do carter de cada tipo de relao de produo, historicamente determinada. (p.35) O problema, em termos do processo de ensino-aprendizagem, que o abandono da diacronia, da idia de processo, [...] em que acontecimentos, instituies e movimentos ocorrem do nada para o nada. (p.35) E, finalmente, mas no menos importante, preciso que se volte aos livros. [...]. S depois de alimentar a mente e o esprito alimentados pela leitura que ilustraes computadorizadas ou filmadas podem fazer algum sentido. (p.35) [...]. Este Artigo tem por objetivo abrir um debate franco e construtivo a fim de valorizar o ensino da Histria, colaborar com o professor e propiciar ao aluno uma aprendizagem mais prazerosa e conseqente. (p.36) Notas1) 2) Eric Hobsbawm. O sentido do passado. Sobre Histria. So Paulo: Cia de Letras, 1998. Leia a respeito em: Pinsky, Jaime (org.). 12 faces do preconceito. So Paulo: Contexto, 1999.

Sugestes de leitura para o trabalho em sala de aulaDel Priore, Mary. Mulheres no Brasil Colonial. So Paulo: Contexto, 2000.

Del Priore, Mary (org.) e Pinsky, Carla Bassanezi (coord. de texto). Histria das mulheres no Brasil. So Paulo: Contexto, 2002. Faria, Ricardo Moura. As revolues do sculo XX. So Paulo: Contexto, 2002. Funari, Pedro Paulo e Noeli, Francisco Silva. Pr-histria no Brasil. So Paulo: Contexto, 2002. Mesgravis, Laima e PINSKY, Carla Bassanezi. O Brasil que os europeus encontraram. 2 edio. So Paulo: Contexto, 2002. PINSKY, Jaime. Escravido no Brasil. So Paulo: Contexto, 2000 (edio revista e atualizada) _______. As primeiras Civilizaes. So Paulo: Contexto, 2001 (nova edio). PINSKY, Jaime. Ensino de Histria e criao do fato. So Paulo: Contexto, 1988.

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