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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – CAMPUS FLORESTAL
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
LILIANE APARECIDA DE FARIA
ANALISE DESCRITIVA DO ESTÁGIO DE PRONTIDÃO PARA A
MUDANÇA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E DA ATIVIDADE
FÍSICA EM ADOLESCENTES OBESOS DE DUAS ESCOLAS
MUNICIPAIS DA CIDADE DE PARÁ DE MINAS – MINAS GERAIS
FLORESTAL – MINAS GERAIS
2013
LILIANE APARECIDA DE FARIA
ANALISE DESCRITIVA DO ESTÁGIO DE PRONTIDÃO PARA A
MUDANÇA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E DA ATIVIDADE
FÍSICA EM ADOLESCENTES OBESOS DE DUAS ESCOLAS
MUNICIPAIS DA CIDADE DE PARÁ DE MINAS – MINAS GERAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito avaliativo para o título de Licenciado em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal. Orientador: Afonso Timão Simplício Coorientador: Ricardo Wagner de M. Trigo
FLORESTAL – MINAS GERAIS
2013
LILIANE APARECIDA DE FARIA
ANALISE DESCRITIVA DO ESTÁGIO DE PRONTIDÃO PARA A
MUDANÇA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E DA ATIVIDADE
FÍSICA EM ADOLESCENTES OBESOS DE DUAS ESCOLAS
MUNICIPAIS DA CIDADE DE PARÁ DE MINAS – MINAS GERAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito avaliativo para o título de Licenciada em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal
Aprovada em 22 de agosto de 2013
Professor Ms. Afonso Timão Simplício (UFV) Presidente - Orientador
Professor Dr. Guilherme de Azambuja Pussieldi (UFV)
Professor Ms. Rogério Farias de Melo (UFV)
LILIANE APARECIDA DE FARIA
ANALISE DESCRITIVA DO ESTÁGIO DE PRONTIDÃO PARA A
MUDANÇA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E DA ATIVIDADE
FÍSICA EM ADOLESCENTES OBESOS DE DUAS ESCOLAS
MUNICIPAIS DA CIDADE DE PARÁ DE MINAS – MINAS GERAIS.
Orientador: Professor Afonso Timão Simplício
Este exemplar corresponde à versão final da Monografia defendida por Liliane Aparecida de Faria orientado pelo Professor Afonso Timão Simplício.
Assinatura do Orientador Prof. Afonso Timão Simplício
Florestal (MG), 03 de setembro de 2013
Florestal – Minas Gerais
2013
Senhor, te entrego aqui mais uma
batalha vencida, foram Tuas mãos que repousaram sobre mim e me permitiram realizar, ir além! Além das minhas condições, além dos meus limites!
Ao Senhor dedico este trabalho, que não é só meu, é nosso!
Obrigada Senhor!
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todas as diretoras e professoras das escolas que realizei a pesquisa, que me acolheram e foram peça fundamental na realização deste trabalho.
Ao meu orientador Afonso Timão Simplício e coorientador Ricardo Wagner de
Mendonça Trigo, que tiveram a sensibilidade em traduzir meus pensamentos em um trabalho tão gratificante e que me incentivaram e apoiaram sem medidas.
A todos os meus professores que contribuíram imensamente para minha formação
profissional.
A todos os colegas de turma que em meio as dificuldades sempre souberam me
acalmar e tranquilizar e que principalmente compartilharam de inúmeras alegrias e aprendizado.
Aos meus queridos amigos Luiz Gustavo, Felipe, Bruna, Ana Paula, Adriana,
Wanderson, Elenice, Dulcimar, Cássia, Tais, Brenda, aos meus amigos da UFV, FAPAM, EJC, PARACAJU, família Cursilhista e a todos que de forma especial
deixaram uma marca de incentivo no meu coração.
A toda minha família, em especial Tia Selma, Tia Marcelí, Vovó, Elisiane, Papai e Mamãe que respeitaram as minhas ausências e participaram passo a passo da
conclusão desse trabalho. Amo vocês!
Ao meu querido noivo André, pela compreensão, auxílio, apoio e companheirismo. Te amo!
“Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.”
Efésios 4, 16.
RESUMO
A adolescência é um período de mudanças, marcada por transformações físicas aceleradas. Com a entrada da era tecnológica algumas transformações podem ser observadas no estilo de vida, gerando dados preocupantes sobre o decréscimo na quantidade de atividade física praticada pela população. Na adolescência, as práticas alimentares refletem valores aprendidos na família, amigos e mídia. Nessa fase, busca uma imagem corporal idealizada, a alimentação inadequada pode levar a desequilíbrios nutricionais e interferir no estado de saúde. A obesidade durante a adolescência é uma preocupação que ganha espaço nas discussões sobre saúde pública. Após diagnosticada a obesidade, os indivíduos podem ser treinados a usar métodos de autocontrole para efetuar as mudanças de comportamento relativas à ingestão alimentar e à prática de exercícios. O objetivo desse estudo é investigar a prontidão para a mudança das práticas alimentares e da atividade física entre escolares adolescentes obesos da cidade de Pará de Minas, MG. Este estudo é considerado descritivo, onde os participantes foram selecionados por meio da análise de dos dados obtidos através da avaliação física periódica realizada pela Secretaria de Educação de Pará de. A amostra constituiu-se por 28 estudantes, com idade entre de 12 a 15 anos, sendo 16 meninas e 12 meninos, do ensino fundamental da rede Municipal cidade de Pará de Minas – MG. O IMC feminino variou entre 25,32 e 29,65 Kg/m² e o masculino entre 26,47 e 29,78 Kg/m². O questionário aplicado foi validado em pesquisa publicada. A estatística descritiva foi utilizada para a caracterização da amostra do estudo. A estatística analítica utilizou-se do coeficiente de correlação de Spearman. Neste estudo obtivemos 12,5% do grupo feminino e 8,34% do grupo masculino que se encontram no estágio de prontidão desejado. Considerando os métodos e amostra do estudo, o estágio de prontidão para mudança alimentar e de atividade física estão predominantemente abaixo da ação comportamental desejada. Palavras chave: Prontidão, Adolescência, Alimentação, Atividade Física.
ABSTRACT
Adolescence is a period of change, marked by accelerated physical transformations. With the entry of the technological age some changes can be observed in lifestyle, generating data concern about the decrease in the amount of physical activity performed by the population. In adolescence, food practices reflect values learned in the family, friends and media. In this phase, seeks an idealized body image, poor diet can lead to nutritional imbalances and interfere with health. Obesity during adolescence is a concern that is gaining ground in discussions on public health. After diagnosed obesity, individuals can be trained to use methods of self to effect changes in behavior related to food intake and exercise. The aim of this study is to investigate the readiness to change dietary practices and physical activity among obese schoolchildren of the city of Pará de Minas. This study is considered descriptive, where participants were selected through the analysis of data obtained through periodic physical evaluation performed by the Department of Education of Pará. The sample consisted of 28 students, aged 12-15 years, 16 girls and 12 boys, elementary schools Municipal town of Pará de Minas - MG. The female BMI ranged between 25.32 and 29.65 kg / m² and men between 26.47 and 29.78 kg / m². The questionnaire was validated in published research. Descriptive statistics were used to characterize the study sample. The analytical statistics we used the Spearman correlation coefficient. In this study we obtained 12.5% females and 8.34% males who are in the stage of readiness desired. Considering the methods and study sample, the stage of readiness to change food and physical activity are predominantly below the desired behavioral action. Keywords: Alertness, Adolescence, Diet, Physical Activity.
LISTA DE ABREVIATURAS
IMC ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
INAN INSTITUTO NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
SBAN SOCIEDADE BRASILEIRA DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
TCLE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 10 1.1 Objetivos ....................................................................................................... 11 1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................. 11 1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................. 11 1.2 Hipótese ........................................................................................................
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 13 2.1 Atividade física na adolescência.................................................................... 15 2.2 Consumo alimentar na adolescência............................................................. 16 2.3 A obesidade na adolescência........................................................................ 19 2.4Comportamento alimentar e da atividade física e sua influência na
autoimagem...................................................................................................
21 2.5 Teorias motivacionais nos programas de mudança do comportamento alimentar e da atividade física..............................................................................
23
2.6 Estágio de prontidão para a mudança do comportamento alimentar e da atividade física..............................................................................................
24
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS.............................................................................. 25 3.1 Tipo de pesquisa........................................................................................... 25 3.2 Procedimentos éticos..................................................................................... 25 3.3 Local e amostra............................................................................................ 25 3.4 Aplicação do questionário.............................................................................. 26 3.5 Procedimentos estatísticos............................................................................
28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................
29
5 CONCLUSÃO...................................................................................................
38
REFERÊNCIAS....................................................................................................
39
ANEXOS.............................................................................................................. 42
10
1 INTRODUÇÃO
A adolescência é um período de várias mudanças que acontece entre os 10 e
20 anos de idade, marcado por transformações físicas aceleradas e características
da puberdade, diferentes do crescimento e desenvolvimento que ocorrem em ritmo
constante na infância. Essas alterações são influenciadas por fatores hereditários,
ambientais, nutricionais e psicológicos (GAMBARDELLA; FRUTUOSO; FRANCH,
1999).
Além do aspecto físico, há também mudanças sociais, quando o adolescente
começa a adquirir independência e responsabilidades, e mudanças psicológicas,
como o aumento da capacidade cognitiva e adaptações de personalidade,
constituindo uma parte da população com características fisiológicas e psicológicas
específicas. Todas as transformações da adolescência têm efeito sobre o
comportamento alimentar, influenciado por fatores internos, autoimagem,
necessidades fisiológicas e saúde individual, valores, preferências e
desenvolvimento psicossocial; e por fatores externos, hábitos familiares, amigos,
valores e regras sociais e culturais, mídia, modismos, experiências e conhecimentos
do indivíduo (BRAGGION; MATSUDO; MATSUDO, 2000).
A família é a primeira instituição que tem ação sobre os hábitos do indivíduo.
É responsável pela compra e preparo dos alimentos em casa, transmitindo seus
hábitos alimentares às crianças. Os adolescentes tendem a viver o momento atual,
não dando importância às consequências de seus hábitos alimentares, que podem
ser prejudiciais. Sabe-se que hábitos alimentares inadequados na infância e
adolescência podem ser fatores de risco para doenças crônicas e obesidade
(GAMBARDELLA; FRUTUOSO; FRANCH, 1999).
Uma alimentação bem variada e balanceada, a prática regular de exercícios
físicos, o controle do estresse, a adoção de um comportamento preventivo, são
componentes da categoria estilo de vida, que podem ser modificados para viver
melhor, com qualidade (ASSIS; NAHAS, 1999).
O comportamento, fatores pessoais internos (cognitivos) e os eventos
ambientais interagem entre si bidirecionalmente. Na psicologia cognitiva, os métodos
são dirigidos para modificações de sentimentos e ações, influenciando um padrão de
pensamento social (ASSIS; NAHAS, 1999).
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Ao longo dos anos, o modelo de estágios de prontidão para mudança do
comportamento tornou-se objeto de muitos estudos com vistas ao tabagismo,
alcoolismo e doenças sexualmente transmissíveis. Mais recentemente, este modelo
de pesquisa passou também a ser utilizado no estudo e tratamento de outros
comportamentos de risco para a saúde, incluindo aqueles relacionados à
alimentação e à atividade física, diretamente associados ao sobrepeso e à
obesidade (CATTAI; HINTZE; NARDO JUNIOR, 2010).
Diante disso, este estudo se justifica na necessidade de verificarmos o estado
de abertura a mudança do comportamento alimentar e da atividade física entre os
estudantes de duas escolas municipais de Pará de Minas, avaliados pela
nutricionista da prefeitura municipal de Pará de Minas e considerados obesos
segundo a classificação de Conde e Monteiro (2006).
Dessa forma, questiona-se qual o real estágio de prontidão para a mudança
do comportamento alimentar e da atividade física entre os alunos obesos das
escolas municipais de Pará de Minas?
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
O objetivo desse estudo é investigar a prontidão para a mudança das práticas
alimentares e da atividade física entre escolares adolescentes obesos da cidade de
Pará de Minas, MG
1.1.2 Objetivos específicos
inferir o questionário Avaliação do Estágio de Prontidão para Mudança dos
Hábitos Alimentares e de Atividade Física entre os alunos selecionados;
identificar entre os adolescentes obesos, em que nível de prontidão para
mudança do comportamento alimentar e da atividade física eles se
encontram;
comparar os dados obtidos com pesquisas semelhantes e discutir os
resultados.
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1.2 Hipótese
A hipótese estabelecida nessa pesquisa é que a prontidão para a mudança do
comportamento alimentar e da atividade física entre os adolescentes estudados está
predominantemente igual ou abaixo da fase de preparação (3), contemplação (2) e
pré-contemplação (1), ou seja, inferior à desejada para os sujeitos dessa pesquisa.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
A adolescência é o período de transição entre infância e a idade adulta
compreendida entre 10 e 20 anos, caracterizada por intenso crescimento e
desenvolvimento que se manifesta por marcantes transformações amplas, rápidas e
variadas, dentre elas: anatômicas, fisiológicas, mentais e sociais. É um período de
mudanças e ampliações de interesses onde ocorrem sensíveis modificações
psíquicas e orgânicas (ILHA, 2009; SILVEIRA, 2009).
Dentre as modificações físicas, a adolescência apresenta as seguintes
características: estirões de crescimento e a modificação da forma do corpo,
crescimento e desenvolvimento das gônadas, desenvolvimento dos órgãos sexuais
secundários e das características sexuais, modificações na composição corporal e o
desenvolvimento dos sistemas respiratório, circulatório e muscular. Socialmente
acrescentam-se as mudanças relacionadas com a independência,
responsabilidades, mudanças psicológicas e adaptações de personalidade, se
apresentando de uma forma bastante específica perante os outros grupos de
populações (BRAGGION; MATSUDO; MATSUDO, 2000).
A adolescência é o período do ciclo vital marcado pelas mais intensas
mudanças de naturezas diversas, ocorrendo de forma concomitante (fisiológicas,
psicossociais, comportamentais, culturais e emocionais). Uma transformação que só
cessa quando culmina no completo desenvolvimento físico e maturação sexual,
consolidação da personalidade, independência econômica e integração do indivíduo
ao seu grupo (GOMES, ANJOS, VASCONCELLOS, 2010).
Com o início da puberdade, o adolescente não é considerado mais como
criança pela sociedade, porém também não lhe é conferido o status de adulto. É
exatamente a época em que ele se liberta da família e, portanto, da socialização
primária que ocorre no grupo familiar, para atingir a independência pessoal. Em
meio à essa duplicidade, os adolescentes buscam estabelecer relações com outros
da mesma idade e esses relacionamentos são marcados pela afetividade e pela
similaridade de condição, buscando juntos definições de novos referenciais de
comportamento e identidade (CATTAI; HINTZE; NARDO JUNIOR, 2010; ILHA,
2004).
Apesar de ser caracterizada como o período compreendido entre a infância e
a vida adulta, o limite etário que define a adolescência pode variar muito. Para a
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Organização Mundial da Saúde (OMS), e para fins do uso da antropometria na
avaliação nutricional, padroniza-se adolescência como o intervalo compreendido
entre os dez anos de idade completos e os vinte anos de vida incompletos.
Entretanto, do ponto de vista legal, no Brasil, a lei federal que dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente, considera adolescente a pessoa com idade
entre doze e dezoito anos de idade (GOMES, ANJOS, VASCONCELLOS, 2010).
A adolescência compreende diversos processos fisiológicos, entre os quais
destaca-se a maturação sexual, que marca muito bem o início, o fim e outras
distintas fases desse momento da vida. Muitos estudos apresentam os dados de
forma agregada, não separando resultados de crianças e adolescentes, ou
determinam limites de idade arbitrários ou convenientes, o que dificulta a
interpretação e comparação internacional entre os estudos, e eventualmente pode
ocasionar uma inconsistente inferência dos dados à população estudada
(BRAGGION; MATSUDO; MATSUDO, 2000).
Essa diferença entre as faixas etárias adotadas pelos estudos para definir o
período da adolescência trazem implicações, principalmente em relação às
comparações internacionais, que classificam um grupo de acordo com a idade de
ingresso à escola (escolares e pré-escolares). Variações do sistema educacional de
diferentes países podem dificultar essas comparações (GOMES, ANJOS,
VASCONCELLOS, 2010).
A adolescência é caracterizada por profundas transformações biológicas e
psico-sociais que envolvem intenso crescimento e desenvolvimento. Nesta fase as
necessidades de energia e nutrientes aumentam para poder proporcionar um
crescimento adequado. O número de fatores ambientais que intervém no processo
de crescimento é muito variado e não há dúvidas de que um dos mais importantes é
a nutrição. O conhecimento da importância dos hábitos de saúde e da prática de
atividade física regular também são imprescindíveis para o crescimento adequado.
Grande parte do ócio dos jovens, ócio gerado pelo sistema, é consumido em horas
em frente à televisão, onde estereótipos consumistas são largamente oferecidos à
juventude (BRAGGION; MATSUDO; MATSUDO, 2000).
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2.1 Atividade física na adolescência
Mudanças ocorridas no último século com a entrada da era tecnológica
ocasionaram modificações no estilo de vida e hábitos sociais, gerando dados
preocupantes sobre o decréscimo na quantidade de atividade física praticada pela
população em geral. Com o avançar da idade, existe uma tendência ao decréscimo
do gasto energético diário, consequência da diminuição da atividade física, que
parece ser decorrente de fatores comportamentais e sociais. Durante a adolescência
ocorre um declínio bastante significativo nos níveis de prática de atividade física
onde o grande número de horas sentado ou assistindo televisão está relacionado
com os baixos níveis de atividade física e pode ser associado ao acúmulo de
gordura corporal (CATTAI; HINTZE; NARDO JUNIOR, 2010).
As evidências fisiológicas dos benefícios à saúde pela atividade física,
especialmente quanto a doenças cardiovasculares, têm sua origem durante a
infância e adolescência. Percebe-se, diante disso, a importância da relação entre a
atividade física e estado de saúde dos adolescentes para o futuro (SILVEIRA, 2009).
A atividade física reduz o risco de tais doenças e esses benefícios são
mediados por vários mecanismos. Entre eles está a melhora no metabolismo de
glicose, a redução da gordura corporal e a diminuição da pressão sanguínea. A
atividade física pode reduzir o risco de câncer de cólon através da redução de tempo
de trânsito intestinal e de níveis mais altos de antioxidante (FARIAS; SALVADOR,
2005).
Entre adolescentes, a participação em programas de atividade física se
apresenta como um agente de prevenção a distúrbios físicos e orgânicos. A
atividade física é um componente chave no equilíbrio energético e promove em
adolescentes um comportamento positivo saudável. Entretanto, a atividade física é
também o componente mais variável do gasto energético, sendo o fator principal do
equilíbrio energético (BRAGGION; MATSUDO; MATSUDO, 2000).
Na infância, a inatividade física tem sido apontada como um dos fatores
relacionados ao aparecimento de problemas de saúde e de qualidade de vida.
Entretanto, outros fatores também são apontados como responsáveis pelo
desenvolvimento precoce de doenças crônicas não transmissíveis, dentre eles,
pode-se citar as dietas de baixa qualidade e o uso de drogas (DÓREA, 2008).
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A promoção de atividades físicas para adolescentes deve ser enfatizada a fim
de desenvolver sua prática regular, principalmente a prática dos dias de semana, já
que nos finais de semana os adolescentes mostraram ser mais ativos. Outro
influenciador no nível de atividade física é o comportamento familiar frente à
atividade física. Os amigos, parentes e pais têm influência na prática da atividade
física dos adolescentes, provavelmente através de uma combinação de modelação,
sugestão e reforço (CATTAI; HINTZE; NARDO JUNIOR, 2010).
Um dos principais fatores envolvidos na diminuição dos níveis de atividade
física, contribuindo para a instalação do sedentarismo no cotidiano de crianças e
adolescentes, é o tempo diário gasto assistindo televisão além de jogos de
computador, internet. Diante desses fatos, estudiosos ressaltam a importância de se
monitorar os níveis de atividade física em crianças e adolescentes. Essa
preocupação deve-se ao fato de que a prática de atividade física regular contribui de
forma positiva na prevenção e controle da obesidade e das doenças crônico-
degenerativas associadas à mesma (FARIAS; SALVADOR, 2005).
2.2 Consumo alimentar na adolescência
Em relação ao consumo alimentar, é consenso que, no século XX, mudanças
ocorridas na estrutura familiar, como a inserção da mulher no mercado de trabalho,
influenciaram o padrão alimentar, sendo incomuns refeições com horários definidos
e cardápios elaborados para o consumo em família, especialmente nas grandes
cidades, onde as atividades são exercidas em diferentes horários e contextos. Na
atualidade, entre os determinantes do consumo alimentar, também se destaca, em
diferentes culturas, a influência da globalização, mais perceptível nas zonas
urbanas, onde se observa o consumo exagerado de alimentos industrializados
(SANTOS et al., 2005).
Na adolescência, as práticas alimentares refletem valores apreendidos na
família e entre amigos, além da influência da mídia. Nessa fase, o indivíduo está
mudando o corpo e buscando a imagem corporal idealizada, portanto, a alimentação
inadequada pode levar a desequilíbrios nutricionais que podem interferir no
crescimento e no estado de saúde (SANTOS et al, 2005).
A alimentação é parte integrante das necessidades básicas dos seres
humanos, os alimentos consumidos geram a energia necessária para manter em
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pleno funcionamento suas funções vitais. Para um bom estado de saúde e
desenvolvimento orgânico, as pessoas devem consumir quantidades adequadas de
alimentos, assim como de seus nutrientes (SILVEIRA, 2009).
A cada dia o organismo necessita de uma quantidade balanceada de
nutrientes, existindo recomendações das quotas diárias a serem cumpridas. Estes
nutrientes são divididos em macronutrientes (proteínas, lipídios e carboidratos) e
micronutrientes (vitaminas, minerais). As funções dos nutrientes podem ser:
energéticas (glicídios, lipídios e protídeos), correspondente ao provimento das
necessidades calóricas do indivíduo; plásticas (protídeos, minerais, água),
relacionando-se com a formação e manutenção dos tecidos; reguladoras (minerais e
as vitaminas), assegurando e impulsionando processos em que tomam parte
nutrientes energéticos e plásticos (BRAGGION; MATSUDO; MATSUDO, 2000).
Cabe ressaltar que tais índices são relativos, dependem do tipo físico, da
atividade predominante e dos níveis de atividade física. A ingestão calórica de
nutrientes acima daquela que se utiliza para manutenção das funções vitais e
reposição de energia, independente do tipo de nutrientes, será armazenado em
forma de gordura corporal subcutânea. Caso isso prevaleça por longo tempo e se for
associado a ausência de exercícios regulares, podem vir a ser motivos do
estabelecimento de estados de obesidade. Na infância e adolescência, a ingestão
calórica acima ou abaixo dos níveis necessários pode ser prejudicial à capacidade
de adaptação do organismo. O excesso energético levaria a criança a tender à
obesidade, com redução conseguinte de sua capacidade funcional (ILHA, 2004)
Durante a época de pico da velocidade de crescimento, os adolescentes
podem precisar comer em quantidades aumentadas. Eles são capazes de usar
alimentos de alta concentração de energia; contudo, precisam ser mais cuidadosos
com a quantidade e com a frequência quando o crescimento ficar mais lento.
Hábitos de comer em demasia, adotados durante a adolescência, podem, no final,
contribuir com uma série de doenças debilitantes (SILVEIRA, 2009).
O consumo alimentar de adolescentes é caracterizada por baixa ingestão de
produtos lácteos, frutas, hortaliças, alimentos fontes de proteína e ferro e excesso de
açúcar e gordura. Entre os fatores determinantes de sua escolha alimentar estão os
fatores culturais ambientais: a família, os amigos, a escola e o trabalho (SILVEIRA,
2009).
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Os fatores nutricionais que contribuem para o aumento nos índices de
obesidade na infância incluem: aleitamento materno insuficiente, redução no
consumo de fibras e consumo excessivo de alimentos gordurosos, refrigerante e
açúcares. O consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares é muitas vezes
estimulado pelas propagandas durante os programas infantis (SILVEIRA, 2009).
O alto consumo energético e de lipídeos tem sido positivamente associado
com o aumento no Índice de Massa Corporal (IMC) de adultos, crianças e
adolescentes, a dieta habitual de adolescentes caracteriza-se pela preferência por
alimentos de baixo valor nutricional, com elevados teores de gordura saturada, sal e
açúcar (ILHA, 2004).
O consumo de fibras exerce um efeito protetor. São poucos os estudos que
examinam simultaneamente o crescimento infantil, a adiposidade e o consumo de
alimentos de forma longitudinal, porém, sabe-se que a qualidade e quantidade da
alimentação ingerida têm efeito direto no estado nutricional do indivíduo. A omissão
do desjejum é comumente observada em crianças e adolescentes obesos e pode
estar associada ao maior consumo de alimentos calóricos ao longo do dia (ILHA,
2004).
A seleção de alimentos é uma parte de um sistema comportamental
complexo. Na criança é determinada primeiramente pelos pais, práticas culturais e
éticas de seu grupo. Experiências precoces e interação contínua com o alimento
determinam as preferências alimentares, hábitos e atitudes exibidas pelos adultos.
Outras influências incluem o preço do alimento, o valor do prestígio do alimento,
religião, geografia, pares e influências sociais, preparação e estocagem do alimento,
habilidades no preparo de alimentos, disponibilidade de tempo e conveniência, bem
como as preferências e intolerâncias pessoais, e ainda os fatores afetivos,
envolvendo atitudes, crenças e valores (ASSIS; NAHAS, 1999).
As qualidades sensoriais (sabor, cheiro, textura e aparência) são fortes
determinantes do comportamento alimentar. As propriedades sensoriais dos
alimentos desempenham um papel não somente na determinação do seu consumo,
como também na determinação da saciedade, ingestão e seleção do alimento numa
refeição (ASSIS; NAHAS, 1999).
19
2.3 A obesidade na adolescência
O aumento do percentual de obesos adultos reforça a necessidade de avaliar
os adolescentes, visto que o controle de doenças crônico-degenerativas deve ser
iniciado em fases precoces da vida. A definição de fatores ambientais, inclusive
hábitos alimentares, relacionados à gênese da obesidade, pode ajudar a melhor
identificar subgrupos de crianças e adolescentes com riscos aumentados para
doenças e aumentar a efetividade das medidas preventivas (VIEIRA et al, 2005).
Dentre os casos de obesidade, 1 a 2% são causadas por síndromes
genéticas. Os fatores hereditários podem ser responsáveis por 25 a 85% dos casos
de obesidade infantil, porém esta pode surgir principalmente se houver associação
entre os hábitos alimentares inadequados e baixo gasto energético (PRADO et al,
2009).
Embora seja uma doença multifatorial, sabe-se que a obesidade resulta
basicamente de uma alteração no balanço entre a energia consumida em alimentos
e bebidas e a energia gasta em atividade física e metabolismo (PRADO et al, 2009).
A obesidade durante a infância e adolescência é uma preocupação que
ganha espaço nas discussões referentes à saúde pública mundial ao mesmo tempo
em que o interesse em estudar os efeitos do ganho de peso na idade infantil tem se
tornado alvo de inúmeras investigações, pois se observa um aumento considerável,
nas últimas décadas, da prevalência nessas fases da vida (SILVEIRA, 2009).
Fatores relacionados à gordura corporal, especialmente em indivíduos
eutróficos, ainda são um tópico de muito estudo. Sobretudo em adolescentes, os
trabalhos nessa área são restritos e a escassez de conhecimento dificulta
intervenções corretas, entre elas as dietéticas (VIEIRA et al, 2005).
O tratamento de adolescentes obesos deveria ter como objetivo a redução da
massa gorda, evitando a perda de massa corporal magra, assegurando crescimento
e desenvolvimentos adequados e prevenindo a recuperação cíclica de peso. A
melhora do bem-estar é um aspecto muito importante, já que distúrbios psicológicos
e ansiedade social tendem a ser características iniciais da obesidade nos jovens
(PRADO et al, 2009).
As mudanças na composição corporal diferem significativamente entre
meninos e meninas durante a puberdade. As mudanças hormonais que influenciam
padrões de acúmulo de gordura corporal e massa corporal magra que levam a
20
tendências opostas em meninos e meninas foram bem descritas em adolescentes
não-obesos, os dados atuais sobre os efeitos a longo prazo de programas de
controle de peso para obesidade infantil são limitados (PRADO et al, 2009).
A obesidade pode se iniciar em qualquer idade, desencadeada por fatores
como o desmame precoce, a introdução inadequada de alimentos, distúrbios do
comportamento alimentar e da relação familiar, especialmente nos períodos de
aceleração do crescimento. Há necessidade da identificação precoce do excesso de
peso em crianças para diminuir o risco de se tornarem adultos obesos. Dois fatores
que podem contribuir para dobrar o risco da obesidade em adultos jovens, são:
obesidade em um dos pais e sua presença na infância. Ambos os fatores não devem
ser considerados isoladamente, mas em interação (GIUGLIANO; CARNEIRO, 2004).
O modelo de comportamento tendendo à inatividade a inadequação da dieta
familiar são fatores que pode levar à obesidade precoce. Por outro lado, a inter-
relação com jovens atletas e a orientação e motivação pelos pais são influências
positivas na prevenção da obesidade. Nas últimas décadas, as crianças tornaram-se
menos ativas, incentivadas pelos avanços tecnológicos. Uma relação positiva entre
a inatividade, como o tempo gasto assistindo televisão, e o aumento da adiposidade
em escolares vem sendo observada. A atividade física, por outro lado, diminui o
risco de obesidade, atuando na regulação do balanço energético e preservando ou
mantendo a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIUGLIANO;
CARNEIRO, 2004).
A obesidade deixou de ser um problema particular para se tornar um
importante problema de saúde pública da atualidade. Sua prevalência vem
aumentando nas últimas décadas em todo o mundo, principalmente em países
desenvolvidos, acometendo também países em desenvolvimento, como o Brasil.
Dentre as regiões do país, a Sul apresenta as maiores prevalências de obesidade,
sendo semelhantes e até superiores a países desenvolvidos. O excesso de gordura
em adultos tem-se associado à maior ocorrência de Diabetes Mellitus, à hipertensão,
ao aumento do triglicerídeo e do colesterol (TERRES et al, 2006).
Em crianças e adolescentes, essa patologia se associa ao aparecimento
precoce de doenças cardiovasculares, Diabetes Mellitus tipo 2, problemas
psicológicos, além de comprometer a postura e causar alterações no aparelho
locomotor e trazer desvantagens socioeconômicas na vida adulta. Vários fatores
podem estar associados a este problema. Ainda que o elevado peso corporal seja
21
resultado do desequilíbrio entre oferta e demanda energética, a sua determinação
tem-se revelado complexa e variável em diversos aspectos, como fatores
demográficos, socioeconômicos, genéticos, psicológicos, ambientais e individuais
(TERRES et al, 2006).
Os longos períodos de sedentarismo também podem ser responsabilizados
pelo acúmulo de gordura corporal, outro fator que pode estar associado ao aumento
na prevalência de sobrepeso e obesidade é o nível de atividade física diária
realizada por crianças e adolescentes (SUÑÉ et al, 2007).
Estudos demonstram a influência do ambiente familiar sobre o risco do
aparecimento de obesidade infantil, uma vez que a criança depende das escolhas
de seus pais e familiares com relação à compra, modo de preparo dos alimentos,
hábitos alimentares e incentivo à prática de atividade física (TERRES et al, 2006).
2.4 Comportamento alimentar e da atividade física e sua influência na autoimagem
Há alguns anos vem aumentando o interesse da OMS na saúde da população
adolescente. Nessa fase é importante a oferta correta de energia e de todos os
nutrientes para suprir as necessidades aumentadas em função das mudanças
fisiológicas. Entretanto, durante a adolescência é comum a realização de dietas
inadequadas, muitas vezes autoprescritas e sem nenhum acompanhamento
profissional, o que potencializa os riscos à saúde. Além disso, o estilo de vida, as
tendências alimentares do mesmo grupo etário, de amigos e da própria família,
contribuem para que, nem sempre, o adolescente tenha uma boa nutrição (VIEIRA,
2005).
Durante a adolescência, assumir o novo corpo de adulto e se identificar com
ele nas novas funções é, antes de tudo, admitir a perda do corpo infantil; esta perda
ou luto ocorreria simultaneamente à posse de uma nova identidade corporal. Os
adolescentes passam por mudanças importantes que os levam ao amadurecimento
biopsicossocial. O processo de aquisição de uma identidade própria, passando da
fase de dependência para independência e o relacionamento grupal fora de casa
podem trazer alterações importantes na alimentação do adolescente (BRAGGION;
MATSUDO; MATSUDO, 2000).
22
A influência que a autoimagem corporal exerce sobre os hábitos de saúde das
adolescentes tem sido bastante discutida (BRAGGION; MATSUDO; MATSUDO,
2000).
Durante a adolescência a preocupação com o porte físico e a aparência
corporal é um dos problemas mais importantes. Atualmente, a forte tendência social
e cultural de considerar a magreza como uma situação ideal de aceitação e êxito
está influenciando cada vez mais os adolescentes, especialmente as meninas. As
adolescentes têm medo de engordar e em consequência desejam um controle do
seu peso (VIEIRA, 2005).
Esta angústia por engordar é em parte independente do peso real. Padrões
impostos pela sociedade podem influenciar negativamente o consumo alimentar;
principalmente no sexo feminino, pois, para se manterem dentro dos padrões de
beleza, as adolescentes chegam a omitir refeições
importantes como o café da manhã ou o jantar, acarretando baixo consumo de
energia e inadequadas proporções entre os nutrientes. As meninas têm grande
preferência por omitir refeições assim como por alimentos mais saudáveis quando
comparadas aos meninos, preferências estas que teriam grande relação com o peso
e aparência corporal, assim como maior freqüência de dietas e desordens
alimentares (BRAGGION; MATSUDO; MATSUDO, 2000).
A imagem corporal tem sido descrita como a capacidade de representação
mental do próprio corpo pertinente a cada indivíduo, sendo que esta imagem
envolve aspectos relacionados à estrutura (como tamanho, dimensões) e à
aparência (forma, aspecto), entre vários outros componentes psicológicos e físicos
da imagem corporal. A influência dos pais e amigos é muito grande sendo que a
aprovação e aceitação por parte destes dos seus hábitos dietéticos e da seleção de
alimentos têm muita importância para os adolescentes. A influência é tamanha que,
mesmo sendo esta uma etapa onde a demanda de nutrientes está aumentada, elas
consideram que os bons hábitos alimentares não são uma prioridade, apesar dos
benefícios a curto e longo prazo; devido à falta de senso de urgência com relação
aos agravos à saúde (VIEIRA, 2005).
23
2.5 Teorias motivacionais nos programas de mudança do comportamento
alimentar e da atividade física
O comportamento, fatores pessoais internos (cognitivos) e os eventos
ambientais interagem entre si bidirecionalmente. Na psicologia cognitiva, os métodos
são dirigidos para modificações de sentimentos e ações, influenciando um padrão de
pensamento social. Estratégias são dirigidas à mudança de atitudes individuais,
crenças e percepções sobre o comportamento. A teoria social cognitiva e a
psicologia cognitiva podem ser utilizadas para conduzir o processo de mudança
cognitiva. A mudança de comportamento individual pode ser facilitada pela
modificação dos fatores pessoais internos. Estes fatores incluem não somente a
obtenção dos conhecimentos necessários e práticas apropriadas para fazer uma
mudança, mas também um componente de auto desenvolvimento. Apesar de uma
pessoa ter o desejo de realizar uma mudança e seja definitivamente a responsável
pela modificação do comportamento alimentar e da atividade física, algum agente
influenciador poderá ajudá-la no desenvolvimento pessoal de auto-eficácia,
autocontrole e auto-avaliação, três aspectos críticos da mudança (ASSIS; NAHAS,
1999).
Os indivíduos podem ser treinados a usar métodos de autocontrole para
efetuar as mudanças de comportamento relativas à ingestão alimentar e à prática de
exercícios. A curto prazo, os participantes de tais programas fazem as mudanças
apropriadas e perdem peso. Contudo a maioria dessas pessoas experimentam um
sucesso temporário na manutenção do peso perdido. Em muitos indivíduos, os
relapsos estão relacionados ao desenvolvimento de ingestão compulsiva,
caracterizada pela falta de controle de ingesta e dependência alimentar. A essência
do modelo de autocontrole é que o indivíduo move-se de uma posição de ser o
“cliente”, sob a orientação de um terapeuta, para uma posição na qual se torna mais
capaz de assumir a responsabilidade pelo processo de mudança (SOUZA;
DUARTE,2005).
Quando aplicada na perda de peso, esta teoria sugere que as pessoas
poderão ser motivadas, se elas acreditarem que a perda de peso diminuirá a
probabilidade de contrair uma doença que ameace suas vidas; se elas possuírem
um “locus de controle interno” e esperarem que comportamentos específicos, tais
como a redução da ingestão energética e a prática de exercícios, resultarão em
24
significativa perda de peso e se elas estiverem confiantes na sua capacidade de
efetuar os comportamentos necessários (ASSIS; NAHAS, 1999).
2.6 Estágio de prontidão para a mudança do comportamento alimentar e da
atividade física
Intervenções que utilizam o modelo de “prontidão para a mudança” baseiam-
se no conceito de que mudanças de comportamento ocorrerão quando, e somente
se, o indivíduo estiver disposto a isso. Entretanto, estratégias devem ser adotadas
para que o aluno evolua dentro dos estágios de prontidão para mudança do
comportamento, dos não-saudáveis para os saudáveis (CATTAI; HINTZE; NARDO
JUNIOR, 2010).
Ao longo dos anos, o modelo de estágios de prontidão para mudança do
comportamento tornou-se objeto de pesquisa com vistas ao tabagismo, alcoolismo e
doenças sexualmente transmissíveis. Mais recentemente, este modelo de pesquisa
passou também a ser utilizado no estudo e tratamento de outros comportamentos de
risco para a saúde, incluindo aqueles relacionados à alimentação e à atividade
física, diretamente associados ao sobrepeso e à obesidade (HINTZE et al 2012).
A dificuldade encontrada para tratar a obesidade revela a urgente
necessidade de prevenir o surgimento de novos casos e aprimorar os modelos de
intervenção existentes a fim de minimizar a carga gerada pela doença. Nesse
sentido, o estágio de prontidão para a mudança do comportamento alimentar e da
atividade física tem sido utilizado, tanto como forma de avaliação quanto de
tratamento, em intervenções aos fatores etiológicos da obesidade, como os hábitos
alimentares e a não prática regular de atividade física (CATTAI; HINTZE; NARDO
JUNIOR, 2010).
25
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS
3.1 Tipo de pesquisa
Este estudo caracteriza-se como um estudo descritivo, de abordagem
transversal (THOMAS, NELSON; SILVERMAN, 2007), uma vez que as variáveis
contempladas na investigação foram avaliadas uma única vez, de acordo com os
objetivos propostos. Foi constituída de levantamento de dados de adolescentes
visando analisar a prontidão para a mudança do comportamento alimentar e da
atividade física.
3.2 Procedimentos éticos
Todos os voluntários e seus responsáveis assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE – ANEXO A) para participar da pesquisa.
O consentimento é uma obrigatoriedade do Conselho Nacional de Saúde, Resolução
nº 466/2012, em pesquisas envolvendo seres humanos, baseadas na declaração de
Helsinque (1964 e resoluções posteriores) e na necessidade de aprovação do
Comitê de Ética.
3.3 Local e amostra
Os participantes desta pesquisa foram selecionados por meio da análise de
documentos e protocolos dos dados obtidos através da avaliação física periódica
realizada pela Secretaria de Educação de Pará de Minas, através da Nutricionista
responsável pelo acompanhamento antropométrico dos alunos na cidade.
O trabalho realizado pela equipe da Secretaria de Educação objetiva coletar
informações sobre um parâmetro de estudo em amostra, numa perspectiva
exploratória, buscando ampliar a informação sobre algumas variáveis do perfil
antropométrico de estudantes de duas escolas da rede municipal da cidade de Pará
de Minas – Minas Gerais.
A amostra constituiu-se por estudantes, com idade entre 12 e 15 anos, sendo
16 meninas e 12 meninos, matriculados e com frequência regular do sexto ao nono
26
ano do ensino fundamental da rede Municipal da cidade de Pará de Minas – MG.
Para avaliação antropométrica dos adolescentes é aferido a massa corporal (Kg) e a
estatura (m). O material usado para aferição da massa e altura é uma balança
mecânica Arja® com antropômetro.
As duas escolas selecionadas se localizam em regiões opostas da cidade. A
rede municipal de educação possui 5 escolas que oferecem o nível de ensino
fundamental anos finais, das 5 escolas, 2 estão na zuna rural, a outra escola não
tinha nenhum sujeito que se enquadrasse nos critérios de inclusão dessa pesquisa.
A nutricionista responsável pela coleta de dados é capacitada e possui ampla
experiência na coleta e registro de dados antropométricos, a fim de minimizar os
possíveis erros de manuseio dos equipamentos e aferição dos dados.
Após análise das planilhas, todos os alunos que se encontrarem segundo a
classificação de Conde e Monteiro (2006), como obesos, serão considerados como
sujeitos dessa pesquisa.
O IMC será calculado através da fórmula Peso/Estatura2, sendo o peso dado
em quilogramas e a estatura em metros. Foi utilizado como referência as tabelas de
IMC apresentadas por Conde e Monteiro (2006), baseadas nas medidas
antropométricas coletadas na Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN).
3.4 Aplicação do questionário
A versão em português do questionário de avaliação do estágio de prontidão
para mudança do comportamento dos hábitos alimentares e de atividade física
apresentou valores de confiabilidade e validade interna apropriados para a sua
aplicação em adolescentes. A facilidade de aplicação deste instrumento possibilita
sua utilização em diversos tipos de estudos e/ou tratamentos (CATTAI et al., 2012).
Após a identificação dos adolescentes participantes da pesquisa e entrega do
Termo de Compromisso Livre e Esclarecido (ANEXO A) foi aplicado o questionário
de avaliação do estágio de prontidão para mudança do comportamento alimentar e
de atividade física (ANEXO B), instrumento validado conforme o artigo publicado por
Cattai; Hintze; Nardo Junior (2010).
Os alunos responderam o instrumento de pesquisa na secretaria da escola
após terem sido convocados pela pesquisadora que foi quem aplicou os
questionários. Como critério de inclusão da pesquisa foi caracterizado os alunos que
27
trouxeram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido devidamente preenchido
um dia antes da aplicação do Questionário. Como critério de exclusão, observou-se
a não concordância por parte dos pais ou responsáveis pelo aluno ou ainda a não
presença do mesmo no dia de aplicação do questionário. O instrumento foi aplicado
somente por uma tentativa em cada escola.
O questionário possui inicialmente 5 opções divididas em dois grupos de
respostas, eu não faço isso e eu faço isso:
Eu não faço isso pelo menos na metade do tempo agora e,
1 – ... e eu não tenho planos de fazê-lo.
2 – ... mas eu estou pensando em fazer isso em dentro dos próximos 6 meses
3 – ... mas eu estou definindo planos para começar a fazer isso dentro de um
mês.
Eu faço isso, pelo menos na metade do tempo agora e,
4 – ... Eu acabei de começar a fazer isso nos últimos 6 meses,
5 – ... Eu venho fazendo isso há mais de 6 meses.
O aluno poderia, no decorrer do questionário, enumerar a afirmativa com os
números de 1 a 5, o que retrataria a sua posição diante do conteúdo proposto. Para
este estudo, foi considerado o indivíduo que está no nível de prontidão para
mudança do comportamento alimentar e da atividade física aquele que obtiver em
média resposta igual ou superior a 4 (quatro). No que se diz respeito aos grupos
(feminino ou masculino) será considerado a mesma média.
Ao final do questionário havia ainda uma pergunta a respeito do exercício
físico e ainda do tempo em que o aluno gasta se exercitando.
Esse modelo utiliza a construção de fases de mudança, ou seja, em vez de
modificar os comportamentos considerados inadequados de maneira direta e
abrupta, a pessoa o faz em etapas, no contexto de um equilíbrio decisional,
buscando autoeficácia no processo de mudança. As fases de mudança passam
consecutivamente pelos estágios de pré-contemplacão (1), contemplação (2),
preparo (3), ação (4) e manutenção (5), incluindo o aspecto temporal e o
motivacional para mudança. Os resultados obtidos no questionário foram
representados em forma de tabela com a finalidade de se comparar os dados
obtidos com pesquisas semelhantes.
28
3.5 Procedimentos estatísticos
As medidas antropométricas foram analisadas através do software de
avaliação nutricional e prescrição dietética Dietpro® 5i, desenvolvido e distribuído
pela A.S Sistemas.
A estatística descritiva (mínimo, máximo, média e desvio padrão) foi utilizada
para a caracterização da amostra do estudo. Tabelas e analises percentuais foram
utilizadas para análise dos resultados em comparação com a composição corporal
dos dados do estudo pelo IMC. A estatística analítica utilizou-se do coeficiente de
correlação de Spearman para se verificar a confiabilidade do instrumento utilizado,
para tanto, foi utilizado o programa SPSS, versão 18.0, adotando p<0,05.
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a seleção inicial para a realização da pesquisa, foram
levantados 35 alunos que se enquadravam na condição de obesidade segundo
Conde e Monteiro (2006), no entanto, de acordo com os critérios de inclusão e
exclusão, foram entrevistados 28 alunos, sendo 16 do sexo feminino e 12 do sexo
masculino.
A idade variou entre 12 e 15 anos para ambos os sexos com média de 13,12
anos para as meninas e 13,33 anos para os meninos. O IMC feminino variou entre
25,32 e 29,65 Kg/m² e o masculino entre 26,47 e 29,78 Kg/m² (Tabela 1).
Tabela 1 – Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão da idade e IMC por gênero.
Gênero Variáveis N Unidade Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Feminino Idade 16 Anos 12,00 15,00 13,12 0,81 IMC 16 Kg/m2 25,32 29,65 27,94 1,55
Masculino Idade 12 Anos 12,00 15,00 13,33 1,23
IMC 12 Kg/m2 26,47 29,78 27,90 1,14
Podemos observar nas Tabelas 2 e 3, do grupo feminino e masculino
respectivamente. Os valores descritivos da questão 1 do questionário: Em relação
às porções (tamanho/quantidade).
Tabela 2 – Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão do grupo feminino, da questão 1.
Gênero Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Feminino
Item 1.1 16 1,00 5,00 2,87 1,75
Item 1.2 16 1,00 5,00 2,25 1,73
Item 1.3 16 1,00 5,00 3,75 1,69
Item 1.4 16 1,00 5,00 3,81 1,22
Item 1.5 16 1,00 5,00 3,00 1,86
Item 1.6 16 1,00 5,00 2,37 1,78
Item 1.7 16 1,00 5,00 4,00 1,26
Item 1.8 16 1,00 5,00 3,62 1,45
Item 1.9 16 1,00 5,00 2,25 1,73
30
Tabela 3 – Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão do grupo masculino, questão 1.
Gênero Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Masculino
Item 1.1 12 1,00 5,00 3,41 1,73
Item 1.2 12 1,00 5,00 1,83 1,58
Item 1.3 12 4,00 5,00 4,66 0,49
Item 1.4 12 1,00 5,00 3,91 1,31
Item 1.5 12 1,00 5,00 2,17 1,58
Item 1.6 12 1,00 5,00 2,75 1,86
Item 1.7 12 1,00 5,00 3,16 1,94
Item 1.8 12 1,00 5,00 3,75 1,48
Item 1.9 12 1,00 5,00 3,25 1,71
Como é possível observar na Tabela 2 somente o item 1.7 (Resisto em comer
tudo que está no prato se eu não estiver mais com fome) atingiu a média 4 entre o
grupo feminino.
Já a Tabela 3 nos aponta que entre os meninos apenas o item 1.3 (Como
menos nas últimas refeições se eu exagerei nas anteriores) atingiu a média de 4,66.
De acordo com estudos, os adolescentes modificaram seus hábitos
alimentares nas últimas décadas aumentando a quantidade de alimento ingerida, e
ainda a adoção de rotinas alimentares inadequadas (ANDRADE; PEREIRA;
SICHIERI; 2003).
Tabela 4 – Nível de correlação significativa entre os itens da questão 1 - Em relação
às porções (tamanho/quantidade) do questionário.
Gênero Variável 1.1
Feminino 1.7 0,55* Masculino 1.5 0,62* * significativo para p<0,05
Conforme a Tabela 4, o item 1.1 Limito a quantidade que como e não como
mais do que preciso se relacionou positivamente com os itens 1.7 Resisto em comer
tudo que está no prato se eu não estiver com mais fome no grupo feminino e o item
1.5 - Evito comer quando estou nervoso, triste ou deprimido no grupo masculino.
Com base nessa relação de significância podemos propor uma importante
relação, pois, conforme Braggion, Matsudo, Matsudo (2010), as porções alimentares
adequadas são importantes para manter o aporte energético suficiente entre os
31
adolescentes e na maioria das vezes, pode-se perceber um aumento na ingestão
calórica devido a ansiedade, agitação e situações de pressão.
Nas Tabelas 5 e 6, contemplamos os valores descritivos da questão 2 do
questionário: Em relação à quantidade de gordura da dieta do grupo feminino e
masculino respectivamente.
Tabela 5 – Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão da questão 2.
Gênero Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Feminino
Item 2.1 16 1,00 5,00 2,81 1,60
Item 2.2 16 1,00 5,00 3,62 1,54
Item 2.3 16 1,00 5,00 3,18 1,72
Item 2.4 16 1,00 5,00 3,43 1,54
Item 2.5 16 1,00 5,00 3,50 1,82
Item 2.6 16 1,00 5,00 2,31 1,66
Item 2.7 16 1,00 5,00 2,81 1,72
Item 2.8 16 1,00 5,00 3,06 1,65
Item 2.9 16 1,00 5,00 3,18 2,00
Item 2.10 16 1,00 5,00 2,93 1,65
Item 2.11 16 1,00 5,00 1,75 1,34
Tabela 6 – Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão do grupo masculino da questão 2.
Gênero Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Masculino
Item 2.1 12 1,00 4,00 2,08 1,16
Item 2.2 12 1,00 5,00 3,08 1,56
Item 2.3 12 1,00 5,00 2,41 1,68
Item 2.4 12 1,00 5,00 2,00 1,41
Item 2.5 12 1,00 5,00 3,16 1,95
Item 2.6 12 1,00 4,00 1,67 1,07
Item 2.7 12 1,00 5,00 2,67 1,72
Item 2.8 12 1,00 5,00 2,58 1,73
Item 2.9 12 1,00 5,00 2,58 1,78
Item 2.10 12 1,00 5,00 2,50 1,68
Item 2.11 12 1,00 5,00 1,75 1,36
Como é possível observar, tanto na Tabela 5 quanto na Tabela 6, em geral, o
grupo feminino e o grupo masculino não atingiu em nenhum item da questão 2
média igual ou superior a 4, o que demonstra a não prontidão para a mudança do
comportamento alimentar e da atividade física.
32
Nos estudos de Dalla Costa; Cordoni Júnior e Matsuo (2007) observou-se
que, a população apresenta um consumo desproporcional de gordura saturada e de
colesterol, sendo esse mais inadequado nas faixas mais jovens.
A pesquisa de Neutzling et al (2007), demonstrou um alto consumo de
gordura saturada entre adolescentes e ainda relatou que estudos clínicos e
epidemiológicos sugerem que a gordura dietética tem importante papel no
desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
De acordo com as Tabelas 7 e 8 observamos os valores descritivos da
questão 3 do questionário: Em relação ao consumo de frutas e vegetais, do grupo
feminino e masculino respectivamente.
Tabela 7 – Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão do grupo feminino, da questão 3.
Gênero Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Feminino
Item 3.1 16 1,00 5,00 2,69 1,62
Item 3.2 16 1,00 5,00 2,88 1,71
Item 3.3 16 1,00 5,00 2,56 1,46
Item 3.4 16 1,00 5,00 3,94 1,34
Item 3.5 16 1,00 5,00 4,31 1,19
Item 3.6 16 1,00 5,00 3,19 1,91
Item 3.7 16 1,00 5,00 3,75 1,48
Item 3.8 16 1,00 5,00 4,44 1,03
Item 3.9 16 1,00 5,00 3,63 1,78
Tabela 8 – Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão do grupo masculino da questão 3.
Gênero Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Masculino
Item 3.1 12 1,00 5,00 3,33 1,77
Item 3.2 12 1,00 5,00 2,58 1,72
Item 3.3 12 1,00 4,00 1,91 1,24
Item 3.4 12 1,00 5,00 3,83 1,58
Item 3.5 12 1,00 5,00 3,75 1,76
Item 3.6 12 1,00 5,00 2,75 1,66
Item 3.7 12 1,00 5,00 3,08 1,78
Item 3.8 12 1,00 5,00 3,92 1,51
Item 3.9 12 1,00 4,00 2,42 1,38
Como é possível verificar na Tabela 7 os itens 3.5 (Como saladas verdes e
vegetais como rúcula, agrião, cenouras e tomate) e 3.8 (Incluo vegetais, como alface
ou tomate, nos meus pratos ou nos sanduíches) do grupo feminino foram os únicos
itens que obtiveram média igual ou superior a 4, o que demonstra que nestes
33
aspectos as meninas em geral detém uma significativa prontidão para a mudança do
comportamento alimentar.
Na Tabela 8 podemos acompanhar que em nenhum dos itens foi atingido
média igual ou superior a 4 o que sugere uma ação educativa para essa população
no que se diz respeito ao consumo de frutas e vegetais.
De acordo com os estudos de Dishchekeniano et al. (2011), o baixo consumo
de frutas e vegetais repercute em escassez de vitaminas, minerais e fibras,
considerados protetores contra doenças cardiovasculares. Esse comportamento é
atribuído ao alto custo, dificuldade de preparo e baixa aceitação entre os
adolescentes.
Dalla Costa; Cordoni Júnior e Matsuo (2007), constataram baixo consumo de
frutas entre os adolescentes, sendo menor entre os meninos, o que reforça os
resultados encontrados no presente estudo.
Conforme as Tabelas 9 e 10 observamos os valores descritivos da questão 4
do questionário: Em relação a prática de atividade física do grupo feminino e
masculino respectivamente.
Tabela 9 – Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão do grupo feminino, da questão 4.
Gênero Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Feminino
Item 4.1 16 1,00 5,00 3,38 1,78 Item 4.2 16 1,00 5,00 3,50 1,63
Item 4.3 16 1,00 5,00 4,56 1,03
Item 4.4 16 1,00 5,00 3,31 1,74
Item 4.5 16 1,00 5,00 3,88 1,15
Item 4.6 16 1,00 5,00 3,13 1,67
Item 4.7 16 1,00 5,00 4,19 1,11
Item 4.8 16 1,00 5,00 2,75 1,84
Item 4.9 16 1,00 5,00 3,43 1,79
34
Tabela 10 – Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão do grupo masculino, da questão 4.
Gênero Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Masculino
Item 4.1 12 1,00 5,00 3,55 1,57 Item 4.2 12 1,00 5,00 3,45 1,63
Item 4.3 12 1,00 5,00 2,36 1,91
Item 4.4 12 1,00 5,00 3,72 1,68
Item 4.5 12 1,00 5,00 2,63 1,91
Item 4.6 12 1,00 5,00 2,90 1,87
Item 4.7 12 1,00 5,00 3,90 1,37
Item 4.8 12 1,00 5,00 2,54 1,81
Item 4.9 12 1,00 5,00 2,18 1,72
Tassitano et al (2007) demonstra que alguns fatores relacionados à redução
na prática de exercícios nessa faixa etária são: uso da televisão, computador e vídeo
games como forma de diversão; preocupação dos pais em relação à segurança dos
filhos e desinteresse das escolas em promover esse tipo de atividade.
Como é possível observar na Tabela 10, entre o sexo masculino, não houve
nenhum item que obtivesse média igual ou superior a 4, o que retrata uma deficitária
prontidão para a mudança do comportamento da atividade física. Com relação ao
grupo feminino, podemos observar média superior a 4 nos itens 4.3 (Passo boa
parte do tempo fora da minha mesa, sofá e/ou cadeira do computador fazendo
tarefas mais ativas) e 4.7 (Faço coisas ativas no final da tarde - conversar
caminhando; visitar amigos ou passear).
Tassitano et al (2007) em seu trabalho retrata que cada dia tem aumentado o
grupo de adolescentes do sexo masculino que trocam as atividades físicas por jogos
em rede (vídeo game).
Na Tabela 11 podemos observar os valores descritivos da questão do
questionário que interroga sobre as atividades físicas planejadas, se elas são
realizadas e quantas vezes são praticadas por semana. No sexo feminino variou
entre nenhum dia e 4 ou mais vezes por semana, de 0 a 120 minutos. Já entre os
meninos, variou entre não se exercita, mas pretende se exercitar nos próximos 6
meses e 4 ou mais vezes por semana, de 0 a 120 minutos.
35
Tabela 11 - Resultados mínimo, máximo, médio e desvio padrão da questão relacionada ao exercício físico praticado entre os adolescentes. Gênero Variáveis N Unidade Mínimo Máximo Média Desvio
Padrão
Feminino Atividade Física por semana
16 dia/ semana
1 6 4,18 1,72
Tempo de Atividade Física
16 minutos 0 120 38,75 32,99
Masculino Atividade Física por semana
12 dia/ semana
2 6 4,91 1,30
Tempo de Atividade Física
12 minutos 0 120 50,00 29,66
No que se refere a prática de atividade física, o questionário propunha uma
questão a ser respondida de múltipla escolha. A média obtida para o grupo feminino
foi 4,18 e para o grupo masculino foi 4,91. A questão 4 retratava a opção
(Atualmente, eu me exercito uma a duas vezes por semana). O tempo médio de
exercício foi de 38,75 minutos para o grupo feminino e de 50 minutos para o grupo
masculino.
Tassitano et al. (2007), afirma que a prevalência de adolescentes expostos a
baixos níveis de atividade física no Brasil varia de 39% a 93,5%.
Segundo a OMS (2011), para crianças e adolescentes de 5 a 17 anos a maior
parte da atividade física diária deve ser aeróbica. A intensidade vigorosa de
atividades devem ser incorporadas, incluindo aquelas que estimulem a musculatura
e ossos, pelo menos 3 vezes por semana durante 60 minutos.
Como podemos observar o tempo e a frequência da atividade praticada pelos
sujeitos dessa pesquisa estão aquém do que é indicado para a sua faixa etária.
Tabela 12 - Frequência da descrição do comportamento para estágio de prontidão do grupo feminino.
Estágio de Prontidão Feminino
Frequência % % acumulado
2 ├ 3 8 50,00 50,00 3 ├ 4 6 37,50 87,50 > 4 2 12,50 100,00 Total 16 100,00
36
Tabela 13 - Frequência da descrição do comportamento para estágio de prontidão do grupo masculino.
Estágio de Prontidão Masculino
Frequência % % acumulado
2 ├ 3 7 58,33 58,33 3 ├ 4 4 33,33 91,66 > 4 1 8,34 100,00
Total 12 100,00
De acordo com as Tabelas 12 e 13 podemos considerar que 50% do grupo
feminino responderam os itens do questionário com opções de 2 até 2,99, 37,50%
responderam com opções de 3 ate 3,99% e somente 12,5% responderam com
opções acima de 4.
Já no grupo masculino, 58,33% responderam os itens do questionário com
opções de 2 até 2,99, 33,33% responderam com opções de 3 até 3,99 e apenas
8,34% responderam os itens com opções acima de 4.
Este estudo considerou como um indivíduo com prontidão para o
comportamento alimentar e da atividade física aqueles que obtiverem respostas com
média superior a 4, que segundo o questionário, são aquelas que identificam o
sujeito com prontidão.
Dessa forma, neste estudo obtivemos somente12,5% do grupo feminino e
8,34% do grupo masculino que se encontram no estágio de prontidão desejado.
Conforme Hintze et al (2012), em estudo semelhante, utilizando a mesma
metodologia, questionário aqui adotado, Foi conduzido um estudo observacional, de
corte transversal, na Universidade Estadual de Maringá, Paraná, foram incluídos
adolescentes obesos. Esse estudo abordou adolescentes de ambos os sexos, com
idade entre dez e 18 anos, os dados foram coletados no início do primeiro semestre
de 2008 onde mais de 50% da população estudada entre adolescentes do sexo
feminino e masculino não atingiram o estado de prontidão para a mudança do
comportamento alimentar e da atividade física.
Tabela 14 - Nível de correlação entre IMC, exercício físico, idade e itens 4.4 e 4.7 do questionário.
Gênero Variável EXE 4.7 Idade
Feminino IMC - -0,54* 0,77** Masculino IMC 0,80** - 0,93** * significativo para p<0,05 ** significativo para p<0,01
37
De acordo com a Tabela 14, no grupo feminino, o IMC obteve relação
significativa negativa com o item 4.7 faço coisas ativas no final da tarde além de se
relacionar também positivamente com a idade.
Conforme Tassitano et al. (2007), a prática de atividade física regular pode
gerar um decréscimo de massa corporal em todas as idades. Como podemos
observar na Tabela 14, entre o grupo feminino, quanto maior era o IMC menor era a
proporção de adolescentes que realizavam atividades ativas a tarde, o que confirma
que a prática de atividade física deve ser estimulada entre os adolescentes.
Já o grupo masculino apresentou relação positiva do IMC com o Exercício
Físico e do IMC com a idade. De acordo com Souza, Duarte (2005) o IMC não é um
bom indicador de massa muscular podendo ser confundido o aumento de massa
corporal gordurosa com a massa muscular magra, no entanto para pesquisas
populacionais, o IMC é um bom indicador de obesidade. Este estudo não verificou a
massa magra dos participantes, podemos assim considerar este como um viés da
pesquisa, onde incentivamos mais pesquisas a este respeito.
38
5 CONCLUSÃO
Considerando os métodos e amostra do estudo, conclui-se que o estágio de
prontidão para mudança alimentar e de atividade física estão predominantemente
abaixo da ação comportamental desejada, ou seja, maior ou igual a 4 (ação) e 5
(manutenção). Somando-se os resultados percentuais da amostra estudada (< 4), os
percentuais médios de 87,5%, grupo feminino e 91,66% grupo masculino, confirmam
a hipótese do estudo: “[...]a prontidão para a mudança do comportamento alimentar
e da atividade física entre os adolescentes estudados está predominantemente igual
abaixo da fase de preparação (3), contemplação (2) e pré-comtemplação (1). Ou
seja, inferior à desejada para os sujeitos da faixa etária estudada”(CATTAI; HINTZE;
NARDO JUNIOR, 2010; HINTZE et al, 2012).
Diante dos resultados, observamos que em todos os itens estudados (porções
tamanho/quantidade dos alimentos; quantidade de gordura na dieta; consumo de
frutas e vegetais; prática de atividade física; frequência e tempo de exercício físico
realizado semanalmente) a frequência de respostas favoráveis à disposição para
mudança do comportamento dos adolescentes foram muito baixas. Quando foi
estudado a média de respostas, menos de 20% de ambos os sexos podem se
enquadrar entre os sujeitos que obtiveram um estágio que dá margem a mudança
do comportamento alimentar e da atividade física.
Assim, conclui-se também da importância da realização de estudo desta
natureza. A descrição de aspectos importantes dos estágios de mudanças de
comportamento alimentar e de atividade física, permite acompanhamento mais
próximo e análise de outras ações educativas para os 28 adolescentes das escolas
participantes do estudo de Pará de Minas - MG, além de guia para outras ações.
Outros estudos, envolvendo uma amostra maior, quem sabe, randomizada,
poderão ser úteis para maiores informações sobre o assunto.
39
REFERÊNCIAS
ASSIS Maria Alice Altenburg de; NAHAS Markus Vinícius. Aspectos motivacionais em programas de mudança de comportamento alimentar. Revista de Nutrição. Campinas, v.12, n.1, p. 33-41, jan./abr. 1999. ANDRADE, Roseli G; PEREIRA, Rosangela A; SICHIERI, Rosely. Consumo alimentar de adolescentes com e sem sobrepeso do Município do Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 5, p.1485-1495, set./out. 2003. BRAGGION, Glaucia Figueiredo; MATSUDO, Sandra M. Mahecha; MATSUDO, Victor K. Rodrigues. Consumo alimentar, atividade física e percepção da aparência corporal em adolescentes Revista Brasileira Cieneantropometria e Movimento. Brasília, v.8, n.1, p. 15-21, jan. 2000. CATTAI, Glauco Bernez; HINTZE, Luzia Jaeguer; NARDO JUNIOR, Nelson. Validação interna do questionário de estagio de prontidão para mudança do comportamento alimentar e da atividade física. São Paulo. Revista Paulista de Pediatria, n.28, v. 2, p. 2010. CONDE, Wolney L. MONTEIRO, Carlos A. Valores críticos do índice de massa corporal para classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes brasileiros. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, v. 82, n. 4, p. 266-272. 2006. CONSENSO LATINO-AMERICANO SOBRE OBESIDADE. Obesidad en el niño y el adolescente, 2004. Acesso em 20 de outubro de 2011. <disponível em http:\\www.abeso.org.br\consenso.pdf>. DALLA COSTA, Marcia Cristina; CORDONI JÚNIOR, Tiemi; MATSUO, Luiz. Hábito alimentar de escolares adolescentes de um município do oeste do Paraná. Revista de Nutrição, Campinas, v. 20, n. 5, p. 461-471, set./out., 2007. DISHCHEKENIAN, Vera Regina Mello et al. Padrões alimentares de adolescentes obesos e diferentes repercussões metabólicas. Revista de Nutrição, Campinas, v. 24, n. 1, p.17-29, jan./fev., 2011.
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40
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43
ANEXO A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DO PROJETO:
ANALISE DESCRITIVA DO ESTÁGIO DE PRONTIDÃO PARA A
MUDANÇA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E DA ATIVIDADE
FÍSICA EM ADOLESCENTES OBESOS DE DUAS ESCOLAS
MUNICIPAIS DA CIDADE DE PARÁ DE MINAS – MINAS GERAIS
Pesquisadores Responsáveis: Afonso Timão Simplício e Ricardo Wagner de Mendonça Trigo –
Professores da Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal.
Telefones para contato: (37) 8812-1092 / 9133-8980
Estudante participante: Liliane Aparecida de Faria – 6º período do curso de Licenciatura em
Educação Física da Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal.
Telefones para contato: 37 – 9100-5565 e 37 – 9912-5222 (inclusive ligações a cobrar)
Este termo de consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça ao pesquisador e/ou
professor que explique as palavras ou informações não compreendidas completamente. Em caso de
dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa pelo
telefone.
ESTE CONSENTIMENTO É UMA OBRIGATORIEDADE DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, RESOLUÇÃO Nº 196/96, SOBRE PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS, BASEADAS NA DECLARAÇÃO DE HELSINQUE (1964 E RESOLUÇÕES POSTERIORES) E NA NECESSIDADE DE APROVAÇÃO PELO COMITÊ DE ÉTICA.
1 ) Introdução
Seu filho está sendo convidado (a) a participar do Projeto ESTÁGIO DE PRONTIDÃO PARA A
MUDANÇA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E DA ATIVIDADE FÍSICA EM ADOLESCENTES
DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE PARÁ DE MINAS – MG. Se decidir permitir a
participação dele, é importante que leia estas informações sobre o estudo e o seu papel nesta
pesquisa.Seu filho foi selecionado e está sendo convidado a ser voluntário e sua participação não é
obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de conceder a participação dele e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a
instituição. É preciso entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu consentimento
livre e esclarecido por escrito.
O PRESENTE PROJETO DE PESQUISA FAZ PARTE DE UM PROJETO A SER DESENVOLVIDO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – CAMPUS DE FLORESTAL. 2) Objetivo
Este projeto tem como objetivo principal investigar a prontidão para mudança das práticas
alimentares e da atividade física nos alunos DAS ESCOLAS MUNICIPAIS . Além disso, como
objetivos secundários: Identificar entre os adolescentes da escola aqueles que se encontram em risco
nutricional para a obesidade; Inferir o questionário Avaliação do Estágio de Prontidão para Mudança
dos Hábitos Alimentares e de Atividade Física entre os alunos selecionados; Comparar os dados
obtidos com pesquisas semelhantes.
3) Procedimentos do Projeto
Os participantes desta pesquisa serão selecionados por meio da análise dos dados obtidos através
da nutricionista responsável da Secretaria de Educação de Pará de Minas. O estudo tem uma
44
perspectiva exploratória buscando ampliar a informação sobre algumas variáveis do perfil avaliação
antropométrica de escolares da rede municipal da cidade de Pará de Minas – MG. A amostra
constituiu-se por estudantes, de ambos os gêneros, matriculados e com frequência regular do sexto
ao nono ano do ensino fundamental da rede Municipal cidade de Pará de Minas – MG. Para
avaliação antropométrica das crianças será aferido a massa (Kg) e estatura (m). Os materiais usados
para aferição da massa e altura será uma balança mecânica Arja® com antropômetro.
A nutricionista responsável pela coleta de dados é capacitada e possui ampla experiência na coleta e
registro de dados antropométricos, a fim de minimizar os possíveis erros de manuseio dos
equipamentos e aferição dos dados.
Após análise das planilhas, todos os alunos que se encontrarem segundo a classificação de Conde e
Monteiro (2006) como obesos, serão considerados como sujeitos dessa pesquisa. O IMC será
calculado através da fórmula Peso/Estatura2, sendo o peso dado em quilogramas e a estatura em
metros. Será utilizado como referência as tabelas de IMC apresentadas por Conde e Monteiro (2006),
baseadas nas medidas antropométricas coletadas na Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição
(PNSN).
Após a identificação dos adolescentes, será aplicado o Questionário de estágio de prontidão para
mudança do comportamento alimentar e de atividade física Instrumento validado conforme o artigo
publicado na Revista Paulista de Pediatria, v. 28, n.2, 2010.
Os resultados obtidos no questionário serão representados em forma gráfica com a finalidade de se
comparar os dados obtidos com pesquisas semelhantes.
As medidas antropométricas serão analisadas através do software de avaliação nutricional e
prescrição dietética Dietpro® 5i, desenvolvido e distribuído pela A.S Sistemas. O software Dietpro 5i
possui como referencial o Centers of Disease and Control – CDC/National Center for Health Statistics
– NCHS (2000).
A estatística descritiva (mínimo, máximo, média e desvio padrão) será utilizada para a caracterização
da amostra do estudo. A estatística analítica utilizar-se-á o coeficiente de correlação de Pearson para
se verificar a confiabilidade do instrumento utilizado, para tanto, será utilizado o programa SPSS
versão 18.0.
4 ) Benefícios
A participação na pesquisa não acarretará gasto para você e nem para seu filho, sendo totalmente
gratuita. O conhecimento que você e seu filho adquirir a partir da sua participação na pesquisa
poderá beneficiá-lo (a) com informações e orientações futuras em relação a prática de atividade
física, estresse e capacidade cognitiva. Especialmente em relação ao estado em que você se
encontra no dado momento.
5 ) Tratamento Alternativo (se for o caso)
A participação neste estudo é voluntária. Você tem o direito de não querer que seu filho participe ou
desejar que ele saia deste estudo a qualquer momento, sem penalidades ou perda de qualquer
benefício a que tenha direito. Seu filho (a) também pode ser desligado do estudo a qualquer momento
sem o seu consentimento nas seguintes situações:
a) você sofra efeitos indesejáveis sérios não esperados;
b) o estudo termine.
6 ) Riscos e desconfortos
Neste estudo pelo fato de ser apenas preenchimento de questionário não existe risco. No entanto
existe o desconforto do preenchimento do questionário em caso de se tornar maçante, mas os
voluntários poderão desistir do estudo a qualquer momento.
7 ) Custos/Reembolso
Você e seu filho não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo. Os exames e todas as
análises serão gratuitas e também não receberá pagamento pela sua participação. Você não
receberá cobrança por nenhum exame adicional ou qualquer outro procedimento feito durante o
estudo.
8 ) Responsabilidade (se for o caso)
Efeitos indesejáveis ou lesões são possíveis em qualquer estudo de pesquisa, apesar de todos os
cuidados possíveis, e podem acontecer sem que a culpa seja sua ou dos profissionais. Se você
45
adoecer ou sofrer efeitos indesejáveis como resultado direto da sua participação neste estudo, a
necessária assistência profissional médica será dada a você, através do compromisso assumido pela
aprovação do projeto de pesquisa pela Universidade Federal de Viçosa.
O responsável pelo estudo é o professor Afonso Timão Simplício, cujo telefone é (31) 99432706 e o
endereço eletrônico é [email protected]
9 ) Caráter Confidencial dos Registros
Algumas informações obtidas a partir de sua participação neste estudo não poderão ser mantidas
estritamente confidenciais. Além dos profissionais de saúde que estarão cuidando de você, agências
governamentais locais, o Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde o estudo está sendo
realizado, o fomentador do estudo e seus representantes podem precisar consultar seus registros.
Você não será identificado quando o material de seu registro for utilizado, seja para propósitos de
publicação científica ou educativa. Ao assinar este consentimento informado, você autoriza as
inspeções em seus registros. (informar, de acordo com o método utilizado na pesquisa, como o
pesquisador protegerá e assegurará a privacidade).
10 ) Participação
É importante que você esteja consciente de que a participação neste estudo de pesquisa é
completamente voluntária e de que você pode recusar-se a participar ou sair do estudo a qualquer
momento sem penalidades ou perda de benefícios aos quais você tenha direito de outra forma. Em
caso de você decidir retirar-se do projeto, deverá notificar ao profissional e/ou pesquisador que esteja
atendendo-o. A recusa em participar ou a saída do estudo não influenciarão seus cuidados nesta
instituição.
11 ) Para obter informações adicionais
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço do pesquisador principal,
podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Caso
você venha a sofrer uma reação adversa ou danos relacionados ao estudo, ou tenha mais perguntas
sobre o estudo, por favor, ligue para Afonso Timão Simplício, no telefone (31) 99432706, email
[email protected],– Campus Florestal Florestal, MG, CEP 35690-000.
Se você tiver perguntas com relação a seus direitos como participante do estudo clínico, você
também poderá contatar uma terceira pessoa, que não participa desta pesquisa, no Comitê de Ética
em Pesquisa da Instituição, situado na Universidade Federal de Viçosa ou pelo telefone. (31) 3898
2147.
Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este termo de
consentimento. Declaro que fui informado sobre os métodos e meios de administração dos
procedimentos em estudo a ser utilizado, as inconveniências, benefícios e eventos adversos que
podem vir a ocorrer em consequência dos procedimentos.
Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro também que
toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente
explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma
cópia deste formulário de consentimento. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em
qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade. Dou meu consentimento
de livre e espontânea vontade e sem reservas para participar como paciente deste estudo.
(Nome do participante (em letra de forma)_____________________________________________
________________________________________________________________________________
(Participante)
________________________________________________________________________________
(Responsável)
Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os possíveis riscos e
benefícios da participação no mesmo, junto ao participante e seu representante autorizado. Acredito
46
que o participante e seu representante recebeu todas as informações necessárias, que foram
fornecidas em uma linguagem adequada e compreensível e que ele/ela compreendeu essa
explicação.
Data e Assinatura:
Liliane Aparecida de Faria
Data e Assinatura:
Afonso Timão Simplício
Data e Assinatura:
Ricardo Wagner de Mendonça Trigo
47
ANEXO B
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO DE PRONTIDÃO PARA MUDANÇA DOS HÁBITOS
ALIMENTARES DE ATIVIDADE FÍSICA (SOC Scale)
Nome:___________________________ Idade:____ Sexo:___ Data:_____/_____/____
Instruções: Usando as afirmações abaixo; indique a que melhor descreve o seu
comportamento para cada um dos itens listados.
Eu não faço isso pelo menos na metade do tempo agora.
1 – ... e eu não tenho planos de faze-lo.
2 – ... mas eu estou pensando em fazer isso em dentro dos próximos 6 meses
3 – ... mas eu estou definindo planos para começar a fazer isso dentro de um mês.
Eu faço isso, pelo menos na metade do tempo agora e,
4 – ... Eu acabei de começar a fazer isso nos últimos 6 meses.
5 – ... Eu venho fazendo isso há mais de 6 meses.
1 - Em relação às porções (tamanho/quantidade)
1 – Limito a quantidade que como e não como mais do que preciso.
2 – Meço e peso as porções de alimentos que consumo.
3 – Como menos nas últimas refeições se eu exagerei nas anteriores.
4 – Paro de comer antes de me sentir “cheio – estufado”.
5 – Evito comer quando estou nervoso, triste ou deprimido.
6 – Bebo um copo de água ± 15 minutos antes das refeições.
7 – Resisto em comer tudo que está no prato se eu não estiver mais com fome.
8 – “Mantenho a linha” de quanto estou comendo quando estou beliscando.
9 – Digo não para repetições.
2 - Em relação à quantidade de gordura na dieta
1 – Como uma dieta pobre (com pouca) em gorduras.
2 – Como frango ou peru sem a pele.
3 – Tomo leite e como derivados (iogurte, queijo) desnatados.
4 – Retiro toda a gordura das aves.
5 – Limito o tamanho das porções de carne nas refeições.
6 – Evito frituras como batatas, frango, polenta.
7 – Evito fast food (hamburguers, batatas fritas, etc).
8 – Evito beliscos como batata chips, amendoins, pipoca.
9 – Deixo de passar manteiga e/ou margarina no pão, bolachas e bolos.
10 – Uso tempero para salada (lanche) com pouca gordura.
11 – Evito bolo, biscoitos e tortas.
3 - Em relação ao consumo de frutas e vegetais
1 – Como, pelo menos, 5 porções de frutas e vegetais por dia.
2 – Como, pelo menos, 3 porções de vegetais verdes (brócolis, espinafre, rúcula, alface,
agrião...) por dia.
3 – Quando faço pedido dispenso as fritas e peço vegetais no lugar.
4 – Como, pelo menos, duas porções de frutas todos os dias.
5 – Como saladas verdes e vegetais como rúcula, agrião, cenouras e tomate.
6 – Incluo frutas aos meus pratos (por exemplo, bananas ou mamão aos cereais).
7 – Como frutas como sobremesa.
8 – Incluo vegetais, como alface ou tomate, nos meus pratos ou nos sanduíches.
9 – Quando belisco, belisco frutas.
48
4 - Em relação à prática de atividade física
1 – Incluo uma variedade de atividades físicas na minha rotina diária.
2 – Passo boa parte do tempo fora da minha mesa, sofá e/ou cadeira do computador
fazendo tarefas mais ativas.
3 – Ajudo no serviço de limpeza pesada como lavar janelas, esfregar o chão e paredes.
4 – Faço serviço pesado no trabalho (por exemplo, levanto objetos ou uso maquinário
pesado) ou participo ativamente das aulas de educação física no colégio e procuro me
manter ativo durante o recreio (intervalo).
5 – Faço serviço de jardinagem, limpo o quintal e a calçada.
6 – Procuro formas de ser ativo em minha rotina diária, não uso controle remoto da TV, não
uso telefone sem fio, lavo a louça manualmente e arrumo-a.
7 – Faço coisas ativas no final da tarde (conversar caminhando; visitar amigos ou passear).
8 – Uso escadas ao invés do elevador ou da escada rolante.
9 – Estaciono o carro a uma certa distância do local onde tenho que ir, ou desço um ponto
de ônibus antes ou depois, assim caminho até o local.
EXERCÍCIO – Toda atividade física planejada que aumenta sua freqüência cardíaca e
respiratória e que pode fazer você transpirar (suar). Alguns exemplos são: a caminhada, a
musculação, a ginástica, os esportes em geral e etc.
Usando está definição, indique a opção que melhor representa a sua relação com os
exercícios.
___ Atualmente, eu não me exercito e não tenho planos de começar a me exercitar.
___ Atualmente, eu não me exercito, mas planejo começar dentro dos próximos 6 meses.
___ Atualmente, eu não me exercito, mas planejo começar logo, no máximo em 1 mês.
___ Atualmente, eu me exercito uma a duas vezes por semana.
___ Atualmente, eu me exercito 3 a 4 vezes por semana.
___ Atualmente, eu me exercito 4 ou mais vezes por semana.
Nos dias que você se exercita, quantos minutos você gasta se exercitando? ________.
Instrumento validado conforme o artigo publicado:
CATTAI, Glauco Bernez; HINTZE, Luzia Jaeguer; NARDO JUNIOR, Nelson. Validação interna do questionário de estagio de prontidão para mudança do comportamento alimentar e da atividade física. São Paulo. Revista Paulista de Pediatria, n.28, v. 2, p. 2010.
Link para o artigo:
http://www.scielo.br/pdf/rpp/v28n2/v28n2a11.pdf