farpas 1883

102
J.INoa -,-,.p. dn Eo>proto LilLoraria Luso-Brazileiro- Edltor•

Upload: filipe-a-figueiredo

Post on 11-Jan-2016

56 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

Farpas de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão (1883)

TRANSCRIPT

Page 1: Farpas 1883

J.INoa -,-,.p. dn Eo>proto LilLoraria Luso-Brazileiro- Edltor•

~----~~~~~~5

Page 2: Farpas 1883

EÇA DE OUEIROZ RllULHO ORTIGIO

c&'"" ;ca. .rtt..., .. ~r 1•1 hJIITIU, M~ llll.\~ t 110> ~ltYts

Qll.\llT I ~KRIR

1883

LXSBO.A F.liPRtZA UTTEII,\1\IA l.l1S().UI\AZII.F.l11,\-I.UIT0RA

l·lO-nUA 1)0!11 GOI\flBSIROS:- 1.•

Page 3: Farpas 1883

Tlt0$1UPtlll Ol [•t~~Ut UtTtRIRJt LU$0·1fltlllt 1RA- (0rtOU uno oo Autrll, 6-u~ao~o

Page 4: Farpas 1883

Carta a sua alteza real o sere­níssimo principe snr D. Car­los regente em nome do rei

F!U MM.A.R.J:O

Rn4àO d't•!l ln onrltl - Jlrojncto de portida de sua ,,J. lc.•ln- l't·.,~ol.\s qm: o ocorup.anbnm c r.cssoa.s que dtwl~riluu tu:ornp:mllnl·o. Eloqtu.mte c uottn·c1 parallt·lo \ t imlllluiçüc., nociooaes e As Far· fiM-.\ !'d Ut'lU;:"iiO do priucipc. Como C11e!:i n nze­ram. Comi) ull~ 1'1 arflust•lbamot;-A instrucção dn ~"·' al1•·1:1 . o~ c.rnc;. f'!itndos. Os seus lin·o3. u .. r.t•U!O: 1111"•-lri•.,_ A< "lia! COU\·h·cneias. 0 ~U Uaeor d·• qdll- llll"r\'t'llt"áo do ~ua magestade a raiuba na d1n·•·~.,o iniPilt'Ciual de st~u augu~to Olho-O pnut·i~·, o IIOIIII'IU, o cidad.io.., o a1f.,.. ~. o m~trml~t•tro. o cQn .. ,.Jheiro d·~Lldo-A da~t m Cri,t· p._"\li,KOJ~tié.:t-A rt'nonç-io men· t.tl ,J, '\UI allA·t~- U•· como o pri.ncipe de\ Cria r•mr.~d,•r n't'''" mornrnto supremo (l'3r3 dar o qu•• •I+·\ i' M thronn, á famjlia, á SOCied:Jde e á 113lurwn - Sul'l rt lht1.A pOrém for~ o que fõr ser· \IdO,

Page 5: Farpas 1883

LISBOA, 25 OE IIAIO OE 1883

SeNnonl

E' liC inlcrrsse particular m:ls impnrtnn­ti!tsimu o assumplo c1uc or.l nos lraz pnr meio de carln aos p~s iott'rinnmcnh.• l"C..1t''

tlc vos!ln alteza. O§ ~8 <lo artigo I~~ do lilulo nn <Iii Carln

Constitucinnal da munnrchin garauh· n tocln o cidadiio o cHr~·ito dL• c•ornmuniL·ar pnr cscri­pto <..-om o l,O<Icr Exc('tllivo, t.• é d'c~~t· dir"'·i­lo qur hoje h1mnmo~ n libcl·dmlc de u~ar, M abrigu da lei, apron~ilnruJo p.arn tal fim u mu· men(o prcsenh•, cm CJlH' vosst\ nlte1.a i· u chdl• tcmporareo do •obredito l'udrr, comu N'gt•nll' do reino na nusenciil cm parll':o. dl' Ca.'tt~H.t uc seu auguMo pa(• Kl-1\ey nosso scnhur, que Deu~ guarde por longo' <' dilalad"' an­nos.

Senhor, hn obrn d<· II'!'S parn quatro mez•·· que o~ papeis publiC(l)• nos duram a bôn nu1<1 ue que vossa alteza iria em bre•·e roonplélar

Page 6: Farpas 1883

i)

o tinn·lnio da sua cductu;ão como principc, .. \"tHUu l'ieliull'ln c como ser Yerlebrado, cor­n•nch, algurn;'ls tcrra:s e partidas do mundo, .-orou o linado in(anle snr D. Pedro, que llcus crn sUl\ santa gloria haja.

l'or "''' dartn, 11u>.cram as folhas o dedo Mhn.• o~ IUH1H'~ de algumas ~oas, que ,~a­ganwnll• ~c sup1mnha 'irem a ser chamadas Jl.1Ml at·nrupnnhnr vossa alteza em :ma pcrc­grinn.;lio de l'~ludo pralico atravez dos ho­mrns c das coist\~ tln ch,il isn~·ão cnh·c gentes ~xtranha.s.

Segui uws ns intligiln~õC'S da imprensa àlillr­ra do I"''Sun l d'essn cmbai~ada pcclagogicn, t •orrinm· nus entre desdenhosos c galhofci­rus, 1.ni~ abrig,L,amos a convieção inde:stru ... cli•rl ele '1"'' o• redactores d'.Js FarpM rram os 1.\l\alht•iro~ naturalmente. indicados (K'Ia opmitu• t•ublica c pelo consenso gêral da •·l'lrl<' para a honrosa e ardua missão de qu~ H' lr\lla\n.

EITt'I'IÍ\anll'ntc, Senhor, rclanceando os 4111<.- no passado, e investigando, atrnvez

Page 7: Farpas 1883

6

ilo movimento polilico c do movimento in­lclleclual do scculo, 11uacs :os insliluiçõrs oaciooaes a cuja campaioba tenhamo, de tanger parn t•nconlrar os varws compro,·a­dtlmcnlc n1•tos pnrn se incumbirem no mo­mento presente do honroso encargo de P"'­ccplorcs de vossa allcza, o que é que 'c­mos t . . . Ou antes: O 11uc 6 I[Uc vossa al­tct...'l v~~ Porque, cm uussa acrysolada uw­dc.lia, olh 1•rercrimos perante e...a inlcrn>­gnçào rcmcllrr-nos o um silencio discreto, ponere custodiam. ori nostro, clor dois J~!t­

sos alraz_, cur,·os e ~ubmisso~, com os olho!\ no chão c os clnqu<'S dcbai \0 do bra~o, aguardando II'UIHIUillos o real vc,·ciliclum de 'ossa alleu.

Vossa olteza, hnvcndo por bem bai'\:(lr sua serem~~~ nHl ,,is~o sobre ns inslitui~·ücs

palrias, vé para um lado as dua' camar.t•, a Sociedade Gcogrnphica, n Unh·cr>idndc do Coimbra 'll o salo1n da senhora ll. ~laria Kruz; ,e para o lado ll(l(lOslo, á outra banda. ve vossa allc1.a ·•• P11rpas, quarenta a t·in-

Page 8: Farpas 1883

7

t•ocnln n•lumc.•!\ tlc uma prosa divina, a ~00 ri-i., n 'o lu me, que será a mais bclla, a mais pur-~ r n mais dur-~dour.~ gloria lillc­raria dn ~cculo do rclici~imo principc, nu­~u~to pae d~ vo!......,J. allc:t.a.

Os lillt·r.~tos 'indouros, chamados .a ii­lustrar pelo ln vor de suas pennas o rei­nn~c• dr ,-o~~n alteza, procurarão á porfia i111itar rsta obra sublime. l'orêm de balde. Porctm.~ oadt' ha uuti~ inimitavcl, pcl::t n.fT:t­bilichult• do lc·ato sobc'(!tudo, do que o critico no c•slnclto benigno de morto. Seremos pois os cla~sicos dn lingua, c)(IS outros, para esse tempo. Seremos os l'iriras e os O~rnardes do t·~·du do rcl Lulz, o \'Cnlurosissimo. As ar3.clcmin.., an.·hh·nrão, como preciosas relí­quias. a lanlt·rnn ,. o bordão nodoso com qm· atrdWs>amo> a vida espargindo sobre a terra a luz c as pisadura_<. \'ossa alteza, octo­t;t-narin, t:ornado de ct't.."~, porá os seus rr.acs ocuJn.., Jl.lrâ nu:-. ler RO!) ~cus netos, aos quacs lu:-. .... t itlh•J.•l tlirú, batendo com os nós dos de .. dn~ s.1hrc a nns~a obr~ an\are11ccida e veoe­mndn:

Page 9: Farpas 1883

8

-0 velho rei Cario" foi l:in lw>m •• tãn l•ra­scnteim rei como n prlru·ipc ~l'U prng~·nitnr, mas ralla.rnm-the Cu reio~ c- Li' io!\ d\• .. ta laia para o immorlalisarern no clernn juhilo da:; gentes!

ll 1·ossa alteza soluçaril dr saudo,;n mn­HOll sob•·c as cabeças infantis da sua prole. c:onHilh•rnntlo-~e um mona1·cha desd itoso por CJ11U ou \'llsln perspectiva do seu •·ciuntl11 lhe faltou a projecção gmmlco>t• tl'cstn otm• ca­thedralesca.

Qul•ira ,·o~sa alteza ir st•mprc S(•;,:uintlo. por partes.

Qut• (• CJUC as duas camoras tio parlamento tcc•m hotado durante o dccui'I<O 1los ultimos 11uin~e annos cm bcn~>ficio ''" cduração de vosl!3 nltcza ou da í>~luca~no d'algucm que seja n'cstc mundo1

Nada, sereníssimo senhor! pela palavra nadai

llndc ter constado por ccrlo a I'Ossa alteza o que elles ainda ultimamente fizeram com um projecto de lei sobre a iostrucç~o St'CUO-

Page 10: Farpas 1883

tlari;t, u 'lnnl Thomaz Ribcinl, csl'IC bem­qu, .. t,. 'ntr~ ministro de \'o~.:.n nHer .... '\ c por-13..,.1laúd~· do sua corte, arrancou n rerro"" das entranhas dn musa para o mandar para a IIH'"·' l'HIIlu uma cspccic de t:;t~nwa admi­ni•trali"' 1l11 fltljlliilW tio 111/tl.

Comu Vfll\Sn altt."za não Cl'll a (\~se tempo n-•g&•nlt• solwrnno do reint), c st• ncluwo aindn onlào sob o dominio da auctoridarll' pat~rnn, noin ... alwmo~ ~c lhe teriam IU'rmittidu a lci­lur.t &l't·s~r dcbatC' •..

fui um:t ,·oisa enorme. n·~I)Cit3' cl ~cnhor! lm •1m•rin que lhe abolis!"'m o latim,

lin~,,a murln e má lingoa. s.cvandijada de \Nhm. c\quisitos, como .tum-f.~t-{ui c outros 'II~~' hws; c cm subsliluiç:io pt•din tfiltripliua JtNyc/wln!Jif'll, tluc c 1-a para OK l'n1Hl7.<'S tica­n·m ht.•m no rncto da nlmn humnnu. I~ vol­tamlu-sc para a meza, o or:ltlor lwnttvu:

l·!u l'Ú. snr pre:;idcntc, nüu me im11.nrta l'OIH Tilu t.i\·io, nem 1nc importa com nin­gut·m u·c~ll' mundo . .Uma c m3is alma para cima dn nlumno, que é do que u~ rapazes pm·i>:~nl 1>arn ir para leis 1

Page 11: Farpas 1883

lO

Outro IJIIUI'ia rcligiiío, pOr<tuó sem rt•li­gifio o que é o homem? O homt•m sem re­ligião é, eont licen('~, um bruln. E eil<l\a Rcnao •1uc fóra visinho d'cllc cm l'ari• c <lUC nrw cru bruto. Pt"'<(u~! Porque linha temor de Dcus,- dc noite, ás escondidas, cm casa. O orador soube-o pela porteira do p•·ctlio.

Rou,•e um deputado <1uc insistiu cm que •c an,,,(assc o publico IIth lyccu,, porque mui­la canalha junta não nlu·cnde nndtt. Um me­nino até duis é o clnuo para os mestres lo­dos se eonl"cnlrarcm c fazerem uma cdul·a­ção capaz.

Houve rnAi!-0 um (JUC pediu institutos dl'

in>lructão secundaria para a mulher, fll'la rasúo de ()ut~, segundo cllet se torna\'a mi,;­tor que a 11111 1 her, 1f ue 6 j<l " tosa, Jout tambt m o ptr{um~. Tc\luall

E hou\C ainda um outro que, abunoland~> nn> ideias do prcccdcnlc, exclamou cniH­ncciclo, com os olhos cm alvo: E' ~·ndistltll· Jattl, snr prt.$idtnl~, qu.e os dois srzo1, o masc"lino e o (tminin.o, camiulttm na un-

Page 12: Farpas 1883

da do futuro an lll<lll 11nt do oucro, de mãos Jad!"· Egut~lnwnlc lc,luall

F.mfim, "" <·nbo de vinte dias de diseus­~~,, a 4tr .. · .. ·nria nbrigou a agarrar no projcclo J><•l•s ordha< ~ a lc,al-<> de rastos para a camar,1. du:-. p..1n•:-.: nH\::t como esta camara o nãn tltail. pnr t•oh.a nenhuma do mundo, o ministro dn~ 1-'lort.'t d'alma, e do Reino, lc­You-n JHlrí\ c~!la no louvavcl intuito de o pilr cm ''crso. I\ consltt agora que o vão apro\'cilac· sob a forma de magica no tbca­trH do O. ,\lal'in.

l.ngc1 dc•tlUis cln instruCÇão publica não ,·iu \'m:sn allt•1..a como cllcs pegaram n'uma quroiJo d'arlc11. . . '

Lembra se• um do fallar no leilão do di­plmnal:t Ztta Bl•rmudcz, o (1ual reunia ás qualid.~tll•s dn mais C'-Ccllentc homem uma pt<(Ucn:c c••llecçJo d'arte com qowrro pott.s ,,, .. .,(0$,

ln ou\ ir filllar pi'la primeira ,.ez durante lu,l.l a !'>Un lont:ta carreira parlamentar em qualrn J"'t" t•tru•oos, a camara c o gover­no l'mb\aslmcaram por um momento, mas

Page 13: Farpas 1883

· ~ l't·~·nhimfo immcdialtnm•nte cm si com ma­rtwilhosa )lrt·~t·nça de tspirilu, t.•amarn l' w..­\'t'rno menl\lram a!\ ''3bc\-a~ f;uniliarnwnh. cumo se t•ael:t um tio~ lcgisla1lu~ n;1u li­VO$SC rciln dr.sdc mniln PCCJlli'IIO nutra l'oi~ senão jogar a purara l'Ont JH..Ih'!<; d't·ssc .. .

llonvc um nsscnllnwnlo g,·ral na a ... ~t·m-hlcia, C OS 1-(t,.SlOS O :IS VOZ('~ C\JlrÍmit•lm C<Jill unanimid"dc:

- Oh! sim! ... o' polcs clrtN'os •.. ...,.. nhcc:cmos p~~~·rci I issi•nu1ncntcl

- 0 1.niz, sor prt.•si~cnlc, nilu podt• L'''"'"' scnlir que Jln."Ciosi,lail{'s de hio inc!'timah .. l ':tio r arti:;.th·o sai11m do reino para ir t.•nri­IJUCCC:r 0~ IUU~iCUS (.'' ll•angciros! •..

- .\JJpuiudo ~ :tppoi.tdo l-U(linuu o '"r Jlrcsidenlc dn con~L"IIwJ con' il'lQ c ~ubita· mente Hlumilutúo JU,Ju pro\'idcnl'in comu 11111 ••idrnle da Rlruria em J>Oics.

K :1 camara cm (lC!'O, pc1r tmiH~ os 'otos menos um, votou um crcdiln supplcmcnlar de ;; contos de réis. l'ara qu~. srnhort J>ara Jlrotcgcr a arte naciuual, que nem tem t'S­

,:ulns, nem mestres_, nem tli~ipulos. nt'tll

Page 14: Farpas 1883

13

modelos, nem lhros, ocm (•oisa nenhuma, ali·m do sn1', <'onde de ,\lmctlina, e a <llllll a t".aru,tr-<t, nn (•nho de \'Ínlc annos de CSCJUC­

rimf'nlo ou de desdcm, ~c lembra de palro­rinar atinai com :; c,:onto~ C\ lraordioarios I CIDl'U cunlu~ por qunlro cntus rciissirnos,. rnt•u rico :wuhnr!. .. por fJUOi ro potes, que un~ cli1.cm 'JIIt' fur:1m fdtoh l'm Pompeia, o oulrus tJlW foram feitos rHa~ Caldas antes da \:iuda de t;hra~tl), c qur, em lodo o t\lW,

atiRlitlioc.lo-M' mc~mo que houH~s~em l:ii1lo fl'Ho~ ha muitn mais tempo c muilissimo mai,.. Jons~·. só s«.'ria.ul de algunltl utilidl.\dc 10!\ artisl.ts. ~t' lh'os d~scm c.·hcios tlc com­pota tlc marnu.·1o ou tle c4ln"'cr,·a de pimen .. tos com cl'nuur~ts!

Tal é a t\UI\iara, ó scrcnissin1o priru.:i()C I

t: a t~ro~raphic.a pode \'Os~a alteza crer qll<' i: outra 'I"C tal. A subiB corporarão d.t rua do ,\ll'critn não pass.~ de um parlamento rorn<J u de S. Ucnlo, com '' dilrcrcnça de que, em HZ d<• ~,. ,. declivo, é de a~signalUI·a, a aD<'<J lusli>cs por mcz. r n 'cllc n rhctori<'a

Page 15: Farpas 1883

é consullhn em vez de ser deliberante. E' a camara ou a nntc--camnrn dos aprcndize~ a deputados c a ministro~; ó o vitcllo mamão dequea rcprcscntução naciunal ~o boi gordo.

Na prirncirn <Jirinl.a feira de dc.'l>acho di­gne-se vossa nllc1.a ordenar que o l rinchanle mór da real rasa lhe raspe bem rasp.1do um dos seus minbtros c lb'o ttir\·n ~cm cas~a: ahi está o gcogr·apho.

EncastJUc .. se o geoga-apho: cisubi o lllini~ .. Iro.

Sobre a l1ni>·ersidade corramos o veu d> pudicicia. O mesmo governu, considl!randt.l reccntem~ntc n inOucncia dc~lurubranlc •Jm~ esse luminoso foco do sn~cr· cxur·citt sobro a imagina("'" d11 mocidade, dclilwrou ~m pro­dencia applicar-lhe um apaH11dor. A re<lll'itu de cu:'lino-disse em portaria o ~nr minblro do reino ao reitor d'aqucllc in,fitulo de in­s trucção-o mclhDr é 1•0r-lhc ponto. E as­sim se fez, com rcgosijo e 81>t>lauso geral do• dou los.

Page 16: Farpas 1883

Rt'sln-nol-' o drau~tina-room da senhora D. ~lnria 1-ruz.

Jt,tc centro inlellcclunl está indubitnvcl­mrnle acima de lodos os outros c exerceu na t!'ducac:à•' ruwionnl uma influencia doce e brne6<·d. E' <WIO <tue durante muitos an­"'" foi lk'la escada lnpclada da ..lbbaie a•u Bois ttresidida por essa dama, e nao pelos degraus sordidos da sociedade gcograpbic.,, que os lillcr.llos, com algum stylo c pcra, iam a dt.•pulntluf; c inm :l ministros.

A csln inlcrvcnçM senhoril, que por al­gum tl'mJHl deu lÍ 1mlilica porluguc.z(t uma l•·•c ahnosplwr.• dr dclieade1.a c de gra1·a, um fugltivn odorr di (trmni11lt1 se deve h

acc·ordn quo !"4' fez cm alguns caracteres en­tre a avid<'L <ln• ambi~ões e o respeito pelas ~·o\ a' ~l·uuhn~.

llc n•,ln ha llitra lodos os cffeilos uma diiTcn•n('a .:on~idt•ra,·cl cmlrc o entrar na 'Tidn d:tn•lo u hrJço a uma scnhorat e o entrar levndu <'lll •·harola 11clo sor l'equilo c pelo 1mr l.u,•iluw Cortlt•iro.

A senhora O. Maria Kruz abdicou porem •

Page 17: Farpas 1883

16

hn 1nuito lolll (lO da i n(l UCO<'Ía tln sua ttmn­bilidade JWrantc o prl'sli~io tmlitieo tl'n!'C!\

dois ge&oraphos fura-' it.lns. c conll'ula- ...... hojL· cm nmwcccr i1 ~un anlig,, c.·ôrlc n ami­sndc. a coln'l'I"Sa\·ii,, c n chá dll!' suas qum­lns-fciras.

'fuda ('!'<sn gente. no lim de contas, !:W h·m im()Orladn lauto t't~m vossn ultt!U r••mo com minha ~nó lnrla. Ao (M~so quf .1.1 i'(trpas dc~du o priutciro dia du sua l'\ l l:'i­

lcncia ai é hoje j:ím nis desFolaram os nlh"-' dcs,·eladu~ c rc:o;pcilo!'DS elos intcrc~"l'"" da real fnmil.iu, cm {.;L'I'al1 c uuaito cm l':-iltcdal dos de '"~$3 alteza sereníssima.

Erd '"OsSlt allez.1 um bab), ria allur.t de

umn bcngali.t., qmuulu seus illu!'lrc~ fM•·"· vilulcnle il1mlidos Jlnr intliguus CCIO!'it'lhcí­ro~~ app3n.Tiam cou1 \'OSSU alkza nos .. ilio .. publicos apresentando-o ao~ po\"oS cm lraJt" tlc maw1ru, já tlc l',(U'Oncl d~ conu~clill, j;a de labcliao de cnlrt•mcz.

De um;a 'cz tc,·aram--o {h \'••rrida." di' t·a­vt~llos vestido de runccionari<li"'blito: •·aka

Page 18: Farpas 1883

l i

ate 11bui,o, "JIOiainadu cm cimn dos botins 3J•iurrados, j:oquclão, oollarinho alto, chnpcu relfunclo, grilhão de ouro no rclogio c luva brum·a. YoS!'O nliC7.a (IOder~ fazer umn itlcia da ligura qu~ esta' a dignando-se de olhar por urn bincwulo ás avessas para o prior da Lapa. Era a<1uillo cm louro, sem a coo·t\a c sem o annd liturgico .

. I., F'a•·pn> prolcslno·am com energia, cla­nuuuln cm ;tylo velwmcntc <lUC vossn alte­Ll liuiJ.t dirt.·Hus inilludh•eis a não ser tQn­funditlo 1wr meio dt)s ndantlo!<- (U'tifit'io~ do al~ib;,bc da l'órlc com um Jllulrc pC<tucno. Qu< 1 o..sa altt•za era n hcnlciro presumJ>livo de um SCCJ>lro; nunca o de um cachucho de prt•t;udorl Qm• ruais uobrc do <(UC essa vcsl i­mt·nla seria a pura nudez cm1l a de,·cncia •P'""" garaulidn pela antiga r..tha de vinha ou I"'" um ,;mples phylo,m·n .

. t' f"arpll$ aconsl'lhamm <lUC \'Cslh-~cm

\o~~ :.tlt\!1.111'\l'nsnlnmrnte, de nnnclla, nn•ias de lú, kuich<·rhokar, blusa, collul'inho chato, t M'm luva~.

llujc~ <JUC \Qs.sa alh·za é um homem, tlci­t

Page 19: Farpas 1883

18

xamo!; ao seu juizo 01muncipado o deuiilir qm·m linha razão: se o< aulicos ~ooselhci­ros da guarda-ruupa de vossa allcza. se n<is, srus criticos.

~tais tarde quando vo'"' ali~'·' IM!n~lruu nos dorninios da inslrul'ç;'io sccun,laria, ,. qtu• de Coimbru foi ch nlllado pu•· cartas rt'·

gins o mestn.• de hebraico J~u1uim .\ln·~

Sousa para o lim de "' ler a """'' all•·z• l.ogica e Rhcloricn, As Farp<11 apodera­mm-se solicitas c H·lnzcs d'cssl' sapit•nlt• caturra, c pro\'aram p,r meio clu &fJ.)'Umcn· los irrespondivcis que era ahu•ar da sub­uliSSI1o de um jovcn princi JW • innoccnle e ingenuo, o põr <ldronle ol'cllc, "'" o prclc\IO de o instruir, esse agoinmto nló­chu, pilhado na lohregn cscurid~o olu mola­ph)~icn univt•rsitaria, c po~to na \juda, rom a borla doutoral a um lado c n comedouro do l'aJJé ao outro, n ,., plica•· ns rcgn1s du cnthimcma, do epichcrcma tJ do sorite.'\, e bem assim o t'mprcgo da syned~hc, da an­lunomasia e do cnlaC"hrese.

Page 20: Farpas 1883

19

\p~,~..-.ar de Iodas as nossas ohjecÇOc$, C$-SC

nd.t~lu humani!'la amargurou o~ dia~ pre­\'Ín'ltl' eh• 'ossa allcz.a, procurnn•lo c.·:wilo~a­mo•nlo• (azer-lhe acreditar lfUC 0 cpichcrcma cr,, ll\o iudiSJlCnsavel ao homem como o pro­l•rin flàu.

Su linhamos rasao ou niio sabe-o hoje muiln bem vossa alteza, <1uc é hcHIICIH ha uns poucos d'anoos sem ler precisado nun­r.:~ até hoje nem do epichercma nrrn do sori­~~ ... nem dl' coisa alguma d'aqucllns rorn t1ue (M>r t.mtn tempo o cslopou, ~cm provcilo para ningucm, esse scmsaborão trcmcbuo-clu. st.'U rncslre. ~

Qunnrlo foi da nomeação do sn r Cdnsc­lhl'iro \'ialu, do snr Mat·tcns Fc•·rií.o, ilO $flr Santa-Monica, As Parpas in tervieram de no•·n, constatando que a cducnt~o de vossa alkm nüo era precisamente a piscina t.la (•udil'3 ·Susana, para assim a nKfearcm cm grupo DI) thologic'O de todos os ''elhos bar­baç:~• 3J>Oseotados da magistratura e da aca­demia.

Page 21: Farpas 1883

Os rcsu llados co•~Urm:u·nn• <1unn1o por CSM occ.'"ião prcdi•scmos. o .. pedagogos de vossa allcza educaram-o dcnlro da 'irlude mas fóra dn nntu rezo., fazendo de vosso ul­lcw uma CSJ>ecic de rosi~re de N:tnlcr~-e, cuja vid.t ti\·esse por fim scn•ir de as.sum­plo a um romance co•-oado prlas sociedades sabias c dc•lioado u ~onferi•·-sc cm Jll'cmio d~ 30iOlaÇàO is engnmmacJCiras \ririUO!'a~.

Conbecc vossa allczu a Etlucarão 41~ wn l"'incipe, do !>dmond Aboul t 1\ccommcnda­mos-IIJe <'Onl emp~uho a leitura d'cssn ubra li\o imporlanle aos J>rincipcs como o l"'"pri•> lino de ~lnchiavcl.

Em liç:lo digna das uossn~ mais gra,·cs mcdila~'Úc-s, About rnoslm-nos a tragil'a ~i­Junção du J>rincipc Pnulo no primeiro dia do seu noivado.

E' alia noile. Findaram "' feslas du h)- ~ mcncu cm palacio. O monnr~ha agrndcccu n'um bem clnbor<ulu spcech ns mlluifc•la­~:Ocs gemes do regosijo da córle 1••• orct"iüo do feliz consorcio do priocipc herdeiro, ap­pl~udindo inwndicionalmcnlc as dan~•• c

Page 22: Farpas 1883

a• cantatas, e cpcrhantlo-sc apcnns de pou­l'd pimenta nos molhos mcdiocrtmcnte in­crlllliarios do rcnl bnnquct<•. o~ musicos, dt•~;.rnl'.l\nudndnA tiS ll~ulas, m<'l liclo o rabe­t'!ao na caixa, c c·onfi:,dos o~ limbnles ao DIIN,'O da real ~•pclla, ha,·iam-sc retirado a ~t·u~ tugurius. Os aulicos resona,·am ene:oo­t•hatlos nos entres dn regia monsilu. ~o com­nmndantc dtl cHmJ>:.mhia elos vivn~. incum­~ido, mediante '' c•sporluln de i):200 c jan­l:lr, tle razer de Pn\'o nos dias dL• w•la, ha­\i.l lrnnina1ln O!" -.eus trabalho~; n n'i, com ,, .. natural nfTohilirladc, ha• ia-llw dilo com­rno,·ido, bnlend•>-lhc no homhro c mclcndo­llcll na mà<> os 3:200: Qb,.igtulo, lllfll JIO•u I t• t.'lle, com o "n~.cirão rcstnurr~do pnr cluas gl'llladas, parlirn •\ Jlrcssa para ir h•vantar os lÍ\a.' â Jt<'public.a n'uróa manift•slaçJo de l'rolincia p.'lra que C!\lava cscripturndo.

Tudo pois era ~ilcncio c lrCY:JS no rrgio nlt.·açnr, qunndo o monnrcha se rrgucu, de •·hnrnbrc c chinela~. no louv:cvd intuito de ""lmirccer dos duros euc.ugns da publica ~·•·crnação espreitando uni ucomcnlo pela

Page 23: Farpas 1883

22

fechadura da põrla da camnrn nupcial do príncipe Paulo e da princcza \lotr~.orida. N'i~to, ao atra.\'ê..Cõ.Sclr na e.~curiclolo u ~.alào d,• baile, mudo, apagado e dc>crto, e;otrapuzl Brn o rei que ia de cor{)a para baixo r de chichelos ao ar por cima de um {<~ultil. eu­carnbulhndo n'um homem <(Uê durmi;l scn­lndo nli ns~im . Go·ilos tlc roav:loo dn mnnnr­chn nlcr~·adu, c corle1.ãos <'111 cc~roul:•s IJUC

chrgnm com luzes. Dcscohrc-'c •rue o rei eahira por cima do príncipe real, qut• c>la,·a ooi\"audo sosinho n'uma cadeira t·om o cha­pou de bicos na cabeça, abr;l~ddo a é>pada dos "-'ÍS >eus avós.

- Que faz I'OCC fi<jlli, seu OS(Ujlido t -lhe perguntou o monarchn com voz a<'l'1l.

- Eu nano- respondeu o prlncitiC sorri­ciente u doce.- Conw n Jlrincww Mnrgnritla me c.lissc que ia nanar porn u sua L'âmnrn o como eu agora nãn tenho cnmno·a para nanar, vim nnnar para esta cadeira.

-Chamem os me.>tl'<)s de onn altc7.,1-bradou o rei iracundo, com um gallo na t.,.ta c com os braços cruzados no peito.

Page 24: Farpas 1883

Um momento depois, como os tret peda­gogos compar~esscm á real prcsl'O\'il, enro­lados ii pressa nas togas do pnofc""rado, de barretes de dormir, com as c~unpelcnlcs pen­nns dr pato aparadas da ''espera c mcllidas nlraz das orelhas, o rei disse-lhes:

-Esse jumento que ahi <'olA, (c esten­dendo o seu tlctlo magninw, c:om um lurgo f>Chlil nnttgo indicava. o pri«H'ipc·, n·slido de gt•ncrnl, de esporas c challi'U armado, que boccja,·a encostado ao sabre de seus ante­p:l"ados) esse real jumento ignora complc­lamcnle os deveres mais rudiutcntarc ... de um )Jtlncipc para com a sua princC7..t'l. E t\ para islu 11ue cu lenho tido aqui á engorda du­rante <1uinzc annos lrrs burros de I rcs mes­tres!. . . Ora mui lo bem: \'Ou deixar-vos n só< po•· espaço de cinC<> oninutos com tão repul!lh'O idiola. Se ao cabo de cinco mi nu­nulos, contados ))CIO rclogio, cllc não esti­V<'r nn facto d'aquillo •tue toclo o homem de barba.' na cara de,·e saber p•n• nãu \'ir para a.c1ui n estas horas nanar n'mna t.~dc:ira, dccapilo-,os a lodos trez esta noite como

Page 25: Farpas 1883

'H

11uem der•apila pelo cnlrudo Ires peru' gnr­dos r• rmhurrachado~!

Uma- "<'7. a sós com o real ahtmtu), ux Ires pedagogos r<thir:un cru dcsrcilo 1rrntoln nos brar<ts uns dos oulro,, porque nenhum d'elles sabia nem sr lrmhr:wa de haver já­mais lido nos auclores roi~n alguma 1't•lali\·a aos der;erf's mais rw{imtntares dos Jlrint~i­

pr.s para rom suas printt::a.~. Quando ''ossa al!ez.1 <r dignar de pas-ar

um cxamt~ wbre C.'-l:t matcria. aos !'CU~ Jlt'"" dagogos, pedimos, senhor, r ousamo~ t·~pt• .. rar d1t vo~!itl ctcm~ncin, que n pena ultima lhes seja rctrnmuladn.

Piedade, principe, piedade!

Quer vossa altc7 .. n mnis pro,·as da fll•sin­lercssado solir•iludc com que ,(a ParptM lco•ru sempre ''rindo com diurno c noclul'lln olho sobre n prcsligio de tudn quanto mais di· reetam~ntc se relaciom1 com a sua pc~soa, com a sua ramilia, cum n sua COrte! ...

Comlltt lsc vossa altc?.O essa collcr·riln im· ruarcescivel c a cadn momento enconlrarn

Page 26: Farpas 1883

n'rlla os con~rlhos mais amign,cis e maos jnl'llos, sohrt~ ns maneiras, solu·c a toiltttt, ~"bre n lingungt•m, sobre a cliqucla do paln­t•i••: acerca do~ tiÍ!;('Ursos da t'Hróa, dos uni­f.,rmes. das hbres. dos r~,·all<.-, tias car­rmts,t·n~, dos lJ;_tiles, dos janlan•s, das via­gens, dns ~·nç(ul"s, rins rccilns do gala, tlns n•\·istas mililnt••\~, t•lc.

Quem foi quu mais ard~nlcnwnle pugnou 1••ra qu~ não 1'1'1"\SSC a \'O>.<a nllrza e a ~ru au~uslo irmàn a alcunha pirga~ dos cabtras lotaua e dos louras creançM, que lhes pu­lt~ram os nolh.·in l'islas t

Quem mah. do que nós '\C esforçou em ohslar que sua magesladc a rainha c-ahi~~~, l'-llh a anlonnnH•'ün de anjo tia ra ridadt.~ nos lugarc.s comnHIHN c.la rhCl()riNt sordida de ltrotissão r do fogo preso, dt• bambolim de nmrla e de pt•Í\r frilo! ...

ISã<l faremos a vossa aiiC7.1 o injuria dt• n suppõr a"a' dc>líluido de bom goslo para nUo compn•hcndc•1· quanlo ~• JWioricdadc, lc­\·tula até esse ponto de: im~onUncncia, me­lindra e crnurchcce aquclla delicada c fonn

Page 27: Farpas 1883

:G Oór do recato, que é a mai' IH'IIa joia da' printe7.4\S <lUC bebem silenl'in~•\mentl! e h~.-'­roicamentc u vida na oiJ:-~eu ritladc in,·iula­vcl, como u imperall·i>. •ln Allcmanhn, pur exen.plo, ou n imperatriz do llrnzit.

Por todos estes títulos jul~a•amos nó> t•r a ccr·tcza de ~cr os indl\ i1luus chamado"' a .acomp3nhar vossa alteza nn ~un \·ingem ele ioslrucçlio.

Quuudo ullimamcntc lemos uns gn1..ctns os nomes dos snrs Antonio \ug:u~lo d' AguiJr '-' )Jartens Fcrr;lo. cm vez do' nn>.'\llS, aqu•-11<· que cscrc•·c cst~ I inh"" h•lfgraphou a E., .. de Queiroz nos seguintes termo~:

Eçll dt Qnciro::-l."m'tnct's 1/otel-Cin­tra. Diga sr. ruebtm 1'ti connilt ir e.rtran­geiro J>rinri},t.S. e $e rae.

E recebemos a reguiniL· n. .. spo~la: Ramalho Ortigão- Ct~,ann.<- Luboa.

So ruebi .tlbti'IO Rrng11 rouritt ir Coltartt burros, e 1t<i() 'OQit.

H~lvicis-nos pois lançado n umbos ao ol­tracismo . .. )Jaldi~ão e prud<·m·ial

Page 28: Farpas 1883

o­_, O prcdaro majnr Quillinan, que tão ga­

lhardamente defendeu ha pouco n hunra na­rionul public~mt .. no ,1/oru iug-f'o.vt ""'"bisca cnnlra o actesl:ll•cl llriglh, annuncin ngtlt'U e far. puhlico qtu•, 'is lo o gol'crno de sua ma-8<''1-tdo 6dclli,.,;imn n~u ha <c r prcslatlu a roo­.. .r.-~Jção de••ida ao feito alludidu, clk, ma­jor Quiltina.n, nrlu mais voln~rn n so<.·corrcr-­""' nns mulc,lias de Brigth. Urigth tem d'uru tn•aolc o ricu tl1' gente ãs Ol'(.icns. 1'rl­l"'úir sobre cllc a carJricho, <tuc 11 rnajor Qulllinao da licrnçal \ ~m3.1'3 dn' t·ununus p<•lc tle>de hoje beber-nos o Mn~uc á •·oo­ludc, que o bebe pur conta do lavrador.

1\l·gula-tc ruu·n ahi, ó víbora scdcntal Nós porém, scnhol', - como ~e diz oa

t.nc I)arisiennc•- mio somos tsst major. lamos pois clnr n ,·ossa alh~zn n'C$Ic tno­

nu·ntu dcdsh 11 c solcmne os dcrr.uleiros con~clhos qt1c a nossa dcdica('ào n \'o~sa nl­t.-zn nos inspira, para que a todo o tempo se rulo diga ' I"" um mcstruinho tlcsrJcito nos reduziu n'csla suprt.•ma conlingcncin u um silt.'lldo c.rimino~, !'arocoleando-nos C)'llica-

Page 29: Farpas 1883

mente no vil mutismo, romo dois pt' i'r~t l'Crmclhos dl'nlro ele• uma r~domn c·lwia d'ngua, emquanto \O:o.s..'\ altr1.a t•arninh.l pa­ra o ahysmn1 lcnulo no C'<:lrnngriro, ~·umo <turm lcl'a uma rctorl:~, pelo cu•rando rhimi­co ~nr .\ntonio Augw.to d' \guiar.

Pomos 'tilmentc pr4'1rridos é certo- por CSMC CU\'alheil·o ..• U 111 chimico, ~wnhorl um pcrrurnisla dcs.."tprO\'C"ilttdo! um haldrotllll'iro ele drogas! 11111 troquil hn M lictnicln' clclaborn­torio, oojnso• c pc~'"''"'ntosl ,\ lrm d'issn, um gordo des<·Hmmuna l., um gordo invC"ro~imill um d'cstc~ gordos que não 1),1~>--am ~' nl­fnndcgas ~rtn que a~ apalpadt•irn~ venham<" lhe ponham o visto r um gordo CJUC ''nC ahu· .. mar a Eurol'3~ e qtu:~ ''ossa alteza. em ju,ta sali~ração tln curio:-oid:ulc dos po' os. s•· h.1 rir \'Cr rur~(ulo n U\ hihi r 11 ltVirii'Z tltJ J)Ubli<'O h3 feira de Snint-Clonél HH na rt'ira nu llflifl d'tpius, a dois sou• I~" ,'3~·'· Elle, dualtn d,~ um cstraclo, dint ú Françn :- .lft.v.v;tllr~l

jr suis jf.lllll' {il/4, jr suis III• ,) llnr.<ti/11, j'ni ~tis< an.t, i• ~" 150 kilm, ta": moo

cnollet, S. r. I' I

Page 30: Farpas 1883

E """a ullc7.a, de casaca e gravata bran­ca, 1''''-'.uulu v Olhu ao pol'o, com mnlicin, t('râ tlt• at·rc.·~r('nlar :

llu'y 11 pM dt cotoll là dtdarl41 rnr.r­~;,.,,,\ I

Elh.• dl'mnit- n nmis usa uma Juneta for­r:uln dt• t~mlchu . ..

E ~ c si\' htJJllCIII <i uc ' 'llC se•· o rcnl ol hci­ru de "'"" nllczn alravez do t(UC hu ((UC \l•r JICJr l'ssc mundo!

l' 111 ull•··iro, de galochas de borml'11a na \1~13!

l' 111 olhciro que ,.ac para ,·er tudo e que a ,.j lllt'!OIHO :.c não ,~iu nunca scnilo ut~ mc­l:ult• dü H'ntrt, 1wrquc tla outra metade nté us, pt'·s t'rirH"iJiia para o seu ra.i(, vhmnl n hc­nlis(rhcrio do gl'andc indcci rr·awl' do eterno iUL'OHIIU~Ci \'t' l l

Qut•, (H.•1u nossa pnrte, tome. vo~sa :dh~za

1111ta cttu· nito pretendemo~ scn~urnr nin­guem ~ L m;~ vez que os paes de 'ossa alte­za dt•t•itlirdm ttuc C$Se caYalbeiro nus dc,•ia ~ub-.lituir 11ara o acun\tlanhar, nós não te­mo!> que t.lizcr senão que vac muilo bem

Page 31: Farpas 1883

30 ncompanhndo. Vau lindo! Não haja duvida nenhuma 11ue ''ac pcrfcilo!

E tO(Ia\'ia é po:-.~i\·ct t)lH' u ,·cní"ról\t"l snbio venha n nhnl'lnr um IHmco do ulgt'­brhmto h."'chnico da scicnl'Íll que 1nu ,.:h,.. riosamcnlt.• professa t• ()UC', qu301lo 'o~:o-.t ali,.... 1.a o consulte ~obre o nurw du sua ,~,·i., no ctlfé Anglnis ou sobre o go''<'l'no do st•u rof1 na ..\ ,·~nm• drs Patins, cllt• HH• rrspontloa t.r1a fórmula ~0-r~SO'. ou 1\0,~so•, a •rnal foir­mulu n:to ó prcc;isnmcntc a dn t•h•gancia mais gnrantid:t, I)O~Lu fJUC 5Cja, :.t•rn •tuc~l!in al­guma, a elo bissulfalo de vola"a.

Antes de cntnu•nos agorn nn ordt•m dos ron~clho~ CJUC o nu:-. .. o mister fft" t•ritiru"' nns impõe o tlc\'Ct sagrnclo de minis-trar a ,, ... !'a

nltc?A'l., con~idcrcmCJos JlOI' um momento n c·~­tado prc .. cnte da rclm·;.u;ãu qur ,·os~a. :elh·za n•e concluir na sun (,rox.imn \·iagt'U1-

Um jornal insuspeito, o rnmmrrtiO Jt l'orlugal, rt•sumc o programma d'essa t-du­cação no '«'guinle •1undro:

.. conhece o p>·ilac;ipe o latim, franc<:, ••-

Page 32: Farpas 1883

31

ylt:. italiano, """'"io, he.tptmhol, e estuda o yrtgo. Fa• com "u•ito aprooúlamento o curwo de hunwn itladtS; te>ulo 11M principal­'""•" a!argntlo o.w: t-ttwlm ~obrt a historia urur,r."al r pttlrill. E.:~tuda um cuno rrgf, .. lur rf,. sci,.nr.itl.v uultl.rat.s e matltematic(JI, ~,·cu sciem:ú1s ~ociaes, que 110de-se di.:e1· t'OJI'HitUtUI a SCICNCIA DO CtWimNO par·a 1Ul1

prutrtpe, o curso dt di.ripli111u ><guido por 11m ulu:u ttua ,'fido o :stguintt, que indica­mo" mnis tll':ttlu'nlcidamenle por encender­tnrM I}Ut muitu iute1'essa sabet-se.

Começou pelo est1tdo OJII'O{tmdado da pln'­t.sapilia. e.tptrialment• dirigido t>ara o ts­tu•la superior tlu phiwsophia tio direito.

f-111 18i8 camrço11 os estwlos de philoso­phita racional e moral, e ltisto>·ia syslema­tora tio philosophia.

11rryarado tJ.t"·im, comecou t'm seguida o tltot•lo dt direito natural "" da phiwsophill do .lirtito. l'a.no•• depoia a tsllidllr o di­reito lllthlico interno e i>Olitico; -di•·•ito t<>nstitucional portugtt~:; e ilistoria tanto antiga como modtrna da~ in.1lituições poli.-

Page 33: Farpas 1883

tictls dtt 1taçdo; m·grmi:mçâo da adminisua­rtio publica 1"111 f1orlll!Jdl JtO.t ~t'U\ di.fftTl'lt­ltl ramos; ltitura t r.rplil'tl{ât~ elo t:odigo a<lmild.~·lratu:Jo ~ dtl.li iti.v rltitot·cus.

Bxlullo comt•m·adu tl•t• ill$/ituiruu poli ti· cln das priuripcu.tt tWfÕt$ culttl.s t analy~' ·de se11 systtuw eleitoral.

Pttt•al/elwnenle e em lições t~ltrmu<ltr,, stw fllle:a &tguiu o r,tutlo ~·y!t4'matico dn hi.Ttoria do cllrtito 111thliro da J;uropa, 1t·

guindo co11u> b<tst u liOtac<lolm• i<l.e lil'all publir. et I' Burope mocltrne,» tio l'iromtt La· gutronitrt.

li.,w.dos tio., l>rincipti'S tmtru(os 1'""1'" foi nlterwltt tt cm·m r a organixflçdo poli· lita tia Euro1m desde 01 trattulo ... d,. pa: ,,, ll'wphalia alt' a actualidade.

li.•lt<do dos /.rabatlww rio cond• de Curo•<r ~·obr~ n CJryaui~·arU.Q ,Jo rti110 dt llalia, r ,1~1 corrt.tpowlrnria diplomatica JtllUI impor­Uthlt $Obre os !Jr(uult."J acmUtcimtiHOS JIOli· 1jru1 contnnpm·atuo,~t, .w·guimlo t.Sse fJ>twlo ptla •zcellentt collurãn dos .lolCflf\-ES uo·

l'l.O,IATlQUP.:;.

Page 34: Farpas 1883

t;.,.,,/" do., priucipats tratadO$ diploma­tiras cf, PM'l~Cgal rom a ln9lattrra: trota­do tlt llulllbarltl 1661; tratado de Jfetrren liO:J; tratwloA tl'allimt!U ' d, commtrdo ''' IHII; tratado., da quadrupla aUianra t\:11; tratm/11• para a rtprut® do tra[u:o d• 18/i t IR'i2, ' tratado dt commercio d't:'ilr nH'.ffiiO mUtO.

Tam~t~wlo o t.<tudn ••ptcial do direito ptL· blico intt)•,w, r l'"''allelumtiUt ainda com o Mttuln das tt;.vrifllincts, qut ficam, indir.t~das, rallltt'OII .-..·uu nllt':n u e.Ytuda~· o c.U·?'SO de /Jirdw f'11blicn fllttrltllcioM~, segttndo 11ma

illlrmlurç~to tio• [II'Íucipios, que dominam t~l,. ramo importtuate da scitu.cia. do direito, r da tltruria elas nacionalidade., ••gui11do drpoi~ a r~ltulc1 t'.)ptcial ~obre o 0RoJT 1!\'TER­

""·'"'·"· Coount, dt lllurmchli. /880. Sllla. allt:d t.dd oiudu rursando tstas dil­

riplum~.

1-:m mai11 ,,. /.~i2, cmt•erou $110 altt:a ccmjwttu,uult rmu o eatmto• do direito PI'"' blico utttrlltrciollal o curso dt economia poli­lira, ,'ff!JUiu.tlo t.>tptâahtientt o TKA IT~ o' eco-,

Page 35: Farpas 1883

:H.

rfQ)IIl & rotiTIOll& SOCI.u., de JosfJIIr Garnirr ( 1880 ), COIIlJITthendendo muito t~J>rrialwlll' o ttrutlo 1ln 11y.tttma Jitludario nd.y difftrtH­tell utJções, f dos c:amiu.Jws dt [rrro e cau(l""· como mtios uonomir().'l.

lrlualmtntt em :'ff!Juimtntfl ,f ttor•lwua 1mlitica, r.vtwla a .'tCÍruria fi, fu:twf,, ,,.. guntf<J O 'l'Jt,\1 1'~ OP.S I"INANCP.S, dt. .fmfph r:arllitr ( tS~.v) com 11pplicaçüo ,; ory1111t· •urõo de Portugal.

l'm·a r.otliJllemenlo !lo pla!W ri• """'" 1/e sritucia.s .rociat$, qru foi adoptado nin•ltJ faltam outra.' di.stiplina.r. S'tJtu '3W•Io, t

1tOs outros, ccmtiurwrtf $Ua alu·:u JindtJ qut .ttjl' a sua Piaytm.

Com liçUt.f de dtca-" hora!í, ,. ti)JJI una

exacta apJ1liração, o t'rintipl um fH~Ji,fo 1-'tmre1· o.v r.'dudos tliiJireis f l'l~&riados, qut firam intlirt«IM.

l.y,yjm ttl~tram O.li rti.g J, l'orlttgal o'

•ettv Jilho •. " K' claro que e.-;la~ informUl.,'Úl'~ proc~.-ch•rn

din-elamenlc do pa.;o. Tudo n ~umpro,a: ._, datas, os lilulos tlos c~nrnpcudios e as "ua.."

Page 36: Farpas 1883

edições, a ord~m detalhatla dns ~sludos, ns horas de li~no, etc. f:s tamos por tanto cm rrcntc de um h.'stcmunho nulbcntico, de um doe:urmmln llblHrico .

. \nal) ~crnnl-o. Yos:->a :tlh.'l.a é bastante mo~o ainda c b::a~­

lanlc robu,lo Jllii"U IJUC o st•u ccrcbro ht\ia n•:-i1'Liclo ás innucnchls d\•:-.sc regímen aui­tJuiladór de toda a intclligcncia.

X o te poi!<o 'u~a allcz.a, rm primeiro lugar, a lingoa dl' prt•to cm que está redigida esta é\ JIOSiçàO.

Para clilA'r uma coisa hlo simples, o stylo olo m~slrc de 1·ossa allc~a rabeia na e<onfn­!ol.ào mais rontorcida e mai~ rornicho!o.a, cm lm·ta com t\ l)()bresa de um \'Ol'abu1nrio cs­lrcitissirno, de crcadn de NCrvic·. Comtrtn' 1•elo eslltolo nprofundmlo. . . Depois co•t~tro•• OJ t.stwlu,\ ,f, philo.~opl11'n. . . Comeruu em uguiJa o -.tudo do dil·tito ... l'arallda­lllt'ltlt ,ffY'fi u. o tstuJo ~'!l·'leiiUJ.li~o. . . .to­yuintlQ tc1wu btt9e., etc. ~las, Oí•us pictloso I i;ln nno .I ,.,~,·cvcr, i~ln é coçar-se. Quem não pode c•primir-sc melhor é que vne

Page 37: Farpas 1883

36

ter rurunculos, e nã() deve escrever, deve Iom ar salsa parrilha.

l'ara julgar um tal plano M estudo<, I•••· tn que vosso aH~zn um din, ás t'sconditltt.~ d'rsscs senhores, 3hl\'\ um Jivrc, de tlllt rn·· d.1gogisla, s••ja <tual fór. Em •1•mlqucr arlign de ~ncyclopcdio ,~ossa ;;\lleza lera, de rc!<r.lu. que o IIm du cduca~no é prclllll'llr o homem pnra a cnni< perfeita fclicidadt• tl'l'lle mr""" e para a felicidade ela> seus sirnilhanles rcn virluole tln S\l(t atlapluçào mais fecunda ao nuoio physico, ao rnciu l~connmito, ao mC'iu pulitico, ao meio C!\ I h clico, au meio mural. Na rarte rt!hltiva aos conhccinwntos, ou •• in­sh·ue{:ào I"Xopriamrnl<' dila, a cduc.1çlíu lccn por objecto f(ll.cr-nos ~-onheeer as manift-,.la· çt)()s ou os phenomcno; do uniwr~o. prinet­piando na lurnlrncntc fHH' cslnlmh•t.'er as eH\ t•r­S4U' categorias e.m <tnt• esses phcnomenm• M"

dil·idcm. O cachecismu da doutrina do rral, (cillunos o 11ue ho de mais clonwnlar), rt•thot succinlanwcclc lodos os phanumrccos 'I"'' a e.lucaçlío km por fim submrllt•r a ""'"' in­vcsligaçcro :\s seis ordrus sef.~<inles:

Page 38: Farpas 1883

37

t .•- o~ phcnomcnos da quanlidnde, da fórrnn, da "'lrns.ão c do movimcnlo, ou phc­nomt.•nos malhtmatiroM.

?.•-O• phcnonl<'nos do mo,·imenlo dos a!'.lros, di\ ~u:. dimensão, das suas distan­das ~spccti,as t.•lc.1 ou pbcoomeoos astro­rvmuco.t.

:t"-Os pho•nnmcnos do calor, da luz, da t•1cctrkidudo, tlu mngnctismo, da acusllen. IJU Jlhl'lliiiii(IIIOS phy$Í(O.T.

~.· Os piH•nomcnos de combinntão e de dccomposittio, 011 phcnon1enos chimicos.

5.<~ Os l•lwnoaurnos proprios aos scr(•S \'ivos, ou pht'nomt•nn!4 bioLoyico~·.

u.• Os t•lu·ncoont•nos do dCSCO\'OII'imcn­lo das sot'io•olnoh·•, ou pbcnomenos sociaes.

Entre •"ln~ di"~r;ns ordens de phcnom<~ nos ha umn t•e~rrclaçàn de d~pcndt•ncia suc­l"C"' ... l\·.t. u,. \oiorlr que se não podem conhc­r•'r os phcnomcnos da 6.• rategoria sem conhr•·er as da ;;.•; não se podem conhecer a." tia ;;.• sc1n conhecer as da ,(..•; e assim por diante.

:'\do se aprende n tUilronomin e a pbysica

Page 39: Farpas 1883

38

lerrcslTC srm noçiocs •nalhemnlicos. N1ín ha chirnica srm uma t·.onsliluiç3o anlcrítlr da physica. Não ha phcnomeno 'ilal qur ~ •·ontprehcnoln sem o t•onhccimmolo previn ola 'Ynlhesc rhionica. Nlo ha finulnwnle fill"lo sucinl que se defi.on ~l'icnlifk:unt'nte SNII o conhecimento da S) nl hcse biologica.

As scicncias cuju~ leis regem os phNtoo­mcnos do~ diiTerenh·~ grupos 3 (1ue no-. h"·

ferimos al'lllun-se hoj•• eonsliluidas e l'lo>­mnm-se n!\ st•icncias rundamcnhws.

Cada uma d'eslas c;t·icnciu:-. st• t·~lmln por um mclhodo que lhe é prhali\o e a 'I"• cnrrt•spnndc o dcsen ••ol\"irnen lo 11rogro»i• o dn!' nossas faculdade~. As$im n methodu dil!i

mnthcmatica.'- é o tio rndoriuro p1r di.>clut·­ção ; o da nsl ronomitl t'· a obsnrarão; n da physica é 11 uperieooeiu; o tltl chimh·;o 1• n analy~,.: n da hiolngia, m~ .. im com'' n da anlhropologia. nu hiologia apl>lit•a•la ao homem, é l\ comprn-arão; o dt' t,;oeiulogia r a obsfrrorlio critira e a fi/ú,rão lu.to­rica.

A enunciacüo d'csln ordem hil'rar11uica dos

Page 40: Farpas 1883

39

.. .-onht••·imrntos ilt•\•t•-st' a Augusto Com te; c "''" é n parle da doutrina d'c.<.<c poderoso N·no•adur <la Ull'nlalidadc bumana que nin­l)liC'rn atl• hoj~.· cli~cutiu nem contestou nas !(r.ln•lc> linha< ~;cracs. Esla mclhodi~açãu é tà~• dar.1. làn t•onsi~tentc c tão fecunda, que não h .o huj•· ·~ ,lcmali>ndor que a não adopte f.."~JIIlo ;1 nHiis ~rgura da~ clu:~,·es para a coor­dt•na~o•àtt dn:o itl~il\!4.

F.mqunnlo i1 ap[llic.~çilo d'cslc principio á ••duc;t~ilo <Iii. Spencer:

• Om' nu cdm·a~ão '~ deve proceder do <implcs I"" '" u t·omposlo 6 uma ••e•·dadc so­bre u <[Ulll c111 l'Crln modidu lodos se fun­dam. O rspiriln d••scuvolve-sc. Como Iodas as .... _.i:-.:1s C}Ul' se clcsenvoh•cm, ellc progride du hunul~l'nt'O pard o hCI<'rogeneo; e como um "),( .. ·ma nurmul de cduca~'áo é a contra­l~"ição ohjl'(.'ti'<l (l'c~~ marcha subjecth·a, •ll'\ ... col\h:r a nw~nm progre..,~o. Esta for­mula a~sim interpretada tem uru akance muilu 111:\inr dn que á primeira v·ista pare­rc; 11•m1ul• rt ~cu principio implica não só­m~n le •tuc lt•mos de proceder do simplr"

Page 41: Farpas 1883

para o c:omposlo no ensino dt! t•a•ln um rlu~ ramo< da sdcncia, mas que outro tanto de­vemo§ rnzcr eom relação no cttnh<'\'imrotq total Como o espírito não começa P•" clis· 1~\r srnilo d'um pequeno numero dt• farul­dndr< nctivas, e que as faculdadt•< clcsc·nvnl­\'idns mais lttrde entram SlWl~\'S"h'nuwn lr Olll nc·çitu ;'l6 chcgarcrn a fnncl'ionur tndns simullarlcéuncntc, scguc .. sc •1uc o l'nsinn niio deve nbratar primeiro senão um prqm•no numero tl'objcctos, sucl·rssi\·amc·ntL~ t\l'l'n•:-;.­ccntados nt~ que se CMhprchruolnm tO>Io<. Ni!n Í' sómcote na cspcrialidndc que a o•du­''"l'llo deve prol'cler do $implcs paro o com­llO>Ict, é lambem no conjum·to.•

llm seguida Spencer accrcsccntn, de arco"" do <:om lodos os pedagogos mocl"r~ws, que a ctlucnciio dn c~rcaucn cl<wc) t:on<•fmlnr no modo ncloptndo c na oOI'dem scguid11 com a educação da humanidade C'OMiclrrndn hi<tn­ricamcntc. A gcncsc da sciencin no indhi­dun não póole seguir uma marchil diffcn'ntt da gcne.e da seiencia na rap. F. n'e•t• ponto Spencer in,·oca o nomt• dt• t:onct~ e

Page 42: Farpas 1883

&.1

cun·a-•c rc<pcito,nmcntc dcantc trelle, por­~tut a ordrm po~ilivi~la do$ r~ludos corrf's­ponclc e•ndament~ :i c•·olução dos conheci­mentos nn humanidade, a qual principiou (Wlr itn·c~ti~:tr o~ fnt•los cosmologiros c inor­~Jnlt''" mui longr• lcmpo antes de atrender ;b lei~ hiogra11hicao e :i ••ida historica da c:oopt:'dc.

Vrjnmo~ ngMn {t luz d'estcs princ•p•os como os prtlngogos de vo>sa alteza rcguht­rnm n clistrihui~5o dos conhecimentos que roram int·umbidos de ministrar-lhe. '

Sua altt:ll -diz a informação que ana­lysamo•- romtfOt4 pelo e.•twlo aprofundado da philo••T>hin.

E<ta simples pMpositào inicial b>sta pelo ;..•n pl'lfnndo aiMnec patholo(liOO para sobre db '" tliagno•lic.u a inrpcia •·crdadeiramen­lt• tra~it·a que prcsicliu á educação iotelleclual ,Jl• v.,~sa nltc'Zn.

Principiar pt•ht philosophia!! \las a philoSO(lhia ~ precisamente a ui-

Page 43: Farpas 1883

timn das coi!:U'Itl que se cn~innrin u um hu­mcmt se a philo~ophia rosse rois.a qm• !'e

impuzcsse a algucm pelo do!lmalismo Jo~ mestres.

O que é uma philo~ophia scni•o um S) ,.

trma de lei,, dcduzid.l> prlo e,pirito de ··•·I• urn da conrronlaçãu ~Jus cau~as c do!:> ciTt•i­tos dos phcnomcnos phy>iCOs C uns pllí'no­mcnos mor.u:~, e de~tinadas a rnzcr-no~ pn.~­\'Cr, á mai~ longa di~lancia da nossa corn­prchcnsão 1•c~soal, o destino do homem no grt!mio da hocicdndc c no seio da natul"('za •

Como é pois que algucm Nnpreb•·n•k crcr.r um Jthilosopho de um menino de in­!-'lrul·t·ão primaria, (ttlCUcJO-ll S)'S(COltlli"'lr prla~ alias c ;,ublis c trrelaç<k•• de cau» e cll"l•ito Um conjunctu ~Jc phcnumeno~, iJUI!

cllc nem SC'IJUcr cunlit'CC na sua ruuctiona­lidaclc cont:n:ht~ qun ntu Ol3Í$ na :abslnll\'lo psychologica de fim c de origl'fli ~

0 )JriHd(JÍU rund31llCillttl dt• ludo O !<i)S•

I('Oli.l de t•cluc-ação c l.lc cn~àno t'• cornu ji \imu~-tJUI.!, sempre c invarian·lrnenl~. sr

proceda do~ factos p:lrtkular.:' para no l••i;

Page 44: Farpas 1883

srrne' c da~ lei> geraes para as leis de appli­c"'çào.

Cnono f então que a vossa alteza ensina­ram leis de appiicação sem o conhc>cimento prc,·io das leis ~eraes e sem o conhecimento anterior dos ractos partioul:trrs?

Que cspccic de philnsnt>hia é t•sta CJUC

vo:;~u nllc1.tl :liJrcndeu, tão C\lr,mhnuwnlc c tilo miraculusamcnte cnmn poderia ll'r apren­dido n leitura >em o conherimento das letras ou n nrithmetiea sem a n~ão dos numc­nls! ...

E' a ilo$la11ratio magna de Bnccon! E' o scrpticisrno S) stcmatico de Oes.:artc•! E' o metaph)si>Jno de Uobbcs e etc l.c•ihnilt.t E' o clci>IIIO olc- l.nckc ou o dt• Vultnio·ct E' o •c•n•unlismo de Spinoso ou o de r.ou­dill:od 1\. o scepticisu10 do llrd<eky1 E' o mntt••·inlismo de llolbaeh ou de l.a )lct­trie 1 E' o encyclopedismo de Condorcct 1 R' o scotimcoblismo de Rousseau t E' o idcali""" de lianl c de mgcl. P.' o pe;­simismo de Hartmann c dt• Sdoorwnhaucr! F.' o coclcclismo do snr Cousin t E' o rc' o lu-

Page 45: Farpas 1883

cionismo de Prou•lhont R' u objetthi•m• de Stuart \Iiii c de Herbert Spencer' I!' o cvolucioni:-.mo de Onrwio! E' o ~ith j,mo de Comte ou de Littré?

A informaçã" que tão oppllrlunanll'nlc bai>ou da aula de vossa altr>.1 á redat\·~ do Diario de PortUfJt&l arrant•n o nos..•m t''l­

pirito perplexo a csln cruel duvida. Diz-nos esse paprl precioso •1ue a J•hilo­

sophia que •·ossa ali r>.;\ aprcn•leu é a phílo­sophia racio>tal o mnt·al.

Ora, oomo vossa alteza laiH·z sabe, 1••·1• o termo nnlrmntin' irnplica n nt\gnçã,., de um termo contrario. Assim quem diz uma (1hilr.­sophin ob}tcli ca ou u111a philosn1,hia matrrill­li•tn, dá a pcrocber d'c<.<e mO<I:> que h.1 u.11a philosophia subjerti M c uma philos••phia fspiritualista, m~s <Jilt' nilo é d'essas <Jnr se trata.

Os pedagogos de vossa alle>.n, in,innan•lu­lhc que 1: r11cio>aal c mor11l n philosuJihia que lhe ensinam, dt•ham enlrudcr qut• ha lambem uma philosophia immoral e uma philosophia irracional, OJlJ•Osln a essa.

Page 46: Farpas 1883

E' lrislc o IJcnsar que \'OS$\\ a ltc l n e:;t{t desde de 1878 a cstudat· uma coisa 'I"" RC

c.•.unvcrlcr{t n'utn $ystcma dt' inacionali(/mle e o'uma duulrina de dumornlisação dc•dc que "'"-a nlh-.<.1 se de ao ligeiro trabalho de 'irar pelo n'r>so a tal coi>n t(Ue lhe ensi­naram.

O programma que tem rrgulado a instruc­çdo de vossa alh.·za actr~{·~nta que vos.. ... a al­teza tem cshulado essa philusophia na direc­rão do estwln .mperior da pllilosophic• tlo tli­rtilu, c cpw avsint pJ"tpa,·ado comtÇOl" tm. A,.guida n l'.'tlmlo do dirtit11 tw:tural.

l'cranll· urnttlào espanto :o-a allirmati,•a dei­tamos. abaho da:; t•stante~ todns os livros de •direcção philo~ophica» clcstk a mais rctlllltu anliguidndL· nté os nossos dias.

J nterro~.unus 3\ idamentc a::.; tradições egy­p .. ·ias do tcrn1K1 das d}'na:.,litts pbaroonk.:t~, contcrn1mnual'as c.las p)r.unidrs c antcriorc$ dl' r1ualnJ mil nnnos i1 era 1lt· t:hristo, os vcs­tigios que rc~tum dos l"'l'yru~ do IIi hta.l fv.­rttrario c do Li .. o .Ws morlot.

Page 47: Farpas 1883

Interrogamos quanto se sabo "'' pr<'>entc da passagem no tcrn pu c no c'l~•ço da phi­losopbia rhinc7.a do r-Jiiii!J c tlot f'hu .. -1\ ... j.

lut(uirirno::l t:unb1.!'n1. posto 4(UC com llhli'

rcsl•rva, b~m cntcndidln, qu1•ulo ~c deslinda para a e-speculação ph ilu.-:nphil'a dos m~ lhu~ • e dos emblemas indcct·nlcs do•~ rcligiút'' l' dns liturgias phallicn~ da Chaldca c du :;y­rin.

1\clcmos ,~,molho prcssurusu. t• manu...,•J. ... rnos com mão ncrvosn c ligcil'll ludo f(IHlllln o snr Va."c·ouct'llos .\breu lem fl•ilo a nll'1't'l~

de nos communic-nr a. r~sptilu 1lo~ sysh~wJs philosophkos e mnis systcmn> dos Ar)"'·

!:onsu ltnmos 'fhnlcs de llilclo c Oemm·dtn, Socrates c l'lalão, \ristotclcs, 7.enon ,. t:t•i­curo, Pomponacio c \ vcrrncs, lodo:-. "" •. ,_ t·holostioo~, lutlos .,~ plolonico~, lodos "'l•r­ripatclicos, lodos os: cpicuri~la!->. hulo!\ m.

pantheislas, lodos o~ ~ceptico,, to .. Jo.s o~ 111 -

tCI'iali:sl;ts, c todos os atheus, Nt'OJ cxt.'i'Jl~<io

d'um SÓ, clt•sdc OS D~'a lO!}Q.'i dt' l at rir" :u ,Ju scculo xnt até o tw~so ffitHicruo Tn la, comprchcndcndo todos os ntheus \Crdatll'in,.

Page 48: Farpas 1883

c lotlos os nlhcus fingitlo•, dc~dc l'nnini, qur morreu qucitnndo como impio pelo parln­mrntu de Tolo.sl, até um bom tcnc.ll•iro nosso amigo CJUC doi\ nu de ir {~ miss~\ ha lllnb; de um omno, para não se compromcllc•r com os sut'Ío:'lo do club Ciomt:S 1../al.

l'uis bem: no cnbo de l~o lab<lrio>ns cxca­,.a~·út·~ crudilns c de Ião \'D~tas invt•!diga\·ôcs hi:o;lorkas, puJemos assc\'crar, sob nossa pa­laxm dr honra, n ' 'OS$3 allcza, que nada en­contramo~ Ol'ln nas I ratli\·õcs, nem nos li­v-r•lS ~hios, urm na CUH\'t.•rsação ''i\'a dos doulos, 'I"" no~ possa Mr, ainda que mui rcmolmncntc, idcin nlgumn do que vcnhu n ser u •.vltt<lo tlt uma Jlhilosophia upuic•l­"'"''' dirigido para o -.wdo dt oottro phi­I•"•Jd•iu, como aquclln tlc que làn gloriosa­mente se trata no <Juatlro dos con h<~llimentos pr'UIIin:tdos a \HSS3 allc%4 pelos ~eus nme­rando~ mestres.

O /Jireito /Yclltwal, cm •1ue se diz que •·u<s:a allcza cnlrou dcjJOis do prcpuro dn philtuuphiu t.rprcwlmtnlf dirigitlll para a plailu.vo]!laia, f n rcliqui11 a·arissimtt de um

Page 49: Farpas 1883

48

cslado oncnlal (JUC dr~apparCC('II da csph~ra philos.ophica, mas cujus \'Csligiu!il fh·rmul'o a rorluna de poder cn~onlrar 3ÍIIIIa entre oo rcrros-vclhoS da hi>lnl'ia do JH'IIs31l1CIIIo.

Parece que hoU\'t' t•onl cflCito, cm tcm,Ha!lo, 0 que quer que ro>.'C 11 que S<' deu 0 UOIII<

hoje arclmico de Ditffilo t'íawral. Além da gcnlc '"""'.Y"'à c dcsronll!'l'idn

que c:om müo rnyst~rlosa tabcrucia em Por· lugal u ensino publico c o de \ossa alh•lo, niugucm mais ignora hujc c•m clia qut• lud1• 11 llircilo ~ unl produclo dn cililisaç~o, e nunca uma mn.nifl"Sitl\'do ou unaa obr-4 •la naturc1.a. Ntth socicdudcs rmlimenlarl·~ uàu se conhece o Diroilu. l'las sociedades rhili­SJdas o Dircilo \?3ria, ~gundo as l'OOCt'll\'nN

iull'llcdmw~ que dirigem o IU'oKrc-:.:~n t•rn cada ""'" d'cssns sociedades. R d'nhi "''" que o Oil·l'ilo é clcrnu. E' l'lmw pr,···i"'­mcutc porque é progrc~si\·o, t•umo é progn·~ siva a moral e a nrh:, c nilo J)()tqut.· l(.fja um idc..l inualo :i •uolurcza do homem.

O erru da \'clhn dcnominatJu.de Dmolo

.Yawral procedia de que os philusophus ,1, ...

Page 50: Farpas 1883

i9

~onltedam a nature1.a, e cm sua boa ré a ~onside1·avam rccla c justa. )las Darwin v~io. Desde cn llío !icou demonstrado <rue, prlos procc~SOS porque clla OliCra na rorma­Çào dos aggrcgados humano,, a natureza é immoral c é iniqua.

A lei do universo basca-se sobre o r.on­~·urso d'estcs dois grandes agentes : a luta prla rida e a sel<t;Çàu natural. A lula pela vida é o c•tad9 permanente de todos os se­res, para os quacs a crcaç;Io é uma eterna batalha. A sorte do connicto decide-a n sc­lt·cçào natural. Como? !lixando na espceic, pela adaplaçlio ao meio, os ~rcs mais rortcs, c expulsando os seres inreriorcs. Por isso o o prorcssor Uaeckel affirmn: «•\ lheoria de Darwin estabelece que nas sociedades hu­manas, como na:; sociedades nnimars, nem os direiiOt ncro os dtoert-s nem os beM nem os yosos do~ membros associados podem ser cguaes.»

Ora o que ó que estabelece o Direito? O Direito estabelece precisamente o contrario

'

Page 51: Farpas 1883

50

d'lsso: a cguntdnde dos den'rt$ "-"-'ipro•·n .. J•nra a mais N[uilaliva tlislrihuicão elos bt·n•.

O Oircilo portanto não •í• nlln •' uma crnamt\'ào da lei natural, rnns ó umn real'~l·• oontrn essa lei.

A nalurc1.a é o lrinm[>hO bn1lnl clcrr••­lado ao forte. A sociedade ~ a j>n>let-;.io conscicule. a~scgurada ao frttco. A crea~·.1o funda a l11ta Jltkl cicia. A soci•'Cladc orgaui­~a o au<lrilio pew t:ristencia.

Uma ch•ilisaçào é lnnlo mais ndcanlada quanlo mais ella submcllc 110 seu domínio as faltllidadcs naturaes. E é a'sim qu•· o ho­mem, de C(llli(U is la cm conquista, l'l>egar.i 11111 dia, como diz llüchncr, ao paraiz~ futu­ro, ao ptuaizo lcnea.l, c1•ondc não veio uut~ para onde ,·ae, c c1uc não <Í ucn. dom dil i­no primilivo mas o fruclo de•·•·a,leiru do Ira­bulho humano.

Todo aquclle que, no meio d'estc csrur~~ compacto da intclligcncia de cada um para o progresso geral, se delem no caminhu a aprender com os seus pedagogos a cois.t a

Page 52: Farpas 1883

que t•lh-•s nituhl chumnm o Direito JYalural, l'~tti 1~ur <''-Sl' fni.'IQ fóra tln t:ivilisacão c fdra ,IJ humanidnoh•.

Se C> nosso intento (o'!Sc perturbar o doce n•pouso do• pt•rrt•plnrt's de vossa alleza, pn­dt'riamos pl'r~uular como l! possil'cl ensinar lodo o dirriln <tnc vossa alleza aprende, sem pt·~·,·inm('nte fo1.cr conhecct• os grnndcs phcn••nu•no~ que o Oi o~ito tem por tim di­rigit· t' c1uc !:iC chamam n ntl('ti01 a {amiUa, " J>rullfi~tiiHl•. o tr·llbalho, ele.

Podninrno~ perguntar ainda quem é que a~sUilll' n rc·spnn:4tlbilidndc de ensinar a ' 'ossa alh•7.t\ a lti~ttm·itr t>atria c a M$10ria unitv.r­sflf :mtc~ d<.• st• h:\\'crcm rrcusado a C"<<'T­

'-"-'T l''-~' fuot•c:;"•u õ!ii individu()S idonoo:;:, os 'IUI.! ~~tu-. -...~u .. t· .. tudo!t c:opcciaes demonstra .. ram nà irnpt'1..'HS..'l ou no pnlfcs..~rado ser ()$

mai~ t-•onlwccdorc~ d'L·s.sa materia, como o .;.nr t•inhciro t:hayas, o sor Olh·eira ~larlins ,. n ,,,. Thcophilu Braga.

l'och.'rinmo:-- vct·guntar mais, se a lingoo.

Page 53: Farpas 1883

niin ~erá ~m u.ma nacionalidado• um ra..to tiio importante, pelo menos, como o olird­to, c ~c é pcrmiltido que. M quaolrú d.» estudos de um príncipe de 'intc anno,, se n3o rlign uma só pala na retalha au <'onh<~ cimrntotlus grandes escriplorc~, t1t'JW!\ilarius das 111uliço>cs historicas c das tr.uli\'tocs Jl<l<'­licns dn sun Jlatrin.

l1ooler·iamos perguntar, linahul'nll', <'Oono é que a /i.-onomia politica, a qual """ Cul­lodo Ião concisamente dilllniu rlizt•ndu que a 1titncia economica ~ a srltntia dru OJ·

lort.a, se p6de ensinar a um menino ,fe redoma, sem noç.ão alguma do~ cll'llll'lllu~

COOSiiluli"OS dos ''alorcs; St'lll H t•onlll't'i­mcniO das scicncias que produzc111 a rii(U1'7.a,

!'orno ~ão a mcehanic.a, a phpicu c a l'lli­mlNl i sem a mínima ideia das nHtlcrios 11ri­mos <tnc ns industrias lcansronnnm, nciU tios instrumentos que elfe:cluam essas lrnnsror­maçõcs, nem dos mo, ... imcntos t.•.ommrrd3t"S que modificam e alteram de lol(ar para (,,.. gnr o ,·aJo r dos produ elos; um moníno qu~ o vacuo enorme do seu quadru d'c>ludo<

Page 54: Farpas 1883

.. ,,, rnuslr;\ na ignoranch\ absoluta tio que lo n milho, do que é o lrigfl, du qm' (• o ar­rol, tlu CJU~" ,-.. n assucar, do que é o nlgmlãu, dn tJUl' l· a Iii, do que é o c.·ar\ ão, tio ()UC é o ft·r·n): de mn menino que nunca foi n uma lo\·onrn., nem a uma onicina, rlcm a uma robl'ica; de um menino CJUC nunc•t viu cm C\t.•rdt:lo uma charrua, um torno, uma Sl'I'I'IIJ

umn lu-ocn, uma bomba, uma nuuJuinn de \:lfK,r ou um moinho de verllo; um menino •JU•· uunca olhou de perlo para l'!-S\' in ... tru­mf'nlu vhu de hxla.s as lr.tn!'(urma\·Ut.• .. in­du .. lri:u-s, que ~c chama oobrdrn; um wcnino l'mlim cpat nunca sahiu só, c (JUC~ n ~ua müc num·a lt•von ás compras, :·, LC'ndu, ao talho ou it fc•ir·a; e lJUC• snhcnllo todos os clircilos <Jlll' hn unluracs c sobrcnulurncs, Jlnhlicos c 11arlicull\rCS, nncionac$. c intcrun.dunncs, - st~ ni'tu sabe ainda como se fllz c; pão IJUi' l'IIIIH~ C O \ inhO <1Ue bebe, 0 lcf..'i1IU CJUC

o \'l'sh• c a Ye1n que o alumiat nt•m quan ... tn t'll'•<lit u kilo da l'ilrm~ uu o litro do auih•!

Page 55: Farpas 1883

Nó" IIOri·m nno III'Ctcnclcmos nllligir '" mr~lrc.~ de \'US$.3 allc1.:\. O mestre é irrl'S· poo"1'•cl, pela boa nwlo de que o mc>tl\' c nnllo nn dirc~:~:iio intcllc•ctnal do homem.

I~' por esse moti w• tJUC A.'i Furpa.s 11ro· JnllCrom sempre que n instruci.·:to rlc ,.o .. -.a allc7.tl se lh.cs~c, como l) dos dcm:ti!-1 ddadá,,~. nas escolas publicas do seu 1•niz. l'orcluc a forte, H fet•unda~ 3 vcrdadt'ira lição uàu vem da auctoridadc tlogrnalka tiO~ mc~tn-.... vem do 1i 1•o·c impulso ol:11lo ao espírito c dncln ao t'Jtraclcr pela convi vencia dos 4.'HUdisdpu­lo> c dos companhciru>.

E' n'cssa inlhmt t·unununhãu de intun.·!l'­scs com lndhiduos du mesma ra\'a. da nw!li.­ma nação, da me.cmn idade, f(1U' n hornrm começa a comprehcntlcr n prirnrira e a mai!' im l•ot·tantc no\·ão ~ociul , a n<tçfin dn solidil­rirdndc humnna. o •ncc.ani~mo de latlo o vcl\lnoleiro progresso, tendente ao triuonpho Goonl das foo'('tls sym1111lhiras &~~hn: :" furça.< cgoiotas, á n~apta~ão mais perfeita do indi­•iduo :i eommunidad<•.

E não f sctmcnlr u •·hylhmu du egHisrno

Page 56: Farpas 1883

55

c da S) mpalhin <JUC se rorma e se rcgulnriM rH.\S rt.'lnçõcs de convivcncin '~m os nossos 'imilhanles. Sno as curiosidades inlcllccluacs <JUC cil'spcrlam, c os conhccimenlo~ <(UC <c lrall$1llillem no sentido dos problemas mais imporlanles para a geração a que (l<)rlcn.-e­mos.

llcladc d'aquillo C(UC valemos, moc·ahncnle e intellrclualmenlc, dcvcmol-o aos contactos c ás suggestõcs dos indivíduos que nos Icem rodeado alravct da c>cistencia. E' esta uma dh•ida <JUC poucos se lembram de pagar, re­conhecendo com vcocraç.'io os bencflcios cla amisadc. Todas as mil~s cstno pronla8 sem­pre a declinar sobre as cem ás companhias>> dos <eus filhos a rcsponMbilidadc dos seus des­varios. São rari,;simas aquellas que sabem "b>rackcc•r, como collnboraçilo elos seus dcs­Hio>, a parle enorme que as •companhias bua.<>J livec·am 113 formação do CS[IÍI'ÍIO e nn furmaç:&o do c~raclcr, na inlcUigcncia, na digniclttdc, na honra, na gloria dos gcus fi­lhos.

O homem mais perfcilamcnle edurado pur

Page 57: Farpas 1883

56

um ""''Ire roi Stuart :llitl. \o< nnlt• annos de idudc cllc linha aprcnolido •·om Janu·s Mill, seu pae, ludo quanto a sricnda 110Je ensinor n um sabio e n um philo><>t•ho. E todavia Stuart llill conta-nos na '"" aulo­biogrophia que, ao perguntar utn olia a si ruC$mo se seria feliz,. um:l vt•z l't•nlisndns nus int;lituiçõcs e na.s idCÍ\Hi hulns u~ ro­Coo·mns <tuc elle t>rojectava crcar, a sua con­scicucia lhe respondera :- n[lo. tt:Sl'nli-mt' então dc~rnllccer,-diz cllc; ~todas,. Com­dações sobre que se linha architcl'1.1do • mi­nha vida se desmoronaram de rct"'"'"·• \I ai• tarde cllc sentiu a dõr, sentiu dct><>i' o am<lr,

o amOr 3J)3Í\.onado, absor,·cntc, C'norrnt_o, elo­minando todo o seu ser, sulomcllcndu n for~• dis•ol~enre da ana!yse; c rui si• rnt4o <tu•• ellu se sentiu homem, rcvivcnolo flarn a na­tnrcza, Corte da grando Corça Cfi!C n IHtluroza lho comnnanicava, equilibrado parn M~mJlrc no seu destino, cingido no coroçào J"ft>itnul•• dr uma mulher que cllc amou dh• o >abi.,, o philo$0pho, o rcfonnador Crio c implara· vcl -com o amor illimilado, t•nthusin .. ti~,-.,.

Page 58: Farpas 1883

5'1

ca•·alh.ciresco, que as velhas legendas I)­ric.'as allribuom nos gl·tmd<•!i amantes ceJc ... bros •

. \ cdur.ar<•n ministrada a vossa all~z., pc­los mesmos processos por que se ministra o alimento r., gallinhas nas r•••ndeiras mecha­nicas, :lJH'l'nr de o não h' r Coito um sabio como Stuart Mill, imtlcdiu·o cgualmcntc de se fazer um homem. ~ão basta, para cdurar um mancebo, 'ir

o snr )lartcns Ferrão ou o snr Santa M<>­nica duas ou l1·cs vezes por di:t com a bomba da pntlll ospil'ilual, abrir-l he o bico, c:u·rc­gar o'um 1•i•ton, c encher-lhe o pa110 de doutrina haurida nos compcndios do sor José Garnier.

lloje cm tlia, menos tio c1u~ nunca, se po­dem inculir ~~ um homem opiniões ft•ilns, mtroduzindu-lb'a• por injcrção pedagogicn. Ji Stendhal dizia que c>tnmus n'um scculo cm que •ímu•nle seri escul:ulu o homem que tiver opiniõt•s índividu:1cs. Só os timidos, o~ preguiçosos r os tolos é •tuc tccm cnmo !\Ua..~ as upiniócs em gyro. Ora as O(liniõcs

Page 59: Farpas 1883

:;s

individuncs só se :ulc1uirem 1>cln livr(• <'rilit•a da opinião da ma>sa, qut• (· indisp<uM\fl t·onheccr c tratar.

E' o qur hn muilo tempo t•ucnprehrnder:cm IOdaS 3S (OIIlili3.S l'f'ÍnanleR {ll'~'rCa da t:tlura•

ção dos <rt'" filhos. Os principcs de Orlcans srnlaram-M· no.<

mesmo• bo ncos cnu1 os lll hos dos bn rgur­~es do seu tempo no I)•Ccu Henri ,, ..

O principc re.•l da Allcmanha fez "' "'"' estudos na univcnlidndc de Uonn. Seu filho o pr;incipc Wilhclm seguiu n seu rurso na mesma unhersidadc, tendo por rondi,;ccpul~ n prineiJtC de Saxe-~leioingcu, filho do gr:lo­duqoe de lluden, c n printi)lC ci'Oidombourg. Os que pa.<saram cm Bonn de 1878 a f AAO viram esses prinCÍfll'N, cnvol\ idos f..'Om v,d...­mais cshtdantcs, c• vestidos como c•llcs. do rhapcu mole e veslon abolnaclo, i!'fm a pé para a uni\'crsitla.dc com a pa;otla dr ~·ouro tlchaixo do braço, bc~>erem juntos o mtitrtin nos eaf4'~, e passearem de sapatos fcmdos e carhimbn nos beiços pelos 'uburbir" de llonn, cm t:odcsbcr~ ou cm llri;lcrb:u·h.

Page 60: Farpas 1883

59

O prinl'ip~ Frederico Alexandre Carlos, hoJe rd regen te de Wurtcmhrrg, rcz os seus es­tudos nns unh·rrsidadrs dr llerlim e de Tu­hing.

O prin•·ip<· r.~rlos Alr\andre. grão-duque lll• S..1.xe-Wt•irnar-Eiscnnch, ~ alumno das univrr~idn<ll's de lena c d•· l.<·ipzig.

O priul'ipr Christiann lugu,to il<·cdrri<•o, 1orineipc hcrclcin> de Sks,•i~-llolstcin-!iou­olrrb<mt!!, ~ alumno da unhrrsidade de Bm>n.

O prinoipc Frederico l;uilhrrme, grilo­duque de M•·•·klcmb~urg·Stt·cli17., ó cgual­mcntc form~ulu cm Uonn.

O princil"' F,rnrsto 11', duque reinante de Sa\<'-Col••urg-Gotha, am·tor da conhedda \'iagcm du Egyplo, fez ~~~~ llonn um curso ele philo:\nl,hia c um curRn elo economia fU)­Iitit-a.

O princi1•• reinante da ~rvia, )lilão Obrc­novitch, rl't os. seus estudos cm Pari~, no lyccu Louis-lc-Grand.

Os filhos dn rainha tlr Inglaterra foram educados na~ universidades de Can>brirlgc c de 0\fonl; c todos elks, assim OOillll "' fi-

Page 61: Farpas 1883

60

lhos do prinripe imperial ela \llrm•nha, ,._ bem um officio. Uns sao lilhngrnphos, ou­tros são ltu•nciJ·os, outros ouunderruulnrt'!l, outros typngr:,phos. Se ,·o~sn nlt('za hmnt• ... se aprendido um officio, conlo. I• farpo• pru­puscram cm tcm1)0 opportuno, vossa :'llh'za teria oblit.Jo então a singular 31)tidão ~:rr'-'­brnl que tlltdu ligada au mnis pcrrcito •b­f.'nvolv-tmcnto da l'Oordclla\'tin dos Ulo\·lmt·n· los nervoso~ (• muscular\.~ .... f1Jrr3r-s(•-hia agora, n:t convil'<'ncia do!'- :o.~·us primm• da Allemanha c dn Inglaterra, io <kso·nnsnhuloll'll melnncoJin <rue ~cmprc in"ndr os cs1•irirm~ inrcriores ('IH capacidade, rntre os hornt'll"' cguae~ cm t•ondi~ão.

Os doi~ tilhn> do princitiC de !\alies r-t!o prcscntrnu•nh• 4.-'!!:ludando nn Suissa, C"llm a simplicidado• <lo dois jovens cidadãos dn M·

bia c modesta •••publica hclvclicn. 0 rei Alfonso XII de lli<p.111ha, n J•rin·

cipe da llollnnola. o pri1wi1w Euscnio ~•r.,_ letio, ele, ti1.crnm cgunhnrnh• os :o.cu~ ''Ut'!YI~ n:ts cscolus JIUhlicns, corniVl'rtlm n'dlo~ l'nm homens ele todas as opiniúc~ WJiilkns r dr

Page 62: Farpas 1883

61

toda.' as as UJliniôes religiosas, aprenderam a dbtinguil-os flCio seu 1•alor pessoal, l'ize­ram-llws fonol'\'s, receberam-os d 'rlles, crea.­ram linalmcntt• um circulo de aiTei~'Ões, liga­da.' •Ís mcmnria~ da mocidade, e constituindo um dos mni~ do\ct•s e dos mais nobres en­cantos dn vidn.

\ossa allc1.1, que até hoje não te•·e ainda um con~1.tanhciro c um amigo, consen·a em rulhta um dos principacs instrumentos da nl·li' id:ulc humnnn, o seu cOrtlção, e n'cllc, imforodntivn c wutil, o ua1•ital precioso dos >cus niTo•l'los desem pregados.

Em um '"orolio sentimental que procede a cxposiç5o dos estudos de vossa alteza pu­IJiic.tda no /Jiario de Portugal, ltlem-se as "'guintcs linhns:

Sw• magt~ladt a rainloa qui;; upeeíal­'"tnlt lomar tt &tU Ctlidado lt!}uir dia a dia co1~t yrantlt dútrtrnimtnlo~ e ez:tremado Gtâ­

dado a ttlurar<io dos oeu• filhos . Dcplornwl , screnissimo senhor, prorun­

damcntc dcploravel, similhante intervenção I

Page 63: Farpas 1883

6:?

E' rcalrncntc preciso 1111~ os (IC~a&•'ll"' ,,,. vo~'ól nlh~7.a abusem dr mais du C"lll')t'lupe-­dismo da sua ignorancin rH\ rn11h•ria rJuc pro­fcss3m para não terem dc,·idauu~ntc ::u.'un!'oo•'· lhado sua magestadc n'cslc íruporlanto a>­

sumplo. A rnis$ão da mãe nn cducaçrlo rio homr•m

lorrnina <(unndo este ch~gu nos quulo17.tl an­nos. Charles Robin o di~s;;. Ahí essa rdade s.ão u~ scntimcnlos que iuspirnm o.!' al'los. c é â mãe <JUC cumpre dirigir os se:ulimcn­tos. l>os quatone annos cm (h·anh· !<-.ln a" ideias que dirigem as ac:-ç-ô<'~ .

.\s ps,ychoscs, a~sin'l t:arno n" m;anift· .. ta· ~·õcs anathomiCils c as (unc~'Õrs ph)~iuln~oj ... cas, cantctcrislicas da puborcladc, om.:crram Ncgr·edos que nenhuma milc lt•rn rhreito de dovn$!Hll' na cduca{:ão elo uu1 l'l.tpa;,, ussiru

corno nenhum pac tem clil't'ilo urmlogo ua educ.ta~·Uo .Jc uma. mcniua.

1'cx.lo a mãe que inlcrH\m fiS4·~hrwnh.• 113!' legitimas curiosidadt-s inll'llrl'lual·~ de um mnnct•bo ofTcnde egualmcnlc o (>Udur d'cllc c o !l'clla.

'

Page 64: Farpas 1883

63

N~o ~abemo~ se ''OSsn allc7.a ndcJniriu já n 6nnc c clara comprehen,.lodequc nau veio:w munclu trazido do Norte n'um cabaz ornado de IOJ)CS nzucs c OOr de 1·osa, ou achado .on­tre .c' violelns do janlion sob uma rolha de couve. Se v o_,,.., alle1.a chegou já com cffeito ao conhecinwnto da sccrcln verdade cmbrio­logiea <1ue d~slroe essa ingenua c graciosa legenda da sua meninice, ''ossa alteza w­meçou desde esse dia, pcln subita renovação do amor e do I'CSpcilo a sua mãe, n ser para ella u ,-crdadciro filho, mas cessou pnrn lodo sempr~ de ser o alumno tl'essa scnhurn.

Desde que u 111 homem entra no período da v~rilidade a mulher cm cuja convh•cncin elle tem que educar as suas raculdndcs cs­thelicas c as suns raculdadcs criticas é a sua noiva ou é a sua amante .

.\ pc,-,onalidade sagrada d'aquella que nos deu u ser é preciso, para a honra, para a di­gnidade, para o encan to carinhoso da rami­lia, que fiqu~ para sempre extrnnha aos pro­cessos pcdagogicos com que cada um de nós arrancou da arvore da scicncia u mordeu

Page 65: Farpas 1883

com a voracidade do~ o·cprohos o fructo de­licioso e lcrrivcl do bem c do mal.

O amor maternal é o anjo lcgondariu "" cdcn, quel 11crante n cu1·iosidutlc scicnlilh.•a do homem c do gladio de sangnt· que o C\·

pulsa da innoccncia, Cübre o rosto lacrimo'o c se encerro eternamente na ah·ura imma· culnda das suns aza.• desdobradAS c pcndt•n· les.

E é preciso <lUC assim seja, para que um pouco de ccu fique no fundo tio cor.tttlo d'aquella que nos deu à luz, e junto da qual é inciTavclmcnlc doce para lodo o homt·m ir, de longo a longe, dcsscndcular-sc tia• amarguras ardentes dn vida drsilludida pou­sando os beiços com ~cncração nn eristalino veio abençoado de cuja corrente humild<• c melodiosa, escondida no mais longint1uo e mais ridentc vallc do pa,;sado, golejou ><Jbre a nossa infaocia a pcrola da candura.

Considere agora vossa allcza os resullados cm que a sua cducaç.Uo começou ja a fru<ti· ficnr.

Page 66: Farpas 1883

Vossa allc:t.u, mt idud<· c1c vintC" annos, continua a assistir todo~ os dias ao santo sacrifit'ÍQ da mit\s.a, C' não fez ainda a um companheiro ou n um omigo o sacriflcin pes ... soai de um lnpis ou de uma pcnnn d'nto.

"'"sa alt~1..1 frequenta ainda rcgulnrotcntc o tl"ihunal dn penitencia. Em pcriOtlos dctcl'­minndos o c.~rdcal bis110 tln Porto vem oll1•ir dt• t•onfissão a vosS3 nltr1..1. Sua ~mioencin rcvr,..•ndissima recolhe no sMmrio do seu prito n narrativn dos pcccndos qu<• vossa~~~­tcza não perpetrou e dos bcncfirios <juc ''ossn alieM egualmrnlc nllo dislribiu. flcpois do IJUC, feito o acto de cuntl'ição, clh• o absol~ vc cm nome de Ocos !'adro Todo l'odcro!<O, fa7.endo-lhe por clle a wlcmne pr111nc.<sa dt• um comrnodo c confortnvt'l thronosinho n>­titault• de cstrcllns o CSI>Crttnás alturas da Vin Laclt·n pnrn o dia cm qur vossa allcu ~l­ver honrar a celcstinl mansão toro a sua agradn,•cl p1·cscnta, indo ll'OCltr um •apúto d'a1..1s com os anjos, que o esperau> "''udosos no Empyrco.

Para os cfTeilos cclestiaes é ct•ídunte q:ao •

Page 67: Farpas 1883

66

nGo póde haver melhor \'ida que a que VHs<a nllcza tem, nem mdhor morte que a que lhe c~t.i dc.<linada,

A uniea coisa de rc~ar é •rue a hhturín 111'0 seja por ven tura lüo nconunoda.ticia c·o­mo a providcnda, pon1ue, nu dizer dL" um outro padre mestre, n J>alriarl.!ha \'oltair."t a :. hisloria só di1. bem d',.quclles qn" Jlrnlirnnt o hcm, Elln é de um dcsprc~" incivil rnm lodos os que dclic.1damcole se <'oecrl'3m na misgào<liscrl'ltl de nào praticar coisaalgumn.

K' n'csse helio soccgo que no tempo an­tigo se endurecia o coração aos tyrannn~ ~ qu" ainda hoje se engorda o flgado ao., pa­tos. Não é porém <·nm tal rcRirncn que cfc ordinn.rio Si' desern·ol vc no:-o homens o si'n·

timcnlo da rcspons.1bilidadc, o espiritu rl4> ~ncrífieio c o unHu· tl(l cle,,cr.

E no emtanlt) a~ c•st·olns clr rnedirintt, n{o, escolas pol~ tc-cboicas, a uni•·c,.idadc, a c<­cola naval c n cscofn do exercito lr;Jsb•lr­dam de nmn mocidauc, contcrnporanca cl•· vossa alteza, a qual vae enlroar agora n1, conflicro da "ida ch·il e reorcéanil'iar a soc.·it~·

Page 68: Farpas 1883

6i

olade sobre n <runl vossa alteza hn de r~inar um dia. Do <'>pirilo d'essa mocidade, das suas tcndrndas, dos suas asr•irações, das ~u:1s vislas futuras, (o vo~!tn nlleza cu\ Por­tugal o unico homem da sua idade que nllo lt•m conhrcinn•nto algum.

Creado no meio de cavnlhrirns de vin­c•ot•nta a scssrntà annos, t·onsrrvadorcs c rorlczãos, mais wlhosainda J>clas suas idria.~ qu~ pelos s~us nnnos, ''os.-.n allcza só CJ) ...

nhcce do seu ll'lnpo os indivíduos que ccs­llllram de tou1:1r parte no movimento d'clle <' fll'rtcnl'ern fll' la sua immobilidade mental :'lll. gera{"õcs mori\IS.

\os..~ allr1.4L rhC'goo n maioridade; as l't)rtr.s dn nnçi\o prestaram-lhe venin; em turno de vossa allcza quarc•nln ou cincocntn ~n·idorcs, antigo~ mil itar('s1 anligos minis­tros, antigos magistrados, IH'ijnrn-lhe a mllo '''" cada mnnhii, fazendo alas, de dorso cur­'" c d'olho> uo chão, para que vossa alteza 1•~1sse, intl•nwrulo c magcstoso, da sala em 'I"" lhe sc•·vcm o seu latim para a sala cm que lhe ~e .. ·em a sua merenda; vossa altet.a

Page 69: Farpas 1883

I iS

to o herdeiro presumptivo do lhrunn1 \" n rt•· gente do re-ino cm nnnw do rei, r o St'nhor de Guiné c da conqui:o.ta. navegação, f(JIII·

mercio dn Ethiop1a, .-.\rnbia, Pt•rsia c da ln· di:t: e lodnvin não(: S('nhor dr tornar sirn­plesmcnlc um bilhclc de ré n•• >apor J• nu­Ira banda c <IC ir :k Cacilha.<, "'"' lkt•llça previa de sua aususlu mão.

Todos os dias a augusla màr •I•· """' •l­leu pede a nola das suas liçõc,, c. so·mpn­tiUC vossn nlh):?.a não ch•corou inh·irnmrnh• n

seu verbo, n cxcclsa sobcrnna pmhibc-o tlt• se ir di\'erlir. isto ~, fie ir ã noite a·~~ lt""' crcios Witoync entro tlois homens 1lr tlm­gonas e de r.s1mda lt tin ia, como ~ucm ""' preso paro o calabouço.

Quando porém hn gra•·es m•g~~t•ios pt'O·

dcnlcs da •lcliboraç11o do poli<••· C\Cculil'n, medidas CXCCJlCionaes'dt• admini,lraç.ão, Iro­lado imporlanle que a<signar roon alguma poiCncia C\ lrangeira , lljUSICS de paz OU oh•· clni"J\~CS de guerra ~mincolcs, ~nlilo, <(U<'r Yossa alteza lenha sali>rcilo :1.• 'U3$ li\'0« quer não, :ma magt,slndc a r.linha nãu ~

Page 70: Farpas 1883

tl\1

•1•1.UC a que l'll>>a allrza saia, 110rquc vossa alh'tJI <· •·un~clhriro d'cslndo desde os dcsoilo anno:.., r ~cmprc.~ t(Ué O!- grandes ncs,ocio:­da rt'publir> se compli•·•un, 1·ossa alteza lcm por misslo ,tc~lindal-os.

&o coincidcuh•ml'nh· l'OII\ um conDicto po­litico u;l"" rclou.·õcs inkrnacionacs do paiz ocr currc algum crm palmar no thcma de \'OS-Sa

allt•za, cnhlo a (JCUa disciplinar de rcdusão (l<lr m•glig•·•wia 1111 csludo é subsliluWa pela privtu;ào de sobrCJllC7.4\, ullm de <tuc vosSt'l altczn corl'igido como nmu ..::sludanle, vá ao mcsrno lCtn()O sulvu1· a 1mtria como bom ronsclhci•·u .

. \lérn de CUII<Ciheiro d'c.<ladO, VOSsa ai• lrza í• alfcr.·s dt• l:wcl'iro~ c ê segundo le· m•nle dt\ armrula.

É surnmtunt"'nh· t•\tranha,·cl-não o cs­c.·ondcn·mu.:. c(UC honrando a carreira das armf)~ por meio da adoPtàO d'c..~s duas pa­lc!ntc~ assumida!; in. ab!tetUia, ,·ossa alteza. nãu honre cgu;tlnwnlc as profissões liberocs, di::;nant.ll)-~l· de n~sumir lambem nlg:unt di­plumr, na~ c.·arrt!i1·ns St'it.•nlificas c litterarias.

Page 71: Farpas 1883

íO

Não llrolcndl'I'Ínrnos que Iugo aus cjuínzr, annos de itladc o IÍ\C!'SCnl fl!ilo dnutur •le t•a· pcllo c sodo de mcrilo da ka•lcmia. l'ude­rium poróu~ com '\'Untngcru, scguudu IW$ parece, começar }lor nomcal·n o~sociatlo pro­'incial da .\cadcmia, por \'\Cillplo, c l•har­mnceutico.

~tais tarde, no diu cm qut• \'O!->!'-Q. allt•zn t'''­lcbrou o seu lô. anniH~n-;.;)rio nataJid.,, le­riam podido ele\ ;.lf .. u á t.."alcguri,Lde ~cgnwlan­oista du ral"u ldadc do philusophia ,. " suei• du instituto. E assim consccutila e J•rnen:"­sivamcnll~. De sorte que, hnjc cm di.1. t'\.t­

ctamcntu t\$Sim corno é nlret•t•s tio c\crt•Hu e ...:gundo tenente da armada, '""" all<'t.l po­deria muito bt!m creia-H !-cr :-~~t·iu ciTe­clivo da tlc:.ul~mia. c bal'lmrcl formado cm dircilo.

!'ião p<>dcmos liio pouco atlingir as razurs ntyslcrios.::~s cm virtude da:;. <JUUe.s n•":-..1 al­lc•a n:iu foi aindn nomeado t•upellüo. ll1ulos os habilo' de dCI'I>~ào d~ '"'"' alll'l'l, nada mai~ eommotlo do rJHC ~sa J~.tknll' ""·Jt-.. ia.<ei­ticn. ,\ qualquc1· huru :1 <(UI' >C II'IUIItllS!iC

Page 72: Farpas 1883

71

pam se cnlrc~ar aos seus estudos, \'OS{.:a al­teza rnrill :t bnrha C diria a mi!!o!:la a :;-i 11\CS­UIU; c logo t'm seguido sem mais J>l'rda. de lcr~po, \CS!ido d'atrcró>, iria hrar significa­do•.

\ os.'<.1 allcza dignd-•c talvc1. tlc sorrir do­wncnlc ú ideia comica de se•· o seu (lr<>p>·io t:l(>ellão... ' 'o•sa alteza é c'lremnmcnlc bom c amavcl rm surrir. F.speramos que vossa allc1.a h·rá r.gunlmcnlc o cspil·ilo suf­ficicntc c a mnlicia prc<·isa para comprchcn­de•· pcrCdlamcnlc que niio é, cm rigor, muito menos padre do que é tenente de si mesmo.

Tal é, senhor, o absurdo gr<>IICSI.'O da cli­'l"cla t•orlczã, na •tunl o obrigam a vegeta•· lrJbalhosamcnt,• como uma bçlla c rica t>lan­la tlc n•· li,•ro dcntru de uma estuCtl pódrc.

VoS..'<.1 allcz.1 tem $ido submcllido aos ri­gores tenebroso' d'cssc regímen no propu­silo de o 101'11111' maiR pCl·Ccilo c mnis Ccliz.

Esl:i succcdrlldo a vossa nll•..a o mesmo que su.,ccdc aos povos a que os reis proeu­I"Jm dar a Ccliddadc I'"' meio da lyrannia. o~ povos ngradcccm, mns preferem o infor-

Page 73: Farpas 1883

n luoio, j>orquc o coração do honll'm ••pmt vlcrntnncntc á liberdade. c \3C ''""' ella tmn mai:-. ou menos. lentidão mas n'um c'­forto cHnslnnle, comn n'lc a t'rt.'"'''''nt.'·' d~ t>lnnla para a parle d'tmdr lht• Hill " lu.

Ora como nos não pare<•• ju~to ''"'' jllra o~ JIO\'OS se peça uma coi~u, c nos prin4.'ip·~ ~c ofl'r1·cça a coh~a <:ont 1·ariu, lmln a nosm opioi~o (lcerca da edu.,ação de ,.,>Ssa allcll se resume u'islo:

Que o libertem l

!'ara conhecer a realidade do nnmolo, noi­t•u fim serio da stieocia, é JH'Cc:isu ,·ulrar uu ccunlmlc da ''ida como entr(nnrn nn li\'3 u:o.

puloolinos bastardos-sem pnc <' S<'lll tmdri­nlw.

Os principcs niío constituem c'OOi>l'fio • esta lei geral da forma~ão dos homens. 11.1 cducnçiln de gabinetç, do halo cncrvanh• ''"' mr~lrC'"S, dos C.'\mareiros c da!-> aia~, nunra sahir.tm senão doentes e' !~dantes

Na sagração dos czares ha um;• l'•·n·mu· niA til• alia significaçã(• s) mhc•lit\l: n im(~

Page 74: Farpas 1883

radur não se c·nnli1·rnu \'lll <tunnto por trc•s 1 czcs não haj11 clt•scitlu elo tbrono. ,. penctra­uo "~ na mulliclão; c isto 11uer di1cr que na cmwh•cu~;in ~lo 1•ovo n aucloridndt• c I) val01· rto~ monarthn!! recebe umu tão sngr~u.Jn unc­ção l'HIIIO a dn santa chrísma.

1'mlos os reis rorte• se fir.crnm ,. se edu­caram :a si mesmos flt)S mnis rudt•s c mni~ ho•tis mntaCI<» da natureza e da .ocicdadt• humnna.

\'cja I'Ossa nllc1.a Cnrlos llagow, que !I<Í

aos quarcnla aunO!> é qu ... mandou chamar um llll'slre pnra aprender a ler. \'cja Pedro o {: I"IUHic, do qual a cdm·nção de cnmnra COIIH.\llU por (ttzcr Um poltrão. \o,tio quinze

nnnn:'\ não se ntrtwia a alravcss..u um ri­bcio·u. 1\cagiu cmlim suhrc si mesmo f>Chl :O.UR llUÍCa rorç:L JlCSSO:II. llara pcrd1.•r H me­do ao~ regatos, um dia, dn borda dt• um na· vío, t\rrojou-sc ~w nuu·. Para se fn1.cr mnri­nhcil'o comC\'UU por aprender a manobra, ser\· indo como grumclc. l~ara se fl.l.7.Cr mili­tar COIIliJ\'OU por tnmbor na celebro COIII!l3-

nhia dos jowns boyardos. E purn 1'\!COusli-

Page 75: Farpas 1883

lui't· n naciunaJidade russa comrc;uu ()Or t'llll!\•

lruir navios, a macltmlo, como uffieial d1· carpinteiro c de c.alia(atc, nos c ... taldro .. •le Sardam. T.unhrm niio teve nwslre.:-.. l' roi <·omsigo nwsmo que t'llc apr<·nciL·u a linRutt allcmà e :1 liugua holloudez.1. lt•ja \u,;.tol­tc7.a, cmfim, todos tllll.WIIes 'llll' no gtJn•rnn do~ homens ti vcriltll uma acfa,~ftu l'flicaz, t• rt•­

ronhccerá :\1.} é na li('itO dos HH' .... tres ou ~· ,~ llO linc C\CI'CiciO da rurça C da \ODiado· in­dividual que se crinno1 os carorlt•rcs vcnln­driramcntc domiuallorl·s, como o de Crom­well, como o de Bttni\IJarte, t'Omo n dl· S.ln­lo lgnacio, t·umo o cll' l.uUtcru, corno o dr Calvino, comn o de {; uilhernH.• n ·racilurno. como o de Washington. corno o ,fc lin~~~h•.

Vossa allt•1.a achn-~c prccisamcnlc ogoro na gt·andc crise de Ioda u sua vidn, no mn· mrnlo psychologico ela e.<colha entre a •u­jric;ãu á dircc~ào inc111a dos !'CII!oó l~l-d.•gugo~ C n rC.1CÇllo d~1 stm v nulndc l):u·,t urna •·•ha .. r..aç1ío nova, c.:omo a cru<' deram a ~i llii."'-Uin"' Pedro 1 na 1\ussia c t:arlos xn "·' SUL'\'Í•.

A pro:xinm viagem é a Ol't·:,:-;iáo pr.,pria,

Page 76: Farpas 1883

é n unka, parn se lõmar e~sn rcso1uÇt"'io su­Jlrl'lllH. \o!<-"' nltr1..n tem aiC hnje vivido no careen.· da nlK•dicncia. Fazem-o c.·irtularagora r•t'ln f:uropn, de córle cm c<irlc, como um animal dnmcslicaolo p<'lo ""' llarlens Fcrr-lo ,. lrabalhando á vo• do >nr Aguiar, denlro da jaula ola di-cil•lina.

E ,·hnmam .. Jht• a is~o uma Yiagem l ~las

não é mni~ olu •1uc uma no\'a lição isso! a liç;io th.1rttull'ira, rntal c tremenda, exaltando, confirmando c li.\ando do modo m:üs perigoso no c·Apit,ito de vossa nlleza os ert·os de to­das As oulrtt-< li~ilcs (uncslas que lhe Icem dado.

I!' 11rceiso que \'OSsa alieM se compene­tre bem, n\·~lc nulmt:ntu l' dr uma ''CZ para sempre, como prinCÍflC~ como rei, como ci­dadJo ~ como hnmrm, ptlra regra de lodo 11

""' l'""'cdimcnlo I"''S<'nte e futuro, crucr de ,; para •·imn, quer de si para baixo,-quc o regímen da obcdicncia é o $ystcma da ncga­\'ãO do caracter. O homem $Ô é um homem oh•sdc o instante cm que, perante o conOicto da conscicncitl c d:o nucloritladc, cllc aprende

Page 77: Farpas 1883

16

a Sl'r utn rcbt•lc.Jc-. _.\ obcdit'm:ia é a fOrma forrada tlc t't•ho IIli de manlciga cm que •o moltln a mas~ snpooncca dvs scn·is_, mn~ cm que perde o feitio, poN1uu se c1ucbrn ou porque se C>bor.\a, a nobre IK'rsonalidndc humana.

Submisso lt vonlade tios seus prcccplorcs, vossa alleí' .. a flcnri1 rmra stiH(U't' um prinoiJW de rõrrna, prctcnl'ioso, apclinl.-ado e piegas. booilo para ornar uma pcndula barala n'um salão chinfrin, ou para sc pt'lr cm cima de 11111 kakc cohNio d'assucnr, cm pompa de $Ob1·cmcs..'\, n'umn búda lithrllgtL

\'ossa allr1.11 l'rcfcrint de cerlo ser nquillo par.1 que a simples onlurc>.a o deslinou­um nobro ser ,-i vo, um bclln ,. rortc ropa:r. altivo, inlrlligrnlc c honrado.

Bm pt·e~cn~a pois da ''onqonnhill obriga lo· rin c ncrasla dos scmsabnn'•t•s officiacs in­cumbidos de 0 guardar, \ 'OSS3 allcza, RIIC• nm,. transpo'i.ln n rronleira, não tem scoàn um tl'c.slcS- dois ])a J•lido~ ((U'' tomar rclali,·amcn lt• aos seus nio~, IH~dagogos, camtu·cirm~ c mr!ll .. Ires: -!mhjug(d·os á sun unit·.a c exclosi\'a

Page 78: Farpas 1883

ii

vontadr, rorrompcndn-n.: ou dc,rnzcr-•<· d'cllcs rugindo.

Hnea~mos com ~L"rtni41oulé e firm.._~1.4'l t't.~da uma d~c~sns duas soluçiw:o.

' A cor•·urçiío do mc~1 1·c pelo alumno h•m sido pnr Vt'7A'~ ''anfajQstuncnle intenltula, l'UIIl

resulladu~ "';Jlisraetorios llara a ra~io t• part.L a hnmanidnolc.

CumJH'C-IlOS sobre ('slu !tOnto rcrrrir n vossa allcza o que sutc.,dcu com n educa­rito do rallccido mar<tm•z de Niza, um dos raros c dcrrntlciros homens de espirilo que produsiu a aristocracia pcrlugueza par;• en­canto do mundo clcgan lc na EuroJ>n c para horrilr c cso·nndnlo da corte g<lba c ca ltll"ra dos paes eh• vossa alieM. ,\ velha c ' 'Cne­randa scnhi>rn marquez.~ de Niza, avó do actual conde da Vidigucir-~ fidalgo da casa de vossa alteza, linha sohrc a cducnçào do ~u !ilho os mesmos (ll"cconccitos lamcnln­veis que affiigcm o coração nmantisRimo da mãe de \'OS...~ alteza. l'ara dirigir a educa-

Page 79: Farpas 1883

i8

çllo do jo,•en rnnrqucz veio cxprc•samrnte de Romn para o solar dos Niz.ts, alll•tori;ndo por um breve ponlificio, o mtti~ t';,hio c o rn:•is vcncraYel dos monges los~.:anos. A pn.·­SC:n\·a nuslcrn do ahnlisado JHltlagogo, a sun fronte pcnsati\a c pallidn, a sua longa barba negra Cslmrsn uo cscapulal'i" do habito, a compostura das suns maneiras. o rccillloi­rrl!'nto singelo do seu porh•, a alia c pre­ciosa cullura elo seu cspio·ilo coryclopcdico c a sua •·\tremada drvoçáo, puseram cm to­dos os vdhos parentes da ramilin 11111 senti­mento profundo de n•spcito, de \'Cncraçào c de conliança illioniladn.

Nos intcrv;lilns dos cxcn:it·ios liltcrarios c dos e~crcicios religiosos, quando o monge dc1.ois de haver feito n suo lição de musi(·a. tomava ellc m•·smo a rcb«a do seu alumno c accord11va n'clle os torimciros sentimentos estheticos, tocando por sua mão um 11&­

cttwno ou um ttemolo. era lüo 'i"" e lflo pungcnlr, sob a ,,ibração do seu arco noa­l!i~to-al, a voz do violin(), !JUC não só o I'!'· qucno mnrqucz impnllidecia, locado de uma

Page 80: Farpas 1883

i9

nn,-a e e'tr:tnha commoçãu mystcriosa1 mas n proprin sonhorn marqnczo dmrtwa., tlnt~c­

men tc enternecida, suhjugtulu r•rla cxprcs­s;io penetrante da mclodin •rue o grnndc ar­lista, bumildcmcnlc ooullo sob a roupctn d'e~ frade, l'!!ipargia cm torno de si n'um lento soluço ot·,·ulhaotc de pcrolas.

Terminada a educação thcol'ica, era prc­c.-i~o camplclfll .. n na pratica JWr rncio de uma 'i agem na f:uropa, c o man1ucz de ~iza, nbcn~oado por sua mãe, jiU rilil'ado pcln cu­••hnrislia c pela confissào geral, partiu para l'nris com o seu preceptor.

lluranlc os r>rimciros mczcs correu tudo n'uma SCI'I'nicl:ule e n'umn ontem ,·crdadci­r~mcnte claustral. O pn..>ccr>tor cscre,;n por todos os concios. O menino, c~Hia vez mniR c·nmcdidu, mais respeitoso c mai~ temente n. ll~:us, pnrccit\ disposto a pa~~.u t ~em soluçl'o de continuidade, da innocenda de um chc­rubim p:tra a santidade de um doutor da cgrcja. llCj)OÍs1 a pouco C jl0UC01 foi SUCCCS­

sivamente diminuindo o numero das ca1·1n~

c augmcntando o numero dns contas. Os

Page 81: Farpas 1883

80

dois p/1\'os de sanlidaile tinham ·>r ronvcr­tido cm dois sumidouro:-. rnorm~s tlc di­nheiro. A ~nhora marquezn quch:\\3-'-C' n.-­pcnidamcnlc eom scn~·ridadc cadn ,,.z. tnais at·rinumio...:.n. Chegou n Anal uma ,·arl:l elo pndrc. lh(llicoçõcs cn1$i\·as, c r:~súf·~ clc­bcig, ('001 um perrnwe rortissinw "" p<ll­c/Jouli, <[UC om então o chrii"O cln moda, o cheiro seleoted, o cheiro o'hut, $Cgundo " lc1·mo com que mais tarde o galante rei da llollanda tinha de enri<[urccr o vocahulario pr~cio'o do cocodcllismo. Depois do que. nun­ca m3is n rc)C'5õiaslico es-creveu. Acabou-se, cm ultimo rc•urso, por suspender Ioda a rc­mrS!'n ele numerario para Paris. 'tas nem esta suJiprcssão violenl.n dos meios clt•trrrni­uou uma mudança sensi vel cm tãu lastimoso estado do coisas. Ptu·.a obter nl)lii"ins posi­tivas do mar<[ucz do Nh.a c elo seu aio roi preciso mandar de pi'Oposito n l'nris o pro­curador da casa, e só então se n~in no co­nhecimento do occorrido.

O vcncravcl monge, dcpoi~ de ler ~ido umn noite rchaptisado a cl1nmpagnc n'um ~:f<~bi-

Page 82: Farpas 1883

81

nele do t·.afé iugh:z, e.sfllWccu-sc do burrl peodur,tdo 00 ('llhiclc d'C:'.W gabinrlt•, C rt'z cav:lllwirosamcntt.\ prescnt~ cl'ellc au mailr~ (/'/wtfl •1uancln t•stc lh'o •1uiz restituir na noih.• inuucdialn. Ucpoi!oi, 1•or uul louva­••1 .eulicncnlo de re.'pcilu pela iu•iQiabi­lidadc :.o.ccrdotul, dcilou nlmho inc~oravcl­mcnk us suas barba.., d'ast'<'la. prornua~la...~ á lraif;ào pelos beijos de \'Uria!'o bailariun:-. que u udut-nvaw, c gu:trdou unic.."llncuh:, \'omo 'ymbuln da rigidt•z dos seus 11riuc·ijlius, um

"''cro c irnt•la""' ri bigode. )lai>. 1:1rdc, •tuaudo clll'gou a noticia ter­

minante• que de Lisboa lhes não cnviQriam nem umis dez tiis. o llilii'<!UCZ lt'Cmcu. O padr~ então ralhou, fatrmlo ob~cnar c1m• Heriu jii'('Ci~f_. que cllcs fu:;~cm amhos dois JIUibas inuísuo~ 1111ra (Jrccosarem 1mra al­guma t.•oisa du dinheiro tia senhor;t rnar­tptrza; que scri:t JlrCciso ainda tiUl' C!\Sa se­nhora houvesse sido nli~c,.avchncnlc rouba~a dur:mtc todo o tempo que •lurara a cduea­çàu du >cu lilho, para <JIIC lnnlo cllc corno o seu u\cslrc ni\o c~ li vc:-.~cm pc•·rcil:uncntc

Page 83: Farpas 1883

hnhililndos 11 g:mhiu· n sua vidu pelo lrn­balho t•m qunhtucr parlt• do mundo ondt• a ,;.,nhura marqucla s~ dignnsse de '" abnnoln­nar.

E t'rn seguida, mcltcndo ns ''tlÍ\as das rebwas dcbai\o do bro~o e act•noh-ndol uma Cig;u·rrllC.1 roram amhos ::tJ)rf':tCnhl.r-SC illl

din·cl<or de um lbcah·o que ~~~ c•st:ripluo·mo comn violinos.

llcpois dn <'S!ICCiaculn, um lanlo cbrios ol•• commoção Cltpilosa d:1 onusicn quo linhnou feito ao lado um do oulro, ~nhiam juntos, offcrcciam o sru braçu l'om a gnlnnlrria dt• ffil~ridionacs â~ duas aC'Iri7..CS que por ventura se t•m·onlra.~~·,,un n'CS$::\ noite aind:1 mais po­bre> cln que cllcs. c inm junlos bc>bcr a sua chOJ>t cm par·li' car~·l, na calmnnll• frcscur.1 elos houlc,·:u·d•.

Os pedagogo~ de 'nssa altc1.a oào1 "'"'' no t·asu do tlo m~\l'( J UC•z de Nisn. ,\ nó$, pr•lu nu·nns, nào nos consln <lUC o snr 'lnrlt•n:-. Fcrrru, loque algu.m in~lrumento, ucm l}th.'

~~~ lll't•ndns musicac~ t•ntrcro nu numero tln;.;

Page 84: Farpas 1883

83

que l'\nrn;un o snr ,\ nlonin .\ ub'tlsto de Aguiar. lm ,. outro Nlu rebeldes ,; arte, c foi pl'la fcn~n da artt• <rue o humanismo do marquez de .'lisa penetrou o arnez lheologi­Ct> du :oiCU n1113\"CI Oio.

E o' prcci'-0 isw, a picada da arte no in­timo do ccm.lçào de um humcm, para que ellc, vcnh:• ,ronde virr, saia tl'ondc snir, se cun, crlu d<•prcssa no digno companheiro do mu i" ••spiriluo•u c do mais elegante dos geutltmt~~.

(.\unntlo <lllcs niío Icem a nrlc por si, ou conl1-n si, o nwlhor, I'Cal t~cnhor, é deixal .. os ser o que sno, c n:in lhes bolir. lncorruplo;, são insípidos:. Corrou1pidos tornam-se portos.

Rtl.bla l't•i!!\ a ''H!"Sa altc1.a um unico rc­CUI'>U:-a fuga.

Parece urna l>il-loa de sele cabeças, ao pri­meiro nspt-cll>. l'ur.o illusàol Lê-se a bisl.r ria. de todas :\!" c,-aSÕl's celebres: ~ a coisa mais simtllcs d'c>IC mundo. Basta ler cak-a­nhnrc•, c \oSs.1 ali<' la lcno-os. Ba.sla ler uma Jmuca ele lemo para dar p:u·a feijões, c voo;a

+

Page 85: Farpas 1883

alteza lcm diante de si o mundo inh•iro que dar para esses lcgumr~.

Tudo mais é simples de~rlh~. Con,·irá apenas que n'urnn estarão de hu·

!etc, em qualquer· linho de caminho du ferro, vo$..~ all<"za ('IH:ontrc ú sun di!';lJH~içün, do Indo opposto !t linba, um c'"· alio 1•mnto ~ ligeiro.

Uma palavra t~lcgr.rrhiea olo• ''ossn altezn il •·cdnrção d' .riN Ftu·ttttt, o Fron fin., o pro·­prio Iironliu, n v('nccdor dn Gra111l l'rh de Longcharnp~. o rspcrará no l•ontn qm• \'Ossa alteza dc·signc, suiHoisso c •·clicwhanle. immon.•l e csiM~do na~ sua~ qualn• pcrn.a~ d':wo, de vr.nlns aJias, n·dundns, avirlnl'l, ncr­,·osas c 113.lpitantcs.

Jlmquanto os pedagogos, abnnt•ados no rcstaurnulc da gare, celmem, naasc.ondo rui .. dosos, \'orazcs de azote e d(' carbonc. vo!oi.s.:• alteza, cm bicos de p~s. prega-lhes um rabo de pa1rrl cm cada um, c dc.apparé<'r ''<'lox 1>clo ru ndo.

Um pulo :\ sclla, rcdca hnix.a, r avante I Que importll tudo quanto poss• ;ucccdcr

Page 86: Farpas 1883

em seguida ti A p!•olago~ia 'l"c rcbcnl~ ahi a&~;;iml n juril"prmlt•m:ia que desmaie! !1. chi­mka <iUC cai,, l""a a bauda I a clique la que e'loi~!

\ humanidaM lriumpha, porqu~. desdr esS\" U\011\l'llln, vo~~a 311l"7.a r )i\·re.

Quem uu~nr:\ cmu~trangcl-01 C<Xtgil-o, vio­lcnlal-o t

Vm;sa t'ltc1.n ú \'ércltulc que é um princi .. ei(n\ mn:-; C tamh\lrn um homem, chrgôu f, nn\i(u·itlndc, U o nnicu c c~~lusivo ~enhor de ~i n\csmo.

Todo~ os i>R''iihõcs dos paizcs livres,-•1:~ F•·antn, da Suissn, du llollandn, da lngla­lcrrn, dos Esladus l'nidos da Amcrica-subi­rllo dcsfr:ohlaolos M lupc dos mnslros paro cohrircm cl1· Ioda a ~ua fOI\'11 c de lucia n sua gloria nn pc:-su..'\ dt• \'o~sa alteza a ~U3 in­,·iolabilidntlc ~:wru~nla de touri8ll'.

Todos '" rodigo~ c lodos os ltibunnes do mtuulo csl5o aln·rlcos paro lhe p~slar defcs.~ c lwm(•nagt•m.

Rei, I""'" na Ajuda, no alio elo seu lhro­no, cmn :1 purpurJ i1s costas, a. cort)a nn

Page 87: Farpas 1883

86

lestn r n :sccptr•> cm llunho, vnl'l~H altt•Y.a tem npcna.• para o dcfcndt•r um c'~rdto tlt· cim·o mil c.oroncis, com durentn~ soldadn!-, e o habil Antuues. Flirtl da fronteira, ronl um pa•saJllll'lr no bolsll, um snt·o de noitl' o.a mão e um chapcu de cho,·a dl'IKth:o d•1 braço, \'05.sa ~IIC7..3 lcw â sua dif.po.!'il.:àn, como qualquc1· ouli'O, pnrn sulvnguardar l'

manter os seus inY"iolavcis dirt'ilos d'ho­mrm provido de uma chnpelleira c de um guia llardckcr, todas as armados o todos ns exacitos do mundo. ~ a oorle portuguc7.a reealcilrar, $e '"

seus prdagogos intentarem imphr-se-lhr c embargar-lhe o passo, vossa alteza, com um simples gesto, dl3ma um gendarme, que lhe enc.·afuma lodos esses rnas$adorl'N nu eadeiu.

- ncixcm circular~ meus scnhnrrs! dei­xem circular! tal é a palavnt d;t força pu­blica, de um e'trcmo an ontn• r'lrcmo t·m todn o mundo ch'ilisado.

Considere vossa allrr.a o que rm drfUIIl

stanri!IS analo~r.ls fez o príncipe herdeiro da Hollnnda, o •nbio, o ~Clce, o in<•lfavel (o·

Page 88: Farpas 1883

tron. Ot•s.c:lc que !':C adum cm Puis, nu~ seus pe1ueur" appartamcntos da rua Auh,•r, nl\o hwvc mais ÍOI'ta.t-. humana~ t1ue a nl>l'igas .. :ocP• a ,-oll-ar á c$IOp;.\dn do :-.cu reino.

A nf\~ Ollh·n~, senhor, cnubc-no:; ainda a

gloi .. 'l tlc conlu .. "Ccr ou Bignon cssc ntloi'a''''1 cosn'"potita, <tuc tinha a &1b<•doria de tlrerc­rir a ;.omn'lodidudc de um .chnpcu mole de Pinaul rl Amour au peso de crualqucr cort)a d'cslc naundo. F.ra, como vo~sa alh·zn, um louro, Ulll pouco tnnis rul\'0 apenas. r&1V3

as suissas crn wteltUe, c:uninbaHI lenta­mente, como 111n piccador rntigndo ao acabar tle desmontar, e apc:-oar do !"CU dc~dcm tlc toilcltc c de mancir~l~, havia n'cllc a dh,­Hncção dolenlt' de um anligo sangut• nohrt·, n altn aristocrn,•ia <'llll~ada c r ... ticnta da pro clar-a familin df.• Nassau.

:Xão houve cartas rt•gias, nem neHoc.-ia~Ws diplomaticas, nem enredos, m•m viulcncins~ nt·m ameaças, nem csrorços cl'ordem alguma CJUC o levassem a demo\ cr jamai~ de Paris n sua mn1a grande.

Um dia o rl'i da l!ollanda, que o> cne<m-

Page 89: Farpas 1883

88

ln:-- dt.• \huinmc ~lusard distrnhinm ~•l:tnmts ''ClC~ dn~ intere..."Ses da polilh.·a m·crlanclw.a p.1rn as t."no,;venl'ias da Jlnisuu IJorh. m­-.·ontrou-sc t(im Citron, dt.• IJ3~s:tJ(i'lll, no fuycr de um thealrt• do boult••·~rcl. O "itv­runu incognilo abraçou o lilhn (1('111 t>infurn t·mn «'IT\Jsito c firmeza, ~J diss(•-1ht• prrl'l1(liO­

I'innwntc: - 0 rnf'nino vae d'nqui !\Cm mni~ prrdn de

lt•mpn til pnm baixo para n llollantln t·t•inar. Qurm tica cm Paris agora sou cu. Tt•nho aqui no bolso a minha abdicaçào, c •·ou já lã dentro ao foycr do> arli~la• a--i~nar-lh'a. \cceilc o:-. meus parabcos.

Cilron, inclinando-se. agr:.uh1l'l'U l'nrnmq­

\'Ítln, r n<·crcsccntou : -1!!-\pcrn-mc cotr.o :l(Jni 11111 mmnrn to~i­

nhn. 'l"r cu venho ja . •• ~·oi csRa a derradeira \'Cl. IIU(' o mnn:trl·ha

do:-; PnizC"S Onixos viu o !'ru htlrdl•irn n'c~t\! mundo. Pouco depois Citron mnrria n:l ~ua cama de rnp3z na ru3 .lubcr. firtm• ,. fl'liz nn in'"t'lcrndn ~:onvicção de <IUt' t· nwlhnr ~•·r urn l"irtur morto do que um rt'i \Ínt.

Page 90: Farpas 1883

S!l

l'ma n..'t. cm l~aris, simplc..smcnle mns conrorhll·clmt•nlt• inslallado n'um mtrrsol sobre o~ Campo~ Els~os, ou n'um terceiro nndar "'brr o l.tl\cmbourg, segundo os seus guslos ele c!ubmatt ou os seus gostos de lit­leralo, 1<'111 vo"'" altcr.a nalurnlmentc indi­cado~ o~ iudh·itluu!' que devem constituir n sun primcir-d r,uJa de companhcir~ls.

T(•fll u !'(fi r Rud riguc-s, dislinclo alunlno de uH·dh·ina, JUirtl u pilotur no muntlo scicn­lifico. 'J\·m n snr Mru·itmo Pina1 C!o;pil·ituoso fulhnllniNIU, pttl'tl 1' ~uio1· no mundo lillcr4L­rin. T~.-•m n sur Loureiro, o snr Columbano, o M>r. Monlrii'O 1\nnmlho c os dcmnis pin­torr> JKiriU((liCtcs Jlara o introduzi•·em no mundu nrlislico. Sabindo do mundo onde a gcntr l'"'~Ud.l, lt•m. nnalmrnlc, VOSsa aiiC7 .. "t

o '"' Jt•l'lm~ mu Collaç.o de )lagalhães p..ra ,, h•\· ,,r :au muutlo onde a gente se di­'H"fli',

I)Rris iult.'ir,, ~C: resume o'isso, e tOOu o mundn :-r :u-hn rtsurnidu cm raris.

Qu~l lcm ~·· sor nhi n novo <JUadro ele cs-

Page 91: Farpas 1883

90

lu~os dc,lioado n rcf;t7.Cr "as •nas verdaolei­ras base:; a educaçJo olc rossn nllcza' :Xada mais simplus! Quem sabe rn:li~ d'cssa mate­ria do que os mdhores pedagogos é tnda a gontc. \ussa allcr.a farit snbinmcntc u que faz toda n genlt que se ioslruc. isto í·, co· mcçu.rà 3 apr~rulcr tudo aqnillu tlm! o lr.lto dc1 mundo cm 1111e eu lrll lhe moslrnr 'I"" não sabe.

l'ossn allc7.1l lcvanta-o;e, •·orno todus os que se presam, ias ~eis horos tia mouhã; toma a sua douchc ou 11m banho morno, fa1.cndo-sa pisloumu· com agua gelada pelos $CU.:, lado~ fracm~; monla. em !\cguida o seu Cfl\'ttllo il'landcz, c vac com o sr. Jcrunymo Collaço galopar para o Bois de lloulngnc. Confere-se dcpoi~ uma !tora de e:;grirna c de liro no hali!n, e cm seguida almnvo no urrk. Yac com o snr .\1ariooo Pina ao Collcgio de França c ouve a liçãn do snr llcuan. l'ac com o snr 1\odrigucs á Escola de Mt,licinn c as;i:;tc á prelecção do snr f.har­cot. Vau com us pinlorcs ao Louvre u olhn

Page 92: Farpas 1883

!li

para a \';•nu• de )Jillo. Sobra-lhe ainda lcmJl41 para dar a volla da tarde c1n carroa­gcm no llui~. c para ;•mupareccr n'um fitt o'dotk.

A • nuih•- CfmUJ M" não é priocipe impu­ncmenh~ as l'On\·cnirncias C\.igem a toi ... lclt(.• r<'rNnonio~n par\l jantar. a casaca in­glctn, n grn,nta branea, c a pcrola preta ccrcntla tlc brilh;ullcs no pcilo da camisa. E' inutil di1.cr <Jlll' w nilo [J!icm •·ondccoraçõcs. Só os porlt•i•·Hs, us dc•lllisltls c os p•·cstidigi­tadõrcs é <(III' usn111 hoje rssc arrcbit[UC tlc mn\1 grnN·u.

A' nuit<• <'011\'CIIl á ldadc c á posição de ''O~l'la ídlr7.n uml\ I101"a de {'Hoversação rnys­trrio~.n :\H fundo dt:' \10\:t flaiynoif·~ !JTillft n'um pequeno lhcalro.

Cm Só dia d't•,lc> Jlrchcnchcrá melhor a educa~ lu •I•· '""·' allt•za do que seis annos de c>ludo ,..,,,... o llíráto Publico do vi:;­condc tlc l..ngucnmit•r~. ou subrc o Dirtilo in.ttrttttrimudl t.Jr Blunlschli, com o snr Marlcns Frrrão dcbru~ado em cima do hom­bro de vo~M alle;::l1 a c!>~. plicar os textos no

Page 93: Farpas 1883

lento rum-rom cocc.gucutu c rhylhmit'(l elos sabios anligos c dos ~jalo~ velhos, 1•1<> propi­cio :is ::WJmncca~ I

De <JUt\ndo um <JUandn será nlil IJUC voss:t allc'.n v:\ ao Bullil'r beber ~ervcja l!Onl os c'­ludnnlc~. ou 'I"" ponha o chap<'U lyrolez, de Miro br.1ncu corn uma JlUJJOula bordada n matiz, e conMg•·c um clomlngo de sol a um croqui$ ~c imp~<ão na Oorcsla de Fonlai­ncblcau, indu cm seguidu pro,·ar n.s frilun.lt­de llnl'llizon cm companhiu d'nrlislns.

Ou\ ir.\ tnlvuz ,-ossa allr·z.a falhar nas ro·­collt.;. Chama v:un-llws n 'ou Iro lt'mJIO as C(Jrfr :ds, chaumram .. Jh<':o depois n~ lorn­tts, t• principiam a chnmnr-llu~s agora a:-. horiso,&Utt4. ,\ lrajcc.toria do nome indica bem n dccadcrwia de um gcn••ro, tJUC nem dcs..·wonselhamos nem at·nnsclhamn~ a oin­guem.

m .. t•cnos apcno~ ttuc, t•.,·onomh·lum~ntc, u cotOill' rcpresrnla no t«tuilibrio SiU'ial o mais imporlnnle beneficio. Elln é o apjiJro•lho di•­pcrsor do dinht•iru, da influencia,. tln aucln-

Page 94: Farpas 1883

93

ridadc, 11ur o agiuln rondcnsa. Se a cocollc nlio dr!-~t"~:t~M· o agiola, n agiota engloba­ria rm ~i o uni,•crs.o.

Oc tcmp<~s a lt•mp•" la surge nu horison­tc um fillw-ramilia, •lcwlbado, casposo e de unhns roidas, n t)UC'h3r-se aos caixeiros scntinwnlae~ e (t..., burguezas romnntica~ de que uma cl'c~sn!'\ más mulheres o trabin c o abandonou, u cllt•, u.lmn culhusiaslica c pu­r:> tlr porto 11ohrc, á <IUttl tt per11da preferiu o~ joanetes de um banqueiro rico.

Se clltls niíu tiwsscm o sublime bom grnso dt• pmduzir tlrl·iodicamcnle algumas choradl·ira~ d'csla m·dcm, veja vossa all<'Y.ll cm 1111c linda 11osiçào social que fica,•am p:•ra n vclhkt• os fi\11"'-ramilias 'Iuc ge a1•ahounm pnr t•ssa!: dama~ c que cm nome da pur•ia I) rit•a ~c julgam no direito de fi­C.11' au 1-" 11'cllas para toda a 'ida'

Bem C!'ltuno~ 'cndo d•aqui o snr eon:"õt'­lhriro \ ialt• vrlnud11 as races horripilado pe­rante r< h' gcnero dr con rersatão. E' <'Crio poróm 11110, ><' d'<•stc mcsmo.assumpto Ho­mero ni\o h ou\ l'~sc feito um pocnlat o mes-

Page 95: Farpas 1883

9.1

mo snr pudico Viale não teria hoJe u 1111111111 para n 'ella dar li1'6e>; a \"U>Sl alteza

l.,am o~ r"~i~ insalubres, pnKIUl'ln:-. tlt• \'t'"­

lhas raçat"O nubrc.s, arislOCrâti~das tlc nH\is c cahidn~ cm lansuor 11ciO clrrramnmcnlo C\1.."C!\$ho •lo azul no sangue•, !iiio ft·cqucn­tcnwntc utilis.,irnas as nrulhcrfs da catego­ria a que nos estamos I'Cfc<·indo . ..

(O snr Martens Ferrão contorce-se nu es­(•utnr-nos. Ses. ex." se acha incouunudado, é talvez melhor retirar-se, por'l"'' auh tc­mo~ de t,.·onlinuar ainda por um rnnnwnto. E quamln 'oltar que s. C:\. .• trag;.t com!\ign a timbalt tl'~trgrnl. Vossa allc>.a rct·lnrna-a. Que lh'n tlt'cml)

;\ glurio. do reinado de Lulz '"' 1wr C\t:'m ...

· plu, vem todn da f'omp~duur. Se c~s11 cl•·­gan le o cspi1·ituosa rnulhcr não li V('S~t· fdlu ao roi de F•·an;:a a alta honra de st•r ,,.,. al­~um tcnti)U sun con' iva, uma mu llicll1o l'nor· me ele coisa" cncanladorn~, {IUl' ~·uobrctt•m 3 t.·i\·ili;.;.:u;ão moderna, não tl•riam jám:ü:-- 'in­do ao munclo .. \ essa li;,çt\'ãrJ, 1mu ith•nl'i:.tl pnra a urle, dc,·emos hOj<" o:; rll•lit·iu:--us n:-

Page 96: Farpas 1883

trato' do Lntuur, o fino gcncro r•astoril de Wattcau, ns p•ltu t'mlru de Shrcs, as mi­mM.ttti C!-!lnluoliuhas Uc Str\c, H!:' m:tis lin­do~ relogios c n.s mais gradoso~ t'dnnJx'•s do mundo.

Da gloriosa protectora ~ mestra de Luiz :cv di1.ia Vollni•·c: -li lu r.t de• nótre.l

lia fortes probabilidades para erér que de nenhum dos mosh·cs 1le vossa allew ellc dis.cssc outro tanto.

Vossa alteza vae pomlcrar tnlvll'l truc é bem dc,filuidn de graodC7AI, vulgar c corri­cwcira dt• Ulai~, a (!~istenei(l a IJUC O Ínlro­dutiruOS ...

ç\i tlc nósl a vida (:cm rcaHdntlc assim, magnanimo senhor'

Ninguem é grandt• nom pcquenn u'cstc mundo pela vida que leva, pomposa ou obscura, solta ou apcrren<hl. i\ categoria em que temo~ de dassifi•-ar a importanria dos homens deduz-se do valor dos actos que cl­les pratic~m, das ideias 'Iuc diflundem c dos

Page 97: Farpas 1883

96

sculimcnlu:-. que communicam ao~ Sl'U!'I f'imi­lhantt•s. ~ binnria a naturt7A de toclo o homem

suJk·ritor. )]ctade d'elle pertcn•·c ao ramcr­rão passageiro de cada dia: a outra metade pertence no ideal cteruo de um mundo mais perfeito, cm cuja obra cada um cllllabora procurando tornai-o, 011 orbila tia sua npti· dlio IIC-SMJl\1, ou rnais justo. nu mnig ,.;,.o ou mtti~ hclln.

As.,im,. cadn um tem t.•tn ~i, MllJt'rittr a to­das a:; tor1tes.1s dn terr"â1 ÍlllfJOlluln, iln io­la,·el e sagrada, a m~stka torre cburnca ~m que habita a aspirntão immorlal do c>pirito do homem.

I! JII"Cd~n nmnr, meu senhor. l~is ahi tudo.

É ]II'Cciso amar fóra da c~]lhcm ele lodos os inlc•·••sscs pcssones crctulos ]>Cin sociedade dt· t]IH' fazemos parte e estabclcddo' pelo cstntlo, ]><'la prc~lissão ou ]>ela g~rarchin. É l'"'''isu amar pela abnegatiiil c pl'ln .acrifi­cio tlc tudu para se chegar a ..:r al~;uma coisa. ~~ pf\.--ciso amar uma ideia, uma pro-

Page 98: Farpas 1883

97

pensão da Mcictladc, um inluilo tln nalu­rcsa, uma exprc,slio da arlc, ou ~imples­mcnle t• unicamente umn rnulhcr, como a.~

amou Musscl, l.ord Byron, Shaks1Wurc ou Pelrar,·a, afim de sahir r<lra da '""-''" obs­cura do vulgo, e ser um homem.

Amo pois vossa allczn, c deixe correr o mundo I

Nilo ha hojr cm dia educação especial para o officiu olr. rei nem para moiro qual­quer officio. Hn uma inslructão geral c ha uma in•lructiio lcchnica para cada modo de vida . .\ educação essa e una e indivisível.

Em lodo o cslado c cm Ioda a •·oudiçào social o homem bem educado é um homem suprrior. O bomcm sem educação, por mais alio que o eollo<1ucm, fica sempo·c um su­ballcrno.

No o·cgimen de liberdade c de initialiva, em qut• começam agora a \'iver ns socieda­des e<mlcmpornncas. a lei da concorrcneia absorve tudo, e os reis mais solidamente equilíbradlls nos seus lhrooos não suo senão

7

Page 99: Farpas 1883

98

os ltomcns mais perft•ilnmcnlt' t.-quilibr:u1os nn \'Ítla grral. rt•ja vo:;.-sa alh·la os mole:t priucil'''' dos n•iuos dn llaliu, IJUO o avô mutetnn de vo!'~ allcza unifit·ou, c.·ctmu cm ti\ o pouco leulpu tlcsap1mrcccra m lodo~, se­pultados nas trevas de UIU .ilt••wio lragicol Compurc-os com os reis . tão rortcmcnk in­$ll·uidos, das pc•qucnas IHl('ÕC~ t•onfutkradas d1i \.lltmanha, c pondt.•rc como este.' J1rcsis­lrm na lratlicão o na cnnlinuidudo hblorical

Porlantn, c <'111 conl'lu~ão: )'ara dilr ao thronn J)()rlugul'Z um b~uu

rei1 JH.'U~t· \'OS~a nllc:t .. a cm tlur nn sua J'rs ... soa â patria um ddaddc) instruidn; á huma­nidudc um lwmcm justo; it naturt't.tl um ,;;ulio o ''aleoil' animal.

,_\ SClt'\ 1.mes, nns sem; mestres c à su;1 ,•órte,

é dnloro!-ln ma~ é inclispcn~tlvcJ IJUC ''ossa nltcza dt• ~óu3lmcntc ar1uillo 'I"~ lhes dc\'C:

desgostos!

[!'qm•t·in-nos to,~ar n'uma t(Ul·slão C\t-cun­

daria, uuts OJllllll'l una: o qm•siAu dos uwios. na prt~\·i~lo de que. Jk.•r.tnle a fuga fll' \uss.J

Page 100: Farpas 1883

99

nll f'ZO, o snr Na1.al·cth cJt!libcl't· corlar-lhc Ol-1 \'h•cres.

1\'c:-ole pontn, como cm luilu n mais, l:t Pat·tws estão á dil'pu~k:lo de vossa allt•za. Ainda u1nn linha pelo h•kgrapho a esta rc­dal·.;:•o, c nt\s \tbrircmos dc.sc.l~ J,,gu par-.1 o lim de occorrl..'r, cm nome da juslic;a c do hum ~cnso, Ú$ iiC!'(H'S!I!:l ela Ji vrt• \'iugcm dr \'H~!'a alte1.a na Eur•lpa, Unli\ :oubscripc;lo nncional.

l'cJdcriamo!' ('Onsagrnt· ;u1ui algumas c;onsi­drrill'ÕCS ~s ,·anlagcus, ccunomic.a ... que n\·s­ta l'tmjunclur.t leria IMra ,·ossa olh.•z..• a Jlo:<~­sc ~h· unl o11kio. Dr:octlc este mom('n lu po­N'III a nossa altitude d<' baoqueims de vos­sa allc7.3 póé em nussu Jabio o helio da n..~ SCI'\'U.

F.u·cmos fl•r\'urosos n su bscrill\'lío. o snr nr.ll./.1 aintl.l ullim:tm('nlc fez uma

ou lr,\ cm r,,vnr tiO rei ~J,,c0CU1 (~ lirou CHil­SidcrlLVclS rf'l"nllados. Ora vo~so ull,•z.o nfio é nlt.•nus d1) que ~l3l"ÓI • .'01 c nó:, MlllWS mai~

do CJ11C fir-,1/l,\. l'ortJHl' C~SC :;ujeilo ~1\ () ou tro dia ó IJIIC doswbl'iu o Cuuijll, n v~io

Page 101: Farpas 1883

400

com isso pa.m os jornacs c p.1m as re,·islM, corno com o mai> rcnoloso achado d'o••t~ mundo; ao pusso que nós somos os dcsc,cn­dcntcs d'aqucllcs que ha alguns centos d'on­nos descobriram esse mesmo Congo, c­como vossa alteza sabe pcrfcilau•cntc-nun­ca o mandamos bolar á rolhai

Aos pés tlu vossa altero.

Ramalho Ortigiio.

Page 102: Farpas 1883

[~~RW llnlRARIA lUSHRAnWRA- Editora Gmnlr, t dt Soou Pinto

"0, RUA OOS CORREEIROS, t.•-liSBOl =:laQ r.-.. -- . ...; -~ ---·. ·--

N"O FRÉLO=

OS GRANDES MALES EOB

GRA~"ô"DES RE~.r:EDIOS tUUDO CO.,lt10 OI.S DC(JIÇ&$ 0\Jt. JUCEWI O CUtAG HUUO,

(OS 1(10$ I &IS flltiOJilU D[ li Plit'ftliR E COIUTtl

DB.. J, B.ENGADE f.l..ta tn1~1•IIU•Inl nl>TI t· dhldi~a M'Q 45 c.adt•nwtn COiltt>ndo

IGI'~.rtn:u ,.· t C'brQnu.u• lmJ•r··~,•o•l"-lll M-'JIU'Ildo ao JIN.'\•1 ''" ... r~ .. C'ltdl't ('ndt.•rn••••· ~~~ ditlrlbu.lr.lo a. !..• Cldl'nl.-(1,

O HOMEM PE.XM:XTXYO POR LOUIS FIGUIER

Obra lllu•lr•ll• co•u ttMJ Ir"•' ar•• E•!.a tmrort.ant~ p!lbl!r.a~LJ. rúliOa.uu·nk! impNS"'' MD bom 1•P<l•

jd n!Jo •h•1riL4 •Lt• ~~ e.t I• •tll-1--'~. f! L~'fe:avtlt.! ~-ta•• CUiltloi• a.

EMILIO ZOLA

O ROMANCE DA MODA 6MUUC'w-Ã() POR

:E. DF: B~OS LO:PO

(•••"' ~- !IELDE.\\O~IOt OBRAS PUBLICADAS

AS RAÇAS HUMANAS POR LOO!S FJGOIER

OllRA li.LUS'l R.AOA CQ,\\ GRAVURAS

\'1u V••llllrl(' du CiSO pa!l'li41,1ht•lllmC'JIWt!ll!'ad••rnttclotm dia· ~o:rllll' (IIUIIMI, tluurede~ IJC'III rlllha, Si600; broehadl), . • 31®