evoluÇÃo dos Índices de reprovaÇÃo de 2004 a 2008 … · que a prova é absurda, porque não...

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES - URI - CAMPUS DE ERECHIM DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA CURSO DE MATEMÁTICA DANIÉLA BERTELLA EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES DE REPROVAÇÃO DE 2004 A 2008 NO MU- NICÍPIO DE CAMPINAS DO SUL/RS NAS SÉRIES DO ENSINO FUNDA- MENTAL ERECHIM 2009

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS

MISSÕES - URI - CAMPUS DE ERECHIM

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

CURSO DE MATEMÁTICA

DANIÉLA BERTELLA

EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES DE REPROVAÇÃO DE 2004 A 2008 NO MU-

NICÍPIO DE CAMPINAS DO SUL/RS NAS SÉRIES DO ENSINO FUNDA-

MENTAL

ERECHIM

2009

1

DANIÉLA BERTELLA

EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES DE REPROVAÇÃO DE 2004 A 2008 NO MU-

NICÍPIO DE CAMPINAS DO SUL/RS NAS SÉRIES DO ENSINO FUNDA-

MENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado no Curso de

Licenciatura Matemática, Departamento de Ciências Exa-

tas e da Terra da Universidade Regional Integrada do Alto

Uruguai e das Missões – Campus Erechim. Orientador

Professor Ms. Claodomir Antonio Martinazzo.

ERECHIM

2009

2

DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso, a DEUS, pois foi

Ele que me deu o dom da sabedoria e a graça de estar concluindo este

curso. À minha família, meu namorado, meus amigos, meus colegas,

as direções e funcionários das escolas campinenses pela colaboração,

meus professores, e àqueles que me apoiaram em todos os momentos,

ajudando-me a superar as fraquezas, as desilusões e as dificuldades e a

todos que me incentivaram ao longo da minha caminhada.

A vocês, dedico a minha satisfação e a felicidade deste momento.

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente A DEUS por ter me aberto às portas e por nunca ter-me

abandonado nas horas mais difíceis.

Agradeço aos meus pais, Germano e Beatriz, que foram muito além de pais, mas ami-

gos companheiros, mesmo nas horas em que os meus pensamentos pareciam distantes e o es-

tudo tomava o lugar de um almoço do domingo e da conversa entre nós. Tantas foram às ve-

zes, em que o cansaço, a preocupação, a desilusão e a desatenção foram sentidos e até com-

partilhados por vocês, mas a nossa união e amizade me fizeram prosseguir. Obrigado, pelo

exemplo de vida.

Ao meu namorado, pela compreensão, pelos fins de semana perdidos, pelo meu mau

humor, por muitas vezes me ver chorar e desabar, mas sempre me dando força e me encora-

jando a prosseguir.

Aos meus professores, verdadeiros mestres, aos quais agradeço por terem me ensina-

do, não apenas por muito saberem, mas por terem doado muito de si. Acredito que não há um

modo de ensinar mais eficaz do que dar o próprio exemplo, e são esses exemplos que quero

seguir. Aos colegas de curso, agradeço pelos momentos de alegria e de incentivo. Aos amigos

que conquistei ao longo do curso e aos de longa data, obrigada pela atenção, apoio e compre-

ensão.

Ao meu orientador professor Claodomir, agradeço a dedicação, competência e amiza-

de. Agradeço por ter me auxiliado e orientado com muita eficiência nos momentos em que as

dúvidas e incertezas se fizeram presentes, muito obrigado de coração.

Enfim a todos que torceram por mim, direta ou indiretamente enriqueceram minha

caminhada com gestos e sorrisos, e aqueles que acreditaram em mim.

A todos de coração muito obrigada.

4

RESUMO

Esta pesquisa versa sobre a problemática da reprovação e da evasão escolar no Brasil, Rio Grande do Sul e no Município de Campinas de Sul. Neste trabalho procurou-se fazer um paralelo entre a reprovação do município de Campinas de Sul com a reprovação em nível de Brasil. Compararam-se também os índices de reprovação na disciplina de Matemática com as demais disciplinas. Concluiu-se que os índices de reprovação do município ficaram abaixo dos limites da reprovação a nível de Brasil; exceção ocorreu em 2005 quando esses índices estiveram mais elevados. A evasão escolar no município é considerada baixa. O ideal seria nem existir, mas existe um número mínimo de alunos que abandonaram a escola, sendo que a maioria que deixou a escola estava nas séries finais do fundamental. A disciplina que mais reprovou nas três escolas citadas foi Matemática, sendo que em 2004 o ensino globalizado teve maior reprovação que Matemática. Palavras chave: Reprovação escolar, evasão escolar, educação matemática.

5

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

TABELA 1 - Taxas de Aprovação, Reprovação e Abandono do Ensino Fundamental, segun-do as regiões Geográficas – 2004 e 2005.................................................................. TABELA 2 - Número de Alunos que iniciaram e concluíram o Ano Letivo de 2004 a 2008 no município de Campinas do Sul............................................................................

TABELA 3 - Índices de reprovação no Município de Campinas do Sul, de 2004 a 2008

em cada escola....................................................................................................................

TABELA 4 - Índices de reprovação do Município de Campinas do Sul nos anos de 2004 a

2008.........................................................................................................................

TABELA 5 - Índice de reprovação por disciplinas no Município de Campinas do Sul.

..........................................................................................................................................

FIGURA 1 - Comparação dos índices de aprovação no Brasil e o Estado do Rio Grande do Sul.................................................................................................................................

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................2 SEÇÃO 1 Reprovação Escolar.........................................................................................................3 SEÇÃO 2 Índices de Reprovação.....................................................................................................9 SEÇÃO 3 Reprovação em Campinas do Sul..............................................................12 4.1 Escolas do Município.....................................................................................12 4.2 Reprovação em Campinas do Sul..................................................................13 CONCLUSÃO...............................................................................................................20 BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................22

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INTRODUÇÃO

Essa pesquisa teve como objetivo principal verificar os índices de reprovação no mu-

nicípio de Campinas de Sul nos anos de 2004 a 2008. A pesquisa foi realizada nas três escolas

do Ensino Fundamental desse município: Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Se-

nhora da Paz de 1ª a 4ª série, Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Altayr Cal-

dart de 1ª a 8ª série e na Escola Estadual de Ensino Fundamental Geny Telles Colpanni de 5ª a

8ª série.

A escolha desse município surgiu por ser esta a cidade natal desta pesquisadora, e do

interesse em descobrir a realidade dos índices de reprovação neste município.

Um dos grandes problemas da educação brasileira reside na reprovação e na evasão

escolar. Conhecendo-se esses índices como um todo é possível que os órgãos competentes

municipais e estaduais, agindo em conjunto, através de seus técnicos, estudem a realidade e a

partir destes estudos medidas sejam aplicadas, para sanar ou diminuir os problemas, caso exis-

tam.

Neste trabalho procurou-se fazer um paralelo entre a reprovação do município com a

reprovação em nível de Brasil. Compararam-se também os índices de reprovação na disciplina

de Matemática com as demais disciplinas.

A pesquisa iniciou-se no mês de novembro de 2008, com a elaboração do projeto e sua

aprovação no Conselho de Ética, em março de 2009 foi feito o contato com as direções das

escolas e Secretaria de Educação do Município, e após autorização das mesmas começou-se a

coleta de dados e análise.

A primeira seção dará um destaque ao ensino e à reprovação, fazendo-se um breve

comentário de suas principais causas.

Na seção 2 buscou-se trabalhar com os índices de reprovação em nível de Brasil, com-

parando a reprovação em diferentes Estados e com outros países sul americanos.

A seção 3 trata da educação do município de Campinas do Sul e de suas escolas. É

nesta seção onde é realizada a análise dos dados coletados, dados esses que são mostrados em

tabelas.

8

1.0 REPROVAÇÃO ESCOLAR

A reprovação é um assunto recorrente nas altas e baixas esferas da educação. Ela está

longe de ser um problema apenas dos alunos. Ela é o reflexo da família, escola, professores, e

principalmente dos problemas sociais enfrentado por determinado grupo de pessoas.

Maia (1997, p. 768) diz que “reprovar significa voltar a provar; não aprovar; não a-

provação; excluir; votar contra; censurar; condenar”. Maia coloca apenas o significado da pa-

lavra em um dicionário de Português, por esse motivo é necessário pensar, repensar quando o

assunto é reprovação.

A reprovação sempre foi sinônimo de não-aprendizagem, ou então de medo na maioria

dos estudantes. Muitas vezes é tida como forma de exclusão nas escolas. O aluno que é repro-

vado muitas vezes se sente excluído da escola, lugar onde ele vai buscar o saber. Os alunos

quando chegam à escola, tem que acompanhar o ritmo dos professores e da escola, se conse-

guir é aprovado, caso contrário reprova.

O aluno que é reprovado tem maiores chances de ser um desistente. Começa o ano, e se não está bem sai da escola, pois sabe que vai reprovar. Em boa parte, por saber que será fatalmente reprovado ou por já ter passado por reprovações, e estar defasa-do em termos de idade com relação aos demais colegas, então o aluno abandona a escola (NOVAKOSKI, 2009)

Por esses e vários outros motivos que a reprovação é um assunto muito sério e deve

ser tratado não só em termos de aprendizagem, mas sim como parte emocional e psíquica dos

alunos.

Paro, (2006 apud O POVO 2009) dá sua opinião sobre reprovação “[...] a repetência é

uma estupidez. O papel da educação é ensinar, não repetir. Em vez de formar seres humanos,

a reprovação nega a auto-estima do estudante”.

A reprovação é responsável por uma grande parte do abandono escolar, mas muito

mais que colaborar na elevação dos índices de evasão escolar, como PARO cita, ela atinge a

auto-estima e causa traumas na vida dos alunos, que são carregados pelo resto de suas vidas.

A reprovação pode ser consequência de vários problemas. Eis alguns deles:

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- Formas de avaliação dos professores: Muitos dos alunos que reprovam, são os que

têm dificuldade de reescrever o que sabem, muitas vezes pelo nervosismo que antecede a pro-

va, ou então pela dificuldade em repassar para o papel o que eles realmente sabem. Por esse

motivo são necessárias várias formas de avaliação além da prova. A prova é necessária, até

mesmo porque o aluno precisa sanar as dificuldades de saber se expressar pela escrita. Exis-

tem momentos em que só através de uma prova se pode avaliar determinados conteúdos, prin-

cipalmente quando se trata de disciplinas exatas, como matemática e física. No entanto:

Não há, claramente, resposta pronta, porque nenhum processo dotado de tamanha dinâmica complexa não linear caberia em receituário. Mas percebe-se, desde logo, que a prova é absurda, porque não está em jogo, de modo algum, a simples memori-zação de conteúdos. Está em jogo a construção própria de conteúdos novos. Em particular está em jogo a habilidade propedêutica do saber pensar. Caberia nota? Certamente, é possível atribuir nota para tais dinâmicas, desde que seja vista como indicação quantitativa indireta e fugaz de um fenômeno qualitativo no fundo inde-vassável (DEMO, 2005, p.72).

Certamente as provas poderiam ser inteligentes e bem elaboradas, ou seja, o professor

ensinaria os alunos a pensarem, o que é mais difícil. As provas poderiam exigir o raciocínio, o

entendimento e não a memorização, “decoreba”.

Muitas vezes a reprovação acontece pela falta de observação do professor em relação

ao aluno. Cada aluno possui uma maneira de aprender e de expressar o que aprendeu. Para o

professor não basta repassar o conteúdo, mas sondar quem está aprendendo, se todos estão

entendendo da maneira que ele está explicando.

Os conteúdos devem ser o mais claro e assimiláveis possíveis lembrando-se do primei-

ro saber: ensinar não é transmitir conhecimento, nem tão pouco moldar o educando num cor-

po indeciso e acomodado, mas criar possibilidades para sua produção e construção. Quem en-

sina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 2006).

O professor possui sua parcela de culpa na reprovação, pode ser na forma de ensinar

ou então na forma de avaliar, o que ele mesmo ensinou.

- Alunos: Os alunos hoje têm acesso a inúmeras formas de conhecimento, além do que

é ensinado na escola. Para o aluno, frequentar a escola passou a ser a forma de adquirir co-

nhecimento de maneira menos prazerosa. É muito mais prazeroso ficar diante de um compu-

tador e clicar em várias opções que surgem, principalmente porque não precisam pensar, es-

crever, calcular, usar raciocínio. O aluno não se motiva para sentar e escutar alguém repassar

10

conhecimento. Desta forma os alunos estão ali, mas pensando em outras coisas. Existem inú-

meras formas de aprendizagem informal. O que os alunos precisam entender é que existe uma

maneira só de conhecimento formal, que lhes fará concluir as etapas do ensino básico, que é ir

para escola, escutar e aprender o que o professor está ensinando.

- Pais: Muitos pais têm parcela importante de participação na reprovação de seus fi-

lhos. Geralmente, é cômodo para os pais culpar exclusivamente o professor, a escola ou o

próprio filho. Eles não se dão conta de que a educação é um processo coletivo em que escola e

família devem partilhar da mesma intenção. É necessária a participação ativa dos pais na edu-

cação dos filhos, participando dos conselhos de classe, indo à escola frequentemente para sa-

ber do andamento das aulas, da participação dos filhos, do comportamento, das amizades, do

rendimento e até mesmo das condições oferecidas pela escola para facilitar a aprendizagem

dos alunos. Participar do Círculo de Pais e Mestres para fortalecer a importância da escola

diante dos próprios filhos. Participar da vida escolar dos filhos cobrando os temas e estudo

para provas, ajudando quando necessário e talvez encontrando um tempo para estudar com os

mesmos. Só assim o filho sentirá a importância que a família dá para sua formação tendo em

vista seu futuro profissional e familiar.

- Sistema Escolar: A escola também pode ter sua parcela de culpa quando seus pro-

fessores não motivam seus alunos, repetindo uma fórmula muito tradicional de dar aula. Não

que uma aula tradicional, se bem conduzida, não possa surtir efeitos, mas numa forma em que

os alunos também possam participar de forma mais ativa, participativa. O sistema escolar co-

mo um todo falha quando não busca o aprimoramento tecnológico para formar para um mun-

do tecnológico. Falha também quando consegue recursos tecnológicos, como laboratórios de

informática e de ciências, mas não aprimora o professor que em geral não aprendeu a traba-

lhar com essas tecnologias e não saberá utilizá-las. Mais importante que o recurso tecnológico

é o recurso humano. É necessário o investimento no professor, atualizá-lo para a nova reali-

dade que se desenha a cada dia e prepará-lo para encarar um futuro com bases tecnológicas

jamais vistas. Os professores devem ser visionários ou corre-se o risco de a escola continuar

formando pessoas despreparadas para a realidade e o mercado de trabalho

- Fator social: É o fator que mais influencia na reprovação. São nas comunidades mais

carentes que os índices de reprovação são mais constantes e elevados.

O fator social é preponderante no desenvolvimento cognitivo dos alunos. Famílias ca-

rentes, em geral são chefiadas por pais de pouco ou nenhuma instrução formal, que recebem

salários muito baixos e incapazes de ver um futuro para seus filhos, preocupam-se apenas com

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a sobrevivência dos mesmos em termos alimentares. Para isso, colocam-nos a trabalhar, sacri-

ficando suas horas de estudos, ou mesmo obrigando-os a não ir à escola para fazer “bicos” ou

esmolar.

Infelizmente esta é a realidade presenciada nas sociedades urbanas e mesmo rural. Esta

realidade é difícil de remediar numa sociedade competitiva que prega os valores capitalistas

em que vence o melhor e o restante, bem, o restante se vira como pode. Essa sociedade injusta

leva o caos para as famílias pobres e incultas, e num ciclo vicioso os filhos saem aos pais,

formando novas famílias desregradas e sem objetivos concretos de melhorar de vida. Infeliz-

mente é uma regra geral, com poucas exceções. É nessa sociedade que vivem as crianças que

muitas vezes vão para a escola com o intuito simples de alimentar-se, mas incapazes de per-

ceber que é no estudo que poderiam mudar suas realidades. Elas convivem com a fome, com a

violência, com a falta de perspectivas e com uma escola que não os entende. Por tudo isso, os

índices de reprovação e evasão são consideráveis.

Esse problema somente poderá ser resolvido quando toda a comunidade perceber que

essa opção de sociedade está dizimando vidas, escravizando-as a uma realidade de fome, dro-

gas e violências de todas as formas concebíveis.

Portanto, um dos problemas que mais interferem na aprendizagem é o fator social,

porque este não é tão fácil de reverter, pois não depende de uma decisão ou de uma pessoa,

mas depende da união de todos, de novas políticas públicas, dos governantes, das secretarias

de educação, e de toda a comunidade escolar. Prova de que a questão econômica interfere

quando se fala de índices de reprovação, estão claros ao se analisar esses índices na região

nordeste do Brasil, onde são mais elevados que nas outras regiões.

Nordeste - a reprovação continua fazendo estragos na educação em todo o País, mas é no Nordeste que a situação é mais difícil: 15,4 % das crianças matriculadas nas es-colas da região em 2002 não foram aprovadas. É também na região que continua o maior abandono das salas de aula. Entre 2,8 mi-lhões de crianças que deixaram o ensino fundamental em 2002, 1,5 milhões – 53,6% - estavam no Nordeste (MEC, 2003, apud REPROVAÇÃO...,2009).

Já foram tentadas inúmeras maneiras de reverter os crescentes índices de reprovação.

Muitas delas surtiram efeito, no entanto, são paliativas, pois o problema educacional é amplo

e a discussão deve ser feita por toda a sociedade e deve ser única para o país inteiro. Em mui-

tos casos a reprovação torna-se necessária, pois ao repetir o ano por dificuldades de aprendi-

12

zagem, o aluno poderá reavaliar sua postura e começar a ter mais interesse em aprender. Isso

acontecerá desde que apoiado pela escola e pela família, ou seja, muitas vezes os alunos não

têm consciência de seus problemas e, portanto deve existir um setor de psicologia da escola,

que amparado pelos pais realize um serviço de aconselhamento e compreensão da realidade

vivenciada pelos alunos. No entanto, a reprovação deve ser uma medida extrema para o caso

de falharem todas as técnicas possíveis para recuperar o aluno. É a situação extremada em que

perde o aluno, a escola, o professor, os pais e o país. Nos casos de reprovação por incompe-

tência dos professores e da escola, os alunos acabam se revoltando e evadindo a escola. Isso

ocorre quando os métodos são inadequados, os recursos didáticos limitados e os professores

inaptos. Por isso que cada caso de reprovação é um caso isolado e deve ser analisado por toda

a classe escolar para que não haja injustiça alguma. A família deve fazer parte dessa análise,

pois é a família o pilar mestre do desenvolvimento cognitivo e social das crianças.

Por esses e vários outros motivos, vem surgindo política pública para melhoria no flu-

xo de alunos do ensino fundamental, ou seja, que os alunos estejam na série certa para sua i-

dade. Exemplos dessas políticas são os ciclos onde os alunos só poderão ser reprovados de

quatro em quatro anos, ou seja, no final da quarta série e na oitava, e a aprovação automática

onde não se podem reprovar alunos (Noronha 2002). Fica a pergunta: Aprovar automatica-

mente resolve o problema da aprendizagem? Qual o enfoque: a aprendizagem ou a aprova-

ção?

O assunto reprovação é muito amplo e suas discussões são intermináveis, o que se po-

de dizer é que sempre se está pensando em uma maneira de diminuir a reprovação, mas não

seria necessário pensar no conhecimento e na aprendizagem? Por consequência, se há apren-

dizagem não há reprovação.

13

2.0 - ÍNDICES DE REPROVAÇÃO

Os índices de reprovação em nível de Brasil são elevados. O Brasil é 16º em repetên-

cia escolar, sendo que 21% dos alunos matriculados em 2002 no Ensino Fundamental foram

reprovados. Apenas para comparar, no Chile esta taxa foi de 2%, e na Argentina 6%. Pode-se

perceber que o Brasil está longe de alcançar o patamar de alguns dos países Sul Americanos

(POVO, 2004).

Esses números não são mais assustadores ainda pelo fato de que algumas redes de en-

sino de São Paulo, Rio de janeiro e Minas Gerais, terem aderido ao sistema de Progressão

Continuada onde o aluno só repete no final de cada ciclo, (NORONHA, 2009).

Cunha (2004, apud O POVO, 2004) coloca que uma das explicações para o alto índi-

ce de fracasso é a falta de condições dos professores: “eles não são preparados para ensinar

alunos com dificuldades socioeconômicas. E que a repetência acaba com a auto-estima do es-

tudante”. O que Cunha coloca acima é o que foi retratado na primeira seção, ou seja, que uma

das principais causas da reprovação está nas questões sociais e econômicas dos alunos, no

meio em que a escola está inserida e a preparação para o professor trabalhar em entidades

mais pobres.

Os índices de reprovação de 2005 mantiveram-se no mesmo nível do ano anterior, no

qual tinha um constante crescimento desde 1998. A taxa de reprovação ficou estabilizada em

13%. A boa notícia fica no percentual de alunos que abandonaram o Ensino Fundamental e

que diminuiu novamente em 2005, chegando a 7,5%. Desde 2000, essa taxa que era de 12%

vem caindo no Ensino Fundamental (GÓIS, 2007).

O que se pode analisar com isso, é que em 2005, segundo Góis (2009), os índices de

reprovação estavam em torno de 13%. Observa-se que em 2002 este índice, segundo O Povo

(2006) era 21%. Pode-se observar que em três anos este índice reduziu significativamente,

mas não é suficiente. Este índice deveria chegar o mais próximo possível de zero.

A tabela 1 apresenta o resultado do censo escolar de 2006, referente aos dados de 2004

e 2005 por regiões brasileiras.

14

Analisando a tabela 1 percebe-se que em 2004 e 2005 a reprovação continuou constan-

te, mas tem uma melhora no que se refere ao abandono Escolar. Na região Sudeste do Brasil

estão os menores índices de reprovação, no entanto refere-se à maioria das escolas de São

Paulo e de Minas Gerais que aderiram a Progressão Continuada. Nas Regiões Norte e princi-

palmente a Nordeste os índices estão extremamente altos, 16,2% e 16,7%, respectivamente

em 2004 e 15,8% e 16,3 %, respectivamente, em 2005. Na Região Sul, o índice de reprovação

é também elevado 13,2 % em 2004 e em 2005 teve um aumento de 0,5%, o que é significati-

vo. Nesta Região é o abandono escolar que em 2004 era 2,9 % e baixou para 2,7% em 2005.

Tabela 1 - Taxas de Aprovação, Reprovação e Abandono do Ensino Fundamental, segundo as

regiões Geográficas – 2004 e 2005.

2004 2005 Regiões

Geográficas Aprovação Reprovação Abandono Aprovação Reprovação Abandono

Brasil 78,7 13,0 8,3 79,5 13,0 7,5

Norte 71,5 16,2 12,3 73,1 15,8 11,1

Nordeste 69,7 16,7 13,6 71,4 16,3 12,3

Sudeste 87,1 8,9 4,0 87,2 9,2 3,6

Sul 83,9 13,2 2,9 83,4 13,9 2,7

Centro-Oeste 77,9 12,2 9,9 79,7 11,9 8,4

Fonte: MEC/Inep, Censo Escolar (2006)

Pode-se concluir que a reprovação é influenciada pelo aspecto econômico. Observan-

do-se a tabela 1, nota-se que a região mais pobre do Brasil, é a que mais reprova. O estudo é

muito mais eficaz, se não for preciso pensar nos problemas sociais que os afetam, como na

fome, nas dificuldades financeiras, nos problemas familiares, nas drogas, na violência ou em

qualquer mal que possa lhes atingir. Os problemas existem, não importam quais sejam sempre

influenciam na aprendizagem de qualquer estudante.

Analisando a Figura 1, no Estado do Rio Grande do Sul, percebe-se que os índices de

reprovação, são sempre inferiores, comparando-o com o restante do país.

A figura 1 mostra a comparação da reprovação no Rio Grande do Sul e no Brasil, nos

anos de 1999 a 2004.

15

21,7

22,7

20,6 20,4 20,4

21,3

18,8 18,9

17,917,4 17,5

19,3

14

16

18

20

22

24

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Anos

Índ

ice

de

Rep

rova

ção

(%)

Brasil Rio Grande do Sul

Figura 1 – Comparação dos índices de aprovação no Brasil e o Estado do Rio Grande do Sul

Fonte: Adaptado de MEC/INEP, 2009

Analisando a figura 1, nota-se que o estado do Rio Grande do Sul tem um índice de

aprovação maior que o índice do Brasil em todos os anos podendo chegar a uma redução de

até 4,7% em 2000. Pode-se observar que entre 2000 e 2002 teve um aumento na aprovação,

tanto no estado do Rio Grande do Sul como em todo o País. De 2002 a 2004 esse índice vol-

tou a diminuir.

Analisando a figura 1, observa-se que o Estado do Rio Grande do Sul tem um índice

de reprovação menor que o índice do Brasil em todos os anos, sendo até 4,7% menor em

2000. Pode-se observar que entre 1999 e 2000 houve uma redução na reprovação, tanto no

estado do Rio Grande do Sul como em todo o País. Mas, de 2001 a 2002 a reprovação voltou

a aumentar. Voltou a ceder entre 2003 e 2004.

16

3.0 REPROVAÇÃO EM CAMPINAS DO SUL

3.1 ESCOLAS DO MUNICÍPIO

O município de Campinas do Sul se localiza na região do Alto Uruguai, norte do Rio

Grande do Sul. O município é economicamente dependente da agroindústria e da agricultura

familiar.

Tem cerca de 5.746 habitantes segundo o IBGE (2008). Sua população na maior parte

reside na área rural do município. Quem vive na cidade ou tem seu negócio próprio ou é fun-

cionário do comércio ou público, e um grande número de pessoas trabalha de diarista ou bóia

fria, pois a cidade não tem nenhuma indústria de grande e médio porte que possa empregar

toda sua população desempregada.

A maior parte dos jovens sai do município para estudar ou então a procura de trabalho

e na maior parte das vezes não retorna mais para o município.

Na educação, suas escolas estão todas situadas no meio urbano, tendo apenas uma Es-

cola de Ensino Médio e três do Ensino Fundamental, as quais foram pesquisadas.

As escolas pesquisadas foram:

1) Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Altair Caldart, que quando fun-

dada recebia apenas alunos até a 4ª série. Em 2004 tinha até a 6ª série. Em 2005 passou a ter a

7ª série e em 2006 passou ter todas as turmas de Ensino Fundamental. Em 2004 e 2005 apenas

as 1as séries eram de ensino globalizado. Em 2006 passou a ser globalizada para 1ª, 2ª e 3ª sé-

ries. Essa escola atende os alunos em dois turnos: um turno em sala de aula e no turno contrá-

rio é oferecido oficinas como: informática, artes, culinária, tema de casa, reforço, atendimento

médico e odontológico, pinturas e trabalhos em marcenaria. No decorrer deste trabalho a es-

cola será conhecida pelo pseudônimo de “escola A”.

2) Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora da Paz, fundada em 1941,

tem como Filosofia “Participação – Responsabilidade – Consciência Crítica. A escola abrange

apenas as séries iniciais, da pré-escola a 4ª série. Teve no ano de 2008 199 alunos matricula-

17

dos de 1ª a 4ª série. As disciplinas estão divididas em: Ensino Globalizado e ensino Religioso.

Esta escola será conhecida como “escola B”.

Na escola A até a 3ª série, e na Escola B em sua totalidade o ensino é globalizado, ou

seja, é feita a junção de todas as disciplinas, exceto o ensino religioso. Nas duas escolas é fei-

to uma análise de como o aluno se desenvolveu em todas as disciplinas e a partir desta é to-

mada à decisão para o avanço de série do aluno ou se deve repetir a série até atingir melhores

conhecimentos.

3) Escola Estadual Geny Telles Colpani - tem apenas as séries finais do Ensino Fun-

damental de 5ª a 8ª série. Tem como Filosofia “consciência e cidadania”. Esta escola atende o

maior número de alunos do município. O espaço físico desta instituição é bem amplo e dispo-

nibiliza equipamentos e laboratórios que auxiliam na aprendizagem dos alunos. Esta Escola

terá o pseudônimo de “escola C”.

3.2 REPROVAÇÃO EM CAMPINAS DO SUL

Tanto se ouve falar em reprovação e sabendo-se da importância de se saber seus índi-

ces para que se possam tomar decisões cabíveis, surgiu o interesse de analisar os índices de

reprovação no município de Campinas do Sul. Foram realizados os contatos com as escolas e

com a Secretaria de Educação do município. Após as autorizações das mesmas, os dados fo-

ram coletados nas secretarias de cada escola.

As escolas do município forneceram os históricos de todas as turmas de 2004 a 2008,

com todos os dados necessários para realização dessa pesquisa.

A tabela 2 apresenta o número de alunos que iniciaram e concluíram o ano letivo, nas

três escolas pesquisadas. A diferença entre matrículas iniciais (I) e aprovados (A) se dá pela

transferência, evasão (E/T) e reprovação (R) durante o ano letivo.

Observando-se a tabela 2, no início do ano letivo em 2004 havia 859 alunos matricu-

lados no Ensino Fundamental, distribuídos em todas as escolas. Em 2008 este número caiu

para 738 alunos. A diferença de 131 matrículas se dá pela quantidade de filhos que diminuiu

por casal, pelo fato das pessoas mais novas do município saírem da cidade.

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A maior parte da diferença entre, matrículas iniciais e finais, se dá pelas transferências,

pois o número de abandono é bem baixo. Em 2004 nas três escolas, cinco alunos evadiram;

em 2005, 4 alunos; em 2006, dois alunos; no ano 2007, 1 aluno apenas; em 2008, 3 alunos.

Analisando 2008, o índice de abandono no município de Campinas do Sul é de aproximada-

mente 0,43%.

A tabela 3 apresenta os índices de reprovação por série, em cada escola, de 2004 a

2008, referente ao número de alunos que enceraram o ano letivo.

Tabela 3 - Índices de reprovação no Município de Campinas do Sul, de 2004 a 2008 em cada escola.

Índice de reprovação (%) por ano Escola Série

2004 2005 2006 2007 2008 1ª 32,1 39,5 17,5 0,0 18,4 2ª 9,1 12,5 35,7 4,5 14,3 3ª 10,8 3,2 12,2 0,0 23,7 4ª 4,8 21,9 10,5 6,1 15,4

Total 15,8 19,9 17,7 3,1 18,5 5ª 7,5 30,3 15,4* 11,1 13,8 6ª 13,3 33,3 37,0 12,5 40,0 7ª - 15,8 30,0 13,6 22,2

8ª - - 8,3 10,0 0,0

A

Total 9,1 27,1 24,0 12,0 22,4 1ª 4,8 5,5 6,5 1,8 0,0 2ª 3,8 5,3 1,9 0,0 0,0 3ª 4,3 0,0 0,0 5,9 4,3

4ª 1,5 7,2 3,2 5,0 2,0

B*

Total 3,6 4,7 2,8 3,4 1,6 5ª 11,4 20,0 8,9 13,0 8,1 6ª 10,8 27,8 9,9 9,1 4,5 7ª 6,2 21,0 11,1 1,2 0,0

C**

8ª 2,1 13,3 4,6 1,6 6,6

Total 7,2 20,1 8,8 6,2 4,8 *Este índice corresponde a apenas duas das três turmas da quinta série, portanto, um índice incompleto. Fonte: Dados da Pesquisa.

Para melhor poder analisar esses dados a comparação será feita separando as escolas

por séries iniciais e séries finais.

A escola A, só verificando de 1ª a 4ª série pode-se dizer que seus índices de reprova-

ção são elevados em 2004 (15,8%), 2005 (19,9%), 2006 (17,7%) e 2008 (18,5), em 2007

(3,1%) esse índice foi considerado baixo. Na escola B, pode-se dizer que em relação à repro-

vação, que ela é a escola com menor índice de reprovação sendo que, nunca passou de 4,7%,

o que pode se considerar, excelente. Percebe-se também que na escola B não há muita oscila-

ção na comparação ano a ano, no entanto, na escola A, ocorre índices mais elevados em um

ano, menos em outro. Não segue uma linha contínua.

Nas séries finais a Escola A também tem índices bastante elevados, nas diferentes sé-

ries e anos. A Escola C por sua vez tem um índice considerado também bom se analisado a

nível de Brasil. Apenas em 2005 esse índice foi muito elevado chegando a passar de 20% de

alunos reprovados, mas nos outros anos o índice também é considerado muito bom.

Ao comparar as três escolas pode-se concluir que nas escolas estaduais a reprovação é

inferior a reprovação na escola municipal.

Na tabela 4 tem-se, de modo geral, a porcentagem de alunos que reprovaram, no Mu-

nicípio de Campinas do Sul de 2004 a 2008, considerando todos os alunos concluintes de cada

ano letivo.

Tabela 4 – Índices de reprovação do Município de Campinas do Sul nos anos de 2004 a 2008.

Ano 2004 2005 2006 2007 2008 % 7,96 16,95 10,35 5,59 9,06

Fonte: Dados da Pesquisa.

O que se pode observar é que em 2005, o índice de reprovação do município superou

os índices a nível de Brasil, se for comparado com a tabela 1, até mesmo reprovou mais que a

Região Nordeste do País. Neste ano deve ter ocorrido algum problema sério na escola C, pois

foi nela que a reprovação foi mais elevada. No ano de 2004 a reprovação ficou numa posição

bem confortável, abaixo do nível de Brasil, e até mais baixo que na Região Sul. Nos outros

anos a reprovação ficou oscilando em posições confortáveis, não que esses índices não pos-

sam reduzir mais, mas podem ser considerados bons.

Na tabela 5, tem-se em que disciplinas ocorreram às reprovações da tabela 3.

Tabela 5 – Índice de reprovação por disciplinas no Município de Campinas do Sul. Escolas Índices de reprovação por disciplinas em Campinas do Sul (%)

Ano E.Gl Rel Por Mat Cie Hist Geo Es/In Ed.A Ed.F E.Soc T.Ag

2004 7,29 - 5,58 4,29 3,43 0,85 2,14 0,43 0,43 0,43 3,00 -

2005 5,59 - 8,95 11,57 6,72 5,60 5,97 0,75 1,12 - 2,24 -

2006 8,66 - 7,09 7,87 5,91 7,09 6,70 3,93 1,97 1,18 - -

2007 0,81 - 3,24 4,85 4,45 4,45 4,45 2,02 2,02 2,02 - -

A

2008 8,09 - 7,29 8,50 7,29 5,67 7,69 3,24 0,40 0,40 - -

2004 3,57 - - - - - - - - - - -

2005 4,35 - - - - - - - - - - -

2006 2,73 - - - - - - - - - - -

2007 3,26 - - - - - - - - - - -

B

2008 1,51 - - - - - - - - - -

2004 - 0,53 4,28 6,42 4,01 4,17 2,67 3,48 0,54 0,54 - 0,27

2005 - - 14,75 17,76 15,30 7,38 4,92 7,10 0,27 0,27 - 0,27

2006 - 0,30 5,93 7,12 5,04 1,78 2,08 0,60 0,60 0,60 - -

2007 - 0,66 5,90 5,90 4,92 2,95 4,92 2,62 0,33 0,66 - -

C

2008 - - 3,42 4,45 3,42 0,34 0,34 0,34 - - - -

Fonte: Dados da Pesquisa.

Pode-se dizer que a reprovação em matemática é, em praticamente, exceção a Língua

Portuguesa, em 2004, a disciplina que mais reprova nas escolas A e C do município em exce-

ção em 2004 que português reprovou mais. Na escola B, como o ensino é globalizado, não se

pode concluir em que disciplina os alunos tem mais dificuldade.

Normalmente e informalmente ouvem-se pessoas comentarem as dificuldades enfren-

tadas na aprendizagem da Matemática. Sabe-se que é uma disciplina que exige atenção, con-

centração e capacidade de abstração. Muitos alunos não conseguem acompanhar o desenvol-

vimento cumulativo dos conceitos matemáticos enfrentando sérios problemas na sua aprendi-

zagem. Provavelmente um dos fatores para o maior índice de reprovação, em geral, esteja jus-

tamente nestas várias características exigidas dos alunos e que por vários motivos não foram

adequadamente desenvolvidos.

CONCLUSÃO

Ao terminar essa pesquisa, sobre a Evolução dos Índices de Reprovação no Município

de Campinas do Sul nos anos de 2004 a 2008, foi possível atingir o objetivo de identificar o

índice de reprovação no município e descobrir em que disciplina os estudantes campinenses,

do ensino Fundamental, têm mais dificuldades e reprovam.

Os índices de reprovação do município ficaram dentro dos limites da reprovação a ní-

vel de Brasil; exceção ocorreu em 2005 quando esses índices estiveram mais elevados. Nos

outros anos esteve menor que os índices a nível de Brasil e em relação ao nível da Região Sul

do país.

A evasão escolar no município é considerada baixa. O ideal seria nem existir, mas e-

xiste um número mínimo de alunos que abandonaram a escola, sendo que a maioria que dei-

xou a escola estava nas séries finais do fundamental.

A disciplina que mais reprovou nas três escolas citadas foi Matemática, sendo que em

2004 o ensino globalizado teve maior reprovação que Matemática.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental professor Altayr Caldart de 1ª a 4ª série

ocorreram os maiores índices de reprovação. Uma das possíveis e mais importantes causas

desse índice elevado está no fato da escola atender os alunos oriundos de famílias de baixa

renda uma vez que atende a maior parte dos estudantes dos bairros. Como destacado na revi-

são bibliográfica, o fator sócio-econômico também prepondera no município de Campinas do

Sul, interferindo diretamente na aprendizagem dos alunos. Possivelmente não é o único fator,

mas certamente o mais importante.

Para finalizar pode-se dizer que todos os objetivos foram atingidos, mostrando uma

realidade de reprovação não muito diferente do restante do Rio Grande do Sul e do Brasil e

que infelizmente está aquém do que se espera.

Espera-se também que as políticas públicas conduzam a educação para um nível ine-

xistente de reprovação, mas não por aprovação automática como fazem alguns Estados como

forma artificial de diminuir os índices e melhorar as estatísticas, mas de forma a privilegiar o

ensino e a aprendizagem, de tal modo que se formem cidadãos conscientes e capazes de de-

senvolver o Brasil tecnologicamente e não apenas como mão de obra barata e sem valor agre-

gado.

BIBLIOGRAFIA

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