fgv / ibre - a américa latina e as novas condições econômicas mundiais (2)
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José Júlio Senna - A América Latina e as Novas Condições Econômicas Mundiais O Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getulio Vargas (FGV), realizou, no dia 19 de setembro de 2014, o seminário internacional A América Latina e as Novas Condições Econômicas Mundiais. O evento abordou a questão das perspectivas latinoamericanas diante das mudanças impostas, entre outros fatores, pela desaceleração da China e pela gradual normalização da política monetária dos EUA. O encontro foi organizado em três painéis, que incluiram desde estudos de casos nacionais — Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México — a apresentações mais abrangentes da economia da região como um todo ou parte dela. Confira as fotos do evento e mais informações no site do FGV/IBRE: http://bit.ly/YdyhyLTRANSCRIPT
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América Latina
A América Latina e as Novas Condições Econômicas MundiaisJosé Júlio Senna | 2014
A AMÉRICA LATINAE AS NOVAS CONDIÇÕESECONÔMICAS MUNDIAIS
seminário
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19 de setembro de 2014
José Júlio Senna
A América Latina e as Novas Condições
Econômicas Mundiais
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Economia Aplicada 2
Região: bom desempenho com preços de commodities
em alta
Commodities: atividade econômica mundial (China) e
dólar
Apresentação: foco nas condições financeiras (juros e
câmbio)
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Economia Aplicada 3
“Estagnação secular”. Consequências para juros e
câmbio.
Questão-chave: “estagnação secular” faz sentido?
Krugman (setembro/13). Summers (novembro/13). Tese
antiga
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Economia Aplicada 4
Hansen (1938). Melhora do padrão de vida do mundo
ocidental: formação de K
“Forças externas”: a) invenções; b) incorporação de
novas terras; c) crescimento da população. Fechamento
de oportunidades para investimento: itens b e c
Queda do crescimento populacional. Menor demanda
por investimentos: moradia, utilidades públicas e
manufaturas básicas
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Economia Aplicada 5
Novas indústrias: nada comparável a ferrovias e
indústria automotiva, e seus desdobramentos
Ideia básica: faltaria demanda. Estagnação secular.
Tese mostrou-se infundada. Pós-guerra: baby boom e
ganhos de produtividade prosseguiram
Summers (nov. 2013): sinais de deficiência de
demanda no mundo industrial
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Economia Aplicada 6
Estímulos não produziram economia aquecida (EUA)
Notas: preços imíveis: Case Shiller 10; ações; S&P; dívida das famílias: % do PIB; juro real de PM, crescimento do PIB e inflação: média. Fontes: Bloomberg; FED; BEA
Variável Variação Período
Preços Imóveis 166% 1998 - 2005
Ações 60% 2003 - 2006
Empréstimos Bancários 74% 2002 - 2007
Dívida das Famílias 70% p/ 100% 2000 - 2007
Juro Real de PM 0,3% 2000 - 2007
Crescimento do PIB 2,1% 2002 - 2007
Inflação 2,0% 2002 - 2007
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Economia Aplicada 7
Estímulos não produziram economia aquecida (Zona do Euro)
Nota: ações = média aritmética de seis países: Alemanha, França, Portugal, Espanha , Irlanda e Grécia; dívida das famílias e dos bancos: % do PIB; juro real de PM, crescimento do PIB e inflação: média. Fonte: Bloomberg. ECB; Eurostat
Variável Variação Período
Ações 130% 2003 - 2007
Empréstimos Bancários 50% 2003 - 2007
Dívida das Famílias 50% p/ 70% 1999 - 2008
Dívida dos Bancos 190% p/ 250% 2002 - 2008
Juro Real de PM 0,8% 1999 - 2007
Crescimento Real do PIB 2,3% 1999-2007
Inflação 1,8% 1999-2007
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Criação do Euro. Convergência dos Juros. Bolha na renda fixa
Economia Aplicada 8
Nota: dados mensais = média dos dados diários. Fonte: Bloomberg Últimos dados: setembro/2014 (até 17/09/14)
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França Alemanha
Itália Espanha
Portugal Irlanda
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Economia Aplicada 9
Resumo: “too much borrowing, too much wealth, too
easy money”
Será que o mundo industrial passou a depender de
bolhas para crescer?
Crescimento anêmico na ausência de bolhas. Faltaria
demanda
O que houve antes da crise? Mudanças estruturais?
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Economia Aplicada 10
Hipótese: poupança e investimento se deslocaram. E
juro de equilíbrio caiu
Possibilidades; a) poupança maior devido à
concentração de renda; b) menor demanda por bens
de K devido ao menor crescimento da população; c)
dimensão menor dos novos projetos de investimento;
d) queda do preço relativo de máq. e equip.
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Economia Aplicada 11
Economia Fechada. Demanda mais Fraca, IS para Baixo, Juro de Equilíbrio mais Baixo, talvez Negativo
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Economia Aplicada 12
BCs perseguem juro de equilíbrio. Juro real de política:
percepção de queda do juro de equilíbrio
Juro baixo: dívida, alavancagem e procura por risco.
Compensação para enfraquecimento da demanda
Políticas acomodatícias: resposta a mudanças no lado
real
Dilema. Acomodação estimula alavancagem e bolha.
Recusa prejudica o crescimento
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Economia Aplicada 13
Perspectiva global. Juro de equilíbrio (curto prazo e
ativos seguros): oferta global de fundos, demanda
global por fundos, demanda relativa por ativos seguros
FMI. Enfoque global. Queda do desvio padrão dos juros
globais e aumento da integração financeira. Fatores
comuns
Desvios cíclicos de política monetária nos anos 80 e
começo dos 90. Após 2000: maior integração financeira
e aumento da poupança global (China). Saving glut
(Bernanke). Pós-crise: contração do investimento nos
avançados
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Juros Reais Globais (3 Meses e 10 Anos) em Queda desde os Anos 1980
Economia Aplicada 14
Nota: taxas médias ponderadas pelos PIBs; dados de expectativas têm origem em sondagens e modelos; juros curtos: amostra de 18 países; juros longos: amostra de 19 países. Fonte: WEO / FMI (abril/2014). Últimos dados: 2012
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Retração da Taxa de Investimento nos Países Avançados
Economia Aplicada 15
Nota: dados anuais. Fonte: WEO / FMI. Últimos dados: 2013
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Japão EUA Reino Unido
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Retração da Taxa de Investimento nos Países Avançados
Economia Aplicada 16
Nota: dados anuais. Fonte: WEO / FMI. Últimos dados: 2013
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Alemanha Itália
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Retração da Taxa de Investimento nos Países Avançados
Economia Aplicada 17
Nota: dados anuais. Fonte: WEO / FMI. Últimos dados: 2013
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FOMC. Revisão para Baixo do Crescimento de LP. Ideia de Oferta.
Economia Aplicada 18
Fonte: Fed. Últimos dados: setembro/2014
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máximo mínimo
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Economia Aplicada 19
FOMC. Revisão para Baixo do Juro Básico de LP
em %
Fonte: Fed. Últimos dados: setembro/2014
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jun-13 4,01 4,00
set-13 3,93 4,00
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Economia Aplicada 20
Juros de Mercado. Papéis Pós-Fixados. Taxas Reais.
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Nota: dados mensais = média dos dados diários. Últimos dados: setembro/2014 (= último dado disponível). Fonte: Fed St. Louis; Tesouro Nacional.
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Economia Aplicada 21
Juros de Mercado. Taxas Reais (Forward) de 5 Anos
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Nota: dados diários; taxa forward de 5 anos implícita nos contratos de juro real de 10 e 5 anos. Últimos dados: 17/09/14. Fonte: Bloomberg
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Economia Aplicada 22
Juros de Mercado. Taxas Reais (Forward) de 10 Anos
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Nota: dados diários; taxa forward de 5 anos implícita nos contratos de juro real de 20 e 10 anos. Últimos dados: 17/09/14. Fonte: Bloomberg
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Economia Aplicada 23
1) Too much borrowing, too much wealth, too easy
money. Sem overheating.
2) Queda dos juros globais. Poupança dos emergentes
3) Recuperação difícil. Juros de política no limite inferior.
4) Contração dos investimentos. Demanda (AD) ainda
contida.
5) Maior demanda por ativos seguros. E menor oferta
6) Fed: cresc. pot. e juros de equilíbrio mais baixos (LP).
7) Mercado: cerca de 6 anos depois da crise, juros reais
ainda são negativos. E juros forward (longos)
próximos de zero.
Fatos
![Page 25: FGV / IBRE - A América Latina e as Novas Condições Econômicas Mundiais (2)](https://reader035.vdocuments.site/reader035/viewer/2022062405/55715efed8b42aba698b4dc7/html5/thumbnails/25.jpg)
Economia Aplicada 24
1) Mudanças estruturais. Demanda menor. Juro de
equilíbrio em queda.
2) BCs “correndo atrás”. Compensação. Sem bolha,
crescimento teria sido anêmico.
3) Juro de equilíbrio negativo (antes ou depois da crise).
4) Hiato aberto apesar da queda generalizada do potencial.
5) Crescimento lento por longo tempo.
6) Juro de equilíbrio: negativo por longo tempo. E não
retornará ao “normal” tão cedo.
7) Mercado aceita tese da estagnação. E derruba juros
reais e taxas forward.
Suposições
![Page 26: FGV / IBRE - A América Latina e as Novas Condições Econômicas Mundiais (2)](https://reader035.vdocuments.site/reader035/viewer/2022062405/55715efed8b42aba698b4dc7/html5/thumbnails/26.jpg)
Economia Aplicada 25
1) Não é nada disso. Grande “viagem”.
2) Quadro atual: recessão provocada por crise financeira.
E recuperação mais lenta que a usual.
3) Esta seria a razão para juros de mercado negativos ou
próximos de zero. Mas faltaria explicar o caráter
peculiar do período anterior à crise.
4) Juro de equilíbrio caiu e talvez não retorne ao
“normal”. Se ficou negativo foi questão conjuntural, e
não estrutural. Tempo de ZLB ajudará a desempatar.
5) Juros longos respondem a fatores conjunturais.
Voltarão a subir diante de sinais mais fortes de
recuperação econômica. Não vai demorar.
Suposições Alternativas
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Economia Aplicada 26
Apresentação montada para "final feliz". AL teria mais
tempo. Com JN baixo, ou negativo, início da normalização
demoraria.
FOMC do dia 17. Duas contradições. A) Sinais institucionais
"dovish" e projeções (individuais) de juros para cima. B)
PIB para baixo e juros para cima. Duas tabelas.
Duas dissidências. Tradição do Fed.
Interpretação. "Núcleo" do Fed "comprado" na tese da
fraqueza da demanda. Talvez de potencial menor. Devagar
com o juro.
Possibilidades Concretas
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Economia Aplicada 27
Contradições e dissidências indicam pressão.
Preocupação: estabilidade financeira. Velho dilema:
estabilidade versus crescimento. Semelhança com
movimento para começar o "tapering".
Conclusão: risco de ação precoce. Haverá muito esforço
para sinalizar tranquilidade. E juro poderá não ir muito
longe. Mas efeitos sobre juros e câmbio na AL virão logo.
Mais cedo do que esperávamos.
Dólar mais forte. Efeito sobre preços de commodities.
Possibilidades Concretas
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Economia Aplicada 28
FOMC. Revisão das Projeções do PIB (Central Tendency)
em %
Fonte: Fed.
2015 2016
jun/14 3,0 - 3,2 2,5 - 3,0
set/14 2,6 - 3,0 2,6 - 2,9
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Economia Aplicada 29
FOMC. Revisão das Projeções do Juro Básico
em %
Fonte: Fed.
2015 2016 2017
média 1,20 2,53
mediana 1,13 2,50
2015 2016 2017
média 1,27 2,68 3,54
mediana 1,38 2,88 3,75
jun/14
set/14
![Page 31: FGV / IBRE - A América Latina e as Novas Condições Econômicas Mundiais (2)](https://reader035.vdocuments.site/reader035/viewer/2022062405/55715efed8b42aba698b4dc7/html5/thumbnails/31.jpg)
Dollar Index e Commodities
Economia Aplicada 30
índice
Nota: dados diários; 02/01/2005 = 100. CRB (Commodity Research Bureau); dollar index = Bloomberg dollar index. Fonte: Bloomberg. Últimos dados: 17/09/2014
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
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90
95
100
105
110
115
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05
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10
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11
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12
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jul-
13
jan
-14
jul-
14
dollar index
CRB total
índice
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Crescimento do PIB das Economias Avançadas e Média Histórica
Economia Aplicada 31
em %
Fonte e projeções: WEO / IMF
-4
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-1
0
1
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14
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15
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16
média (1980-2013) = 2,5%
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Crescimento do PIB das Economias Emergentes e Média Histórica
Economia Aplicada 32
em %
Fonte e projeções: WEO / IMF
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
19
80
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14
20
15
20
16
média (1980-2013) = 4,6%
![Page 34: FGV / IBRE - A América Latina e as Novas Condições Econômicas Mundiais (2)](https://reader035.vdocuments.site/reader035/viewer/2022062405/55715efed8b42aba698b4dc7/html5/thumbnails/34.jpg)