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Ficha Catalográfica Artigo – trabalho final

Professor PDE/2010

Título A utilização de Materiais de Aprendizagem como auxílio

no trabalho pedagógico do Professor.

Autor Izabel Rodrigues Pigurim

Escola de Atuação Colégio Estadual João Marques da Silveira - EFM

Município da escola Quatiguá

Núcleo Regional de Educação Jacarezinho

Orientador Prof. Ms. Jonis Jecks Nervis

Instituição de Ensino Superior UENP - Jacarezinho

Área do Conhecimento/Disciplina Matemática

Relação Interdisciplinar (indicar, caso

haja, as diferentes disciplinas

compreendidas no trabalho)

O trabalho com recursos didáticos possibilita um vinculo

interdisciplinar. Em conjunto com a disciplina de Língua

Portuguesa na elaboração da redação das atividades

de relatório e com Artes a confecção dos materiais. O

estudo contemplou também as disciplinas de Historia e

Sociologia, pois mostra um pouco da historia da

Matemática e da Geometria articuladas com as

necessidades sociais de cada época.

Público Alvo ( indicar o grupo com o

qual o professor PDE desenvolveu o

trabalho: professores, alunos,

comunidade...)

Professores de Matemática

Localização (identificar nome e

endereço da escola de

implementação)

Colégio Estadual João Marques da Silveira – EFM

Praça Exp. Eurides Fernandes do Nascimento, 214

Resumo: (no máximo 1300 caracteres,

ou 200 palavras, fonte Arial ou Times

Os desafios que surgem com as dificuldades na

aprendizagem dos conteúdos matemáticos

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New Roman, tamanho 12 e

espaçamento simples)

influenciados por alguns fatores como reprodução e

aplicação de fórmulas prontas, falta de pré-requisitos

operacionais básicos e outros, sugerem a necessidade

de novas propostas pedagógicas e recursos didáticos

que auxiliem tanto o trabalho do professor como a

construção do conhecimento matemático pelos alunos.

Esta pesquisa salienta a importância da utilização de

materiais de aprendizagem diversificados como auxílio

para facilitar a compreensão destes conteúdos. Com o

uso de materiais concretos e também alguns jogos

como recursos didáticos, as práticas em sala de aula

serão enriquecidas e inovadas priorizando a construção

do conhecimento assim como as possibilidades deste

aprendizado para os alunos do 6º ao 9º ano. A

pesquisa foi desenvolvida por meio de um

levantamento das dificuldades do professor e a

expectativa do aluno quanto ao ensino da Matemática

com base em relatos e também nos resultados da

Prova Brasil, dados do IDEB, com fundamentação

teórica de acordo com a abordagem das Diretrizes

Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná.

O objetivo deste estudo é a contribuição para o trabalho

de docência da disciplina visando a aprendizagem mais

prazerosa e significativa dos conteúdos de Matemática

no Ensino Fundamental, Anos Finais, do Colégio

Estadual João Marques da Silveira – Ensino

Fundamental e Médio e para toda Educação Pública. A

experiência me demonstrou que para o professor obter

resultados positivos, faz-se necessário um

planejamento minucioso do que se propõe, bem como a

interação e familiarização com o material escolhido,

oportunizando aos alunos chegarem aos conceitos

matemáticos de forma mais agradável. Não menos

importante que o planejamento está o critério utilizado

para a escolha do material que deve ser apropriado

para usar em diversos anos de escolaridade e em

diferentes níveis da apropriação de conceitos.

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Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Palavras-chave: Materiais de aprendizagem;

Estratégias de ensino; Conceitos matemáticos;

Construção do conhecimento.

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IZABEL RODRIGUES PIGURIM

A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS DE APRENDIZAGEM COMO AUXÍLIO

NO TRABALHO PEDAGÓGICO DO PROFESSOR

Artigo Final apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED) como trabalho de conclusão do Programa. Orientador: Prof. Ms. Jonis Jecks Nervis.

JACAREZINHO 2012

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

TABELA 1 – TAXA DE APROVAÇÃO DE 5ª/8ª SÉRIE ............................................ 11

TABELA 2 – PROVA BRASIL – 5ª/8ª SÉRIE ............................................................ 12

TABELA 3 - METAS PROJETADAS E ATINGIDAS DO IDEB PARA O COL. EST.

JOÃO M. SILVEIRA - EFM ........................................................................................ 12

FIGURA 1 - JOGO DE DOMINÓ GEOMÉTRICO. .................................................... 19

FIGURA 2 – DADOS POLIGONAIS .......................................................................... 20

QUADRO 1 - FICHA-CONTROLE DAS JOGADAS (POLÍGONOS) ......................... 20

FIGURA 3 - TANGRAM PITAGÓRICO COM QUADRADOS................................... 21

FIGURA 4 - TANGRAM PITAGÓRICO COM TRIANGULOS. ................................... 21

QUADRO 2 – RELATO DE EXPERIÊNCIA: TANGRAM .......................................... 24

QUADRO 3 - RELATO DE EXPERIÊNCIA: POLÍGONOS REGULARES ................. 24

QUADRO 4 – RELATO DE EXPERIÊNCIA: GEOMETRIA ....................................... 25

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5

1 A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA ..................................................................... 7

2 DESAFIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA ......................... 9

3 A PROVA BRASIL E O IDEB COMO REFERÊNCIAS ......................................... 11

4 CONCEPÇÃO DO PROFESSOR E EXPECTATIVA DO ALUNO NO ENSINO DA

MATEMÁTICA .......................................................................................................... 13

5 MATERIAIS DE APRENDIZAGEM COMO PROPOSTA EM SALA DE AULA ..... 18

6 ALTERNATIVAS DIVERSIFICADAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA: DESAFIOS

E POSSIBILIDADES ................................................................................................. 22

7 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 24

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 27

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29

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A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS DE APRENDIZAGEM COMO AUXÍLIO NO

TRABALHO PEDAGÓGICO DO PROFESSOR

Autora: Izabel Rodrigues Pigurim1

Orientador: Prof. Ms. Jonis Jecks Nervis2

Resumo

Os desafios que surgem com as dificuldades na aprendizagem dos conteúdos matemáticos influenciados por alguns fatores como reprodução e aplicação de fórmulas prontas, falta de pré-requisitos operacionais básicos e outros, sugerem a necessidade de novas propostas pedagógicas e recursos didáticos que auxiliem tanto o trabalho do professor como a construção do conhecimento matemático pelos alunos. Esta pesquisa salienta a importância da utilização de materiais de aprendizagem diversificados como auxílio para facilitar a compreensão e elaboração deste conhecimento. Com o uso de materiais concretos e também alguns jogos como recursos didáticos, as práticas em sala de aula serão enriquecidas e inovadas. A pesquisa foi desenvolvida por meio de um levantamento das dificuldades do professor e a expectativa do aluno quanto ao ensino da Matemática com base em relatos e também nos resultados da Prova Brasil, dados do IDEB. O objetivo deste estudo é a contribuição para o trabalho de docência da disciplina visando a aprendizagem mais prazerosa e significativa dos conteúdos de Matemática no Ensino Fundamental, Anos Finais, do Colégio Estadual João Marques da Silveira – Ensino Fundamental e Médio e para toda Educação Pública. A experiência me demonstrou que para o professor obter resultados positivos, faz-se necessário um planejamento minucioso do que se propõe, bem como a interação e familiarização com o material escolhido, oportunizando aos alunos chegarem aos conceitos matemáticos de forma mais agradável. Não menos importante que o planejamento está o critério utilizado para a escolha do material que deve ser apropriado para usar em diversos anos de escolaridade e em diferentes níveis da apropriação de conceitos. Palavras-chave: Materiais de Aprendizagem; Estratégias de ensino; Conceitos matemáticos; Construção do conhecimento.

1 Professora da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, disciplina de Matemática,

Especialização em Educação Especial, participante do PDE – Turma 2010, email: [email protected] 2 Mestre em Engenharia de Produção. Professor do Departamento de Matemática da Universidade

Estadual do Norte do Paraná (UENP), email: [email protected]

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INTRODUÇÃO

Em constante contato com os colegas do Colégio Estadual João Marques da

Silveira - EFM, na modalidade do Ensino Fundamental, por meio de relatos, percebe-

se a angústia dos professores de Matemática com alunos que apresentam

dificuldades nos conteúdos trabalhados e não se apropriam de requisitos básicos

para uma aprendizagem adequada nesta faixa etária. O excesso de informações fora

da escola a qual os alunos têm acesso através da mídia, do uso de celular, da

internet são mais interessantes que os conteúdos trabalhados na escola; a postura

tradicional do professor; os “vazios” que caracterizam a falta de pré-requisitos

operacionais básicos; alunos obrigados a frequentar a escola por serem atendidos

por projetos sociais; reprodução de conteúdos com fórmulas prontas sem a

construção do conhecimento; falta de perspectiva sócio-econômica são alguns

fatores que influenciam o desempenho dos alunos na disciplina em questão.

Os desafios que surgem com as dificuldades na aprendizagem dos

conteúdos matemáticos sugerem a necessidade de novas propostas pedagógicas e

recursos didáticos que auxiliem tanto o trabalho do professor como a construção do

conhecimento matemático pelos alunos.

É interessante analisar a afirmação de Chagas (2010) quando diz que o

fundamental dentro do processo ensino-aprendizagem é a alteração de "como

ensinar" para "como os alunos aprendem e o que faço para favorecer este

aprendizado". Conhecer as várias possibilidades de trabalho em sala de aula é

fundamental para que o professor construa sua prática. Dentre elas, destacam-se a

História da Matemática, o uso das tecnologias, os jogos e a utilização de material

didático que podem fornecer apoio para a construção das estratégias do

conhecimento matemático.

Citando o que escreve Biaggi (2000 apud CHAGAS, 2010, p.246), "não é

possível preparar alunos capazes de solucionar problemas ensinando conceitos

matemáticos desvinculados da realidade, ou que se mostrem sem significado para

eles". A escola também deve contribuir oferecendo recursos materiais para tornar

possível o trabalho docente, fazendo com que o professor possa oferecer espaços

para discussões e interações com seus alunos e com a utilização dos materiais

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concretos, estabelecer uma proximidade maior com o aluno construindo laços de

confiança e credibilidade proporcionando uma melhor aprendizagem.

Neste sentido, é oportuno lembrar Fiorentini&Miorim (1996, p.4),quando diz

“ao aluno deve ser dado o direito de aprender [...] mas um aprender significativo do

qual o aluno participe raciocinando, compreendendo, reelaborando o saber

historicamente produzido [...]”.Portanto, o material ou o jogo pode ser fundamental

para que isto ocorra. Considera-se que o material mais adequado, nem sempre,

será o visualmente mais bonito e nem o já construído. Muitas vezes, durante a

construção de um material o aluno tem a oportunidade de aprender matemática de

forma mais efetiva desde que se faça uma discussão e a utilização de um raciocínio

mais abstrato (FIORENTINI; MIORIM, 1996).

Acredita-se que o ensino da matemática apoiado em experiências

agradáveis, favorece o desenvolvimento de atitudes positivas, que, por sua vez,

conduz a uma melhor aprendizagem e ao gosto pela matemática e o professor

desempenha papel fundamental diante desta relação de aprendizagem desde os

primeiros dias escolares de uma criança. Portanto, a importância de uma reflexão da

metodologia por ele empregada será determinante para o comportamento e

desempenho dos alunos.

A Escola como responsável pela aprendizagem do aluno deve direcionar

suas ações curriculares norteadas pelo Projeto Político-Pedagógico no sentido de

acompanhar e auxiliar o trabalho do professor com possíveis soluções para o

aprendizado da matemática.

Entretanto, será que podemos afirmar que a utilização de materiais de

aprendizagem como contribuição para que os conceitos matemáticos sejam

trabalhados de forma significativa para uma efetiva aprendizagem são realmente

indispensáveis e suficientes para superar os desafios do ensino da Matemática?

O objetivo deste estudo foi auxiliar o trabalho do professor com a perspectiva

de que a utilização de materiais de aprendizagem como recurso didático em sala de

aula proporcionam a melhor compreensão dos conceitos matemáticos e estimulam o

gosto pela Matemática visando a efetiva aprendizagem dos alunos. A pesquisa

utilizou o método da Pesquisa-Ação Participante e foi desenvolvida por meio de um

levantamento das dificuldades do professor e a expectativa do aluno quanto ao

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ensino da Matemática com base em relatos e também nos resultados da Prova Brasil

e dados do IDEB como fontes componentes deste estudo.

A proposta de trabalho teve uma boa aceitação e houve consenso de todos

que a utilização de materiais de aprendizagem auxilia a compreensão dos conceitos

matemáticos e também estimula o gosto pela matemática, porém há professores que

são mais resistentes ou apresentam dificuldades em utilizá-los.

Existe entre os professores de matemática do Colégio em que atuo a

preocupação com sua metodologia aplicada em sala de aula e se dispõem à reflexão

de suas práticas, mas evidenciam alguns elementos que dificultam a mudança de

postura como número de alunos em sala, espaço físico insuficiente, quantidade de

cada material não corresponde ao número de alunos.

Foi observado também que para aderir a esta proposta de trabalho há que

se levar em conta o perfil do professor que às vezes mesmo utilizando recursos

didáticos não consegue possibilitar ao aluno uma discussão, uma análise e

posteriormente a apropriação dos conteúdos e a formulação de ideias que amplie

seus conhecimentos para além das teorias.

1 A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA

Existe um consenso na necessidade de se estudar Matemática, da

importância desta disciplina que ativa o raciocínio, faz pensar e é usada em quase

todas as ações dentro ou fora da escola. É pertinente o consenso quanto à

importância da matemática na vida dos cidadãos, mas também é unânime a

afirmação de que mesmo necessário, aprender matemática não é uma tarefa das

mais fáceis e agradáveis. Conforme estudos de CORREA & MACLEAN (2006) se vê

muitas vezes, afirmações de que os estudantes não gostam de Matemática, de que

têm medo de Matemática, de que os alunos de modo geral, e as meninas em

especial, consideram a Matemática uma disciplina muito complexa. Para análise

deste ponto de vista é necessário compreender a Matemática desde suas origens

até sua constituição como campo científico e como disciplina no currículo escolar

brasileiro para ampliar a discussão acerca dessas duas dimensões como especifica

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as DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA – MATEMÁTICA -

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ (DCB/SEED - PARANÁ,

2008).

Durante toda a trajetória, a Matemática desempenhou papel importante de

acordo com as necessidades de desenvolvimento e cultura de cada período. Do final

do século XVI ao início do século XVIII, período marcado pelas Revoluções Francesa

e Industrial, o ensino da matemática que se desdobrava em aritmética, geometria,

álgebra e trigonometria, esteve voltado à formação de engenheiros, geógrafos e

topógrafos que trabalhariam em minas, construção de estradas, portos, pontes e

preparar jovens para a guerra. Pelo processo de industrialização, se estabeleceu

diferenças de classes e surgiram os dirigentes de produção. O ensino da matemática

voltou-se então, como importante ferramenta na formação de trabalhadores e

também de dirigentes. Somente no final do século XIX e início do século XX é que se

concebeu a Matemática como disciplina escolar que vinculou seu ensino aos ideais e

exigências advindas das transformações sociais e econômicas (DCB/SEED -

PARANÁ, 2008).

Há, entretanto, diferentes modos de ver esta questão que resultam nas

tendências historicamente determinadas pelas estruturas sócio-culturais e políticas

que variam de acordo com as concepções daqueles que tentam produzir as

inovações ou as transformações do ensino. As tendências descritas foram baseadas

em movimentos que envolveram pedagogos, psicopedagogos, matemáticos e

educadores matemáticos e levam a percepção da melhoria do ensino da Matemática

no Brasil. São consideradas as mais relevantes pelos estudos de Fiorentini (1995):a

formalista clássica; a empírico ativista; a formalista moderna; a tecnicista e suas

variações; a construtivista e a socioetnoculturalista.

A diferença entre as tendências se dá não só pelos diferentes modos de

ensinar, pois por trás de cada modo de ensinar há uma particular concepção de

aprendizagem, de ensino, de Matemática e de Educação. O modo de ensinar sofre

influência também dos valores e finalidades que o professor atribui ao ensino da

matemática, da forma como concebe a relação professor-aluno e a visão que tem de

mundo, de sociedade e de homem.

É consensual que o conhecimento sobre as leis que regem o processo

cognitivo humano e a criação de regras para o convívio social tem evoluído. O

conhecimento matemático, sendo parte do conhecimento geral, também avança

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rumo a um conhecimento cada vez mais elaborado. O que ainda precisa ser

discutido é como se passa do conhecimento primeiro para o conhecimento

elaborado. Ou seja, quais as leis que regem este processo e como se pode utilizá-las

no ensino. Adotar as leis que regem o processo de ensino significa conhecê-las

dentro do movimento que rege o nosso processo de conhecimento. A concepção

sobre o que é conhecer, é que vai dizer o que é Matemática e como ensiná-la.

O que é Matemática e a forma de ensiná-la são elementos que irão compor o

conhecimento em movimento chamado Educação Matemática, o conhecimento das

leis gerais que regem o convívio social e o mundo físico. Isto é, a Educação

Matemática tem respondido às questões: "O que ensinar?", "Por que ensinar?",

"Como ensinar?", na medida em que têm ficado mais claros os processos de

aprendizagem, as razões sociais do que se aprende e o quanto o aprendido pode

gerar novos conhecimentos sobre as leis gerais da natureza (MOURA,1992).

Em análise às tendências apresentadas, observa-se que objeto de estudo da

Educação Matemática que envolve as práticas pedagógicas e a relação ensino,

aprendizagem e o conhecimento matemático não é estático, está em constante

construção. Nesta perspectiva, o professor deve atentar às mudanças histórico-

sociais e culturais e assumir uma postura de reflexão sobre suas ações e partir em

busca de uma formação contínua.

A Educação Matemática possibilita ao professor analisar sua ação docente,

fundamentado numa ação crítica que possibilite aos alunos análises, discussões,

conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias; amplie seus

conhecimentos para além das teorias, como forma de contribuição ao

desenvolvimento da sociedade.

2 DESAFIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

À medida que surgem dificuldades no ensino ou na aprendizagem de

conteúdos matemáticos, manifesta-se também a necessidade de propostas

pedagógicas e recursos didáticos que auxiliem tanto os professores em sua prática

docente quanto os alunos na construção de conhecimentos matemáticos. Nesta

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perspectiva, dispõe-se da utilização de materiais de aprendizagem, que figuram no

ambiente escolar como recurso didático capaz de promover um ensino e

aprendizagem mais dinâmico, que possibilite trabalhar o formalismo próprio da

matemática de uma forma atrativa e desafiadora, que oportuniza a interação da

matemática nas relações sociais e culturais. (SELVA & CAMARGO, 2009).

Segundo Moura (1992), o professor quando ensina matemática, tem uma

intencionalidade. Ao optar por um material didático como estratégia de ensino, o

professor tem a intenção de propiciar a aprendizagem e este deve cumprir o papel

de auxiliar na apropriação dos conteúdos, na aquisição de habilidades, no

desenvolvimento operatório e levar a criança do conhecimento primeiro ao

conhecimento elaborado. Isto lembra os materiais de ensino, estratégias de

resolução de problemas, tecnologias de ensino (retroprojetor, filmes, datashow,

computador etc.). O problema da Escola é: como concorrer para a aprendizagem dos

conceitos científicos?

As mediações das aprendizagens matemáticas com materiais manipuláveis

para a concretização de alguns conceitos matemáticos é objeto de estudo na

Educação Matemática. De acordo com Canavarro (2003 apud CALDEIRA, 2009), o

ensino requer do professor soluções concretas em face de seu saber profissional e

pessoal diante de um conjunto heterogêneo de alunos com diferentes predisposições

para aprender, dificuldades e expectativas. Nesta perspectiva de ensino, faz-se

necessário correlações positivas entre o papel do professor e a aprendizagem

matemática pelos alunos, os quais precisam sentir respeito, confiança e admiração

pelo professor que têm. Entretanto, o professor também deve recorrer a

metodologias que permitam concretizar descobertas contextualizadas e desafiantes

as quais estimule a curiosidade e o interesse dos alunos baseadas em estratégias

criativas, e “no contexto educacional do terceiro milênio, o saber matemático é um

saber em construção, que deve ter uma apropriação gradativa, interativa e reflexiva”

(CALDEIRA, 2009, p.1).

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3 A PROVA BRASIL E O IDEB COMO REFERÊNCIAS

A publicação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)

pretende ser o indicador da qualidade da educação básica em todos os estados,

municípios e escolas do Brasil, combinando fluxo escolar (passagem dos alunos

pelas séries seguintes sem repetir, avaliado pelo (Programa Educacenso) e

desempenho dos estudantes (avaliado pela Prova Brasil nas áreas de Língua

Portuguesa e Matemática) e oferece aos docentes, diretores e demais profissionais

da educação oportunidade para uma reflexão sobre sua prática escolar e sobre o

processo de construção do conhecimento dos alunos, considerando-se a aquisição

de conhecimentos e o desenvolvimento das habilidades necessárias para alcançar

as competências exigidas na educação básica.

Estes dados subsidiam e permitem a análise do desempenho dos alunos na

aprendizagem da matemática identificados por meio da avaliação externa ( Prova

Brasil e do IDEB). A seguir, apresento o desempenho dos alunos do Colégio

Estadual João Marques da Silveira – EFM, Ensino Fundamental Anos Finais, na

Prova Brasil, disciplina de matemática e o fluxo de aprovação nos anos de 2005,

2007 e 2009 visto que ainda não foram divulgados os resultados de 2011.

Tabela 1 – Taxa de aprovação de 5ª/8ª série

Série/Ano 5ª a 8ª 5ª 6ª 7ª 8ª Indicador de Rendimento

(P)

2005 87,6 84,4 89,6 86,8 90,2

0,88

2007 93,0 87,8 90,4 97,3 97,4

0,93

2009 91,0 96,3 85,7 88,8 94,0

0,91

Fonte: C.E. João M. da Silveira – EFM

Em análise às taxas de aprovação apresentadas na tabela 1, verifica-se um quadro

um tanto preocupante, pois a cada cem alunos aproximadamente dez não passam

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para série seguinte. Isto significa que numa média de quinhentos alunos que há no

Ensino Fundamental, cinquenta são reprovados ou evadidos.

Tabela 2 –Prova Brasil – 5ª/8ª série

Disciplina/Ano Matemática Língua

Portuguesa

Nota Média

Padronizada (N)

2005 244,50 216,30

4,35

2007 252,44 243,16

4,93

2009 245,24 241,15 4,77

Fonte: portal.inep.gov.br

Nos Parâmetros adotados pelo Plano de Desenvolvimento da Educação

(PDE), os alunos de oitava série/nono ano devem ter nota acima de 275 pontos. A

escola considerada como possuidora de um bom desempenho terá pelo menos 70%

de seus alunos acima desse nível (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira, 2009). Como nos mostra a tabela 2, o desempenho

dos alunos de nosso Colégio na Prova Brasil é considerado baixo se comparado aos

parâmetros adotados pelo MEC. Fica clara a ineficiência do ensino e aprendizagem

da disciplina visto que, nosso Colégio não conseguiu atingir esse parâmetro em

nenhum dos resultados divulgados da Prova Brasil em Matemática.

Tabela 3 - Metas projetadas e atingidas do IDEB para o Col. Est. João M. Silveira - EFM

METAS METAS METAS

PROJETADAS

ATINGIDAS PROJETADAS

ATINGIDAS PROJETADAS

ATINGIDAS

IDEB 2005

IDEB 2005

IDEB 2007

IDEB 2007

IDEB 2009

IDEB 2009

--------

3,8

3,8

4,6

4,0

4,3

Fonte: portal.inep.gov.br

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É de nosso conhecimento que essas metas projetadas pelo MEC são valores

mínimos utilizados como parâmetros para estudos e implantação de políticas

públicas educacionais para toda as regiões do Brasil. Visto que a Educação no

Paraná ocupa uma posição privilegiada se comparada a alguns estados de outras

regiões, esses dados do IDEB que se apresentam acima da meta projetada para

cada ano revelam um valor pouco expressivo do desempenho de nossos alunos em

Matemática. Esse foi, entre outros, um dos fatores pelo qual desenvolvi meu Projeto

de Intervenção Pedagógica no intuito de auxiliar os professores. Assim, deixo como

proposta de trabalho e alternativa metodológica para a melhoria das escolas da rede

pública, a utilização de Materiais de Aprendizagem com o objetivo de promover uma

aprendizagem significativa, lembrando sempre que ao desenvolver uma atividade

manipulativa, há necessidade de completá-la com uma atividade mental permitindo a

realização de redescobertas e a percepção de propriedades.

4 CONCEPÇÃO DO PROFESSOR E EXPECTATIVA DO ALUNO NO ENSINO DA MATEMÁTICA

Para elaborar uma proposta de alternativas metodológicas, foi necessário

verificar a concepção do professor com relação à utilização de material didático e

também às expectativas de aprendizagem dos alunos com atividades desenvolvidas

desta forma. Para isso, foi realizado o acesso ao Plano de Trabalho Docente (PTD),

um questionário dirigido aos professores de Matemática e outro aos representantes

de cada série do ensino fundamental o que nos dá uma amostragem de cada

situação.

Inicialmente os professores foram questionados se a escola disponibiliza

Materiais Concretos e/ou Tecnológicos como subsidio para o trabalho em sala de

aula. Neste quesito, 60% responderam que a escola oferece na medida do possível

esses materiais, mas que nem sempre são acessíveis para o uso diário. Por falta de

espaço adequado às vezes os materiais utilizados em conteúdos matemáticos

dividem armários abarrotados com outros tipos de materiais dificultando o trabalho

do professor que deixa de utilizá-los com certa frequência. Mesmo com dificuldades,

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os professores são quase unânimes em concordar que os materiais disponibilizados

propiciam a construção do conhecimento.

É fato a concepção da necessidade de utilizar materiais didáticos em suas

aulas, porém percebe-se que ainda há uma considerável resistência da maioria dos

professores frente a esta metodologia principalmente daqueles que já passaram por

diversas linhas e/ou tendências da educação o que não exclui professores mais

novos, os quais alegam todo tipo de empecilho para trabalhar desta forma e

continuam a utilizar somente o quadro-negro, o livro didático, raramente a TV

Pendrive e alguns problemas já pesquisados pelo próprio professor. Os argumentos

são diversos:

Salas numerosas.

Quantidade de materiais insuficiente.

Falta de interesse dos alunos pelos materiais.

Adequação do material disponível com o conteúdo estudado.

Pouco tempo pela quantidade de conteúdos.

Dificuldade do professor para explorar os materiais.

E, Lorenzato (2009), nos lembra de que ainda hoje é possível ensinar

assuntos abstratos para alunos sentados enfileirados e com o professor apenas no

quadro-negro. Afinal, muitos de nós aprendemos assim. Porém, aquele que possui

uma visão atualizada da época que estamos vivendo, Sec. XXI, quando os alunos

estão sendo alvos de todo tipo de informação, há de se conceber que o ensino da

matemática se apresenta com necessidades especiais e que um Laboratório de

Ensino de Matemática – LEM pode e deve prover a escola para atender essas

necessidades. E, ainda nos descreve Fiorentini&Miorim (1996), que há uma

diversidade de materiais com características próprias e utilizados de forma distinta

em momentos diferentes no processo de ensino e aprendizagem. Para ele, por trás

de cada material há uma visão de educação, de matemática, do homem e do mundo;

ou seja, por trás de cada material existe uma proposta pedagógica que o justifica. O

professor não pode reprimir sua metodologia de ensino a algum tipo de material

simplesmente porque ele é atraente ou lúdico. A simples introdução de jogos ou

atividades com materiais no ensino da matemática não garante um melhor

aprendizagem da disciplina. Entende-se desta forma que:

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Ao aluno deve ser dado o direito de aprender. Não um 'aprender' mecânico, repetitivo, de fazer sem saber o que faz e por que faz. Muito menos um 'aprender' que se esvazia em brincadeiras. Mas um aprender significativo do qual o aluno participe raciocinando, compreendendo, reelaborando o saber historicamente produzido e superando, assim, sua visão ingênua, fragmentada e parcial da realidade. O material ou o jogo pode ser fundamental para que isto ocorra. Neste sentido, o material mais adequado, nem sempre, será o visualmente mais bonito e nem o já construído. Muitas vezes, durante a construção de um material o aluno tem a oportunidade de aprender matemática de forma mais efetiva (FIORENTINI&MIORIM, p. 4, 1996).

Assim, o mais importante não será o material didático utilizado, mas sim, a

discussão e resolução de uma situação problema ligada ao contexto do aluno, ou

ainda, a discussão e utilização de um raciocínio mais abstrato para a conclusão dos

encaminhamentos. Na utilização de materiais didáticos no ensino da matemática,

deve haver um cuidado especial quando se pretende fazer uso desse recurso, e que,

nesse aspecto o professor assume um papel fundamental, lembrando que a escolha

de um material nem sempre é realizada com a devida clareza quanto a sua

fundamentação teórica.

Ainda, para Fiorentini&Miorim (1990 apud LORENZATO, 2009) não se justifica

a utilização de materiais concretos como fator de motivação, ou seja, somente para

que as aulas fiquem mais alegres ou para que os alunos gostem de matemática.

Certos materiais são selecionados para as atividades em sala de aula porque têm

implícitas relações que os professores acreditam ser importantes. Entretanto, não se

pode afirmar que os alunos vejam nesses materiais as mesmas relações.

Nem sempre a utilização de materiais concretos traz resultados positivos. Os

resultados negativos com este tipo de material podem estar ligados à distância entre

o referido material e as relações matemáticas que há na intenção que eles

representem ou na seleção desses materiais (LORENZATTO, 2009).

Aos representantes de turmas, foi questionada a expectativa do aluno quanto

ao auxílio que o material didático proporciona para facilitar a aprendizagem.

No questionamento sobre as dificuldades na aprendizagem de Matemática,

42% responderam ao mesmo tempo que encontram dificuldades e/ou em alguns

conteúdos. Esse posicionamento se confirma quando ao serem questionados se

consideram os conteúdos de matemática difíceis de entender, 69% dos referidos

alunos responderam as vezes, pois consideram que alguns conteúdos exigem um

esforço maior para sua compreensão.

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Os alunos, quando se referem aos professores da disciplina de Matemática

quanto à utilização de algum tipo de material para facilitar a aprendizagem da turma,

48% responderam que em alguns momentos ou em alguns conteúdos os

professores trabalham com material didático, mas quando questionados sobre a

importância de materiais concretos no ensino da matemática, 74% dos alunos

selecionados responderam que a participação em atividades que envolvem

apresentação ou manipulação de materiais, facilitaria a aprendizagem.

Fica evidenciado a relevância da ampliação de estratégias e de materiais de

ensino como destaca Smole (2007) para diversificar as organizações didáticas e

proporcionar um ambiente de produção ou de reprodução do saber, pois como

afirma Dante (2005), um exemplo muito comum é os alunos efetuarem todos os

algoritmos das quatro operações fundamentais, as “continhas” de adição, subtração,

multiplicação e divisão e não conseguirem resolver problemas que envolvam um ou

mais desses algoritmos. Os alunos, quando entusiasmados com o estudo da

Matemática encontram mais facilidades para desenvolver o espírito criativo, o

raciocínio lógico e o modo de pensar matemático, na busca de uma compreensão

maior e melhor do mundo em que vivem.

Numa das questões apresentadas para os alunos, era para que eles

enumerassem as estratégias abaixo sugeridas para o professor, em ordem de

preferência (1 a 8) o que eles consideram como mais importante para a

aprendizagem de Matemática. O resultado obtido foi:

1. Atividades fora da sala de aula

2. Jogos matemáticos

3. Apresentação de conteúdos na TV Pendrive

4. Atividades em equipe

5. Quebra-cabeça matemático

6. Mais explicações dos conteúdos

7. Ajuda para quem não entende o conteúdo

8. Colaboração dos alunos

Considero todas as estratégias pertinentes, porém em função da minha

pesquisa, evidenciarei mais especificamente as duas primeiras para estudo e

reflexão.

Em análise à sugestão com maior número de preferências, “atividades fora

da sala de aula”, entende-se que há vários fatores que os levaram a optar por esta

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estratégia e, dentre eles deve-se considerar a faixa etária, na sua maioria de 11 a 14

anos, mas pedagogicamente significa que preferem ser ativos no processo, ou seja,

não só ouvir explicações passivamente. Uma atividade fora da sala de aula sugere a

utilização de materiais de aprendizagem, sejam eles manipuláveis ou em forma de

jogos, quando o aluno tem a oportunidade de vivenciar a experimentação que

permite o seu envolvimento com o assunto em estudo, participar das descobertas e

socializar-se com os colegas. E assim, reforça que:

A experimentação pode ser concebida como ação sobre os objetos (manipulação), com valorização da observação, comparação, montagem, decomposição (separação), distribuição. Mas, a importância da experimentação reside no poder que ela tem de conseguir provocar raciocínio, reflexão, construção do conhecimento (LORENZATO, 2010, p.72).

Uma medida importante é o professor utilizar corretamente os materiais de

aprendizagem, pois estes, como outros instrumentos exigem conhecimentos

específicos de quem os utiliza. A eficiência de um material didático depende mais do

professor do que do próprio material em si e o modo de utilização desse material é

consequência da concepção do professor a respeito da matemática e da arte de

ensinar, o que interfere diretamente no desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno.

Um professor que concebe a matemática como um conjunto de proposições,

auxiliadas por definições, cujos resultados são regras ou fórmulas, não consegue ver

nela um essencial instrumento de beleza e harmonia na sua aplicação diária. Para o

aluno, mais importante que conhecer as verdades matemáticas, é obter a certeza de

que vale a pena procurar soluções e fazer constatações, compreender que a

matemática é um campo de saber onde ele, aluno, pode navegar. (LORENZATO,

2009).

Na opção pelos “jogos matemáticos”, os alunos visualizam uma possibilidade

de situação de prazer e aprendizagem significativa nas aulas de matemática. Para

Smole (2007), o jogo quando bem planejado e orientado auxilia o desenvolvimento

de habilidades ligadas ao raciocínio lógico, pois possibilita a oportunidade da

resolução de problemas, investigação, reflexão e análise estabelecendo relações

entre os elementos do jogo e os conceitos matemáticos.

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Conforme instrumento publicado pelo Ministério da Educação (MEC),

Secretaria de Educação Básica (SEB) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica (IDEB), a reflexão sobre as estratégias de ensino deve considerar a

resolução de problemas como eixo norteador da atividade matemática.

Nessa perspectiva, ainda Smole (2007) considera situações que não possuem

solução evidente e baseiam-se na proposição e no enfrentamento de situação-

problema. Para viabilizar o trabalho com situações-problema, é necessário ampliar

as estratégias e os materiais de ensino e diversificar as práticas pedagógicas para

que, junto com os alunos, seja possível produzir um ambiente de construção do

saber e, nesse sentido, acredita-se que os jogos atendem essa necessidade.

5 MATERIAIS DE APRENDIZAGEM COMO PROPOSTA EM SALA DE AULA

Nesta etapa da pesquisa, foram confeccionados e apresentados aos

professores os materiais propostos no Caderno Pedagógico como sugestões e

alternativas de trabalho. Entre elas, está a apresentação de alguns jogos e

atividades como recursos didáticos no ensino da Matemática e, conforme afirma

Flemming (2009), quando se faz a opção do uso do jogo, é importante o professor

lembrar sempre que a “aula do jogo” deve estar ligada na “aula anterior” e na “aula

posterior”. Isto significa que o jogo é parte integrante do processo de ensino e

aprendizagem e não deve ser considerado uma ação isolada no contexto do dia a

dia da disciplina de Matemática. Há que se observar também algumas etapas nessa

metodologia com foco no planejamento da aula e na ação didática propriamente dita.

Como auxílio para o trabalho do professor para estimular o interesse e o

gosto pela aprendizagem da Matemática, foram apontados os seguintes materiais e

direcionamentos de atividades:

Dominó geométrico

Dados poligonais

Tangram tradicional

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Tangram pitagórico com quadrados

Tangram pitagórico com triângulos

Geoplano

No jogo “Dominó Geométrico”, os alunos construirão seus próprios

conhecimentos sobre polígonos, diagonais, classificação de triângulos e

circunferências. As regras desse jogo são as mesmas do dominó convencional.

Quando as peças forem colocadas na mesa lado a lado, cada metade deve

corresponder à outra metade relacionada.

O professor pode usar a criatividade e incluir outras peças, como por

exemplo, os paralelogramos, os trapézios, soma dos ângulos internos de polígonos.

Figura 1 - Jogo de dominó geométrico. Fotos da autora.

O jogo “Dados Poligonais” contribui para identificar nas figuras planas sua

classificação quanto ao número de lados, valor de seus ângulos e suas diagonais.

Este jogo é indicado para dois a cinco jogadores e é composto por seis dados e uma

ficha onde serão anotadas as jogadas. Vence a partida o aluno que preencher as

seis colunas no menor tempo possível.

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Figura 2 – Dados poligonais. Foto da autora.

Quadro 1 - Ficha-controle das jogadas (polígonos)

Nome do

participante

Polígono

(dado 1)

Número

de lados

(dado 2)

Medida de

cada âng.

Interno

(dado 3)

Medida de

cada âng.

Externo

(dado 4)

Soma dos

ângulos

internos

(dado 5)

Soma dos

ângulos

externos

(dado 6)

Aluno A Fig.

Triângulo Triângulo 60º 120º

3*60º= 180º 1Δ

120º*3= 360º

Aluno B Fig.

Quadrado Quadrado 90º 90º

4*90º= 360º 2Δ

90º*4= 360º

Aluno C Fig.

Pentágono Pentágon

o 108º 72º

108º*5= 540º 3Δ

72º*5= 360º

Aluno D Fig.

Hexágono Hexágono 120º 60º

120º*6= 720º 4Δ

60º*6= 360º

Aluno E Fig.

Octógono octógono 135° 45°

135º*8=1080º 6Δ

45ºx8= 360º

Fonte: Somatemática (2011)

O tangram é um quebra-cabeça chines formado por sete figuras

geométricas planas: 5 triângulos, 1 quadrado e 1 paralelogramo. É um material fácil

de construir e de baixo custo. Você pode construir o seu tangram em folha

quadriculada ou por meio de um ditado oral explorando alguns pontos geométricos já

na construção deste quebra-cabeça. Com a utilização deste material, o aluno poderá

relacionar a área do tangram com as demais figuras a partir do espaço ocupado.

Descobrir a relação entre cada peça e o tangram. Trabalhar noções de área e

perímetro explorando figuras geométricas por meio de decomposição e composição

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de figuras. Há também outras formas de tangram como o pitagórico com quadrados

e também o pitagórico com triângulos.

Figura 3 - Tangram Pitagórico com Quadrados Figura 4 - Tangram Pitagórico com triangulos. Fonte: Kaleff, (2002). Fonte: Kaleff, (2002).

Com a utilização destes materiais, espera-se que o aluno reconheça

polígonos semelhantes e algumas de suas relações e sintetize argumentações,

visualizando as condições gráficas dos conceitos e relações envolvidas baseadas na

análise de suas propriedades e organizando-as, primeiro de maneira informal e

depois formalmente, por meio do desenvolvimento de fórmulas. É imprescindível que

o aluno compreenda a semelhança entre os triângulos, suas relações e os conceitos

demonstrados tomando por base a importância da manipulação de materiais

concretos. Como fechamento e complementação das atividades com o tangram,

poderão ser propostas outras atividades eletrônicas no site indicado:

www.uff.br/cdme/tangranspitagoricosconcretosevirtuais incluindo assim como

materiais de aprendizagem o uso das tecnologias aplicadas em sala de aula.

Para Kaleff (2002), as tarefas com os jogos e artefatos confeccionados com

material concreto são experimentos educacionais fundamentais, pois podem ser

utilizados em escolas sem muitos recursos materiais (incluindo aquelas sem ou com

poucos computadores) e, principalmente, por deficientes visuais. O aluno com

necessidades especiais se beneficia dessas tarefas, pois todas as peças utilizadas

nos Tangrans e artefatos são simples e de fácil manipulação, por serem

confeccionadas com papel-cartão ou emborrachado fino, sendo a cor do material

uma característica sem importância para a realização das atividades. Para esses

alunos, o emborrachado deve ter cerca de um cm de espessura. Cada cor pode

corresponder a uma textura diferente do emborrachado.

Outro recurso simples e de baixo custo é o Geoplano. Ele pode ser

construído por um Tabuleiro de madeira aglomerado, de formato quadrado, que dá a

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ideia de plano, com 49 pinos de madeira ou pregos que dão a ideia de pontos,

distribuídos sobre um quadrado paralelo às bordas do tabuleiro. Como material de

apoio, utilizam-se lãs e ou elásticos coloridos para representar linhas e retas. Nas

atividades desenvolvidas utilizando o Geoplano, espera-se que o aluno compreenda

as diferentes formas de medir a mesma área; noções da relação entre área e

perímetro; conceitos matemáticos da área do triângulo e do retângulo relacionando-

os ao cálculo da área de outros polígonos.

6 ALTERNATIVAS DIVERSIFICADAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA: DESAFIOS

E POSSIBILIDADES

Sabe-se que pesquisas atuais no Brasil apontam que um dos motivos do

fracasso do ensino de Matemática está na transmissão de conteúdos sem

significados para o aluno e na forma tradicional da aula expositiva. Assim, considera-

se que:

As aulas teóricas dificilmente poderiam ter utilidade na resolução dos problemas cotidianos, ou seja, o modelo de aulas repletas de fórmulas e regras, diante do qual o professor se resume a reproduzir conteúdos formalizados nos livros didáticos e a apresentar exercícios de treinamento, pouco contribuem para a compreensão do mundo a partir de meras formas mecânicas de resolução de exercícios que privilegiam técnicas operatórias (ALMEIDA, 2009, p. 900).

Por outro lado, conforme relatam em suas discussões, os professores

procuram caminhos possíveis para enriquecer a prática docente e, além disso,

buscam meios que auxiliem no enfrentamento aos desafios encontrados no cotidiano

da escola pública, desafios estes que tornam visíveis tanto nas limitações em sua

formação docente quanto na necessidade de aperfeiçoamento do ensino de

Matemática com inovações e adaptações na sua estratégia de ensino. Para isso, é

preciso coragem, ousadia e, sobretudo, comprometimento em buscar

permanentemente sentido para o que estão fazendo. Assim, espera-se que a

utilização de Material Didático desenvolva uma estratégia de ensino e aprendizagem

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capaz de respeitar o tempo de cada aluno, no seu desenvolvimento cognitivo e que

considere a construção de seu conhecimento como uma forma de atuar e de ser

responsável pelo próprio aprendizado a partir de sua participação ativa em sala de

aula.

Segundo D’Ambrosio (1989) nos propõe, a aprendizagem da matemática se

dá de várias formas. Se considerado o aluno como centro do processo educacional,

o professor passa a ser orientador das atividades e parte do princípio de que o aluno

está sempre interpretando seu mundo e suas experiências. São essas interpretações

que constituem o saber matemático. Muitas vezes o aluno demonstra, por meio de

respostas e exercícios que compreendeu algum conceito matemático, porém uma

vez mudada a situação, nos surpreende com erros inesperados. É a partir desses

erros cometidos que se observa a compreensão e a interpretação desenvolvidas

pelo aluno.

E ainda, D’Ambrosio (1989) nos sugere também o uso da resolução de

problemas e de jogos matemáticos como exemplos de propostas de trabalho visando

a melhoria do ensino da matemática.

Cabe ao professor, dessa forma, auxiliar e oferecer oportunidade aos seus

alunos de construírem materiais didáticos e de utilizarem modelos concretos, por

meio da manipulação de materiais diferentes dos comumente encontrados em aulas

de Matemática para que seja possível desenvolver uma nova dinâmica de ensino e

aprendizagem, tendo em vista uma melhor interação entre professor e aluno na

apropriação do conhecimento. A constituição de uma abordagem pedagógica

inovadora pode ser um excelente meio de permitir a exploração de conceitos

matemáticos.

Os desafios e as possibilidades quanto à aplicabilidade dos materiais de

aprendizagem foram socializados no Grupo de Trabalho em Rede – GTR. As

contribuições foram relevantes para o enriquecimento do meu trabalho do PDE e,

nas discussões acerca da Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica,

ficou evidente a concordância dos professores da necessidade de diferentes

estratégias como alternativas para trabalhar de modo significativo e facilitar o

processo de aquisição do conhecimento na Matemática.

As propostas do Projeto e da Unidade Pedagógica foram consideradas

pertinentes e viáveis tanto pelos professores do Colégio onde atuo como pelos

professores que participaram nas discussões do GTR. A participação nas

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considerações dos Fóruns e dos Diários foi excelente com comentários de situações

angustiantes e desafiadoras da vivência real nas diversas escolas. No “Fórum

Vivenciando a Prática” foram registradas várias sugestões de atividades que já são

trabalhadas e às vezes não são divulgadas e/ou valorizadas.

7 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Depois de apresentados os materiais confeccionados aos professores de

matemática, reavaliei a postura de cada um sobre a utilização de materiais de

aprendizagem bem como os jogos matemáticos em suas aulas e constatei por meio

de algumas colocações por escrito e também pela procura dos materiais propostos

para aplicá-los e outros materiais que já se encontravam na escola que, embora

houvesse resistências por parte de alguns em não admitir inovações por inúmeros

motivos, a maioria dos professores concordaram com as sugestões, conforme

relatam em algumas de suas experiências:

Quadro 2 – Relato de experiência: Tangram

Sou professora das quintas séries do Colégio Estadual “João Marques da Silveira” e neste ano de 2011 utilizei o Jogo do Tangram para trabalhar área e perímetro com meus alunos. Foi uma experiência importante e que deu certo, os alunos gostaram das atividades e o objetivo que era o ensino-aprendizagem foi alcançado com êxito. O primeiro passo foi colocar os alunos em círculo; logo após, de forma bem simples, expliquei a eles a história do jogo, como ele surgiu, em que parte do mundo; depois entreguei um jogo para cada um e pedi para que montassem o quadrado utilizando as sete peças e calculassem o perímetro e a área ocupada pelo mesmo. Para encerrar entreguei a eles várias cartas com figura e resposta para que montassem e também calculassem perímetro e a área de algumas delas. Os alunos gostaram demais desta atividade que exigiu tempo para preparação do material (que eu mesma confeccionei com E.V.A.) e dedicação para atender ao chamado dos alunos que precisavam da ajuda constante para esclarecimento das dúvidas que foram surgindo no decorrer da atividade.

Fonte: Professora A no fórum vivenciando a prática - GTR 2011

Como se pode notar no texto acima, a professora verificou que além do

prazer que a atividade proporcionou, houve evidências de que os objetivos do

conteúdo dessa aula foram atingidos.

Quadro 3 - Relato de experiência: Polígonos Regulares

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Olá, professora! Gostei das sugestões do caderno pedagógico e escolhi o jogo dos polígonos regulares para realizar a implementação em salas de 6ª série, por ser um conteúdo que havia trabalhado no início deste ano letivo. O primeiro passo foi relembrar com eles o aprendizado, retomando conceitos básicos e sugerindo que fizessem algumas anotações. Complementamos o conteúdo realizando comparações e verificando quantos triângulos podemos obter traçando segmentos de retas no interior de outros polígonos. No primeiro momento a aula aconteceu dentro da sala e posteriormente os alunos foram conduzidos ao pátio coberto, o qual possui mesas para que os grupos realizassem as jogadas. Os alunos demonstraram interesse pelo jogo e cada grupo em sua individualidade fez descobertas diferentes, ficou claro como avaliar de diferentes maneiras, foi uma experiência significativa e enriquecedora, apesar da aula ser cansativa devido a maior exigência do professor por parte dos alunos, juntamente com a euforia dos mesmos, foi possível alcançar resultados positivos e foi muito bom ouvir: queremos mais aulas assim. Realmente vale a pena sair da rotina e diversificar a prática pedagógica em sala de aula. Obrigada, pelas contribuições!

Fonte: Professora B no fórum vivenciando a prática – GTR 2011

Na aplicação dessa atividade, eu estive presente e observei que sua

preparação poderia ter sido mais organizada e clara. Alguns alunos se dispersaram e

houve outros que algumas vezes fraudaram a sequência do jogo. De um modo geral

houve uma ótima participação e, assim, fica evidenciado que mesmo enfrentando

desafios, a professora reconhece a importância de uma aula fora do ambiente do dia

a dia que proporciona mais movimentação por parte do aluno fazendo com que ele

tenha uma participação ativa na descoberta e compreensão de alguns conceitos

matemáticos.

Estendendo um pouco mais a intervenção foi aplicado em uma turma da

Educação de Jovens e Adultos – EJA, nível de Ensino Fundamental o jogo dos

“Dados Poligonais”, no intuito de proporcionar um ensino da Matemática de maior

qualidade e com mais sentido para os alunos da EJA. Conforme relato da

professora, os alunos consideraram um ponto positivo ter uma participação ativa na

compreensão do conteúdo Geometria através deste jogo.

Quadro 4 – Relato de Experiência: Geometria

É indispensável diversificar estratégias de acordo com as especificidades das turmas desenvolvendo

uma forma rica de se apresentar os conceitos matemáticos.

Assim sendo, foi ministrado o jogo de Dados Poligonais, como estratégia de intervenção no reforço

dos conteúdos de geometria com o objetivo de levar os alunos a explorar figuras poligonais

utilizando material concreto. Inicialmente foi feita a exposição do material que despertou a

curiosidade e o interesse dos alunos. Depois dessa etapa foi feita a explicação das regras do jogo, e

que seria feito o registro de dados na lousa constando o nome dos participantes e os pontos ganhos

para controle e organização das jogadas. No decorrer do jogo pude perceber que esse momento

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lúdico além de divertido, proporcionou uma interação maior entre os alunos, uns cooperando com os

outros. Após o término do jogo, solicitei que comentassem se gostaram da atividade proposta e se

realmente conseguiram aprender as noções básicas de geometria. Fiquei satisfeita com as respostas

obtidas, pois a maioria gostou da atividade por ser uma maneira diferente de aprender Matemática e

que o jogo facilitou a aprendizagem tornando a aula interessante e solicitaram mais jogos para os

próximos assuntos a serem abordados.

Fonte: Professora C na turma de EJA – Ensino Fundamental

Neste caso, o jogo proporcionou além de reforço do conteúdo, momentos de

interação e cooperação entre os alunos o que faz com que há a possibilidade de

trabalhar a matemática de uma forma mais agradável, principalmente nesta

modalidade de ensino onde os alunos já são trabalhadores com o nível de

escolaridade tardio e, por isso, merecem sanar suas dificuldades com atividades

lúdicas para compreensão e aprendizagem dos conteúdos de forma significativa.

Há que se levar em conta os obstáculos enfrentados na implementação, tais

como: horários disponíveis para reunir todos os professores da disciplina, resistência

em variar as estratégias já concebidas alegando dificuldades para utilizar material

didático em sala de aula, professores atarefados não se importando com a leitura

dos textos sugeridos. Porém, devo constatar que houve pontos positivos como

discussões acerca das Tendências em Educação Matemática de acordo com as

Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Matemática que propõe

encaminhamentos metodológicos diversificados causando preocupação por parte de

alguns professores em rever sua prática pedagógica.

Portanto, considero que o objetivo deste estudo foi atingido, pois os

professores reconhecem por meio de seus relatos a importância do Material Didático

como recurso auxiliador para facilitar a aprendizagem do aluno e também como

estímulo ao gosto pela Matemática. Assim sendo, lembro a importância de se

analisar os aspectos referidos por Almeida (2009) quando nos afirma que a utilização

de materiais de aprendizagem juntamente com os jogos matemáticos pode auxiliar

na aprendizagem dos alunos e nos saberes que são construídos a partir da

experiência, da manipulação de materiais diferenciados nas aulas e da

implementação de atividades de exploração e investigação em aulas de Matemática.

A constituição de uma abordagem pedagógica inovadora pode ser um excelente

meio de permitir a exploração de conceitos matemáticos. Seria papel do professor

incentivar e valorizar as pequenas descobertas e favorecer a autonomia do

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pensamento dos alunos, tendo como meta o desenvolvendo de suas habilidades e

competências. Além disso, o professor pode ajudá-los a sistematizar os elementos

obtidos em suas experiências, buscando chamar a atenção dos alunos às

regularidades. Dessa forma, cabe ao professor, com o auxílio de Materiais de

Aprendizagem diversificados dinamizar a prática pedagógica, com atividades

interativas que incentivem a pesquisa e a investigação Matemática, necessárias para

oferecer subsídios teóricos e práticos para que os alunos aprendam a aprender.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Iniciei este trabalho com o propósito de apresentar aos professores o que os

recursos didáticos oferecem como auxílio em suas aulas com o intuito de melhorar

ainda mais o desempenho de seus alunos. Os resultados anteriormente discutidos

permitem considerar a necessidade de criar momentos de leitura, reflexão e

discussão acerca dos recursos didáticos e a sua utilização adequada. A experiência

me demonstrou que para o professor obter resultados positivos, faz-se necessário

um planejamento minucioso da atividade proposta, bem como a interação e

familiarização com o material escolhido, oportunizando aos alunos chegarem aos

conceitos matemáticos de forma mais agradável. Não menos importante que o

planejamento está o critério utilizado para a escolha do material que deve ser

apropriado para usar em diversos anos de escolaridade e em diferentes níveis da

apropriação de conceitos. Todavia, é válido lembrar que um material não pode ser

utilizado com um fim em si mesmo e sim como um instrumento para a compreensão

de um conhecimento matemático evidenciando a atenção para o uso inadequado de

um recurso didático, que pode resultar numa inversão didática em relação à sua

finalidade pedagógica.

Finalizando, digo que pretendi fazer um estudo que talvez não represente

uma conquista recente no ensino da Matemática, mas com a certeza de provocar

nos professores uma reflexão no sentido de reverem suas práticas em sala de aula

contando com o auxílio de Materiais de Aprendizagem e objetivando chegar até a

implementação de um Laboratório de Ensino de Matemática – LEM,

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conscientizando-os da importância que o material didático tem na obtenção de bons

resultados no processo ensino e aprendizagem.

Dessa forma, concluo este trabalho com o pensamento de Ewbank (1977

apud PASSOS, 2009, p. 90) “o perfume de uma rosa ou a dissonância de sons não

podem ser aprendidos lendo descrições verbais sobre eles em um livro. Você tem

que experimentá-los. É o mesmo com as ideias matemáticas”.

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REFERÊNCIAS

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