fichamento introdução à teoria do currículo - tomaz tadeu da silva
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8/14/2019 FICHAMENTO Introduo teoria do currculo - Tomaz Tadeu da Silva
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FICHAMENTO: SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma
introduo s teorias do currculo. 2. ed. Belo Horizonte: Autntica, 1999.
CAP. 1 - INTRODUO
I. 1. Teorias do currculo: o que isto?
P. 11: Antes de mais nada, o que teoria?
Teoria "descobre" o real. "Teoria uma representao, uma imagem, um
reflexo, um signo de uma realidade que - cronologicamente, entologicamente -
a procede.
Dessa forma, "[...] uma teoria do currculo comearia por supor que existe 'l
fora', esperando para ser descoberta, descrita e explicada, uma coisa chamada
'currculo'. O currculo seria um objeto que precederia a teoria, a qual s
entraria em cena para descobri-lo, descrev-lo, explic-lo".
P. 11/12: Crticas a essa noo de "teoria"
-> Ao teorizar sobre algo (mesmo que sendo algo anterior, j antes debatido),
no estaramos tambm criando esse algo?
P. 12: teoria x discurso
"Uma teoria supostamente descobre e descreve um objeto que tem uma
existncia independente relativamente teoria. Um discurso, em troca, produz
seu prprio objeto: a existncia do objeto inseparvel da trama lingustica que
supostamente o descreve".
"Um discurso sobre o currculo, mesmo que pretenda apenas descrev-lo 'talcomo ele realmente ', o que efetivamente faz produzir uma noo particular
do currculo".
-> Primeira apario do currculo como um objeto de estudo e pesquisa:
Estados Unidos, dcada de 1920
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Bobbit (1918, The curriculum): "o currculo visto como um processo de
racionalizao de resultados educacionais, cuidadosa e rigorosamente
especificados e medidos" [...]
"os estudantes devem ser processados como um produto fabril". Currculo,
pois, seria "a especificao precisa de objetivos, procedimentos e mtodos
para a obteno de resultados que possam ser precisamente mensurados".
P. 13: "Apesar dessas advertncias, a utilizao da palavra 'teoria' est muito
amplamente difundida para poder ser simplesmente abandonada. Em vez de
simplesmente abandon-la, parece suficiente adotar uma compreenso da
noo de 'teoria' que nos mantenha atentos ao seu papel ativo [no como
teoria que somente descobre, descreve algo exterior] na constituio daquilo
que ela supostamente descreve"
P. 14: DEFINIO DE CURRCULO?
Como estamos trabalhando 'teoria' atrelada a seus efeitos discursivos, no h
como se buscar uma definio ltima de currculo. "Uma definio que no nos
revela o que , essencialmente, o currculo: uma definio nos revela o que
uma determinada teoria pensa o que o currculo ".
As teorias do currculo vo tentar descrever o que currculo PARA
ELAS. Elas no vo necessariamente questionar a construo do
currculo, porque algumas delas inclusive tomam o currculo como algo
natural.
Talvez voc esteja pensando nas teorias ps-crticas/crticas que
criticavam a forma das tradicionais. Mas a gente nao pode afirmar que asteorias questionam.
O que elas fazem descrever o que o currculo. Cada teoria descreve o
currculo como sendo o que ela busca, o que ela considera relevante.
-> Quais questes a teoria do currculo busca responder?
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* Qual conhecimento deve ser ensinado? "De forma mais sinttica, a questo
central : o qu?"
Para responder, as diversas teorias podem se valer de discusses sobre a
natureza humana, sobre a natureza da aprendizagem ou sobre a natureza do
conhecimento, da cultura e da sociedade.
P. 14/15: Ao final, devem se voltar " uma questo bsica: o que eles devem
saber? Qual conhecimento ou saber considerado importante ou vlido ou
essencial para merecer ser considerado parte do currculo?"
P. 15: Essa pergunta nos faz pensar que as teorias do currculo esto
engajadas no desenvolvimento de critrios de seleo que justifiquem a
presena de determinado conhecimento como parte do currculo.
CURRCULO SEMPRE COMO RESULTADO DE UMA SELEO (aps essa
seleo, as teorias do currculo "buscam justificar que 'esses conhecimentos' e
no 'aqueles' devem ser selecionados".
* Essa pergunta "o qu?" nunca est separada de outra, que "o que eles ou
elas devem ser?" (essa segunda pergunta talvez seja at anterior primeira, j
que pode direcionar o "o qu").
INDIVDUOS -> "um currculo busca precisamente modificar as pessoas que
vo 'seguir' aquele currculo.
"as teorias do currculo deduzem o tipo de conhecimento considerado
importante justamente a partir de descries sobre o tipo de pessoas que elas
consideram ideal".
* IDENTIDADE - SUBJETIVIDADE
"o conhecimento que constitui o currculo est inextrincavelmente,
centralmente, vitalmente, envolvido naquilo que somos, naquilo que nos
tornamos: na nossa identidade, na nossa subjetividade".
(perspectiva ps-estruturalistas)P. 16: PODER
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-> "Selecionar uma operao de poder. Privilegias um tipo de conhecimento
uma operao de poder. Deslocar, entre as mltiplas possibilidades, uma
identidade ou uma subjetividade como sendo a ideal uma operao de
poder".
"As teorias do currculo esto ativamente envolvidas na atividade de garantir o
consenso, de obter hegemonia".
TEORIAS TRADICIONAIS "pretendem ser teorias neutras, cientficas,
desinteressadas".
Tomam "o qu?", como bvio (inquestionvel), preocupando-se em responder
outra questo: "como?". como -> questes tcnicas.
TEORIAS CRTICAS/PS CRTICAS nenhuma teoria pode ser neutra,
cientfica ou desinteressada; est, por outro lado, implicada em relaes de
poder.
Questionam o "o qu?", o "por qu?"
Por que esse conhecimento e no outro?
Por que privilegiar um determinado tipo de identidade e subjetividade e no
outro?
TEORIAS
TRADICIONAIS
TEORIAS CRTICAS TEORIAS PS-
CRTICAS
Conceitos
pedaggicos deensino e aprendizagem
Conceitos de ideologia
e poder
Conceito de discurso
Ensino Ideologia Identidade, alteridade,
diferena
Aprendizagem Reproduo cultural e
social
Subjetividade
Avaliao Poder Significao e discurso
Metodologia Classe social Saber-poder
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Didtica Capitalismo Representao
Organizao Relaes sociais de
produo
Cultura
Planejamento Conscientizao Gnero, raa, etnia,
sexualidade
Eficincia Emancipao e
libertao
Multiculturalismo
Objetivos Currculo oculto
Resistncia
CAP. 2 - DAS TEORIAS TRADICIONAIS S TEORIAS CRTICAS
II. 1. Nascem os "estudos sobre currculo": as teorias tradicionais
P. 22: "Foram talvez as condies associadas com a institucionalizao da
educao de massas que permitiram que o campo de estudo do currculo
surgisse, nos Estados Unidos, como um campo profissional especializado.
Esto entre essas condies: a formao de uma burocracia estatal
encarregada dos negcios ligados educao; o estabelecimento da educao
como um objeto prprio de estudo cientfico; a extenso da educao
escolarizada em nveis cada vez mais altos a segmentos cada vez mais
maiores da populao; as preocupaes com a manuteno de uma identidade
nacional, como resultado das sucessivas ondas de imigrao, o processo de
crescente industrializao e urbanizao".
* BOBBIT: 1918: "The Curriculum" ("marco no estabelecimento do currculo
como um campo especializado de estudo").
-> momento crucal na educao dos EUA;
-> "diferentes foras econmicas, polticas e sociais procuravam moldar os
objetivos e a forma da educao de massas de acordo com suas diferentes e
particulares vises".
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-> QUESTES RELEVANTES NESSE PERODO:
* formar o trabalhador ou proporcionar uma formao acadmica?
* habilidades bsicas de ler, escrever x disciplinas humansticas x disciplinas
cientficas x habilidades prticas para o campo profissional?
* ajustas os jovens sociedade existente ou prepar-los para transform-la?
P. 23: BOBBIT -> escola como um empresa comercial ou industrial
*Preocupao com a economia: palavra-chave: EFICCIA
*Assim como uma empresa, "Bobbit queria que o sistema educacional fosse
capaz de especificar precisamente que resultados pretendia obter, que
pudesse estabelecer mtodos para obt-los de forma precisa e formas de
mensurao que permitissem saber com que preciso se eles foram realmente
alcanados".
* Os objetivos do sistema educacional deveriam estar voltados para uma
anlise das "habilidade necessrias para exercer com eficincia as ocupaes
profissionais da vida adulta".
DEWEY -> Ao contrrio de Bobbit, estava mais interessado na democracia,
em detrimento da economia.
-> Levava em considerao, no planejamento curricular, os interesses e as
experincias das crianas e jovens.
-> Bobbit foi muito mais influente que Dewey.
P. 23/24: BOBBIT -> no h necessidade de se perguntar o porqu da
educao, j est claro(Vida profissional adulta)
P. 24: "Numa perspectiva que considera as finalidades da educao esto
dadas pelas exigncias profissionais da vida adulta, o currculo se resume a
uma questo de desenvolvimento, a uma questo tcnica.
DESENVOLVIMENTO CURRICULAR -> a partir do trabalho burocrtico de
seleo das habilidades mais relevantes.
"[...] de acordo com Bobbitt: 'a educao, tal como a usina de fabricao de
ao, um processo de moldagem'."
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P. 24/25: -> RALPH TYLER (1949) consolida o modelo de currculo proposto
por Bobbitt, currculo esse estabelecido em torno da ideia de organizao e
desenvolvimento. (ler 25 para mais informaes)
P. 25: Que objetivos educacionais a escola deve procurar atingir?
-> Tyler indica trs fontes para se buscar os objetivos da educao:
I. sobre os prprios aprendizes
II. estudos sobre a vida contempornea fora da educao
III. sugestes dos especialistas das diferentes disciplinas.
Esses trs gerariam muitssimos objetivos, talvez at contraditrios. Por isso,
prope passar os objetivos por 2 filtros:
1. Filosofia social e educacional com a qual a escola est comprometida.
2. Psicologia da Aprendizagem.
P. 27: "Os modelos mais tradicionais de currculo, tanto os tcnicos quanto os
progressistas de base psicolgica s iriam ser definitivamente contestados, nos
Estados Unidos, a partir dos anos 70, com o chamado movimento de
'reconceptualizao do currculo' ".