euphorbia tirucalli

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ALVES, 2012 O avelós é uma planta de origem africana levada a diversos países tropicais, dentre eles o Brasil, no qual se aclimatou melhor na região Nordeste. O arbusto quase sem folhas mede cerca de 7 a 8 metros de altura e é conhecido pelo perigo que oferece, já que produz um suco leitoso (látex) acre e cáustico (CRUZ, 1979). Por isso, é utilizado nesta região principalmente como cerca viva para afastar homens e animais (RIZZINI; MORS, 1995). Extratos da espécie Euphorbia tirucali (avelós) são usados corriqueira e Indiscriminadamente como automedicação complementar ao tratamento do câncer e de outras doenças como AIDS, asma, artrite reumatoide e sífilis. Por isso, é importante destacar o risco toxicológico dessa planta medicinal, muito debatido pelo meio científico (VARRICCHIO et al., 2008b). A espécie Euphorbia tirucalli (Figura 1), popularmente conhecida como avelós, apresenta ampla distribuição, fácil propagação, pode ser obtida durante todo o ano, e o processo para extrair sua substância ativa é simples (JURBERG; CABRAL NETO; SCHALL, 1985). Esta ampla distribuição geográfica deve-se à sua grande capacidade de aclimatação. Considerado também tóxico, porém, extratos de seu látex em água ou extrato total de seu caule demonstram atividade biológica mista e instiga estudos sobre as suas propriedades toxicológicas e biológicas. A análise do tecido vegetal da planta demonstra que ela é rica em cálcio (244,85 g/kg), potássio (13,74 g/kg) e magnésio (4,34 g/kg), apresenta também altas concentrações de nitrogênio (9,17 g/kg), fósforo (1,05 g/kg), manganês (102,67 mg/kg), boro (20,28 mg/kg), ferro (62,73 mg/kg), zinco (20,30 mg/kg) e cobre (9,78 mg/kg) (NETZEL; ARAÚJO, 2009). ANDRADE, 2007 A Euphorbia tirucalli L., popularmente conhecida como Avelós, é nativa da África e Ásia, onde seu látex é usado pela cultura popular para tratamento de reumatismo, nevralgias, asma e afecções gástricas. A utilização empírica para câncer no Brasil foi descrita na cidade de Porto Alegre, e difundida de forma direta ou indiretamente por líderes ou entidades religiosas locais. Os constituintes do látex desta planta são os

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Page 1: Euphorbia  tirucalli

ALVES, 2012

O avelós é uma planta de origem africana levada a diversos países tropicais, dentre eles o Brasil, no qual se aclimatou melhor na região Nordeste. O arbusto quase sem folhas mede cerca de 7 a 8 metros de altura e é conhecido pelo perigo que oferece, já que produz um suco leitoso (látex) acre e cáustico (CRUZ, 1979). Por isso, é utilizado nesta região principalmente como cerca viva para afastar homens e animais (RIZZINI; MORS, 1995).

Extratos da espécie Euphorbia tirucali (avelós) são usados corriqueira e Indiscriminadamente como automedicação complementar ao tratamento do câncer e de outras doenças como AIDS, asma, artrite reumatoide e sífilis. Por isso, é importante destacar o risco toxicológico dessa planta medicinal, muito debatido pelo meio científico (VARRICCHIO et al., 2008b).

A espécie Euphorbia tirucalli (Figura 1), popularmente conhecida como avelós, apresenta ampla distribuição, fácil propagação, pode ser obtida durante todo o ano, e o processo para extrair sua substância ativa é simples (JURBERG; CABRAL NETO; SCHALL, 1985). Esta ampla distribuição geográfica deve-se à sua grande capacidade de aclimatação. Considerado também tóxico, porém, extratos de seu látex em água ou extrato total de seu caule demonstram atividade biológica mista e instiga estudos sobre as suas propriedades toxicológicas e biológicas.

A análise do tecido vegetal da planta demonstra que ela é rica em cálcio (244,85 g/kg), potássio (13,74 g/kg) e magnésio (4,34 g/kg), apresenta também altas concentrações de nitrogênio (9,17 g/kg), fósforo (1,05 g/kg), manganês (102,67 mg/kg), boro (20,28 mg/kg), ferro (62,73 mg/kg), zinco (20,30 mg/kg) e cobre (9,78 mg/kg) (NETZEL; ARAÚJO, 2009).

ANDRADE, 2007

A Euphorbia tirucalli L., popularmente conhecida como Avelós, é nativa da África e Ásia, onde seu látex é usado pela cultura popular para tratamento de reumatismo, nevralgias, asma e afecções gástricas. A utilização empírica para câncer no Brasil foi descrita na cidade de Porto Alegre, e difundida de forma direta ou indiretamente por líderes ou entidades religiosas locais. Os constituintes do látex desta planta são os diterpenos originados do tigliano (ésteres de forbol) e dos tipos de ingenano (ésteres de ingenol). A utilização da Euphorbia tirucalli L. para tratamento de câncer não apresenta bases científicas e até o momento, sabe-se que os ésteres de forbol estão envolvidos na habilidade de desenvolver tumores.

ANDRADE, 2013

Euphorbia tirucalli planta originária da África do Sul, adapta-se muito bem a climas quentes, muito utilizada na jardinagem a fins de ornamento, também é conhecida como: aveloz, pau-pelado, árvore lápis, dedo-do-diabo (CASEIRO et al., 2006). Árvore de pequeno porte, podendo apresentar até 6 metros de altura, suas folhas são modificadas, parecendo pequenos caules, quando apresentam flores são muito pequenas, suas folhas e caules são suculentos, apresentando uma grande quantidade de látex, o qual apresenta atividades irritantes da pele, podendo provocar erupções, inflamações e até mesmo queimaduras. O látex ao ser ingerido pode causar reações adversas como: vômitos, diarreias e mais graves como

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hemorragias por irritação da mucosa gástrica. Se em contato com os olhos pode provocar a destruição das córneas e consequente cegueira.

AVELAR, 2010

Familia Euphorbiaceae

A família compreende plantas com cerca de 300 gêneros e 6000 espécies, distribuídas predominantemente em regiões tropicais. No Brasil, ocorrem cerca de 70 gêneros e 1000 espécies, o que a torna uma família comum na formação da flora brasileira e uma das mais complexas do ponto de vista taxonômico (SOUZA e LORENZI, 2008). Em geral, as espécies apresentam látex cáustico que, quando em contato direto com mucosas, principalmente dos olhos, pode causar lesões graves (SHLAMOVITZ et al., 2009)

Gênero Euphorbia

O gênero Euphorbia é o maior gênero da família Euphorbiaceae (SHLAMOVITZ et al., 2009). As Euphorbias são encontradas nos continentes africano, asiático e na América do Sul. Como possuem uma predileção por regiões áridas, não são comuns em lugares de clima frio (RAVIKANTH et al., 2003). Algumas espécies do gênero são encontradas como ervas daninhas, em jardins, ou como elementos decorativos, em casas.

Uma vez que possuem vários compostos bioativos em suas constituições, tais como alcalóides, flavonóides, taninos e terpenos (PUSTZTAI et al., 2007; ZHANG et al., 2008; WANG et al., 2006), as plantas do gênero Euphorbia são tradicionalmente utilizadas pela cultura Popular como plantas medicinais. Como exemplos, a espécie E. hirta é utilizada em doenças respiratórias (SINGH et al., 2006), e a E. tirucalli é comumente utilizada no tratamento de doenças virais (BENTACUR-GALVIS et al., 2002). Muitos estudos têm sido conduzidos no sentido de comprovar as atividades de plantas do gênero Euphorbia e validar seu uso.

Euphorbia tirucalli

A planta, também conhecida como árvore-lápis, aveloz, mata-verruga e cega-olho, tem como sinonímia botânica o nome Euphorbia rhipsaloides Lem. A planta é originária da África e foi trazida para os países tropicais, incluindo o Brasil, onde é encontrada no estado do Amazonas, em Minas Gerais, na região Nordeste e também na costa do Estado de São Paulo.

Posição sistemática da Euphorbia tirucalli

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Subclasse: Magnoliidae

Ordem: Malpighiales

Page 3: Euphorbia  tirucalli

Família: Euphorbiaceae

Gênero: Euphorbia

Espécie: Euphorbia tirucalli

A Euphorbia tirucalli é um arbusto, semilenhoso, medindo em torno de 4 metros de altura, lactescente, com inúmeros ramos verdes, suculentos, cilíndricos, com poucas folhas e flores pequenas e raras (FIG. 2). O arbusto é bem adaptado em solos pobres e secos e é frenquetemente encontrado em regiões de clima quente e solo arenoso. No Brasil, o látex da planta é utilizado na cultura popular como agente laxante, para controle de parasitoses intestinais, para tratar asma, verrugas e câncer.

O látex bruto de E. tirucalli contém em torno de 53,8 a 79,9% de água e seus principais constituintes químicos são: 12-0-22-octadieno-4-deoxiforbol-13-acetato, ácido metil elágico; β-sitosterol; ácido cítrico; eufol; euforona, glicose; hentriacontanol; isoeuforal; ácido málico; sapogenina; ácido succínico; taraxasterol; e tirucalol (FURTENBERGER et al., 1986). Achados posteriores caracterizaram quatro terpenos (KHAN et al., 1987) extraídos do látex e do caule da planta, um triterpeno pentaciclico euphorcinol (KHAN et al., 1989), bem como um novo diterpeno macrocíclico (KHAN et al., 1990). Esses constituintes químicos são biologicamente ativos. Outros ésteres de phorbol sabidamente têm ação em processos biológicos como a inflamação e a modulação da expressão de citocinas (BISHAYI et al., 2002; KERR et al., 1987; SIERAKOWSKI et al., 1988; SMITH et al., 1998). Alguns terpenos têm também a ação biológica estudada na indução da apoptose de células tumorais, bem como na modulação da expressão das MDRs (ABDELGALEI et al, 2001; DUARTE et al., 2009).

O látex de E. tirucalli apresenta diversas atividades biológicas já estudadas e relatadas na literatura, como atividades moluscicida e larvicida, que conferem à planta potencial controle vetorial de doenças endêmicas de países tropicais (JURBERG et al., 1985; RAHUMA et al., 2008; RAMOS et al., 2009; YADAV et al., 2002). Os autores sugerem que o controle vetorial com utilização do extrato seria menos agressivo ao ambiente do que as substâncias utilizadas para o controle atualmente. As ações com futuras aplicações terapêuticas incluem a atividade antimicrobiana (LIRIO et al., 1998), antiviral (BENTACUR-GALVIS et al., 2002), pró-inflamatória (KINGHORN et al., 1979) e anti-inflamatória (BANI et al., 2007), conforme relatado no texto.

COSTA, Luciana, 2011

O aveloz é originária da África, de onde foi levada para outros países tropicais, a Euphorbia tirucalli, também conhecida cientificamente como Euphorbia rhipsaloides Lem, Euphorbia entheurodoxa, Euphorbia viminalis Mill, Euphorbia gymnoclada Boiss, Anthrothamus tirucalli (L.) Klotzsch e Carcke, Euphorbia gaeyi Constantin ex Gallaud, Euphorbia Iaro Drake, Euphorbia media N. E. Br, Euphorbia Sureziana Croizat, Euphorbia tirucalli var rhipzaloides (Willd.) Chev, Euphorbia scoparia N. E. Br.), é popularmente conhecida

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como avelóz, labirinto, cassoneira, mata-verruga, cabelo-do-diabo, cachorropelado, árvore de São Sebastião, coroa-de-cristo, entre outros (CRUZ, 1964; DANTAS, 2007).

Pertencente à família das Euphorbiaceae, a planta pode atingir até 7 metros de altura e 15 centímetros de diâmetro, apresenta galhos duros, cilíndricos e verticulados. Embora de forma rara, apresenta flores com coloração amarelada ou esverdeada, porém o período de duração das mesmas é curto; tem fruto tipo capsular, com três cavidades cobertas de pêlos, sementes ovóides e lisas (CÉSAR, 1956; MARTINS, 1989).

O látex da avelós é ácido e cáustico. Ao ser administrado em excesso, o látex da avelós pode causar intoxicação. Caso ocorra contato com os olhos pode causar o desenvolvimento de conjuntivites, queratites e uveítes ou até mesmo levar à cegueira. Exposto a pele ou mucosa, dependendo da intensidade da exposição, causa inflamação sobre a epiderme, provocando reações como vermelhidão, inchaço, dor e necrose dos tecidos (SILVA et al, 2007; VARRICCHIO et al., 2008b; BESSA, 2010).

Na medicina popular, o látex extraído de qualquer parte das plantas do gênero Euphorbia é considerado tóxico. Vários estudos realizados com a Euphorbia tirucalli mostraram que esta espécie apresenta substâncias tóxicas, bem como enzimas proteolíticas (JASSBI, 2006; BALOCH; BALOCH, 2010). Ele é composto pelos princípios ativos: resina, matéria cerífera (25,7%), caoutechouc (6,24%) (substância cáustica), princípio amargo, albumina (0,7%), avelosina (0,9%), proteína, 12-O-(2z)(4e)-octadienoil-4-deoxiforbol\L-13-acetato, euphol, euphorbol, euphorona, isoeuphoral, taraxasterol, tirucalol, ácido cítrico, glicose, kamepferol, ácido málico, acetato de sapogenina, ácido succínico, ácido 3,3’-di-O-metilelágico, ácido beta-sitosterol eláico, hentriacontanol, taraxerina, triterpenos, hidrocarboneto, ácido orgânico, ácido elágico, euphone, glicosehentriacontanol, isoeuphoral, acetato de sapogenina e taraserina (CÉSAR, 1956; NEIVA, 1968; DANTAS, 2007).

De acordo com Duke (2011) alguns desses princípios ativos apresentam atividades biológicas comprovadas cientificamente. Dentre elas temos, atividade preventiva contra o câncer, anti-tumoral, antimutagênica, antibacteriana, irritante, laxativa, anticéptica, desinfetante, anti-inflamatória, antiestreptocócicas e anticancerígena para vários tipos de câncer de forma especifica (câncer de mama, de pulmão, cervical, de colo, de esôfago e de boca). (DUKE, 2011).

Essas atividades biológicas exercidas pelos princípios ativos dessa planta praticamente comprovam o motivo pelo qual, a mesma é tao usada no tratamento de tantas doenças. O látex da avelós vem sendo utilizado na medicina popular desde pelo menos 400 a.C., devido às suas propriedades corrosivas. A E. tirucalli também é conhecida vulgarmente como mata-verrugas, pois sua seiva, usada pelos indígenas da região que hoje é o Amazonas e, posteriormente, pelos colonizadores holandeses, portugueses e gauleses no Nordeste do Brasil, era considerada eficaz no tratamento de verrugas e tumores, particularmente, na face (LAINETTI; BRITTO, 1979).

O látex de Euphorbia tirucalli é utilizado na região nordeste do Brasil como um agente laxante e antimicrobiano; no controle de parasitas intestinais, de asma, tosse, dor de ouvido, verrugas, reumatismo, cancro, tumores de pele, sarcoma e como um remédio contra sífilis

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(CATALUÑA; RATES, 1999). Foram documentadas várias atividades farmacológicas de E. tirucalli, dentre elas atividade moluscicida (AVELAR, 2010), atividade antibacteriana, anti-herpética e antimutagénica (BESSA, 2010). Além disso, o látex mostra atividades anti-cancerígenas (CATALUÑA; RATES, 1999).

COSTA, Larissa, 2011

A família Euphorbiaceae, possui cerca de 300 gêneros e 8900 espécies identificadas (BITTNER et al., 2001). É uma família essencialmente tropical que ocorre em vários habitats diferentes, desde regiões áridas a trópicos úmidos. Como resultado, as plantas desta família, desenvolveram várias formas de vida, incluindo ervas, arbustos, plantas suculentas e árvores com folhas alternadas, inteiras ou partidas, em geral com estípulas, lactescentes ou não. Podem possuir flores pequenas, dotadas de estames e frutos deiscentes ou não, entre outras características (DUN&SINGH, 2007; ROGÉRIO et al., 2007).

As Euphorbiaceae merecem destaque como uma família de importância na medicina popular e econômica, especialmente na alimentação humana, produção de látex (borrachas), óleos utilizados na indústria de tintas, plásticos, sabões duros, fibras sintéticas, pigmentos para tecidos, perfumes, batons e lubrificantes de motores e turbinas especialmente os extraídos de espécies do gênero Ricinus L. (MACHADO, 2007).

Estudos fitoquímicos da família Euphorbiaceae revelaram a presença de compostos químicos biologicamente ativos variados, tais como flavonoides, saponinas, terpenos (di e triterpenoides), ésteres, alcaloides, glicosídeos cianogênicos, taninos, lecitinas e glicoproteínas (BITTNER et al., 2001; SOUZA et al., 2005; ROGÉRIO et al., 2007; RAJESH et al., 2006). Entre esses, chama-se a atenção alguns diterpenos (tiglianos, ingenanos e dafnanos), os quais produzem, além de efeitos urticantes, alguns tipos de câncer, ao mesmo tempo em que inibem outros, ações que a princípio, acredita-se serem determinada pela sua concentração (BITTNER et al., 2001)

ESTRADA, 2014

Avelós (Euphorbia tirucalli L.) pertencente à família Euphorbiaceae, é considerada uma planta tóxica apesar do seu uso na medicina popular, possuindo látex corrosivo para a pele e as mucosas. O extrato da planta é composto por quantidades significativas de triterpenóides e diterpenóides9, e as pesquisas voltadas à atividade agrícola demonstram atividades antimicrobianas e nematicidas.

EVANGELISTA-COIMBRA, 2014

Euphorbia tirucalli, conhecido como avelós, é uma planta originária do continente Africano, o qual leva a planta a ter até nove metros de altura por ser o seu habitat natural. Possui os troncos verdes cilíndricos ramificados. Suas folhas e flores são pequeninas, contendo

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no interior de cada flor seu pequeno fruto encapsulado com três sementes ovais. Suas flores são amarelo-esverdeadas, raras, situando-se na extremidade dos galhos. Propagou-se especialmente nas regiões de clima quente, como Norte e Nordeste quando chegou no Brasil. Sua multiplicação acontece no final do inverno ou período seco. É utilizada como arbustos ou cercas-vivas em propriedades, por ser bastante resistente ao clima seco.

A E. tirucalli conhecida cientificamente também como Euphorbia rhipsaloides Lem, Euphorbia entheurodoxa, Euphorbia viminalis Mill, Euphorbia gymnoclada Boiss, Anthrothamus tirucalli (L.) Klotsck e Carcke, Euphorbia gaegy Constantin ex Gallaud, Euphorbia iaro Drake, Euphorbia media N.E. Br, Euphorbia suzeriana Croizat, Euphorbia tirucalli var rhipzaloides (Willd.) Chev. Euphorbia scoparia N. E. Br), e popularmente conhecido como aveloz, coroa-de-cristo, árvore de São Sebastião, cachorro-pelado, cabelo-do-diabo, labirinto, dedo-do-diabo, figueira-do-diabo entre outros. Possui em seu interior um líquido suculento e tóxico (latéx), que vem sido estudado para o tratamento de algumas doenças humanas 7. Em contato com a pele se torna corrosivo e provoca várias reações alérgicas, além de provocar também diarreias, vômitos, palidez, efeito carcinogênico e hepatotoxicidade. Em contato com os olhos provoca ardência, dificuldade visual, conjuntivite e se o paciente não tiver o devido atendimento, pode causar cegueira e necrose dos tecidos se em contato com a pele. Mas também é o responsável pelo tratamento complementar de algumas doenças infectocontagiosas e neoplásicas.

No Brasil e em vários outros países, o látex da E. tirucalli é utilizado como agente antitumoral contra câncer de mama, próstata, rim entre outros. Não se tem dissertações que abrangem muito este assunto, mas o látex tem a capacidade de ativar ou inibir tumores. Conhecida no Brasil por se comportar como larvicida, moluscida, bactericida, anti-helmíntica, antitumoral, antimutagênica, antibacteriana, antisséptica, laxativa, anticancerígena, anti-inflamatória, anti-herpes, cicatrizante e antissifilítico. A E. tirucalli além de ser usada como repelente na África, pode ser utilizada em diferentes continentes, contra picada de cobra18 dores de dente, tumores de pele e úlceras, algumas parasitoses, infecções bacterianas, sangramentos nasais, hemorroidas, dores de ouvido, asma, tosse, reumatismo, câncer e cólicas.

Juntamente com a presença de taninos e flavonóides, são encontrados no látex da E. tirucalli ácido cítrico, ácido málico e ácido elágico, que tem ações antibacterianas, e podem ser futuramente usados contra cepas resistentes, como Staphilococcus aureus, Salmonella typhi e Salmonella typhimurium.

Segundo Tofanelli, quimicamente o látex é constituído por hidrocarbonetos terpênicos, latéx, aldeídos, goma tirucalli, resina, diterpenos do tipo tigliano (ésteres de phorbol) e ingenano (ésteres de ingenol), 4desoxiforbol e 12Otetradecanoilforbol113acetato, 120(22) (4E) octadienol14deoxiforbol113acetado, ácido 3, 3'di0metilelágico, betasitosterol, ácido cítrico, ácido elágico, eufol, euforona, glucose, hentriacontanol, isoeuforal, kaempferol, ácido málico, sapogeninaacetatos, ácido succínico. Taraxasterol taraxerina e tirucalol.

JUNIOR, 2011

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A família Euphorbiaceae inclui cerca de 300 gêneros e mais de 5.000 espécies de dicotiledôneas, incluindo árvores, arbustos e ervas, cuja distribuição é predominantemente tropical. Essa família inclui muitas plantas úteis ao homem, dentre elas, destacam-se a mamona (Ricinus) originária da região norteafricana, que contém sementes ricas em óleo (óleo de Rícino), a seringueira da Amazônia (Hevea), grande produtora de borracha, o tungue e a nogueira brasileira, ambos do gênero Aleurites e com sementes que produzem óleos industriais. No gênero Manihot, destaca-se a mandioca, que com suas raízes tuberosas, nos fornece amido e farinha. Muitas plantas dessa família são cultivadas com fins ornamentais e como cerca viva para impedir passagem de animais. Dentre os gêneros nativos do Brasil destacam-se o Croton (sangue de dragão, capixingui, marmeleiro no nordeste e outros), a Jatropha, conhecida como pinhão do nordeste com várias espécies ornamentais, e a Euphorbia. Além disso, algumas plantas da família Euphorbiaceae apresentam propriedades medicinais (JOLY et al, 2002). As mais conhecidas são o quebra-pedras (Phyllanthus) e o avelóz (Euphobia tirucalli) (CAXITO, 2007).

Um dos principais subprodutos das Euphorbiaceae é o látex, uma emulsão aquosa encontrada dentro de células secretoras, denominadas laticíferos, e que contêm borrachas, resinas, açúcares, proteínas, enzimas, alcalóide, terpenóides, taninos e lipídeos (PALLOCCI et al, 2003). O gênero Euphorbia é o maior da família das Euphorbiaceae. Extratos provenientes de espécies desse gênero instigam-nos ao estudo, pois apesar de serem utilizados largamente em Medicina Tradicional, exibem uma atividade biológica mista por serem muito cáusticos, irritantes, tóxicos, vasoconstritores, e tumorigênicos, enquanto outros exibem atividade anti-neoplásica, antiviral e imunomoduladora (WHELAN & RYAN, 2003; VARRICCHIO et al, 2007c).

Euphorbia tirucalli L.

A espécie Euphorbia tirucalli L é um arbusto suculento, lactescente, sublenhoso, quase áfilo, de 3 a 5 metros, alcançando até nove metros de altura, que se apresenta com a forma de ramos verdes cilíndricos finos e estriados (CAXITO, 2007). Popularmente conhecida como Avelóz ou Avelós, possui ampla distribuição geográfica, atingindo grandes concentrações nas regiões equatoriais, onde o clima é quente e úmido, como África, Ásia e América Latina. É uma espécie de ampla ocorrência no território brasileiro, prevalente em Pernambuco, Ceará, Bahia, litoral de São Paulo, Rio de Janeiro (JURBERG et al, 1985) e, apesar da freqüente ocorrência na Amazônia brasileira, não foi encontrada na expedição de Lima e Costa (1997). Apesar de plenamente adaptada a solos secos e pobres, não tolera geadas (LORENZI & MELLO FILHO, 2001).

MACHADO, 2007

A família Euphorbiaceae é representada por aproximandamente 300 gêneros e cerca de 7500 espécies. Podem se apresentar como arbóreas, arbustivas, subarbustos e ervas. As espécies mais conhecidas estão: a Seringueira (Hevea sp.) e a Mamona (Ricinnus communis). Entre suas caraterísticas botânicas temos a presença de substâncias latescentes, visíveis quando a planta é submetida às injúrias mecânicas (WEBSTER, 1967). As Euphorbiaceaes tem se destacado como uma família de importância econômica, especialmente na alimentação

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humana, produção de látex e óleos, e ainda na medicina popular. Algumas espécies são utilizadas na alimentação humana, principalmente na região Nordeste do Brasil, como Manihot esculenta Crantz, da qual se extrai a farinha de mandioca (CAMARGO, 1985).

As Euphorbiaceaes tem se destacado como uma família de importância econômica, especialmente na alimentação humana, produção de látex e óleos, e ainda na medicina popular. Algumas espécies são utilizadas na alimentação humana, principalmente na região nordeste do Brasil, como Manihot esculenta Crantz, da qual se extrai a farinha de mandioca (BRAGA, 1976). Alguns representantes da família já movimentaram grandes riquezas no Brasil, especialmente pela extração de látex para a produção de borracha natural, como as espécies dos gêneros Hevea aublet (seringueira), que fortaleceram economicamente a região amazônica ou espécies de Manihot sp Miller, que foram responsáveis por manter, durante algum tempo, a economia da região da caatinga nordestina (BRAGA, 1976).

Além do uso industrial das borrachas naturais, as Euphorbiaceaes destacam-se economicamente pela produção de óleos que apresentam diversos usos na indústria de tintas, plásticos, plastificantes, sabões duros, fibras sintéticas, pigmentos para tecidos, perfumes, batons, cosméticos, papel, fertilizantes ou como lubrificante de motores de alta rotação e turbinas de aviões a jato, especialmente os extraídos de espécies do gênero Ricinus L. (BRAGA, 1976).

A medicina popular também é contemplada com diversas espécies da família Euphorbiaceae: pelo uso do chá de efeito antilitíaco, diurético, anti-hepatóxico e antiespasmódico, extraído de espécies do gênero Phyllantus ou o chá das raízes de efeito cicatrizante, tônico e diurético de espécies do gênero Cnidoscolus sp Pohl ou de espécies do gênero Euphorbia L., utilizadas como antidiarréicas (BRAGA, 1976).

Euphorbia é um gênero de plantas da família Euphorbiaceae, que inclui cerca de 3250espécies de grande variedade morfológica. A maioria das Euphorbia são arbustos, mas também existem variedades de árvores e suculentas que se assemelham a cactos. Na sua diversidade, as Euphorbia distinguem-se das restantes Euphorbiaceae pela presença de uma inflorescência característica chamada ciátio. Este gênero caracteriza-se também pela produção de um suco leitoso (látex) de propriedades tóxicas. De acordo com WEBSTER (1967) ocorrem 72 gêneros e cerca de 1.100 espécies no Brasil, difundidas em todos os tipos de vegetação (WEBSTER, 1967).

Um exemplo de planta utilizada na medicina popular, mas sem comprovação científica, é a Euphorbia tirucalli Linneau. Proveniente da África e trazida para o Brasil com fins ornamentais, ficou conhecida aqui popularmente como Graveto-do-cão, Árvore Lápis, ou mais comumente como Aveloz. Esta é um arbusto, comumente, com altura em torno de 2 metros, cujos pequenos caules são, na verdade, folhas modificadas. Esta planta tem sido utilizada para o tratamento de inúmeras enfermidades, como infecções microbianas, em pacientes imunodeprimidos e até mesmo para o câncer (FURSTENBERGER, 1985).

O gênero Euphorbia engloba cerca de 2000 espécies espalhadas pelo globo, em ecossistemas muito diversos e com aspectos morfológicos também muito diversos. Muitas são suculentas, outras são herbáceas, e outras arbustivas, chegando mesmo a ter porte de árvore.

Page 9: Euphorbia  tirucalli

Em comum, têm, entre outras características, uma seiva branca que é freqüentemente tóxica e irritante para a pele e olhos.

A Euphorbia tirucalli L. é conhecida popularmente como graveto-do-cão, figueira-dodiabo, dedo-do-diabo, pau-pelado, árvore de São Sebastião e Aveloz. É uma planta nativa da África oriental sendo muito cultivada no Brasil com fins ornamentais e para a formação de cercas vivas. Foi introduzida na medicina popular brasileira por um médico de Pernambuco, Dr. Pamifilio, entre 1880 e 1890 (JURBERG, 1985).

Segundo a medicina popular brasileira, esta planta pode ser usada como analgésico, antiinflamatório, emético, laxativo, como veneno para peixes, para o tratamento de impotência, como estimulante do sistema imune, para tratamento de infecções causadas por Staphylococcus aureus.

MARQUES, 2013

Euphorbia tirucalli L. é uma planta lactescente pertencente à família das euphorbiáceas que pode atingir até 9 metros de altura se plantado em seu habitat natural, porém, em ambientes com condições climáticas contrarias, não passa de 1,50 metros (CASEIRO et al, 2006). É uma planta que possui troncos verdes cilíndricos extremamente ramificados (FRANCO, 1997), folhas pequenas, pequenas flores terminais femininas e masculinas e fruto encapsulado contendo três sementes ovóides (BINGTAO et al, sd; COUTO, 2006). Chegou ao Brasil em 1982 tendo grande utilização como planta ornamental, cerca viva e proteção contra invasores e adaptou-se nas regiões de clima quente, especialmente no Norte e Nordeste do país, por onde se propagou (SAPIÊNCIA, 2010; FRANCO, 1997; SANTOS-FILHA, sd).

Euphorbiaceas produzem látex branco extremamente irritante para a pele e membranas mucosas, podem produzir inflamação na pele, conjuntivite e cegueira temporária, queimação na boca e garganta, diarreia, e gastrenterite (CASEIRO, et al., 2008). Quando ingerido, o látex pode causar vômitos, diarreias e hemorragias por irritação da mucosa gástrica (BARG, 2004; FOC, 2010). Pode ainda ocasionar vasoconstrição, hipóxia tecidual e aumentar a coagulação sanguínea, caso seja ingerida doses altas do látex diluído em água (VARRICCHIO et al, 2008 b; FONSECA, 2010), podendo provocar reações de toxicidade aguda, como contorções abdominais, diarreias e até mesmo estiramento muscular (BARBOSA, 2009).

Embora possua alta toxicidade, sendo inclusive catalogado no Programa Nacional de Informações sobre Plantas Tóxicas da fundação Oswaldo Cruz (FOC, 2010), os relatos da sua utilização terapêutica são datados desde a idade média até os dias atuais. No Brasil, a utilização empírica pela população despertou o interesse dos cientistas sobre seus efeitos curativos (SAPIÊNCIA, 2010).

Dentre estes relatos, podemos destacar o caso do médico nordestino Lauro Neiva que, em 1978, utilizou o látex diluído em água em seus pacientes como adjuvante no tratamento de diversos males, como câncer e doença de Chagas, obtendo sucesso no tratamento, o que levou

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a repetir esta prática por vários anos (VARRICHIO et al, 2008 c) e a escrever o livro denominado “A cura do câncer pelo Avelóz” (NEIVA, 1978).

Popularmente conhecida como avelóz ou pau-pelado, essa espécie apresenta atividade no tratamento de diversas patologias sem comprovação científica da sua eficiência e segurança (VALE & ORLANDA, 2011). A planta se adaptou muito bem ao clima quente do Brasil, produzindo um látex de boa qualidade para uso em medicamentos com propriedades antiasmática, antibióticas, anticarcinogênicas, antibacterianas, antiviróticas, fungicidas, expectorantes, purgativo e antissifilítico (WHELAN & RYAN, 2003).

Popularmente, além das propriedades já citadas, é atribuído ao látex, produzido pela Euphorbia tirucalli L., propriedades antiescorpiônica e ofídica, purgativo, (concentração), antirreumático, resolutivo no tratamento de carcinomas e epiteliomas benignos (ingerido diluído), cauterizante de verrugas (uso tópico) (CASEIRO et al, 2006; FONSECA, 2010).

Na composição química do látex, estão presentes hidrocarbonetos terpênicos e aldeídos que são tratados dentro da alopatia. Além disso, encontram-se presentes goma tirucalli, resina, diterpenos do tipo tigliano (ésteres de phorbol) e ingenano (ésteres de ingenol), 4-desoxi-forbol e 12-Otetradecanoil forbol-13-acetato, 12-0-(22) (4E)-octadienol-4-deoxiforbol-13-acetato, ácido 3, 3’-di-0-metil-elágico, betasitosterol, ácido cítrico, ácido elágico, eufol, euforona, glucose, hentriacontanol, isoeuforal, kaempferol, ácido málico, sapogenina-acetatos, ácido succínico, taraxasterol, taraxerina e tirucalol (FRANCO, 2010). Das substancias presentes no látex, as que despertam maior interesse farmacológico são os diterpenos do tipo tigliano (ésteres de phorbol), para caráter toxicológico, e os diterpenos do tipo ingenano (ésteres de ingenol) e o triterpeno eufol, com caráter terapêutico (CASEIRO et al, 2006).

A alta toxidade da planta é atribuída aos ésteres de phorbol com núcleo tigliano presentes na planta (VARRICCHIO et al, 2008 a). Estes ésteres também têm sido documentados clinicamente como promotores de tumores. Os diterpenos com núcleo ingenano (ingenóis) possuem ação anticancerígena, mostrando significativa inibição da proliferação da proteína quinase C (PKC), resultando num efeito antiproliferativo e apoptótico em varias células cancerígenas humanas (SAPIÊNCIA, 2010). Já o euphol possui comprovada ação anti-inflamatória e antiviral (VARRICCHIO, 2009). Os flavonóides possuem várias ações terapêuticas, dentre elas a ação antiinflamatória e antioxidante, promovendo efeito quimioprotetor contra doenças como câncer (SILVA, sd).

A possibilidade de aplicação dessa espécie não se restringe apenas as suas propriedades terapêuticas. Os hidrocarbonetos presentes no látex são semelhantes aos da gasolina e, por isso, atualmente pesquisas estão sendo desenvolvidas pela Petrobrás com objetivo de desenvolver combustível utilizando o óleo extraído deste látex. (SAPIÊNCIA, 2010).

ORLANDA, 2011

A Euphorbia tirucalli Linneau, pertencente à família Euphorbiaceae, conhecida popularmente como pau-pelado, graveto-do-cão, árvore lápis ou avelós. É um arbusto

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originário da África e trazido para o Brasil com fins ornamentais, possuindo altura em torno de 2 a 6 metros, apresentando ramos jovens cilíndricos e suculentos, folhas pouco visíveis que caem pouco tempo após surgirem. No Brasil, a planta se adaptou muito bem ao clima quente, desenvolvendo látex de melhor qualidade para uso medicamentoso com propriedades anticarcinogênicas, antiasmáticas, antiespasmódicas, antibióticas, antibacterianas, antiviróticas, fungicidas, expectorantes, purgativo e antisifilítico [1, 2, 3, 4].

REZENDE, 2004

Uma planta chamada aveloz pertencente ao gênero Euphorbia da família Euphorbiaceae é comumente utilizada como fitoterápico no tratamento de úlceras, cânceres, tumores, verrugas e outras doenças (Betancur-Galvis et al., 2002). No entanto, seu látex muito cáustico mostrou efeito immunosupressor, o contrário do que se espera de uma planta antitumoral (Sugiura et al., 1994). Além disso, como eficiente irritante, a Euphorbia pode ser considerada candidata a promotor de câncer (Furstemberger e Hecker, 1986). Uma alternativa que justificaria seu potencial anticancerígeno seria a antimutagenicidade.

SINOKI, SD

A planta avelóz Euphorbia tirucalli Linnaeus 1753 (Malpighiales: Euphorbiaceae) Possui propriedades terapêuticas e sua ação medicinal já era conhecida pela cultura popular, sendo utilizada há muito tempo pelos antepassados. (LOPES, 2008). A avelóz sintetiza uma seiva leitosa, a qual pode ser preparada como medicamento preparado a partir da seiva leitosa de um arbusto brasileiro que por sua vez pode ser vendida nos Brasil em forma líquida ou nos Estados Unidos e em glóbulos por médicos naturalistas. (FRANCO, 2010).

Euphorbiaceas produzem látex branco extremamente irritante para a pele e membranas mucosas, podem produzir inflamação na pele, conjuntivite e cegueira temporária, queimação na boca e garganta, diarréia, e gastrenterite. (CASEIRO, ET al., 2008).

Originária da África adaptou-se também a outros países tropicais, adaptou- se facilmente em solos pobres e secos encontrados em regiões de clima quente e solo arenoso. Trata-se de um arbusto de aproximadamente 4 metros de altura, possui inúmeros ramos verdes, suculentos, cilíndricos, com poucas folhas e flores pequenas e raras. (BETHÂNIA, 2010). Segundo Garcia (2009), a planta apresenta atividades anti-reumática, anticâncer, sendo eficaz no tratamento de retirada de verrugas.

Por outro lado, a avelóz possui propriedades químicas como os hidrocarbonetos terpênicos e aldeídos que são tratados dentro da alopatia. Os óleos essenciais (eugenol), hidrocarbonetos terpênicos, aldeídos, látex, goma tirucalli, ésteres de forbol) e ingenano ésteres de ingenol, 4-desoxi-forbol e 12-Otetradecanoil forbol-13-acetato; 12-0-(22) (4E)-octadienol-4-deoxiforbol-13-acetado; ácido 3, 3’-di-0-metil-elágico; beta-sitosterol; ácido cítrico; ácido elágico; eufol; euforona; glucose; hentriacontanol; isoeuforal; kaempferol; ácido

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málico; sapogenina-acetatos; ácido succínico; taraxasterol; taraxerina e tirucalol (FRANCO, 2010).

Além do mais, dentre suas propriedades terapêuticas estão a antiasmática, anticarcinogênica, antiespasmódicas, antibiótica, antibacteriana, antivirótica, fungicida e expectorante. (FRANCO, 2010).

TOFANELLI, 2011

Euphorbia tirucalli L. é uma planta lactescente pertencente à família das euphorbiáceas que pode atingir até 9 metros de altura se plantado em seu habitat natural, porém, em ambientes com condições climática contrarias não passa de 1,50 (Caseiro et al, 2006). Possui troncos verdes cilíndricos extremamente ramificados (Franco, 1997) com folhas pequenas que aparecem apenas noinício de seu desenvolvimento, pequenas flores terminais femininas e masculinas e frutencapsulado contendo três sementes ovóides (Bingtao et al, sd; Couto, 2006).

Conhecida popularmente como avelóz, arvore do lápis, cachorro pelado, cega-olho, dedo do diabo, gaiolinha, espinho italiano, entre outros, esta planta nativa da África, foi trazida ao Brasil em 1982 tendo grande utilização como planta ornamental, cerca viva e proteção contra invasores. Adaptou-se nas regiões de clima quente, especialmente no Norte e Nordeste do país, por onde se propagou (Sapiência, 2010; Franco, 1997; Santos-Filha, sd).

O caule da Euphorbia tirucalli produz um látex de coloração branca, raramente amarelado, (Bingtão, sd) acre e extremamente perigoso. Em contato com a pele é corrosivo podendo provocar lesões, coceira, edema, queimaduras e até necrose dos tecidos. Ao contato com os olhos provoca inchaço, ardência, visão borrada e se a vítima não tiver pronto atendimento médico as lesões podem evoluir até o destruimento da córnea provocando cegueira permanente (Sapiência, 2010; Caseiro ET al, 2006). Quando ingerido, o látex pode causar vômitos, diarréias e hemorragias por irritação da mucosa gástrica (Barg, 2004; FOC, 2010).

A ingestão de altas doses do látex diluído em água pode causar vasoconstrição, hipóxia tecidual e aumentar a coagulação sanguínea (Varricchio et al, 2008 b; Fonseca, 2010) devido a ativação na produção de plaquetas (Varricchio et al 2008 c) levando ao surgimento de trombos, e a longo prazo levar a danos hepáticos (Varricchio et al, 2008 b; Fonseca, 2010). Alem disso, pode provocar reações de toxicidade aguda, como contorções abdominais, diarréia e ate mesmoestiramento muscular (Barbosa, 2009). Devido a estas características, é considerada por vários autores como planta tóxica (Varricchio et al, 2008 b; Barg, 2004; Lorenzi & Matos, 2008) sendo também catalogada no Programa Nacional de Informações sobre Plantas Tóxicas da fundação Oswaldo Cruz. (FOC, 2010).

Popularmente o látex é conhecido por possuir propriedade antiescorpiônica e ofídica, purgativo, (quando ingerido em alta concentração), anti reumático, antiasmático, anti espasmódico, antibiótico, antibacteriano, anti virótico, expectorante, fungicida, anti sifílico,

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resolutivo no tratamento de carcinomas e epiteliomas benignos (ingerido diluído), cauterizante de verrugas, (uso externo) (Caseiro et al, 2006; Fonseca, 2010).

Quimicamente o látex é constituído por hidrocarbonetos terpênicos, aldeídos, látex, goma tirucalli, resina, diterpenos do tipo tigliano (ésteres de phorbol) e ingenano (ésteres de ingenol),4desoxiforbol e 12Otetradecanoilforbol13acetato, 120(22) (4E ) octadienol4deoxiforbol13acetado, ácido 3, 3’di0metilelágico, betasitosterol, ácido cítrico, ácido elágico, eufol, euforona, glucose, hentriacontanol, isoeuforal, kaempferol, ácido málico, sapogeninaacetatos, ácido succínico, taraxasterol taraxerina e tirucalol. Atualmente, as substancias de maior interesse farmacológico são os diterpenos do tipo tigliano (ésteres de phorbol) para caráter toxicológico, os diterpenos do tipo ingenano (ésteres de ingenol) e o triterpeno eufol com caráter terapêutico (Caseiro et al, 2006).

O látex da Euphorbia tirucalli L. é rico em terpenos, como os ésteres de phorbol, euphol e ingenóis, e flavonóides. Os ésteres de phorbol com núcleo tigliano presentes na planta são considerados responsáveis pela alta toxicidade (Varricchio et al, 2008 a) e tem sido documentados clinicamente como promotores de tumores. Porém, os diterpenos com núcleo ingenano (ingenóis) presentes na constituição do látex possuem ação anticancerígena, mostrando significativa inibição da proliferação da proteína quinase C (PKC), resultando num efeito antiproliferativo e apoptóticoem varias células cancerígenas humanas (Sapiência, 2010). O triterpeno euphol por sua vez, possui comprovada ação antiinflamatória e antiviral (Varricchio, 2009). Os flavonóides possuem váriasações terapêuticas, dentre elas a ação antiinflamatória e antioxidante, promovendo efeito quimioprotetor contra doenças como câncer (Silva, sd).

A presença de flavonóides na composição do látex diluído, possivelmente a quercetina (Varrcicchio, 2009) demonstra atividade antiinflamatória e analgésica verificada pelos cientistas o que pode explicar a capacidade curativa para “dor de dente” descrita nos dados etnobotânicos, já que alguns flavonóides, inclusive a quercetina, possuem comprovada ação.

Além da sua famosa utilização como planta medicinal, Euphorbia tirucalli L. é usada desde longa data como planta ornamental e cerca viva, finalidade para a qual foi cultivada inicialmente no Brasil (Sapiência, 2010; Santos-Filha, sd; Cavalini et al, 2005) e como demarcação de terras, já que seus ramos são finos e longos formando grandes emaranhados e ao serem feridos liberam a seiva tóxica ao contato transformando-se em verdadeira proteção contra invasores (Lorenzi & Matos, 2008). Em épocas antigas, longe dos recursos atuais, a invasão e roubo de terras era freqüente.

Nesse contexto, a Euphorbia tirucalli L. era uma grande aliada formando cercas vivas muito seguras devido a exudação do látex venenoso. Apesar de atualmente existirem melhores formas de demarcação e proteção de terras, alguns lugares (provavelmente regiões mais secas e pobres) ainda mantém esse costume.

Variações na composição do solo, na oferta de água e no clima em geral da região onde a Euphorbia tirucalli L. é plantada podem influenciar na produção de substâncias químicas como terpenóides e esteróides que são típicos da planta. Um solo rico em sais minerais e pobre em água favorece a produção de tais substâncias (Varricchio, 2008;

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Varricchio et al, 2008 d). A época de coleta do látex é outro fator que pode levar a alterações tanto qualitativas quanto quantitativas em sua constituição química. (Varricchio et al, 2008 a). Castro et al (sd) evidenciou alterações da composição do látex quando colocado em água à temperatura ambiente, e a 100ºC, demonstrando os diferentes habitats em que a planta é cultivada podem variar a produção de constituintes químicos tanto qualitativa quanto quantitativamente podendo gerar espécies com baixíssima, ou ate mesmo nula, toxicidade e alto potencial terapêutico, como também espécies altamente tóxicas promotoras tumorais que também existe influência da temperatura sobre a composição química do látex.

VARRICCHIO, 2008 - CULTIVO IN VITRO....

Euphorbia. tirucalli é uma planta suculenta, de ampla ocorrência nos continentes. O extrato etanólico total de caule e o látex diluído em água são de uso corrente em Medicina Tradicional (NEIVA, 1968; FURSTENBERGER & HECKER, 1986; WHELAN & RYAN, 2003; VARRICCHIO, 2005). É considerada uma planta tóxica devido ao seu látex rico em diterpenóides (característica quimiotaxonômica do gênero), ésteres diterpênicos de forbol, ingenanos, tiglianos, dafnanos e dafnanos aromáticos, que variam aumentando as suas concentrações em função de condições de estresse ambiental que interfiram no desenvolvimento vegetal tais como estresse hídrico, clima seco, solo pobre em nitrogênio, aumento da salinidade, aumento da temperatura e luminosidade (BIESBOER ET AL., 1982; FURSTENBERGER & HECKER, 1986; DAMODARAN, 2002).

VARRICCHIO, 2008 - O USO DA EUPHORBIA....

Desde a antiguidade é relatada a utilização de espécies de Euphorbiaceae em tratados de filosofia e medicina na história das civilizações orientais e ocidentais, como a hindu (ayurvédica), chinesa, árabe e greco-romana. O nome do gênero Euphorbia foi originado do nome do rei grego Euphorbos, um incentivador do estudo das plantas medicinais para o tratamento dos males do povo em seu reino, a partir da cicatrização das chagas de seu corpo pelo uso do látex de uma espécie laticífera não especificada (Guillén, 1987; Valle, 1999; Bani et al., 2006).

A partir da idade média existem registros de suas propriedades e indicações em antigos herbários de vários países europeus e especificamente para a Euphorbia tirucalli L., em herbários e farmacopéias africanos e ayurvédicos. Destacam-se as formais indicações terapêuticas para o uso da espécie medicamentosa Euphorbium por parte de Hipócrates séc.V a.C, enquanto Avicena, século X, indica-o como potente analgésico e como anestésico para pequenas cirurgias (Guillén, 1987).

A composição fitoquímica do caule de E. tirucalli constitui-se de antocianinas (taninos condensados), flavonóides e traços de alcalóide, esteróides, enquanto no látex encontram-se triterpenóides e diterpenóides (Gurib-Fakim & Guého, 1996), os quais explicam as múltiplas e até contraditórias atividades biológicas que abrem um leque de interesses em como aproveitar o seu potencial biotecnológico (Varricchio, 2005). Os triterpenos eufol, tirucalol, taraxasterol,

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diversos ácidos de plantas, hidrocarbonetos e um derivado isoquinolínico foram isolados e caracterizados na E. tirucalli africana, a maioria sendo biologicamente inerte. Os álcoois parentais ingenol e o forbol não são promotores tumorais, enquanto os ésteres diterpênicos de forbol o são (Furstenberger & Hecker, 1986).

WACZUK, 2012

É comprovadamente nativa do sul do continente Africano, mais especificamente da região de Madagascar. Foi inserida no Brasil através das antigas navegações, presumidamente no ano de 1892, inicialmente no nordeste brasileiro, sendo posteriormente disseminada para todo o país (OLIVEIRA; NEPOMUCENO, 2004; CASEIRO et al., 2006).

Desde a antiguidade, existem registros da E. tirucalli L. e de outras espécies da mesma família botânica em herbários e em farmacopeias, tanto da África quanto do continente europeu, contendo a descrição das indicações e propriedades terapêuticas (PALMIERI et al., 2005), incluindo algumas obras dos considerados antigos mestres naturalistas, como Hipócrates no século V a.C., e Paracelso, no século XVI d.C. (VARRICCHIO et al., 2008a).

A E. tirucalli L. é uma espécie do gênero Euphorbia, pertencente à família botânica Euphorbiaceae, a qual encontra-se distribuída principalmente em regiões tropicais e temperadas do planeta, como parte dos continentes africano, asiático, norte, centro e sul-americanos. É pertencente a uma das maiores famílias de dicotiledôneas, a qual conta com cerca de 300 gêneros e 7500 espécies. No Brasil, esta família está representada por 70 gêneros e 1000 espécies, o que lhe outorga relevância representativa na flora brasileira, com uma enorme complexidade do ponto de vista taxonômico e de grande importância científica (SOUZA; LORENZI, 2005; BRANCO; PIZZOLATTI, 2002; JOLY, 1998).

Dentre o elevado número de espécies, a E. tirucalli L. vem recebendo atenção da ciência em função de seu amplo espectro funcional proveniente da cultura popular, onde é conhecida por várias denominações, como, por exemplo: Milk Bush, nos Estados Unidos da América; Assoneira, em Angola e Luka sij, na Índia. No Brasil, seu repertório nominal entre a população leiga é ingente, sendo conhecida como: Avelóz, Pau-Pelado, Gaiolinha, Árvore de São Sebastião, Árvore de Lápis, Cassoneira, Almeidinha, Pau Pelado, Coral-Verde, Dedo-do-Diabo, Dente de Cão, Espinho-Italiano, Espinho de Cristo, Espinho de Judeu, Mata-Verrugas e Cega-Olho (SILVA; SANTOS, 2002; LORENZI; MATOS, 2002; CASEIRO et al., 2006; BOCHNER; SOUZA, 2008).

A E. tirucalli L. é considerada uma planta suculenta, arbustiva, latescente, que pode atingir de 2 a 6 metros de altura. Caracteriza-se por possuir troncos e ramos lenhosos, intrincados, com aspecto cilíndrico, de coloração verde, sendo que as plantas jovens se apresentam com caules mais ramificados. Seus ramos possuem algumas folhas muito pequenas, raramente visíveis, pois caem logo que nascem. As flores também são muito pequenas, de cor verde amarelada, mas raramente se desenvolvem no Brasil. Além disso, como a maioria das espécies da família Euphorbiaceae, possui um látex de aparência incolor

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ou leitosa que exsuda de seus ramos (JOLY, 1998; CASEIRO et al., 2006; LORENZI; MATOS, 2002).

O látex desta planta é considerado tóxico, especialmente se em contato com a pele e mucosas, exercendo sobre estas, ação irritante e cáustica. Neste sentido, já foram documentados acidentes toxicológicos caracterizados por distúrbios gastrintestinais, como náuseas, vômito e diarreia, bem como quadros de cegueira temporária, precedidos de irritação e edema palpebral. Todavia, é importante ressaltar que todas as partes dessa planta são consideradas tóxicas (MATOS, 2000; LORENZI; MATOS, 2002).

No Brasil, a espécie passou a ser cultivada para diversos fins, contudo, ganha destaque seu emprego na medicina não tradicional e no paisagismo, onde é utilizada na formação de “cercas-vivas”, de maneira a separar as lavouras agrícolas ou propriedades, principalmente na região Nordeste do Brasil (LORENZI; MATOS, 2002).

A E. tirucalli L. é considerada uma planta xerófila, ou seja, adapta-se facilmente a solos secos e pobres, em ambientes abertos ou expostos à luz. Quando plantada em solos úmidos, seu crescimento é lento. Demonstra sensibilidade a clima de frio intenso, sendo recomendado plantá-la no período que compreende entre o final da primavera ao início do verão. Para que a planta tenha um bom desenvolvimento, o solo deve ser ajustado a um pH que compreenda uma faixa neutra à ácida (SILVA JÚNIOR [s.d.]; CASEIRO et al., 2006).

O látex da E. tirucalli L. é utilizado popularmente para múltiplas funções medicinais, como: antibacteriano (incluindo o Treponema pallidum e Neisseira ghonorreae), antirreumático, antiviral, antiasmático, expectorante, reversor de impotência sexual, laxante, antiparasitário, antiulceroso, analgésico, antiinflamatório, fungicida, antitumoral, hepatoprotetor e queratolítico (REZENDE et al., 2004; SILVA et al., 2007; TIWARI; SINGH, 2006; CASEIRO et al., 2006; SILVA; SANTOS, 2002; GRANJA; QUEIROZ, 2003). Além do látex, são utilizadas suas raízes em caso de picadas de cobras, e seus ramos para pesca (FURSTENBERGER; HECKER, 1986).

********COMPOSIÇÃO: OLHAR NO ARTIGO***********

WACZUK, 2014

Esta espécie é nativa do Sul do continente Africano, da região de Madagascar e veio ao Brasil através das antigas navegações no ano de 1892, sendo plantada inicialmente no Nordeste Brasileiro e, posteriormente, disseminada para todo o país (OLIVEIRA; NEPOMUCENO, 2004; CASEIRO et al. 2006). Desde a antiguidade, existem registros do uso não somente da Euphorbia tirucalli L., mas de outras espécies de sua família botânica denominada Euphorbiacea nos herbários e até mesmo em farmacopéias, tanto da África quanto do continente europeu, contendo a descrição das suas indicações e propriedades terapêuticas (PALMIERI et al. 2005). É mencionado ainda a sua utilização para fins medicinais desta e de outras espécies da mesma família, em algumas obras médicas e científicas dos considerados antigos mestres naturalistas, como Hipócrates no século V a.C., e de Paracelso, no século XVI (VARRICCHIO et al. 2008).

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A Euphorbia tirucalli L. é uma espécie do gênero Euphorbia, pertencente à família botânica Euphorbiaceae, a qual encontra-se distribuída principalmente em regiões tropicais e temperadas do planeta, como na África e América. É considerada uma das maiores famílias das dicotiledôneas, contando com cerca de 300 gêneros e 7500 espécies. No Brasil, está representada por 70 gêneros e 1000 espécies, sendo considerada uma das famílias mais importantes da flora brasileira, com uma enorme complexidade do ponto de vista taxonômico e de grande importância científica (SOUZA; LORENZI, 2005; BRANCO; PIZZOLATTI, 2002, JOLY, 1998). A E. tirucalli L. é considerada uma planta suculenta, arbustiva, latescente, que pode atingir 2 a 6 metros de altura. Possui trancos e ramos lenhosos, intrincados, com característica cilíndrica, de aspecto verde, sendo que as plantas jovens apresentam caules mais ramificados. Os seus ramos possuem algumas folhas que são muito pequenas, raramente visíveis, pois caem logo que nascem. As flores também são muito pequenas, de cor verde amarelada, mas raramente se desenvolvem no Brasil. Além disso, a maioria das espécies da família Euphorbiaceae possui um látex de aparência incolor ou leitosa (JOLY, 1998; CASEIRO et al. 2006; LORENZI; MATOS, 2002).

Os ramos da Euphorbia tirucalli L. possuem um látex de cor branca, que quando feridos o liberam. Entretanto, o látex é considerado irritante, cáustico e até mesmo tóxico, tanto que, se chegar a atingir a região dos olhos pode causar lesões na córnea levando à cegueira temporária. No entanto, a pessoa que entrou em contato pode apresentar sinais de irritação, edema nas pálpebras, lacrimejamento, causando o comprometimento da visão. Com isso essa planta passou a ser chamada popularmente também de “cega-olho”. Neste mesmo contexto, é importante ressaltar que todas as partes desta planta são tóxicas. O seu látex pode causar lesões se entrar em contato com a pele e mucosas, causando edema na boca, lábios e língua e, se for ingerido, pode causar vários inconvenientes, como náuseas, vômito e diarréia (LORENZI; MATOS, 2002).

Alguns pesquisadores descobriram que o seu látex é composto por água (53,8% a 79,9%), diterpenos do tipo tigliane (ésteres de forbol), ingenane (ésteres de ingenol), dafnanos e dafnanos aromáticos. Enquanto outras pesquisas avaliaram o seu látex fresco e identificaram álcool terpênico, taraxasterol (C30H50OCH30H) e o tirucalol (C30H50O). Um outra análise revelou que seu látex seco apresentou 75,8 a 82,1% de resina, a qual supõe-se que seja o seu principal componente (SILVA et al. 2007; VARRICCHIO et al. 2008; GRANJA; QUEIROZ, 2003).

No entanto, os pesquisadores da planta, embasados nas análises fitoquímicas realizadas, apontam revelevância aos hidrocarbonetos terpênicos, açúcares e ácidos orgânicos. Todavia, o composto de maior interesse, parece ser o éster de forbol, de nome químico: 3,3’-di-o-methylellagic-acid, 12-o-(2z)(4e)-octadienoyl-4-deoxyphorbol-13-acetato considerado um agente pró-cancerígeno, e também o 4-desoxi-forbol; o 12-o-tetradecanoil forbol-13-acetato, 12-0-(22)(4E)-octadienol-4-deoxiforbol-13-acetado, ácido 3, 3’-di-0-metil-elágico (LORENZI; MATOS, 2002; SILVA JÚNIOR, [s.d]; VARRICCHIO et al. 2008). Além deste, podem ser encontrados outros compostos, como o acetato de sapogenina, flavonóides, óleos essenciais (eugenol), ácido succínico, ácido elágico, ácido cítrico, ácido málico, hentriacontano, hentriacontanol, kampeferol, isoeuphoral, taraxerin, glicose e beta-sitosterol (LORENZI; MATOS, 2002).

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VARRICCHIO, 2008 – METABOLITOS ESPECIAIS...

Desde a antiguidade é relatada a utilização de plantas da família Euphorbiaceae em tratados de filosofia e medicina, na história das civilizações orientais e ocidentais, como a hindu (ayurvédica), chinesa, árabe e greco-romana. O nome do gênero Euphorbia foi originado do nome do rei grego Euphorbos, um incentivador do estudo das plantas medicinais para o tratamento dos males do povo em seu reino, a partir da cicatrização das chagas de seu corpo pelo uso do látex de espécie laticífera não especificada (Guillén, 1987; Valle, 1999; Bani et al., 2006).

A partir da idade média existem registros de propriedades e indicações em antigos herbários de vários países europeus para o gênero e especificamente para a Euphorbia tirucalli L., em herbários e farmacopéias africanos e ayurvédicos.

A composição fitoquímica do caule de E. tirucalli constitui-se de antocianinas flavonóides, derivados fenólicos (ácido 3,4,3-tri-0-metilelágico) e traços de alcalóide, esteróides (beta-sistosterol), enquanto no látex encontram-se triterpenóides (euforbol, euforbol hexacosonoato, taraxasterol, taraxenona, tiniatoxina, tirucalol) e diterpenóides (Gurib-Fakim & Guého, 1996).

A família Euphorbiaceae é uma extensa família de plantas pertencentes as Angiospermas inclui a divisão Magnoliophyta, de classe Magnoliopsida, subclasse Rosidae, ordem Euphorbiales, família Euphorbiaceae (Cronquist, 1988; Judd et al., 2002). Euphorbiaceae inclui cerca de 300 gêneros e mais de 5.000 espécies de dicotiledôneas, entre árvores, arbustos e ervas, cuja distribuição é predominantemente tropical, havendo concentrações, principalmente do gênero Euphorbia de espécies primitivas em Madagascar.

A espécie Euphorbia tirucalli L., Euphorbiaceae, popularmente conhecida como Aveloz ou Avelós, um arbusto suculento, quase áfilo, de 3 a 5 metros, é amplamente distribuída no planeta, comum em regiões tropicais e subtropicais da África com distribuição universal no planeta, atingindo grandes concentrações nas regiões equatoriais, onde o clima é quente e úmido, como África, Ásia, América Latina e é uma espécie de ampla ocorrência no território brasileiro, prevalente em Pernambuco, Ceará, Bahia, litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Amazônia brasileira (Jurberg et al., 1985).