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FACULDADE CESMAC DO SERTÃO DANIELLE VIEIRA RODRIGUES SHEYLLA ORMINDO SOARES O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA PALMEIRA DOS ÍNDIOS - AL 2019/2

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FACULDADE CESMAC DO SERTÃO

DANIELLE VIEIRA RODRIGUES

SHEYLLA ORMINDO SOARES

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA

PALMEIRA DOS ÍNDIOS - AL

2019/2

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FACULDADE CESMAC DO SERTÃO

DANIELLE VIEIRA RODRIGUES

SHEYLLA ORMINDO SOARES

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito final para conclusão do curso de Bacharel

em Enfermagem da Faculdade CESMAC do Sertão,

sob a orientação do Prof. Romildo Armindo da Silva.

PALMEIRA DOS ÍNDIOS - AL

2019/2

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FACULDADE CESMAC DO SERTÃO

DANIELLE VIEIRA RODRIGUES

SHEYLLA ORMINDO SOARES

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito final para conclusão do curso de Bacharel

em Enfermagem da Faculdade CESMAC do Sertão,

sob a orientação do Prof. Romildo Arlindo da Silva.

APROVADO EM: ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

______________________________________

Prof.: Romildo Armindo da Silva

Orientador

______________________________________

Prof.: Helder Delano Barboza de Farias

Avaliador(a) interno

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente á Deus que em sua infinita sabedoria colocou força em

meu coração para vencer essa etapa da minha vida. A fé no senhor, sem dúvidas

me ajudou na luta até o fim, aos meus pais Marisete Laurentino Vieira e Sostenes

Florentino de Araújo, pelo apoio, força e amor incondicional sem vocês essa sonho

não seria possível, e em especial ao Sr. Espedito Guedes pelo apoio e amizade

durantes esses anos, ao meu irmão Danilo Vieira pelo incentivo, a minha tia Anabete

Vieira por sempre se fazer presente, e o meu amigo Adson Tenório por ter

acompanhado de perto minha trajetória, agradeço a todos os professores,

especialmente a Romildo Armindo, que nos deu todo suporte com suas correções, e

a minha dupla Sheylla Ormindo pela pareceria e apoio em toda essa trajetória, sem

vocês nada disso teria se concretizado.

Danielle Vieira Rodrigues

Agradeço a Deus e a Nossa Senhora por me abençoar e proteger todos os

dias de minha vida, e por tudo que sou e tenho. Aos meus pais Luciene e Agnaldo e

a minha irmã Michelly pelo amor, incentivo е apoio incondicional e por me darem

força para seguir em frente. Agradeço um alguém especial o qual sempre acreditou

no meu potencial e nunca negou uma palavra de incentivo. Ao meu orientador

Romildo, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube e pelas suas correções.

Agradeço а todos os professores pela contribuição na minha vida acadêmica e por

tanta influência na minha futura vida profissional. A todos os metres sem nominar

terão os meus eternos agradecimentos. Agradeço Danielle minha dupla e

companheira nessa trajetória. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da

minha formação, о meu muito obrigado.

Sheylla Ormindo Soares

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O PAPEL DA ENFERMARGEM NA ASSISTÊNCIA À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA

THE ROLE OF NURSING IN ASSISTING WOMEN WHO ARE VICTIMS OF VIOLENCE

Danielle Vieira Rodrigues

Discente do curso de Enfermagem da Faculdade CESMAC do Sertão [email protected]

Sheylla Ormindo Soares Discente do curso de Enfermagem da Faculdade CESMAC do Sertão

[email protected]

Romildo Armindo da Silva Especialista em Formação para a Docência no Ensino Superior Professor da Faculdade CESMAC do

Sertão [email protected]

RESUMO

A violência é algo que atinge todas as classes sociais, mas o tipo que tem crescido de forma

assustadora é a violência contra a mulher. A pesquisa busca apresentar questões voltadas ao

atendimento à mulher vítima de violência, apontando a importância da atuação do enfermeiro nesse

atendimento físico, psicológico à paciente, para essa compreensão se torna fundamental a

compreensão da violência em geral, assim como a violência contra a mulher como violência de

gênero. Por fim, a pesquisa se debruça a olhar para o papel fundamental do enfermeiro no

atendimento às pacientes vítimas de violência. A violência contra a mulher é considerada uma

violência de gênero, isso porque ainda hoje a mulher é tratada como um indivíduo submisso e mais

fraco. O atendimento assistencial às vítimas é sem dúvida um desafio, em especial no tocante ao fato

de que muitas mulheres não conseguem verbalizar e nem contextualizar a violência sofrida. O

processo de pesquisa se deu com a metodologia de levantamento bibliográfico, buscando a

comparação entre opiniões de autores de artigos científicos sobre a metodologia de anamnese da

mulher vítima de violência e os protocolos de atendimento empregados pelo Sistema de Saúde

brasileiro. Ao fim a pesquisa aponta para a necessidade de maior preparo do profissional de

enfermagem no processo de identificação da violência sofrida pela mulher em atendimento médico,

para o total amparo da vítima, em termos psicológicos e físicos.

PALAVRAS-CHAVE: Violência. Violência de Gênero. Violência contra a mulher.

Enfermagem.

ABSTRACT Violence is something that affects all social classes, but the type that has grown alarmingly is violence against women. The research seeks to present issues related to the care of women victims of violence, pointing out the importance of the nurse's performance in this physical, psychological care to the patient, for this understanding is essential to understand violence in general, as well as violence against women as gender violence. Finally, the research looks at the fundamental role of nurses in the care of patients victims of violence. Violence against women is considered gender violence, because even today women are treated as submissive and weaker individuals. Assistance to victims is undoubtedly a challenge, especially regarding the fact that many women cannot verbalize or contextualize the violence suffered. The research process took place with the methodology of bibliographic survey, seeking to compare the opinions of authors of scientific articles about the methodology of anamnesis of women victims of violence and the care protocols employed by the Brazilian Health System. Finally, the research points to the need for greater preparation of nursing professionals in the process of identifying violence suffered by women in medical care, pointing to the total protection of the victim, in psychological and physical terms.

KEYWORDS: Violence. Gender Violence. Violence against women. Nursing.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

2 METODOLOGIA ............................................................................................................ 10

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 11

3.1 Violência contra a mulher ................................................................................ 11

3.2 O papel da enfermagem no atendimento à mulher vítima de violência ........... 14

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 22

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 26

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1 INTRODUÇÃO

A mulher desempenha seu papel na constituição e manutenção da família, na

concepção e cuidado. Além de se envolver com problemas sociais, entre outros,

destaca-se o de vítima de violências.

A violência doméstica contra a mulher vem sendo bastante discutida e tem

preocupado muito a sociedade brasileira, visto que esse problema não se configura

como um fenômeno contemporâneo. O destaque para sua gravidade tem

despertado sua discussão, principalmente por se tratar de uma violação aos direitos

humanos.

A violência pode ser entendida como um fenômeno complexo e múltiplo e que

geralmente os valores culturais machistas estão relacionados a sua ocorrência. Por

isso torna-se importante considerar a desigualdade de gênero como um dos fatores

culturais que resultam na maioria dos casos de violência e que abala a autonomia,

destrói a autoestima, diminui a qualidade de vida e gera consequências pessoais,

familiares e social. Ela vem sendo tratada pela Organização Mundial da Saúde e

pela Organização das nações Unidas como a maior problemática da saúde pública e

violação dos direitos humanos (CORTES et al., 2015).

No Brasil, a violência tem aumentado em todas as classes sociais. Os altos

índices por agressão física ou psicológica e homicídio, além das políticas públicas

sensibilizam a discussão sobre o tema, na busca de se entender sobre os motivos

que levam a alguém cometer esse delito. Segundo relatório do Núcleo de Estudos

da Violência da USP, em 2017 em média 12 mulheres foram assassinadas por dia

no Brasil, um aumento de 6,5% em relação a 2016 (NEVUSP, 2018 apud SANTOS

et al., 2019).

A forma na qual a sociedade de forma geral costuma retratar a mulher já

evidencia o caráter sexista da cultura populacional, vista como sexo frágil, ou ainda

inferior ao ser humano do sexo masculino a luta da mulher para o reconhecimento

de seus direitos fundamentais é datada de longos séculos.

Ao se analisar brevemente as relações socioculturais percebe-se que o

avanço social e a revolução tecnológica não foram suficientes para criar obstáculos

ao fortalecimento das opiniões conservadoras, que insistem em colocar estereótipos

de papéis próprios do homem ou da mulher, distanciando cada vez mais o

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reconhecimento necessário à identidade sexual sem comportamentos previamente

ditados. Essa total discrepância entre os gêneros é facilmente percebida quando

relacionada com questões atinentes à violência, em especial no tocante à violência

de gênero, assunto que tem ganhado o cenário de discussão nacional e

internacional.

O termo violência vem do latim, onde o prefixo “vis” significa força, e assim

sob a ótica do constrangimento a violência seria o uso da força física sobre o outro,

em uma relação de desigualdade (CASIQUE; FUREGATO, 2006). Durante o

processo histórico a violência sempre se fez presente na ocupação humana.

Não há um conceito preciso sobre a violência, uma vez pode ser concebida

por vários critérios, pontos de vista, desde percepções individuais até coletiva,

variando conforme vulnerabilidade ou fragilidade de cada indivíduo, possibilitando

uma forma única, um padrão através do qual possamos delimitar o que é violência e

torná-lo conceito absoluto (ROCHA, 2009 apud SANTOS et al., 2019).

Ainda sobre o conceito de violência, Sposito (2008) define como sendo todo e

qualquer ato que implica na ruptura de uma relação social com o uso da força, ou

seja, impede a interação social dos indivíduos.

A despeito das definições acima, não se pode definir a violência como algo

imutável, ou delimitá-las como as condutas juridicamente consideradas, ou

penalmente reprovadas, isso porque ainda que não estejam transcritas na lei penal,

algumas atitudes devem ser consideradas como expressão da violência, que devem

ser combatidas.

Nesse sentido, a pesquisa deve se debruçar em entender a violência de

gênero, aquela praticada contra a mulher. Assim, a pergunta que se faz na pesquisa

é qual o papel da enfermagem a assistência às mulheres vítimas de violência?

Dentro deste cenário, a enfermagem tem papel fundamental na busca de

conscientizar a violência, ao ter o cuidado com a finalidade de prestar a devida

assistência, deve tratar de forma prioritária a questão feminina e sua autonomia.

Logo, o enfermeiro deve estar apto em orientar e prestar a devida assistência para

as mulheres vítimas de violência, além da necessidade de saber identificar a

violência declarada, na qual a mulher efetivamente relata a situação vivida, e a

violência não declarada, na qual a mulher sofre violência, mas ainda não consegue

verbalizar a situação, e nesse ponto é necessário que o enfermeiro tenha a

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percepção e sutileza em identificar a situação violadora a ocorrer com aquela mulher

em atendimento.

O objetivo geral da pesquisa é identificar como a enfermagem tem atuado no

atendimento às mulheres vítimas de violência e assim identificar os problemas no

atendimento e apontar soluções. Para a construção da pesquisa deve-se conhecer a

violência de forma geral e identificar a violência de gênero, além das espécies de

violência praticadas, identificar as dificuldades encontradas pelos enfermeiros no

atendimento às mulheres acometidas pela violência e descrever ações que possam

melhorar a assistência prestada.

A relevância da pesquisa se mostra diante do alto índice de violência

praticada contra a mulher, sabendo que o atendimento de emergência primário, ou

até o atendimento ambulatorial, é na maioria das vezes o primeiro contato da mulher

com o atendimento depois de ter sofrido a violência há que se preparar e adequar o

enfermeiro para prestar uma assistência qualitativa e eficiente para essa vítima.

Dados sobre a violência contra a mulher apontam para a necessidade do

entendimento do tema: O problema da violência contra a mulher, não era

considerado um problema importante, por permanecer invisível devido a poucas

denúncias. De acordo com pesquisas feitas na América Latina apenas 2% dos casos

de agressão sexual intrafamiliar de meninas e meninos, 6% agressão sexual

extrafamiliar e 5 a 8% agressão sexual em adultos, eram denunciados (ANDRADE,

2016).

Um dos maiores desafios está nas ações de prevenção, a carência de

informações e estatísticas oficiais limita a compreensão desse problema e

implantação de políticas públicas eficazes. Através da informação as mulheres

conhecem seus direitos e podem se fortalecer, superar o medo, a vergonha,

preconceito e isolamento.

O tema foi devido ao crescimento do número de vítimas do chamado

feminicídio, morte de mulheres pelo simples fato de serem mulheres, normalmente

praticado pelos companheiros, maridos, na maioria dos casos essas mulheres

mortas já sofreram algum tipo de violência e não encontraram apoio para que

pudessem sair da situação de risco, é com esse olhar que se busca a melhoria do

atendimento por parte do profissional de enfermagem, enfrentando com a vítima não

apenas as questões físicas, mas auxiliando-as a encontrar amparo psicológico e

social com os órgãos responsáveis.

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2 METODOLOGIA

O processo de pesquisa se deu por meio de levantamento bibliográfico,

buscando apontar uma revisão dos mais recentes estudos acerca do tema para que

pudessem levar à discussão e resultado dentro do contexto apresentado.

Essa pesquisa foi realizada por meio virtual, nos bancos de dados BDENF

(Banco de Dados em Enfermagem), LILACS (Sistema Latino-Americano e do Caribe

de Informação em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online).

Buscando e apreciando textos e obras que explanem a respeito da violência contra a

mulher e o atendimento do profissional de enfermagem diante desse cenário na

atualidade, fazendo comparativo da evolução de anos anteriores até a atual

realidade encontrada.

Utilizou-se também de livros de outras áreas metodológicas, para que

pudesse verificar o tipo de violência mais utilizados, e a partir daí fosse traçado o

perfil de assistência que a enfermagem poderia disponibilizar para essas mulheres

assistidas. Buscou-se utilizar o método de abordagem dialético, observando o

aspecto geral da violência, utilizando livros, artigos encontrados na internet de

autores da área de enfermagem e outras áreas, seguindo para a análise da violência

contra a mulher e assim entender o papel do profissional de enfermagem no

atendimento clínico desses casos, observando essencialmente que a violência não é

algo imutável, na verdade ela se adequa ao processo social vivido.

Para a elaboração desta pesquisa, seguiu-se passos lógicos. O primeiro foi à

identificação do problema, logo após a seleção dos artigos disponíveis com a

temática. O problema identificado para a construção deste trabalho foi à

necessidade de explorar o papel da enfermagem na assistência à mulher vítima de

violência. Dando continuidade, houve a leitura dos mesmo para explorar o conteúdo

e ser discutido nos resultados apresentados abaixo. Como critério de inclusão dos

estudos, selecionou-se as produções científicas brasileiras, concretizadas entre os

anos de 2006 a 2019, que versavam sobre o objeto do estudo. Foram excluídos

aqueles que não atendiam aos critérios estabelecidos.

Dentre as temáticas abordadas nos estudos, destacam-se: a violência;

violência de gênero; o papel da enfermagem na assistência à mulher vítima de

violência. Esses tópicos proporcionaram tecer pilares temáticos de análise dos

resultados da pesquisa, os quais serão discutidos no decorrer do estudo. Foram

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encontradas 60 publicações acerca da temática nas bases de dados BDENF (Banco

de Dados em Enfermagem), LILACS (Sistema Latino-Americano e do Caribe de

Informação em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online),

contudo somente 26 artigos fizeram parte da amostra final. A dimensão temporal das

publicações variou de 2006 a 2019.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Violência contra a mulher

A história da mulher envolve a submissão e dominação pelo homem, sendo

nos primeiros anos de vida dominada pelo pai e depois do casamento pelo marido.

O homem considerado superior cabia a ele exercer a autoridade (MURARO, 1975,

apud BORIN, 2007). Desde então, homens e mulheres possuem funções sociais

diferenciada, assim como acontece atualmente.

Esse problema existe desde os primórdios, entretanto a violência contra a

mulher tem aumentado, apontando para uma questão total de poder. Sabe-se que

nas sociedades patriarcais a mulher era vista como um simples objeto, tendo como

dono seu marido ou seu pai, e assim não poderia sequer opinar sobre a educação

dos filhos, devendo apenas obediência aos detentores do poder (GONÇALVES,

2014).

De acordo com o Código Civil de 1916, o marido era o chefe da sociedade

conjugal e a ele competia o direito de administração particular da mulher, conforme

Art. 233:

Art. 233. O marido é o chefe da sociedade conjugal. Compete-lhe: I. A representação legal da família. II. A administração dos bens comuns e dos particulares da mulher, que ao marido competir administrar em virtude do regime matrimonial adaptado, ou do pacto antenupcial (arts. 178, § 9º, nº I, c, 274, 289, nº I, e 311). III. direito de fixar e mudar o domicílio da família (arts. 46 e 233, nº IV). IV. O direito de autorizar a profissão da mulher e a sua residência fora do tecto conjugal (arts. 231, nº II, 242, nº VII, 243 a 245, nº II, e 247, nº III). V. Prover à manutenção da família, guardada a disposição do art. 277 (BRASIL, 1916).

Esse comando patriarcal criou e fixou a ideia na sociedade de que a mulher

deve ser submissa ao homem, de tal maneira que a violência praticada dentro de

casa não era nem falada dentro de seio familiar, quanto mais chegar ao

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conhecimento das autoridades públicas, e assim iniciou-se a luta feminista, com a

finalidade de libertar a mulher das amarras da submissão, buscando apontar a

necessidade de igualdade entre os gêneros.

Foi nos anos 1970, devido aos movimentos femininos que a violência de

gênero começou a ser discutida pela sociedade, passando de um problema

exclusivo doméstico para um problema social (CAMPOS e CORRÊA, 2007).

Logo, a violência doméstica tem sido mais divulgada, ganhando destaque no

cenário nacional e internacional, em especial na última década, buscando inclusive

apontar que as consequências dessa prática violenta causam sequelas não somente

físicas e psicológicas na mulher, como também nos filhos que são criados dentro

desse ambiente violento (ACOSTA et al., 2017).

A Organização Mundial de Saúde – OMS destaca que a violência de gênero,

em especial a violência contra a mulher ser apresenta como um grave problema de

saúde pública que merece o foco e a atenção dos profissionais ali envolvidos,

entretanto, o que se percebe é que o atendimento à esses casos violentos acabam

restritos apenas ao lado criminal (jurídico), deixando de lado a questão psicológica e

de saúde da vítima (ACOSTA et al., 2017).

Apesar dessas mudanças, a violência como problema de saúde pública, as

limitações na assistência tornaram-se alvos de acometimento de doenças e

transtornos não associados a questões físicas (BRASIL, 2016).

Segundo o Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), o Brasil

registrou em 2014, cerca de 223.796 atendimentos de saúde relacionados à

violência, sendo 147.691 em mulheres, representando um alarmante resultado de

duas mulheres a cada três atendimentos, sendo os cônjuges e namorados, atuais ou

pregressos, os principais agressores (CORTES; PADOIN, 2016).

Com a desigualdade e altos índices de violência contra a mulher, em 2006 foi

criada a Lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha. Uma grande conquista.

Nevicon (2011) afirma que a Lei 11.340/2006 em seu corpo determina que a

violência doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou omissão que se

baseia no gênero, causando morte, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e ainda

dano moral ou patrimonial, praticado na unidade doméstica da família, ou em

relação íntima de afeto.

Segundo art 2º da lei Maria da Penha, toda mulher, independentemente de

classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e

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religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe

asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua

saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social (BRASIL,

2006).

Nos três primeiros meses do ano de 2019 mais de 200 mulheres foram

mortas, apenas pelo fato de serem mulheres e na maioria dos casos o parceiro foi o

algoz, motivado por ciúmes, ou por não aceitar o fim da relação, ou simplesmente

por se achar no direito de comandar a vida da mulher, ainda assim a questão é

preocupante (CALCAGNO, 2019). Sabe-se que a violência doméstica cresce em

todo Brasil a cada ano, assim muitas mulheres são agredidas pelos seus

companheiros e na maioria dos casos não há sequer uma denúncia, mesmo após a

promulgação da lei e dos benefícios apresentados pela mesma ainda há a verdade

real de que a mulher tem medo de denunciar seus companheiros.

De acordo com Oliveira e D'Oliveira (2008) cerca de 20% a 50% das mulheres

no mundo já sofreram algum tipo de violência, seja ela física e/ou sexual, cometida

principalmente pelos parceiros.

Algumas fazem a denúncia acreditando que a polícia de uma advertência

para que não ocorra mais a agressão, e assim viver tranquilamente como antes da

violência (MARINHEIRO, 2003, apud BORIN, 2007). A falta de apoio social também

impede a separação, a falta de pessoas ou entidades que passem confiança a

acreditar que algo será feito.

A violência doméstica é aquela que ocorre no seio do convívio familiar, não

sendo apenas a violência física, mas toda forma de violência, como psicológica,

moral ou patrimonial praticada contra a mulher.

Pesquisa realizada por Fonseca; Lucas (2006) 41,6% das mulheres relataram

como consequência psicológica devido à violência sofrida: tristeza, que influencia na

realização de suas atividades; menos vontade de exercer seus afazeres diários;

frequente vontade de chorar; querer consumir bebidas alcoólicas mais que o normal.

Como consequências da violência, Oliveira e Carvalho (2006, apud LIMA,

2009) cita: físicas (lesões, edemas, hematomas, invalidez, fraturas) sexuais e

reprodutivas (distúrbios ginecológicos, fluxo vaginal persistente, sangramento

genital, infertilidade, DST, HIV/AIDS, gravidez indesejada); psicológicas e

comportamentais (abuso de álcool, drogas, depressão, ansiedade, fobia,

comportamento suicida.

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Antes da promulgação da Lei 11.340/2006 as agressões sofridas no ambiente

familiar eram tratadas nos Juizados Especiais Criminais por entenderem serem

crimes de menor potencial ofensivo, ainda que atentem contra a dignidade humana

da mulher e seus direitos básicos, ainda que as ameaças e agressões pudessem

levar à morte da mulher vítima de violência doméstica.

Após a promulgação da norma a autoridade policial passou a deter o dever de

investigar os fatos alegados, reunindo provas para que o judiciário possa tomar as

devidas providências para a proteção da mulher (CARVALHO, 2013).

Logo para que os mecanismos de investigação, proteção e punição

pudessem funcionar foram criadas varas especializadas na proteção da mulher com

competência Cível e Criminal, buscando inclusive soluções nas causas patrimoniais

e de direitos de família, unificando essas questões para que a mulher passasse a

ser protegida e amparada quando o agressor for afastado do convívio do lar.

A violência contra a mulher no ambiente familiar ganhou contornos de

visibilidade ao longo dos anos, isso porque os reflexos dessa atitude agressiva são

sentidos em todos os âmbitos sociais como escola, trabalho e saúde, por isso a Lei

11.340/2006 foi criada buscando o combate e a punição dessa forma devastadora

de violência, entretanto o que se verifica é a enorme dificuldade de tornar a norma

efetiva nas relações familiares (OLIVEIRA, 2015).

Dentro desse cenário de crescimento da violência contra a mulher é preciso

apontar um olhar mais atento aos serviços de atendimento e promoção da saúde,

capacitando os profissionais a lidarem com as vítimas de violência, reconhecendo os

sinais, e alertando as autoridades competentes para que haja uma efetiva

investigação e punição dos envolvidos nos episódios violentos.

As desigualdades sociais manifestadas de forma gritante entre a população

brasileira trouxeram como reflexo uma sociedade fragmentada. Liberdade e

igualdade perdem referenciais, à medida que o medo e a violência tomam conta da

família, desse modo, com todos esses métodos de proteção criados em defesa da

mulher, muitas ainda se sente inseguras.

3.2 O papel da enfermagem no atendimento à mulher vítima de violência

O atendimento à mulher vítima de violência deve consistir em atenção

multidisciplinar, que não deve apenas primar pela saúde física, mas também pelo

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15

estado psicológico da vítima em atendimento. Para Cortes et al. (2015) na ação dos

profissionais de enfermagem são fundamentais os cuidados clínicos e não clínicos.

Apesar de alguns médicos e enfermeiros realizarem atendimento prévio,

grande maioria desses profissionais orientam as vítimas para buscar a delegacia da

mulher sem realizar nenhum tipo de atendimento sugerindo que esse problema seja

apenas problema de segurança pública (HASSE; VIEIRA, 2014).

Alguns profissionais de enfermagem consideram apenas violência quando

existem lesões físicas. Segundo estudo feito por Cortes; Padoin (2016) os

profissionais de enfermagem declararam atender o clinico e não o restante. O clínico

seria realizar curativos, administrar medicamentos, mudança de decúbito, por

exemplo.

Concordando com a ideia de que não existe assistência adequada as

mulheres violentadas, mas sim negligência, que pelo fato de não ser uma doença,

não consideram problema de saúde. Para Freitas, Oliveira e Silva (2013) sabendo

que a violência é um fenômeno complexo e que precisa de ações que asseguram

seus direitos, os profissionais devem ser elementos fundamentais nessa orientação.

Infere-se da recomendação do Ministério da Saúde que o atendimento às

mulheres vítimas de violência deve passar por uma equipe multidisciplinar que

possa abarcar desde a questão física (saúde física) até a saúde psicológica, além do

apoio moral, e suporte de local seguro para que a mulher dependente

economicamente do agressor possa se manter protegida e tenha o suporte para

recomeçar a reconstruir sua vida. Porém essa não é uma realidade, segundo Hasse;

Vieira (2014) existe uma dificuldade por parte dos profissionais em identificar a

violência e agir frente a este problema.

Vieira et al. (2011) acrescenta que os profissionais devem atua como agente

de promoção da saúde, buscando enfrentar as sequelas e erradicação da violência.

Segundo Oliveira (2014) ao se analisar o conhecimento técnico da

enfermagem alguns autores afirmam que os profissionais possuem um

conhecimento adequado a respeito da definição de violência, todavia existe um

alarmante desconhecimento a respeito da violência doméstica.

Nesse sentido em uma cartilha elaborada pelo Governo do Distrito Federal

(GDF), no ano de 2009, buscam apontar alguns indicativos da existência da

violência doméstica, entres eles, podemos citar:

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16

Pré-natal tardio, companheiro controlador, Infecção urinária de repetição (sem causa secundária), transtornos sexuais, abortos de repetição. Depressão. Ansiedade. Dor crônica em qualquer parte do corpo ou sem localização precisa, tentativa de suicídio, lesões físicas que não se explicam de forma adequada (GDF, 2009).

Nesse aspecto, é possível inferir que as mulheres normalmente possuem

dificuldades em expor e explicar os episódios de violência sofridos, seja por

vergonha, seja por medo do agressor, e nesse ponto os profissionais muitas vezes

mesmo identificando alguns aspectos de violência acabam por não abordar a

questão adequadamente, permitindo assim que passe de forma desapercebida pelo

serviço de saúde (LUZ; NUNES, 2016).

Nesse sentido é preciso fazer um atendimento humanizado, sem

descriminação, garantindo o sigilo e a privacidade, assegurando a compreensão de

carda etapa do atendimento, orientar sobre a importância de registrar a ocorrência.

O atendimento por parte do profissional de saúde deve ser realizado

independentemente da realização de boletim de ocorrência (SAÚDE, 2016).

De acordo com Pedrosa; Spink (2011) a realidade nos serviços de saúde é

insatisfatória, sendo o maior problema o despreparo dos profissionais.

Como referido por vários autores, o despreparo seria o maior problema em

relação ao atendimento na área da saúde em relação as vítimas de violência.

Almeida et al. (2014) acredita que o principal fator considerado pelo não

reconhecimento da violência nos serviços de saúde: a dificuldade em intervir em

assuntos delicados e íntimos, uma vez que é visto como assunto restrito ao casal

O enfermeiro deve possuir uma atenção adequada que possibilite à

paciente identificar e expor seus medos, de fato, a violência vivida muitas vezes está

escondida nas camadas de medo e ameaças sofridas e o vínculo entre o profissional

da saúde a vítima possibilita uma visão global da questão, atento a essa questão no

ano de 2004 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Humanização

(PNH) que buscou normatizar o acolhimento e avaliação do paciente, com a

classificação de risco. Logo, o acolhimento é o momento em que se pode otimizar o

atendimento e a produção à saúde, isso porque com o olhar humanitário e técnico

do profissional de enfermagem a paciente pode colocar suas queixas, apontar suas

demandas e ser assim melhor atendida (SANTOS FILHO et. al., 2009).

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Diante da ausência de agravos físicos, os profissionais se mostram

impotentes para atuarem, e encaminharem ao profissional de psicologia, para tratar

dos agravos psicológicos (ALMEIDA et al., 2014).

O papel do enfermeiro nessa assistência se torna essencial levando em

conta que as mulheres vítimas de tais violência terá um contato direto e inicial com o

enfermeiro. Daí vem à importância do preparo do profissional da enfermagem em

identificar acolher e tratar tanto fisicamente quanto psicologicamente, levando em

conta que a maioria das agressões são sofridas no âmbito familiar, por pessoas

inseridas no grupo ou seio da família por isso a importância do preparo dos

profissionais assegurando que a vítima se sinta segura no atendimento e posso

assim relatar como ocorreu as agressões.

A consulta da enfermagem deve ser um espaço destinado a revelar os

acontecimentos que possam estar influenciando de forma negativa na saúde da

mulher, inclusive identificando aspectos violentos que a mesma possa estar

sofrendo, assim, as visitas realizadas pelos enfermeiros da saúde da família devem

se prestar a essa identificação, logo, ao vacinar as crianças o enfermeiro deve

possuir um olhar sensível que possa identificar alguma violência presente no seio

familiar (REIS et. al., 2010).

É necessário que o profissional de enfermagem que trabalhe com vítimas

de violência tenha um maior equilíbrio emocional, uma vez que essas pacientes são

em sua grande maioria mais fragilizadas, e isso não é só no aspecto físico, mas

especialmente no tocante à questão psicológica, moral, essas pacientes estão

vitimadas, possuem seus direitos fundamentais desrespeitados e não possuem mais

dignidade (OLIVEIRA, 2014).

Muitos profissionais da enfermagem não se sentem preparados para prestar

o devido atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, nesse aspecto é

importante observar alguns dados apontados por (ACOSTA et al. 2017):

O profissional deve fazer o boletim na delegacia da mulher e registrar no

livro de enfermagem, que é o único que nos ampara. Já ouvi falar em

notificação compulsória em caso de doenças, nunca ouvi falar nos casos de

violência contra a mulher (Enf 20, HF). O problema é que eu nunca vi uma

folha de notificação, porque temos notificação compulsória para doenças

transmissíveis, mas para a violência contra a mulher, não. Nem se dispõe

aqui, mas sei que se faz, porque tem índices. É uma meta mundial, sei que

tem índices até no IBGE, mas eu achei que fossem dados da polícia,

porque eu nunca tive nenhum acesso, e nunca fomos orientadas de fazer a

notificação compulsória (Enf 24, HU). Eu já ouvi falar em notificação

compulsória por cima, mas nunca vi profundamente o que é. Tu falas a

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notificação compulsória de fazer para a polícia civil? Eu ouvi meio por cima,

mas nunca tentei ver profundamente o que era (Enf 6, HF). A literatura tem

atribuído a subnotificação da VDCM ao desconhecimento dos profissionais

da saúde acerca de sua responsabilidade legal. A Lei n. 10.778 de 2003

estabelece que é compulsória, em todo o território nacional, a notificação

dos casos de violência contra a mulher, que for atendida em serviços de

saúde públicos ou privados.

Em 2006, foi implantado o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes

(Viva) pelo Ministério da Saúde, o objetivo é de analisar causas de violências e

acidentes e descrever cada um deles se de violências interpessoais ou

autoprovocadas e dos acidentes especificando assim cada um que foram atendidos

em unidades de urgência e emergência. A mesma foi realizada de início anualmente

no período de 2006 – 2007 (SAUDE, 2017).

Na coleta de dados os autores buscarem compreender o conhecimento que

os enfermeiros entrevistados possuíam da legislação acerca do atendimento nas

unidades de saúde nas pacientes vítimas de violência, logo, é possível perceber o

despreparo do profissional nesse tipo de abordagem, esclarecendo que esse déficit

não pode ser atribuído à classe dos profissionais de enfermagem, mas sim na

preparação técnica desses profissionais.

Na busca de compreender esse despreparo alguns questionamentos foram

feitos e as respostas refletem a falta de informação técnica aos profissionais de

enfermagem:

Para justificar o desconhecimento sobre tal competência legal, alguns

argumentam que não trabalham “nessa área”, outros, que possuem pouca

experiência profissional. Considerando que, frequentemente, a notificação é

tomada como denúncia, pode-se pressupor que a subnotificação ocorre

tanto por conta do medo de se expor a um órgão policial, quanto de

retaliação por parte do agressor. Tais percepções afastam o profissional do

exercício dessa competência legal. São aspectos a serem refletidos,

inclusive, com base nos discursos das profissionais: “nunca fomos

orientadas a fazer a notificação”, “tu falas a notificação compulsória de fazer

para a polícia civil?”, “nunca vi uma folha de notificação”. A notificação

compulsória é, na realidade, um registro sistemático e organizado feito em

formulário próprio, utilizado em casos suspeitos ou diante da comprovação

de violência contra a mulher. Não é necessário conhecer o agressor para o

seu preenchimento, por parte do profissional. Após o documento é

encaminhado à Vigilância Epidemiológica do município para abastecer o

Sistema de Informação de Agravos de Notificação (ACOSTA et al., 2017).

Da leitura das informações trazidas pelos autores é possível identificar que os

profissionais encontram dificuldade em lidar com as questões que envolvem a

violência contra a mulher, e isso pode se dar em virtude da formação baseada na

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questão anatômica e biológica da profissão, deixando de lado a questão humanitária

que deve nortear o atendimento no serviço básico de saúde.

Colaborando com a ideias dos autores abordados até aqui, no estudo

realizado por Cortes et al. (2015) as profissionais reconhecerem a necessidade de

um serviço multo profissional capaz de realmente acolher as vítimas da violência.

Os profissionais de enfermagem falam muito sobre não está preparado, mas

Reis et al. (2010) acredita que a motivação pessoal é um dos fatores para um

atendimento humanizado, capaz de transformar.

Nessa trilha, é necessário que o profissional de enfermagem ultrapasse a

questão das lesões físicas apresentadas, e comece a tratar do aspecto psicológico,

criando, como já afirmado, um vínculo que possibilite a confiança da paciente no

profissional, para que então essa possa declarar as violências sofridas.

Seguindo essa trilha a Cartilha do GDF aponta o mecanismo de atendimento

no acolhimento:

O atendimento deve ser realizado preferencialmente por uma mulher.

Oferecer atendimento humanizado. Tratar a paciente como gostaria de ser

tratado. Tratar a usuária com respeito e atenção. Disponibilizar tempo para

uma conversa tranquila. Manter sigilo das informações. Proporcionar

privacidade. Notificar o caso. Colocar-se no lugar da paciente. Evitar a

revitimização. Não fazer perguntas indiscretas. Não emitir juízo de valor.

Afastar culpas. Validar sofrimento. Ter conduta profissional frente à

demanda do usuário, correspondendo às suas expectativas e necessidades

(GDF, 2009).

A busca pelo serviço de saúde muitas vezes se encontra baseada nas

lesões físicas sofridas pela agressão, todavia é necessária uma abordagem global

que possibilite identificar o tipo de violência sofrida pela mulher, assim, muitas

mulheres sofrem espancamentos e violência sexual, e ao chegarem nas unidades

de saúde pode o profissional de enfermagem interpretar como uma fatalidade,

entretanto essa pode ser uma consequência de violência doméstica vivida pela

paciente, demonstrando assim a importância de uma avaliação global da paciente

(LUZ; NUNES, 2016).

O Ministério da Saúde aponta para o que se faz necessário identificar no

atendimento à mulher:

Detectar situação de vulnerabilidade (ver Fluxograma 1). • Identificar se a

situação de violência é recorrente ou não (violência de repetição). •

Identificar sinais de alerta de violência: - Transtornos crônicos, vagos

(inespecíficos dentro da nosografia médica) e repetitivos; - Início tardio do

pré-natal; - Parceiro(a) demasiadamente atento(a), controlador(a) e que

reage se for separado(a) da mulher; - Infecção urinária de repetição (sem

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causa secundária encontrada); - Dor pélvica crônica; - Síndrome do

intestino irritável; - Complicações em gestações anteriores, aborto de

repetição; - Depressão; - Ansiedade; - Transtorno do estresse pós-

traumático; - História de tentativa de suicídio ou ideação suicida; - Lesões

físicas que não se explicam como acidentes. • Observar possibilidade de

violência entre parceiros íntimos. Vale lembrar que essas situações não são

necessariamente verbalizadas pelas mulheres, devido a: sentimento de

vergonha ou constrangimento; receio por sua segurança ou pela segurança

de seus filhos(as); experiências traumáticas prévias ou expectativa de

mudança de comportamento por parte do(a) agressor(a); dependência

econômica ou afetiva de parceiro(a); desvalorização ou banalização de seus

problemas; e/ou cerceamento da liberdade pelo parceiro(a). • Se houver

situação de risco de vida, fornecer informações sobre como estabelecer um

plano de segurança (SAÚDE, 2016).

É possível identificar que o Ministério da Saúde buscou orientar os

profissionais no sentido de avaliarem as violências praticadas contra a paciente,

orientando no tratamento e acolhimento psicológico da mesma, além de promover a

notificação compulsória das autoridades competentes, mesmo porque essa atitude

do profissional será capaz de resguardar a vítima de eventuais tentativas de contato

do agressor com a mesma ainda dentro da unidade básica de saúde.

Ademais, a equipe de enfermagem esbarra em dificuldades técnicas e

despreparo no sentido da abordagem com a vítima, além da falta de compromisso

da instituição de saúde com o apoio emocional e capacitação desses profissionais.

Reis et al. (2010) salienta que a postura inadequada devido a valores e crenças

pessoais do profissional da saúde, pode alterar na qualidade dos cuidados da

mulher vítima de violência sexual.

É possível observar que o atendimento do serviço de saúde em várias

ocasiões não está em consonância ao esperado pela vítima de violência, que muitas

vezes se depara com a falta de empatia e compreensão por parte dos profissionais,

compreendendo que nesses casos o despreparo técnico causa ao profissional

receio no atendimento, em muitos casos sentem medo de constranger a vítima e

preferem não tocar na questão (GDF, 2009).

Tendo em vista que a maioria das agressões são praticadas por machismo

e ciúmes, até quanto o profissional da saúde seria capaz de intervir nessa situação.

O profissional da enfermagem está diretamente ligado ao acolhimento e atendimento

de mulheres vítimas de violência, tendo em vista que nos últimos anos o número

desse tipo de atendimento veio crescendo drasticamente, o investimento na

capacitação desses profissionais é essencial para um melhor atendimento, levando

em conta que essas mulheres ao procurarem o serviço de saúde estão fragilizadas

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não só fisicamente mais também psicologicamente, daí nasce à importância de

capacitações e treinamento dos profissionais enfermeiros para assim saber lhe dar

não só com o atendimento físico mais também com o psicológico.

Logo, é necessário que a equipe de saúde responsável pelo atendimento às

vítimas de violência esteja capacitada, e possua o devido apoio da instituição em

que trabalham, de forma a propiciar um atendimento de qualidade à paciente vítima

da violência.

Os profissionais, em especial a equipe de enfermagem, deve levar em consideração a situação biográfica determinada: a situação de ser uma mulher, que convive com o agressor; biográfica, no sentido de ter uma experiência e a vida marcada pelo convívio com a violência; e determinada, como uma situação habitual e em constante repetição. A vivência de violência expressa um cotidiano imerso em conflitos constantes (VIEIRA et al., 2011).

No estudo feito por Reis et al. (2010) os profissionais de enfermagem

declararam que o acolhimento é fundamental para uma assistência humanizada e

individualizada.

O atendimento à mulher vítima de violência deve contar com uma equipe

multidisciplinar capaz de prestar a assistência devida e eficaz à paciente, nesse

escopo o GDF montou um fluxograma do atendimento à mulher nos hospitais:

FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO ÀS MULHERES NOS HOSPITAIS

HOSPITAL

ACOLHIMENTO/

ENFERMAGEM

MÉDICO

GINECOLOGISTA/CLÍNICO

DELEGACIA DE

ATENDIMENTO À

MULHER

ORIENTAR

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Pelo Fluxograma acima apresentado é possível perceber a necessidade de

atuação multidisciplinar no atendimento à mulher vítima de violência, inclusive

orientando a mesma a abrir representação na Delegacia de Atendimento à Mulher,

mostrando para a vítima os mecanismos de proteção para evitar novos episódios de

violência.

É nesse sentido que se impõe um treinamento periódico e específico à equipe

de enfermagem, para que esta possa prestar acolhimento de qualidade para a

mulher vítima de violência, buscando entender as condições em que as agressões

se deram e ainda para que possa orientar de forma clara e eficaz a paciente.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A luta feminina gerou grandes conquistas, assim passaram a obter direitos

diante da legislação vigente visando a igualdade entre homens e mulheres. Porém,

apesar das conquistas, a desigualdade de gênero está presente até os dias atuais.

Entender as relações de desigualdade entre homens e mulheres significa

cessar os pilares de sustentação da violência contra a mulher visto que a construção

de papeis diferenciador impõe a mulher a posição de inferioridade perante o homem

que utiliza da violência recursos para valer sua supremacia.

A violência doméstica contra a mulher é um problema que existe desde os

tempos remotos e que atinge toda a sociedade e independe da classe social, raça

SERVIÇO SOCIAL

ACOMPANHAMENTO

PSICOSSOCIAL

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23

ou etnia, nesse sentido surgem os movimentos feministas que buscam a valoração

da mulher e a proteção de seus direitos básicos.

A gravidade dos problemas envolvendo a violência doméstica contra a mulher

exige mais estudos e reflexões. Por ter uma relevância social, acredita-se ser

necessário um olhar mais cuidadoso e atento por parte das autoridades

governamentais, visando a criação de políticas públicas no combate a esse

problema, além de proporcionar assistência adequada as vítimas. Esse problema

pode ser amenizado, no entanto os serviços de saúde e de justiça devem estar

preparados.

A fim de prevenir e remediar as questões acerca da violência doméstica

contra a mulher entrou no ordenamento jurídico brasileiro a Lei 11.340/2006

chamada de Lei Maria da Penha, que adotou medidas protetivas buscando efetivar a

determinação de igualdade apresentada pela Carta Constitucional de 1988. Desde o

início dos debates para a criação da Lei 11.340/2006 a ideia principal era configurar

a violência doméstica e familiar como uma violação dos direitos humanos das

mulheres, e assim elaborar uma norma que procurasse a garantia e proteção desde

a fase policial até a judicial das vítimas, humanizando ao máximo o atendimento.

Na questão do atendimento às vítimas de violência de gênero é necessário

que a equipe de atendimento básico à saúde possua o devido preparo no

acolhimento e humanização do atendimento hospitalar da paciente que se encontra

não só machucada fisicamente, mas em especial no tocante ao aspecto psicológico

dessa mulher.

No decorrer do artigo foi possível perceber que a equipe de enfermagem

muitas vezes não possui a devida capacitação para o atendimento à mulher vítima

de violência, e na busca de reduzir os problemas no atendimento à saúde das

vítimas o Ministério da Saúde buscou em uma cartilha orientar a equipe dos

profissionais de saúde no atendimento à essas mulheres.

Nesse sentido, o profissional de enfermagem normalmente é o primeiro a ter

contato com a vítima de violência e deve possui rum olhar treinado para buscar o

entendimento do aspecto global dos problemas apresentados pela mulher, em

especial quando a violência é praticada dentro de casa, quando a mulher

normalmente se cala por medo, vergonha e até dependência econômica do

agressor.

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Ao profissional de enfermagem cabe o acolhimento, e não somente o

tratamento das feridas físicas visíveis ou não (como na prevenção de doenças

sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada fruto da violência sexual), há que

se destacar que o atendimento à mulher vítima de violência dentro da unidade

básica de saúde passa pelo restabelecimento de sua confiança e segurança,

restaurando sua dignidade, e possibilitando a mesma um momento de vínculo com o

profissional e assim transferir para as equipes competentes o acolhimento dessa

paciente.

No decorrer da pesquisa apresentada foi possível entender que o papel do

profissional de enfermagem no atendimento à mulher vítima de violência é ser o seu

primeiro contato que permita a essa vítima ser tratada (não somente fisicamente,

mas também psicologicamente) e ainda, é o profissional capaz de contatar outros

profissionais que podem além de atender a vítima apontar para os mecanismos de

proteção da mesma.

Logo, é necessário que a anamnese realizada pelo enfermeiro contenha

todos os questionamentos diretos e indiretos que possam elucidar as circunstâncias

em que a violência tenha sido praticada, e, deve o profissional estar capacitado para

notificar os órgãos competentes, além de orientar a mulher a buscar proteção e

atendimento na Delegacia de Atendimento à Mulher.

Da leitura bibliográfica é possível apresentar duas hipóteses para que o

atendimento à mulher vítima de violência seja mais eficaz, primeiro que se possa

investir na capacitação do profissional de enfermagem, apontando a forma de

composição da anamnese da vítima, buscando elucidar todos os pontos que

levaram aos danos físicos apresentados pela mulher no momento do atendimento. O

segundo ponto é a integração dos órgãos responsáveis pela investigação e proteção

da mulher vítima de violência, ou seja, a necessidade de intervenção desses órgãos

quando o profissional de enfermagem aponte para uma violência doméstica, ou

violência sexual contra a mulher em atendimento.

Diante do exposto sabemos que as consequências causadas pela violência

vão além de danos físicos e que modifica de forma permanente a estrutura

psicológica da vítima. Diante dessa realidade faz-se necessário que a intervenção

do Estado, da sociedade e da família em garantir a efetivação dos direitos da vítima,

a partir de serviços que busquem o atendimento de qualidade dando maior

segurança e motivando para que outras vítimas possam procurar ajuda, e não deixar

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25

de investir na prevenção, discussão desse tema, para que as pessoas possam

perceber suas causas e assim serem ajudadas e ajudar outras pessoas a superar

essa gravidade.

Que esse estudo venha contribuir com a visibilidade social desse fenômeno

da violência doméstica contra a mulher na busca de atendimentos mais

humanizados, com pessoas capacitadas e sensibilizadas para um atendimento

adequado.

Divulgar o que é violência doméstica e causas e procedimentos em caso de

ocorrência, garante a sociedade para que esteja alerta ao problema e saiba como se

defender em caso de necessidade, porém não adianta saber como se defender se

as instituições e profissionais não estiverem preparados para uma intervenção

adequada e de qualidade.

Por fim, o profissional de enfermagem é essencial no reconhecimento e

notificação da violência praticada contra a mulher, e, demonstra assim a grande

necessidade de maior capacitação desse profissional no atendimento a essas

pacientes que são frágeis, e precisam de profissionais sensíveis e habilitados.

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