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Evolução da Nanotecnologia Abordagem Nacional e Internacional
Julho 2010
Joana Eugénio Vanessa Fatal
Examinadoras de patentes
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NANOTECNOLOGIA “As Nanociências e Nanotecnologias (N&N) são abordagens à investigação e
desenvolvimento que se referem ao estudo dos fenómenos e manipulação de
materiais às escalas atómica, molecular e macromolecular, onde as
propriedades diferem significativamente das de grande escala.” (“Nanosciences
and Nanotechnologies: An action plan for Europe 2005-2009”).
A Nanotecnologia é ciência que estuda a compreensão e o controlo da matéria
a dimensões entre 1 a 100 nanometros, onde fenómenos únicos potenciam
novas aplicações. A nanotecnologia, englobando as engenharias e tecnologias,
envolve áreas como a imagiologia, medição, modelação e manipulação de
matéria à nanoescala. A investigação em Nanotecnologia está dirigida no
sentido de perceber e criar materiais, dispositivos e sistemas melhorados que
explorem essas propriedades.
A Nanotecnologia tornou-se assim um ramo da Ciência que abarca todas as
tecnologias e processos que manipulam ou exploram materiais à nanoescala,
permitindo significativos avanços em áreas que, não sendo novas, começam a
ser reinventadas.
PRINCIPAIS ÁREAS DE INVESTIGAÇÃO EM NANOTECNOLOGIA A Nanotecnologia é uma área transversal a vários domínios científicos.
Salientam-se de seguida algumas das áreas que abarcam mais publicações e
investimento (Tabela 1).
ÁREA APLICAÇÕES OBSERVAÇÕES
Materiais
Poços quânticos1 e pontos quânticos2, nanocristais,
nanoparticulas, nanotubos e monocamadas em auto-
montagem
Dispositivos/Sistemas que conseguem explorar a nanoescala mecânica, eléctrica, magnética, atómica e os efeitos
quânticos para melhorar a funcionalidade.
1 Poço potencial que confina, a duas dimensões, partículas que inicialmente tinham liberdade para se moverem
em três dimensões, forçando-as a ocupar uma região plana. 2 Semicondutor cujos excitões estão confinados às três dimensões espaciais.
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ÁREA APLICAÇÕES OBSERVAÇÕES
Energia Baterias avançadas, células fotovoltaicas,
células de combustível e microfontes de energia
Dispositivos/Sistemas que aumentam o
armazenamento de energia e a sua
distribuição através do controlo de materiais e
superficies ao nível atómico.
Biotecnologia
Biochips, biosensores, produto de distribuição de fármacos e descoberta de fármacos, diagnóstico e
nanocirurgia.
Dispositivos/Sistemas que localizam ou identificam
processos biológicos para melhorar o diagnóstico, a síntese e distribuição de
fármacos.
Electrónica Bens inteligentes, nanoelectrónica,
electrónica pervasiva e sistemas de imagiologia.
Os sistemas electrónicos têm dimensões tão reduzidas que são
praticamente invisiveis e podem ser empregues em
qualquer local e de quaisquer formas.
Computação
Computadores quânticos3, computadores moleculares,
computadores ópticos4, computadores de ADN5
Sistemas que pretendem utilizar métodos alternativos aos
electrónicos para representar e processar
dados a taxas mais elevadas ou de novas
formas. Tabela 1: Áreas de maior impacto da Nanotecnologia (fonte: “Nanotechnology in a Nutshell” [7]) EVOLUÇÃO DA NANOTECNOLOGIA A NÍVEL MUNDIAL O Crescente interesse e os gastos em nanotecnologia A nanotecnologia é considerada um fenómeno global, e é expectável que seja
um dos principais responsáveis pela evolução tecnológica do século XXI,
devido à intensa investigação que tem sido realizada nesta área e às
descobertas feitas por todo o mundo. Tanto os países desenvolvidos como os
países emergentes têm vindo a aumentar os seus recursos na promoção da
nanociência e nanotecnologia com o objectivo de obterem uma posição de
liderança nesta área. Para além disso, um grande número de empresas tem 3 Aparelhos computacionais que realizam cálculos utilizando as propriedades da mecânica quântica, tais como a sobreposição e a interferência. 4 Computador que usa a luz em vez de electricidade para manipular, armazenar e transmitir dados. 5 Variante de computador que utiliza o ADN e biologia molecular em vez das tecnologias tradicionais baseadas em silício.
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vindo a tomar iniciativas de modo a criar produtos específicos baseados na
nanotecnologia.
De acordo com o projecto “Project on Emerging Technologies” os investimentos
em investigação e desenvolvimento nesta área, a nível mundial, rondam os $9
biliões por ano. Em 2015, estima-se que os produtos de consumo com
aplicações de nanotecnologia terão um valor de $ 1 trilião no mercado global
[1].
Financiamento Público para I&D em nanotecnologia
Os valores de financiamento do sector público estimado em investigação e
desenvolvimento (I&D) para nanotecnologia em 2008 são baseados em dados
contidos em sites oficiais governamentais e em documentos de cada país [2]. A
tabela 2 mostra o nível actual de financiamento de 5 países, assim como o
nível de financiamento per capita, efectuado pelo sector público.
País Níveis de financiamento actual
Níveis de financiamento per capita
Reino Unido $0.12B $1.96 EUA $1.554B $5.06
Alemanha $0.5B $6.07 Japão $0.38B £2.99 França $0.21 B $3.28
Tailândia $0.12B $5.22 Tabela 2 - Financiamento do sector público estimado na I&D em nanotecnologia em 2008. O País cujo sector público mais investe nesta área é os Estados Unidos,
seguidos pela Alemanha e Japão.
Financiamento Corporativo para I&D em nanotecnologia
A Lux Research, produziu em 2005 um relatório que estimava os gastos
empresariais em I&D. Este relatório dá assim uma indicação do nível de
financiamento actual e per capita (tabela 3).
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País Níveis de financiamento actual
Níveis de financiamento per capita
Reino Unido $0.09B $1.47 EUA $1.8B $5.86
Alemanha $0.3B $3.64 Japão $1.1B $8.66 França $0.1 B $1.56
Tailândia $0.11B $4.79 Tabela 3 - Financiamento empresarial para nanotecnologia.
Como se pode observar pela tabela 3 as indústrias Americana e Japonesa
encontram-se claramente à frente em termos de financiamento empresarial
nesta área, seguidas pelas empresas Alemãs. Os financiamentos concedidos
pelas empresas do Reino Unido, França e Tailândia encontram-se ao mesmo
nível. Contudo, quando o financiamento é considerado per capita, as empresas
Japonesas movem-se claramente para uma posição dominante. Como em
muitas outras áreas da tecnologia, as companhias Japonesas investem
fortemente em I&D. O relatório “World Competitiveness Report 2008-2009”
elaborado pelo The world Economic Forum’s, indica o Japão como um dos
líderes mundiais nas áreas de sofisticação e inovação empresarial.
Curiosamente, mais uma vez, quando o financiamento é per capita a Tailândia
move-se para uma posição de liderança, à frente da Alemanha, França e Reino
Unido.
Financiamento Privado para exploração da nanotecnologia
Os dados publicados para o financiamento em nanotecnologia mundial em
2004 [2], mostraram que o financiamento total Europeu e Americano foi
semelhante, ou seja cerca de $ US 3000M para cada. Contudo a sua repartição
era diferente; na Europa o financiamento privado foi de $ US1300M enquanto
que nos EUA foi de $1700M. O financiamento privado no Japão foi também
bastante elevado, $ US1400M comparado com o investimento público de $ US
900M.
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Financiamento Português para exploração da nanotecnologia [3]
Na Europa existem muitas diferenças entre os vários países quanto ao
investimento público em nanotecnologia. Entre 2005 e 2007, Portugal
encontrava-se em último lugar, sendo o investimento público em 2005 e 2006
de apenas 4 milhões de dólares, e em 2007 de 11 milhões de dólares.
2005 2006 2007 2008 2009 2010
Alemanha $ 386M $ 414M $ 534M $ 547M $ 547M $ 547M
França $ 344M $ 370M $ 404M
Reino
Unido
$ 99M $ 107M $127M $ 116M $ 91M $83M
Bélgica $ 72M $ 77M $ 101M $ 94M $ 96M
Áustria $ 37M $ 38M $ 41M $ 68M $ 34M $ 41M
Finlândia $ 26M $ 29M $ 38M $ 38M $ 29M $ 27M
Noruega $ 17M $ 19M $ 29M $ 43M $ 26M $ 32M
Portugal $ 4M $ 4M $ 11M $ 20M $ 29M $ 31M
Suíça $11 M $ 10M $ 11M $ 18M $ 24M $28M
Dinamarca $ 32M $ 26M
Irlanda $ 39M
Holanda $ 193M $ 194
Tabela 4 - Financiamento do sector público na I&D em nanotecnologia por País (2008-2010
dados estimados) (fonte: WPN Policy Questionnaire (2008))
Evolução do patenteamento na área da Nanotecnologia
Em 2003, a inovação na área da bionanotecnologia a nível mundial, medida em
termos de actividade de patenteamento (fonte: DWPI), apesar de pequena
estava bem estabelecida (4611 patentes), sendo as empresas americanas
líderes no patenteamento nesta área, com 70% de patenteamento; e em que
48% dos pedidos de patentes foram submetidos nos EUA [4]. Em 2008, 5 anos
depois, a actividade de patenteamento teve um aumento de 160% com 7399
patentes registadas de Janeiro a Dezembro.
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Período Patentes de bionanotecnologia
Jan-Dez 2003 4611
Jan-Dez 2008 7399
Tabela 5 - Número de patentes de bionanotecnologia
Apesar das companhias chinesas não estarem entre as principais empresas
líderes nesta área (apenas uma empresa chinesa na lista do TOP 20 dos
requerentes), a China é considerado um país importante para obter-se
protecção da patente (a China faz parte do top 10 dos países onde foram
submetidas patentes nesta área). O Japão e os EUA lideram em termos de
requerentes e países onde são submetidas patentes nesta área.
Além disso, os inventores e requerentes de origem americana são os que
possuem o maior número de invenções relacionadas com nanotecnologia,
cujas patentes foram publicadas em 3 ou mais países, demonstrando assim
uma procura agressiva de protecção a nível internacional [5] (Figura 1).
37,2%
23,7%
9,3%7,3%
3,9% 2,9%1,7% 1,6% 1,3% 1,1%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
EUA Japão Alemanha Coreia França ReinoUnido
Holanda Suiça China Itália
Figura 1 - Patentes relacionadas com nanotecnologia publicadas para a mesma invenção em 3 ou mais países, por país do requerente (1985-2005) (Kisliuk 2008).
Na figura 2 está representada a distribuição das publicações em
nanotecnologia, nos últimos 10 anos (2000-2010) para os 10 principais países
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(dados obtidos a partir da ferramenta Thomson Innovation com base na
classificação ECLA: Y01N- Nanotecnologia).
Figura 2 - Distribuição de publicações por país.
É visível que a maioria dos pedidos de patente na área da nanotecnologia são
feitos nos EUA ou recorrendo à via internacional.
Na figura 3 é visível o grande número de publicações provenientes dos EUA,
que desde 2001 têm-se mantido na liderança. Também pode verificar-se que o
número de pedidos internacionais nesta área é bastante elevado. Tanto os
pedidos provenientes dos EUA como os pedidos internacionais tiveram o seu
pico em 2006. No período entre 2008 e 2009 houve, na generalidade, uma
diminuição do número de pedidos nesta área. O número de publicações nos
restantes países tem-se mantido mais ou menos constante ao longo do tempo.
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Figura 3 - Evolução do número de publicações por país
Principais requerentes na área da nanotecnologia
No período compreendido entre 2000 e 2010, os 5 principais requerentes na
área da nanotecnologia foram: IBM (683 publicações), Samsung Electronics
(528 publicações), TDK Corp (405 publicações), Canon KK (399 publicações) e
Fujitsu Ltd (393 publicações), como se pode observar pela figura 4 (dados
obtidos a partir da ferramenta Thomson innovation).
Figura 4 - Top 5 dos requerentes nanotecnologia.
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Relativamente à evolução do número de publicações para os 5 principais
requerentes verifica-se que a empresa IBM foi a empresa com maior número
de publicações nesta área, no período entre 2000 e 2005, tendo sido
ultrapassada pela empresa Samsung, a partir de 2006. O número de
publicações das restantes três empresas tem-se mantido relativamente
constante ao longo do tempo (Figura 5).
Figura 5 - Evolução do número de publicações por requerente (Top 5).
Distribuição dos requerentes pelo Mapa Tecnológico
Como se pode verificar pela figura 6, os 5 principais requerentes trabalham em
áreas mais ou menos afastadas, excepto nas áreas referentes a discos de
gravação magnética, e a aparelhos magnetoresistentes utilizados no campo dos
sensores magnéticos, onde as 5 empresas actuam.
A empresa IBM aparece mais ou menos isolada no canto superior esquerdo,
actuando na área dos sensores, enquanto que a empresa Cannon KK aparece
mais ou menos isolada no lado direito, desenvolvendo a sua actividade em áreas
relacionadas com baterias e máscaras de exposição à luz (foto máscaras).
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A empresa Fujitsu tem uma grande actividade na área dos materiais com
aplicações nos pontos quânticos, e a empresa Samsung na área dos aparelhos de
memória constituídos por óxidos metálicos.
Figura 6: Mapa Tecnológico onde estão representados os 5 requerentes com maior número de
publicações: IBM Samsung electronics TDK CORP CANON KK Fujitsu, sendo
que cada ponto corresponde a uma publicação (este mapa é realizado com a ajuda da
ThomsonInnovation®).
Com efeito, o estudo de David J. Roughley mostra que as principais entidades a
desenvolver produtos na área da Nanotecnologia são a DuPont, Mitsubishi, Dow
Chemical, Samsung, Móbil Oil, Veeco, IBM, ABB, Roche, Bayer, Seagate,
Hewlett-Packard, Infineon, Lucent e Advanced Institute of Technology.
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Evolução da publicação de artigos científicos na área da Nanotecnologia em
Portugal
Na última década verificou-se um aumento significativo no número de
publicações científicas em Portugal nas áreas da nanotecnologia,
especialmente desde 2004 (Figura 7).
Figura 7: Nº de publicações de artigos científicos em Portugal de 2001 – 2010 de autores portugueses na área da Nanotecnologia. Entidades portuguesas com publicações em Nanotecnologia No que se refere às publicações em Nanotecnologia, a Universidade de Aveiro
detém 231 publicações, sendo a líder em Portugal nas publicações desta área.
A Universidade do Porto, de Coimbra e do Minho são também bastante activas
nesta área, o que se verifica pelo número de publicações (Figura 8).
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Figura 8: Gráfico com as 10 principais entidades que detém publicações entre 2001 – 2010 na área da Nanotecnologia. CENTROS E REDES DE TRABALHO DE NANOTECNOLOGIA NA EUROPA Centros de nanotecnologia Em 2005, segundo dados retirados do Sixth Nanoforum Report: European
nanotechnology Infrastructure and Networks [6] existiam um total de 241
centros, que dispunham de instalações de fabrico e análise para realização de
investigação e desenvolvimento em nanotecnologia e nanociência (N&N), em
28 estados da União Europeia e países associados (Croácia, Chipre, Malta,
Eslováquia, Islândia e Liechtenstein). Estes centros, em termos de tamanho e
alcance, vão desde os grandes centros europeus (com instalações de grande
porte, várias centenas de funcionários, e orçamentos anuais de vários milhões),
até às instalações mais pequenas localizadas em Institutos ou Universidades.
As principais actividades destes centros estão agrupadas nas seguintes
categorias:
• Nanomateriais;
• Electrónica e Sistemas;
• Investigação fundamental (química e física);
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• Análise e diagnóstico;
• Engenharia;
• Nanobiotecnologia;
• Energia
A actividade principal da maioria destes centros inclui as categorias
nanomateriais (em 88 centros) e electrónica e sistemas (em 68 centros). Em 35
centros a actividade mais importante está centrada na área da investigação
fundamental (ver figura 9)
Figura 9 - Instalações N&N na Europa e estados associados (por área); NM nanomateriais;
E&S electrónica e sistemas; FR investigação fundamental; A&D análise e diagnóstico; E&F
engenharia e fabrico; NB nanobiotecnologia; E energia
Redes de trabalho [6]
Foram identificadas 144 redes de trabalho em nanotecnologia (redes que
oferecem suporte para a colaboração e troca de informação entre membros)
em 23 países da união Europeia e países associados. 80 das 144 redes de
trabalho são redes nacionais, enquanto que as restantes encontram-se
envolvidas em projectos de cooperação internacional.
A Alemanha é o país que possui o maior número de redes de trabalho, 22 no
total, seguida pelo Reino Unido, que possui 9.
A França, Holanda e Polónia têm 4 redes de trabalho nacional cada. Como se
pode ver pela figura, em 2005, Portugal não possuía nenhuma rede de trabalho
de nanotecnologia.
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Figura 10 - Redes de trabalho na UE e estados associados.
Centros de I&D em Nanotecnologia em Portugal
Actualmente, Portugal possui vários centros que realizam investigação e
desenvolvimento em várias áreas da nanotecnologia, os quais se encontram
principalmente localizados dentro das principais Universidades Portuguesas, tal
como se pode ver pela tabela seguinte:
Nome do centro Website
Universidade Aveiro
Centro de investigação em materiais cerâmicos e
compósitos-CICECO http://www.ciceco.ua.pt/stt.php?stt=97
Universidade Porto
Laboratório de processos de separação e reacção http://lsre.fe.up.pt/
Instituto de Física dos Materiais da Universidade do
Porto (IFIMUP)
http://faraday.fc.up.pt/ifimup-
in/index.html
Instituto de Engenharia biomédica http://www.ineb.up.pt/index.php
Laboratório de Catálise e Materiais http://paginas.fe.up.pt/lcm/
LEPAE- Laboratory Process, environmental and Energy
Engineering
http://www.fe.up.pt/lepae/
Universidade do Minho
3B´s Research Group - Biomaterials, Biodegradables
and Biomimetics http://www.3bs.uminho.pt/
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Nome do centro Website
Centro de nanotecnologia e materiais técnicos,
funcionais e inteligentes -Centi http://www.centi.pt/
Departamento electrónica Industrial http://www.dei.uminho.pt/
Instituto de nanoestruturas, nanomodelação e
nanofabrico http://www.i3n.org/
Instituto de Polímeros e compósitos http://ipc.uminho.pt/
Universidade de Coimbra
Centro de estudos farmacêuticos http://www.ff.uc.pt/cef/MICnano2010/
Departamento de química, Universidade Coimbra http://www.uc.pt/fctuc/dquimica/
Instituto Superior Técnico
INESC Microsistemas e Nanotecnologias (INESC MN) http://www.inesc-mn.pt/
ICEMS- Instituto de Ciência e Engenharia de materiais
e Superfícies
http://www.icems.ist.utl.pt
Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNL
CENIMAT http://www.cenimat.fct.unl.pt/
Atomic and Molecular Collisions Laboratory http://www.df.fct.unl.pt
Universidade da Madeira
Madeira Chemistry Research Centre- CQM http://cqm.uma.pt/portal/
Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa
iMED. UL http://www.imed.ul.pt/
Outros
Laboratório Ibérico Internacional de nanotecnologia http://www.inl.int/
INETI- Instituto Nacional de Engenharia Tecnológica http://www.ineti.pt
Tabela 6: Centros de Investigação em Nanotecnologia em Portugal
Com a criação do laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, em
Portugal, fruto da colaboração entre Portugal e Espanha, espera-se que este
contribua não só para a realização de I&D de excelência nesta área, mas
também que contribua para a criação de novas empresas em Portugal na área
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da nanotecnologia. Portugal possui também algumas empresas que fazem I&D
em nanotecnologia, sendo as principais a Ydreams, Fluidinova-Engenharia de
Fluidos SA, a CUF-Companhia União Fabril e a Hovione.
Neste momento, Portugal também já possui uma rede de trabalho de
nanotecnologia, denominada PortugalNano, que providencia informação das
actividades e recursos nesta área, assim como outras informações relevantes.
REQUERENTES PORTUGUESES COM PATENTES E ARTIGOS CIÊNTIFICOS NA
ÁREA DA NANOTECNOLOGIA REQUERENTES COM PATENTES NA ÁREA DA NANOTECNOLOGIA Existem 5 Universidades Portuguesas (Universidade de Aveiro, Instituto
Superior Técnico, Universidade de Coimbra, Universidade do Porto e
Universidade Nova) com pedidos de patente na área da nanotecnologia.
Requerente Nº de Publicação
WO2008098963 Universidade de Aveiro
PT103004
Instituto Superior Técnico WO2008051100
Instituto Superior Técnico e Quinta de Panças Vinhos SA WO2004113489
WO2009053937 Universidade de Coimbra
WO2007129926
Universidade do Porto WO2007111521
Universidade Nova WO2008029374 Universidade Nova e STAB Vida
Investigação e Serv. WO2008135929
EP2205526
WO2010059070 CUF COMPANHIA UNIAO FABRIL SGP
WO2009144665
Ydreams e Universidade Nova de Lisboa WO2009096802
Fluidinova e Inst. Nacional de Engenharia Biomédica WO2008007992
Tabela 7: Tabela de Requerentes portugueses com patentes na área da Nanotecnologia
(dados retirados da EPOQUE)
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Os requerentes Portugueses com maior número de pedidos de patente nesta
área são a empresa CUF - Companhia União Fabril, com 3 pedidos de patente,
e a Universidade Nova de Lisboa, também com 3 pedidos de patente (1 pedido
como único requerente e dois pedidos juntamente com outra empresa),
seguem-se as Universidades de Aveiro, Coimbra e IST, com 2 pedidos de
patente cada. Os restantes requerentes possuem um único pedido de patente.
0
1
2
3
4
Univ.Aveiro
Univ.Porto
Univ.Nova Univ.Nova &
STAB V.
Univ Nova&
Ydreams
Univ.Coimbra
IST IST &Quinta P.Vinhos
CUF Fluidinova& INEB
Nº d
e P
edid
os P
aten
tes
Figura 11 - Nº de pedidos patente por requerente português na área da nanotecnologia.
Todos os requerentes nos pedidos de patente efectuados, à excepção de um
pedido de patente feito pela Universidade de Aveiro, apresentaram um pedido
internacional o que demonstra a grande preocupação destes requerentes em
obter protecção a nível internacional. Verifica-se também, que na maioria dos
casos (em 10 pedidos de patente), o pedido internacional teve como prioridade
um pedido nacional apresentado no INPI.
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Documento de patente Data de publicação Membro(s) da família Data de publicação
WO 2008098963 A2 2008-08-21 US 2010109130 A1 2010-05-06
WO 2008098963 A3 2009-01-15
PT 103004 A 2005-02-28 - - - -
WO 2008051100 A2 2008-05-02 AR 063383 A1 2009-01-28
AU 2007309819 A1 2008-05-02
Cl 30262007 A1 2008-05-23
EP 2084257 A2 2009-08-05
PT 103595 A 2007-02-28
PT 103595 B 2007-07-10
US 2010092628 A1 2010-04-15
WO 2008051100 A3 2009-07-09
WO 2004113489 A1 2004-12-29 AU 2004250092 A1 2004-12-29
CL 15212004 A1 2005-06-03
EP 1639077 A1 2006-03-29
PT 102976 A 2004-12-31
US 2007039882 A1 2007-02-22
WO 2009053937 A2 2009-04-30 PT 103865 A 2009-05-15
WO 2009053937 A3 200906-11
WO 2007129926 A2 2007-11-15 PT 103476 A 2007-11-30
US 2010019403 A1 2010-01-28
WO 2007129926 A3 2008-01-03
WO 2007111521 A2 2007-10-04 EP 2012903 A2 2009-01-14
PT 103453 A 2007-09-28
PT 103453 B 2008-05-28
US 2009270665 A1 2009-10-29
WO 2007111521 A3 2007-11-29
WO 2008135929 A2 2008-11-13 EP 2145023 A2 2010-01-20
PT 103730 A 2008-11-04
US 2010075335 A1 2010-03-25
WO 2008135929 A3 2008-12-31
WO 2008029374 A2 2008-03-13 EP 2059810 A2 2009-05-20
PT 103561 A 2008-03-31
US 2010041161 A1 2010-02-18
WO 2008029374 A3 2008-08-21
ZA 200901612 A 2009-12-30
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Documento de patente Data de publicação Membro(s) da família Data de publicação
EP 2205526 A2 2010-07-14 AU 2008303156 A1 2009-04-02
CA 2700984 A1 2009-04-02
PT 103838 A 2008-02-19
PT 103838 B 2008-11-03
WO 2009040770 A2 2009-04-02
WO 2009040770 A3 2009-06-18
WO 2009040770 A4 2009-08-20
WO 2010059070 A1 2010-05-27 - - - -
WO 2009144665 A2 2009-12-03 PT 104085 B 2009-08-07
WO 2009144665 A3 2010-06-17
WO 2009096802 A1 2009-08-06 - - - -
WO 2008007992 A2 2008-01-17 CA 2635943 A1 2008-01-17
EP 2041025 A2 2009-04-01
PT 103528 A 2008-01-31
US 2009263497 A1 2009-10-22
WO 2008007992 A3 2008-04-03
Tabela 8 - Informação sobre os membros da família de documentos de patente.
NOTAS CONCLUSIVAS
Apesar de a maior parte das empresas estar preocupada em marcar o seu território e
definir a sua própria visão de Nanotecnologia, grande parte das economias avançadas
reconheceram a importância da mesma e uniram esforços para estabelecer fundos de
investigação para os próximos anos. Esta tendência manifesta-se não só no aumento
do número de pedidos de patente e artigos científicos publicados nessa área, como
também no aumento de investimento em Nanociências por parte de empresas de
produção e entidades de financiamento de capital de risco.
Nota-se uma clara evolução na tendência de aposta em Nanotecnologia desde 2004
que tem evoluído de forma incremental até aos dias de hoje. Esta evolução tem sido
rápida e muito abrangente, tendo em conta que esta é uma área transversal a
praticamente todas as Ciências. No entanto, apesar de ter tido uma manifestação
massiva na última década, o interesse na manipulação à nanoescala não é de agora.
Tal como refere Ron Eisses, Business Developer da IBM “Nanotechonology is not a
sudden revolution and weaving its unique threads into the technological tapestry will
21
take decades more”, é um interesse com décadas e que levará várias décadas mais
para encaixar todas as particularidades da escala nanométrica no contexto da
tecnologia actual.
A distribuição global relativa aos investimentos feitos em I&D, publicações, e patentes
nesta área indica que as actividades de desenvolvimento e investigação estão
principalmente concentradas em alguns países. Na liderança encontram-se os EUA,
seguidos do Japão e Alemanha. Contudo, alguns países pequenos também têm
demonstrado ser muito activos, quando se tem em conta as diferenças de tamanho
entre os mesmos.
Relativamente a Portugal, nos últimos 10 anos, o número de publicações nesta área
tem aumentado significativamente, tendo sido publicados 709 artigos no total (pelas 10
principais entidades portuguesas). No que se refere ao número de patentes, este é
bastante inferior, ou seja, foram pedidas apenas 14 patentes.
Contudo, tendo em consideração, não só a tendência mundial nesta área, mas
também o número de artigos publicados em Portugal e a criação recente do
laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, acredita-se que esta é uma área
que deverá continuar em expansão não só em termos de I&D, mas principalmente, em
termos de PI.
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Bibliografia
1- Roderick, J. e Gaze, L. “Can nanotech unlock the fountain of youth?-IP Market
Report”; 2010 Thomson Reuters
2- “Nanotechnology: a UK Industry View”; Mini Innovation & Growth Team; 2010;
Nanotechnology (http://www.nanowerk.com/nanotechnology/reports/reportpdf/report132.pdf)
3- http://www.janusonline.pt/2006/2006_1_2_4.html
4- Roderick, J. e Gaze, L. “Innovation hot spots- IP Market Report” “, 2009
Thomson reuters (site Thomson innovation)
5- “The National Nanotechnology Initiative: Second assessment and
recommendations of the national nanotechnology advisory panel”, Report of the
President’s Council of advisors on Science and Technology, Abril 2008 (http://www.nanowerk.com/nanotechnology/reports/reportpdf/report118.pdf) 6- “Sixth nanoforum Report: European Nanotechnology Infrastructure and
Networks”; Nanoforum.org, European Nanotechnology Gateway; Julho 2005 (http://www.nanowerk.com/nanotechnology/reports/reportpdf/report54.pdf)
7- David J. Roughley, “Nanotecnology in a Nutshell”, 2004
Outros documentos e sites consultados:
- Nanotech; “The tiny revolution” CMP Científica, Julho 2002 (http://www.nanotech-now.com/CMP-reports/NOR_White_Paper-July2002.pdf)
- “Mapping Study on Regulation and governance of nanotechnologies”;
Framming Nano Project: Governance in Nanoscience and Nanotechnology;
Janeiro 2009 (http://www.nanowerk.com/nanotechnology/reports/reportpdf/report126.pdf)
- “Nanotechnology- a Key Technology for the future of Europe”; Ottilia Saxl.
Julho 2005 (http://www.nanowerk.com/nanotechnology/reports/reportpdf/report20.pdf) - http://www.nanowerk.com/nanotechnology/reports/reports.php
- http://www.thomsoninnovation.com/
- http://ep.espacenet.com/