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FICHA DE MERCADO
ÁFRICA DO SUL
Projecto DiMarkets
Ficha de Mercado – África do Sul
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Índice
1. Caracterização Geral............................................................................................................. 3
2. Contexto Económico e Social ............................................................................................... 5
2.1. Situação Económica ...................................................................................................... 5
2.2. Balança Comercial ........................................................................................................ 6
2.3. Investimento ................................................................................................................ 10
3. Relações Nacionais e Internacionais .................................................................................. 11
4. Relações Económicas com Portugal................................................................................... 12
4.1 Comércio ..................................................................................................................... 12
4.2 Investimento ................................................................................................................ 14
5. Potenciais Sectores Clientes da Indústria de Engineering & Tooling ................................. 16
6 Indústria Local ..................................................................................................................... 26
6.1 Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais ............................................................ 26
6.1.1 Breve caracterização .................................................................................................. 26
6.1.2 Principais mercados de importação e exportação .............................................. 29
6.1.3. Entidades de apoio ao sector na África do Sul ......................................................... 34
7 Condições Legais de Acesso ao Mercado .......................................................................... 38
7.1 Regime Geral de Importação ...................................................................................... 38
7.2 Regime de Investimento Estrangeiro .......................................................................... 38
8. Contexto legal, Regulamentar e Normativo ............................................................................ 40
8.1 Regime de Investimento Estrangeiro .......................................................................... 40
9. Outras Informações ................................................................................................................. 41
Riscos de Crédito e Caução e do Investimento Nacional no Estrangeiro .............................. 41
10. Fontes de Informação ........................................................................................................... 43
Ficha de Mercado – África do Sul
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1. Caracterização Geral
Designação oficial: República da África do Sul
Capital: Pretoria/Tshwane
Outras cidades importantes: Joanesburgo, Durban e Cidade do Cabo
Área: 1,22 milhões de Km2
População: 49,1 milhões de habitantes (estimativa 2010)
Densidade populacional: 40,2 Hab./Km2 (estimativa 2010)
Língua: Existem onze línguas oficiais, com realce para o Inglês e o Africânder e as restantes
de raiz local.
Religião: A maioria da população sul-africana segue a religião cristã, fundamentalmente
protestante. Outras religiões com alguma representatividade, para além das étnicas
tradicionais, são a muçulmana e a hindu.
Unidade monetária: Rand (ZAR)
1 EUR = 9,4192 ZAR
(Banco de Portugal – média de Agosto de 2010)
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Fuso horário: UTC+2
Risco do país: Risco geral - BBB (AAA = risco menor; D = risco maior)
(EIU – Agosto 2010)
Ranking em negócios: Ranking geral - 53 (entre 82 países)
(EIU – Agosto 2010)
Risco de crédito: 3 (1 = risco menor; 7 = risco maior)
(COSEC – Setembro 2010)
Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp. + Imp. / PIB = 46,4 % (2009)
Imp. / PIB = 23,1 % (2009)
Imp. / Imp. Mundial = 0,6 % (2008)
Corrente Eléctrica: 220/230 Volts AC; em Pretória é de 250 volts AC, 50Hz.
Pesos e Medidas: É usado o sistema métrico.
Formalidades na Entrada:
• Passaporte: Exige-se a todos os visitantes. Para uma estadia até 90 dias, não é
necessário o visto de entrada para os cidadãos portugueses.
• Vacinas: Não existe obrigatoriedade.
Fontes: AICEP Portugal Global e CIA
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2. Contexto Económico e Social
2.1. Situação Económica
A África do Sul caracteriza-se por ser uma economia de rendimento médio e com oferta
abundante de recursos naturais, possuindo sectores fortemente desenvolvidos como é o caso
da área financeira, jurídica, comunicações, energia e transportes. Segundo dados de 2009, a
economia sul-africana traduz aproximadamente 40% do PIB total de África.
A actividade económica do país sofreu uma forte queda em 2008, contrariamente ao que se
tinha registado nos últimos anos, com a taxa de crescimento a situar-se em 3,7%. Este
abrandamento deveu-se a problemas referentes ao abastecimento de energia, aumento dos
preços dos combustíveis e dos produtos alimentares, declínio do consumo privado e
diminuição do investimento estrangeiro, factores derivados da crise económica e financeira
mundial.
De acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU), verificou-se uma contracção do PIB de
1,8% em 2009, como efeito da redução da procura e do declínio dos preços de produtos (com
excepção do ouro), que constituem a estrutura das exportações sul-africanas, designadamente
a platina e o aço. Estima-se que em 2010, graças à realização do Campeonato do Mundo de
Futebol, à provável recuperação da economia internacional e à política fiscal menos limitada, o
crescimento económico alcance 2,8%, 3,7% para 2011 e em 2012 com 4,7%.
Consequência do agravamento do preço do petróleo e dos bens alimentares, do acerto nos
serviços, a taxa de inflação aumentou significativamente em cerca de 11,5%, em 2008, além do
acréscimo superior a 20% dos preços regulamentados, dos aumentos salariais e da
desvalorização do Rand. Em 2009, a taxa de inflação diminuiu 7,2%, devido à diminuição do
preço dos combustíveis e dos produtos alimentares, conjuntamente com o abrandamento da
procura. Para 2010, calcula-se que as políticas monetárias e fiscais restritivas contribuam para
a redução para 5,1% da taxa de inflação.
Fruto de um decréscimo das importações de bens e serviços relativamente às exportações, o
défice da balança corrente assinalou uma forte queda em 2009, esperando-se uma subida a
partir de 2010. O saldo do sector público em 2009 sofreu uma quebra, com um défice de 5,8%
do PIB, por causa da contracção económica e das resultantes propostas de estímulo à
actividade económica promovidas pelo Governo. No ano de 2010 dever-se-á verificar um
agravamento do défice para 6,3% do PIB.
Apesar do nível de desemprego ter atingido 24% da população activa em 2009, consequência
da crise económica, espera-se uma melhoria desta situação durante os próximos anos.
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Principais Indicadores Macroeconómicos
Unidade 2008a 2009a 2010c 2011c 2012c
População Milhões 48,8a 49,1 49,1 49,0 48,8
PIB a preços de mercado 109 ZAR 2.283,8 2.407,7 2.674,7 2.909,8 350,2
PIB a preços de mercado 109 USD 276,5 285,8 348,7 346,4 7.174
PIB per capita USD 5.669 5.627 7.101 7.069 4,7
Crescimento real do PIB % 3,7 -1,8 2,8 3,7 5,3
Consumo privado Var. % 2,4 -3,1 5,0 5,7 5,3
Consumo público Var. % 4,9 4,7 6,0 6,3 5,4
Taxa de inflação (média) % 11,3 7,2 5,1 5,6 5,3
Taxa de desemprego % 22,9 24,0 23,3 22,2 21,7
Saldo do sector público % do PIB -0,6 -5,8b -6,3 -5,2 -3,0
Balança corrente 109 USD -20,1 -11,3 -17,5 -19,8 -20,9
Balança corrente % do PIB -7,3 -4,0 -5,0 -5,7 -6,0
Dívida externa % do PIB 15,2 14,1b 12,7 13,3 14,0
Taxa de câmbio (média) 1USD=xZAR 8,26 8,42 7,67 8,40 9,00
Taxa de câmbio (média) 1EUR=xZAR 12,14 11,73 9,65 10,02 10,64
Fonte: AICEP Portugal Global Notas: (a) Valores efectivos (b) Estimativa (c) Previsões
A Iniciativa de Crescimento Acelerado e Partilhado para a África do Sul (ASGISA), o programa
económico do Governo, aponta para uma taxa média de crescimento anual de 5% até 2014, de
forma a diminuir para metade os actuais níveis de pobreza e de desemprego. Assim sendo,
aposta-se na construção de infra-estruturas, no desenvolvimento industrial, na qualificação da
mão-de-obra, na aceleração da reforma agrária e na redução da criminalidade.
2.2. Balança Comercial
Em 2009 verificou-se uma diminuição das exportações e importações comparativamente com o
ano anterior, devido ao decréscimo da procura nos principais mercados clientes, dos preços de
produtos e da procura de bens de investimento. Contudo, estima-se que esta situação se
inverta já em 2010.
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Evolução da Balança Comercial
Fonte: AICEP Portugal Global
No ranking do comércio mundial, a África do Sul encontrava-se em 40º enquanto exportadora e
35ª ao nível de importações, em 2008.
(109 USD) 2006 2007 2008 2009
Posição no ranking mundial como exportador 41a 38a 40a n.d.
Posição no ranking mundial como importador 32ª 34ª 35ª n.d.
Fonte: AICEP Portugal Global Nota: n.d. – não disponível
A Alemanha conseguiu manter-se em primeiro lugar como principal fornecedor do mercado sul-
africano até 2008, porém a China subiu ao pódio em 2009, ocupando o segundo lugar,
seguindo-se os EUA, a Arábia Saudita, o Japão e o Irão. No seu conjunto, estes países
representam 46% das importações sul-africanas.
No que se refere à quota de mercado, Portugal posicionou-se em 57ª no ranking de
fornecedores em 2009, tendo subido de posição em relação ao ano anterior.
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Principais Fornecedores
Fonte: AICEP Portugal Global
No ranking de clientes, salienta-se a extraordinária subida da China, que em 2007 e 2008 se
qualificava em 5º lugar, tendo assumido o primeiro lugar em 2009. De seguida, encontram-se
os EUA, Japão, Alemanha e Reino Unido. Em relação a Portugal, registou-se uma descida de
posição relativamente a 2008, ocupando o 44º lugar.
Principais Clientes
Fonte: AICEP Portugal Global
Na estrutura do comércio externo da África do Sul predominaram as pedras e metais preciosos,
designadamente platina, ouro e diamantes. De realçar ainda os combustíveis e óleos minerais,
os minérios, o ferro e aço, os veículos automóveis e partes e máquinas e aparelhos mecânicos.
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Em comparação com 2008, estes seis produtos exportados registaram uma quebra, tendo
correspondido perto de 69% das exportações sul-africanas. Paralelamente, nas importações,
em 2009, também prevaleceram os combustíveis e óleos minerais, em seguida as máquinas e
equipamentos mecânicos e eléctricos, os veículos automóveis, conjuntos industriais e
instrumentos de óptica e fotografia.
Na totalidade, este grupo de produtos representou 63% das importações em 2009, verificando-
se acentuados decréscimos face ao ano anterior.
Produtos Transaccionados em 2009
Exportações
Fonte: AICEP Portugal Global
Importações
Fonte: AICEP Portugal Global
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2.3. Investimento
A participação da África do Sul no conjunto dos fluxos mundiais de investimento resume-se à
42ª posição enquanto receptor de investimento directo estrangeiro (IDE) e em 44ª posição na
qualidade de emissor de investimento.
O stock de IDE em 2009, segundo os dados do EIU, refere-se a 25,8% do PIB, prevendo-se
um aumento em 2010.
Em 2008 registou-se um significativo desinvestimento no exterior, ao contrário dos dois anos
anteriores, sendo que a maior parte dos fluxos de investimento vão para o continente africano,
seguidos de China, Índia, Brasil e Rússia.
Investimento Directo
(106 USD) 2007 2008 2009
Investimento estrangeiro na África do Sul 5.695 9.006 5.696
Investimento da África do Sul no
estrangeiro 2.966 -3.134 1.584
Posição no ranking mundial como receptor 51ª 38ª 42ª
Posição no ranking mundial como emissor 47ª 206ª 44ª
Fonte: AICEP Portugal Global
A economia sul-africana fundamenta-se nos princípios de livre iniciativa e da propriedade
privada dos meios de produção, com condições propícias ao investimento estrangeiro, o que
pode ainda permitir incentivos do interesse económico do país e no qual haja a participação
das parcerias com empresas locais.
De acordo com o Banco Mundial, a África do Sul ocupa a 34ª posição a nível mundial em 2010,
tendo descido duas posições relativamente a 2009.
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3. Relações Nacionais e Internacionais
A nível nacional, a África do Sul incorpora a Comunidade para o Desenvolvimento da África
Austral (SADC), a União Aduaneira da África Austral (SACU) e a Área Monetária Comum
(CMA), de carácter nacional.
A SADC (África do Sul, Angola, Botswana, Ilhas Maurícias, Lesoto, Madagáscar, Malawi,
Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e
Zimbabwe) foi fundada em 17 de Julho de 1992, com a assinatura do Tratado de Windhoek, e
trata-se de uma organização sub-regional de integração económica dos países da África
Austral.
A SACU (África do Sul, Botswana, Lesotho, Swazilândia e Namíbia) representa a união
aduaneira em que as relações com países terceiros ficam sujeitas a uma pauta aduaneira
comum.
A CMA (África do Sul, Lesoto e Swazilândia) propõe-se liberalizar a transferência de fundos
entre os seus membros, o livre acesso ao mercado de capitais sul-africano e a uniformização
dos controlos cambiais.
No âmbito internacional, a África do Sul integra o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), a
União Africana (UA), a Commonwealth, a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África
(NEPAD), o G20, o G8+5, a Organização das Nações Unidas (ONU) e é ainda membro da
Organização Mundial de Comércio (OMC).
O relacionamento da África do Sul com a União Europeia segue o “Acordo de Comércio,
Desenvolvimento e Cooperação” (ACDC), assinado em 11 de Outubro de 1999 e posto em
prática desde 1 de Maio de 2004 e pelo “Instrumento de Financiamento da Cooperação para o
Desenvolvimento”, designado pelo Regulamento (CE) n.º 1905/2006, de 18 de Dezembro,
designando-se à eliminação da pobreza nos países e territórios em desenvolvimento, sendo a
África do Sul um dos contemplados.
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4. Relações Económicas com Portugal
4.1 Comércio
No comércio externo português, o papel da África do Sul quer enquanto cliente, quer enquanto
fornecedor é praticamente irrelevante, situando-se em 2009 nas posições de 42º e 30º,
respectivamente. A importância de Portugal no comércio internacional sul-africano, como
cliente e fornecedor, em 2009, é igualmente baixa, estando no 44º e 57º lugar,
respectivamente.
Posição da África do Sul nos Fluxos Comerciais de Portugal
2007 2008 2009
Enquanto Cliente 36ª 38ª 42ª
Enquanto Fornecedor 31ª 29ª 30ª
Fonte: AICEP Portugal Global
Entre 2007 e 2009, conforme os dados do INE, as exportações portuguesas para o mercado
sul-africano manifestaram um comportamento desfavorável. Até 2007 as exportações
portuguesas para a África do Sul distinguiram-se pela sua tendência de crescimento, contudo
essa situação foi interrompida em 2008, e agravada em 2009 com um decréscimo de 31%. As
importações sul-africanas registaram, pelo contrário, um crescimento médio anual, apesar de
uma quebra de 45% entre 2008 e 2009.
O coeficiente de cobertura das importações foi de 29% em 2009, podendo-se afirmar que o
saldo da balança comercial bilateral é desvantajoso a Portugal. No entanto, as exportações
portuguesas para África do Sul aumentaram entre Janeiro e Julho de 2010 em comparação
com igual período do ano anterior. Por outro lado, as importações revelaram uma diminuição
de quase para metade, nesse mesmo período.
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Evolução da Balança Comercial Bilateral
Fonte: AICEP Portugal Global
Nas exportações portuguesas para o mercado sul-africano, salientam-se os produtos da
madeira e cortiça, as máquinas e aparelhos, os veículos e outro material de transporte, os
produtos de plástico e borracha, os produtos alimentares e os metais comuns, que na sua
totalidade constituem mais de 59% do total exportado em 2009.
Exportações por Grupos de Produtos em 2009
Fonte: AICEP Portugal Global
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Na composição das importações portuguesas da África do Sul, destacam-se os combustíveis
minerais, com 59,6% das importações, e ainda os produtos agrícolas, os veículos e outro
material de transporte e as máquinas e aparelhos, que representam na sua totalidade 91% das
importações em 2009.
Importações por Grupos de Produtos em 2009
Fonte: AICEP Portugal Global
O número de empresas portuguesas, segundo os valores do INE, a exportar produtos para o
mercado sul-africano tem progressivamente aumentado, contrariamente à descida verificada
do número de empresas portuguesas a comprar produtos na África do Sul, em 2008.
4.2 Investimento
A África do Sul posicionou-se em 23º lugar enquanto destino do investimento português no
estrangeiro, por outro lado, na qualidade de emissor de investimento para Portugal, aquele país
qualificou-se na 30ª posição, em 2009.
De acordo com o Banco de Portugal, o investimento directo da África do Sul em Portugal tem-
se revelado muito inconstante nos últimos anos.
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Investimento Directo da África do Sul em Portugal
(103 EUR) 2007 2008 2009
Investimento Bruto 5.790 2.599 2.116
Desinvestimento 1.264 201 612
Investimento Líquido 4.526 2.398 1.504
Fonte: AICEP Portugal Global
Investimento Directo de Portugal na África do Sul
(103 EUR) 2007 2008 2009
Investimento Bruto 20.463 57.585 6.836
Desinvestimento 935 2.259 2
Investimento Líquido 19.528 55.326 6.834
Fonte: AICEP Portugal Global
Apesar da desfavorável conjuntura actual, a economia da África do Sul continua a possibilitar
um conjunto de oportunidades de negócios e investimento, a nível individual ou em parcerias,
especificamente nos sectores da construção civil, energia, telecomunicações, a banca e o
tratamento de águas.
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5. Potenciais Sectores Clientes da Indústria de Engineering & Tooling
A produção industrial sul-africana subiu pela primeira vez em 15 meses em Dezembro de 2009,
com um crescimento de 3,2%, segundo a Statistics South Africa (Stats SA), contrariando as
baixas expectativas do mercado, que tinha previsto uma contracção de 0,4%.
Os dados da Stats SA indicam que este aumento de produção, registado em Dezembro do ano
passado, resultou principalmente da subida de 34,6% na produção de veículos automóveis,
peças e acessórios e outros equipamentos de transporte.
Uma subida de 9,9% na produção do ferro, aço, produtos de metais não-ferrosos, produtos de
metal e máquinas, bem como um aumento de 5,6% na produção do petróleo, produtos
químicos, borracha e produtos de plástico, também contribuíram para esta situação favorável.
5.1. Plásticos
A indústria de plásticos sul-africana favoreceu fortemente a economia nacional. O volume de
negócios da indústria é cerca de 35 mil milhões de Rands por ano e representa
aproximadamente 5% do PIB, empregando perto de 40 000 pessoas em mais de 1800
empresas. O consumo anual ronda 1,5 milhões de toneladas, com base nos polímeros
produzidos localmente e importados. O crescimento anual do mercado é cerca de 6%.
A África do Sul exporta quantidades significativas de produtos plásticos e polímeros. Os
polímeros mais consumidos são os seguintes: polietileno [35 a 40%], polipropileno [25%], PVC
[17%] e PET [6%].
Polímeros 2006 / 2007, em toneladas
Fonte: The Plastics Federation of South Africa
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Consumo anual de materiais de plástico na África do Sul
Tipos de plástico 2002 2003 2004 2005
ABS & SAN 10.000 10.000 23.000 27.961
Acrílicos 20.000 15.000 17.750 18.639
Epóxidos 7.000 6.000 6.800 6.406
Polietileno de Alta Densidade 155.000 160.000 160.000 121.172
PE-LD
PE-LLD
260.000
280.000
279.000
410.377
PET 70.000 80.000 81.000 86.982
Poliamidas 10.000 10.000 7.900 7.962
Licarbonatos 5.000 4.000 4.650 4.617
Poliuretanos 16.000 20.000 20.400 20.155
POM — — — 986
PP 190.000 195.000 210.000 370.163
PS & PS-E 46.000 55.000 47.000 44.510
PVC 150.000 155.000 154.000 249.623
UF & MF & PF 5.000 4.000 2.000 3.452
Poliésteres 30.000 25.000 26.500 25.530
Outro 56.000 67.000 64.000 89.656
Total 1.030.000 1.086.000 1.104.000 1.488.197
Fonte: The Plastics Federation of South Africa
Apesar destes valores expressivos, o mercado de plásticos sul-africano é de dimensão
relativamente pequena, quando comparado ao consumo mundial, existindo ainda um
crescimento limitado no sector de produção. As importações de produtos acabados de baixo
custo, vindos do Extremo e Médio Oriente, têm vindo a aumentar, pelo que melhorar a
eficiência da produção local irá contrariar esta concorrência, mas exige investimentos
significativos de capital.
A pressão dos preços da indústria de transformação teve um impacto significativo sobre a
rentabilidade do sector. Juntamente com o preço altamente volátil do petróleo e dos
respectivos custos de matérias-primas, o tempo de compra dos importadores é essencial na
determinação da rentabilidade.
A expansão na África Subsaariana é o próximo passo para os produtores locais e importadores
de polímeros. O investimento internacional no desenvolvimento de infra-estruturas visa
melhorar as ligações de transporte entre países africanos, facilitando o seu abastecimento.
Neste sentido, adivinham-se perspectivas positivas para a indústria de plástico, a qual se deve
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pautar pela inovação e diferenciação do produto. Os plásticos irão substituir muitos materiais
convencionais como uma alternativa de relação custo-eficácia e melhor desempenho.
Paralelamente, os plásticos desempenham um papel importante nos domínios ambiental, social
e económica do desenvolvimento sustentável. O estilo de vida moderno parece “exigir” os
plásticos, visto satisfazerem os pedidos da sociedade, permitindo não só a produção eco-
eficiente de numerosos produtos de valor, tais como embalagem, componentes e sistemas de
segurança nos carros, telemóveis, materiais de construção para isolamento, dispositivos
médicos e de componentes-chave para diversas aplicações, como também para a produção de
energia renovável e protecção ambiental.
Consumo dos diversos sectores de mercado e o polímero transformado
entre 2006 e 2007
Fonte: The Plastics Federation of South Africa
5.2. Automóvel
A indústria automóvel da África do Sul é uma das mais antigas do mundo. O primeiro carro foi
um Velo Benz, importado em 1896 e a montagem do Modelo T da Ford começou numa antiga
fábrica de embalagem de lã de Port Elizabeth, em 1924.
Este sector exporta cerca de 10% do que fabrica, constituindo uma parte crucial da economia
da África do Sul e continua a crescer à conta da globalização das economias e de uma quota
de mercado relativamente pequena.
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Com uma produção anual de 535 000 veículos em 2007 e aproximadamente 630 000 em 2008,
o sector automóvel é um gigante na África do Sul, contribuindo com 7,5% do PIB (Produto
Interno Bruto) e empregando 36 000 pessoas.
O governo classificou a indústria automóvel como um sector-chave em crescimento, com
perspectivas de aumentar o fabrico de automóveis para 1,2 milhões de unidades até 2020,
prevendo-se, simultaneamente, o crescimento da incorporação local.
Com o mercado sistematicamente aberto à concorrência internacional, os fabricantes de
componentes sul-africanos encontram-se numa curva acentuada de melhoria da qualidade,
graças quer à formação de empreendimento conjunto, quer à venda de parte das empresas a
fornecedores internacionais, que trazem a perícia, o acesso aos mercados e sistemas de
logística estabelecidos.
Segundo a NAAMSA (National Association of Automobile Manufactures of South Africa),
verificou-se um decréscimo na ordem dos 26,7% do mercado automóvel sul-africano em
Agosto de 2009, face ao período homólogo de 2008.
Já durante os meses de Setembro e Outubro de 2009, constatou-se uma melhoria no
crescimento das vendas de carros novos, impulsionada maioritariamente pela procura por parte
de empresas de aluguer de automóveis. A retoma das exportações também foi evidente
durante os últimos dois meses do ano.
A última revisão trimestral da NAAMSA refere que os fabricantes de veículos estão em
recuperação de uma enorme queda no pedido interno e exportação de veículos novos.
Evolução do mercado dos veículos de passageiros e ligeiros
Fonte: National Association of Automobile Manufacturers of South AFrica (NAAMSA)
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Automotive Industry Development Centre (AIDC)
O objectivo do AIDC (Automotive Industry Development Centre) é desenvolver a indústria
automóvel sul-africana para padrões de classe mundial, o que requer uma abordagem
integrada que envolve um conjunto de intervenientes e parceiros apoiantes da indústria
automóvel. Para tal, têm sido constituídas parcerias com o Department Trade and Industry (The
DTI) e as suas agências, o Manufacturing, Engineering and Related Services SETA
(merSETA), várias instituições de ensino superior (Further Education and Training - FET), além
de institutos de formação (TEI's), de modo a que a AIDC consiga a realização dos seus
objectivos e a criação de um importante impacto sócio-económico, na economia local.
A África do Sul é a casa de algumas montadoras, o que tem proporcionado uma plataforma
global para o desenvolvimento do país. O incentivo do governo e os programas de apoio
também começaram a mostrar dividendos em melhorias de produtividade e melhores práticas
internacionais. Entre 130 países, a África do Sul ficou classificada na 44ª posição no Fórum
Económico Mundial, no Relatório de Competitividade Global em 2007/2008.
A indústria construiu uma reputação invejável como fabricante de nichos de menores volumes
que são insustentáveis, na maioria dos outros países. A maioria das montadoras residentes no
país tem operado com sucesso no mercado, tendo, nos últimos 10 anos, um crescimento sem
precedentes. A indústria e agências do governo estão a direccionar os volumes de produção de
cerca de 1,2 milhões de veículos em 2020. Isto é quase o dobro da produção actual.
Produção automóvel
Tipos 2007 2008 Variação Diferença
Carro 276 018 321 124 +16,3 % 45 106
Veículo Comercial Ligeiro 220 753 205 955 -6,7 % 14 798
Veículo Pesado 36 362 34 027 -6,4 % 2 335
Autocarro 1 357 1 859 +37 % 502
Todos os veículos 534 490 562 965 +5,3 % 28 475
Fonte: Automotive Industry Development Centre (AIDC)
Ficha de Mercado – África do Sul
21
Produção automóvel em 2008
Marcas Carros
Veículos
Comerciais
Ligeiros
Veículos
Pesados Autocarros Total
BMW 47 980 — — — 47 980
Mercedes 51 246 3 526 — — 54 772
Isuzu — — 17 563 — 17 563
Madza — 5 260 — — 5 260
Mitsubishi — 2 572 — — 2 572
Nissan 7748 18 238 — — 25 986
Renault 2 — — — 2
Toyota 84 576 94 591 — — 179 167
Volkswagen 91 654 — 371 200 92 225
Fonte: Automotive Industry Development Centre (AIDC)
Exportações de veículos sul-africanos
Fonte: Automotive Industry Export Council
Exportações de veículos de passageiros sul-africano
Fonte: Automotive Industry Export Council
Ficha de Mercado – África do Sul
22
Exportações de veículos comerciais sul-africanos
Fonte: Automotive Industry Export Council
Fabricantes de peças e componentes auto
Existem mais de 200 fabricantes de peças e componentes auto em toda a África do Sul e cerca
de 150 que fornecem esta indústria numa base de não-exclusividade. A indústria de peças e
componentes tem um volume de vendas de 50 mil milhões de Rands, ou seja cerca de 2% do
PIB nacional, e procura crescer bastante mais se o potencial de exportações continuar a
aumentar.
A África do Sul exportou 30,3 mil milhões de Rands de peças e componentes auto em 2006,
um aumento de 32% relativamente a 2005. Os catalisadores continuaram a ser a peça auto
mais exportada, representando quase metade de todas as exportações de peças e
componentes.
Outros tipos de exportações no sector são, por exemplo, motores, silenciadores e sistemas de
escape, radiadores, rodas e pneus, cobertura de assentos em couro, rádios auto e
aparelhagens de som, e eixos, sobretudo para camiões pesados.
A Alemanha, Espanha, Reino Unido, França e África Subsaariana são os principais destinos
das exportações de peças e componentes sul-africanas.
Ficha de Mercado – África do Sul
23
Exportações de Componentes 2006 - 2007
2006 2007a
Ar condicionado 11 21
Sistemas de alarmes 81 97
Vidros 321 295
Ferramentas para automóveis 272 520
Eixos 375 273
Baterias 83 115
Paneis 115 127
Partes de travões 120 138
Rádios para automóveis 377 589
Transformadores Catalíticos 15 810 21 683
Embraiagem 81 152
Motores 2 200 2172
Filtros 218 275
Calafetagem 45 70
Calibre 184 248
Caixa de Mudanças 113 86
Ignição 174 204
Macaco 18 60
Iluminação / Sinalização / Limpeza 63 164
Radiador 365 368
Rodas 681 772
Cintos de Segurança 60 62
Assentos 7 8
Peças de Couro Costuradas 2 549 2 760
Amortecedor 1 12
Silenciadores / Peças de Escape 407 1 705
Molas 38 44
Volantes / Colunas / Caixas 69 150
Veios de Transmissão / Manivelas 351 556
Pneus 1 220 1 196
Cablagens 208 198
Outros Componentes 3 435 3 986
Veículos 23 900 27 800
Fontes: AIEC/SARS
Nota: (a) Estimativa
Ficha de Mercado – África do Sul
24
Deve-se acrescentar que houve um crescimento de exportação de componentes entre 2007 e 2008,
sendo que em 2007 consistia em 39,1% e no ano seguinte subiu para 44,1%. No entanto, em 2009,
assistiu-se a uma retracção dessa tendência, já que nesse ano exportaram-se apenas 27% dos
componentes.
Adivinham-se perspectivas positivas para 2010 e 2011 no que toca à indústria automóvel sul-africana,
que indicam um aumento de 9% entre 2009 e 2010 e 10% de 2010 para 2011.
Valores optimistas nas vendas e exportações de veículos automóveis sul-africanos
O mercado de veículos novos de Janeiro de 2010 foi "um pouco mais forte do que pensávamos", diz
o vice-presidente da Ford Motor Company of Southern Africa (FMCSA), Jacques Brent.
As vendas de veículos em Janeiro dispararam positivamente, após um difícil ano de 2009, ao ganhar
5 112 unidades, ou 15,5%, atingindo 38 075 unidades, em comparação com as 32 963 unidades
vendidas em Janeiro do ano passado.
No entanto, mesmo que os números de vendas divulgados pela National Association of Automobile
Manufacturers of South Africa (NAAMSA) e Associated Motor Holdings indiquem que as vendas
mundiais começaram o ano com uma nota positiva, as vendas de veículos comerciais pesados
registaram ainda quedas substanciais.
Ainda se verificou que os camiões médios e pesados começaram o ano com vendas de 452 unidades
e 810 unidades, respectivamente. Esta é uma queda de 22,8% no caso dos veículos comerciais de
médio e 14,4%, no caso de camiões pesados e autocarros. Contudo, com o objectivo de
corresponder às necessidades de transporte do Campeonato do Mundo de Futebol, as vendas de
autocarros aumentaram 37,2%.
As vendas de automóveis novos de passageiros melhoraram 20% em Janeiro, alcançando 27 008
unidades, relativamente ao mesmo mês do ano passado. Porém, a NAAMSA afirma que a melhoria
nas vendas de veículos ligeiros comerciais deve ser considerada no contexto de declínio acentuado
na procura como um resultado do impacto da crise económica e financeira mundial.
Brent acrescenta que o primeiro semestre de 2010 registará a falta de disponibilidade de veículos
usados, o que deve auxiliar as vendas de veículos novos. No entanto, espera-se a entrada de 25 000
a 30 000 veículos no mercado de automóveis usados após o Campeonato, o que aponta para que o
valor total de vendas de veículos este ano suba 6%, em comparação com 2009.
No que toca às exportações de veículos sul-africanos em Janeiro de 2010, a NAAMSA indica que se
produziram 9 130 veículos, ou seja, registou-se uma descida de 14,8% face aos 10 715 veículos
exportados em Janeiro de 2009. A associação defende que esta situação se deveu a “limitações de
stock, produção, transporte e questões de tempo".
Ficha de Mercado – África do Sul
25
No entanto, as perspectivas para o resto do ano são muito mais optimistas. "Olhando para o ambiente
internacional, surgiram sinais claros de uma retoma da procura para os veículos automóveis sul-
africanos nos mercados estrangeiros", observa a associação e acrescenta ainda que "as projecções
dos fabricantes sugerem que as exportações totais da indústria poderão crescer cerca de 32% em
relação ao ano passado de 174 952 veículos".
5.3. Embalagem
Em 2007, a indústria de embalagens na África do Sul valeu 36.2 mil milhões de Rands e consumiu
2,96 milhões de toneladas de matéria-prima. O mercado de embalagens da África do Sul pelo
crescimento real anual dos últimos 5 anos foi de 3,8%, enquanto a previsão do crescimento real
médio anual para os 3 anos seguintes é de 1,7%.
O mercado sul-africano de embalagens em 2009
2009 Taxa de crescimento Anual
Composta (%) 2004-09
Embalagens de papel e cartão 1.740 5,7
Embalagens plásticas rígidas 1.424 8,8
Embalagens plásticas
flexíveis 803 8,2
Embalagens de metal 896 4,8
Embalagens de vidro 372 5,1
Fonte: Pira International
Ficha de Mercado – África do Sul
26
6 Indústria Local
6.1 Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais
6.1.1 Breve caracterização
A indústria de moldes e ferramentas da África do Sul é dominada por um grande grupo de
pequenas empresas familiares, da categoria de pequenas, médias e microempresas (PME).
Existem cerca de 250 empresas na África do Sul, empregando aproximadamente 2700
trabalhadores especializados. As grandes e médias empresas do sector constituem
maioritariamente a indústria automóvel de fornecedores de primeira linha. Quase todas as
OEMs (Original Equipment Manufacturer) têm as suas divisões de tooling.
Muitas pequenas empresas locais serviram clientes nas indústrias automóvel, electrónica e de
armamento durante meados dos anos 80. O plano de desenvolvimento automóvel do governo
forçou a introdução de um elevado nível de incorporação local, o que resultou numa
proliferação de um grande grupo de empresas orientadas para servir as OEMs. Além disso, a
África do Sul precisava de ser auto-suficiente do ponto de vista militar, e para isso foram
lançados grandes projectos, como a Magirus Deutz, fábrica de camiões de produção de
transporte de tropas em grandes volumes; a Atlantis Engines, produção de grandes motores e
Astas, produção de caixas de velocidades.
Uma vez que 15% da produção de moldes e ferramentas é cativa, reconhece-se que estes
produtores têm uma estrutura corporativa, o que é invulgar para a maioria dos países
concorrentes. Em contrapartida, as empresas de moldes mais antigas, privadas e locais
iniciaram a sua actividade com trabalhadores que tinham acumulado capital e experiência
suficientes para entrar no negócio, enquanto proprietários a executar operações.
Os principais grupos da indústria de moldes e ferramentas estão localizados nas seguintes
regiões:
- Gauteng tem a maior concentração de transformadores locais e mercado de consumidores. É
a casa de BMW, Nissan, Fiat e Ford, bem como uma série de grandes fornecedores de
primeira linha, tais como a August Lapple, Bosch, Lear, Johnson Controls, Faurecia, TRW. 55%
da indústria de embalagens está também concentrada nesta região.
- KwaZulu Natal tem o porto de Durban e é a casa da Toyota, sendo apoiado por uma rede
bem desenvolvida de fornecedores de primeira linha, tais como a Smiths Engineering ou Behr.
Ficha de Mercado – África do Sul
27
Está também presente uma concentração importante de indústria de embalagens com
aproximadamente 17% do total.
- O Cabo Oriental é a casa de VWSA, DaimlerChrysler e GMSA e tem dois portos em Port
Elizabeth e East London. Um grande número de fornecedores de primeira linha do sector
automóvel está também a produzir no Cabo Oriental, como a fábrica da Ford Engine,
Shatterprufe, Faurecia, Borbett Aluminium Wheels, e uma série de indústrias de apoio. Apenas
6% da indústria de embalagens se encontra nesta região.
- O Cabo Ocidental não tem OEMs, mas uma série de seus fornecedores e 12% do sector de
embalagens. Neste local encontram-se os fornecedores de primeira linha, tais como: TRW,
Takata-Petri, ArvinMeritor e NGK.
É evidente a capacidade excessiva e de fragmentação na África do Sul, porém com o
crescimento na produção automóvel, a indústria irá provavelmente ser capaz de se sustentar
no curto e médio prazo. A capacidade excessiva resulta, no entanto, na forte concorrência de
preços, principalmente entre as empresas que fornecem moldes para a indústria automóvel.
Muitas empresas estrangeiras de moldes a servirem OEMs e fornecedores de primeira linha do
sector automóvel estão parcialmente protegidas por vontade das suas empresas-mãe, tendo
sido constituídas exclusivamente para apoiar as operações locais.
Condições de procura
Tendo em consideração os últimos números disponíveis na África do Sul, a estampagem e
ferramentas especiais dominaram 64% da produção, seguido de 31% no fabrico de moldes
para plástico, sendo o resto de vidro e outras ferramentas. A África do Sul ainda é um
importador líquido de moldes, com origem principalmente no Japão, Taiwan e Europa.
O aumento das importações tem sido impulsionado pelas importações da Europa e Ásia, com
as fontes de oferta mais consistentes vindas da Europa. As importações provenientes daquele
continente têm vindo a subir todos os anos, em termos de Rands. Os fornecedores asiáticos
parecem ser mais voláteis, enquanto as Américas constituem a região com o pior desempenho,
onde se verifica descidas nos valores e na quota de mercado desde 2002. A Oceânia e África
não são grandes fornecedores no mercado sul-africano. Os abastecimentos da Oceânia - em
grande parte da Austrália - são pequenos, mas bastante consistentes. Os países europeus
representavam pouco mais de 55% do total das importações em África do Sul 1999-2004,
aproximadamente o dobro da quota da Ásia, que tem o dobro da quota das Américas.
O mercado de exportação de tooling da África do Sul é diferente, em termos de destino e de
quota de mercado. A Europa e, em particular, a Europa Ocidental, é o principal destino de
ferramentas especiais para os produtos provenientes da África do Sul, embora a quota de
Ficha de Mercado – África do Sul
28
mercado mundial tenha vindo a diminuir nos últimos anos. É interessante verificar que a África
tem provado ser o mercado mais flexível para os fornecedores da África do Sul, embora seja
muito menor do que o mercado europeu.
As exportações para a África praticamente duplicaram desde 1999, ao passo que a África do
Sul exportou aproximadamente o mesmo valor em tooling para o resto do continente, tal como
para as Américas. Para uma dimensão relativa das economias em questão, pode-se considerar
um bom desempenho.
As importações de tooling da África do Sul aumentaram 124% em termos de valor desde 1999.
Condições de trabalho
Estima-se que a indústria de moldes sul-africana empregue cerca de 2700 pessoas e seja
afectada por uma grave escassez de fabricantes de ferramentas qualificados. A fabricação de
ferramentas no estrangeiro atrai trabalhadores qualificados sul-africanos, não só por causa dos
seus salários relativamente elevados, mas também por causa do reconhecido papel das
empresas de moldes no desenvolvimento de países estrangeiros. Os salários nominais
aumentaram entre 10% a 15% nos últimos cinco anos (dependendo do nível de competências).
Perspectiva económica
No que toca à perspectiva da indústria de moldes e ferramentas especiais, o acesso a capital
para expansão do negócio não é fácil na África do Sul, tendo em conta a recessão e aversão
ao risco associado. Contudo, espera-se que a economia cresça novamente em 2010, entre 1 e
2%. O desafio para a indústria sul-africana consiste na expansão e recapitalização das
empresas, com o objectivo de se tornar mais competitiva. A indústria de transformação sentiu o
impacto da forte desaceleração económica, o que atingiu a indústria de moldes, com a
actividade comercial a cair para 15-20%.
A indústria de moldes sul-africana tem sofrido em grande parte com a importação de
ferramentas, matrizes e moldes vindos principalmente da China e Coreia, devido a práticas não
competitivas por parte das empresas locais ou simplesmente por falta de capacidade. A TASA
(Toolmaking Association of South Africa), através das suas iniciativas nacionais e regionais no
domínio das ferramentas, pretende inverter esta situação, recorrendo a programas
especialmente focados na melhoria da competitividade.
Actualmente, existem cerca de 250 membros na TASA entre empresas de moldes e
ferramentas na África do Sul, verificando-se uma constante e crescente adesão de novas
empresas com objectivo de beneficiarem das suas intervenções. Neste momento, a TASA
Ficha de Mercado – África do Sul
29
actua através dos seus programas de iniciativas: o NTIP – National Tooling Iniciative
Programme e a NTI – National Tooling Initiative.
A TASA e o governo sul-africano, através dos seus programas regionais de desenvolvimento
da indústria, pretendem proporcionar apoio e financiamento ao crescimento da indústria de
moldes neste país.
6.1.2 Principais mercados de importação e exportação
Importação de Moldes e classificações
As importações de moldes de injecção e compressão para plásticos diminuíram de 344.7
milhões de Rands em 2006 para 264.4 milhões de Rands em 2007 e 248.3 milhões de Rands
em 2008.
De acordo com o levantamento feito pela Cefamol para preparação de uma missão empresarial
ao mercado, eis os resultados dos inquéritos feitos aos compradores locais.
País Média de Avaliação
Satisfação (até 10)
Observações
Portugal 9 Muito boa qualidade e serviço, mas caro em
comparação com os produtos de países oriundos do Extremo Oriente.
África do Sul
8 Depende do fabricante do molde. Algumas são altamente classificadas e outras muito fracas.
França 8 Grande qualidade, mas caro.
China 7 Bons preços e entregas, mas por vezes a qualidade não é muito boa. A comunicação também é por vezes
um problema.
Alemanha 9 Muito boa qualidade, mas caro.
Itália 9 Sem observações.
Coreia 7 Sem observações.
Taiwan 9 Sem observações.
Suíça 10 Sem observações.
Fonte: Ozone Business Consulting
Ficha de Mercado – África do Sul
30
Evolução das exportações e importações de moldes
Fonte: INE
Unidade: Milhares de euros
Nota: Não há dados disponíveis de importações em 2006 e 2007
As exportações de moldes portugueses para o mercado da África do Sul duplicaram entre 2006
e 2007. Em 2008, os valores diminuíram, contudo no ano seguinte subiram ligeiramente. No
que concerne às importações, são praticamente nulas.
As importações de outros moldes para plásticos também baixaram de 68.4 milhões de Rands
em 2006 para 34.5 milhões de Rands em 2008. Em 2007, o valor das importações foi 79.5
milhões de Rands.
As importações dos moldes para vidro aumentaram de 15 milhões de Rands em 2006 para
40.8 milhões de Rands em 2007, tendo diminuído em 2008, com 34.5 milhões de Rands.
Moldes para Borracha e Plásticos (Tipos de Injecção ou Compressão; Outros) e Vidro
Ano 2006 2007 2008
Categoria Borracha Plástico Vidro Borracha Plástico Vidro Borracha Plástico Vidro
Importações 21 262 775 701 458 67 733 1 778 553 720 325 2 071 117 1 906 105 1 250 763 159 919
Exportações 242 934 336 753 17 633 444 840 298 215 30 599 363 177 312 513 20 808
Unidade: Kg.
Fonte: Ozone Business Consulting
Ficha de Mercado – África do Sul
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Moldes para Borracha e Plásticos (Tipos de Injecção ou Compressão; Outros) e Vidro
Ano 2006 2007 2008
Categoria Borracha Plástico Vidro Borracha Plástico Vidro Borracha Plástico Vidro
Importações 344674207 68356922 15014737 264410895 79489347 40805271 248268889 161521740 34507429
Exportações 15365796 13796417 3302466 26205553 15410146 7404285 23104478 18899054 8315229
Unidade: Rand
Fonte: Ozone Business Consulting
Principais Fornecedores
Moldes para Borracha e Plásticos (Tipos de Injecção ou Compressão; Outros) e Vidro
Ano 2006 2007 2008
País Borracha Plástico Vidro Borracha Plástico Vidro Borracha Plástico Vidro
África do Sul 183720 49550 - 1980249 1348729 - 809654 543390 -
Alemanha 39926471 8965746 872885 47600412 10439380 20867466 37328854 3785425 95018
Austrália 16848597 319051 - 7841150 1358906 - 11629656 347074 -
Áustria 65137 632672 - 209026 1324084 - 8994672 0 -
Bélgica 9008186 205535 - 5928886 151558 - 4051029 394359 -
Canadá 377657 15203177 118762 2077282 184736 - 2337757 419734 -
China 25124233 5 290499 624 52100692 11326170 - 37763349 47739392 -
Coreia 15569501 26626 194 858814 1746716 - 9043540 13516271 7769
Espanha 1562670 159408 - 1693222 703179 - 732488 1145922 59101
Estados Unidos
da América 6293279 3605843 1911375 8966304 12302797 1631173 6254467 4384364 15591316
França 12058035 4588618 - 6512570 2587592 1164105 51308117 1751574 2247412
Holanda 9373376 680627 - 10543301 1763305 - 11370706 2209359 -
Hungria 1131547 39198 828674 588961 - 1980271 334810 1628316 997245
Itália 8494585 5974534 8304653 18342580 7499802 12512608 8877699 17567617 11575355
Japão 121237337 3347116 - 42345854 3596089 388309 18348003 3214531 33000
Portugal 6097233 30265 - 11196929 - - 6934077 923 4725
Reino Unido 1286 886 582965 1902377 3 375 596 1479345 1190788 458552 434188 2953180
República Checa 5118 925 57240 - 5 323 426 805154 - 1377532 5789927 -
Suíça 14196086 315794 - 11624551 2204 651 - 7799746 517317 -
Taiwan 36587529 5637819 273442 11617628 3313188 - 10506689 6717447 -
Unidade: Rand
Fonte: Ozone Business Consulting
Ficha de Mercado – África do Sul
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Moldes de Injecção ou Compressão
A China subiu o valor de 7% de fornecimento de moldes de injecção e compressão em 2006
para 20% em 2007 e 15% em 2008, enquanto as quotas de mercado do Japão e de Taiwan
reduziram significativamente. Quanto a Portugal, a média da quota de mercado situou-se entre
1% e 2%, entre 2006 e 2008.
2006 2007 2008
Importador % do total Importador % do total Importador % do total
Japão 35 China 20 França 21
Alemanha 12 Alemanha 18 China 15
Taiwan 11 Japão 16 Alemanha 15
China 7 Itália 7 Japão 7
Austrália 5 Suíça 4 Austrália 5
Coreia 4 Taiwan 4 Holanda 5
Suíça 4 Portugal 4 Itália 4
França 3 Holanda 4 Áustria 4
Holanda 3 EUA 3 Coreia 4
Bélgica 3 Austrália 3 Taiwan 4
Itália 2 França 2 EUA 3
Portugal 2 Bélgica 2 Portugal 3
Outro 9
República
Checa 2 Suíça 3
— — Outro 11 Bélgica 2
— — — — Outro 5
Total 100 Total 100 Total 100
Fonte: Ozone Business Consulting
O Canadá foi o maior fornecedor de outros moldes para plásticos em 2006, mas no ano
seguinte foi ultrapassado pelos Estados Unidos da América e em 2009, foi a China a alcançar o
pódio. A quota de mercado da Alemanha diminuiu drasticamente em 2008, enquanto a China
subiu para o topo em 2007 e 2008. Quanto a Portugal, a quota de mercado foi inferior a 1%
entre 2006 e 2008.
Ficha de Mercado – África do Sul
33
2006 2007 2008
Importador % do total Importador % do total Importador % do total
Canadá 22 EUA 15 China 30
Alemanha 13 China 14 Luxemburgo 16
Luxemburgo 11 Alemanha 13 Itália 11
Itália 9 Itália 9 Coreia 8
Taiwan 8 Luxemburgo 7 Tailândia 4
China 8 Japão 5 Taiwan 4
França 7 Taiwan 4 Índia 4
EUA 5 França 3 República
Checa 4
Japão 5 Suíça 3 EUA 3
Hong Kong 2 Malásia 3 Alemanha 2
Argentina 1 Moçambique 2 Japão 2
Portugal 0.04 Índia 2 Holanda 1
Outro 9 Holanda 2 França 1
— — Coreia 2 Hungria 1
— — Reino Unido 2 Portugal 0.001
— — Austrália 2 Outro 9
— — Áustria 2 — —
— — Portugal 0 — —
— — Outro 10 — —
Total 100 Total 100 Total 100
Fonte: Ozone Business Consulting
Ficha de Mercado – África do Sul
34
Moldes para Vidro
A quota de mercado de Portugal nos moldes para vidro é insignificante, sendo a Itália, os
Estados Unidos da América e Alemanha, os principais fornecedores da África do Sul.
2006 2007 2008
Importador % do total Importador % do total Importador % do total
Itália 55 Alemanha 51 EUA 45
EUA 13 Itália 31 Itália 34
Reino Unido 13 Hungria 5 Reino Unido 9
Alemanha 6 EUA 4 França 7
Hungria 6 Reino Unido 3 Hungria 3
Colômbia 5 França 3 Singapura 2
Taiwan 2 Colômbia 2 — —
— — Japão 1 — —
Total 100 Total 100 Total 100
Fonte: Ozone Business Consulting
6.1.3. Entidades de apoio ao sector na África do Sul
TASA (Toolmaking Association of South Africa)
Fundada em 2004, a TASA (Toolmaking Association of South Africa) consiste no organismo
nacional para a indústria de moldes e ferramentas sul-africana, com representação de todas as
regiões que têm importantes actividades neste sector.
A TASA foi uma força determinante na mobilização da National Tooling Iniciative e continuará a
ser um importante stakeholder no processo de realização desta estratégia, que tem como
objectivo nacional a reabilitação da indústria de moldes e ferramentas na África do Sul.
As orientações estratégicas da TASA e NTI referem-se a:
• Promover a transferência da inovação e tecnologia;
• Promover princípios de qualidade em relação ao produto e serviço;
• Promover a formação e educação;
• Promover as exportações e as oportunidades do mercado;
Ficha de Mercado – África do Sul
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• Promover boas relações públicas e comunicações;
• Fornecer informações seguras e de aconselhamento para os membros;
• Contribuir activamente para melhorar a competitividade da indústria de moldes e
ferramentas;
• Trabalhar de forma eficaz para representar os interesses dos sectores a todos os níveis
do processo legislativo de regulamentação;
• Promover e dar orientações para a eficaz e sustentável de Broad Based Black
Economic Empowerment (BBBEE).
NTIP (National Tooling Initiative Program)
A iniciativa que tem como objectivo nacional a reabilitação da indústria de moldes e
ferramentas sul-africana, contribuindo assim para um estimulador de crescimento estratégico
para a fabricação e o desenvolvimento de competências técnicas, denomina-se por NTIP
(National Tooling Initiative).
A NTIP tem sido desenvolvida não só enquanto iniciativa e estrutura nacional e multi-
stakeholder, como também uma Parceria Público-Privada (PPP), para que o governo e a
indústria cooperassem na intervenção em grande escala, que é necessária para reabilitar a
indústria de moldes e ferramentas na África do Sul.
Segundo a NTIP, são críticas a escassez de competências existentes na indústria de tooling,
além da carência de mão-de-obra especializada - engenheiros, gestores de projecto,
projectistas, operadores e programadores especializados. O aumento de conhecimento nas
áreas tecnológicas disponíveis contribuirá decisivamente para o desenvolvimento de
competências na indústria de moldes e ferramentas.
A NTIP (National Tooling Initiative), é apoiada pelo governo sul-africano e é dirigida pela TASA
(Toolmaking Association of South Africa), visando estabelecer uma base de competências
específicas para a indústria local.
É a primeira PPP local em que o governo e a indústria vão juntar forças para reverter a
situação de declínio de um sector económico, que, neste caso, é particularmente a indústria de
moldes e ferramentas. A escassez de competências na África do Sul, especialmente as de
produção, tem sido destacada como um dos principais factores inibitórios ao crescimento
Ficha de Mercado – África do Sul
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económico e que poderiam impedir que a África do Sul atingisse o seu objectivo de
crescimento de 6% para 2010.
A título de exemplo, só a indústria automóvel sul-africana importa ferramentas no valor de 3 mil
milhões de Rands, em cada ano. Outros grandes importadores de ferramentas são: a
embalagem, mineração, indústrias médica e aeroespacial.
Com o fim de concentrar todos os esforços no sentido de alcançar o objectivo de reabilitação
resolver este contexto, foram promovidos cinco programas, sendo eles:
• Desenvolvimento de competências e capacidades;
• Expansão da capacidade e estruturação da PME;
• Recapitalização da tecnologia;
• Melhoria da competitividade e desenvolvimento das exportações;
• Desenvolvimento da estrutura governativa da PPP.
O objectivo final da NTIP é melhorar drasticamente a situação da indústria de moldes e
ferramentas nos próximos anos, para que possa evoluir de importador líquido a um exportador
líquido.
Outras iniciativas
O projecto SATISI (South African Tooling Industry Support Initiative), promovido conjuntamente
pelo CSIR (Council for Scientific and Industrial Research) e AIDC (Automotive Industry
Development Centre) estão envolvidos com o DTI (Department Trade and Industry), desde
2002, para o apoio à indústria de moldes e ferramentas sul-africana.
A DTI / NEDLAC Fund for Research into Industrial Development Growth and Equity (FRIDGE)
encomendou uma pesquisa em 2004, para avaliar o estado da indústria de moldes e
ferramentas sul-africana e para recomendar um plano estratégico para o desenvolvimento da
competitividade da indústria de ferramentas na África do Sul, onde também se destacou a
criação de emprego. A pesquisa foi conduzida por Blueprint International (Pty) Ltd. e o relatório
da pesquisa foi concluído em Junho de 2005.
Oportunidades para a Indústria de Engineering and Tooling
• Mercado com grandes potencialidades de crescimento;
• Produção local de moldes com reduzida capacidade de fornecimento do mercado local;
• Reduzida quota de mercado por parte da Indústria Nacional;
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• Crescimento do volume de produção de peças plásticas injectadas essencialmente
para a indústria automóvel e de embalagem;
• Crescente exigência na qualidade das peças produzidas;
Propostas de actuação no mercado Sul Africano
Ao nível da informação de mercado:
• Realização de Estudo de Mercado do Sector;
• Obtenção prévia de informação de mercado sobre o sector/empresas a abordar;
Ao nível da promoção:
• Promoção institucional e empresarial do Sector no mercado – “Engineering and Tooling
from Portugal”;
• Presença contínua das empresas no mercado;
• Participação em feiras e organização de visitas regulares ao mercado como forma de
dar visibilidade à oferta;
• Convite a empresas locais para visitar Portugal como forma de apresentação da oferta;
• Participação nas Conferências do sector no mercado
Ao nível do negócio:
• Desenvolvimento do conhecimento do mercado - criação de estruturas de negócio e
acompanhamento técnico;
• Procurar o desenvolvimento de parcerias locais com experiência no Sector para dar
solidez à oferta;
• Dar atenção prioritária aos programas locais de desenvolvimento do Sector;
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7 Condições Legais de Acesso ao Mercado
7.1 Regime Geral de Importação
A maior parte dos produtos podem ser importados sem limitações, contudo, algumas
mercadorias requerem a respectiva licença de importação, uma vez que a falta deste
documento no acto de desalfandegamento implica o confisco das mercadorias.
As autorizações podem ser obtidas em 14 dias, dependendo do tipo de produtos. O
Departamento de Comércio e Indústria disponibiliza os respectivos formulários em
http://www.dti.gov.za/Offerings/AppFormOfrGroup.asp?varOfferingGroupID=34
O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (SH) constitui a base
da Pauta Aduaneira da África do Sul, sendo os direitos de importação calculados, numa base
“ad valorem”, sobre o valor FOB da mercadoria. Determinadas tarifas aduaneiras aplicam-se
alguns géneros alimentícios, bebidas e produtos têxteis. A estrutura tarifária submeteu-se a
uma revisão, com a entrada deste país à OMC.
As mercadorias comunitárias usufruem da eliminação ou redução das taxas dos direitos de
importação. Deve-se apresentar um Certificado de Circulação de Mercadorias EUR-1 na prova
da origem dos produtos, de modo a que a importação desfruta deste benefício.
O Imposto sobre o Valor Acrescentado, de 14% incide sobre os bens importados neste
mercado, paralelamente aos direitos alfandegários, enquanto determinados produtos (bebidas
alcoólicas, tabaco, água mineral, alguns produtos petrolíferos e motores para veículos) estão
ainda sujeitos aos Impostos Especiais de Consumo.
Os direitos aduaneiros e outras taxas na importação de cada produto podem ser consultados
na página web «Market Access Database», da responsabilidade da União Europeia –
http://mkaccdb.eu.int/mkaccdb2/indexPubli.htm (clicar em «Applied Tariffs Database»).
7.2 Regime de Investimento Estrangeiro
Os princípios da economia de mercado, da livre iniciativa e da propriedade privada dos meios
de produção regem o sistema económico da África do Sul, logo a maioria dos sectores exige
autorização especial para a fundação de uma empresa. A uma empresa maioritariamente
detida ou controlada por investidores estrangeiros incidem limitações no acesso ao crédito
interno.
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O retorno do capital investido pode ser através do banco e outras formas de rendimentos
obtidos pelos não residentes, tais como os juros, royalties e remunerações aos
administradores.
Os dividendos podem ser transferidos, mas os procedimentos dependem do tipo de sociedades
de que provenham, com a aprovação do Banco Central South African Reserve Bank (SARB).
As empresas devem inscrever-se no Registo Comercial (Companies and Intellectual Property
Registration Office - CIPRO).
A Divisão de Promoção do Comércio e Investimento (Trade and Investment South Africa —
TISA) está encarregue pela criação da política de captação de investimento e de transferência
de tecnologia e a coordenação das estratégias de investimento com os governos das diversas
províncias.
O investidor estrangeiro pode ter acesso a vários esquemas de incentivos gerais e sectoriais,
bem como incentivos sob a forma de concessão de subsídios, isenções fiscais e reembolsos.
De realçar o Subsídio ao Investimento Estrangeiro (Foreign Investimento Grant — FIG), que
visa ajudar os investidores estrangeiros nos custos de deslocação e de instalação de nova
maquinaria e equipamento proveniente do exterior na África do Sul.
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8. Contexto legal, Regulamentar e Normativo
8.1 Regime de Investimento Estrangeiro
• “Competition Act, 1998” (com alterações posteriores) – Regulamenta o quadro jurídico
da concorrência (www.acts.co.za/competition_act_1998.htm);
• “Value-Added Tax Act, 1991” (com alterações posteriores) – Trata do regime legal do
Imposto sobre o Valor Acrescentado
(www.acts.co.za/value_added_tax_act_1991.htm);
• “Close Corporations Act, 1984” (com alterações posteriores) – Simplifica o
enquadramento legal às PME
(www.cipro.co.za/legislation%20forms/cc/CC%20Act%201984.pdf);
• “Companies Act, 1973” (com alterações posteriores) – Determina as bases jurídicas
que regem a constituição, o funcionamento e a liquidação das sociedades
(www.cipro.co.za/legislation%20forms/companies/Companies%20Act.pdf);
• “Income Tax Act, 1962” (com actualizações) – Regula o Imposto sobre o Rendimento
(www.acts.co.za/income_tax_act_1962.htm);
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9. Outras Informações
Riscos de Crédito e Caução e do Investimento Nacional no Estrangeiro
A COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, S.A. gere, por conta do Estado português, a
garantia de cobertura de riscos de crédito e caução e do investimento nacional no estrangeiro,
originados por factos de cariz político, monetário e catastrófico.
A África do Sul está classificada, para efeitos do risco de crédito no Grupo 3 (em 7).
A política de cobertura em vigor na COSEC é a seguinte:
• Transacções de curto prazo: atitude aberta sem restrições;
• Transacções de médio/longo prazo: atitude aberta, podendo, em alguns casos, ser
exigida garantia bancária.
A África do Sul é um dos mercados classificados pelo Estado Português como prioritário,
beneficiando por isso de melhores condições de cobertura em seguro de crédito.
Delegação AICEP na África do Sul
2nd Floor, Suite 224, Killarney Mall Office Towers
60 Riviera Road
Killarney
2193 Johannesburg
REPUBLIC OF SOUTH AFRICA
Embaixada de Portugal na África do Sul
599, Leyds Street
Muckleneuk
Pretória
República da África do Sul
Telefone: 002 712 341 23 40/1/2
Fax: 002 712 341 39 75 / 002 712 440 30 71
E-mail: [email protected]
Caixa Postal: P.O.Box 27102
SUNNYSIDE - Pretória 0132
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Embaixada da África do Sul em Portugal
Av. Luís Bivar, 10
1069-024 Lisboa
Tel: 213 192 200
Fax: 213 555 931
Fax: 213 535 713
Horário: das 08h00 às 16h30
E-mail: [email protected]
Homepage: www.embaixada-africadosul.pt
Câmara Bilateral em Portugal
Câmara de Comércio e Indústria Luso Sul Africana
Rua Rodrigo da Fonseca, 212 - R/c Esqº.
1070-245 LISBOA
Telefone: 351 213 833 090 / 91 / 92
Fax: 351 213 833 025
E-mail: [email protected]
Ficha de Mercado – África do Sul
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10. Fontes de Informação
10.1. Endereços de Internet
• Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) –
http://www.portugalglobal.pt/PT/Paginas/Home.aspx
• Instituto Nacional de Estatística (INE) – www.ine.pt
• Department of Agriculture – www.nda.agric.za
• Government Communication and Information System – www.gcis.gov.za
• National Treasury – www.finance.gov.za
• South African Government – www.gov.za
• South African Government Information - Legislação (desde 1993) -
www.info.gov.za/documents/acts/index.htm
• Central Intelligence Agency - www.cia.gov/library/publications/the-world-
factbook/geos/sf.html
• Competition Commission – www.compcom.co.za
• Doing Business – www.doingbusiness.org
• Engineering News - www.engineeringnews.co.za
• Espicom Business Intelligence - www.espicom.com
• I-Net Bridge - www.inet.co.za
• International Trade Centre - www.trademap.org
• Statistics South Africa – www.statssa.gov.za
• South Africa.info - www.southafrica.info/business/economy/globalsurveys.htm
• South African Revenue Service – www.sars.gov.za
• Tarifas aduaneiras – www.customstariff.co.za
• South Africa – The Official Gateway – www.safrica.info
• Wikipedia – www.wikipedia.org
• Toolmaking Association of South Africa (TASA) - www.ntipweb.co.za/index_tasa.php
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• National Tooling Iniciative Programme (NTIP) - www.ntipweb.co.za/index_ntip.php
• National Tooling Iniciative (NTI) - www.ntipweb.co.za/index_nti.php
• Exhibition Association of Southern Africa – www.exsa.co.za
• Small Enterprise Development Agency (SEDA) – www.seda.org.za
• Automotive Industry Development Centre - www.aidc.co.za
• Automotive Industry Export Council - www.aiec.co.za
• National Association of Automobile Manufacturers of South Africa - www.naamsa.co.za
• Plastics Federation of South Africa - www.plasfed.co.za
• Plastics Mould Makers Association - www.sappma.co.za
• The Plastics Federation of South Africa - www.plasticsinfo.co.za
• Electrical Manufacturers Association of South Africa – www.seifsa.co.za
• Packaging Council of South Africa - www.pacsa.co.za