fibras naturais relatorio (1)

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1. O QUE SÃO FIBRAS NATURAIS? Fibras naturais são células muito longas, de paredes grossas e afiladas nos extremos. A maioria tem a seguinte composição: Celulose: principal componente da membrana celular. Substância sólida, inerte e insolúvel em água. Substância lenhosa: composta em parte por celulose, apresenta estrutura mais rígida que esta, servindo como proteção. Água: conteúdo de umidade. Impurezas Naturais: como ceras e graxas. As fibras naturais dividem-se em: Origem vegetal. Origem animal. Origem mineral. As mais utilizadas no Brasil e no exterior são as fibras de coco e as fibras de sisal, pois são facilmente encontradas e possuem um baixo custo. A fibra de coco é obtida pelo desfibramento da casca do fruto num processo bastante rudimentar onde as fibras são arrancadas manualmente, são raros os casos de indústrias que fazem essa atividade de maneira mais avançada. Um coco fornece, em média, 70 gramas de fibra (Gomes, 1989) extraídas do mesocarpo da fruta, sendo que da etapa de desfibramento, somente 25% da casca é revertida em fibras multidimensionais aproveitáveis, sendo os restantes 75% não comercializados denominados resíduos. Esses resíduos

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Relatório sobre fibras naturais

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1. O QUE SO FIBRAS NATURAIS?

Fibras naturais so clulas muito longas, de paredes grossas e afiladas nos extremos. A maioria tem a seguinte composio:

Celulose: principal componente da membrana celular. Substncia slida, inerte e insolvel em gua. Substncia lenhosa: composta em parte por celulose, apresenta estrutura mais rgida que esta, servindo como proteo. gua: contedo de umidade. Impurezas Naturais: como ceras e graxas.

As fibras naturais dividem-se em:

Origem vegetal. Origem animal. Origem mineral.

As mais utilizadas no Brasil e no exterior so as fibras de coco e as fibras de sisal, pois so facilmente encontradas e possuem um baixo custo.A fibra de coco obtida pelo desfibramento da casca do fruto num processo bastante rudimentar onde as fibras so arrancadas manualmente, so raros os casos de indstrias que fazem essa atividade de maneira mais avanada. Um coco fornece, em mdia, 70 gramas de fibra (Gomes, 1989) extradas do mesocarpo da fruta, sendo que da etapa de desfibramento, somente 25% da casca revertida em fibras multidimensionais aproveitveis, sendo os restantes 75% no comercializados denominados resduos. Esses resduos constituem-se principalmente de fibras de comprimento reduzido e p de coco que no utilizado como reforo de matrizes. A fibra de coco possui formato cilndrico e com pontuaes superficiais, que auxiliam na ancoragem da fibra nas matrizes reforadas; alm disso, constata-se a existncia de estrutura fechada, em que clulas individuais ficam protegidas internamente. Pode-se citar as caractersticas estruturais da fibra: Massa Espec. Real de 1177 kg/m. Absoro mxima: 93,8%. Alongamento na Ruptura: 23,9 a 51,4%. Resistncia trao: 95 a 118 MPa. Mdulo de Elasticidade: 2,8 GPa.

A fibra de sisal, assim como a de coco, encontrada com facilidade e seu cultivo expressivamente simples, alm de ser a fibra com maior resistncia trao.A extrao da fibra feita pelo mesmo processo desde que se iniciou o plantio de sisal no Brasil na dcada de 40, num processo bastante rudimentar e lento. Por conta disso, o Brasil tem uma produo quatro vezes menor do que outros pases da Amrica Latina.O sisal possui caractersticas bem inconstantes, segundo Toldo Filho (1997) podem-se citar as seguintes caractersticas: Mdulo de elasticidade: 10,94 26,70 GPa. Resistncia trao: 227,8 230 MPa. Alongamento na ruptura: 2,08 4,18%. Densidade: 750 1070 kg/m. Dimetro: 80 300 m

2. COMO AS FIBRAS MODIFICAM A MISTURA

As fibras geralmente so utilizadas para minimizar as fissuras originadas a partir das retraes plsticas do concreto.Diversos estudos e ensaios laboratoriais mostraram que a fibra de coco no um bom aditivo para concretos no estruturais, pois a degradao da fibra no permite que a estrutura receba grandes esforos, expondo assim a principal desvantagem. Com relao s vantagens, pode-se expor: Isolamento trmico. Isolamento acstico. Boa vedao.O fator exposto na desvantagem tem influncia direta no material final. Os espaos vazios que ficam na estrutura aps a degradao da fibra enfraquecem a estrutura e causam uma reduo da resistncia na estrutura.Com relao ao sisal, podem-se destacar as mesmas vantagens e desvantagens da fibra do coco. A variao das caractersticas dos concretos est apresentada na tabela abaixo:

TIPO DE CONCRETOMASSA ESPECFICA (Kg/m)RESISTNCIA APS 28 DIAS (MPa)

CONCRETO COMUM214837,3

COM FIBRA DE COCO205625,8

COM FIBRA DE SISAL202419,8

A queda da resistncia foi explicada acima nas desvantagens do concreto com as fibras na composio.

3. COMO AS FIBRAS DEVEM SER UTILIZADAS

No Brasil, a utilizao da fibra de coco verde na construo civil pode criar possibilidades no avano da questo habitacional, por intermdio da reduo do uso e do custo de materiais, envolvendo a definio de matrizes que inter-relacionam aspectos polticos e scio-econmicos.A fibra de coco verde tem um excelente potencial para uso na construo civil quando usada em pranchas pr-moldadas, por suas caractersticas de resistncia e durabilidade, ou na utilizao do fibro-cimento.No caso da construo civil, a fibra de coco verde deve ser usada com cimento especial, de baixo teor de alcalinidade. A alcalinidade do cimento normal destri as fibras, fazendo com que a parede apresente rachaduras e fraca resistncia.Em testes feitos pelo IPT, pranchas pr-moldadas de 2,6 metros de comprimento por 40 centmetros de largura e peso de 100 quilos apresentaram excelente resultado em termos de resistncia ao impacto. Para produzir as pranchas, necessrio recorrer a uma prensa. possvel utilizar a fibra de coco verde, depois de seca e desfiada em um sistema parecido com o duratex, no qual a fibra misturada a uma resina e depois prensada. Portanto, vrios fatores justificam o desenvolvimento de pesquisas quanto a aplicao das fibras do coco verde no fibro-cimento e no concreto-fibra, pois alm de viabilizar solues econmicas para problemas de cobertura, equipamentos sanitrios, placas e painis, introduzindo novas alternativas no mercado de construo, o aproveitamento das fibras traria grande incentivo ao reaproveitamento do resduo da cadeia comercial e agroindustrial do coco verde.

J o sisal uma alternativa barata para ampliar a resistncia de blocos de concreto. Com o baixo custo de produo atrelado possibilidade de alto valor agregado, com o aumento de resistncia dos blocos. As folhas do sisal, que podem chegar a dois metros de comprimento, apresentam altos teores de celulose e lignina, substncias que determinam alta resistncia e elasticidade.

Assim, as fibras de sisal quando inseridas no bloco de concreto permitem a melhoria das caractersticas mecnicas: como a trao, fora que alonga o objeto at a rompimento do material; a ductibilidade e a tenacidade, que o impacto necessrio para levar um material ruptura.

O sisal possibilita parede maior ductibilidade, isto , ganho na capacidade de deformao sob a ao de cargas, que permite a antecipao de reformas e a percepo da possibilidade de um desabamento. O concreto, em geral, frgil. Em construo com alvenaria tradicional, a ruptura brusca e praticamente instantnea, similar a uma exploso. J no caso do bloco com sisal, a estrutura antes de desabar sofre grandes deformaes, porque o sisal mantm as partes unidas. Com isso aumenta o tempo para que pessoas que estejam em um edifcio prestes a cair saiam dele em segurana.

Outro fator que faz o sisal ser um material bem visto para a insero na construo civil o baixo valor agregado ao custo na produo de blocos.

4. CUSTO

Segundo dados de um fabricante de Igarass, Pernambuco, o preo da fibra de coco no Brasil varia de US$0,25 a US$1,00, o quilo, dependendo do comprimento das fibras. O resduo gerado no processamento de fibras longas, por exemplo, consiste de fibras curtas de comprimento entre 1 e 3 cm e pode custar US$270 a tonelada.J a venda da fibra de sisal varia por tipos e peso. A fibra do tipo1, que a mais resistente, vendida a um preo mdio de R$ 2,50 por quilo (kg). A quantidade misturada na produo de blocos bem inferior a um kg.

5. REFERNCIAS

SILVA, Everton; MARQUES, Maria; FORNARI, Celso; Aplicao de fibra de coco em matrizes cimentcias; UFSM; Disponvel em: < http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reget/article/viewFile/6096/pdf> Acessado em 06 de outubro de 2014 s 22h00min.IZQUIERDO, Indara S.; Uso de fibra de sisal para blocos de alvenaria estrutural; USP; 2011; Disponvel em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18134/tde-05042011-164738/publico/2011ME_IndaraSotoIzquierdo.pdf > Acessado em 06 de outubro de 2014 s 22h06min.CASTILHOS, Lisiane Fernanda F. de; Aproveitamento da fibra de coco; Dossi tcnico; Disponvel em: < http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/NTY0MA== > Acessado em 06 de outubro de 2014 s 22h09min.DUARTE, Denise; IMAI, Estela M.; MEGUMI, Patrcia; Fibras naturais e suas aplicaes na arquitetura; 2009.

http://www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0221/Trabalhos_Finais_2009/Fibras_Naturais.pdf

http://www.gw3mn.com.br/site/index.php/revista-em-foco-n-26/191-tecnologia-a-utilizacao-da-fibra-do-coco-na-construcao-civil

http://www.usp.br/agen/?p=57249