etanol o combustível de eucaliptorevistamercadorural.com.br/downloads/marco2013.pdfaplicações do...
TRANSCRIPT
Fabiano Lopes Ferreirasucesso à frente da Multimarcas Consórcios.
Etanol O combustível
de eucalipto
Aprenda a fazer Viveiros de mudas
Entrevista Altino Rodrigues,
presidente do IMA
Março 2013 • n°6
2 Março 2013 3Março 2013
4 Março 2013 5Março 2013
Ano II - nº VI - Março - 2013
A Revista não se responsabiliza por conceitos ou informações contidas em artigos assinados
por terceiros.
Redação
Unique Comunicação e Eventos Av. Barão Homem de Melo - 4.500/324 - Estoril BH/MG - Tel.: (31) 3653-0633 [email protected]
Editora e jornalista responsável Amanda Ribeiro - MT10662/MG [email protected]
Diretor Comercial Marcelo Lamounier [email protected] Tels.: (31) 3063-0208 / 9198-4522
Colaboração Embrapa, Alfapress Comunicação, Ima, PUC Minas, Luiz Carlos Alves, Mahindra e Inhotim.
Direção de Arte Paula Fusco
Assinaturas Unique Comunicação e Eventos
Periodicidade Trimestral
Tiragem 5.000 exemplares
Impressão Gráfica Del Rey
Distribuição Vip
EditorialComemoramos nessa edição,
a primeira do ano de 2013, o encer-ramento do primeiro trimestre do ano. Nesta sexta edição, entramos em nosso segundo ano de trabalho e empenho para tornar a revista Merca-do Rural cada vez melhor para nossos leitores e anunciantes.
A matéria de capa traz uma inte-ressante trajetória profissional de Fabiano Lopes Ferreira, empresário que está á frente da Multimarcas Consórcios. Conhecemos um pouco mais sobre o mercado de consórcios brasi-leiro e entrevistamos o empresário que falou sobre o setor e suas perspectivas.
Na seção personagem falamos sobre o empresário criador das raças Dorper e Campolina, Luiz Roberto Horst Silveira Pinto que contou um pouco da sua história e relação com o agronegócio. Mantendo a tradição de em cada edição ensinar o produtor rural a construir ou fazer algo na sua fazenda, dessa vez o tema abordado foi o construção de viveiros de mudas. Nossos articulistas contribuíram com textos técnicos de grande interesse dos leitores como os cupins nas pastagens, o combate à febre aftosa, o uso da cama de frango, as exportações no agronegócio, dentre outros.
Nas colunas mercado pet e criações exóticas os temas mini porcos e ranicultura trazem informações sobre essas criações que tem tomado espaço no mercado. Plantas carnívoras também é uma reportagem interessantíssima abordada nessa edição, além de outras matérias como o licor de café, o bonito museu do Inhotim localizado em Brumadinho (MG), a tradicional receita da roça e muito mais que vieram agregar ainda mais na sua leitura.
Apreciem amigos leitores! Essa edição foi especialmente preparada para vocês e nossos anunciantes que não podemos deixar nunca de agradecer o apoio e o crédito que dão à revista Mercado Rural, contribuindo cada vez mais para seu fortalecimento e posicionamento no mercado de veículos de comunicação brasileiro.
Boa leitura. Amanda Ribeiro e Marcelo Lamounier
Parabéns aos editores da Revista Mercado Rural, que em sua 5ª edição, sob o título: “Cientistas do ITAL apresentam resultados favoráveis à raça”, trouxeram ao conhecimento de seus leitores os expressivos
resultados obtidos com a utilização da genética Blonel, a mais nova raça bovina do mundo, formatada especialmente para vencer as adversidades das regiões tropicais como as do Brasil, seu país de origem.
Eduardo da Rocha Leão Campinas / SP
Meus cumprimentos pela edição maravilhosa da revista
Mercado Rural. Fiquei radiante pelas matérias e reportagens
estampadas. Sou apaixonado pela vida ou atividade rural, meu hobbie
é criar o Tarim. Abraços a todos da Revista Mercado Rural. Sucesso!
Salvador E. Silva Brasília / DF
Parabéns Marcelo e toda equipe da Revista Mercado Rural! Venho acompanhando as edições
e sem dúvidas muitas reportagens interessantes e de muita
importância para nosso mercado.Alexandre Ribeiro
Itapecerica / MG
Recebi a revista e adorei! Matérias variadas, bem redigida
e muito bacana. Parabéns!
Letícia Mattar Nova Lima / MG
C@rtasAcesse o Facebook e deixe sua crítica ou sugestão
Mercado Rural
Muito interessante a 5ª edição da revista Mercado Rural, principalmente
no que se refere às questões ecológicas, como as matérias sobre o aproveitamento
de águas pluviais e da parceria da Embrapa com os povos indígenas do Xingu.
Congratulações a toda equipe! Frederico Araújo Mesquita
Tiradentes / MG
Entrevista Diretor Geral do Instituto Mineiro de Agropecuária Altino Rodrigues Neto
Aplicações do Programa ABC em Minas crescem 32,1%
Personagem Luiz Roberto Horst Silveira Pinto Referência na raça Dorper
Cana de Açúcar, algumas reflexões
Perspectivas para o milho em 2013
Grupo Morada. Inovação e alto padrão em condomínios residenciais e industriais
Aprenda a fazer: viveiros de mudas
Sustentabilidade Integração do controle químico e biológico de pragas: manejo sustentável
Frutas Nativas Brasileiras. A importância dos quintais para a conservação da biodiversidade
Cama de Frango é proibida na alimentação de ruminantes
Restos culturais de abacaxi amonizado na alimentação do rebanho
Agricultura Familiar é familiar mesmo
A suinocultura em 2013
4041
44
4546
4849
52
54
56
5860
626466
68
70
7274
76
77
78
6
1012
141516
1820
22
24
28
3035
Agronegócios e Comércio Exterior
Febre Aftosa: o desafio de manter e ampliar as áreas livres
Fazenda São Benedito Tradição nas raças miniaturas
Recuperação de Pastagens
2º Leilão Virtual: Fazenda Recreio e convidados
Cachaça Caipira. Exemplo de que toda dificuldade pode ser superada
Cebolas Híbridas Garantem produtividade e qualidade aos produtores de todo o Brasil
Fabiano Tolentino, Haras Santa Rosa Criador, árbitro e Deputado Estadual da Equinocultura Mineira
Raça Pampa Comemora 20 anos
Etanol pode ser produzido a partir da casca de eucalipto
Cupins de Pastagens
Cuíca. Pequeno mamífero silvestre rende lucros na plantação de café capixaba
Licor de Café
Plantas Carnívoras
Automóveis Cabine dupla ou chassi, Mahindra oferece excelente custo-benefício
Sustentabilidade Nim. Uma planta que protege o rebanho
Turismo Inhotim
Mini Porco de estimação
Criações Exóticas Ranicultura
Receita Bolo de Milho
Eventos Haras Terra Natal em confraternização de final de ano
Giro Rural
Multimarcas ConsórcioDestaque36
safra ou valor de alguns produtos. Neste
ano, a produção mineira de grãos deve
manter praticamente o mesmo volume
obtido em 2012, no entanto os preços
dependerão da conjuntura econômica
do mercado interno e externo.
MR: Quais os benefícios para o setor cafeeiro com a criação do Fun-do Estadual do Café – Fecafé?
Até o fim de 2014, o Fecafé deverá
disponibilizar cerca de R$ 100 milhões,
apenas com recursos do Tesouro Esta-
dual, contribuindo para o desenvolvi-
mento da cadeia produtiva do café. O
grupo coordenador do Fundo, formado
por 15 representantes da sociedade civil,
da Assembleia Legislativa e do Governo
de Minas, definirá os critérios para parti-
cipação, como taxa de juros e limite de
crédito. O Fecafé contará com recursos
reembolsáveis, para projetos individuais
e não reembolsáveis, para projetos de
interesse coletivo como, por exemplo,
A revista Mercado Rural conversou com o diretor geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA),
Altino Rodrigues Neto, que falou sobre vários assuntos relacionados ao agronegócio e as expectativas para 2013
va com 9,0% na composição do PIB do
agronegócio brasileiro. O PIB inclui insu-
mos, atividades primárias, indústria e dis-
tribuição. Os dados, que são da Funda-
ção João Pinheiro também confirmam
que o setor agropecuário se destacou
no cenário nacional, crescendo mais que
a média brasileira. De janeiro a setem-
bro de 2012, o PIB agropecuário mineiro
(que engloba apenas as atividades den-
tro da porteira) cresceu 5,7%, enquanto
o PIB agropecuário do Brasil sofreu uma
queda de 1%. Como Minas tem uma
produção agrícola diversificada, não
sentiu os impactos com a redução de
o financiamento de ações de marketing
para divulgação do produto mineiro no
mercado interno e no exterior.
MR: Em que consiste o novo sistema para uso de agrotóxicos e quais seus benefícios para o a agri-cultura mineira?
O Instituto Mineiro de Agropecuária,
na busca pela melhoria contínua das
suas ações de fiscalização de agrotóxi-
cos desenvolveu o Sistema de Controle
e Comércio de Agrotóxicos e Afins (SIC-
CA). Tem como objetivo monitorar o co-
mércio e o uso de agrotóxicos em Minas
Gerais, tendo por base o fornecimento
de informações seguras que propiciem
um diagnóstico da realidade sobre co-
mercialização e uso de agrotóxicos no
Estado. De acordo com a legislação,
todo estabelecimento que comercializa
ou aplica agrotóxicos e afins em Minas
Gerais deve manter a relação do estoque
existente, nome comercial dos produtos,
Entrevista
quantidade comercializada e semestral-
mente remetê-las para o Instituto Minei-
ro de Agropecuária por meio do SICCA.
Constituindo-se em uma ferramenta de
suma importância para a Logística de Fis-
calização do comércio e do uso de agro-
tóxicos pelo IMA, o SICCA propicia maior
detalhamento e rastreamento das mo-
vimentações comerciais dos produtos,
estratificações por ingredientes ativos,
marcas comerciais, municípios e produ-
tores rurais. Tais informações são muito
relevantes, pois contribuem para o nor-
teamento das ações de educação, orien-
tação e fiscalização de agrotóxicos em
Minas Gerais, executadas pelo Instituto.
MR: Como está a situação do abate clandestino em MG?
É coibido insistentemente pelo IMA
através das fiscalizações de abatedouros
e blitz realizadas nas rodovias de todo o
Estado. Os números de 2011 (237 autos
de apreensão e destruição emitidos e
Foto
: Sec
om
Altino Rodrigues
Neto
MR: Comente os números do agronegócio mineiro no ano de 2012 e as expectativas para 2013.
Minas Gerais encerrou o ano com
crescimento recorde na renda agrícola e
aumento de sua participação no PIB do
agronegócio brasileiro. Em 2012, o PIB
do agronegócio mineiro atingiu cerca R$
131,7 bilhões. Com isso, a participação
de Minas no PIB do agronegócio nacio-
nal foi de 13,5%, de acordo com os estu-
dos do Centro Avançado em Economia
Aplicada (Cepea). É a maior participação
já registrada na última década. Para se
ter uma ideia, em 2003, Minas participa-
Por Amanda Ribeiro
8 Março 2013 9Março 2013
como a Exposição Agropecuária, Expo-
cachaça e Expovet, que atraem interes-
sados em negócios, serviços e produtos,
teremos dois grandes e importantes
eventos. Um, de cunho internacional, é
o de Indicação Geográfica do Queijo, da
Cachaça e do Café. A chamada indicação
geográfica tem por finalidade delimitar
uma área de produção, extração ou fa-
bricação e vinculá-la aos produtores de
determinada região e aos padrões locais,
a fim de diferenciar tais produtos ou ser-
viços. Este evento conta com as parcerias
do Sebrae, Ocemg, MAPA, IFAM, Faemg e
Fetaemg. Já na Exposição Agropecuária,
teremos a Exposição Nacional do Guzerá
a expectativa é grande por ele ser sediado
em Minas Gerais. Além desses eventos,
a Superagro 2013 contará com o Semi-
nário Nacional de Irrigação, promovido
pelo governo do Estado, em parceria com
o Ministério da Integração Nacional atra-
vés da Secretaria Nacional de Irrigação
e outras instituições parceiras.
MR: CA certificação do IMA no setor de orgânicos foi um grande destaque. Comente.
Com a consolidação do Sistema Bra-
sileiro de Avaliação da Conformidade
Orgânica (SISORG), em 2011, propiciou-se
identificar e controlar a produção nacio-
nal de alimentos orgânicos, quanto a sua
origem e processo produtivo. O SISORG
nivelou as ações exercidas pelos Orga-
nismos de Avaliação da Conformidade
(OAC), posição agora ocupada pelo IMA,
que para tal, submeteu-se a avaliação
dos órgãos federais Inmetro e Ministério
da Agricultura. Antes, a produção orgâ-
nica era caraterizada pela avaliação de
organismos que não tinham uniformi-
dade em seus procedimentos e exigên-
cias. O que não assegurava ao produtor,
consumidor e órgãos correlacionados
uma validação do que era realmente o
produto orgânico. A acreditação do IMA
como OAC propicia que produtores que
produzam em um ambiente de produ-
ção orgânica, utilizando como base do
processo produtivo os princípios agro-
ecológicos que contemplam o uso res-
ponsável do solo, da água, do ar e dos
demais recursos naturais, respeitando as
relações sociais e culturais, possam ter
o direito ao uso do selo orgânico.
32.250 quilos de produtos cárneos des-
truídos) comparados com os de 2012
(168 autos de apreensão e destruição
emitidos e 27.703 quilos de produtos
cárneos destruídos) mostram que este
ilícito sanitário vem caindo gradativa-
mente de ano para ano, em Minas Gerais.
MR: Quais as expectativas para Superagro 2013? O público pode esperar alguma novidade para essa edição?
Os produtores estão com maior aces-
so a Estamos otimistas com a Superagro
2013 e a expectativa é superar o público
do ano de 2012, de 70 mil visitantes. Para
este ano, além dos tradicionais atrativos,
Governador Antônio Anastasia e Alberto Pinto Coelho.
Foto
: Ren
ato C
obuc
ci
*Colaboração João Ricardo Albanez, Superintendente de Política e Economia
Agrícola da Secretaria de Agricultura.
10 Março 2013 11Março 2013
Valor dos repasses em seis meses atingiu R$ 314,2 milhões
Nos sete primeiros meses da sa-
fra 2012/2013 (julho a janeiro),
os produtores mineiros fizeram
aplicações de R$ 314,2 milhões, repas-
sados pelo Banco do Brasil, para o de-
senvolvimento de ações do programa
Agricultura de Baixo Carbono (ABC). O
valor é 32,1% maior que o das aplicações
realizadas em todo o período da safra
anterior, de julho de 2011 a junho de
2012, informa a Secretaria de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Para Alceste Fernando Lima, assessor
técnico da Seapa, os números mostram
o interesse crescente dos produtores
mineiros em investir nas boas práticas
agrícolas recomendadas para o desen-
volvimento de uma agricultura susten-
tável. “Nos sete primeiros meses da safra
atual, em Minas, foram realizados 935
contratos de crédito para esta finalidade.
Um aumento de 30,3% em relação ao
registro de toda a safra anterior”, explica.
Houve crescimento das aplicações
nas principais regiões agrícolas do Esta-
do, com destaque para o valor contrata-
do pelos agricultores do Triângulo, que
buscaram recursos de R$ 73,8 milhões.
“Portanto, houve um aumento de 8%
em relação à cifra repassada na safra de
2011/2012”, acrescenta Lima.
Os agricultores do Noroeste fizeram
aplicações no valor de R$ 59,4 milhões,
um incremento de 49,7% em relação
aos repasses totais da safra anterior.
No caso do Alto Paranaíba, terceiro
colocado nas aplicações do crédito do
ABC, houve um aumento de 27,5%,
alcançando o valor de R$ 43,3 milhões.
Também foram realizados repasses
expressivos para as regiões Norte,
Centro-Oeste e Central.
Lima acrescenta que o maior vo-
lume do crédito do ABC em Minas
liberado pelo Banco do Brasil (R$ 77
milhões) foi destinado a investimentos
em pastagem. Para investimentos nos
segmentos de eucalipto, florestamen-
to e reflorestamento houve contratos
no valor de R$ 68,2 milhões. Correção
intensiva do solo, cana-de-açúcar, bovi-
nos para carne, café e bovinos para leite
foram contemplados com a soma de
R$ 89,9 milhões.
Aplicações do Programa ABC em Minas crescem 32,1%
12 Março 2013 13Março 2013
na associação, que mira esforços no
conquista de novas oportunidades de
negócios. “O Campolina permaneceu
muito tempo sem expansão e, como
consequência, o volume de pequenos
usuários e pequenos criadores se igua-
lou ao selecionadores. Para atingir novos
investidores, a entidade de classe quer
divulgar a funcionalidade do Campolina
com grande força, ou seja, o andamento
marchado que proporciona uma caval-
gada confortável, quase sem impacto ao
cavaleiro”, disse.
O criatório de Dorper surgiu a partir
de pesquisas sobre as duas raças, apon-
tadas entre as melhores opções em ter-
mos de produtividade e adaptabilidade.
O próximo passo foi a aquisição de em-
briões congelados da África do Sul. Os
primeiros animais nasceram em março
de 2007 juntamente com o objetivo
de formar um “banco genético” do que
existe de melhor na África do Sul e tam-
bém na Namíbia. Essa genética foi am-
plamente disponibilizada aos criadores
brasileiros, eximindo-os das dificuldades
e riscos dos processos de importação, a
Paulistano, casado, pai de três filhas,
Luiz Roberto é graduado em administra-
ção de empresas pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV). É também um dos execu-
tivos mais respeitados do ramo imobiliá-
rio, trabalhando na PDG – Poder de Ga-
rantir, maior grupo em valor de mercado
em toda a América Latina. No agrone-
gócio, é gestor de vários negócios com
operações no Vale do Paraíba (SP), Goiás
e Uruguai, que envolvem pecuária de
corte, reflorestamento e criação de equi-
nos, na qual se tornou um prestigiado
criador de Campolina e atual presidente
da Associação Brasileira dos Criadores
do Cavalo Campolina para o próximo tri-
ênio (2013/14/15). De acordo com Luiz,
crescimento será o mote de sua gestão
partir da venda de machos e fêmeas com
produção e fertilidade comprovada.
Criada com base em valores sólidos,
como ética e respeito ao cliente, a em-
presa conta com uma ampla equipe de
excelentes profissionais que garantem o
desenvolvimento constante do projeto.
Nesse aspecto, haverá grande colabora-
ção do mais novo titular da proprieda-
de. “Talvez minha maior contribuição
seja na gestão empresarial, trazendo um
pouco de minha experiência em outras
companhias”, resume Luiz Roberto.
Uma vez aportando à Campo Ver-
de uma vivência do mundo executivo,
Luiz Roberto espera superar vários de-
safios: “dar continuidade ao excelente
trabalho realizado até aqui não será
uma tarefa simples, tendo em vista
a qualidade dos animais, os resultados
em exposições e leilões. A confiabilida-
de do projeto e de todas as pessoas que
compõem nosso quadro de colaborado-
res tornaram nossa empresa respeitada
em todo o Brasil e também no exterior.
Nosso compromisso é continuar a pro-
duzir a melhor genética Dorper e White
Personagem
Dorper para o criador brasileiro e, den-
tro de breve espaço de tempo, para toda
a América Latina”, completa, mencio-
nando uma possível parceria estratégi-
ca para a difusão mundial dessas raças
nas Américas.
Luiz Roberto acredita que são gran-
des os desafios, principalmente na pro-
dução extensiva. Os produtores devem
se integrar ao máximo para que haja
sintonia entre todos os elos e as atuais
iniciativas a esse respeito animam o em-
presário, que aposta no crescimento ex-
pressivo da atividade e não poupará es-
forços para promover o Dorper e o White
Dorper em nível nacional e internacional.
Por ser um dos mais importantes execu-
tivos do setor imobiliário, enfrentou gran-
des dificuldades para integrar diferentes
atividades, todas complexas e que en-
volvem um grande conjunto de variáveis
continentais. Essa competência aplicada
na ovinocultura certamente contribuirá
para a qualificação de outros grandes
empresários envolvidos e também para
que o mercado dê um grande salto em
termos de produção e qualidade.
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
: Divu
lgaçã
o
Luiz Roberto Horst
Silveira Pintoreferência
na raça Dorper
O empresário Luiz Roberto Horst
Silveira Pinto, criador da raça
Dorper e do cavalo Campolina,
uniu a vasta vivência no agronegócio
com a paixão que possui desde a infân-
cia, e assumiu as diretrizes da Dorper
Campo Verde, situada em Jarinu (SP),
projeto de seleção amplamente conhe-
cido por formar a reserva genética das
raças sul-africanas Dorper e White Dor-
per no Brasil. Presença já marcante com
a criação no Uruguai, está tornando-a
ainda mais evidente no Brasil ao assumir
um dos melhores trabalhos de seleção
de animais de elite dos últimos dez anos.
O empreendimento que já nasceu gran-
de e ambicioso segue firme para um
novo momento de expansão.Raça Dorper Raça White Dorper
Foto
: Mur
ilo G
oes
Por Amanda Ribeiro
14 Março 2013 15Março 2013
Foto
s: Di
vulga
ção
no Estado na segunda quinzena de março
e cobriu 2,78 milhões hectares, ante 2,50
milhões, incremento espacial de 11,3%.
A safra passada, como destaca o
Imea, demonstrou que os problemas
logísticos têm impacto direto no trans-
correr do ciclo, visto que no primeiro
bimestre deste ano 3,7 milhões de to-
neladas, ainda da safra passada, foram
exportadas pelo Estado, comprovando a
dificuldade de distribuição da produção.
Junto a isso, a comercialização anda
em ritmo lento. A produção da segunda
safra no Estado está comercializada em
20,1%. Um ligeiro aumento de 2,5 pontos
percentuais em relação ao último mês.
O presidente da Companhia Nacio-
nal de Abastecimento (Conab), Rubens
A segunda safra de milho, em
Mato Grosso, mal teve o plantio
finalizado e já está sendo taxada
como um ciclo de altos custos e lucros
incertos. A expectativa baixista para os
preços tem contribuído com o baixo
volume dos negócios. Isso se confirma
visto que já há negócios sendo fecha-
dos por R$ 13,50/sc. Esse cenário levará
à necessidade de intervenção governa-
mental na comercialização do milho, de
modo a garantir a obtenção de renda
mínima pelo produtor.
Conforme o Instituto Mato-grossense
de Economia Agropecuária (Imea), uma
das preocupações que impactam de for-
ma decisiva o rendimento da safra é seu
escoamento. A semeadura foi finalizada
Rodrigues dos Santos, já disse que o go-
verno se prepara para comprar milho no
segundo semestre, por meio de Aquisi-
ção do Governo Federal (AGF), por conta
das projeções de que os preços devam
fica abaixo do mínimo. “Se você olhar a
cotação na bolsa para setembro, outu-
bro, ela já sinaliza um preço abaixo do
mínimo, e aí com certeza o governo en-
tra comprando através das AGFs – disse.
Ainda não há orçamento para o pro-
grama de garantia do preço mínimo,
mas Santos não vê restrição de recursos
para essas compras. O lançamento do
contrato de opção, para a compra de
dois milhões de toneladas do cereal para
a recomposição de estoques públicos,
deve sair em breve.
milhoem 2013Perspectivas
para o
Foto
s: Di
vulga
ção
Cana de açúcar, algumas reflexões
*Paulo Costa, consultor sênior de AgropCom, articulista da Rede Exame de Blogs
A Crise: Tivemos nos últimos anos
grande mudança estrutural no
segmento, que alterou significa-
tivamente o perfil cultural e corporativo
da indústria sucroalcooleira energética,
com a entrada de grupos estrangeiros
poderosos e também a chegada da in-
dústria petrolífera. Infelizmente duas
para três safras de cana desastrosas im-
pediram que estas mudanças provocas-
sem os efeitos esperados. O momento
mais difícil da crise foi sem dúvida esta
safra que agora se encerra. Isto porque
o setor vinha de um ano extremamen-
te difícil, operacional e financeiramente,
com uma quebra de safra enorme. Com
isto, a “travessia da ponte” que ocorreu
nesta safra, foi complicada mas serviu
para muitos ensinamentos.
A safra 2013/14: Ainda vai ser um
ano difícil nesta safra que entra e algu-
mas empresas que estão com dificulda-
des financeiras vão ter que tomar um ca-
minho radical de venda ou fechamento
para não “quebrarem”. No entanto uma
safra certamente maior vai trazer pos-
maior segurança em termos de regula-
ção. Isto vai desde o ponto mais óbvio
que refere-se à ANP e sua política de uso
do etanol combustível, até a questão
complexa da aquisição de terras rurais
por empresas estrangeiras. Os partici-
pantes diretos do setor, usineiros, pro-
dutores de cana e indústria de bens de
capital tem que se unir de uma vez por
todas para fazer um trabalho conjunto
em termos de representatividade insti-
tucional. O setor precisa recuperar sua
credibilidade, urgentemente, para voltar
a atrair investimentos.
O futuro: O açúcar continua a ser a
fonte de energia alimentar mais barata
que se encontra no mundo. O etanol é
um combustível limpo e já temos uma
frota de carros flex necessitada de supri-
mento muitas vezes maior do que nossa
capacidade de produção. A cogeração
de energia elétrica a partir da biomassa
vai ser uma realidade mais cedo ou mais
tarde. O setor está se profissionalizando
rapidamente e com um nível interes-
sante de concentração em mãos fortes.
O que mais é preciso para este setor ser
bem sucedido? Persistir, é nossa resposta.
sibilidades de “saída do buraco” para as
empresas que estejam profissionalizadas
e preparadas para um novo momento.
Os preços e resultados: Vamos co-
meçar a safra com preços baixos, parti-
cularmente para o açúcar, onde a Bolsa
de NY deve oscilar entre 18 e 21 cts/lb,
tudo correndo dentro do esperado no
mercado global. A grande expectativa
de um ano melhor fica com a certeza de
um aumento no preço interno dos com-
bustíveis, em particular a gasolina, que
vai trazer a possibilidade de um reajuste
dos valores de venda do etanol, tanto
o anidro como o hidratado. No caso do
açúcar, uma não tão improvável depre-
ciação do Real, auxiliaria as receitas das
vendas para exportação. O mundo está
com um estoque de açúcar bastante
alto, em função de uma queda da de-
manda causada pela crise econômica e
boas produções em outros países, parti-
cularmente a Índia e a Rússia. Isto pode
não se repetir este ano, propiciando um
aumento gradual dos preços do açúcar
brasileiro.
O setor e o Governo: O Governo
pode contribuir com o setor dando-lhe
16 Março 2013 17Março 2013
corde de vendas, com a comercialização
de 80% dos lotes disponíveis. O empre-
endimento está localizado às margens
da rodovia MG-010, em Lagoa Santa,
a apenas cinco minutos do Aeroporto
Internacional Tancredo Neves.
Com relação ao segmento residen-
cial, o Grupo Morada, já consolidado em
Lagoa Santa e região, vem expandindo
sua área de atuação para outras cidades
mineiras. Sempre investindo em inovação
e nos altos padrões de infraestrutura, lazer
e qualidade de vida, em agosto do último
ano a empresa lançou a segunda fase do
Condomínio Vale do Sol, no centro de
Sete Lagoas. Além da tranquilidade, da
proximidade com a natureza, o empre-
endimento conta também com infraes-
Aliar a localização estratégica e as
projeções de crescimento eco-
nômico do Vetor Norte a um
espaço que ofereça todas as condições
de infraestrutura, segurança, qualidade
de vida e sustentabilidade sempre foi a
aposta do Grupo Morada Imóveis para
a realização de empreendimentos re-
sidenciais. Agora, a tendência também
desponta no segmento industrial. Sem-
pre atenta às inovações do mercado
imobiliário, a empresa também aposta
nos condomínios industriais e, em ritmo
acelerado, vem colhendo os resultados.
Anunciado no final do ano passado,
o primeiro condomínio industrial da em-
presa, Metropolitan Business Center, re-
gistrou, em apenas quatro meses, um re-
trutura completa de lazer e diferenciais
como trilhas para caminhada e cavalga-
da, além de um centro hípico completo,
com pista de apresentação e baias. Na pri-
meira etapa, serão 622 lotes divididos em
34 quadras. Em Igarapé, o Grupo Morada
lançou, em setembro, o Portal de Igarapé,
que fica a apenas 500 metros do centro
da cidade, e também possui completa
estrutura de lazer e segurança.
Outra grande aposta da empresa é o
projeto voltado para segunda moradia,
ideal para quem procura um recanto de
descanso e diversão junto à natureza, e
também próximo à Capital. O novo em-
preendimento do Grupo Morada será lan-
çado em breve, e deve se tornar um dos
principais destinos de lazer aos finais de
semana. Cercado por lagoas, contará com
as mais sofisticadas opções de entreteni-
mento, esporte e qualidade de vida.
Em Lagoa Santa, os condomínios do
Grupo Morada também são conhecidos
por seus padrões privilegiados de estru-
tura, segurança e qualidade de vida. Atu-
almente, o condomínio de alto padrão
Mirante do Fidalgo é considerado um
dos melhores investimentos da região
em termos de custo-benefício. Outros
empreendimentos de alto nível da em-
presa na cidade são os condomínios Vale
Verde Ville, Quintas da Lagoa, Portal do
Horizonte e Morada do Sol.
Grupo Moradainovação e alto padrão em
condomínios residenciais e industriais
18 Março 2013 19Março 2013
Aprenda a fazerViveiro de Mudas
tentação dos sacos e outros recipientes,
funcionará como controladora de plan-
tas invasoras.
A cobertura é feita utilizando-se som-
brite a 50% de interceptação da luz solar,
que atende à maioria das espécies culti-
vadas na região, entre as quais pode-se
citar: açaí, castanha-do brasil, cupuaçu,
bacaba, graviola, mangaba, etc. o pedilú-
vio (1,00 x 1,00 m) deverá ser assentado
na entrada principal do viveiro, de modo
a permitir o controle fitossanitário na cir-
culação de máquinas e pessoas.
AramadoA sustentação do sombrite é feita
com arame liso galvanizado apoiado so-
bre os esteios e tensionados linha a linha
até aos esticadores que ficam dispostos
em todas as laterais do viveiro, dispostos
a cada 4,00 m. O arame está configura-
do de forma longitudinal, perpendicular
e transversal, oferecendo ótimo apoio
para o sombrite e para o sistema de ir-
rigação. Esse modo de sustentação ofe-
rece, além da durabilidade e praticidade
da instalação, um menor custo em rela-
ção à madeira. Se o viveiro fosse atraca-
do com pernas-mancas de madeira-de-
-Iei, o custo seria de aproximadamente
R$ 539,00 em material, considerando
que levaria no mínimo 7 (sete) dúzias,
além de contar com mão-de-obra espe-
cializada (carpinteiro) para a realização
dos serviços. Já com a utilização do ara-
me, esses custos caem bastante, pois um
rolo de 1.000 m (quantidade suficiente
para um módulo) é vendido no mercado
local por aproximadamente R$ 253,00,
com a vantagem adicional da facilidade
de manuseio e não requerer maiores co-
nhecimentos de carpintaria.
Projeção lateralTêm-se os detalhes do assentamen-
to do sombrite, em que apresenta um
tensionador em madeira em todas as
laterais do viveiro, para permitir mais
segurança e apoio no esticamento da
cobertura. De qualquer forma, o arame
é que dá a maior sustentação ao som-
brite, e o uso da madeira foi bastante re-
duzido em comparação com os viveiros
tradicionais. Nota-se também, que apro-
veitando-se do esticamento do arame,
projeta-se uma aba de 2,20 m de com-
primento, que servirá de quebra-vento e
auxiliará na uniformização da luminosi-
dade nas laterais do viveiro.
Sistema de IrrigaçãoA irrigação de um viveiro pode ser
realizada de diversas formas, desde a irri-
gação por inundação (sulcos), passando-
-se pelo uso de mangueiras, regadores,
aspersores, nebulizadores, etc. Todos
esses sistemas apresentam as suas van-
tagens e desvantagens. Contudo, quan-
do a irrigação pode ser detalhadamente
monitorada, quantificada e uniformiza-
da, as vantagens são muitas. Isso é o que
propõe o sistema de irrigação elevado
por nebulização. A começar pela for-
ma prática e rápida da instalação, pelos
custos dos materiais e pela economia
de água e energia elétrica. Por ser um
sistema elevado, a distribuição da água
será mais uniforme, fazendo com que as
mudas recebam a mesma quantidade,
evitando-se o desperdício.
O sistema é composto de uma linha
de alimentação principal de 50 mm de di-
A falta de mudas selecionadas à dis-
posição dos produtores tem sido um dos
maiores entraves para o desenvolvimen-
to da fruticultura brasileira. Nessa edi-
ção a revista Mercado Rural vai mostrar
como construir um viveiro de mudas.
O primeiro passo é a escolha do local
adequado, que dependendo dos fato-
res elencados, em ordem de prioridade,
pode dar a exata medida do êxito ou do
fracasso do empreendimento. A água é o
recurso mais importante que deve ser ob-
servado para o funcionamento do viveiro,
em todas as etapas de produção. Quanto
mais próximo da fonte de água estiver,
menores serão os custos de implantação,
manutenção e funcionamento. As fontes
poderão ser rios, lagos, poços, etc.
Declividade do terrenoA inclinação do terreno deve ser a
menor possível, sendo a ideal de 1% a 3%.
Deve-se evitar a instalação do viveiro em
locais irregulares e dar preferência a so-
los de textura solta, com boa drenagem,
evitando-se o acúmulo de água, o que
pode acarretar o excesso de umidade e,
por consequência, o aparecimento de
pragas ou doenças no viveiro.
Proteção dos ventosA ação direta dos ventos sobre as
plantas pode acarretar torção e inclina-
ção, trazendo prejuízos no desenvolvi-
mento das mudas. Deve-se plantar uma
cortina quebra-vento com espécies de
crescimento rápido [Parkia multijuga
(paricá), Inga edulis(ingá), Acacia man-
gium (acácia mangium)], etc., ou manter
a vegetação existente no local. A prote-
ção vegetal deve ficar a uma distância
razoável, para evitar o sombreamento
excessivo. O tamanho do viveiro a ser
construído vai depender da quantidade
de mudas a produzir, do tamanho dos
recipientes, da forma de distribuição das
mudas no espaço interno e do tempo
que as mudas permanecerão no vivei-
ro. O projeto aqui apresentado detalha
a instalação de um módulo com capa-
cidade aproximada de 30.000 mudas,
que poderá ser ampliado com outros
módulos, de acordo com a necessidade
de produção.
DimensõesO módulo apresenta a dimensão
de 24 x 24 m, perfazendo uma área de
576 m2. Os esteios estão dispostos a uma
distância regular de 4 x 4 m, exceto nas
duas faces que podem servir para am-
pliação, em que a distância cai para 2 m
na linha; têm 0,10 x 0,10 m de espessura,
com 2 m de pé-direito e comprimento
total de 2,50 m.
O viveiro está dividido em quatro
submódulos, com áreas de circulação
pavimentadas com brita, para facilitar o
acesso de máquinas, veículos e pessoas,
e permitir uma melhor drenagem das
águas; limitadas com meio-fio, que pode
ser de qualquer material disponível no
local (madeira, tijolos, blocos de cimen-
to, etc.). Esses submódulos deverão ser
nivelados com areia, que além de ofe-
recer uma melhor condição para a sus-
âmetro, da qual derivam 18 linhas secun-
dárias de 20 mm, sendo 9 de um lado e 9
do outro. Em cada linha secundária há um
registro e 6 nebulizadores distantes 1,80 m
entre si. Os nebulizadores utilizados neste
projeto são do modelo cônico, mas exis-
tem no mercado outros tipos e modelos
que poderão ser utilizados, e até outros
materiais para as linhas de distribuição.
O importante é que o sistema seja elevado
para garantir todas as qualidades buscadas
na distribuição da água no viveiro.
Legalização do ViveiroO negócio agrícola está cada vez mais
profissionalizado. Para se adequar aos no-
vos tempos, o produtor deverá zelar pela
qualidade de seu material, obtendo pro-
págulos de boa procedência e utilizando
as técnicas adequadas de semeio, plantio
e condução das mudas. Porém, a ativida-
de é disciplinada por lei, e os produtores
deverão procurar a Superintendência do
Ministério da Agricultura Pecuária e Abas-
tecimento, para efetuarem a competente
regularização. Com o advento da Lei nº
10.711, de 05 de agosto de 2003, muita
coisa mudou em relação ao regulamento
da inspeção e fiscalização da produção e
do comércio de sementes e mudas.
Fonte: Embrapa Amapá
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
: Ant
ônio
Carlo
s Per
eira G
óes
Foto
: Divu
lgaçã
o
20 Março 2013 21Março 2013
Integração do controle químico e biológico de pragas:
Sustentabilidade
Por José Otavio Menten, Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS),
Eng. Agrônomo, Mestre e Doutor em Agronomia, Pós-Doutorados em Manejo de Pragas e Biotecnologia,
Professor Associado da USP/ESALQ.
Manejo SustentávelAs vantagens da integração de mé-
todos químicos e biológicos podem ser
demonstradas através de vários exem-
plos. Na cultura da cana-de-açúcar,
parte expressiva de insetos é manejada
biologicamente, através da utilização
de parasitas, parasitóides e microrganis-
mos entomopatogênicos. Entretanto, o
manejo de plantas daninhas é realizado,
principalmente, através de herbicidas. O
manejo de mofo branco, doença de di-
versas culturas como soja, feijão, algodão,
girassol, tomate, batata, alface, cenoura,
etc., causado pelo fungo Sclerotinia scle-
rotiorum, deve ser feito integrando-se os
métodos: pode-se aplicar fungos anta-
gônicos, como Trichoderma spp., no solo,
antes de semeadura, ou no sulco ou na
semente, e aplicar fungicidas no estádio
de florescimento. Mais uma vez, o “agro-
conhecimento” é essencial: devem ser
utilizados fungicidas que sejam eficien-
tes contra o patógeno e que não redu-
zam a população do fungo antagônico.
O MIP é tão vantajoso que é considerado
a “base” do conceito de agricultura sus-
tentável, tão debatida e perseguida atu-
almente, fundamental para que o agro
continue sendo a “âncora verde” do de-
senvolvimento do Brasil. É graças ao agro
que nosso país continua em sua cami-
nhada para se consolidar como o “celeiro
do mundo”, de acordo com previsões de
diversas entidades internacionais.
A s pragas agrícolas (plantas dani-
nhas, insetos, ácaros, fungos, bac-
térias, vírus, nematoides etc.) são
responsáveis por danos de 40% na produ-
ção vegetal. Se conseguíssemos neutrali-
zar o efeito prejudicial destes seres vivos
nocivos, a produção de alimentos, fibras
e agroenergia seria 40% maior, sem haver
necessidade de aumento da área cultiva-
da; apenas aumento do rendimento ou
produtividade. Uma determinada lavoura
está sujeita, em geral, a diversas pragas, de
várias classes, em diferentes fases de seu
desenvolvimento. Assim, é fundamental
que as pragas agrícolas sejam manejadas,
utilizando-se todas as medidas disponí-
veis e adequadas para cada situação. Es-
tas medidas, geralmente, são agrupadas
em diferentes métodos: químico, bioló-
gico, físico, cultural, genético, mecânico
e legislativo. As Boas Práticas Agrícolas
(BPA) preconizam o Manejo Integrado de
Pragas (MIP), que significa o emprego das
diversas medidas adequadas, simultanea-
mente ou em sequência.
Tanto o controle químico como o bio-
lógico tem seus pontos positivos e nega-
tivos. A utilização de medidas incluídas
aos métodos químico e biológico pode
e deve ser feita respeitando aspectos
técnico-científicos e sob responsabi-
lidade/orientação de profissional habili-
tado e competente.
Controle biológico inclui tanto o estí-
mulo aos processos naturais que reduzem
o crescimento de populações de pragas
agrícolas como a aplicação de agentes de
biocontrole ou produtos biológicos ou
naturais. O maior mercado destes produ-
tos é a “agricultura convencional”, embo-
ra se tenha a falsa impressão que sejam
destinadas, exclusivamente, à “agricultura
orgânica”. Aliás, essa polarização entre
estes dois “tipos” de agricultura não é
benéfica para o agro ou para a sociedade.
O importante é que os produtos vegetais,
tanto “convencionais” como “orgânicos”,
tenham boa qualidade, sejam saudáveis,
seguros ao consumidor sob aspectos
nutricionais, microbiológicos, físicos
e quanto a contaminantes e resíduos,
além de saborosos e com bom aspecto.
Manejo de plantas daninhas com plantio
direto na palha
Foto
s: ht
tp://
cultu
rasa
grico
las.w
ordp
ress.
com
/
22 Março 2013 23Março 2013
O cheiro, o sabor e as cores das
frutas nativas instigam a me-
mória de muitos brasileiros.
Pitanga roxa, goiaba, jabuticaba, araçá,
gabiroba, seriguela, articum, jatobá,
mangada, umbu. Estes são alguns exem-
plos de espécies muito apreciadas e que
representam uma opção de alimentação
saudável, pois possuem grande valor
nutricional, com vitaminas, sais minerais,
antioxidantes, açúcares naturais (fruto-
se), além de várias outras substâncias
que auxiliam na prevenção e no com-
bate de doenças. Outrora comumente
encontradas nas matas e nos campos,
atualmente algumas delas estão se tor-
nando cada vez mais raras.
Na produção agrícola no Brasil, des-
de o início da colonização, o cultivo de
uma única espécie (monocultura) em
grandes propriedades sempre ocupou
posição de destaque. A cana-de-açúcar,
o café, o milho, a soja são exemplos de
lavouras que, em diferentes momentos,
foram grandes responsáveis pela gera-
ção de renda e trabalho. Entretanto, os
avanços da fronteira agrícola e da ocu-
pação humana têm colocado em risco
algumas espécies, como é o caso da
jabuticaba-branca. Neste contexto, um
tipo de produção que se diferencia bas-
tante da agricultura especializada mere-
ce ter sua importância reconhecida.
Os quintais contribuem de forma
efetiva para a conservação da biodiver-
sidade. Comum nos quintais de peque-
nas propriedades rurais ou em moradias
urbanas, o pomar é o local onde são
cultivadas árvores frutíferas diversas.
Se, por um lado, a conservação de es-
pécies de frutas nativas esteve ligada ao
endemismo, isto é, a sua capacidade de
se perpetuar espontaneamente em um
determinado ecossistema, por outro, as
práticas tradicionais de cultivar, doar e
trocar mudas também tem contribuído
fortemente neste sentido.
Nos quintais, a produção dos poma-
res domésticos é prioritariamente orien-
tada para o consumo da própria unida-
de familiar, sendo também ofertada a
vizinhos e conhecidos. Entretanto, outro
tipo de destinação tem se mostrado ex-
tremamente vantajoso. Recentemente,
grandes redes de supermercados têm
descoberto que as frutas nativas podem
apresentar valor comercial elevado.
O mercado internacional também
tem se mostrado promissor: espécies
como maracujá, cacau e caju ganharam
o mundo e representam um estímulo ao
agronegócio. As espécies nativas pos-
suem uma vantagem adicional no cená-
rio internacional: não possuem concor-
rentes em outros países, ao contrário das
laranjas brasileiras cujo valor no mercado
estrangeiro depende das condições de
produção em pomares estadunidenses.
Entretanto, para que seja viável o avan-
ço da fruticultura, é fundamental que o
Brasil intensifique as pesquisas em busca
de um melhor aproveitamento da biodi-
versidade brasileira.
Devido à sua grande extensão terri-
torial 8.514.876,599 km2, segundo o IBGE,
é possível encontrar no Brasil áreas com
diferentes climas como o trópico úmido
no Norte, o semi-árido no Nordeste e
áreas temperadas no Sul. Estas diferen-
ças climáticas contribuem para grandes
variações dos ecossistemas e possibili-
tam a produção de uma vasta variedade
de frutas ao longo de todo o ano.
A biodiversidade abrange toda a
variedade de espécies de flora, fauna
e micro-organismos, bem como suas
inter-relações nos ecossistemas. Sua pre-
servação é fundamental para assegurar
o equilibro ambiental e a manutenção
daquilo que constitui as bases da vida:
alimentos, água, oxigênio, clima estável,
entre outros. Segundo o Ministério do
Meio Ambiente, mais de 20% do número
Frutas nativas brasileiras
A importância dos quintais para a conservação da biodiversidade
*Leylane Silva Ferreira e Mariana Gonçalves Moreira,
especialistas em Gestão Ambiental e Geoprocessamento e
consultoras da Buriti Socioambiental.
Araçá
Mangaba
Goiaba
Jatobá
total de espécies da Terra se encontram
no Brasil, país que abriga a maior biodi-
versidade do planeta.
Infelizmente, a despeito de toda a
riqueza e potencial do Brasil, o núme-
ro de espécies ameaçadas de extinção
tem se elevado de forma alarmante.
Diante disso, vale enfatizar a impor-
tância do cultivo das frutas nativas nos
quintais, da viabilidade de seu aprovei-
tamento comercial e da manutenção
de áreas de preservação onde possam
ser encontradas.
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
: Divu
lgaçã
oFo
to: D
ivulga
ção
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
: Gilli
an G
uten
berg
Seriguela
Articum
Foto
: Divu
lgaçã
o
24 Março 2013 25Março 2013
Cama de frango é proibida na alimentação
de ruminantes
de amendoim, capim picado, casca de
arroz, sabugo picado e outros. Essa di-
versidade material absorvente causa
grande heterogeneidade na composi-
ção da cama de frango. Além disso, o
tipo de ração, a idade e tipo de aves, a
quantidade de penas e excretas, o nú-
mero de lotes criados, o tempo e for-
ma de armazenamento da cama e em
determinados casos aves mortas (pin-
tinhos) que não foram coletados pelos
granjeiros, misturam-se no substrato, e
em condições favoráveis podem desen-
volver a síndrome do Botulismo.
Acama de frango ou substrato de
piso é o subproduto da indústria
avícola e foi amplamente utiliza-
do e popularizou-se pelos pecuaristas
na alimentação de ruminantes, visto
seu custo reduzido e grande disponibi-
lidade no mercado. Ela contém além da
excreta das aves, o material absorven-
te usado como cama, daí seu nome, e
em menor quantidade outros materiais
como ração das aves, penas, material do
piso do aviário, etc. O material absor-
vente é bastante variável, sendo os mais
comuns a maravalha de madeira, casca
Essa determinação veio de encontro
ao desejo do mercado internacional e
para atender exigências dos importado-
res de carne bovina.
Além dos fatores sanitários mencio-
nados, existe ainda um terceiro aspecto
relacionado a uma possível repugnân-
cia por parte dos consumidores em sa-
berem que podem estar consumindo
carne bovina produzida por animais ali-
mentados com cama de frangos.
Em alguns países que permitem
ou que permitiam o uso de cama de
frango, foram estabelecidas regras
bem claras, como necessidade de tra-
tamento via autoclave ou via fermen-
tação anaeróbica para torná-la mais
segura do ponto de vista sanitário. No
Brasil, até sua recente proibição pelo
MAPA, seu uso era permitido sem ne-
nhuma regulamentação. Embora não
muito numerosos em relação ao seu
uso indiscriminado, alguns problemas
sanitários ocorreram com bovinos ali-
mentados com cama de frango. Feliz-
mente, até nos dias atuais, nenhum
caso de saúde humana relacionado ao
consumo de carne bovina produzida
por animais alimentados com cama de
frango foi observado.
É de conhecimento geral que no
Brasil nunca houve se quer um caso
da BSE (vaca louca), isso graças às con-
dições climáticas, sistemas de criação,
materiais genéticos diferenciados prati-
cados em nosso território, esta síndrome
dificilmente ocorrerá por aqui, é tam-
bém de sabedoria que grande montante
de criadores de gado continuam a usar a
cama para alimentar seus bois em con-
finamentos, suas vacas e novilhas. Essa
clandestinidade ou não cumprimento
das regras podem de uma maneira ou
outra prejudicar o criador de gado e im-
pedi-lo de comercializar seus produtos.
Só o bom senso por parte dos pecuaris-
tas nos deixará fora de novos embargos
e assim poderemos ampliar nossos par-
ceiros comercias da carne brasileira.
Evandro José Rigo MSc Zootecnista e professor nos cursos
de Zootecnia, Agronomia da FAZU e Medicina Veterinária da UNIUBE.
NSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 08, DE
25 DE MARÇO DE 2004 O MINISTRO DE
ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO, no uso da atribuição
que lhe confere o art. 87, Parágrafo único,
inciso II, da Constituição, tendo em vista
o disposto no art. 71 do Regulamento do
Serviço de Defesa Animal, aprovado pelo
Decreto nº 24.548, de 3 de julho de 1934,
nos artigos 1º e 2º da Lei nº 6.198, de
26 de dezembro de 1974, e o que consta
do processo nº 21000.008269/2003-65,
e considerando a epidemiologia da
Encefalopatia Espongiforme Bovina - EEB
e a necessidade de manutenção da
situação sanitária do Brasil em relação
a essa doença, resolve:
Art. 1º Proibir em todo o território
nacional a produção, a comercialização
e a utilização de produtos destinados
à alimentação de ruminantes que con-
tenham em sua composição proteínas
e gorduras de origem animal.
Parágrafo único. Incluem-se nesta
proibição a cama de aviário, os resídu-
os da criação de suínos, como também
qualquer produto que contenha proteí-
nas e gorduras de origem animal.
O uso da cama de frango na alimen-
tação de ruminantes, especialmente
bovinos, era antiga e resultava, por um
lado, boa capacidade do ruminante usar
esse alimento contendo nitrogênio não
protéico (NNP) e digerir alimentos fibro-
sos, e por outro, da grande disponibi-
lidade e do baixo custo desse material.
Consequência desse fato foi um número
enorme de trabalhos na literatura na-
cional e internacional sobre seu uso, os
quais esclareciam sobre o uso da cama
de frango na alimentação de bovinos e
sobre os possíveis riscos à saúde animal
e humana.
Com o surgimento de casos da BSE
ou EEB (encefalopatia espongiforme bo-
vina) (doença da vaca louca) registrados
no mundo obrigou os países a endure-
cerem as regras quanto ao uso de proteí-
na de origem animal ou de produtos que
contenham resíduos dessas proteínas na
alimentação de ruminantes. Os impactos
na pecuária brasileira foram imediatos e
em 1996, o Ministério da Agricultura, Pe-
cuária e Abastecimento (MAPA), proibiu
a utilização de qualquer subproduto de
origem animal na alimentação de rumi-
nantes, e a cama de frango não fugiu à
regra. Isso porque ela pode conter resto
de penas e até de carcaças de aves, bem
como fezes, que eventualmente carre-
guem resíduos contaminantes. Por essas
pressões mercadológicas , o MAPA, insti-
tui a normativa n° 8 que insere:
Foto
s: Di
vulga
ção
26 Março 2013 27Março 2013
28 Março 2013 29Março 2013
Restos Culturais de
na alimentação do rebanhoAbacaxi Amonizado
porém com pouca utilização na alimen-
tação animal.
Atualmente, as agroindústrias inves-
tem no aumento da capacidade de pro-
dução, gerando grandes quantidades
de subprodutos, que geram custos ope-
racionais para as empresas ou poluição
para o meio ambiente; a utilização desses
subprodutos, considerando as limitações
proteicas e ressaltando seu conteúdo
energético pode ser uma importante al-
ternativa alimentar para ruminantes.
Uma estratégia que tem sido bastante
utilizada é o emprego de restos culturais,
disponíveis por ocasião das colheitas, que
podem ser utilizados como volumoso
na época de escassez de forragem, di-
minuindo a competição entre homens
e animais pelos grãos produzidos. Além
disso, reduz os custos com a alimentação
animal e minimizando o problema de des-
tino de alguns resíduos, que provocam
poluição ambiental. A utilização desses
resíduos na alimentação animal de-
pende de uma série de fatores, como:
proximidade entre o setor de criação
e o setor de produção dos resíduos,
custos com transportes, caracterís-
ticas nutricionais, armazenamento
e manipulação dos mesmos.
A alimentação é responsável
pela maior parte dos custos de
produção animal e pode dificultar
a criação de caprinos e ovinos, espe-
cialmente, em relação aos pequenos
produtores. A carência de forragei-
ras com elevado valor nutricional
no período das secas diminui
o crescimento, ganho de peso,
reprodução e saúde dos animais,
provocando baixos rendimentos
nas explorações pecuárias.
O Nordeste brasileiro é considera-
do como região de condições
climáticas adversas, as quais pre-
judicam o desenvolvimento das ativida-
des na agropecuária, devido às carências
nutricionais dos rebanhos, cuja baixa pro-
dutividade deve-se aos manejos alimen-
tar, reprodutivo e sanitário deficientes.
Uma estratégia a ser usada para melho-
rar os níveis produtivos desses rebanhos
seria a adequação destes manejos. Na
época seca, com as pastagens deficien-
tes, necessário se faz obter alimentos de
alto valor nutritivo com custos reduzidos
que devem ser utilizados com mais frequ-
ência no sistema de produção intensivo
visando aumentar a produção de carne.
Para os pecuaristas este é um dos
maiores problemas enfrentados, geran-
do como consequência, a baixa produ-
tividade dos rebanhos na estação seca.
É necessário conhecimento adequado
sobre as exigências nutricionais dos ani-
mais e da composição dos alimentos
para obter uma produção animal eficien-
te. Portanto, deve-se adquirir técnicas de
conservação de alimentos, tais como: en-
silagem e fenação, assim como a utiliza-
ção de resíduos agroindustriais, restos de
culturas, que assegurem a manutenção
da produção nos períodos críticos.
A industrialização da fruticultura
tropical tem propiciado enormes so-
bras de subprodutos, que in natura ou
beneficiados, poderão contribuir com
uma parcela expressiva na alimentação
de ruminantes, porém as pesquisas e as
informações na utilização dessas fontes
alternativas para alimentação animal
ainda são limitadas. No entanto, gran-
des quantidades de restos de cultura e
resíduos agroindustriais são produzidas,
Pensando dessa maneira, vê-se nos
restos culturais de abacaxi (RCA), uma
alternativa eficiente e econômica para
produtores de abacaxi, que também
criam pequenos ruminantes em suas
propriedades.
O Brasil é o maior produtor mun-
dial de abacaxi. No mercado nacional, o
abacaxi responde por 5,2% do valor da
produção de frutíferas, segundo a FAO
(Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação). Em 2006 fo-
ram produzidos 1.707.088 milheiros de
abacaxis sendo o rendimento médio de
25.538 frutos/ha; e a área colhida 66.845
há (IBGE/2006).
O município de Umburanas locali-
zado na Região Centro-Norte da Bahia,
cerca de 540 km da Capital Salvador,
tem se destacado pela sua produção de
abacaxi, sendo recentemente zoneado
pelo Ministério da Agricultura e Pecuária
(MAPA) como região produtora, possui
hoje em torno de 197 hectares de aba-
caxi plantados, com uma produção mé-
dia de 19 milhões de frutos (IBGE/2011)
e um rebanho efetivo de 23.250 cabeças
Helainne De Oliveira Silva, Técnica em Agropecuária/ EAFSB - CREA/BA
Graduanda em Zootecnia/ UFRB.
caprino e 10.800 ovinos (IBGE/2011).
Apesar da importância dessa cultura
pouco se conhece sobre o uso dos sub-
produtos dessa cultura na alimentação
de ruminantes no Brasil.
A produção de abacaxi oferece dois
tipos de subprodutos: os restos de cultu-
ra resultantes após a colheita dos frutos e
os resíduos do processo de industrializa-
ção da fruta, ambos podem ser usados na
alimentação de pequenos ruminantes.
Por esse motivo, hoje na Universi-
dade Federal do Recôncavo da Bahia,
encontra-se em andamento, um estudo
experimental sobre a utilização de restos
culturais de abacaxi, passando pelo pro-
cesso de amonização, para ser uma forma
de alimento alternativo para ovinos. Fo
to: D
ivulga
ção
Foto
: Heli
anne
Silva
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
: Heli
anne
Silva
Plantação de abacaxis em Umburanas - BA
Rebanho de ovinos em Umburanas - BA
30 Março 2013 31Março 2013
hectare de soja, ou seja, o valor agrega-
do destas culturas independe do tama-
nho da área.
Por isso, defendo que temos uma
única agricultura. O termo familiar nos
remete a pequenos, órfãos, desassistidos
- grande parte desta ultima expressão
é verdadeira – sem poder. Na verdade,
nossa revolução verde é grande em área
e em produtividade. Vejam: em 1980
se produzia próximo de 10,9 toneladas
hortaliças por hectare. Hoje estamos
próximos de 25 toneladas, praticamente
aumentamos 2,5 vezes nossa produção.
Isso tudo graças aos produtores - sejam
aqueles que possuem pequenas ou
grandes áreas. Quando a tecnologia não
chega ao produtor brasileiro, ele a busca.
Agora imaginem se tivéssemos uma
extensão rural estruturada no Brasil:
onde cada propriedade tivesse um res-
ponsável técnico por suas atividades.
Onde estaríamos? Pensem nisso!
Enfim, amigos: estamos em uma
nova revolução verde. O ano de 2050
está logo ali e, até que se prove o con-
trário, teremos de produzir muito mais.
Se hoje necessitamos de 21 bilhões de
refeições por dia com 7 bilhões de ha-
bitantes, certamente precisaremos de
27 bilhões de refeições, pois estaremos
com 9 bilhões de habitantes até 2050. E
ainda tem gente que quer contrariar o
pai da revolução verde Norman Borlaug
- mudando o nosso sistema de produ-
ção que preserva milhares de árvores,
que acabou com a erosão e que vai
chegar em 40 anos com o crescimento
gigantesco na produção. Não esqueçam:
quanto menor a oferta, maior o preço.
Não gostaria de rever as famosas má-
quinas de remarcar preço como foi em
épocas de inflação. Acorda presidente!
A agricultura sustenta o Brasil. Até mais!
Por José Annes MarinhoEngenheiro Agrônomo,
Gerente de Educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal – Andef.
Agricultura familiaré familiar mesmo!
E m recente conversa com amigos,
falávamos sobre os mitos e os
fatos que a nossa agricultura criou
e que foi inserida. Depois de muitos as-
suntos: defensivos agrícolas, Brasil – o
maior produtor de soja, preço das com-
modities, oportunidades de emprego
no campo, campanhas de mídia, entre
outros, chegou à vez de falarmos sobre
a agricultura familiar.
O que significa a expressão “agricul-
tura familiar” no Brasil? Para dizer-lhes a
verdade: temos vários significados. Mas
aprendi que a expressão é destinada
aos pequenos produtores, aqueles que
produzem em certos momentos para
subsistência ou até mesmo para forneci-
mento de alimentos em pequenas feiras.
Será mesmo que não estamos confun-
dindo novamente as pessoas das cida-
des? O termo agricultura familiar para
mim significa: quem produz no campo
é a família. São grandes empresários que
aprenderam a valorizar e produzir em
pequenos ou grandes espaços. Porém,
com altas lucratividades e produtivida-
des. Para vocês terem uma ideia: a lucra-
tividade de um hectare de cogumelos é
pelo menos cinco vezes maior que um
32 Março 2013 33Março 2013
34 Março 2013 35Março 2013
Analisando esse cenário, a Associação Brasileira da Indústria
Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) anunciou
a perspectiva de crescimento para 2013 na suinocultura e
projeta um crescimento de até 1% em 2013, bem abaixo do
potencial da suinocultura. “Com essa avaliação, podemos ter
uma boa perspectiva. Mas o produtor precisa manter o plan-
tel que possui por pelo menos um ano, sem ampliar. A última
crise que aconteceu foi muito significativa, e temos muitas
dívidas para quitar. Precisamos de
garantias no mercado, após isso, até
podemos pensar em crescer. A cri-
se mundial é fato e pode compro-
meter novamente a suinocultura”,
afirma o presidente.
em 2013
Asuinocultura
Foto
s: D
ivulga
ção
Foto
: Clov
erley
Dole
2013 inicia com perspectivas para a suinocultura brasi-
leira. Apesar de 2012 ter deixado marcas fortes no setor,
como as inúmeras dívidas feitas para salvar os plantéis,
os produtores estão buscando a recuperação. A Associação
Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) vê boas perspec-
tivas, mas pede muita cautela. “O cenário revela uma melhora
nas exportações já neste início de ano, a lucratividade pode
ser obtida se as vendas externas forem mantidas ou amplia-
das”, destaca o presidente da ACCS, Losivanio de Lorenzi.
Devido ao ápice da crise da suinocultura em 2012, o mercado
sofreu uma redução significativa no número de matrizes. Além
disso, em dezembro, o forte calor registrado, provocou a mor-
te de pelo menos 2,500 mil suínos. “E isso vai comprometer o
mercado, nos próximos meses”, comenta.
Foto
: Divu
lgaçã
o
36 Março 2013 37Março 2013
Multimarcas Consórcio
Consumidores satisfeitos com a ob-
tenção de bens e serviços por meio de
uma aquisição programada e um varia-
do mercado disposto a oferecer cada vez
mais opções para as compras planejadas
e parceladas, fazem dos consórcios um
mercado em evolução.
Fabiano Lopes Ferreira, um mineiro
de Itapecerica, Minas Gerais, que ainda
jovem foi estudar e trabalhar na cidade
grande, além de ser o diretor-proprietá-
rio e jurídico da Multimarcas Consórcios,
conhece como poucos o sistema e pode
falar por ele.
Formado em direito, com mestrado
em direito processual civil, é o autor do
livro “Consórcio e Direito, Teoria e Prá-
tica”, inteiramente dedicado ao tema
e a obra mais completa sobre o sis-
tema de consórcios. Fabiano fez tam-
bém diversos cursos de especialização,
inclusive em consórcios, o que lhe deu
a base para escrever o livro e a qualifi-
cação para proferir palestras no Brasil
e no exterior.
Sua experiência soma o Consórcio
Nacional Ford, a Fiat, além da revenda
UUm dos mais importantes se-
tores da economia nacional na
atualidade, já foi um patinho
feio. Os consórcios, uma invenção genui-
namente brasileira, nasceram sem do-
nos, sem regras, sem leis. Com o passar
do tempo os negócios e os desmandos
foram se ampliando de tal forma, que
uns passaram a ser caso de polícia e ou-
tros entraram em rota de colisão com a
Receita Federal, responsável à época por
sua fiscalização.
Muita gente foi premiada e quase
outro tanto prejudicada. Era muito difí-
cil fiscalizar e impor regras às adminis-
tradoras. Faltam os instrumentos legais.
Nesse tempo, atraídos pela ganância e a
perspectiva de obter lucro fácil e sem ter
de prestar contas a ninguém, aventurei-
ros se travestiram de administradores e
operaram o sistema a seu gosto e prazer.
O sistema foi à lona, mas graças à
honestidade e ao esforço desmedido de
alguns idealistas sua imagem foi recupe-
rada, sobretudo à partir do advento das
leis que o normatizaram e fizeram dele
um dos pilares da economia do país.
em todo o Brasil por meio de convênios
com a rede de concessionárias Chery.
O empresário é um dos autores do an-
teprojeto da lei federal 11.795/2008, a
lei geral do sistema de consórcios, um
instrumento que regulou o setor e per-
mitiu que alcançasse a histórica marca
de quase 5,18 mil consorciados ativos,
exatamente quando acaba de comple-
tar 50 anos de existência.
Hoje existem consórcios para quase
tudo, desde imóveis, automóveis, utili-
tários, caminhões, motocicletas, máqui-
nas e implementos agrícolas, eletroele-
trônicos e serviços em geral.
e do consórcio Cobrasa, deste tendo
sido um dos fundadores. Há aproxima-
damente 20 anos atua na Associação
Brasileira de Administradoras de Con-
sórcios (Abac) e no Sindicato Nacional
dos Administradores de Consórcios (Si-
nac,) entidades nas quais exerceu vários
cargos, entre eles o de delegado adjun-
to da Regional Sudeste II (MG, RJ E ES),
depois delegado e presidente regional.
Hoje, preside o Conselho Nacional da
Abac e a presidência do Sinac.
Quando Fabiano comprou o Con-
sórcio Cobrasa e o transformou em
Multimarcas Consórcios, a nova em-
presa tinha apenas 2 mil consorciados,
20 funcionários, três representantes de
vendas e atuava somente em Belo Ho-
rizonte. Atualmente, possui milhares de
consorciados, cerca de 600 colaborado-
res entre funcionários registrados e ter-
ceirizados. opera com departamentos
próprios em 12 estados da federação e
O presidente da Abac, Fabiano Lopes Ferreira
serv
iços
0,3
%
imóv
eis 13
%
PARTICIPAnTES ATIVOS5,18 milhões
SISTEMA DE CONSÓRCIOS
elet
ros 1%
veíc
ulos
aut
omot
ores
85,
7%
é destaque no setor nacional
Foto
s: Di
vulga
ção
Março 2013 3938 Março 2013
crescimento dos consórcios ou é ape-nas um mero componente do quadro de opções?
Fabiano: O consórcio de serviços
veio com a lei 11.795, de 2008. Portanto,
é muito novo. Apesar de estar crescen-
do bem, em termos quantitativos ainda
é modesto. Porém, por ser um segmen-
to que abrange praticamente todos os
tipos de serviços, a médio e longo prazo,
certamente, irá fazer muito sucesso.
MR: Dos veículos leves, ainda de acordo com os dados da Abac, as motocicletas têm sido o destaque. Mais da metade de suas vendas, para ser exato 54%, são consuma-das pelos consórcios. No entanto, há também uma grande procura pe-los veículos leves e pesados, máqui-nas e implementos agrícolas. Neste último caso, isso acontece devido à extensão da agricultura brasileira ou porque os preços dessas máqui-nas são muito altos?
Fabiano: Entre outras, estas duas
situações são registradas. Entretanto, é
preciso citar que o agricultor e o pecua-
rista brasileiro, de uma forma geral, tam-
bém aprenderam a adquirir ou a trocar
seus bens e até a fazer poupança com
mais atrativo, não só para os consumi-
dores, mas também para os empresários
que passaram a investir mais no segmen-
to. Os consórcios das grandes empresas,
dos bancos e das fábricas passaram
a investir e dedicar atenção especial ao
sistema, que a partir dali vem crescendo
a cada ano até atingir este recorde.
MR: A Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios - Abac, divulgou que a classe “C” representou 30% do total de clientes do sistema no ano passado. Antes, esta faixa não era considerada com-pradora ou público-alvo, mas, agora, está migrando naturalmente para os consórcios. De que forma, com qual objetivo e diante de qual atrativo?
Fabiano: Essa classe começou a
comprar consórcios primeiro porque
o Brasil vive um momento de quase
“pleno-emprego” e ela passou a obter
melhores rendimentos. Por outro lado,
o consórcio foi buscá-la, ao alongar os
prazos dos grupos e em consequência
reduzir o valor das prestações. Também
a classe “D” está vindo, e já dizem por aí
que até a classe “E” vai compor o quadro
com alguma expressão.
MR: O sistema tem hoje uma nova modalidade para aquisição, o con-sórcio de serviços. Esse segmento é algo representativo na escalada de
pressa em cobrir o território nacional
com departamentos próprios, embora
já estejamos em todos os estados por
meio dos convênios com a fabricante
de automóveis chinesa Chery.
MR: A Multimarcas já tem estrutura para receber todo este crescimento?
Fabiano: A Multimarcas está mui-
to bem estruturada, tanto em pessoal
como em estrutura física e de tecno-
logia. Contudo, de acordo com as ne-
cessidades vamos adaptando as estru-
turas. Saltar de 12 estados para 27, e de
60 para mais de 800 pontos de vendas,
requer, além de muito investimento,
uma operação bem diferente da atual.
Nós nos preparamos para isso e vamos
em frente.
MR: A previsão de crescimento do sistema de consórcios para 2013 é de 5 a 7%, se a economia se mantiver como hoje. Qual a previsão de cresci-mento da Multimarcas para este ano?
Fabiano: A Multimarcas sempre
cresceu bem acima dos índices mé-
dios do segmento. Entretanto, em fun-
ção desses promissores convênios que
firmamos e dessa importante reestru-
turação comercial e administrativa que
implementamos, a nossa previsão de
crescimento anual é de mais de 15%.
o consórcio, ou seja, os consórcios, hoje
em dia, não são mais restritos às gran-
des cidades. O consórcio está nas pe-
quenas cidades do interior e muito forte
também no meio rural. Hoje, ao contrá-
rio do passado, você vê trabalhadores
rurais comprando consórcios. E para os
implementos agrícolas, principalmente
aqueles que têm um custo muito alto,
o consórcio, por não cobrar juros e
oferecer prazos bastante alongados,
se adapta muito bem.
MR: A Multimarcas Consórcios, é considerada a maior empresa do setor em Minas Gerais, em arrecada-ção de taxa de administração e a 38ª no ranking nacional. Mesmo assim, no final do ano passado ela passou por uma grande reestruturação, com profundas alterações no setor co-mercial e também no administrativo, isso foi uma alteração estratégica?
Fabiano: Claro! A empresa nasceu
há 12 anos, fruto de um processo de
cisão parcial do capital social da en-
tão Cobrasa Consórcios.. A partir do
ano passado, decidimos terceirizar
por completo todo o setor comercial
e centralizar completamente a gestão
na matriz da empresa em Belo Hori-
zonte. A terceirização, por si só, já dei-
xa a empresa mais enxuta e mais leve,
ou seja, mais fácil de administrar. Ao
reduzirmos os custos, um propósito
que buscamos com determinação, ti-
vemos como investir a economia na
expansão da empresa. Segundo nos-
sas metas, nos próximos dois anos va-
mos expandir nossas operações dos
12 estados atuais para os 27. Temos
A revista Mercado Rural con-
versou com Fabiano Lopes
Ferreira, que falou sobre o
mercado de consórcios brasileiro e os
projetos da Multimarcas para o ano.
MR: O sistema de consórcios termi-nou o ano de 2012 com 5,18 milhões de consorciados ativos, registrando um crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior, quando chegou a 4,65 milhões de consorciados. A que se atribuiu este desempenho em um ano no qual o governo incentivou bastante a venda de veículos, inclu-sive ofereceu redução de IPI para carros novos estimulando assim, a venda de veículos pelo crédito dire-to ou financiamento?
Fabiano: O sistema de Consórcios
vem se aperfeiçoando ao longo dos
anos. A partir de 1991, com a chega-
da do Banco Central do Brasil, foi feito
um saneamento no sistema. Foram re-
tiradas do mercado as empresas que
não tinham condições de permanecer;
e mais recente, foi editada a lei federal
n.º 11.795/2008 que deu consistência
jurídica ao consórcio. Com isso, o setor
ganhou mais credibilidade e se tornou
40 Março 2013 41Março 2013
externo, pensamos logo em exporta-
ções. É fora de dúvida que o conheci-
mento técnico e comercial adquirido
por nossos empreendedores do setor,
tem nos permitido obter expressivos
resultados em exportação; mas o objeti-
vo deste relato é fazer um alerta para as
oportunidades que estão surgindo não
somente com vendas externas, pelo me-
nos num primeiro momento.
Como dissemos, a ação de expor-
tação tem sido o foco comum do em-
presário do setor de agronegócios.
Gostaríamos, porém, de ressaltar aos em-
preendedores do segmento agropecuá-
rio que o mercado externo pode e deve
ser explorado buscando novas formas de
parcerias.
A captação de investidores internacionais
Face à declarada quebra de safras
agrícolas em países como Estados Uni-
dos, países da Zona do Euro e Europa,
sabe-se que muitos investidores estran-
geiros têm aportado aqui recursos num
primeiro momento, para comprar terras,
mas é inegável que precisam de parcei-
ros para montagem de projetos conjun-
tamente com empreendedores locais, se
utilizando da infraestrutura e do conhe-
cimento do empresário nacional do se-
tor. Existe um cenário apto, pronto para
parcerias com estes investidores na cap-
tação dos investimentos que desejem
realizar aqui, criando um novo nicho de
negócio; o de investimentos estrangei-
ros no agronegócio brasileiro, não mais
e tão somente na aquisição de terras.
Importação de tecnologia e de conhecimento produtivo
O empresariado brasileiro do se-
tor de agronegócios desconhece, por
exemplo, que se pode importar equi-
pamentos usados sem similar nacional
e que estão sub-utilizados no mercado
externo pela frequente quebra de safras
nos países produtores. E estes equipa-
mentos na condição de usados, ficam
por cerca de 1/3 do preço de um novo,
proporcionando redução no custo de in-
vestimentos. Igualmente a aquisição de
serviços internacionais via empresas es-
pecializadas em estudos de técnicas de
plantio, desenvolvimento de novas for-
mas de produção entre outros serviços,
estão ao acesso do empresário nacional.
O cenário da produção agrícola na Eu-
ropa e Estados Unidos atinge hoje, um
crítico momento de esgotamento por
problemas climáticos e mesmo por falta
de condições para expansão e criação
de novas fronteiras agrícolas.
Para não perdermos oportunidades,
esforços estratégicos são necessários;
Governo Federal e empresariado nacio-
nal devem estar atentos a estas possi-
bilidades de maior inserção no cenário
externo não somente através das expor-
tações, mas sobretudo pela formação de
parcerias com estrangeiros que desejem
investir aqui (e esta demanda está cres-
cendo), bem como pelas oportunida-
des de se absorver novas tecnologias
de produção.
Na Teoria do Comércio Internacional
de Adam Smith (Século XVIII), um país te-
ria vantagem absoluta ao concentrar es-
forços de produção naquilo em que pos-
sui maior capacidade para produzir com
menor custo e em maior abundancia.
Críticas à parte ao modelo do renomado
cientista econômico, quando aborda-
mos a nossa capacidade agrícola, acre-
ditamos de fato que o Brasil possui tal
vantagem absoluta e é este o momento
para melhor explorá-la, pois o mercado
internacional desta feita, parece disposto
a remunerar (e bem!) por nossos produ-
tos do setor do agronegócios.
Foto
: Divu
lgaçã
o
Agronegócios e o Comércio Exterior
Buscar opções no mercado interna-
cional tem se tornado operação
mais elaborada e estratégica no se-
tor de agronegócios. A crise mundial sur-
gida a partir do mercado financeiro nor-
te americano em 2008 e que se alastrou
pela Europa, fez com que investidores
e parceiros internacionais se tornassem
mais seletivos em termos de aquisições
e em termos de investimentos. Acresce-
-se à crise financeira, a constatação de
que têm sido frequentes as quedas pro-
dutivas agrícolas de países como Cana-
dá, Estados Unidos e Europa, por sérios e
recorrentes problemas climáticos. O em-
presário nacional do setor que perceber
esta mudança de cenário, que enxergar
mesmo neste momento restritivo de ne-
gócios externos, uma oportunidade para
repensar estratégias, colocar em prática
novas formas de gestão e produção; po-
derá dar uma passo à frente em relação
às oportunidades que existem latentes
no mercado externo, mesmo em perío-
do de crise extrema como a presente.
No tocante às exportações; é im-
portante citar que o exportador precisa
estar atento à revisão de sua logística,
apurando sempre novas técnicas e estra-
tégias de escoamento de seus produtos.
Fazer chegar sua produção no exterior a
preços sempre competitivos é tarefa que
demanda especialistas. Por mais que
a empresa esteja habituada a exportar
bens do agronegócio, a logística externa
é muito dinâmica, muitas opções tem
surgido para escoamento da produção
de forma mais econômica. Revisar pro-
cedimentos é palavra de ordem face à
crise externa que se apresenta, podendo
afetar negócios e principalmente, mar-
gens de lucro. Questões como venda
direta ou venda indireta (através de tra-
dings companies), ampliação do merca-
do de consumo, manutenção de preços
e margens através de hedge cambial,
revisão de processos logísticos, novas
certificações de produção, as linhas de
crédito e financiamento exclusivas para
a exportação etc, são ações que devem
estar presentes no atual cenário que se
projeta mais crítico em termos de op-
ções de mercado consumidor. A mo-
derna administração criou o termo “ócio
produtivo”, que nada mais é do que ter
gente, ter profissional gabaritado para
repensar, revisar e reavaliar estratégias.
Neste sentido “parar” para pensar o ne-
gócio, nem de longe lembra ociosidade.
No setor de agronegócios, quando
falamos em oportunidades no mercado
Foto
s: Di
vulga
ção
*Caio Radicchi, Consultor em Projetos Internacionais e
Claudio Souza Mestre em Direito e Professor
na PUCMINAS. Sócio Titular da Souza Sociedade de Advogados.
42 Março 2013 43Março 2013
Muito já foi feito para erradicar e
prevenir a aftosa no Brasil. As
ações estão previstas no Plano
Nacional de Erradicação e Prevenção da
Febre Aftosa (PNEFA), de coordenação
do Ministério de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA). A execução
cabe aos serviços veterinários oficiais
estaduais, ligados ás Secretarias de Agri-
cultura de Estado, em parceria com o
setor agropecuário privado e comuni-
dade. Os últimos focos ocorridos foram
registrados nos Estados do Mato Grosso
do Sul e Paraná, em 2006. Atualmente,
muitas são as áreas livres no Brasil, com
ou sem vacinação. Em Minas Gerais, o úl-
timo foco foi em maio de 1996 e, há 10
anos, o Estado possui o status de zona
livre de aftosa com vacinação. O Instituto
Foto
s: Di
vulga
ção
de animais com sinais clínicos compatí-
veis com aftosa, serão adotadas medidas
de biosseguridade/biossegurança e de
diagnóstico laboratorial.
Não há tratamento específico, mas
uma das ações essenciais é a vacinação
dos animais. Portanto, é preciso acima
de tudo, erradicar e prevenir. O sucesso
dessas ações depende de um conjunto
de medidas: cadastro das propriedades
rurais; controle do trânsito, produtos e
subprodutos; fiscalização de eventos
pecuários e do comércio de vacinas;
vacinação dos animais; vigilância e fisca-
lização das propriedades de risco, aten-
dimento a suspeitas da doença e coleta
de material para diagnóstico; estudos
sorológicos para avaliação da eficiência
da vacinação dos animais, estudos para
investigação da circulação do vírus e
conscientização de produtores rurais
com ações de educação sanitária.
Muito já foi feito, mas existem desa-
fios futuros. Manter e ampliar as áreas
livres no país é, sem dúvida, o principal
deles. Um país livre seria o maior avan-
ço. Para isso, entre outras ações, fortale-
cer e melhor estruturar os serviços ofi-
ciais de defesa sanitária animal, visando
eficiência e rapidez no atendimento e
investigação das suspeitas da doença,
bem como no diagnóstico laboratorial
da aftosa e de doenças que podem ser
confundidas. Além disso, treinar, con-
tinuadamente, pessoal técnico para
atuação em emergência veterinária,
como em situações de reintrodução da
doença nas áreas livres.
RS
SC
PR
SP RJ
ESMG
BA
SEAL
PEPB
RNCE
PI
MA
TO
GO
MS
MT
PA
PA
APRR
AM
ACRO
DF
Zona livre sem vacinação - OIE
Zona livre de febre aftosa, com reconhecimento da OIE, 2011
Zona livre com vacinação - OIE
Zona não livre (médio risco)
Zona não livre (médio risco)
Marieta Cristina Madureira e Gilberto Rodrigues Coelho
Médicos veterinários e fiscais do Instituto Mineiro de Agropecuária.
Mineiro de Agropecuária (IMA), vincula-
do a Secretaria de Estado de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG) é
o órgão responsável pela execução do
programa em Minas. Ao todo, 322 mil
propriedades rurais e 22,4 milhões de
cabeças de bovídeos estão cadastradas
no Instituto com vacinações duas vezes
ao ano: em maio, todo o rebanho e em
novembro, animais de até 24 meses.
A febre aftosa é uma doença infecto-
contagiosa de curso agudo, causada por
vírus de alto poder de difusão e de im-
pacto socioeconômico, sobretudo para
o setor agropecuário. É de notificação
obrigatória. Os animais afetados são os
de casco fendido, principalmente bovi-
nos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos.
Os principais sintomas são febre, presen-
ça de aftas na boca, gengiva e língua,
além de feridas nas patas e úberes. Os
animais acometidos mancam e babam
muito. A doença é transmitida através
do contato direto com animais doentes
e seus produtos, secreções e excreções.
Carnes, leite e derivados, saliva, sangue,
fezes, fluidos das vesículas, são ricos em
vírus e são as principais fontes de in-
fecção para outros animais e rebanhos.
o desafio de manter e ampliar as áreas livres
Febre aftosa
Os problemas causados pela doença
estão ligados diretamente à seguran-
ça alimentar e ao comércio de animais
e seus produtos. Proibições e restrições
para o consumo e trânsito podem ser
impostas com o surgimento do foco da
doença, ocasionando em prejuízos para
a agropecuária, sobretudo em função de
barreiras sanitárias internacionais.
Qualquer suspeita da doença, ou
seja, a possibilidade de existência de
animais com sinais clínicos compatíveis
com os da aftosa deve ser notificada
ao serviço veterinário oficial de defesa
sanitária animal. Todo cidadão que tiver
conhecimento da suspeita da doença
deverá fazer a notificação em até 24 ho-
ras. Quanto antes uma suspeita for no-
tificada, mais rápida será a investigação
e a eliminação do foco, se comprovado.
Nas situações de caso provável da doen-
ça, ou seja, quando da constatação pelo
serviço veterinário oficial da existência
44 Março 2013 45Março 2013
peonato Nacional do Mini-Horse de 2014.
Além de criador experiente e reco-
nhecido, Zezé Cruz é o atual presidente
da Associação Brasileira dos Criadores
de Mini Horse (ABCMH) e ressalta que
a Associação tem tido um crescimento
contínuo desde a sua fundação em no-
vembro de 2002, porém nos últimos dois
anos teve um maior volume de novos
associados. “Acreditamos que esse resul-
tado é fruto de um trabalho alicerçado e
contínuo, cuja projeção para 2013 é das
mais satisfatórias. Nesse ano teremos no
mês de abril, a eleição para o Conselho
Administrativo, e não mais serei presiden-
te, mas gostaria de continuar a fazer parte
do Conselho e continuarei á disposição
para dar todo e qualquer suporte ao novo
eleito. Imagino ter cumprido minha mis-
são, e em todo segmento a renovação é
necessária”, conclui.
Tradicional criador de raças minia-
turas, José Bastos Cruz Sobrinho, o
Zezé Cruz, é hoje uma referência
nesse mercado. Já são 58 anos de tradi-
ção familiar na criação dessas pequenas
raças. Em 1955 seus pais João Batista Cruz
Neto e Alaide Claudio Cruz iniciaram a
criação Avaré que hoje é levada a diante
por Zezé Cruz e seu filho João Batista.
Atualmente além dos Mini-Horses,
a Fazenda São Benedito possui um cria-
tório de Mini Bovinos, um plantel de Mini
Caprinos da raça Pygmy, de origem do
noroeste da África. Recentemente o cria-
tório importou dos EUA um lote de Mi-
niature Donkeys. “Trouxemos dois Mini
Jumentos reprodutores, sendo um desti-
nado as jumentinhas e darmos seqüên-
cia á raça e outro para cruzarmos com
éguas Mini-Horse e fazermos muares em
miniatura”, comentou o criador.
Por mais de 20 vezes Zezé se desta-
cou como melhor criador e expositor na-
cional nos rankings da Associação Brasilei-
ra de Criadores de Cavalo Pônei (ABCCP)
e da Associação Brasileira de Criadores de
Mini Horse (ABCMH), resultados que eno-
brecem o criatório e torna-o referência
genética na raça. Mas por uma opção es-
tratégica de mercado, após 25 anos par-
ticipando de exposições, o criador optou
por ficar dois anos (2012 e 2013) fora das
pistas, com retorno previsto para o Cam-
VI Leilão Virtual Avaré Guguiná e AmigosNo próximo dia 19 de maio, o criatório
Avaré em parceria com a Cabanha Gugui-
ná, de propriedade do criador Luiz Zillo,
promove seu leilão anual com a partici-
pação de diversos criadores.
Zezé pondera que as cinco edições
anteriores foram de grande sucesso nas
comercializações, com liquidez de mais
de 90% dos lotes ofertados. “A cada ano
temos notado uma grande melhora na
qualidade dos produtos ofertados, devi-
do sempre ao sucesso da versão anterior.
Neste ano iremos ofertar 50 lotes na bati-
da do martelo, sendo: nove reprodutores
e 30 fêmeas Mini-Horse, duas Mini Vacas
prenhas, dois casais de Mini Bovinos,
um Mini Touro, dois casais de Mini Ca-
prinos e dois lotes de coberturas: um de
Mini-Horse e um de Miniature Donkey.
Ofertaremos ainda seis machos castra-
dos e mansos de sela, porém com pre-
ços pré- fixados e venda direto na mesa
operadora”, explica o criador.
O remate será transmitido às 20h pelo
Novo Canal. “Esperamos mais uma vez su-
cesso na sua realização e resultado finan-
ceiro do mesmo, que tem sido nos últimos
anos o leilão referencial da raça, orien-
tando o me cado nos valores de comercia
lizações futuras”, conclui Zezé Cruz.
Foto
: Divu
lgaçã
o
Fazenda São Benedito
Tradição nas raças miniaturas
Foto
s: Di
vulga
ção
Bruna Monteiro Paisagista da Arte Folha Paisagismo
o uso de leguminosas e o controle de
doenças e pragas e plantas daninhas.
As soluções disponíveis são ade-
quadas a pequenas, médias e grandes
propriedades rurais, mas a escolha e im-
plantação de diferentes sistemas, como
tipos de lavouras, espécies de animais,
de forrageiras e de árvores, deve ser feita
cuidadosamente, verificando as condi-
ções da região e do produtor.
Nos sistemas recuperados o produ-
tor conduz diferentes culturas na mesma
área, simultaneamente ou em sequência.
Com isso, além do aumento na produção
animal, há o adicional da produção de
grãos e biocombustíveis com redução de
emissões de gases de efeito estufa pela
redução na idade de abate dos animais,
fixação de carbono via fotossíntese e ma-
téria orgânica no solo. Assim melhorando
o rendimento da terra e ajudando na pre-
servação do solo e água.
de recuperar 15 milhões de hectares de
pastagens degradadas até 2020. E assim
reduzir entre 83 milhões e 104 milhões
de toneladas de CO² equivalente. A meta
faz parte de do Programa Agricultura de
Baixo Carbono ( ABC ), coordenado pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento ( MAPA ), que tem como
objetivo ampliar a produção de alimen-
tos e bioenergia com a redução de gases
de efeito estufa.
Existem diversas formas para a recu-
peração de pastagens degradadas. Pri-
meiro tem que ser feito um diagnóstico
da fazenda e assim identificar a situação
atual e as áreas mais críticas. A partir dai
são definidas as estratégias de recupera-
ção. Em casos mais simples devem ser
resolvidos com um manejo correto do
pastejo e uma lotação animal adequada.
Em casos mais críticos deve ser feito o
preparo do solo, a correção e adubação,
A recuperação é essencial para a
sustentabilidade da pecuária
bovina e pode ser feita por meio
de integração com lavoura e integra-
ção Lavoura-Pecuária-Floresta ou por
recuperação direta. Esses sistemas têm
se mostrado eficazes no aumento da
produtividade de bovinos, fibras, grãos
e bioenergia, sem necessidade de aber-
tura de novas áreas. Assim fazendas que
tinham pastagens degradadas, de baixa
produção, quando adotaram esses siste-
mas, passaram a produzir mais. Sem con-
tar que contribui com o meio ambiente.
Em pelo menos 18 milhões de hec-
tares de pastagens no Brasil, é adotado o
sistema com manejo e recuperação das
pastagens. Com isso tem aumentado
no Brasil o compromisso internacional
Recuperação de Pastagens
Por Amanda Ribeiro
46 Março 2013 47Março 2013
bezerras com fenótipo competitivo para
disputar as mais concorridas pistas de
julgamento da raça Girolando pelo Brasil.
Será ofertada uma reserva da Fazen-
da Recreio, uma filha de Nila FR Recreio
que é mãe de Vitrine FR Recreio e Baila-
rina FR Recreio. Vitrine é a atual melhor
vaca jovem 5/8 da Megaleite 2012, quem
também no ano de 2011 conquistou os
títulos de melhor fêmea jovem 5/8 da
MegaLeite e Feileite. Vitrine foi um dos
destaques do Leilão Divas do Girolan-
do realizado durante a Megaleite 2012,
onde teve 50% de suas cotas adquiridas
pelos criadores João e Maria Helena Do-
mingos, da Fazenda São Domingos, em
Luiziania, Goiás. Bailarina FR Recreio que
foi licitada no Leilão Virtual Fazenda Re-
creio 2012, adquirida pela criadora Maria
Tereza Lemos Callil, da Fazenda Paraíso,
em Franca, SP., sagrou-se a melhor fêmea
jovem 5/8 da FEILEITE 2012.
Fazenda Recreio2º Leilão Virtual
e ConvidadosA Fazenda Recreio, referência nacio-
nal na criação da raça Girolando, que
lidera o ranking nacional 2012/2013,
ofertará animais livro fechado de ge-
nética consistente. São animais jovens,
em sua grande maioria vacas primíparas
ou novilhas gestantes.
Animais que se destacam pela pre-
cocidade, aliada a capacidade produtiva.
Dentre os quais Venus FR Recreio, ani-
mal 5/8, parida aos 30 meses de idade
que produziu 39.4 kg de leite, no regi-
me semi-intensivo, duas ordenhas, em
lactação oficial aferida no dia 01/03/12.
Babete FR Recreio, animal 5/8, cuja mãe
produziu em lactação oficial, regime
semi-intensivo, duas ordenhas, a marca
de 11.127,48kg de leite. Touros jovens
5/8, produtos de FIV, dos acasalamentos
Morty e Windbrook com a Doadora 1/4
Iluminata FR Recreio, que possui lacta-
ção em andamento de 11.867 Kg, produ-
ção média de mais de 40 Kg/dia. Ainda
A Fazenda Recreio promoverá
o seu 2º Leilão Virtual no dia
26 de maio, às 10 hs, com
transmissão pelo Agro Canal, durante
o Mercado do Leite.
A criadora Mila Carvalho receberá seus
clientes e amigos para confraternização
e assistirem juntos a transmissão do lei-
lão no ponto de encontro, localizado no
Parque das Águas, em São José de Ubá,
noroeste do estado do Rio de Janeiro.
Wagner Campos, Mila Carvalho e Luciano Cuppari Neto
Data: 26 de maioHorário: 10hTransmissão: Agro Canal
Foto
s: Di
vulga
ção
48 Março 2013 49Março 2013
Sua trajetória profissional veio herda-
da do seu pai, Joaquim Lopes de Lima,
que em 1946 montou um engenho para
fazer rapadura. Antônio sempre atento
ajudava o pai na lida diária, com o tem-
po passou a tomar conta do negócio. Foi
uma época difícil, o transporte da cana
era por carro de boi e o engenho era
movido a roda d’água. A decisão de fabri-
car cachaça veio logo depois. A primeira
produção rendeu 36 litros no alambique
construído por ele. Nascia ali a Cachaça
Caipira, uma autêntica cachaça da roça.
“Apesar da minha deficiência física, ad-
quiri conhecimentos e conquistei meus
objetivos com dignidade, exercendo meu
Dizer que a vida é cheia de obs-
táculos talvez seja um chavão,
mas exemplos de superação nos
mostram como esses obstáculos podem
ser superados e no caminho de pedras da
nossa caminhada encontramos exemplos
de motivação e sucesso.
Sr. Antônio Lopes de Lima, aos 76
anos hoje comemora seu sucesso fami-
liar e profissional. Nascido em Itaperecica,
Minas Gerais, numa família de 12 irmãos,
falou até os quatro anos de idade, depois
de uma constipação ficou mudo e surdo,
daí seu apelido ‘Antônio o mudo’. Mas
a deficiência física não foi entrave para
que tocasse sua vida com dignidade.
Casou-se com Ercília Maria de Lima, hoje
com 74 anos, e tiveram cinco filhos: Gui-
lherme, Maria Rita, Guido, Paulo e Inezília.
Foto
: Divu
lgaçã
o
Cachaça caipira garantem produtividade e qualidade aos produtores
de todo o Brasil
Cebolas híbridas
trabalho com profissionalismo, honesti-
dade e dedicação”, comenta Antônio.
Só em 19881 a energia elétrica che-
gou a Itapecerica facilitando muito o tra-
balho do Sr. Antônio, o transporte mu-
dou o carro de boi para o caminhão e a
roda d’água foi substituída por motores
á diesel.
A fermentação da Cachaça Caipira
é artesanal e cuidadosamente feita por
Antônio e s seus três filhos, a marca é
registrada no Ministério da Agricultura,
e está nos padrões exigidos pela Legisla-
ção atual das leis ambientais e sanitárias,
mas não fugindo do processo artesanal
e priorizando sempre a qualidade.
A capacidade de produção atual da
empresa é de 600 litros por dia e é co-
mercializada na região de Minas Gerais
e também outros estados brasileiros.
“Pretendemos tornar nossa cachaça
cada vez mais conhecida e difundida em
todo o Brasil, mantendo sempre nossa
qualidade e tradição. Mas precisamos
trabalhar muito para isso e infelizmen-
te a concorrência desleal, onde muitos
fabricantes ainda estão na informalidade,
nos atrapalham de crescer nesse concor-
rido mercado”, ressalta o empresário.
Exemplo de que toda dificuldade
pode ser superada
Foto
: Divu
lgaçã
o
produtividade. “Uma alternativa que tem
agradado cada vez mais produtores de
todo o país são as cebolas híbridas, que
garantem ao cebolicutor maior produti-
vidade, uniformidade de bulbo, qualida-
de na pós-colheita e ampliação da janela
de plantio em comparação com os ma-
teriais chamados OP’s (de polinização
aberta)”, explica.
Por meio de pesquisas e testes em
campo, a Topseed Premium desenvol-
veu sementes de cebolas híbridas que se
adaptam a cada fase de plantio e região,
buscando atender as necessidades do
produtor.Levando em conta a época de
plantio, tratos culturais adotados, região
e manejo de adubação e do solo para
explorar seu máximo, as cebolas híbridas
proporcionam melhores resultados no
campo. De acordo com dados do mer-
cado nacional, as cebolas híbridas atin-
gem produtividades acima de 60 tonela-
das por hectare, podendo chegar a 120
toneladas. “Temos cebolas híbridas com
alto potencial genético e que respon-
dem linearmente aos tratos culturais,
por isso chegam a essas produtividades”,
reforça o especialista.
A cebola é um dos alimentos mais
consumidos no Brasil e a 3ª hor-
taliça mais produzida no mundo.
No Brasil, a cebola se destaca ao lado da
batata e do tomate como as olerícolas
economicamente mais importantes em
valor produzido e renda gerada. O Brasil
é hoje o 8º país produtor, com participa-
ção de cerca de 2% na oferta mundial e
de 36% da produção na América Latina.
Esses dados mostram a importância da
hortaliça para a agricultura nacional. “As-
sim como as demais hortaliças, a cebola
sofre grandes oscilações do mercado de
acordo com a oferta e procura. Mesmo
assim, se pegarmos uma média de pre-
ços ano a ano, podemos ver que a cul-
tura dá boa rentabilidade ao produtor”,
afirma o Especialista em Bulbos e Raízes
da Agristar, Heriton Felisbino.
Essas oscilações, junto com as mu-
danças climáticas, as pragas e as do-
enças, são as principais preocupações
dos agricultores que trabalham com a
cebola. Para Felisbino, o aparecimento
dessas pragas ou doenças comprome-
te diretamente o desenvolvimento da
cultura e pode reduzir drasticamente a
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
s: At
tuali
tà
Paulo, Antonio Lopes e Guido
Por Amanda Ribeiro
Março 2013 51
52 Março 2013 53Março 2013
Fabiano Tolentino aos 4 anos, no Parque da Gameleira
Fabiano Tolentino como árbitro na Nacional de 2009
Tolentino montando no JR da Santa Rosa, com sua esposa Sarah e sua filha Sofia com 30 dias
zootécnico, pudessem fazer a prova de
árbitro desde que tivessem conheci-
mentos técnicos sobre os cavalos. Como
já eram quase 25 anos de envolvimento
com o Campolina, fiz a prova e passei a
julgar morfologia e andamento nas ex-
posições por todo Brasil”, comemora.
O percurso profissional de Fabiano
estava apenas começando. O jovem
criador, advogado e árbitro, em 2008
alçou novos vôos: foi eleito o vereador
mais votado na cidade de Divinópolis e
começava ali uma importante trajetória
política em sua carreira. A candidatura a
Deputado Estadual veio logo depois, em
2010, com apoio maciço dos criadores
de Campolina. “Devo muito à raça, tanto
na minha formação como pessoa, pois
fui criado no contexto do Campolina, no
meio rural, e agradeço a todas as famílias
dos criadores e clubes dos cavalos que
me ajudaram muito nas candidaturas”,
reconhece o criador.
Tolentino une hoje a paixão pelo
meio rural com sua profissão, buscando
sempre benefícios para o setor. Vice-
-Presidente da Comissão de Agricultura
e Pecuária da Assembleia Legislativa
de Minas Gerais, já pelo segundo man-
dato, tem trabalhado em diversos pro-
jetos em prol da agricultura familiar e
do produtor rural. A responsabilidade
social também é pauta na agenda do
criador e deputado, que ajuda o Hos-
pital Cassiano Campolina, na cidade de
Entre Rios de Minas e já contribuiu para
a instituição com emendas na ordem de
R$75 mil para compra de medicamentos
e equipamentos hospitalares. Foi autor
do projeto de lei que legalizou a venda
de leite de cabra em Minas Gerais, além
de relator do projeto do queijo minas
artesanal, o maior patrimônio dos minei-
ros. Tolentino também foi o idealizador
do ato ‘Abraço ao Parque da Gameleira’,
durante a Superagro de 2012, defenden-
do a permanência do parque e das asso-
ciações no local, fato que sensibilizou o
Governo de Minas e todos os envolvidos
com o setor.
E o trabalho não pára por aí. Fabia-
no tem um programa rural há sete anos,
chamado Campo & Negócios na TV Alte-
rosa e na TV Candidés, afiliada Rede Mi-
nas em Divinópolis, abordando o agro-
negócio, com alcance em mais de 70
municípios mineiros. Trabalho não falta,
mas com muita competência, Tolentino
administra muito bem tantas atividades!
EquitanaDe 16 a 24 de março, Fabiano To-
lentino esteve presente na Equitana,
maior evento equestre do mundo, na
Alemanha, representando a Comissão
de Agricultura da Assembleia Legislati-
va de Minas Gerais. “Vimos tecnologias,
trocamos informações com criadores
de todo o mundo, conhecemos novas
formas de adestrar animais, trouxe-
mos informações e o mais importante,
difundimos nossas raças mineiras e
marchadoras”, disse.
Realizada desde 1972, a Equitana
acontece a cada dois anos e oferece
uma grande diversidade de palestras,
conferências, concursos e produtos vol-
tados para o segmento.Foto
: Divu
lgaçã
o
Fabiano Tolentino Haras Santa Rosa
Criador, árbitro e Deputado Estadual da Equinocultura Mineira
“Quando dois estribos de to-
cam, uma amizade se sela”.
Assim, Fabiano Tolentino
define seu princípio de vida e amizades
que cultivou ao longo dos anos, junto ao
cavalo Campolina.
Criador, árbitro e Deputado Estadu-
al, é um apaixonado pelo agronegócio
e sua trajetória profissional começou
na raça Campolina. Seu pai, o produtor
rural Ronaldo Tolentino, grande apaixo-
nado pela raça, iniciou na criação em
1982 na cidade de Divinópolis. A partir
daí toda a família se envolveu e juntos
passaram a ter uma grande admiração
pela equinocultura e hoje o Haras Santa
Rosa possui uma tropa de aproximada-
mente 40 animais.
Além da criação de cavalos já exer-
cida pela família, Fabiano, aos 16 anos,
comprou parcelado de Denis Fagundes,
sua primeira vaca da raça Jersey. Venden-
do leite ensacado, Fabiano foi pagando
as prestações e aumentando seu reba-
nho. Foram mais de 10 anos trabalhando
como vendedor de leite até se formar na
faculdade de Direito, apesar do sonho de
cursar a universidade de Medicina Vete-
rinária. “Sempre fui muito ligado ao meio
rural, mas infelizmente não havia esse
curso na minha região e acabei optan-
do pelo Direito, pois precisava concluir
um curso superior. Quando me formei,
entreguei meus últimos leites aos meus
clientes e levei junto meu diploma. Esta-
va muito feliz em compartilhar esse mo-
mento com eles”, recorda.
O próximo passo de Tolentino foi
vender sua criação de Jersey e abrir um
escritório de advocacia em Divinópolis,
sem nunca perder sua essência rural.
Promovia cavalgadas, apresentava ani-
mais em pista, estava sempre junto a
seu pai na criação da raça Campolina e
foi em 2005 que resolveu tornar-se ár-
bitro. “Na época, abriram a exceção de
permitir que pessoas que não tivessem
o diploma de veterinário, agrônomo ou Foto
: Divu
lgaçã
o
Por Amanda Ribeiro
54 Março 2013 55Março 2013
EEm 2013, a raça Pampa e sua Asso-
ciação Brasileira comemoram seus
primeiros 20 anos oficiais na equi-
deocultura brasileira. Raça que começou
incipiente e discriminada, hoje ocupa
um lugar de destaque entre as demais
raças e cada vez mais notoriedade entre
os criadores de cavalo.
O número de criadores é a cada dia
mais expressivo: hoje são mais de 3.000
cadastros e quase 2.000 ativos, 23.000
animais registrados, cerca de 25 eventos
anuais e uma exposição nacional com
aproximadamente 600 animais inscritos
em pistas de julgamento e a raça registra
maior valorização de mercado.
De acordo com o atual presidente da
Associação Brasileira dos Criadores do
Cavalo Pampa (ABCPampa), Aroldo Ro-
drigues, a raça Pampa comemora seus
20 anos em um momento inusitado,
crescendo em vários estados do Brasil,
principalmente Bahia, Rio de Janeiro,
São Paulo, Goiás, Minas e Brasília. “Cres-
ce principalmente entre os pequenos
criadores o que comprova a alta liquidez
nos leilões realizados pelos criadores de
cavalos Pampa. A raça vem crescendo
em torno de 20% ao ano e deve crescer
mais 50% nos próximos anos. Na come-
moração dos seus 20 anos esperamos
realizar a melhor e maior exposição na-
cional da raça de todos os tempos, com
muitas premiações e queremos trazer
todos aqueles que estiveram conosco ao
longo destes anos para comemorar esta
festa maravilhosa”, disse o presidente.
O diretor José Carlos Manetta ressal-
ta também que o número de associados
tem crescido e está estabilizado, os cria-
dores não tem saído da raça com fre-
quência, o que é um grande avanço, e está
propiciando seu crescimento. Além disso,
os animais estão se valorizando cada vez
mais, atingindo hoje preços médios de
R$15mil. “Evoluímos de forma cientifica,
na fase de treinamento, na organização
de eventos, na capacitação do quadro de
arbitragem, dentre muitos outros pontos.
A raça Pampa está de parabéns”, concluiu.
Presidentes que contribuíram para a raça:
Márcio Andrade (Fundador) 1993-1996Ricardo Vicintin 1996-2002Eduardo Aparecido 2002-2008Aroldo Rodrigues 2008-2014
Raça Pampa comemora
20 anos
Foto
s: Di
vulga
ção
Aroldo Rodrigues, Eduardo Araújo e Eduardo AparecidoPor Amanda Ribeiro
56 Março 2013 57Março 2013
casca de eucaliptoETANoL pode ser produzido a partir da
CH3CH2OH - Etanol | Como foi feito o etanol da casca de eucalipto
mento do açúcar existente na estrutura
das cascas. O processo de produção de
etanol por meio das cascas de eucalipto
é feito através de hidrólise.
As cascas de eucalipto, com seus
altos conteúdos de CST (unidade usada
para medir quantidade de açúcares que
uma planta possui), apresentam quase
6% mais carboidratos fermentáveis do
que o bagaço de cana. O estudo levan-
tou dados que foram possíveis observar
que o bagaço de cana contém 67,12%
de carboidratos e a casca do eucalipto
55,74%, o que significa que o primei-
ro apresentou 20% mais carboidratos
que o segundo. Porém, desse total,
o bagaço apresentou somente 65,4%
de carboidratos convencionalmente
fermentáveis, enquanto a casca de eu-
calipto apresentou 83% deste grupo de
carboidrato. Os pesquisadores da PUC
Minas ainda cruzaram dados com estu-
dos aprofundados do professor da USP
Juliano Bragatto.
A pesquisa propõe uma alternativa
para o cenário de produção de etanol
no Brasil, uma vez que a cana é utili-
zada para a produção de açúcar. Uma
necessidade de aumento na produção
de etanol está diretamente relacionada
com a possível diminuição da produ-
ção de açúcar, ou vice-versa. O etanol
produzido por meio da casca de euca-
lipto é uma iniciativa que também vem
para solucionar problemas relacionados
com o período de entressafra da cana
de açúcar, que acontece entre os meses
de dezembro e fevereiro no Brasil.
Pesquisa realizada no Curso de En-
genharia de Energia da PUC Minas
comprova a viabilidade da produ-
ção do etanol a partir da casca de euca-
lipto. De acordo com os pesquisadores,
é altamente viável esse processo, pois
possui baixo custo, alto rendimento e
não compete com o setor alimentício. En-
quanto uma tonelada de cana-de-açúcar
gera em torno de 89,5 litros de etanol, re-
sultados demonstram que uma tonelada
de casca de eucalipto gera 200 quilos de
açúcares. E eles, por sua vez, permitirão
produzir até 196 litros com o aproveita-
1Ralou-se a casca, que foi depositada em um béquer com água e ácido sulfúrico (H2SO4).
3 Solução fermentada passou por destilação a uma temperatura média de 75º C por cerca de 1 hora e 10 minutos. De 100 gramas de casca obtiveram-se 4 ml de etanol.
2A glicose (C6H12O6) reagiu com o ácido sulfúrido: C6H12O6 + 3H2SO4 --> 6CO2 + 6H2O.
5 Adiciounou-se fermento biológico e o líquido fermentou por 40 horas.
6 Solução descansou durante 24 horas para a decantação - resíduos sólidos se depositaram no fundo do compartimento.
4 Depois da filtragem,
a solução ácida obtida foi neutralizada com
óxido de cálcio (CaO).
Março 2013 59
A espécie C. beaquaerti possui as
mesmas características da espécie C.
cumulans, porém o sistema de ventila-
ção dos ninhos é formado por chami-
nés com entrada indireta para a base do
ninho, mantendo assim a temperatura
constante de 23o C, no interior do ninho.
Essa espécie é a segunda em maior dis-
tribuição no Brasil, sendo encontrada
principalmente nos estados do Centro-
-Oeste e Tocantins.
Outra espécie de grande impor-
tância é C. snyderi, que possui o ninho
achatado e ovalado, crescendo mais na
largura do que na altura, não possui cen-
tro celulósico definido e sim comparti-
mentos em forma de “gomos”, separados
por espaços vazios, é mais comum nos
estados de Goiás e Mato Grosso.
Os problemas causados pelos
cupinzeiros nas pastagens são: impe-
dem a formação do pasto; dificultam
tratos culturais; ocupam área de pas-
tagem; abrigam animais peçonhentos
e podem destruir mourões de cerca,
cochos de madeira, etc.
O controle de cupins de montícu-
lo pode ser realizado com inseticidas
químicos. Atualmente, existem novos
produtos menos problemáticos que os
clorados, mas que devem ser evitados
em locais de vertentes, açudes, represas,
lagos e rios.
Os inseticidas recomendados são
o Fosfeto de alumínio (Gastoxin): pode
ser em pastilhas, aplicando-se quatro
pastilhas de 3 g, por cupinzeiro; Fipronil
(Regent 20 GR): faz-se a aplicação de 10 g
por ninho e Imidacloprid: aplica-se 30 g
do produto comercial por ninho. Para a
aplicação dos produtos, faz-se um orifí-
cio com um vergalhão de aço de 25 mm
de diâmetro, introduzindo assim o pro-
duto. A destruição do cupinzeiro pode
ser feita após 90 dias.
O controle biológico pode ser feito
com a aplicação dos fungos Metarhi-
zium anisopliae ou Beauveria bassiana
em pó seco. Esses fungos são aplica-
dos com uma polvilhadeira manual
adaptada, aplicando-se 3 a 6 g de coní-
dios puros ou 6 a 12 g do produto for-
mulado. A aplicação é feita do mesmo
modo que os inseticidas químicos. A
abertura do ninho pode ser feita com
uma broca acoplada a um trator e a
aplicação executada com polvilhadeira
motorizada devidamente modificada
para essa finalidade.
A eficácia do controle depende do
tamanho do ninho e da boa distribuição
do produto no ninho, sendo que todos
os canais devem ser tratados, para que
o fungo possa entrar em contato com
a população. Para cupinzeiros grandes
(acima de 50 cm de altura da superfície
do solo), recomenda-se a destruição.
Devido à grande população dos
ninhos, a temperatura de 20o C e umi-
dade relativa de 100%, permitem que o
fungo se desenvolva, causando grande
mortalidade de indivíduos, ficando acu-
mulados no fundo do ninho. Após três
meses, o cupinzeiro pode ser destruí-
do. Uma operação de repasse deve ser
feita de 2 a 3 anos, visando eliminar os
ninhos pequenos que não foram obser-
vados e escaparam do primeiro trata-
mento com o fungo. O cupim boiadei-
ro ou Syntermes spp. é outra que ataca
as pastagens. São cupins que fazem
ninhos parecidos com formigueiros,
chamados “ninhos de terra solta”, com
orifício de entrada e saída. Esses cupins
costumam forragear à noite, cortando
o capim e carregando para dentro do
ninho, como formiga saúva. Devido a
esse hábito causam grandes prejuízos
nas pastagens.
Apesar de ser muito difícil o controle,
pois não carregam nenhum tipo de isca e
o seu ninho se mantém fechado durante
o dia, pode-se utilizar o endosulfan (Thio-
dan 35 CE) 22 mL de produto em 500 mL
de água por cupinzeiro, ou o uso de ter-
monebulizador (ainda em teste).
Para essa espécie de cupim é impor-
tante um bom manejo da pastagem,
fazendo a reforma a cada três anos, adu-
bação, calagem, revezamento de pasto-
reio, entre outras práticas já recomenda-
das para essa cultura.
O s cupins são insetos sociais que
vivem em colônias divididas em
castas com funções específicas.
As castas normalmente encontradas são:
rainha e rei, responsáveis pela reprodu-
ção e organização da colônia; soldados
fazem a defesa da colônia e operários,
responsáveis pela manutenção, alimen-
tação e construção do ninho. Além des-
tas, existem ainda as ninfas de substitui-
ção da rainha e do rei e as formas aladas,
que vão fazer uma revoada ao ano, aca-
salando e dando origem a outro ninho.
A cana-de-açúcar, pastagens, euca-
lipto, citros, pupunha, arroz e milho são
culturas importantes que são constan-
temente atacadas por cupins. Nas pas-
tagens, Cornitermes spp. e Syntermes
spp. são importantes devido aos danos
que causam, tanto na ocupação de áreas
pelos ninhos de Cornitermes spp. quan-
to no corte de gramíneas, causado por
algumas espécies de Syntermes conhe-
cidas como cupim boiadeiro.
O controle dessa praga tem sido
feito com o uso de inseticidas químicos
convencionais, de alto poder residual, os
quais funcionam como barreira química,
não aproveitando os aspectos de biolo-
gia e comportamento social do cupim.
Esse tipo de controle não é ecológico,
sendo também extremamente poluen-
te, sendo responsável por desequilíbrios
biológicos e pela contaminação da água,
solo e alimentos.
Novas pesquisas vêm sendo rea-
lizadas visando desenvolver alternati-
vas para o controle de cupins em áreas
agrícolas, além de novas moléculas de
inseticidas químicos, com menor to-
xicidade para o ambiente, animais e o
homem. Entre as pesquisas, destacam-
-se os estudos com iscas atrativas que
exploram o comportamento, a biologia
e o ambiente onde esses cupins vivem,
para levarem até o centro da colônia
um regulador de crescimento ou agen-
tes microbianos, tais como fungos ou
nematóides entomopatogênicos, para
que o próprio inseto dissemine na colô-
nia, causando a morte da mesma. Ainda,
estudos com bioinseticidas têm sido re-
alizados e utilizados em escala comercial
para o controle de cupins de montículo
em pastagens, visando um controle efi-
ciente e ecológico.
As espécies mais importantes nas
pastagens são: Cornitermes cumulans
(Kollar, 1832), Cornitermes bequaerti
(Emerson), e Syntermes spp. (Snider). O
gênero Cornitermes é encontrado desde
a Costa Rica até o Estado do Rio Grande
do Sul, no Brasil. A espécie C. cumulans
é muito adaptada às pastagens, poden-
do variar também para florestas úmidas
ou cerrado, sendo encontrada em todo
o Brasil, Argentina e Paraguai. Os ninhos
de C. cumulans possuem três fases de
desenvolvimento: 1 – fase hipógea, total-
mente subterrânea; 2 – fase hipógea com
um montículo externo e 3 – fase hipó-
geo-epígea, sob e sobre o solo, quando
o ninho chega ao seu aspecto definitivo.
*José Eduardo Marcondes de Almeida, Pesquisador Científico do Instituto Biológico/
APTA/SAA-SP.
CuPINS de pastagens
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
: Ant
onio
Batis
ta Fi
lho
Foto
: Fra
ncisc
o Zor
zeno
n
Foto
s: Di
vulga
ção
Cornitermes cumulans
Foto: C. Jost Março 2013 6160 Março 2013
Pequeno mamífero silvestre rende lucros na plantação de café capixaba.
Um bichinho que vive na Mata
Atlântica tem ajudado a produ-
zir um café especial, no Espírito
Santo. É uma história que ilustra muito
bem as vantagens da agricultura que
respeita o meio ambiente, o lucro e a
preservação juntos.
O cuica, pequeno mamífero silves-
tre pertencente a mesma espécie do
gambá, semelhante a um rato, tem ele-
vado cerca de 14 vezes o preço da saca
do café em uma fazenda em Pedra Azul,
interior do Espírito Santo.
Foi por meio de uma investigação
que um problema na lavoura começou
a virar solução. Há pouco mais de um
ano, o pessoal da colheita observou
que algum animal estava invadindo a
plantação. O café ruído, sem casca, co-
meçou a aparecer no chão, embaixo
das folhas. Foi observar com mais aten-
ção para perceber a presença de um bi-
chinho arisco, que gosta de aparecer à
noite. Ele normalmente procura o fruto
maduro, com mais sabor.
A plantação é orgânica, não recebe
agrotóxico, e divide espaço com a Mata
Atlântica. Um prato cheio para a cuíca
grãos, ainda com algum resquício do
mel sobre o pergaminho (película entre
a semente e a polpa). Para evitar preju-
ízo, com o desperdício de grãos, o ca-
rioca Henrique Sloper, dono da fazenda,
resolveu recolher essas sementes “cus-
pidas”. A partir daí, Sloper decidiu fazer
testes de secagem e torra para descobrir,
na xícara, o que eles poderiam render.
Depois de um ano de avaliações, o café
da cuíca foi lançado por pelo menos
R$ 900, o quilo. Em média, um pacote de
mesmo peso de um café especial custa
R$ 60 – os grãos cuspidos pelo animal
custam, portanto, 14 vezes mais.
que escolhe o melhor café, sem pinta,
nem mancha. É uma seleção natural.
Em uma colheita, onde não se cul-
tiva o desperdício, o café retirado dos
galhos vai para a peneira. Os grãos ado-
cicados, que a cuíca roeu e depois jo-
gou fora, são recolhidos do chão, sepa-
rados e levados para uma estufa. Secam
por 10, 12 dias, e depois descansam no
depósito. Quando vão para a máqui-
na para eliminar as impurezas, estão a
caminho do consumo. Uma pequena
e valiosa produção, que este ano não
passa de 100 quilos.
Depois, as cuícas dispensavam os
CuícaFo
to: D
ivulga
ção
Foto
: Leo
nora
Costa
Foto
: Tha
ís Fig
ueire
do
Foto
: Divu
lgaçã
o
62 Março 2013 63Março 2013
Tanto o cafezinho quanto o licor,
possuem um espaço à mesa após
as refeições. Já imaginou os dois
juntos, em uma mesma bebida? O licor
de café é a mais nova invenção da tradi-
cional cachaçaria mineira Vale
Verde, que após três anos de
estudos e testes, lança essa
novidade que chegou ao mer-
cado com o nome de 1727,
uma referência ao ano em que
o café chegou ao Brasil. O licor
pode ser degustado em tem-
peratura ambiente ou gelado,
cabe ao gosto do consumidor.
De acordo com o alquimista Luiz
Otávio Pôssas Gonçalves, idealizador da
bebida, essa nova invenção vem suprir
essa carência no mercado de bebidas
no Brasil. “Chegamos até o licor 1727 por
meio de um longo estudo de engenha-
ria de alimentos. A matéria prima vem
do cerrado mineiro e passa por um pro-
cesso de extração do sabor e do aroma.
Trata-se de uma tecnologia inovadora no
Brasil que realiza a extração do sabor e
aroma por meio do gás carbônico. Esse
processo é conhecido como extração crí-
tica por arraste”, explica Luiz Otávio.
A bebida tem baixo teor alcoólico,
25% e é considerada uma excelente fon-
te de energia, além de trazer um frescor
imediato ao paladar. O licor de café é
um produto ideal para um país tropical,
como o nosso. Para atingir o gosto refi-
nado da clientela, o licor foi desenvolvido
por etapas, todas com amplas avaliações,
incluindo a seleção da cachaça e do café,
as proporções e procedimentos para
harmonização sensorial da mistura, o
teor alcoólico, a textura. Foram realizados
diversos testes diretamente com o públi-
co para identificar a preferência sensorial,
que inclui as características
do sabor, aroma e textura.
Uma dessas propriedades é
o teor alcoólico dos licores
que, em média, variam de
15% a 54%. Nas pesquisas
realizadas junto ao consumi-
dor final, o licor foi testado
com uma faixa de 22 a 30%
de álcool. Ao final, selecio-
nou-se o teor de 25%, considerando os
testes de preferência realizados junto aos
possíveis consumidores do produto.
Outra vantagem que o produto carre-
ga é ser extremamente estável, manten-
do as mesmas características ao longo
dos anos. Os apreciadores do licor, certa-
mente, algum dia já teve a desagradável
experiência de abrir um licor, depois de
um tempo guardado e sentir a perda da
palatabilidade. Para não cometer esse
pecado foi adotado um procedimento
especial de extração e incorporação do
aroma do café ao licor que garante esta-
bilidade sensorial por vários anos.
O licor, ainda, contém baixos índices
de sacarose, tornando a bebida muito
mais suave e agradável ao paladar. Outra
inovação do processo de concepção do
1727 foi substituir o álcool de origem co-
mum por um destilado nobre. Também
os grãos de café seguem um rigoroso
processo de seleção. O café gourmet
100% arábica tem um sabor mais ado-
cicado e é menos amargo. Para garantir
fidelidade ao padrão sensorial estabele-
cido para o licor de café 1727 toda a pro-
dução é rastreável.
Licor de CaféPor Amanda Ribeiro
64 Março 2013 65Março 2013
As plantas carnívoras sempre des-
pertaram o interesse do público
em geral, devido à sua natureza
exótica quando comparada com os de-
mais membros do reino vegetal.
Atualmente, são conhecidas mais de
500 espécies de plantas carnívoras, es-
palhadas pelo mundo. O Brasil ocupa o
segundo lugar em número de espécies,
são mais de 80, perdendo somente para
a Austrália. Elas crescem principalmente
nas serras e chapadas, e podem ser en-
contradas em quase todos os estados,
sendo mais abundantes em Goiás, Minas
Gerais e Bahia.
Em sua maioria, as plantas carnívoras
são pequenas e delicadas e capturam
pequenos insetos ou animais aquáticos
microscópicos. Sua beleza exótica enga-
na muitas pessoas, levando-as a crer que
suas folhas, altamente especializadas,
são flores - mais ainda, nem se aperce-
bem de que elas são carnívoras. Portanto
elas são inofensivas aos humanos e não
há o que temer quanto a essas espécies
exóticas.
A grande maioria das flores tem a
capacidade de atrair insetos para fins de
polinização, mas para que uma planta
possa ser considerada carnívora, é preci-
so que ela tenha a capacidade de atrair,
prender, e digerir formas de vida animais.
Com frequência encontra-se na li-
teratura o nome “insentívora” para estas
plantas, mas tal termo não é correto.
Insetos podem ser o principal elemento
de seu cardápio, mas a dieta pode ser
bem variada, incluindo desde organis-
mos aquáticos microscópicos, moluscos
(lesmas e caramujos), artrópodes em
geral (insetos, aranhas e centopéias), e
ocasionalmente pequenos vertebrados,
como sapos, gecos, pássaros e roedores.
As plantas do gênero Nepenthes são
as que possuem as maiores armadilhas,
que podem alcançar até meio metro de
altura cada e armazenar até cinco litros
de água. Com frequência elas capturam
Foto
: Pau
l Bar
dinFo
to: D
ivulga
ção
Foto
: Ros
ťa Kr
acík
Foto
: Mich
al Ru
bes
Dionaea muscipula
Nephentes talagensis
Drosera peltata
Drosera capensis
Plantas carnívoras
presas grandes. Supõe-se que os ver-
tebrados tornam-se presas acidental-
mente, quando procurando por insetos
presos nas armadilhas, em busca de ali-
mento, os mais debilitados não conse-
guem escapar, e acabam passando de
predador à presa.
Para capturar as presas, elas precisam
de algum mecanismo para atrai-las às
suas armadilhas. Muitas carnívoras atra-
em-nas da mesma forma que as flores
atraem seus polinizadores: com vívidas
cores e odor de néctar. Outras aprovei-
tam-se de padrões de luz ultravioleta
de suas armadilhas para atrair insetos
voadores. Mais ainda, a luz refletida pe-
las numerosas gotículas de mucilagem
(presentes nas armadilhas de Byblis, Dro-
sera, por exemplo) ou pelo revestimen-
to externo das folhas de certas bromé-
lias também atrai insetos voadores. Em
Genlisea e Utricularia, cujas armadilhas
aprisionam principalmente microorga-
nismos, acredita-se que algum tipo de
As armadilhas “jaula” são as mais
famosas por serem a própria re-
presentação da ação carnívora
por meio de vegetais. As folhas são mo-
dificadas em duas metades com gatilhos
no interior. Quando os gatilhos são toca-
dos por presas potenciais, as metades da
folha se fecham em incríveis frações de
segundo, esmagando a presa e digerin-
do-a. Esse tipo de armadilha é encontra-
do na Dionaea e Aldrovanda.
Armadilhas de sucção são utilizadas
por todas as espécies de Utricularia. Elas
consistem de pequenas vesículas, cada
qual com uma diminuta entrada cercada
por gatilhos que, quando estimulados,
provocam a abertura desta entrada. De-
vido à diferença de pressão entre o in-
terior e o exterior da vesícula, quando a
entrada é repentinamente aberta, tudo
ao redor é sugado para dentro, incluindo
a presa que estimulou o gatilho.
Armadilhas do tipo folhas colantes
são as mais simples, e encontradas em
algumas famílias sem parentesco próxi-
mo. Basicamente, são glândulas colantes
espalhadas pelas folhas ou até pela plan-
ta toda. As presas são, na maioria, peque-
nos insetos voadores. Esse tipo de arma-
dilha é encontrado em Byblis, Drosera,
Drosophyllum, Ibicella e Triphyophyllum.
Ascídios são folhas altamente espe-
cializadas, inchadas e ocas, como se fos-
sem urnas, com uma entrada no topo e
líquido digestivo no interior. Novamen-
te, estão presentes em algumas famílias
sem parentesco próximo: Cephalotus,
Darlingtonia, Heliamphora, Nepenthes,
Sarracenia, etc. Capturam desde peque-
nos vertebrados até diminutos inverte-
brados. As presas caem no líquido diges-
tivo, aonde se afogam e são digeridas;
seus restos se acumulam no fundo, às
vezes enchendo a armadilha até o topo.
Tendo sido capturada, a digestão das
presas é realizada por enzimas proteolí-
ticas (enzimas que digerem proteínas),
elas quebram as substâncias em molé-
culas menores, estas últimas podem ser
absorvidas pelas folhas. É um processo
similar ao que acontece, por exemplo,
no estômago humano, aonde, depois da
quebra das moléculas, ocorre absorção
pelas paredes do intestino.
Essas enzimas são muito fracas, não
causam dano algum à pele humana ou
qualquer animal de médio à grande por-
te. Apenas algumas espécies não produ-
zem suas próprias enzimas. Elas depen-
dem de bactérias para a digestão de suas
presas, um processo bem mais lento.
Como qualquer planta, as carnívo-
ras também realizam fotossíntese. As
presas são nada mais que um comple-
mento alimentar, uma fonte de nutrien-
tes para compensar o que as raízes não
obtêm do solo. Esta adaptação chegou a
tal ponto que essas plantas nem sequer
toleram solos ricos em nutrientes.
Fonte: Ladin-USP
substância química é liberada no solo ou
água para atrair as presas.
Há vários tipos de armadilhas utili-
zadas pelas plantas carnívoras para cap-
turar suas presas: armadilhas tipo “jaula”,
armadilhas de sucção, folhas colantes, e
ascídios.
Foto
: Pet
r Dlou
hý
Genlisea violacea
Drosera menziesii
Foto
: Den
is Ba
rthel
Heliamphora minor
66 Março 2013 67Março 2013
A nova e imponente grade
dianteira anuncia um utilitário
que não está para brincadeira
quando o assunto é trabalho. Os principais
elementos que compõem a frente, como
para-choques, entradas de ar e faróis, ga-
nharam linhas aerodinâmicas que refor-
çam a resistência e a estabilidade do carro.
O motor turbodiesel eletrônico
mHawk 2.2 proporciona grande torque
e versatilidade à tração 4x4, além de ga-
rantir tração máxima mesmo em mar-
chas curtas. Desenvolvido de acordo
com o padrão europeu, é mais leve, me-
lhorando naturalmente a performance
do carro. Tudo isso com ausência excep-
cional de ruídos e vibrações.
Com espaço de sobra para cinco
pessoas e capacidade de mais de uma
tonelada de carga, é a equação perfeita
entre conforto e força para o trabalho.
Com possibilidade de ser equipada com
baú ou caçamba, atende a todo tipo de
necessidade e oferece quase uma tone-
lada e meia de capacidade de carga.
Foto
s: Di
vulga
ção
MahindraCabine dupla ou chassi,
oferece excelente custo-benefício
Automóveis
o melhor custo-benefício em três frentes:Custo de aquisição: chega a ser
14% mais baixo que um similar da
concorrência.
Manutenção: fácil de ser realizada e
com custo excepcionalmente baixo.
Combustível: toda a economia
do diesel.
Completíssimos de fábrica:• Direção hidráulica.• Travas elétricas.• Espelhos elétricos.• Controle de rádio no volante.• Freios ABS.• Air bags duplos.• Sistema de luzes “follow me”.• Ar-condicionado com saída
dianteira e traseira.• Rodas aro 16.• Estribos laterais.• Saída auxiliar de 12V.
Mahindra: uma potência global.A Mahindra é parte do grupo india-
no Mahindra & Mahindra, que atua em
diversas áreas do setor industrial, comer-
cial e tecnológico desde 1945, ano em
que introduziu o Jeep Willys em seu país
natal. Com design arrojado, os veículos
da marca primam pela funcionalidade e
eficiência e são sucesso nos mais de 100
países em que a empresa está presente.
Eleita pela Forbes uma das 200 empresas
mais prestigiadas do mundo, hoje é um
grupo de U$ 15,8 bilhões.
68 Março 2013 69Março 2013
Nim Uma planta que
protege o rebanho
Propriedades da árvore indiana auxiliam no
controle de doenças e parasitas que atacam
o rebanho leiteiro. Especialistas garantem
eficácia e rapidez no tratamento.
das menos poluentes, com baixo poder
residual, e apresentam menores riscos
de intoxicação. Um dos bons exemplos
nessa proposta é a árvore nim, que atua
como repelente, inseticida, acaricida,
fungicida e nematicida.
A pós-doutora em química orgânica
e professora da Ufscar - Universidade
Federal de São Carlos, Maria Fátima das
Graças Fernandes, aponta que cerca de
400 espécies de insetos foram relatadas
em pesquisas como sensíveis a algum
tipo de ação do nim. “Além desse tipo
de ação, o nim tem efeitos sobre outros
organismos, como nematóides, fungos,
vírus e protozoários”, diz, explicando que
o produto, que atua como bioinseticida,
se revela praticamente inócuo ao am-
biente e ao homem, biodegradável e
com baixa persistência no ambiente.
Após a ingestão, o princípio ativo
azadiractina passa a circular na corren-
te sanguínea dos animais e os parasitas
que se alimentam do sangue passam
a sofrer os efeitos negativos da planta.
Em cinco dias, os carrapatos (Boophilus
microplus), as larvas de berne (Dermato-
bia hominis) e a moscas-do-chifre (He-
matobia irritans), por exemplo, morrem
A competitividade da pecuária
leiteira atualmente se baseia
principalmente na aplicação de
tecnologia, elevação da produtividade
e ganhos de eficiência da porteira para
dentro. E isso passa por uma gestão
correta dos custos de produção, o que
inclui o controle rigoroso de doenças e
pragas que afetam a exploração, como
vermes, moscas, carrapatos, bernes e
bicheiras.
Segundo um estudo que calculou o
impacto econômico das principais ecto-
parasitoses no País, os prejuízos causa-
dos podem exceder os US$2 bilhões por
ano, sendo as possíveis perdas associa-
das à diminuição da produção de leite e
aos gastos com medicamentos.
O uso indiscriminado de diversos
princípios químicos determinou um
grave quadro de resistência genética de
vários parasitos.
Desde então, vem se abrindo espa-
ço para o uso de métodos alternativos,
como a utilização de plantas de poten-
cial fitoterápico com ação repelente
e larvicida. Em geral, são tratamentos
simples e de baixo custo. Além disso,
tais substâncias naturais são considera-
Sustentabilidade
no corpo do animal, segundo a profes-
sora da Ufscar. A azadiractina é ainda
elimi¬nada nas fezes dos animais, jus-
tamente onde as moscas colocam seus
ovos. “Ao entrarem em contato com o
princípio ativo do nim, não se desenvol-
vem e a infestação diminui considera-
velmente”, ela completa.
Os resultados dependem do nível
de infestação dos animais, do tamanho
da área e das condições climáticas. Nor-
malmente, os efeitos começam a apa-
recer em torno de 25 dias após o início
dos tratamentos, mas em alguns casos,
podem levar mais de 70 dias.
Na Zona da Mata mineira, Dauro
Francisco Vilella Schettino sempre
criou as 600 cabeças de gado leiteiro
de sua fazenda de modo convencional.
Por muito tempo, enfrentou sérios
problemas para eliminar moscas-do-
chifre e carrapatos. O uso dos produtos
químicos era caro e trabalhoso, e
para driblar a resistência da praga
era necessário alternar diferentes
formulações, de três em três semanas.
Com isso, a cada banho químico, a
produção - de 1.500 litros de leite/dia -
apresentava perda entre 10% e 15% nos
dois dias seguintes.
A rotina da fazenda mudou quando,
no começo de 2010, o proprietário
decidiu enfrentar os citados insetos
com o uso do pó do nim, na proporção
de 1,5 kg de pó para cada 100 kg de sal
mineral. O produto conseguiu, enfim,
interromper o ciclo das pragas no
gado e dar sinal verde para a produção
orgânica que almejava.
O tratamento por meio de produtos
naturais não é novidade. “No início do
século passado, plantas medicinais eram
a única opção dos fazendeiros para
tratar os animais doentes. Depois surgiu
o antibiótico, comprado pronto, sem a
necessidade de manipulação. Com isso,
as plantas, apesar de serem a opção
mais barata, deixaram de ser usadas”,
conta Romina Lindemann, diretora da
fazenda Preserva Mundi, produtora de
árvores nim no Estado do Pará.
70 Março 2013 71Março 2013
Inhotim.-.-.Turismo
tamento versátil dos espaços para apresentação de obras de
vídeo, instalação, pintura, escultura etc.
Tunga, Lygia Pape, Carlos Garaicoa e Cristina Iglesias.
Artistas consagrados no cenário da arte contemporânea bra-
sileira e mundial que tiveram galerias permanentes ao ar livre
inaugurados no Inhotim no mês de setembro de 2012. Além
das obras permanentes, o Instituto também inaugurou novos
trabalhos temporários expostos na galeria Mata.
S ituado em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (MG),
o Inhotim ocupa uma área de 110ha de jardins botâ-
nicos com uma extensa coleção de espécies tropicais
raras e um acervo artístico de relevância internacional.
Aberto para visitas públicas em outubro de 2006, o acervo
do Inhotim vem sendo formado desde meados de 1980, com
foco na arte produzida internacionalmente dos anos 1960 até
os nossos dias. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e
instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais
são exibidos em galerias espalhadas pelo Jardim Botânico.
Os espaços expositivos são divididos entre 18 galerias de-
dicadas a obras permanentes, outras quatro para obras tem-
porárias e diversas obras de arte espalhadas pelos jardins. Bie-
nalmente uma nova mostra temporária é apresentada, com o
intuito de divulgar as novas aquisições e criar reinterpretações
da coleção, e novos projetos individuais de artistas são inaugu-
rados, fazendo de Inhotim um lugar em constante evolução.
As galerias permanentes foram desenvolvidas especifi-
camente para receber obras de Tunga, Cildo Meireles, Marilá
Dardot, Miguel Rio Branco, Hélio Oiticica e Neville D’Almeida,
Cristina Iglesias, Carlos Garaicoa, Adriana Varejão, Doris Salce-
do, Victor Grippo, Matthew Barney, Rivane Neuenschwander,
Valeska Soares, Janet Cardiff & George Miller e Doug Aitcken.
As galerias temporárias – Lago, Fonte, Praça e Mata - têm cer-
ca de 1 mil m² cada uma e contam todas elas com o mesmo
tipo de arquitetura, com grande vãos que permitem aprovei-
Foto
: And
ré M
ante
lliFo
to: E
duar
do Ec
kenf
els
va é a coleção de Araceae, família que
inclui de imbés a antúrios e copos-de-
-leite, com cerca de 450 espécies, a
maior coleção viva desta família no he-
misfério sul. As orquídeas estão repre-
sentadas por cerca de 334 espécies. Ao
todo, são mais cerca de 165 famílias bo-
tânicas, 851 gêneros e aproximadamen-
te 3.000 espécies de plantas vasculares.
Tamanha diversidade de espécies vege-
tais fazem do Inhotim um espaço úni-
co, tornando-o um excelente ambiente
para a difusão de valores ambientais.
Recentemente foi aberto à visitação
o Viveiro Educador, local onde se cul-
tiva grande parte da coleção botânica
da instituição. O espaço é formado por
um complexo horticultural destinado
a pesquisas científicas, manutenção
da coleção botânica e atividades edu-
cacionais. O Viveiro Educador Inhotim
abrange uma área de aproximadamente
25.000 m2, e seu acervo conta com mais
de 4800 espécies, distribuídas em 167 fa-
mílias botânicas, dentre as quais se des-
tacam Arecaceae (família das palmeiras),
Araceae (imbés, antúrios, copo-de-leite)
e Orchidaceae (orquídeas).
Além do acervo botânico, considera-
do a maior coleção de plantas vivas do
Brasil, o local oferece também uma visi-
ta sensorial pelos jardins construídos na
entrada do viveiro. Intitulado de ‘Jardim
dos Sentidos’, o espaço reúne, em forma
de mandalas, exemplares de plantas me-
dicinais, aromáticas e tóxicas. O Viveiro
Educador abriga também o ‘Bosque da
Juçara’, local onde foi recriado um am-
biente de Mata Atlântica, disposto entre
árvores remanescentes da vegetação
original e ornamentado essencialmente
por espécies nativas desse bioma. Desta-
que para o palmito-juçara (Euterpe edu-
lis) e o jacarandá-da-bahia (Dalbergia
nigra), espécies características da Mata
Altântica e ameaçadas de extinção, além
de pteridófitas, cactáceas, pequenos
bambus e aráceas.
Outro espaço de visitação do Viveiro
Educador é a Estufa Equatorial, local com
condições de temperatura e umidade
controladas que permite o cultivo de
espécies tropicais. É neste local que está
sendo cultivada a famosa “Flor Cadáver”,
cientificamente denominada Amorpho-
phallus titanum. A exótica espécie flores-
ceu, pela segunda vez na América Latina,
em Inhotim, no ano passado. O fenôme-
no, que chamou a atenção do mundo
inteiro, durou apenas três dias.
Jardim BotânicoA área total do Jardim Botânico Inho-
tim, em constante crescimento, está dis-
tribuída em seus dois principais acervos:
Reserva Natural, com 300 hectares de
mata nativa conservada, e área de visita-
ção, com 100 hectares de jardins de co-
leções botânicas e cinco lagos ornamen-
tais que somam 3,5 hectares de área.
Mas os jardins de Inhotim não são
somente um local de contemplação es-
tética. É neste contexto de rara beleza
que Inhotim realiza estudos florísticos,
catalogação de novas espécies botâni-
cas, conservação ex situ e uso paisagís-
tico de espécies como forma de sensi-
bilização popular pela preservação da
biodiversidade.
O local tem como diretrizes a conser-
vação dos remanescentes florestais per-
tencentes aos biomas Mata Atlântica e
Cerrado; resgate, ampliação e manuten-
ção de coleções botânicas; emprego de
técnicas sustentáveis de manejo; elabo-
ração e desenvolvimento de programas
socioambientais.
Atualmente são cultivadas, no jar-
dim botânico do Inhotim, mais de 4.200
espécies de plantas. O acervo botânico
é bem representado por grupos com
valor paisagístico, sendo uma das maio-
res coleções brasileiras de palmeiras,
com mais de 1.400 espécies crescendo
nos viveiros e jardins. Também expressi-
INFORMAÇÕES GERAISHorário de visitação:Terças, quartas, quintas e sextas-feiras, das 9h30 às 16h30Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30
ENTRADA Terça feira gratuita, exceto feriadosR$ 20 às quartas e quintas feirasR$ 28 às sextas feiras, sábados, domingos e feriadosMeia-entrada válida para estudantes identificados e maiores de 60 anos. Crianças de até cinco anos não pagam.
Foto
: Bru
no M
agalh
ães
Foto
: And
ré M
ante
lli
Março 2013 7372 Março 2013
MINI PoRCo de estimação
Mercado PetFo
tos:
Divu
lgaçã
o
por aí com o mini porco livre ao seu lado. Os cuidados com
esses animais é bem parecido com os dos cães e gatos e sua
aptidão ao adestramento também.
Para ter um animalzinho assim em casa, os interessados
devem desembolsar de R$1.000 a R$1.500 dependendo da
pelagem que vai desde a preta até a malhada. Os custos com
manutenção são menores, em relação com outros animais do-
mésticos, como os cães. A alimentação é como a de qualquer
outro pet: ração especial para a espécie, e pode ser adquirida
em pet shops.
Aos dois anos já são considerados adultos e podem viver
até os 18 anos. Os porquinhos possuem de 18 a 30 kg e apro-
ximadamente 40 cm de altura, a mesma de um cão de médio
porte. Já um porco normal tem entre 100 e 400 kg e podem
chegar a 80 cm de altura.
A saúde do porquinho é de ferro, são poucas vacinas que
ele precisa e as visitas ao veterinário se fazem necessárias
apenas duas vezes ao ano para contro-
le. Além disso,recomenda-se o uso de
filtro solar, que é necessário nos porqui-
nhos mais rosados e claros, quando o
passeio for durante o dia ou se ele ficar
exposto ao sol por um longo período
de tempo. Assim como outros suínos,
os porquinhos têm a pele muito seca e
não devem ser expostos a temperaturas
extremas. Os donos devem providenciar
uma cama quentinha para proteger o
mini porco do frio, fator que aumenta
as chances de problemas respiratórios
como pneumonia.
Os médicos veterinários recomen-
dam bastante atenção na hora da
compra, pois os mini porcos podem
sair maior do que a encomenda e por
isso é importante observar o tamanho
dos pais antes de comprar e a origem e
procedência do vendedor. Outro alerta:
os mini porcos normalmente são ad-
quiridos por quem já é dono de animais
domésticos e convivem bem com ou-
tros pets, mas podem ser vistos como
uma presa por cães maiores, como os
rottweilers.
Para especialistas do Instituto Brasi-
leiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), a criação
de animais exóticos como pets pode se
transformar em um problema ambien-
tal e de saúde, se não houver o devido
cuidado. A questão ética da modificação
genética também entra em jogo na hora
de avaliar a compra. Especialistas em
animais exóticos, alertam que muitas
pessoas estão comprando animais exó-
ticos por impulso e depois acabam por
abandoná-lo. Os mini porcos apesar do
tamanho reduzido,continuam tendo a
carga genética de um suíno e, portanto,
os mesmos costumes.
Eles são dóceis, inteligentes, resistentes a doenças e, ao contrário do que se pensa,
não são sujos ou malcheirosos.
Cuidados: • Os mini porcos devem tomar banho
pelo menos uma vez por semana, con-
sultar o veterinário a cada seis meses e
praticar exercícios regularmente.
• Cuidado com o sol e é recomendável
passar um creme hidratante na pele. No
frio o animal deve ficar abrigado — se
criado fora de casa deve ter uma casinha
com cobertas (como a de cães).
• Vacinação e vermifucação: deve ser
vacinado contra leptospirose e erisipela
suína a partir de 4 a 6 semanas de vida,
com reforço anual. Vermifugar é impor-
tante também.
• Alimentação: Come ração de suíno de
pequeno porte, couve, brócolis, espina-
fre e frutas. Alface e restos de alimentos,
principalmente com óleo e condimen-
tos, são absolutamente proibidos. Tem
tendência à obesidade, então a comida
deve ser controlada.
• Rotina: Geralmente se recolhe ao es-
curecer e dorme a noite toda. Gosta de
brincar e de comer raízes, e, para isso,
fuça a grama, mas não costuma estragar
móveis.
• Características: É carinhoso, mas não
tem grande necessidade de agradar ao
dono. Inteligente, facilmente adestrável.
• Alerta: Ao escolher o mini porco como
pet, você será responsável por um ani-
malzinho que pode viver até 18 anos
e será difícil encontrar quem queira
adotá-lo em caso de desistência. Caso
não queira mais, procure o criador para
que ele possa encontrar um novo dono.
• Hoje, no Brasil, existem criadouros em
São Paulo, Salvador e no Rio de Janeiro.
Esqueça tudo que você já viu e ouviu falar sobre porcos,
pois os porcos em miniatura, ou mini porcos, trazem um
novo conceito na suinocultura convencional. Originá-
rios de raças melhoradas geneticamente eles foram gradativa-
mente reduzindo sua estatura.
Nos Estados Unidos, os bichinhos são símbolos de pros-
peridade e fartura para a casa que os abriga. A socialite Paris
Hilton e o ator George Clooney têm como pets mini porqui-
nhos, e já apareceram com os amigos suínos pelas ruas e essa
criação também já possui muitos adeptos pelo Brasil.
Eles são dóceis, inteligentes e acredite, higiênicos, não fa-
zem as necessidades do local onde dormem e aprendem o
local certo para elas com certa facilidade. Se educados desde
pequenos criam comportamentos mais dóceis e gostam de
carinho, apesar de não serem muito adeptos ao colo. Treina-
dos também atendem pelo nome e passeiam de coleira. Com
algum treino, o dono pode até abrir mão da coleira e desfilar
Comparação mini porco e porco normal:
MINI PORCO• Ao nascer: Média de 350g, 15cm
de comprimento e 7cm de altura
• Com 60 dias: 1,1 kg, 25cm de
comprimento e 10cm de altura
• Adulto: 18 a 25 kg, 60cm de
comprimento, 40cm de altura
PORCO NORMAL• Ao nascer: Média de 700g a 1 kg, 30cm
de comprimento e 15cm de altura
• Com 60 dias: Média de 8 kg, 35cm
de comprimento e 25cm de altura
• Adulto: 100 kg a 400 kg (dependendo
da raça) e 1,5m de comprimento
e 80cm de altura
s s s s s
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
: Divu
lgaçã
oFo
to: B
ridge
t Dav
ey
Por Amanda Ribeiro
74 Março 2013 75Março 2013
Criações Exóticas
Ranicultura
tecnicamente a produção e garantir sua
rentabilidade. A atividade ainda é pouco
representativa no perfil socioeconômico
do país, acarretando em pouco investi-
mento tecnológico e de desenvolvimen-
to nas indústrias de insumos. Apesar dis-
to, com o forte crescimento do consumo
de carnes brancas e saudáveis vem se
projetando como uma fonte alternativa
de proteína.
Estudos elaborados pelo Instituto da
Pesca de São Paulo, demonstraram cus-
tos elevados de implantação e operação,
sendo a ração e a mão de obra conside-
rados os dois itens que definem o cus-
teio do produto. A viabilidade do empre-
endimento é atingida apenas com bons
índices zootécnicos (conversão alimen-
tar na fase de engorda e na fase de gi-
rino) e elevado preço de venda (R$31,50
- 35,50 kg – preços mínimos). A taxa in-
terna de retorno observada na condição
mais viável foi de 35,06% e o retorno do
investimento de cerca de 2 anos, índices
comumente praticados na aquicultura.
O estudo constatou também que a cria-
ção comercial de rãs torna-se atrativa se
A ranicultura teve início no Brasil
na década de 30 com a introdu-
ção da rã-touro no país e o que
era apenas uma atividade rurícola, trans-
formou-se na a década de 80 em uma
atividade comercial. O que motivou esta
transformação foi à valorização da carne
de rã no mercado nacional, a perspectiva
de comercializar externamente e a proli-
feração de informações fantasiosas acer-
ca da rentabilidade da atividade, atraiu a
atenção de investidores rurais e elevou o
número de ranários no país. Porém, com
a inadequação das instalações e técnicas
de manejo, muitos destes novos produ-
tores foram obrigados a abandonar a ati-
vidade. Até o Censo Agropecuário (IBGE,
2006), o Brasil tinha 170 estabelecimen-
tos ranícolas com produção em torno de
156 toneladas/ano. A região Sudeste se
destacava com 57% da produção.
A ranicultura possui uma série de
especificidades biológicas e técnicas em
relação às demais atividades agrícolas.
A adequação das instalações, da tem-
peratura, da alimentação e do manejo
das rãs é fundamental para viabilizar
praticada com bons índices de conver-
são alimentar e preços favoráveis para o
posicionamento na comercialização da
carne como produto “gourmet”.
Para uma criação ser bem sucedida,
além das práticas adequadas de manejo,
é necessário que o criador fique atento a
alguns fatores essenciais: São necessárias
informações técnicas bem fundamen-
tadas, de boa procedência e de fonte
idônea, que tornem o criador apto a re-
alizar um bom planejamento das instala-
ções. O terreno deve ser suficiente para a
construção planejada e ter água de boa
qualidade e com vazão adequada para
atender aos requisitos do projeto. Águas
de ribeirões, rios, riachos e represas são
merecedoras de atenção especial, pois
podem receber descargas de agrotóxi-
cos, fertilizantes e/ou fossas, que causa-
rão mortalidade no futuro plantel. Em
qualquer das situações, antes de iniciar
um projeto de aquicultura é recomen-
dável sempre fazer uma análise física e
química da água de abastecimento e um
exame bacteriológico, este, para detectar
a presença de coliformes totais e fecais.
Rã-touro
Baias de Recria Inicial. Recebem os
imagos após a metamorfose, oriundos
ou não de uma mesma desova. Quan-
do as rãs alojadas nessas baias alcan-
çam de 30 a 40 g, são tríadas e trans-
feridas para as baias de crescimento e
terminação.
Baias de Crescimento e Terminação. São destinadas a receberem lotes uni-
formes de rãs oriundas das baias de re-
cria inicial, onde permanecem até atin-
girem o peso de abate. Nesse momento,
são enviadas para a indústria de abate
e processamento.
No Brasil, em um ranário, um re-
produtor permanece de 4 a 5 anos,
em média, e as rãs destinadas ao abate
cerca de sete meses a um ano.
Investimento Inicial O investimento varia muito de acor-
do com o porte do empreendimento e
do quantitativo de que dispõe o inves-
tidor. Calcula-se o investimento de 55 a
75 reais o metro quadrado de estrutura.
Um ranário para ser economicamente
viável precisa de pelo menos 700m2,
o que requer um investimento de
38,5 mil reais se considerar o mínimo;
e 52,5 mil se considerar o máximo.
casal de cada vez (individualizadas), ou
para vários casais (baias coletivas). Após
a reprodução, a desova é transferida para
o setor de girinos, e o casal retorna para a
baia de mantença. Apesar dessa baia ser
semelhante às do setor de recria, seus
elementos básicos estão em número e
dimensões proporcionais ao porte dos
reprodutores, que são alojados em uma
densidade bem inferior.
O Setor de Girinos. É formado por
um conjunto de tanques, construídos
em tamanho e número proporcional ao
porte do empreendimento. A desova é
depositada em uma incubadeira, onde
ocorrerá o desenvolvimento embrioná-
rio até a saída das larvas, as quais, de-
corridos alguns dias, darão origem aos
girinos propriamente ditos. Nos tanques,
os animais vão se desenvolver até a me-
tamorfose.
O Setor de Recria. Constituído de
baias de recria inicial e baias de termi-
nação. Essas baias consistem de abrigos,
cochos e piscinas dispostos linearmente
e adequados ao tamanho dos animais.
As rãs são extremamente dependen-
tes da temperatura ambiente e desenvol-
vem-se melhor em regiões mais quentes.
Sugere-se, portanto, a escolha de locais
com temperaturas mais altas (média de
26ºC). É necessária a disponibilidade de
mão-de-obra em tempo integral diaria-
mente, o projeto deve ser adequado às
condições financeiras do criador e outros
aspectos importantes são proximidade
de centros consumidores e facilidades
proporcionadas por vias de acesso.
Como as rãs possuem diversas etapas
de desenvolvimento (reprodução, desen-
volvimento embrionário, girinagem, me-
tamorfose, pré-engorda e engorda) exis-
tem ranicultores que se dedicam a uma
ou outra etapa, optando por não realizar
o ciclo completo. Assim, existem produ-
tores que se dedicam apenas a etapa de
reprodução, criando girinos para vendas
externas, e outros que compram imagos
e apenas fazem a engorda. Alguns traba-
lham de forma “artesanal”, e poucos têm
recursos para incluir um abatedouro em
suas instalações. Para ser rentável comer-
cialmente um ranário deve ter em média
de 500 a 700 m2 de área construída. Com
esse tamanho, ele estaria apto a produzir
aproximadamente 200 Kg de carne por mês.
Estrutura de ProduçãoO Setor de Reprodução. É cons-
tituído de duas áreas distintas: as baias
de mantença e as de acasalamento. Na
primeira, as rãs reprodutoras são man-
tidas confortavelmente durante todo o
ano, sendo transferidas para as baias de
acasalamento quando o ranicultor ne-
cessita de desovas. Essas baias de aca-
salamento podem ser para apenas um
A rã é um anfíbio que vive na água durante três meses em média, na primeira fase da vida, a de girino. Após passar por uma transformação na anatomia e na fisiologia do organismo (metamorfose), que também leva cerca de três meses, torna-se capaz de viver também fora da água. Mais quatro meses são necessários para chegar ao ponto de abate, com peso entre 200 e
250 gramas. Quanto mais quente o local, mais rápido se torna o metabolismo da rã e, por conseqüência, mais velozmente ela estará pronta para o abate.
Foto
s: D
ivulga
ção
Foto
: www
.leda
uphin
e.com
Foto
: Divu
lgaçã
o
Por Amanda Ribeiro
76 Março 2013 77Março 2013
Foto
-mon
tage
m: D
ivulga
ção
ruralCulinária
Modo de Preparo
Bata todos os ingredientes, menos o fermento em pó,
no liquidificador. Passe para uma tigela. Dissolva o fermento
em uma colher (de sopa) de água e acrescente à mistura.
Mexa delicadamente. Unte com manteiga uma fôrma redonda
de buraco e polvilhe-a com farinha de trigo. Coloque a massa
e leve para assar em forno médio, a 180ºC, por 35 minutos.
Para 8 pessoas • Tempo de preparo: 2 horas e 30 minutos
Bolo de Milho1 pitada de sal
3 colheres (de sopa) de farinha de trigo
3 colheres (de sopa) de manteiga
3 ovos inteiros
1 colher (de sopa) de fermento em pó
Ingredientes
3 xícaras (de chá) de milho
verde fresco
3 xícaras (de chá) de leite
3 xícaras (de chá) açúcar
Receita
Os Rosenburg: Gustavo, Teresa, Julia e Helvécio e Renata Nascimento.
Flávia Leite e Leonardo Motta
Leonardo Motta, Bernardo Junqueira, Carlos Augusto, Vicente Araújo, Camilo Leão e Paulo Henrique
Gilvania Cristina, Marcio Vinicius, Daniel Medina e Ana Claudia.
Antônio Pedrosa, Marcelo Lamounier e Paulo Henrique
Família Lana: Fernanda, Patrícia, Carlos Augusto, Juliana e Adriana
Haras Terra Natal em confraternização de final de ano
A tradicional festa de confrater-
nização de final de ano, promovida
pela da turma do cavalo, composta
por criadores de Mangalarga Mar-
chador que se reúnem semanal-
mente no restaurante Boi Vitório,
foi comemorada na casa do criador
Carlos Augusto, titular do Haras
Terra Natal.
Como de costume, o evento foi
repleto de animação, comida e be-
bida da melhor qualidade e o indis-
pensável papo sempre entusiasma-
do sobre os marchadores.
Evento / Confraternização
Família Lana: Fernanda, Patrícia, Carlos Augusto, Juliana e Adriana
Fotos: Marcelo Lamounier/Carlos Augusto
Caroline Gulhelmelli, Adriana Lana e Patricia Lana
Caroline Gulhelmelli, Diogo Gulhelmelli, Camilo Leão, Bernardo Junqueira e Marcela Meireles
Março 2013 7978 Março 2013
Giro Rural
Os 22 anos da Coopera-tiva Nacional de Apicultura (Conap), celebrados em abril, registram a transformação de uma organização inicialmente focada na comercialização da Apitoxina, o veneno da abe-lha, a uma referência mundial na produção da própolis ver-de. Localizada em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, a Conap comemora seu aniversário com uma nova fase que investe no mercado externo e reforça as ações de formação continuada de seus cooperados como ferramenta de diferenciação.
Cooperativa Nacional de Apicultura Comemora 22 Anos
Com o enredo “Amigo Fiel, do cavalo do amanhecer ao Mangalarga Marchador”, a escola de samba Beija Flor conquistou o segundo-lugar no carnaval carioca. Os carros, as alegorias, as fantasias e o samba que contaram a história do cavalo desde o seu surgimento na Terra até chegar ao nascimento da raça Mangalarga Marchador no Sul de Minas Gerais, no século XIX, chamaram a atenção pela beleza e criatividade.
Para a diretoria da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, sediada em Belo Horizonte (MG), a participação da raça na festividade foi oportuna para mostrar ao mundo que o Brasil possui uma raça de cavalos originalmente brasileira, com qualidades que o distinguem de qualquer outra raça de equinos, seja pela comodidade, andamento, por se adaptar em qualquer tipo de clima e solo e por poder ser montado por crianças, jovens, adultos e idosos.
O governo anunciou que vai aumen-tar no mês de maio, a mistura de álcool
na gasolina de 20% para 25%. O objetivo é aliviar a alta dos combustíveis para o consumidor, uma forma de tentar atenu-ar o impacto do reajuste de 6,6% da ga-solina nas refinarias anunciado no mês de janeiro. Afinal, com mais etanol no combustível, a mistura fica mais barata.
O governo pretendia aumentar a mistura só a partir de junho, mas ante-cipou em um mês a mudança exata-mente para tentar amenizar o impacto do reajuste da gasolina. No ano passado,
houve a mesma autorização, que aca-bou não dando certo porque faltou eta-nol para atender à demanda, e a mistura foi novamente reduzida para 20%.
De acordo com o ministro de Minas e Energia Edson Lobão, agora o setor es-taria preparado para aumentar a produ-ção de 22 para 27 bilhões de litros de eta-nol. “O setor nos garantiu de mãos juntas que dará conta. Se não der conta, tere-mos que alterar o prazo para 1º de junho, e não 1º de maio”, afirma Lobão.
Mangalarga Marchador conquista segundo lugar no Carnaval do Rio de Janeiro
A confiança na capacidade reprodu-tiva do garanhão Limite D2 é tão grande que o Haras Terra Natal, de propriedade de Carlos Augusto, acaba de adquirir mais 1/3 de suas cotas, ficando agora com 67% do seu passe.
Este filho de Enfeite D2 em Haba-neira D2, portanto, duas vezes neto do consagrado Xale D2, além de apresentar ótimo tipo, pelagem comercial, excelen-te diagrama de marcha e genética de ponta, vem se consagrando como um exímio reprodutor, padronizando tipo e andamento marchado nos seus filhos.
Haras Terra Natal adquire mais 1/3 das cotas do reprodutor Limite D2
A fisioterapeuta Sabrina Lombardi Breslau, que desen-volve um trabalho com cava-los há 13 anos como forma de
A equoterapia aplicada no tratamento da esquizofrenia
terapia, descreve, em seu livro, as principais características e potencia-lidade desse tipo de terapia no tra-tamento da esquizofrenia. A autora acredita que essa técnica pode ser largamente difundida no Brasil. “O livro é apenas uma sementinha, uma revisão de artigos, livros, textos, e experiências de vida. É um estímulo
para quem quiser se aprofundar no tema. A técnica nasceu através da Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-Brasil), criada em 1989, é uma sociedade civil sem fins lucrativos de caráter terapêutico, educativo, cul-tural, desportivo e assistencial, com atuação em todo o território nacio-nal.” - afirma Sabrina.
Apenas em 2013, a coope-rativa já esteve presente na Na-tural Products Expo West, maior feira internacional de produtos orgânicos realizada na Califór-nia (EUA), e na Toquio Health Show, destinada a divulgar no-vidades relacionadas à saúde e bem-estar. “Os principais ob-jetivos de participarmos des-ses eventos é divulgar nossos produtos e estabelecer parce-rias. Mesmo que os resultados não sejam imediatos, criamos condições para levar a marca Conap a outros mercados”, diz o presidente da cooperativa, Irone Martins Sampaio.
Foto
: Divu
lgaçã
o
Foto
: Divu
lgaçã
o
Estão abertas as inscrições para a 16ª Edição do Prêmio ANDEF 2013. Chegou a hora de reconhecer as pes-soas que ajudaram no desenvolvi-mento do agro brasileiro. Conhecido como Oscar da agricultura, o prêmio é destinado aos profissionais do setor: Revendas e Canais de Distribuição, Cooperativismo, Universidades e Im-prensa, além da homenagem aos pro-jetos desenvolvidos pela indústria de defensivos agrícolas. “Valorizamos os profissionais que entendemos serem
parceiros e com papel fundamental no desenvolvimento do agronegócio. As expectativas para 2013 são ainda melhores já que o setor cresce dia a dia contribuindo e equilibrando a economia do nosso país”, declara José Annes Marinho, gerente de educação da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal).
Os participantes podem fazer as inscrições até o dia 30/04/2013 atra-vés do site www.andefedu.com.br. A entrega oficial a no dia 24 de junho, no Esporte Clube Sírio, em São Paulo. A comissão julgadora será composta por profissionais ligados ao agronegó-cio, governo, ONGS, universidades e imprensa. Participe!
16ª Edição do Prêmio ANDEF abre as inscrições
Aumento do etanol na gasolina
80 Março 2013 81Março 2013
ABCZ lança ExpoZebu Dinâmica no mês de maio
Uma nova atração está sendo preparada pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criado-res Zebu) para a 79ª edição da ExpoZebu - Exposição Internacional das Raças Zebuínas, que será promovida em Uberaba/MG, entre os dias 03 e 10 de maio.
Durante a exposição, a ABCZ fará o lan-çamento oficial do projeto da ExpoZebu Dinâmica, evento que passará a apresentar anualmente aos visitantes da ExpoZebu os principais lançamentos e novidades tecno-lógicas aplicadas à Agropecuária. O principal diferencial do evento será o dinamismo com que estas tecnologias serão apresentadas ao público. Haverá demonstração durante todo o dia das máquinas e demais tecnologias, em pleno funcionamento. “A ideia é apresentar aos criadores e produtores rurais que visitam a ExpoZebu como o mercado brasileiro tem evoluído em termos de tecnologia aplicada à produção rural. Hoje o Brasil é referência em tecnologia agropecuária e esta tecnolo-gia tem que chegar ao produtor. A ExpoZe-bu Dinâmica será uma vitrine onde a ABCZ pretende divulgar e fomentar o uso destas tecnologias de modo a ampliar a produção e a lucratividade do criador de zebu, sem esquecer das novas técnicas que garantem a sustentabilidade da propriedade rural e do meio ambiente”, explica o presidente da ABCZ, Eduardo Biagi.
A ExpoZebu, uma das mais importantes exposições da pecuária brasileira, é realizada anualmente pela ABCZ e reúne aproximada-mente 3 mil exemplares das raças zebuínas.
Foto
: Divu
lgaçã
o
Maio
Abril
Junho
4 a 14 Expo Londrina - Exposição do Cavalo Campolina - Londrina / PR - Três Barras
4 a 18 Leilão Online Haras Alcateia - Attualitá
6 1ª Copa de Marcha Cavalo Pampa de Passa Quatro - Haras Passa Quatro - Passa Quatro / MG
13 Leilão Pampa Elite Ginga - Trecho Teresópolis - Além Paraíba / RJ
15 a 21 Expo Nelore - Itaipava / RJ - Três Barras
17 a 19 1ª Campeonato Brasileiro de Barcha da ABCPampa - Viçosa / MG
19 a 5/5 I Leilão Online Clube da Marcha e Convidados - Attualitá
23 a 28 7ª Exposição do cavalo Campolina de Itaipava - Itaipava / RJ - Três Barras
24 a 27 Expoagro Itapetininga- Itapetininga / SP
1 a 4 25ª Betim Rural Especializada Mangalarga Marchador - Betim / MG
1 a 5 4ª Expopampa Especializada da Bahia
e 2º Campeonato Brasileiro (CBM) de Marcha Picada - Feira de Santana / BA
3 a 10 Expozebu - Uberaba / MG
4 a 5 Copa de Marcha Pampa Montes Claros - Montes Claros / MG
6 a 5/6 II Leilão Online Haras Caraíbas e Itaparica - Attualitá
8 a 12 Expopampa Atibaia - Atibaia / SP - Três Barras
14 V Leilão Virtual Xeque Mate - Attualitá
19 VI Leilão Virtual Avaré Guguiná e Amigos - Transmissao Novo Canal
21 a 26 43ª Exposição Agropecuária De Itapetinga - Itapetinga / BA
26 Leilão Virtual Fazenda Recreio e Convidados - (Transmissão Agro Canal) - São José de Ubá / RJ
27 a 2/6 Exposição Agropecuária de Nanuque / MG - Três Barras
28 a 9/6 Superagro 2013- Belo Horizonte / MG
6 a 9 XXVIII Enapêga- Belo Horizonte / MG
6 a 20 II Leilão Online Genética da Marcha - Attualitá
13 a 16 Exposição Cidade São Paulo / SP
17 a 21 19ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne - São Paulo / SP
Agenda RuralGiro Rural
82 Março 2013 83Março 2013
84 Março 2013