expansão do universo; aglomerado e atividade de...
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Expansão do Universo; Aglomerado e atividade de
galáxias
Tibério B. Vale
Fundamentos de Astronomia e Astrofísica
Descoberta das galáxias
Inicialmente classificava-se todos os objetos extensos (galáxias, aglomerados estelares, nebulosas planetárias) como nebulosas e pertencentes à nossa Galáxia.
A descoberta das galáxias como sistemas exteriores à Via Láctea aconteceu no ano 1923, como conseqüência das pesquisas realizadas por Edwin Hubble com o telescópio de 2.5 metros de Mount Wilson, Califórnia, Estados Unidos.
Galáxia espiral Aglomerado estelar Nebulosa planetária
Em 1923 Edwin Powell Hubble (1889-1953) proporcionou a evidência definitiva para considerar as "nebulosas espirais" como galáxias independentes;
Ao identificar uma variável Cefeida na "nebulosa" de Andrômeda (M31). Hubble pode calcular a distância entre esta e a Via Láctea, obtendo um valor de 2,2 milhões de anos-luz.
Andrômeda (M31)
Nebulosas exteriores à Via Láctea
Edwin Hubble
A galáxia mais próxima da Via Láctea: Galáxia Anã de Sagitário (?)
70.000 AL de distância da Via Láctea. Foi descoberta há mais de uma década (1994)
42.000 AL de distância do centro da Via Láctea (25.000AL do Sol). Foi descoberta mais recentemente (2003).
A galáxia mais próxima da Via Láctea: Galáxia Anã de Cão Maior (!)
Luminosidade
Sandra Faber e Robert Jackson (1976) mostraram a relação entre luminosidade e velocidade média das galáxias elípticasR. Brent Tully e J. Richard Fisher (1977) mostraram que a mesma relação é válida para galáxias espirais
Como a velocidade de rotação pode ser obtida em galáxias próximas pela linha de 21cm do H, então podemos calcular distâncias de galáxias espirais remotas comparando luminosidade observada com a estimada pela relação de Tully-Fisher
Brilho superficial
Brilho superficial: fluxo por unidade de área, que sai da galáxiaNa terra medimos como fluxo por unidade de ângulo sólido que chega ao observador (representado pela letra I)Magnitude superficial (mag/arcsec²)
Mesma sentido de intensidade específica. Logo, não depende da distância (fluxo por unidade de área que sai da galáxia é igual a fluxo por ângulo sólido que chega ao observador)Medido em bandas fotométricas: B, V, R, etc...
Brilho superficial
Galáxias Elípticas (Lei de de Vaucouleurs – 1948)
re – raio efetivo ,
Ie – Brilho superficial da isofóta efetiva (no raio r
e)
Galáxias Espirais bojo: segue a Lei de de Vaucouleursdisco: perfil radial exponencial
rs – escala de distância (distância na qual o brilho central cai a 1/e) ,
I0 – Brilho superficial central extrapolado
Aglomerados de Galáxias
Galáxias tendem a se agrupar em aglomerados. Aglomerados tendem a se juntar formando superaglomerados.
A Via Láctea é parte do Grupo Local
Hierarquia dos aglomerados
Grupos: 3 a 30 galáxias luminosas
Aglomerados: 30 a mais de 300 galáxias luminosas
Superaglomerados: aglomerados de aglomerados
A maioria das galáxias são formadas em grupos ou aglomerados
Propriedades básicas:
Grupos: 3 a 30 galáxias luminosas
Aglomerados: 30 a > 300 galáxias luminosas
Tamanhos: 1-10 Mpc diâmetro
Geralmente contêm mais anãs de baixa luminosidade do que galáxias massivas
Massas totais de 1012 a >1015 Msol
Separação entre as galáxias: 10 a 50 Mpc
Aproximadamente 3000 aglomerados catalogados até agora
Grupos e Aglomerados de galáxias
Aglomerado de Hydra
Grupos e Aglomerados de galáxias
Grupo com cerca de 50 galáxias incluindo a Via Láctea e Andrômeda:
Se move em direção ao aglomerado de Virgem a 250 km/s
Tamanho: ~3 Mpc em diâmetro
5 galáxias luminosas(M31, VL, M33, GNM e IC10)
3 Espirais (VL, M31, & M33)
22 Elípticas (pequenas ou anãs )
14 Irregulares de vários tamanhos
Massa total ~5x1012 Msol
Grupo Local
Diagrama do Grupo Local
Grupo Local
Diagrama do Grupo Local
Grupo Local
Aglomerado mais próximo ao Grupo Local
Contém 3 galáxias elípticas gigantes: M87, M86 e M84
Influencia gravitacionalmente o Grupo Local, que se move em sua direção
Tamanho angular: mais do que 5 graus no céu
Distância: ~18 Mpc
Tamanho real: ~ 3 Mpc
Contém cerca de 2500 galáxias
(na maioria galáxias anãs)
Massa: ~1014 Msol
Aglomerado de Virgem
Um dos aglomerados mais ricos
Suas galáxias mais luminosas são galáxias elípticas gigantes
Meio intergaláctico contém grande quantidade de gás quente que emite raios-X
Tamanho: 6 Mpc, cobrindo 2 graus no céu
Distância: > 100 Mpc
Contém milhares de galáxias
Aglomerado de Coma
Aglomerados de galáxias tendem a se aglomerar em superaglomerados
São as maiores estruturas do universo
Propriedades:
Tamanhos até 50 Mpc
Massas de 1015 a 1016 Msol
Forma de filamentos
Contém os vazios
Aglomerado Abell 2218 ->
Superaglomerados
Centrado no aglomerado de Virgem
Contém, além de outros, o grupo Local e o aglomerado de Virgem
Propriedades:
Tamanho: ~30 Mpc
Massa: ~1015 Msol
somente ~5% do volume é ocupado por galáxias, o resto é ocupado por vazios
Superaglomerado Local
Superaglomerado Local
Superaglomerado Local
Superaglomerado Local
Estrutura do Universo em grande escala
Em grande escala, o universo tem a estrutura de uma esponja, feita de filamentos e vazios
Filamentos: •Grandes cadeias de superaglomerados •Ocupam 10% do universo •Vazios: grandes "bolhas" de espaço, 25-50 Mpc em diâmetro, com muito poucas galáxias
Mapa do Universo Local
A "Grande Parede": É uma das maiores estruturas conhecidas 150 Mpc de comprimento 60 Mpc de altura 5 Mpc de espessura Massa ~2x1016 Msol
Estrutura do Universo em grande escala
Estrutura do Universo em grande escala
Colisões entre galáxiasAs separações entre as galáxias não são muito grandes comparadas com seu tamanho (ao contrário das estrelas!), o que propicia interações gravitacionais entre elas:
Duas galáxias espirais em interação. A menor (que é do tamanho da Via Láctea) está passando pela frente da maior (NGC 2207)
As interações produzem deformações como :
caudas de maré
anéis
NGC 5195 NGC 5194
Colisões entre galáxias
Galáxia Girino
Fusões: entre galáxias de tamanhos semelhantes
Canibalismo: entre galáxias de tamanhos muito diferentes
Galáxia Roda de Carroça
Colisões entre galáxias
Núcleo Ativo de Galáxia (AGN)
São galáxias que emitem uma enorme quantidade de energia com espectro não térmico. Ou seja, a radiação proveniente do um AGN não pode ser explicado apenas por processos térmicos gerados no interior das estrelas. Principais características:
•Alta luminosidade (maior do que 1011 L à );
•Contínuo dominado por emissão não térmica – Radio-Raio-X;•Variabilidade rápida (dias/horas);•Alto contraste de brilho entre o núcleo ativo e a galáxia hospedeira; •Linhas de emissão intensas, muito largas em alguns casos.
Tipos de AGNs
As galáxias ativas são classificadas de acordo com sua aparência e natureza da radiação emitida. As principais classes são.
Galáxias Seyfert: Apresentam um núcleo ativo muito brilhante . A energia emitida pelo núcleo é várias vezes maior que energia da galáxia hospedeira.
A velocidade de rotação do gás varia de:
1000 e 10000 km/s Seyfert 1 – Linhas largas
200 e 1000 km/s Seyfert 2 – Linhas estreitas
NGC 2110NGC 7469
Quasares: Foram descobertos como sendo fontes de aparência estelar (na banda ótica) porém com emissão muito intensa na banda de rádiofreqüências e alto redshift (z até 6.5).
Objetos BL Lacs: Estes objetos apresentam alta polarização da radiação emitida nas banda ótica e rádio.
Quasares (quasi-stellar objects)
Radiogaláxias: São radiofontes muito intensas, nas quais o meio galáctico pode ser distinguido do núcleo.
3C219
LINER: São galáxias com o núcleo ativo e de baixa ionização.
Radio galáxias
MODELO UNIFICADO
Sy 2
BL LacSy 1
NLR
MODELO UNIFICADO
Sy 2
BL LacSy 1
NLR
BLR~10 pc
~100 pc
Efeito Doppler
O comprimento de onda da luz emitida por uma fonte que está em movimento em relação ao observador sofre alterações.
Quando a fonte se aproxima, a luz fica mais azul, e Quando a fonte se afasta, a luz fica mais vermelha
A velocidade da fonte na direção do observador será = comprimento de onda observado da luz,
0= comprimento de onda de laboratório,
c = velocidade da luz
As linhas espectrais da galáxia estão deslocadas para os comprimentos de onda mais vermelhos, infere-se que as galáxias afastam-se do observador
Efeito Doppler
A velocidade da fonte na direção do observador será = comprimento de onda observado da luz,
0= comprimento de onda de laboratório,
c = velocidade da luz
Lei de Hubble
LEI de HUBBLE:1930 Edwin Hubble demonstrou que a velocidade de recessão das galáxias medida pelo deslocamento Doppler das linhas espectrais está correlacionada com a distância da galáxia:
A lei de Hubble permite determinar a distância de galáxias a partir da velocidade radial d = Vr/H,
(A constante de Hubble foi estimada em : H= 71 km/seg/Mpac )
Lei de Hubble)
Vr= H d(Mpc)
A lei de Hubble interpreta-se como evidência do
Universo em expansão
Bolo de Passas
O Universo em expansão
O Universo em expansão