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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC JÚLIA LEITE SCHULTZ RENATA PEREIRA LEBRE ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE CONTÊINER NA CONSTRUÇÃO CIVIL MACEIÓ-AL 2017/2

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Page 1: ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE ......O desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade têm sido muito necessários e na construção civil não poderia ser diferente

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

JÚLIA LEITE SCHULTZ RENATA PEREIRA LEBRE

ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE CONTÊINER NA CONSTRUÇÃO CIVIL

MACEIÓ-AL

2017/2

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JÚLIA LEITE SCHULTZ RENATA PEREIRA LEBRE

ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE CONTÊINER NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora Dra. Allani Christine Monteiro Alves da Rocha e coorientação da professora Ma. Marianny Monteiro Pereira de Lira.

MACEIÓ-AL 2017/2

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JÚLIA LEITE SCHULTZ RENATA PEREIRA LEBRE

ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE CONTÊINER NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora Dra. Allani Christine Monteiro Alves da Rocha e coorientação da professora Ma. Marianny Monteiro Pereira de Lira.

APROVADO EM: 26/10/2017

______________________________________ ORIENTADORA - Prof. Dra. Allani Christine Monteiro Alves da Rocha

BANCA EXAMINADORA

AVALIADOR EXTERNO - Prof. Ma. Renata Torres Sarmento de Castro

______________________________________ AVALIADOR INTERNO - Prof. Ma. Danúbia Teixeira Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, aos nossos pais, Júlio e Wanessa, Ramiro e

Leila, e aos nossos familiares, pelo carinho, incentivo e apoio incondicional, nos

ajudando sempre a superar os obstáculos. Além de que, nunca mediram esforços

para nossa educação, nos mantendo sempre em instituições de qualidade.

A nossa orientadora, prof. Dra. Allani Christine, por nos ajudar nessa etapa. E,

não menos importante, queríamos agradecer também a nossa coorientadora, prof.

Ma. Marianny Monteiro, que foi de suma importância para a orientação e conclusão

desse trabalho tão importante.

Aos nossos namorados, Felipe e Daniel, aos nossos amigos e colegas de

curso, pelas ausências compreendidas e por acreditarem no nosso potencial durante

essa intensa caminhada, contribuindo de maneira direta ou indireta para

alcançarmos esse objetivo.

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ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE CONTÊINER NA CONSTRUÇÃO CIVIL

TECHNICAL STUDY OF THE VIABILITY OF CONTAINER REUSE IN CIVIL CONSTRUCTION

Júlia Leite Shultz, Graduanda do Curso de Engenharia Civil, [email protected] Renata Pereira Lebre, Graduanda do Curso de Engenharia Civil, [email protected]

Allani Christine Monteiro Alves da Rocha, Dra., [email protected] Marianny Monteiro Pereira de Lira, Ma., [email protected]

RESUMO

A construção civil é uma das atividades que mais causam impacto ao meio ambiente, consumindo muitos recursos naturais. Devido à quantidade imensa de contêineres inutilizados nos portos e a necessidade da utilização de materiais sustentáveis, passou-se a expandir a ideia de utilizar esses materiais na construção civil. Nesse contexto, o presente trabalho tem o objetivo de comparar o método de construção de uma casa de alvenaria com o método de construção de uma casa contêiner, de acordo com a sustentabilidade e os pilares: social, econômico e ambiental. Algumas adaptações devem ser feitas, como por exemplo: a colocação de isolação termo acústica, aberturas para ventilação, revestimentos e limpeza. O método utilizado foi uma revisão bibliográfica, seguindo de um estudo orçamentário comparativo entre as duas construções e para finalizar, uma pesquisa com a opinião da população. Os resultados obtidos indicam que o reuso do contêiner é aceito pela população, há uma redução nos impactos ambientais e, além disso, gera uma economia em relação à construção convencional de 30%. Conclui-se que no âmbito econômico, observa-se a diminuição no valor total da obra. No âmbito social, além da aceitação, existe a possibilidade da construção de casas populares, visando melhorar o problema de déficit habitacional, já que o custo final da obra é bem menor. E no âmbito ambiental, a reutilização de contêineres apresenta-se como uma solução, visando assim, à sustentabilidade.

PALAVRAS-CHAVE: Contêiner. Sustentabilidade. Reutilização.

ABSTRACT

Civil construction is one of the most harmful activities for the environment, using many natural resources. Due to the high amount of unused containers at the seaports and the need to use sustainable materials, the ideia of using these materials in civil construction was expanded. In this context, the present work has the objective of compare the method of building a masonry house with the method of building a house container, according to sustainability and the pillars: social, economic and environmental. Some adaptions must have been made, such as the placement of thermo-acoustic insulation, ventilation openings, coatings and cleaning. The method used was a bibliographical review, followed by a comparative study between the two constructions and to finish, a survey with a population opinion. The results indicate that the reuse of the container is accepted by the population, there is a reduction in the environmental impacts and, in addition, it generates an economy compared to the conventional construction of 30%. It is concluded that in the economic scope, the decrease in the total value of the work is observed. In the social sphere, besides the acceptance, there is the possibility of the construction of popular houses, aiming to improve the problem of housing deficit, since the final cost of the work is much smaller. And in the environmental scope, the reuse of containers presents itself as a solution, aiming at sustainability.

KEYWORDS: Container. Sustainability. Reuse.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

1.1 Objetivos .............................................................................................................. 9

1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 9

1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 9

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 10

2.1 O Desenvolvimento Sustentável e a Sustentabilidade .................................. 10

2.1.1 Exemplos de reuso de contêiner ...................................................................... 11

2.2 O Contêiner ........................................................................................................ 14

2.3 O uso de contêineres na Engenharia: uma preciosa matéria prima ............. 18

2.4 Etapas do processo construtivo ...................................................................... 19

2.5 Adaptações necessárias ................................................................................... 22

2.5.1 Aberturas .......................................................................................................... 23

2.5.2 Revestimento interno e externo ........................................................................ 23

2.5.3 Instalações elétricas e hidrossanitárias ............................................................ 25

2.5.4 Isolamento termo acústico ................................................................................ 25

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 28

3.1 Definição e elaboração do projeto ................................................................... 28

3.2 Orçamentos de custos e seus quantitativos .................................................. 29

3.3 Percepção da população de Maceió – AL e visita técnica ............................. 31

3.4 Verificação da viabilidade técnica ................................................................... 32

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 34

4.1 Projeto residencial e seus quantitativos ......................................................... 34

4.2 Comparação dos orçamentos finais ................................................................ 38

4.3 Pesquisa de caráter social e visita técnica ..................................................... 47

4.4 A viabilidade da reutilização do contêiner marítimo ...................................... 50

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 53

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55

APÊNDICES ............................................................................................................. 59

APÊNDICE A ............................................................................................................ 60

APÊNDICE B ............................................................................................................ 62

APÊNDICE C ............................................................................................................ 64

APÊNDICE D ............................................................................................................ 69

APÊNDICE E ............................................................................................................ 74

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APÊNDICE F ............................................................................................................. 78

APÊNDICE G ............................................................................................................ 80

APÊNDICE H ............................................................................................................ 83

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1 INTRODUÇÃO

A construção civil, atualmente, é considerada uma das atividades que mais

afeta o meio ambiente, pois, além de consumir recursos renováveis, também gera

muitos resíduos. Estima-se que 50% dos recursos renováveis mundiais são

consumidos pela indústria da construção civil que, muitas vezes, acontecem com um

descarte inadequado de resíduos sólidos, o que a torna uma das atividades menos

sustentáveis do planeta. No entanto, esse setor é essencial para o crescimento

urbano e a civilização contemporânea depende diretamente de edificações para sua

sobrevivência (EDWARDS, 2005).

O uso dos recursos naturais é indispensável com respeito socioambiental. A

fim de reduzir os impactos ambientais, a engenharia e a arquitetura juntamente com

a tecnologia, voltaram-se para a reciclagem e a reutilização de materiais, mesmo

que sejam provenientes de outros setores.

Dentre esses materiais descartados, vem destacando-se a reutilização de

contêiner marítimo que, não sendo reutilizado, torna-se um grande gerador de

resíduo pelo seu descarte irregular. É importante demonstrar o quanto a reutilização

de contêineres marítimos pode tornar-se além de um benefício ambiental, um

benefício econômico e social, visando baratear os custos e assim, podendo atender

à carência habitacional.

De acordo com Milaneze et al. (2012), o contêiner é uma caixa de metal com

grandes dimensões e que tem o objetivo de acondicionar e transportar cargas em

navios e trens a longas distâncias. Segundo Araújo (2012) sua vida útil é de dez a

quinze anos e ao final desse período, é preciso encontrar um destino adequado,

pois, ele é confeccionado a partir de materiais metálicos e não biodegradáveis, o

que o torna um imenso problema por gerar grande quantidade de lixo nas cidades

portuárias.

O reuso de contêineres, têm como principal vantagem, o custo reduzido para

execução de obras. Para fins de exemplo, uma casa feita com dois contêineres de

40 pés, aproximadamente 60m², com dois quartos, dois banheiro, cozinha e sala,

pode ser montado em apenas sete dias e com custo total aproximado de 23 mil reais

(sem acabamentos) e de 57 mil reais (completo). Sendo assim, comparando a

construção em contêineres ao custo de uma construção em alvenaria, ela apresenta

redução em 30% (SOTELLO, 2012).

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Como desvantagem, de acordo com Fossoux et Chevriot (2013), como os

contêineres são fabricados com materiais metálicos e um deles é o aço Corten, é

indispensável o isolamento térmico e acústico na habitação. Exemplificando, podem

ser usadas a lã de vidro, lã de rocha, isopor ou novas placas como a de pet e de

coco, colocadas como sanduíche entre a estrutura e a superfície metálica. Além

disso, faz-se necessário uma proteção antichamas, que pode ser executada com a

utilização de materiais de baixo custo e que são facilmente encontrados no mercado.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Esse trabalho pretende comparar o método de construção habitual de uma

casa de alvenaria com o método de construção de uma casa contêiner, a fim de

analisar a viabilidade técnica do reuso de contêineres marítimos, de acordo com a

sustentabilidade, levando em consideração aspectos sociais, econômicos e

ambientais.

1.1.2 Objetivos Específicos

Elaborar um projeto arquitetônico residencial comum para a casa

convencional de alvenaria e para a casa contêiner;

Conhecer os dados referentes aos quantitativos e custos de execução de uma

obra feita de alvenaria e uma de contêiner reutilizado;

Comparar o custo total das duas obras;

Averiguar a aceitabilidade de moradia no contêiner;

Verificar se a reutilização de contêiner é uma construção que visa à

sustentabilidade de acordo com os pilares: social, econômico e ambiental.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O Desenvolvimento Sustentável e a Sustentabilidade

A questão ambiental foi um tema que começou a ser muito discutido no início

da década de 80. Nessa época, a partir da Comissão Mundial sobre o Meio

Ambiente e Desenvolvimento (1988), que surgiu a partir dos estudos da

Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as mudanças climáticas, o devido

assunto foi estudado e resultou em um documento final conhecido como Relatório

Brundtland. De acordo com CMMAD (1988), o desenvolvimento sustentável é aquele

que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as

gerações futuras atenderem às suas necessidades.

O desenvolvimento sustentável trata-se da ideia do uso racional de recursos,

trazendo qualidade de vida para todos e tendo em vista, ao mesmo tempo, os

problemas ambientais. Já a sustentabilidade indica uma busca pelo equilíbrio entre a

melhoria da qualidade de vida dos homens e o limite ambiental do planeta. A

sustentabilidade não está necessariamente associada ao termo desenvolvimento,

mas considera alternativas viáveis economicamente, ambientalmente corretas e

socialmente justas para a construção da sociedade (DESCOLA, 2015).

De acordo com Tera Ambiental (2015), a sustentabilidade é atualmente

dividida em três principais pilares: social, econômico e ambiental. Para se

desenvolver de forma sustentável, é necessário atuar de forma que esses três

pilares coexistam e interajam entre si de forma plenamente harmoniosa.

O desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade têm sido muito

necessários e na construção civil não poderia ser diferente. A indústria da

construção civil é uma das que mais causam impactos ao meio ambiente, gerando

uma grande quantidade de resíduos sólidos e também consumindo muitos recursos

naturais. Toda sociedade que busca aperfeiçoar os métodos sustentáveis, deve

passar por grandes mudanças nesse setor.

A partir da intensificação d a preocupação com o desenvolvimento sustentável

e com a sustentabilidade, muitos estudiosos e profissionais da área, tentam

encontrar alternativas menos impactantes para o meio ambiente. Segundo Araújo

(2012), para a redução dos impactos, é importante estudar métodos construtivos que

usem a reciclagem. De acordo com Assis e Colombini (2005), a identificação e

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caracterização da sustentabilidade de uma construção são feitas em todas as etapas

do processo construtivo, desde a fase de projetos, passando por sua execução,

juntamente com todas as técnicas utilizadas em relação ao seu local de implantação

e ao entorno do mesmo.

Uma solução com material reciclado é a reutilização de contêiner, que vem

cada vez mais ganhando espaço no mercado brasileiro, despertando interesse de

profissionais, empresas especializadas e instituições. Conforme Corbas (2012), eles

podem ser usados de diversas formas, em canteiros de obras, alojamentos,

residências, comércio em geral, entre outros.

A reutilização e a reciclagem são processos diferentes, mas, são igualmente

importantes em suas contribuições para o meio ambiente. A reciclagem de um

resíduo é a transformação em algo novo. A meta é “re-ciclar”, ou seja, inserir o

material em um novo ciclo de produção. Isso quer dizer que o material será

reprocessado e formará outro material novo. Nesse contexto, os pneus antigos e

que não são mais usados, podem se tornar composto para asfalto e garrafas PET

podem se transformar em fibra de poliéster, por exemplo. Já a reutilização, dispensa

o reprocessamento, é a utilização do produto mais de uma vez, sem passar por

nenhum processo de transformação, mas, com uma utilidade diferente da proposta

inicial, a fim de prolongar sua vida útil. O objetivo final dos dois métodos é o mesmo:

combater o desperdício de materiais e contribuir para a diminuição de passivos nos

aterros e da exploração de recursos naturais (TERA AMBIENTAL, 2015).

2.1.1 Exemplos de reuso de contêiner

É notório que essa prática em que o contêiner é reutilizado como matéria

prima nas edificações está crescendo cada vez mais.

O primeiro exemplo é uma moradia estudantil. Segundo Xavier (2014), esse

projeto é da Cattani Architects e é uma cidade universitária em Le Havre, na

França. O alojamento, como ilustrado na Figura 1, é composto por quatro andares,

com um total de cem apartamentos com 24 m² cada e foi feito a partir

de contêineres velhos e abandonados. Todos os apartamentos têm vista para

um jardim interior e estão equipadas, em ambas as extremidades, com paredes de

vidro que permitem a iluminação natural dos espaços. O isolamento térmico e

acústico é garantido com paredes adjacentes que dividem as

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diferentes unidades revestidas com um material isolante de quarenta centímetros de

largura, além de camadas de borracha que amortecem as vibrações. A fachada

externa manteve o aspecto original dos contêineres, já no interior, como mostrado

na Figura 2, os arquitetos e designers optaram por paredes brancas e móveis de

madeira, equipando cada unidade com um banheiro, uma cozinha, um quarto/sala

e Wi-Fi gratuito.

Figura 1 – a), b) e c) Cidade Universitária, Le Havre, França.

Fonte: Xavier (2014).

Figura 2 – a) e b) Dormitório, Le Havre, França.

Fonte: Xavier (2014).

De acordo com Casa&Jardim (2017), o hostel Tetris, que fica localizado em

Foz do Iguaçu, no Paraná e foi construído a partir de 15 contêineres marítimos, que,

juntos, somam mais de mil metros quadrados, tornando-o o maior hostel de

contêineres marítimos do mundo. A acomodação tem capacidade para 70 pessoas

em quartos privativos ou compartilhados, além de cozinha, piscina, bar, lounge, deck

e jardim. O hostel foi inaugurado em novembro de 2014 e o espaço mantém

propostas sustentáveis. Além dos contêineres, a água da descarga dos banheiros

vem da chuva e os efluentes das pias, chuveiros e sanitários são tratados no local

com a ajuda de plantas que filtram as impurezas. O telhado é verde, a piscina é

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aquecida com placas solares e o isolamento acústico foi feito com mais de 100 mil

garrafas PET.

Figura 3 – a), b) e c) Tetris Container Hostel em Foz do Iguaçu. Fonte: Casa&Jardim (2017).

O terceiro exemplo é uma franquia de lojas em contêineres chamada

Container Ecology Store. A franquia em contêineres foi criada em 2008 pelo

empresário André Krai, sendo uma forma inovadora de levar ao mercado o melhor

da moda mundial em um ambiente moderno e diferenciado. Nestes quase 10 anos

de história, já foram abertas mais de 100 franquias no Brasil e no exterior. No Brasil,

alguns exemplos de cidades onde existe essa franquia são: Salvador – BA,

Araraquara – SP, Anápolis – GO, Arapiraca – AL, Criciúma – SC, Lençóis Paulistas

– SP, Macaé – RJ, Novo Hamburgo – RS, dentre outras.

Os contêineres são modificados e transformados em loja, com ampla vitrine,

isolamento térmico, móveis de pallet e um projeto totalmente sustentável e inovador,

mas sem perder suas características iniciais e nelas, são vendidos produtos de

grifes nacionais e internacionais.

A franquia proporciona economia na locação, grande visibilidade e ainda,

possibilidade de mobilidade. As opções de franquia contam com móveis,

provadores, estoque, vitrine, comunicação visual e todo o dna da Container Ecology

Store.

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Figura 4 – Loja Container Ecology Store, Anápolis/GO. Fonte: Loja Container, 2017.

2.2 O Contêiner

Os tonéis de madeira eram a principal forma de acondicionamento de

mercadorias a serem transportadas. Segundo Santos (1982), os tonéis

possibilitavam fretar os produtos pelo mundo, porém, com o advento da revolução

industrial e com o crescimento das diversas mercadorias, surgiu assim, a

necessidade de um sistema de transporte mais eficiente, resistente, com exigência

de material metálico para uso constante e que possuísse dimensões modulares, por

isso os tonéis de madeira caíram em desuso, por volta de século XX.

O termo inglês container, conhecido em português como contêiner, é um

equipamento utilizado para transportar cargas e de acordo com Slawik et al. (2010),

em 1937, Malcom McLean idealizou o modelo de contêiner usado até hoje, como

apresenta a Figura 5, casando a necessidade de transportes em menos tempo com

um material resistente à corrosão, o aço. De acordo com Metalica (2012), o

contêiner é feito com um metal especial chamado aço Corten, este, é um aço

patinável, isso quer dizer que, seus elementos melhoram as propriedades

anticorrosivas e esse tipo de aço tem três vezes mais resistência à corrosão que o

aço comum. No Brasil, de acordo com as recomendações da International Standard

Organization (ISO), que foi patenteado por McLean em 1960, as unidades de

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medidas utilizadas na padronização dos contêineres são as inglesas pés e

polegadas.

Figura 5 – Contêiner marítimo.

Fonte: Container Recife, 2016.

De acordo com o RSCP (2014), normalmente são mais utilizados os

contêineres de 20 pés e 40 pés, com medidas padronizadas de acordo com as baías

dos navios. A principal diferença é que o primeiro possui aproximadamente seis

metros de comprimento e o segundo doze metros. Quanto à tipologia, a

classificação está diretamente correlacionada com o uso empregado, embora já

citados os de 20’ e 40’, atualmente existem outros tipos de contêineres. Na Figura 6,

são apresentadas as medidas do contêiner e no Quadro 1, são representados os

principais tipos, explanados de maneira sucinta, as características associadas ao

tipo de contêiner, suas dimensões e características.

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Figura 6 - Dimensões do Contêiner.

Fonte: Plataforma Arquitectura (2011).

Quadro 1 – Tipologia e características do contêiner.

TIPOS COMPRIMEN

TO DIM. EXTERNAS

(B2XL2xH2) DIM.INTERNAS

(B1XL1XH1) CAPACIDA

DE (m³)

Dry Box 20’ 6.058 x 2.438 x

2.591 5.900 x 2.352 x

2.395 33,2

Dry Box 40' 12.192 x 2.438 x

2.591 5.900 x 2.352 x

2.395 67,7

Dry/High Cube

40' 12.192 x 2.438 x

2.896 12.022 x 2.352 x

2.696 76,2

Reefer 20’ 6.058 x 2.438 x

2.591 5.498 x 2.270 x

2.267 28,3

Fonte: Plataforma Arquitectura (2011).

Dentre estes citados acima, o modelo High Cube 40’ (alta cubagem) é o mais

utilizado, no contexto de matéria prima na engenharia/arquitetura, por possuir uma

maior altura, resultando em um pé-direito de aproximadamente 2,7 metros, além de

ser mais confortável para circulação de pessoas, também é possível embutir as

instalações no forro de gesso nos futuros empreendimentos. Os mesmos possuem

particularidades a serem seguidas, desde sua capacidade de peso até mesmo como

deve ser seu movimento, transporte e empilhamento.

As cantoneiras, os principais pontos de sustentação e apoio dos contêineres,

encontram-se nos oito vértices destes elementos e são produzidas para resistir aos

esforços realizados durante seu manuseio. Segundo Goebel (1996), estes vértices

têm papel essencial, permitindo que os contêineres sejam movimentados sem

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restrições pelos equipamentos intermodais, que são responsáveis pelo encaixe dos

contêineres no veículo ou no interior do navio. Além disso, sua resistência e posição

estão sujeitas a controle severo de tolerâncias.

Os navios, caminhões ou trens, são os responsáveis diretos pelos transportes

de contêineres, sendo o primeiro destes, o mais utilizado. Segundo Slawik et al.

(2010), os meios de transporte de contêineres com maior relevância na eficácia, são

o marítimo e o fluvial, feito através de navios. Isso é mundialmente comprovado com

o aumento contínuo de seu uso nos últimos anos. De acordo com a Associação

Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público - ABRATEC (2017), de 2015

a 2016, foram movimentados 11.544.708 contêineres somente nos portos

brasileiros.

De acordo com Slawik et al. (2010), outro tipo de transporte de contêineres,

que também oferece vantagens devido à rápida e flexível distribuição de

mercadorias, é feito através de caminhões. Já o transporte ferroviário de contêineres

não é tão flexível quanto o rodoviário, mas pode ser muito eficaz se a rede

ferroviária for bem desenvolvida.

Com capacidade de suportar até dez vezes seu peso próprio, os contêineres

podem ser agrupados e empilhados, sem comprometer suas características físicas

estruturais e isso é possível porque o mesmo possui estrutura reforçada em aço,

permitindo assim que sejam empilhados até oito unidades no sentido transversal e

três unidades no sentido longitudinal. De acordo com Slawik et al. (2010), essa

capacidade de agrupamento acontece porque as cargas horizontais são absorvidas

e transmitidas das vigas para os pilares e são direcionadas até os pontos de apoio

da estrutura, as cantoneiras. Porém, é indispensável que estas estejam

posicionadas e alinhadas uma acima da outra, para garantir eficiência no conjunto.

Por fim, sua vida útil está subordinada a muitos fatores e depende

essencialmente do seu material, do tipo de carga transportada, dos graus de

intempéries enfrentadas, do seu manuseio, das manutenções feitas, entre outros. De

acordo com WSC (2014), os contêineres possuem validade de dez a quinze anos,

após esse prazo, ocorre o descarte dos modelos antigos e a substituição por

contêineres novos, gerando um crescimento demasiado de material parado, um

verdadeiro “lixo” industrial portuário, que se desenvolve paralelamente a

necessidades de novas práticas sustentáveis no âmbito da construção civil, já que

esta é uma das principais áreas responsáveis pela degradação ambiental.

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2.3 O uso de contêineres na Engenharia: uma preciosa matéria prima

Dentro de uma visão mundial, há mais de 18 milhões de contêineres para

transporte circulando e após o fim de sua vida útil com função de transporte, cerca

de 5% do total de unidades são descartados todos os anos. Por isso, é necessário

oferecer um destino alternativo. Seu incrível potencial de uso é devido à qualidade

do material e a sua versatilidade, possibilitando novos usos, tais como abrigos

sanitários para obras, shows, feiras e exposições, também podem servir como

estandes em eventos, depósitos de materiais, alojamento, ambulatórios médicos,

moradias, restaurantes, entre outros (WSC, 2014).

De acordo com Kotnik (2008) e Slawik et al. (2010), os contêineres

apresentam inúmeras características que podem trazer grandes vantagens à

construção de edificações. Eles são pré-fabricados, robustos, resistentes às

intempéries, modulares, podem ser transportados e instalados de modo temporal e

compactos. Sua capacidade de proporcionar flexibilidade ao projeto é devido ao

caráter modular do sistema, pois, possibilita acelerar o processo de montagem e

desmontagem das edificações. Além de tudo, o reuso de contêineres possibilita uma

construção com custos reduzidos, com menor prazo de execução e de caráter

ecológico. Estas características justificam o porquê que esse tipo de construção vem

se tornando algo cada vez mais atrativo tanto para as empresas como para os

clientes.

Para fins de orçamento, os valores da compra de contêineres usados e novos

no Brasil variam de acordo com seu tipo e normalmente não incluem o valor do frete,

esses valores estão explanados no Quadro 2. Em sua maioria, os contêineres são

importados, implicando que estes valores estão sujeitos à cotação do dólar.

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Quadro 2 – Valores dos contêineres.

TIPOS VALORES

CONTÊINERES USADOS

20’ R$ 4.500,00

40' R$ 5.500,00

HC 40' R$ 6.000,00

CONTÊINERES NOVOS

20’ R$ 13.000,00

40' R$ 14.000,00

HC 40' R$ 15.000,00 Fonte: Grupo IRS (2014).

Conforme Figuerola (2013), após o processo de adaptação para a construção

de edifícios, os contêineres têm durabilidade estimada de noventa anos, desde que

sejam realizadas manutenções periódicas comuns. Assim como em qualquer

construção requer manutenção, como: pintura, impermeabilização, reparo de

infiltrações hidráulicas e na fiação elétrica, entre outros. Caso o contêiner adquirido

apresente alguma oxidação, deve ser feito um processo de repintura e proteção das

partes oxidadas, com tinta anticorrosiva, se o mesmo ficar exposto e não revestido

externamente. Outro fato importante é o cuidado com as emendas feitas entre os

contêineres a partir das soldas, garantindo a vedação por completo.

De acordo com uma entrevista feita por Yazbek (2015), as edificações com

contêineres no Brasil, possuem uma área média que varia entre cem e duzentos

metros quadrados, assim, o valor médio é de mil e quinhentos reais por metro

quadrado de construção. Dentro deste valor, é incluído o preço do contêiner, os

recortes necessários, os acabamentos de piso e forro, as instalações elétricas e

hidráulicas, como também o seu frete do porto até o local da obra. Os valores

podem variar principalmente com dois fatores, primeiro de acordo com o

acabamento escolhido pelo cliente e segundo com o valor do frete, que depende de

outros motivos: a distância a ser percorrida do porto até o terreno de implantação e

também do tipo de transporte adotado, que em sua maioria, é feito por caminhões

equipados com guindastes hidráulicos.

2.4 Etapas do processo construtivo

O processo construtivo de um contêiner pode ser feito por conta própria ou

por meio de uma empresa especializada. Caso o proprietário queira fazer por conta

própria, o custo final pode sair menor, porém, ele será responsável por procurar mão

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de obra especializada para transportar, manusear e fazer as devidas modificações

no contêiner. Já com uma empresa especializada, o proprietário somente precisará

mandar o projeto arquitetônico e a empresa ficará encarregada de executar todos os

serviços, isso provavelmente irá encarecer o custo para o proprietário, mas por outro

lado, trabalhar com profissionais da área reduz muito o tempo da obra devido à

experiência no manuseio com o material e maquinário, pois atualmente já existem

empresas no Brasil especialistas em reutilização de contêiner marítimo.

Segundo Figuerola (2013), o primeiro passo do processo construtivo, é

constituído por um rigoroso processo de seleção do seu estado e transformação

antes de serem utilizados nas construções, o que exige conhecimento técnico

especializado. De acordo com Castilho (2014), é nesta etapa que os parâmetros são

analisados. Dentre eles, tem-se: a verificação do estado de conservação do piso, a

existência de resíduos químicos, o alinhamento do contêiner (fator este que pode

refletir no revestimento interno), o amassamento em seu envoltório e principalmente

a integridade de sua estrutura. Posteriormente, são selecionados os contêineres

mais íntegros, sendo desamassados com o auxílio de um martelo e removidos os

adesivos e outros elementos que possam atrapalhar na pintura.

Delta containers (2014), afirma que para a reutilização dos contêineres em

edificações, é de suma importância conhecer a legislação vigente no local, assim

como suas restrições, por exemplo: pé direito mínimo, áreas mínimas, entre outras.

A documentação necessária para a liberação do projeto deve ser feita com a

prefeitura da cidade e nesta etapa são tirados também os alvarás e licenças de

maneira similar ao de uma construção convencional, onde é dado entrada na

Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) com seu projeto arquitetônico. Cada

município tem um procedimento próprio para aprovação, alguns mais rápidos e

simples, outros mais lentos e burocráticos.

Segundo Xavier (2016), o recomendado é não pedir a aprovação

considerando como uma casa contêiner propriamente dita, mas sim como uma

construção normal e não há ilegalidade nisso. O proprietário apenas precisa informar

o material que será usado, que são chapas de aço, mas não precisa informar que as

mesmas vêm “em forma de contêiner”. Isso costuma acontecer aqui no Brasil, onde

algumas prefeituras, por ignorância, infelizmente acabam criando problemas com

projetos em contêiner, muito embora não exista legislação impedindo o uso desse

material. Do mesmo modo que toda edificação erguida em um terreno precisa ser

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registrada na matrícula dele, o fato de ser uma construção em contêiner não muda

isso, é necessário um registro imobiliário. Vale salientar que o proprietário continua

com o mesmo dever de pagar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de sua

edificação.

De acordo com a Figuerola (2013), as casas contêineres devem atender a

todos os critérios da Norma de Desempenho NBR 15.575:2013, da mesma forma

que uma casa ou prédio de apartamentos convencionais ou inovadores. A norma de

desempenho estabelece parâmetros técnicos para vários requisitos importantes de

uma edificação, como: durabilidade, desempenho acústico, desempenho térmico,

garantia e vida útil, e determina um nível mínimo que é obrigatório para cada um

deles.

O transporte do contêiner seminovo do porto para a obra é efetuado com

caminhões Munck1 ou com caminhões convencionais e o seu descarregamento feito

com um guindaste separado. Nesse passo é muito importante pesquisar o tipo de

transporte e em qual porto será adquirido, pois esses gatos podem encarecer a

construção.

Na fundação é recomendável que o contêiner não esteja em contato direto

com o terreno, deve ser evitada a umidade proveniente de chuvas ou da própria

superfície do solo, pois, estas podem danificá-lo.

De acordo com, Slawik et al. (2010), as edificações feitas com contêineres

costumam requerer algum tipo de fundação, porém, esta escolha depende da

geometria do projeto, do porte e da temporalidade da obra, como também das

propriedades geotécnicas do terreno. Tratando-se de propriedades de solo, são

examinadas a drenagem e a resistência do solo, que são fatores determinantes na

escolha de fundação. Segundo RSCP (2014), os tipos de fundações mais comuns

para contêineres, são: o contêiner sobre o solo ou a construção de uma área de

porão embaixo da edificação, espaço deixado para tubulações e fiações sob o

contêiner, sendo esta última, a melhor opção, pois, além de ganhar espaço, não

deixa o contêiner suscetível a umidade do solo.

A situação mais comum é quando o contêiner é apoiado sobre o solo.

Segundo Figuerola (2013), as fundações requeridas por casas que usam esse

1Caminhão Munck são caminhões que já são equipados com guindaste e é um equipamento feito

para movimentar e carregar grandes cargas como contêineres e outros elementos que auxiliam na construção civil. Sua função é parecida com a do guindaste, todavia, eles têm a vantagem de poder fazer a locomoção para grandes distâncias.

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sistema construtivo são radier, vigas baldrames e, na maioria das vezes, blocos ou

sapatas isoladas.

A fixação, de forma geral deve ser feita através das quatro cantoneiras

inferiores, estas foram dimensionadas para suportar os esforços de manuseio.

Também é utilizada uma peça metálica regulável nas cantoneiras, assim, a altura

pode ser nivelada de acordo com a necessidade. Esta peça assume o papel de

transferir as cargas da edificação para o solo, impedindo que a ação do vento

provoque indesejadas movimentações na edificação (SLAWIK et al., 2010)

De acordo com Fossoux et Chevriot (2013), o empilhamento dos contêineres

ainda é o maior desafio da reciclagem dos recipientes, mas de acordo com o RSCP

(2014) é possível empilhar até oito contêineres tendo um peso máximo de 24

toneladas por pavimento. A grande rigidez de sua estrutura assegura que isto

ocorra, sem comprometer sua integridade. O acoplamento de unidades, de acordo

com Slawik et al. (2010), ocorre por ligações permanentes, conhecida como solda ou

por ligações reversíveis, conhecida como aparafusamento ou acoplamento. Porém,

quando várias unidades são interligadas é necessário um reforço: criar juntas de

dilatação da estrutura ao longo da edificação.

Tratando-se de aumento de vãos, por ser um material de caráter modular,

garante uma maior flexibilidade de projetos, isto possibilita que os módulos sejam

encaixados conforme as necessidades dos usuários.

2.5 Adaptações necessárias

Dentre os inúmeros aspectos positivos da reutilização deste produto como

matéria prima, tem-se um aspecto negativo: os contêineres não foram feitos para

serem habitados, por isso, são necessárias algumas modificações.

Segundo Araújo (2012), a reutilização dos contêineres na construção de

edifícios envolve também licenciamento ambiental, como toda edificação,

desinfecção, limpeza e teste de radioatividade, que é feito antes da obtenção do

contêiner, para poder identificar sua procedência e que tipo de material foi

previamente transportado.

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2.5.1 Aberturas

Aberturas, soldagens e os cortes, são as primeiras adaptações feitas no

contêiner e elas devem ser executadas por uma mão de obra especializada. As

aberturas devem ser levadas em consideração o seu posicionamento, visando

promover a ventilação natural cruzada e a adequação da iluminação, pensando no

menor gasto de energia com ar-condicionado e lâmpada, respectivamente.

De acordo com Figuerola (2013), os recortes geralmente são executados com

máquinas de plasma com ar comprimido ou maçarico e devem ser feitos com alta

precisão. Caso os recortes sejam com ângulos de 45º, são usados discos de corte

ou lixadeiras, para emendar peças. Feito isto, os elementos que foram retirados são

reinstalados no painel e lixados.

Para a reinstalação das aberturas, é imprescindível que seja executada com o

mesmo material original do contêiner, pois, ligas metálicas diferentes podem levar a

corrosão do mesmo.

Depois das aberturas e dos cortes, Metalica (2012) diz que a limpeza e

desinfecção, são de suma importância para a retirada de impurezas que podem ter

ficado no contêiner. Após isso, é feita uma pintura com tinta especial para evitar a

corrosão do mesmo, com lixamento prévio.

2.5.2 Revestimento interno e externo

O piso do contêiner normalmente é de madeira. Geralmente são aplicados

pesticidas no decorrer dos anos transportando materiais, nesse caso é

recomendado conhecer a procedência do contêiner, para saber se é necessário

substituir o piso original ou não. Mas, se ele estiver em um bom estado de

conservação, faz-se necessário apenas uma limpeza no mesmo e aplicação de

verniz para restaurá-lo, o que irá baratear o custo final da obra. Outra opção é

adicionar outros revestimentos por cima do piso naval, como a cerâmica,

porcelanato, piso laminado emborrachado, madeira, Oriented Strand Board (OSB)

ou piso vinílico. Dependendo da localização onde será construída a casa contêiner,

pode ser feita uma aplicação de camada de isolamento térmico entre o piso original

e o novo a ser colocado, geralmente não é necessário.

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Segundo o RSCP (2014), os revestimentos internos e a compartimentação

são realizados após o nivelamento e estabilização dos contêineres. As saídas

normalmente adotadas são do tipo parede seca com quadros de madeira (wood

frame) ou de aço (steel frame). Os dois tipos são muito utilizados por viabilizar os

isolamentos térmico e acústico e também as instalações elétricas e hidrossanitárias.

Os revestimentos internos comumente usados são o Medium Density Fiberboard

(MDF) e Oriented Strand Board (OSB), assim como o gesso acartonado ou drywall e

os painéis de argamassa armada.

Os revestimentos externos mais utilizados são os painéis de argamassa

armada, chapas laminadas, painéis fenólicos, lambris de madeira tipo sidding, ou em

seu estado natural, necessitando somente de uma pintura com tinta anticorrosiva.

A respeito da proteção da cobertura, podem ser utilizados recobrimentos

como madeira, polímeros ou um telhado verde, como mostra a Figura 7. O telhado

verde é uma alternativa ecologicamente correta e responsável por embelezar a obra.

Uma de suas maiores vantagens é que mantém a temperatura interna mais fresca,

sem precisar utilizar o ar-condicionado constantemente. Além disso, pode possuir

um sistema para captar água das chuvas e reutilizar na irrigação de jardins ou até

mesmo para descarga no banheiro.

Figura 7 – Telhado verde.

Fonte: EcoTelhado (2011).

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Figura 8 – a) e b) Outros tipos de coberta adicional nos contêineres e c) Estrutura de madeira para instalação de uma cobertura adicional.

Fonte: a) Minha Casa Container (2014), b) Casas Modernas (2015) e c) Fonte: Carbonari (2015).

O contêiner também pode receber uma cobertura adicional, uma estrutura

colocada sobre o mesmo, com acabamento mais semelhante com o das casas

convencionais, os mais utilizados são as estruturas de madeira ou metálicas, como

mostrado na Figura 8.

2.5.3 Instalações elétricas e hidrossanitárias

As instalações elétricas e hidrossanitárias podem ser feitas externamente ou

internamente. Caso sejam externas, deve-se considerar um material adequado para

suportar os efeitos das intempéries. Se forem instalações internas, estas podem ser

feita aparente ou de forma embutida entre o contêiner e uma estrutura adicional, por

exemplo: Medium Density Fiberboard (MDF), placas de gesso ou até mesmo chapas

de aço. Vale ressaltar que se forem embutidas, será necessária sua previsão no

projeto de arquitetura, uma vez que diminui a área dos ambientes internos. Outra

solução comumente utilizada é prever uma espécie de fundação caixão sob o

contêiner, onde servirá para armazenar as instalações, garantindo assim um maior

espaço interno.

2.5.4 Isolamento termo acústico

O isolamento termo acústico é um dos maiores problemas encontrados na

habitação do contêiner. De acordo com Fossoux et Chevriot (2013), as chapas de

aço Corten tem uma condutibilidade térmica muito elevada, sua transmitância

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térmica é superior ao valor tolerado por norma, por isso, são indispensáveis o

isolamento térmico e a proteção antichamas nas paredes internas.

Sobre o desempenho térmico, Carbonari (2015) em sua dissertação de

mestrado, analisou três estudos de caso de obras que reutilizaram contêiner

marítimo, do ponto de vista do conforto. Foi desenvolvida uma análise comparativa

dos resultados obtidos em cada uma dessas obras. O método aplicado para a

avaliação deste aspecto foi o cálculo simplificado que determina a transmitância

térmica (U), o atraso térmico (φ) e o fator calor solar (FSo), estabelecido pela Norma

de Desempenho Térmico de Edificações NBR 15220-2 (2005). Pode-se verificar que

os três estudos de caso, adotaram estratégias diferentes para melhorar o conforto

térmico no interior da edificação. No estudo de caso 1: não foram adotados

isolamento e revestimento interior. A pintura externa foi branca nos contêineres

térreos e verde no contêiner superior. No caso 2: utilizou-se no interior, gesso

acartonado com 12,5 mm e lã de rocha com 25 mm. A pintura exterior foi vermelha

no contêiner térreo e branca no contêiner superior. No estudo de caso 3: utilizou-se

no interior, MDF com 12 mm e lã de polipropileno com 40 mm. A pintura externa foi

rosa médio em todos os contêineres. Observou-se que a utilização de isolamento

térmico e de revestimento interno foi eficaz somente nos estudos de caso 2 e 3,

evidenciando sua função no desempenho térmico nos contêineres.

Segundo Slawik et al. (2010), quase todos os isolamentos convencionais

podem ser utilizados e o isolamento pode ser feito interna ou externamente. Apesar

de o isolamento interno ser mais econômico, ele é menos eficiente quando

comparado ao externo, pois, como não se pode perder muito espaço interno, a sua

espessura acaba sendo pequena (10 cm). Já no isolamento externo, pode ser

utilizada uma espessura de até 30 cm e há uma menor perda de calor, entretanto,

há uma necessidade de vedação mais resistente e com isso, resultando em um valor

mais elevado. Os materiais mais usados no Brasil são: lã de vidro, isopor,

aglomerados de cortiça ou espuma de poliuretano, lã de rocha e lã de Politereftalato

de etileno (PET).

Dentre estas opções, de acordo com Miura (2011), a lã de Politereftalato de

etileno (PET) é uma opção ecologicamente correta e substitui com eficiência a lã de

vidro e a lã de rocha, em isolamento térmico e conforto acústico. A lã de

Politereftalato de etileno (PET) é feita de matéria prima reciclada, as garrafas

plásticas, e por isso, desenvolve um papel sócio ambiental por cuidar da obra e do

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meio ambiente. Segundo Rayol (2012), a grande vantagem deste material é que não

causa irritação na pele e podem ser manuseados sem perigo algum, ao contrário da

lã de vidro e de rocha, por exemplo. Além de retirar as garrafas pets das ruas,

contribui diretamente com as famílias que vivem através da coleta seletiva e evita

grandes transtornos como, por exemplo, as enchentes, causada pelo acumulo de

lixo nas ruas.

Outra opção sustentável é a fibra ou placa de coco, conforme a BM

Engenharia ambiental (2016), com dados divulgados pela Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, a produção de coco anual no Brasil chegou a

1,3 bilhões. Cada um destes cocos gera aproximadamente 1 kg de resíduos sólidos

e são esses resíduos que servem como matéria prima para a obtenção da fibra de

coco. Nas cidades litorâneas, os resíduos gerados pelo coco podem chegar até a

10% nos aterros. A fibra de coco possui inúmeras vantagens, é um material 100%

natural e de fontes renováveis, além de ser reutilizável, biodegradável, reciclável,

permeável, fungicida natural, termo acústico, tem uma alta durabilidade e não exala

gás tóxico em combustão. No aspecto social, comunidades inteiras beneficiam-se

da coleta do coco para extração da sua fibra. Por possuir um percentual de celulose

mediano e grande concentração de lignina, cerca de duas a quatro vezes os valores

existentes em fibras como a juta e o sisal, a fibra de coco apresenta um melhor

comportamento térmico em relação aos demais tipos.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta a metodologia que norteou a presente pesquisa e,

para cumprir os objetivos propostos, foi feito um estudo sobre reutilização do

contêiner marítimo do ponto de vista social, ambiental e econômico, levantando

todos os pontos positivos e negativos deste método construtivo, resultando em um

estudo de caráter quantitativo e qualitativo. Além disso, o estudo foi baseado em:

definição e elaboração de um projeto residencial comum para ambos os métodos,

levantamento dos materiais e serviços necessários, comparação dos orçamentos

finais, levantamento da aceitabilidade da população de Maceió – AL acerca da casa

contêiner e uma visita técnica em um estabelecimento comercial juntamente com

uma entrevista com o engenheiro responsável pelo empreendimento.

3.1 Definição e elaboração do projeto

A definição do projeto residencial levou em consideração uma casa

tradicional, servindo como base de dados para qualquer tipo e tamanho de moradia

ou estabelecimento. Foram utilizados os programas AutoCAD e SketchUp com o

intuito de ilustrar as edificações. A casa é composta por dois quartos, sendo um

suíte, um banheiro social, uma sala de estar/jantar e uma cozinha com área de

serviço. O presente projeto possui uma área total de aproximadamente 60 m²

construídos.

A seguir, nas Figuras 9 e 10, é possível observar a demonstração da interface

dos programas AutoCAD e SketchUp, onde foi desenvolvida uma só planta baixa

para ambos os métodos construtivos.

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Figura 9 – Interface do programa AutoCAD 2015. Fonte: Autores (2017).

Figura 10 – Interface do programa SketchUp 2016. Fonte: Autores (2017).

A fim de tornar o quantitativo e posteriormente os orçamentos mais próximos

da realidade, foram confeccionados também os dimensionamentos secundários,

como projeto elétrico e hidrossanitário.

3.2 Orçamentos de custos e seus quantitativos

Os quantitativos que compõem as planilhas orçamentárias, referentes às

áreas de pintura, alvenaria, volume de concreto, área de esquadrias, assim como

todos os outros valores referentes aos quantitativos de materiais, foram extraídos

através da planta baixa e com o auxílio do programa Excel. Foram levantadas todas

as áreas referentes ao projeto, considerando seus descontos de vãos, juntamente

com os memoriais descritivos feitos no programa AutoCAD e encontram-se do

Apêndice E.

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Os orçamentos dos projetos foram feitos com a ferramenta Excel através de

um levantamento de custos por m² de área construída, tanto para a construção

tradicional, como para a construção com reutilização de contêiner marítimo. Foi feito

um levantamento de todas as etapas referentes aos dois processos construtivos,

assim como suas particularidades, igualdades e seus respectivos materiais mais

adequados.

Os parâmetros usados como base para obtenção dos custos foram

estabelecidos pelo Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da

Construção Civil (SINAPI), juntamente com o Sistema de Orçamento de Obras de

Sergipe (ORSE). Ambas são ferramentas largamente utilizadas em orçamentos de

obras, pois, fornecem os preços para a realização dos serviços completos, ou seja,

para o preço do serviço de pintura por m², já estão contabilizados tanto os custos

com mão de obra, como os custos com os materiais necessários para a execução

do mesmo. Uma demonstração da interface do site do Sistema de Orçamento de

Obras de Sergipe (ORSE) está na Figura 11, que tem em sua base de dados

serviços referentes às composições unitárias tanto do próprio ORSE como também

possui a base de dados do SINAPI, tornando-o mais completo.

Figura 11 – Demonstração da interface do ORSE. Fonte: Autores (2017).

A Figura 11 representa uma demonstração de pesquisa do serviço de pintura.

Os serviços são identificados pelos códigos e suas descrições, como por exemplo:

aplicação manual de pintura com tinta látex acrílico em teto, duas demãos. Na

composição do preço do item, já está contemplado o serviço como um todo, tanto o

material (tinta acrílica), como a mão de obra necessária (servente e pintor). Vale

ressaltar que para o custo da mão de obra, já está somado o valor dos encargos

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sociais, tornando assim, o item do serviço completo. Através deste procedimento, foi

possível pesquisar todos os serviços subsequentes.

3.3 Percepção da população de Maceió – AL e visita técnica

A aceitabilidade da casa contêiner foi investigada através de uma pesquisa

acerca da percepção da população de Maceió – AL em relação ao contêiner e seu

reuso na construção civil. A pesquisa foi realizada através da ferramenta de

formulário online do Google, que encontra-se no Apêndice B, onde o link para

direcionamento do questionário foi compartilhado nas redes sociais, para grupos

distintos, de diferentes classes sociais, sem definição de público alvo. A seguir, na

Figura 12, será mostrada a interface do site do formulário do Google. Foram colhidas

opiniões de 249 participantes distintos A pesquisa visa conhecer o ponto de vista

das pessoas sobre esse tipo de edificação, além da aceitabilidade da moradia no

contêiner.

Figura 12 – Demonstração da interface do Formulário Google. Fonte: Autores (2017).

Posteriormente, foi realizada uma visita técnica em uma obra feita de

contêiner reutilizado e foi realizada uma entrevista com o engenheiro desse

estabelecimento comercial, que utilizou esta alternativa de construção inovadora em

Maceió. A visita teve o intuito de conhecer os pontos positivos e negativos desta

escolha. O questionário aplicado ao engenheiro encontra-se no Apêndice A.

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3.4 Verificação da viabilidade técnica

Para verificação da viabilidade técnica da pesquisa de acordo com a

sustentabilidade, foi necessário um estudo de seus três componentes principais, são

eles: social, ambiental e econômico. Primeiramente, para o ponto de vista ambiental,

foi realizado um levantamento bibliográfico, a fim de conhecer a necessidade do

meio ambiente e os vários métodos de reutilização dos materiais.

Para o aspecto social, foi feita uma análise dos dados da pesquisa de

aceitabilidade mencionada anteriormente, referente à opinião e conhecimento da

população sobre a casa contêiner.

Do ponto de vista econômico, foi realizado uma comparação entre as

planilhas orçamentárias, a fim de conhecer qual método construtivo é mais vantajoso

neste sentido.

Para integrar os três pilares da sustentabilidade: social, ambiental e

econômico, foi necessário a utilização do diagrama de Venn. Por meio de estudos

relacionados à lógica, o matemático John Venn desenvolveu uma diagramação

baseada em figuras no plano que levam o seu nome no século XIX. Esse método

consiste basicamente em círculos que possuem a propriedade de representar

relações entre conjuntos. De acordo com Lucidchart (2017), o diagrama usa,

normalmente, círculos sobrepostos ou outras formas para ilustrar as relações lógicas

entre dois ou mais conjuntos. Eles servem para organizar graficamente os

resultados, destacando como os itens são semelhantes e diferentes. Os diagramas

de Venn também são chamados de diagramas de Conjuntos ou diagramas Lógicos

e podem ser simples diagramas envolvendo dois ou três conjuntos de alguns

elementos, ou podem ser mais sofisticados, incluindo apresentações em 3D, à

medida que avançam para mais de seis conjuntos.

No diagrama, os círculos ilustram as semelhanças, diferenças e relações. As

semelhanças ou interseções entre os grupos são representadas nas partes

sobrepostas dos círculos, enquanto as diferenças são representadas nas partes que

não são sobrepostas. Trazendo para contexto da pesquisa, na Figura 13, se a

construção em contêiner for aceita nos aspectos social e ambiental, a construção

será apenas suportável. Se for aceita nos aspectos social e econômico, a

construção será apenas viável. Caso, for aceita nos aspectos ambiental e

econômico, será apenas estável. Porém, se a pesquisa se enquadrar na interseção

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entre os três aspectos, ela atenderá aos aspectos social, ambiental, econômico,

passando a ser uma construção que visa a sustentabilidade.

Figura 13 – Diagrama de Venn. Fonte: Adaptado de Fuger (2016).

Na pesquisa será utilizado o diagrama de Venn, pois, ele tem papel

fundamental para a organização dos dados e para a conclusão da pesquisa, com o

objetivo de verificar a sustentabilidade da construção em contêiner, através da

interseção de seus componentes.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para melhor entendimento dos resultados alcançados, este capítulo está

dividido em quatro partes. O cenário em foco é a apresentação da comparação entre

as planilhas orçamentárias, comparando o custo final da casa contêiner, com o custo

final da casa de alvenaria tradicional. A seguir são apresentados os resultados

alcançados e suas discussões com a análise dos dados obtidos.

4.1 Projeto residencial e seus quantitativos

Após a definição e concepção do projeto arquitetônico, com dois contêineres

e área construída de aproximadamente 60 m², composto por dois quartos, sendo um

suíte, uma sala de estar e jantar, um banheiro social, cozinha e área de serviço. O

projeto foi utilizado como parâmetro para obtenção dos orçamentos, tanto para o

método convencional de alvenaria como para a casa contêiner. A Figura 14 ilustra a

planta baixa feita no programa AutoCAD.

Figura 14 – Projeto casa convencional e casa contêiner. Fonte: Autores (2017).

Para tornar o estudo mais próximo da realidade, foram desenvolvidas as

perspectivas em terceira dimensão de ambos os métodos construtivos, com auxílio

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do programa SketchUp. As ilustrações de como ficaram as casas de contêiner e

convencional, estão nas Figuras 15 e 16, respectivamente.

Figura 15 – a) e b) Projeto no SketchUp da casa contêiner. Fonte: Autores (2017).

Figura 16 – a) e b) Projeto no SketchUp da casa convencional.

Fonte: Autores (2017).

Em ambos os métodos construtivos não houve diferença no material utilizado

para as instalações elétricas, hidrossanitárias e lógica. Assim como para as

esquadrias, que são do tipo alumínio com vidro e a coberta, onde foi escolhida a

telha metálica do tipo “sanduíche”, que já contém o isolamento termo acústico.

Para a casa contêiner, a fundação é uma estrutura bem simples, os

contêineres foram apoiados em um conjunto vigas baldrames, formando uma

espécie de “caixão”, para abrigar as instalações elétricas e hidrossanitárias. O piso

das áreas molhadas foi o porcelanato aplicado sobre o piso naval, sem contra piso,

e, nas demais áreas, foi preservado o piso naval original do contêiner, com uma

limpeza prévia. Nas paredes, foi preservada a estrutura do contêiner e depois foi

adicionada uma camada de manta de lã de vidro, para solucionar o problema do

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isolamento termo acústico e, após isso, foi colocado MDF. Por último foram

adotadas duas alternativas: nos ambientes com área molhada foi utilizado o

revestimento cerâmico e nos demais ambientes foi utilizado gesso e pintura,

posteriormente.

Para a casa convencional de alvenaria, a fundação é uma estrutura bem mais

robusta, a casa foi apoiada em um conjunto de alvenaria de embasamento e blocos

de embasamento, feitos com pedra argamassada, e para finalizar a estrutura, uma

laje para receber o piso. O piso adotado foi o porcelanato para todos os ambientes,

sendo divididos em comum e antiderrapante, ambos aplicados sobre o contra piso.

As divisórias foram feitas com alvenaria de tijolo cerâmico e cintas de amarração,

revestidas com chapisco e reboco. Por último foram adotadas duas alternativas: nos

ambientes de área molhada foi utilizado o revestimento cerâmico e os demais

ambientes foram rebocados e pintados.

Ambas as descrições dos serviços da casa contêiner e casa convencional,

mais detalhadas, estão nos Apêndices C e D, respectivamente. As descrições estão

separadas por itens de serviço e subitens de serviços, que são identificados com as

mesmas numerações dos itens, e detalhes importantes descritos, como por

exemplo, o traço utilizado, a espessura das camadas, qual tipo de revestimento,

pintura e piso. Foram contabilizadas todas as adaptações necessárias para

enquadrar a reutilização do contêiner marítimo.

Todos os memoriais descritivos de projeto que foram realizados no AutoCAD,

encontram-se no Apêndice E, onde é possível identificar de acordo com a cor da

legenda, a localização de cada serviço que compõem as planilhas orçamentarias,

colaborando assim, para a obtenção de quantitativos mais exatos e reais.

Da mesma forma para as quantidades referentes aos pontos luz e tomadas,

além da quantidade de circuitos e seus disjuntores estão explanados no Apêndice G

e foram extraídos a partir da confecção do projeto elétrico comum para os dois

métodos construtivos, ilustrado na Figura 17.

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Figura 17 – a) Projeto elétrico para casa contêiner e casa convencional. Fonte: Autores (2017).

Os projetos hidrossanitários, para esgoto e água fria, estão explanados nas

Figuras 18 e 19.

Figura 18 – a) Projeto de água fria para casa contêiner e casa convencional. Fonte: Autores (2017).

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Figura 19 – a) Projeto de esgoto para casa contêiner e casa convencional. Fonte: Autores (2017).

Para os parâmetros hidrossanitários, foram levantadas as unidades de pontos

de água e esgoto necessários, como também as unidades de caixas de inspeção,

caixa de gordura e fossa, de acordo com a necessidade da demanda de projeto e

estão explanados no Apêndice H.

4.2 Comparação dos orçamentos finais

Para analisar a viabilidade do ponto de vista econômico da casa contêiner, foi

desenvolvido um estudo comparativo entre a construção de uma casa tradicional e a

construção de uma casa com o reuso de contêiner, utilizando o Sistema Nacional de

Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) e o Sistema de

Orçamento de Obras de Sergipe (ORSE), com base nos preços de maio de 2017.

Foram orçados além do preço do contêiner, suas benfeitorias e adaptações, que ao

final, garantem um conforto de iluminação, ventilação e principalmente termo

acústico.

No Quadro 3 é apresentada uma planilha orçamentária com os quantitativos e

os custos unitários para a casa convencional de alvenaria, feita no programa Excel.

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Quadro 3 – Planilha orçamentária para casa de alvenaria.

Casa de Alvenaria

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA

ITEM CÓDIGO ESPECIFICAÇÕES DOS

SERVIÇOS UNID. QUANT. R$ UNIT. R$ TOTAL

01.00 SERVIÇOS PRELIMINARES

01.01 MERCADO Projeto Arquitetônico completo

Vb 1,00 2.000,00 2.000,00

01.02 MERCADO Locação da obra, com uso de equipamentos topográficos

m² 63,49 17,67 1.121,82

01.03 738222/SINAPI Limpeza do terreno m² 180,00 0,52 93,60

01.04 10033/ORSE Retirada de entulho da obra

m³ 42,28 70,65 2.987,07

SUB-TOTAL ITEM 1 R$ 6.202,48

02.00 INFRAESTRUTURA

02.01 02497/ORSE Escavação manual de vala

m³ 37,85 34,60 1.309,70

02.02 95467/SINAPI Embasamento com pedra argamassada

m³ 4,98 343,41 1.710,39

02.03 95474/SINAPI

Alvenaria de embasamento em tijolos cerâmicos maciços 5x10x20cm.

m³ 4,43 473,66 2.096,99

02.04 93382/SINAPI Reaterro manual de valas com compactação

m³ 14,09 20,73 292,00

02.05 95241/SINAPI Lastro de concreto, e = 5 cm.

m² 59,49 19,65 1.168,92

02.06 83738/SINAPI Impermeabilização de superfície com manta asfáltica, e=4 mm

m² 59,49 83,73 4.980,86

SUB-TOTAL ITEM 2 R$ 11.558,86

03.00 SUPERESTRUTURA

03.01 74202/002 Laje pré-fabricada para piso (e=15 cm)

m² 59,49 130,36 7.754,75

03.02 87519/SINAPI

Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos (incluso argamassa de assentamento)

m² 189,11 52,50 9.928,17

03.03 93204/SINAPI Cinta de amarração de alvenaria

m 189,11 28,05 5.304,48

03.04 93191/SINAPI Verga moldada in loco com utilização de blocos canaleta

m 40,50 29,02 1.175,31

03.05 03310/ORSE Chapisco em parede (traço 1:3)

m² 287,02 4,31 1.237,07

03.06 04783/ORSE Reboco de parede (traço 1:4)

m² 215,82 23,72 5.119,35

03.07 87792/SINAPI Emboço (traço 1:2:8). m² 71,20 25,42 1.809,90

SUB-TOTAL ITEM 3 R$ 32.329,03

04.00 ESQUADRIAS

04.01 68050/SINAPI Porta de correr em alumínio, 2 folhas com vidro

m² 11,55 303,82 3.509,12

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40

ITEM CÓDIGO ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS

UNID. QUANT. R$ UNIT. R$ TOTAL

04.02 94576/SINAPI Janela de alumínio, 2 folhas com vidro

m² 9,30 258,67 2.405,63

04.03 94569/SINAPI Janela (alta) de alumínio com vidros - basculante

m² 0,90 286,76 258,08

SUB-TOTAL ITEM 4 R$ 6.172,84

05.00 COBERTA

05.01 742021/SINAPI Laje pré-moldada p/forro, e=8cm, com lajotas FCK=20mpa

m² 59,49 55,65 3.310,46

05.02 09918/ORSE

Telha de alumínio (sanduíche) com isolamento de espuma rígida PU

m² 59,49 117,79 7.007,00

05.03 08986/ORSE Estrutura metálica fornecimento e instalação

m² 59,49 56,00 3.331,28

05.04 94227/SINAPI Calha em chapa de aço galvanizado

m 12,00 32,22 386,64

05.05 00304/ORSE Rufo de concreto armado (30cmx5cm)

m 5,20 21,60 112,32

05.06 01959/ORSE Forro de placa de gesso e=12mm

m² 59,49 18,90 1.124,31

SUB-TOTAL ITEM 5 R$ 15.272,01

06.00 REVESTIMENTOS

06.01 10615/ORSE

Revestimento cerâmico para parede, 33,5 x 45 cm, aplicado com argamassa ac-i, rejuntado

m² 71,20 39,50 2.812,40

06.02 738331/SINAPI Isolamento térmico (manta de lã de vidro)

m² 110,61 48,11 5.321,25

SUB-TOTAL ITEM 6 R$ 8.133,65

07.00 PISOS

07.01 87372/SINAPI Contrapiso (traço 1:3) m³ 2,57 506,49

1.301,17

07.02 09773/ORSE

Porcelanato 44 x 44 cm, aplicado com argamassa industrializada ac-iii, rejuntado.

m² 32,04 54,38 1.742,34

07.03 08928/ORSE

Porcelanato 50 x 50cm, antiderrapante aplicado com argamassa ac-iii, rejuntado

m² 19,34 56,39 1.090,58

SUB-TOTAL ITEM 7 R$ 4.134,09

08.00 PINTURA

08.01 88497/SINAPI Aplicação e lixamento de massa látex

m² 86,22 8,90 767,38

08.02 02284/ORSE Pintura com tinta PVA látex para interiores.

m² 86,22 5,44 469,05

08.03 02293/ORSE

Pintura para exteriores, com lixamento, 01 demão de textura acrílica branca e 02 demãos de tinta pva látex

m² 129,60 28,08 3.639,22

SUB-TOTAL ITEM 8 R$ 4.875,65

Page 42: ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE ......O desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade têm sido muito necessários e na construção civil não poderia ser diferente

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ITEM CÓDIGO ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS

UNID. QUANT. R$ UNIT. R$ TOTAL

09.00 INSTALAÇÃO ELÉTRICA

09.01 04896/ORSE Luminária calha de sobrepor (1x20w), completa

unid 8,00 54,94 439,52

09.02 83468/SINAPI Lâmpada fluorescente 20w

unid 8,00 5,47 43,76

09.03 04878/ORSE Ponto de luz em teto ou parede.

pt 8,00 35,37 282,96

09.04 00470/ORSE Interruptor 01 seção, com caixa PVC 4"x2"

unid 8,00 13,30 106,40

09.05 09711/ORSE Quadro de distribuição, com barramento (exclusive disjuntores)

unid 1,00 226,67 226,67

09.06 07911/ORSE Disjuntor tripolar 10 A, corrente 5KA

unid 1,00 67,58 67,58

09.07 00450/ORSE Disjuntor tripolar 16 A, corrente 5KA

unid 1,00 67,38 67,38

09.08 08000/ORSE Disjuntor tripolar 20 A, corrente 5KA

unid 2,00 69,83 139,66

09.09 08419/ORSE Disjuntor tripolar 50 A, corrente 5KA

unid 2,00 85,18 170,36

09.10 03297/ORSE Ponto de tomada 10 A, fio rígido 2,5mm² (fio 12)

pt 12,00 162,17 1.946,04

09.11 08244/ORSE Ponto de tomada 10 A, fio rígido 4,0mm² (fio 10)

pt 10,00 141,54 1.415,40

09.12 11136/ORSE Entrada de energia elétrica trifásica demanda entre 15,2 e 19 kw

unid 1,00 1.629,00 1.629,00

SUB-TOTAL ITEM 9 R$ 6.534,73

10.00 INSTALAÇÃO LÓGICA/TELEFONICA

10.01 00687/ORSE Ponto de caixa seca p/ lógica, incluso tomada

pt 1,00 81,30 81,30

10.02 00676/ORSE Ponto de telefone, com eletroduto de pvc Ø 3/4"

pt 1,00 108,35 108,35

SUB-TOTAL ITEM 10 R$ 189,65

11.00 INSTALAÇÃO HIDROSANITARIA

11.01 00880/ORSE Ponto de água fria, pvc rígido soldável Ø 25mm

pt 4,00 67,06 737,66

11.02 08260/ORSE Ponto de água fria, pvc rígido soldável Ø 40mm

pt 5,00 108,78 217,56

11.03 01679/ORSE Ponto de esgoto, pvc rígido soldável de Ø 40 mm

pt 5,00 45,01 225,05

11.04 01678/ORSE Ponto de esgoto, pvc rígido soldável de Ø 50 mm

pt 2,00 66,91 133,82

11.05 01683/ORSE Ponto de esgoto, pvc rígido soldável de Ø 100 mm

pt 2,00 69,15 138,30

11.06 88503/SINAPI Caixa d´água em polietileno, 1000 litros

unid 1,00 624,90 624,90

Page 43: ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE ......O desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade têm sido muito necessários e na construção civil não poderia ser diferente

42

ITEM CÓDIGO ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS

UNID. QUANT. R$ UNIT. R$ TOTAL

11.07 741041/SINAPI

Caixa de inspeção de alvenaria 60x60x60cm, incluso escavação e confecção

unid 2,00 121,34 242,68

11.08 01691/ORSE Caixa de gordura 50 x 50 x 65cm

unid 2,00 270,50 541,00

11.09 01708/ORSE Fossa séptica pré-moldada (v=600 litros)

unid 1,00 511,00 511,00

SUB-TOTAL ITEM 11 R$ 3.371,97

12.00 LOUÇAS E METAIS

12.01 04708/ORSE Vaso sanitário c/caixa de descarga acoplada - completo

unid 2,00 242,09 484,18

12.02 02090/ORSE Lavatório louça - completo unid 2,00 173,72 347,44

12.03 02140/ORSE

Pia de cozinha com bancada em mármore sintético, 1.20m x 0.50m - completo

unid 1,00 174,63 174,63

12.04 86929/SINAPI Tanque lavatório de mármore sintético 22l - completo

unid 1,00 166,18 166,18

12.05 02025/ORSE Chuveiro elétrico de plástico - completo

unid 2,00 84,62 169,24

SUB-TOTAL ITEM 12 R$ 1.341,67

13.00 DIVERSOS

13.01 09537/SINAPI Limpeza final da obra m² 51,38 2,01 103,27

SUB-TOTAL ITEM 13 R$ 103,27

TOTAL R$ 100.219,91

Fonte: Autores (2017).

No Quadro 4, é apresentada uma planilha orçamentária com os quantitativos

e os custos unitários para a casa feita de contêiner reutilizado, feita no programa

Excel.

Page 44: ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE ......O desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade têm sido muito necessários e na construção civil não poderia ser diferente

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Quadro 4 – Planilha orçamentária para casa de contêiner reutilizado.

Casa Contêiner

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA

ITEM CÓDIGO ESPECIFICAÇÕES DOS

SERVIÇOS UNID. QUANT. R$ UNIT. R$ TOTAL

01.00 SERVIÇOS PRELIMINARES

01.01 MERCADO Projeto Arquitetônico completo

Vb 1,00 2.000,00 2.000,00

01.02 MERCADO Contêiner HC 40 pés unid 2,00 6.500,00 13.000,00

01.03 MERCADO Transporte com Munk (Suape para Maceió)

Vb 1,00 1.100,00 1.100,00

01.04 MERCADO Serralheria (Adaptações e aberturas de vãos)

Vb 1,00 2.490,00 2.490,00

01.05 738222/SINAPI Limpeza do terreno m² 180,00 0,52 93,60

01.06 02451/ORSE Limpeza de piso naval m² 51,38 6,77 347,84

01.07 11514/ORSE Limpeza de superfície metálica

m² 58,36 18,80 1.097,17

01.08 MERCADO Verniz antichamas- 3,6 L unid 2,00 270,00 540,00

01.09 10033/ORSE Retirada de entulho da obra m³ 1,14 70,65 80,62

SUB-TOTAL ITEM 1 R$ 20.749,23

02.00 INFRAESTRUTURA

02.01 02497/ORSE Escavação manual de vala m³ 1,32 34,60 45,56

02.02 95241/SINAPI Lastro de concreto, e=5cm, lançamento e adensamento

m² 8,78 19,65 172,49

02.03 07691/ORSE Concreto simples fck=20 MPa, lançado e adensado, inclusive formas.

m³ 0,88 360,85 316,75

02.04 02658/ORSE Lastro de brita 3 m³ 2,57 96,25 247,27

02.05 03642/ORSE Lona plástica preta m² 51,38 3,79 194,73

SUB-TOTAL ITEM 2 R$ 976,80

03.00 ESQUADRIAS

03.01 68050/SINAPI Porta de correr em alumínio, duas folhas com vidro

m² 11,55 303,82 3.509,12

03.02 94576/SINAPI Janela de alumínio com vidros (2 folhas)

m² 9,30 258,67 2.405,63

03.03 94569/SINAPI Janela (alta) de alumínio com vidros

m² 0,90 286,76 258,08

SUB-TOTAL ITEM 3 R$ 6.172,84

04.00 COBERTA

04.01 09918/ORSE Telha de alumínio (sanduíche) com isolamento de espuma rígida PU

m² 59,49 117,79 7.007,00

04.02 08986/ORSE Estrutura metálica fornecimento e instalação

m² 59,49 56,00 3.331,28

04.03 94227/SINAPI Calha em chapa de aço galvanizado

m 12,00 32,22 386,64

04.04 00304/ORSE Rufo de concreto armado m 5,20 21,60 112,32

04.05 84126/SINAPI Chapa de aço carbono (platibanda)

m² 23,78 30,10 715,78

04.06 01959/ORSE Forro de placa de gesso e=12mm

m² 59,49 18,90 1.124,31

SUB-TOTAL ITEM 4 R$ 12.677,33

Page 45: ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE ......O desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade têm sido muito necessários e na construção civil não poderia ser diferente

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ITEM CÓDIGO ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS

UNID. QUANT. R$ UNIT. R$ TOTAL

05.00 REVESTIMENTOS

05.01 738331/SINAPI Isolamento térmico (manta de lã de vidro)

m² 157,42 48,11 7.573,57

05.02 34667/SINAPI Chapa de mdf liso, e = 6 mm m² 157,42 14,20 2.235,39

05.03 10615/ORSE

Revestimento cerâmico para parede, 33,5 x 45 cm, aplicado com argamassa ac-i, rejuntado.

m² 71,20 39,50 2.812,40

05.04 87429/SINAPI Gesso projetado em paredes (e = 0,5cm)

m² 86,22 10,56 910,50

SUB-TOTAL ITEM 5 R$ 13.531,87

06.00 PISOS

06.01 40905/SINAPI Verniz sintético em madeira, duas demãos

m² 32,04 16,83 539,23

06.02 08928/ORSE Porcelanato 50 x 50cm, antiderrapante aplicado com argamassa ac-iii, rejuntado

m² 19,34 56,39 1.090,58

SUB-TOTAL ITEM 6 R$ 1.629,82

07.00 PINTURA

07.01 02284/ORSE Pintura com tinta PVA látex para interiores.

m² 86,22 5,44 469,05

07.02 88485/SINAPI Aplicação de fundo selador acrílico em paredes.

m² 95,28 1,73 164,83

07.04 02306/ORSE Pintura com esmalte sobre superfícies metálicas, inclusive lixamento

m² 95,28 20,46 1.949,35

SUB-TOTAL ITEM 7 R$ 2.583,22

08.00 INSTALAÇÃO ELETRICA

08.01 04896/ORSE Luminária calha de sobrepor (1x20w), completa

unid 8,00 54,94 439,52

08.02 83468/SINAPI Lâmpada fluorescente 20w unid 8,00 5,47 43,76

08.03 04878/ORSE Ponto de luz em teto ou parede.

pt 8,00 35,37 282,96

08.04 00470/ORSE Interruptor 01 seção, com caixa pvc 4"x2"

unid 8,00 13,30 106,40

08.05 09711/ORSE Quadro de distribuição, com barramento (exclusive disjuntores)

unid 1,00 226,67 226,67

08.06 07911/ORSE Disjuntor tripolar 10 A, corrente 5KA

unid 1,00 67,58 67,58

08.07 00450/ORSE Disjuntor tripolar 16 A, corrente 5KA

unid 1,00 67,38 67,38

08.08 08000/ORSE Disjuntor tripolar 20 A, corrente 5KA

unid 2,00 69,83 139,66

08.09 08419/ORSE Disjuntor tripolar 50 A, corrente 5KA

unid 2,00 85,18 170,36

08.10 03297/ORSE Ponto de tomada 10 A, fio rigido 2,5mm² (fio 12)

pt 12,00 162,17 1.946,04

08.11 08244/ORSE Ponto de tomada 10 A, fio rígido 4,0mm² (fio 10)

pt 10,00 141,54 1.415,40

08.12 11136/ORSE Entrada de energia elétrica trifásica demanda entre 15,2 e 19 kw

unid 1,00 1.629,00 1.629,00

SUB-TOTAL ITEM 8 R$ 6.534,73

Page 46: ESTUDO TÉCNICO DA VIABILIDADE DO REUSO DE ......O desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade têm sido muito necessários e na construção civil não poderia ser diferente

45

ITEM CÓDIGO ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS

UNID. QUANT. R$ UNIT. R$ TOTAL

09.00 INSTALAÇÃO LÓGICA/TELEFONICA

09.01 00687/ORSE Ponto de caixa seca p/ lógica, inclusa tomada

pt 1,00 81,30 81,30

09.02 00676/ORSE Ponto de telefone, com eletroduto de pvc Ø 3/4"

pt 1,00 108,35 108,35

SUB-TOTAL ITEM 9 R$ 189,65

10.00 INSTALAÇÃO HIDRO-SANITARIA

10.01 00880/ORSE Ponto de água fria, pvc rígido soldável Ø 25mm

pt 11,00 67,06 737,66

10.02 08260/ORSE Ponto de água fria, pvc rígido soldável Ø 32mm

pt 2,00 108,78 217,56

10.03 01679/ORSE Ponto de esgoto, pvc rígido soldável de Ø 40 mm

pt 5,00 45,01 225,05

10.04 01678/ORSE Ponto de esgoto, pvc rígido soldável de Ø 50 mm

pt 2,00 66,91 133,82

10.05 01683/ORSE Ponto de esgoto, pvc rígido soldável de Ø 100 mm

pt 2,00 69,15 138,30

10.06 88503/SINAPI Caixa d´água em polietileno, 1000 litros

unid 1,00 624,90 624,90

10.07 741041/SINAPI

Caixa de inspeção de alvenaria 60x60x60cm, incluso escavação e confecção

unid 2,00 121,34 242,68

10.08 01691/ORSE Caixa de gordura 50 x 50 x 65cm

unid 2,00 270,50 541,00

10.09 01708/ORSE Fossa séptica pré-moldada (v=600 litros)

unid 1,00 511,00 511,00

SUB-TOTAL ITEM 10 R$ 3.371,97

11.00 LOUÇAS E METAIS

11.01 04708/ORSE Vaso sanitário c/caixa de descarga acoplada - completo

unid 2,00 242,09 484,18

11.02 02090/ORSE Lavatório louça - completo unid 2,00 173,72 347,44

11.03 02140/ORSE Pia de cozinha com bancada em mármore sintético (1.20mx0.50m) - completo

unid 1,00 174,63 174,63

11.04 86929/SINAPI Tanque lavatório de mármore sintético 22l - completo

unid 1,00 166,18 166,18

11.05 02025/ORSE Chuveiro elétrico de plástico - completo

unid 2,00 84,62 169,24

SUB-TOTAL ITEM 11 R$ 1.341,67

12.00 DIVERSOS

12.01 09537/SINAPI Limpeza final da obra m² 51,38 2,01 103,27

SUB-TOTAL ITEM 12 R$ 103,27

TOTAL R$ 69.832,39

Fonte: Autores (2017).

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Após a análise dos levantamentos dos custos de acordo com cada etapa da

obra, o Quadro 5 apresenta um resumo comparativo entre os custos totais e os

custos por m² de área construída de cada orçamento, levando em consideração 60

m² de projeto.

Quadro 5 – Comparativo entre os custos finais.

CASA

CONTÊINER CASA

ALVENARIA

TOTAL R$ 69.862,39 R$ 100.219,91

CUTOS POR m² R$ 1.174,41 R$ 1.684,73

Fonte: Autores (2017).

De posse das planilhas orçamentárias, como mostra o Quadro 5, o custo total

da obra feita através do reuso do contêiner marítimo, chega a ser 30% mais

econômica, com redução de R$ 30.393,52 quando comparada com o método

convencional de alvenaria. Vale ressaltar que ambos os orçamentos foram feitos

com base no mesmo projeto arquitetônico, de 60 m² de área construída e que foram

orçados todos os serviços necessários para construção da casa, suas diversidades,

adaptações individuais, como também os acabamentos iguais independentes dos

métodos, para não comprometer os resultados finais.

Como mostrado nos Quadros 3 e 4, os itens que custaram o mesmo valor

para ambos os métodos, foram sinalizados com subtotais nas cores verdes, são

eles: esquadrias, instalações elétricas, instalações de lógica/telefônica, instalações

hidrossanitárias, louças/metais e diversos. Os itens que apresentaram custos

diferentes entre os métodos construtivos, porém não tão grandes, foram os de

coberta, devido ao serviço de laje de forro para casa de alvenaria; revestimentos,

devido à aplicação do gesso nas paredes internas da casa contêiner; pisos, devido

ao serviço de contra piso na casa de alvenaria; pintura, devido ao valor do serviço

de pintura da casa contêiner ser menor que na casa de alvenaria.

Ainda em relação aos Quadros 3 e 4, os responsáveis pela grande diferença

de custo entre os métodos construtivos, foram sinalizados com subtotais nas cores

vermelhas, são eles: os serviços preliminares, que na casa contêiner é a etapa mais

cara, onde é feita a aquisição dos contêineres seminovos, seu transporte, suas

adaptações de serralharia e limpeza tanto do piso naval, como do contêiner em si;

infraestrutura, pois, uma das fases mais caras da casa de alvenaria é a fundação,

30% Mais

barata

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enquanto que na casa contêiner essa estrutura é bem simples; superestrutura,

sendo o grande diferencial dos orçamentos, que foi o custo com lajes de piso,

alvenarias, cintas de amarração, vergas, chapiscos, emboços e rebocos, que foram

utilizados somente na casa de alvenaria.

No que diz respeito ao ponto da viabilidade econômica, Milaneze (2012)

obteve resultados que indicam aproximadamente 20% de redução de custos na casa

contêiner, em relação à alvenaria tradicional. Segundo Schonarth (2013) e Batista

(2016), em comparação com uma casa convencional, na casa contêiner é possível

uma redução do preço final da obra em aproximadamente 30%, além de acelerar a

velocidade da obra. Ainda falando na redução de custos, Corbas (2012) diz que a

economia nesse tipo de obra pode chegar até 35%, por causa da fundação e de sua

estrutura que já está pronta, além do revestimento externo e o piso, que se o

morador não quiser, não precisa ser feito.

4.3 Pesquisa de caráter social e visita técnica

A pesquisa sobre a percepção dos moradores de Maceió - Alagoas, acerca da

moradia em contêiner, foi feita com o formulário do Google e foi divulgada nas redes

sociais. O grande intuito foi conhecer a aceitabilidade da população maceioense

sobre a casa contêiner, para a investigação da viabilidade da casa contêiner do

ponto de visto social. A pesquisa encontra-se no Apêndice B e as respostas mais

relevantes encontram-se expostas a seguir nos Gráficos 1 e 2.

Gráfico 1 – Aceitação acerca de moradia na casa contêiner. Fonte: Pesquisa realizada no ano de 2017.

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Gráfico 2 - Ponto de vista sobre uma casa contêiner. Fonte: Pesquisa realizada no ano de 2017.

Na terceira pergunta da pesquisa, ilustrada no Gráfico 1, quando os

participantes foram questionados se aceitariam ou não morar numa casa contêiner,

78,8% dos entrevistados falaram que aceitariam e 21,2% falaram que não morariam.

Isso mostra que ainda há uma considerável resistência por parte da população de

Maceió – AL em aceitar esse inovador tipo de moradia. Isso se deve ao fato de que

a maioria da população desconhece as vantagens da casa contêiner, como seu

menor tempo de execução, menores custos, obra limpa e sustentável. E o principal

fator responsável pela resistência da população é a desconfiança quanto ao

conforto. Muitos não sabem que quando são realizadas as adaptações necessárias,

o contêiner marítimo deixa de ser lixo portuário e passa a ser uma poderosa matéria

prima, passando a ser uma alternativa viável para moradia, inclusive de maneira

confortável do ponto de vista termo acústico, como já citado no presente trabalho,

sua eficácia é comprovada de acordo com a Norma de Desempenho de Edificações

NBR 15.575:2013.

Na quarta pergunta da pesquisa, ilustrada no Gráfico 2, 71,2% dos

entrevistados opinaram de forma positiva, nos quais, 44,4% disserem que é um

material inovador e sustentável, e 26,8% disseram que é um material inovador,

sustentável e que atende aos parâmetros de conforto e estética. Em compensação,

8,1% opinaram de forma negativa, disseram que é um material desconfortável ou

que é um material barato e de baixa qualidade. Ainda sobre a mesma pesquisa,

20,7% disseram que não conheciam a casa contêiner, sendo uma opinião bastante

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considerável visto que esse valor representa o terceiro maior índice comparado com

os demais.

Além da pesquisa, foi feita uma visita técnica foi feita no restaurante ainda em

construção, no bairro da Jatiúca, que antes era uma loja também em contêiner. A

entrevista realizada com o proprietário do estabelecimento, feito de contêineres

reutilizados, em Maceió, foi feita de acordo com o questionário no Apêndice A.

O engenheiro da obra nos informou que já existiam dois contêineres de High

Cube 40’ oriundos do antigo estabelecimento. No processo de construção, foi

preciso comprar mais um contêiner marítimo seminovo, do tipo High Cube 40’ e

outro contêiner também seminovo de 20’. Ambos foram adquiridos no Porto de

Suape, em Pernambuco. A compra feita em Pernambuco, mesmo com o frete, o

valor total sai mais barato do que comprando no porto de Maceió. O preço do

contêiner reutilizado de HC 40’ já com o frete foi de R$ 6.000 e o outro de 20’,

também com frete foi de R$ 4.000, estes valores estão na média de preços que

foram encontrados nas pesquisas.

O engenheiro alega que apesar dos empecilhos, no geral, foi positivo e

seguro gerenciar uma obra desse tipo, devido ao seu caráter flexível e de rápida

execução, qualidades exaltadas pelo entrevistado. Segundo ele, foi difícil encontrar

mão de obra especializada para os serviços de serralheria, ou seja, as emendas e

os cortes no contêiner, porém, posteriormente, o serviço foi executado de maneira

rápida, por um só profissional especialista. As outras adaptações e mudanças foram

feitas com mão de obra comum, fácil de encontrar, visto que os outros processos

ocorrem de forma semelhante ao método convencional e não é necessária uma mão

de obra diferenciada, como os marceneiros, pedreiros, pintores, eletricistas, entre

outros. Tratando-se da excelente adaptabilidade do contêiner, é possível ressaltar

segundo Lombardi (2015), que a construção reutilizando contêineres, é de fácil

instalação e manutenção, já que podem ser adaptados conforme a necessidade do

morador e da região em que reside.

As instalações elétricas e hidrossanitárias, como mostra a Figura 20, foram

aparentes, já que a arquiteta quis propiciar um aspecto industrial ao restaurante. A

fundação foi feita com vigas baldrames e foi deixado um espaço para tubulações

servindo como um caixão, sob o contêiner.

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Figura 20 – a) e b) Instalações elétricas e hidrossanitárias no restaurante feito de

contêiner reutilizado. Fonte: a) e b) Autores (2017).

Uma adaptação que é indispensável para a viabilidade do contêiner é o

isolamento termo acústico. Na obra visitada, ele foi feito com Poliestireno Expansivo

(Isopor) e o revestimento interno foi de Medium Density Fiberboard (MDF), exceto o

banheiro, que foram mantidas as chapas de aço do próprio contêiner.

4.4 A viabilidade da reutilização do contêiner marítimo

Partindo do princípio da sustentabilidade, o diagrama de Venn foi a

ferramenta adotada para análise do mesmo. O diagrama é dividido em três pilares,

como já explicado anteriormente. Para definir se é viável ou não, optar pelo método

da casa contêiner, foram estudados os três aspectos: social, econômico e ambiental.

No Quadro 6, estão explanadas as diferenças mais relevantes entre uma casa

feita de contêiner e outra feita de alvenaria. Neste quadro resumo foram reunidos os

quesitos que servirão como resposta para o questionamento da viabilidade técnica

da casa contêiner, do ponto de vista sustentável. Os três setores foram classificados

por cores. Amarelo para o aspecto econômico, verde para o aspecto ambiental e

azul para o aspecto social, a fim de fundamentar cada um dos três quesitos em

estudo.

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Quadro 6 – Diferença entre os dois modelos de construção.

Casa contêiner Casa alvenaria

Tempo de execução 14 dias 4 meses

Durabilidade 90 anos 50 anos

Mão de obra Menor quantidade qualificada Abundante

Custo final R$ 69.862,39 (30% mais econômico) R$ 100.219,91

Entulhos Pouco Muito

Caráter da construção Sustentável Poluente

Ponto de vista social Aceito e acessível Aceitação plena

Fonte: Autores (2017).

Do ponto de vista econômico, não se dispõe de pesquisas orçamentistas em

Maceió – AL nessa temática. Através da comparação entre as duas planilhas

orçamentárias, foi atingido uma redução de 30% dos custos em relação ao sistema

de construção convencional. O resultado gera uma ampla possibilidade de

adaptações que permitem ao proprietário usufruir de um maior nível de conforto e

melhores acabamentos, com um menor investimento final, quando comparado ao

valor final que se gastaria para estabelecer o mesmo conforto em uma construção

convencional.

Inúmeras vantagens são observadas do ponto de vista ambiental, dentre as

quais, a diminuição do índice de lixo portuário, o contêiner marítimo que antes era

usado para transporte ao longo de 10 anos, deixa de ser “lixo” e passa a ser uma

matéria prima preciosa. Ao passo que ocorre essa reutilização, com a retirada

destes recipientes da natureza, é possível reduzir o impacto ambiental, a favor da

sustentabilidade e da preservação ambiental. Caso contrário, não sendo reutilizado,

demoraria mais de 100 anos para degradação natural do aço. Outra vantagem é a

possibilidade de se ter um canteiro de obras limpo, quando comparado com o

modelo de construção tradicional, cujo método é responsável por 50% da produção

mundial de resíduos sólidos.

No ponto de vista social, destaca-se o fato de que a casa contêiner é muito

versátil, possibilitando suprir a carência habitacional do país, já que o investimento

em uma casa contêiner é muito menor, se for considerado um número maior de

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casas, como geralmente são nos programas sociais, essa redução de custo passa a

ser ainda maior. Destaca-se também o fato da aceitação da população de Maceió

sobre morar em uma casa contêiner foi quatro vezes maior que a rejeição, provando

sua aceitação social.

Figura 21 – Diagrama de Venn.

Fonte: Adaptado de Fuger (2016).

A reutilização do contêiner marítimo é um método de construção viável

socialmente, ambientalmente e economicamente e, de acordo com o Diagrama de

Venn, ilustrado na Figura 21, como esse método encontra-se na intersecção das três

esferas, ele é considerado um método de construção que visa à sustentabilidade.

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5 CONCLUSÃO

No Brasil, ainda é novidade habitar em contêineres, porém, a ideia vem se

difundindo devido à qualidade dos projetos, ao baixo custo do empreendimento, ao

menor tempo de execução e ao seu grande potencial de sustentabilidade.

Durante a realização deste trabalho, percebeu-se que a reutilização de

contêiner marítimo dispõe de vários pontos positivos, como sua grande flexibilidade,

que permite seu deslocamento para outras áreas; a durabilidade do material, pois o

aço é bastante resistente; a redução de 30% no custo final da obra, sendo uma

economia muito considerável e por isso, pode ser uma alternativa para suprir a

carência habitacional do país; a redução da produção de entulhos da construção

civil; a rapidez na execução e principalmente, uma resposta sustentável à

preocupação ambiental, já que o que antes era lixo portuário passa a ser matéria

prima. E por fim, e não menos importante, uma confiabilidade de conforto termo

acústico, desde que seja executado com material adequado e de maneira correta.

Mesmo sendo satisfatória a escolha do sistema construtivo alternativo, no

aspecto prático, algumas desvantagens foram encontradas, como a falta de material

teórico e normativo sobre construções em contêineres. O trabalho foi fundamentado

em artigos acadêmicos, pesquisas e em visita técnica. Inicialmente, previa-se o

desenvolvimento de uma comparação entre orçamentos partindo da elaboração de

um projeto de uma edificação vertical, mas a falta de normas a respeito desta prática

construtiva contribuiu para a escolha de um projeto residencial básico, já que para

fins de orçamento, surtiria o mesmo efeito.

Dentre as desvantagens encontradas as mais relevantes são que o terreno

precisa ter espaço para as manobras de guindaste com o contêiner. É difícil

encontrar mão de obra qualificada no município de Maceió, que saiba trabalhar com

as a adaptações iniciais do contêiner, como por exemplo, os cortes e emendas e,

além disso, existe uma restrição de forma, já que a forma do contêiner não pode ser

alterada, pois possui caráter retangular, podendo somente aumentar os vãos.

Trazer a temática do reuso de contêiner marítimo foi inovador e abrirá um

leque para futuros empreendimentos e pesquisas. Apesar da pesquisa de caráter

social e econômico ter sido aplicada ao contexto do município de Maceió - AL, a

reutilização do contêiner marítimo pode ser aplicada em qualquer cidade. Com base

no estudo realizado, verificou-se que as vantagens superam as desvantagens e que

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a reutilização de contêineres na construção civil é uma alternativa viável de acordo

com a sustentabilidade, comprovado através do diagrama de Venn e dos seus três

aspectos: social, ambiental e econômico.

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SCHONARTH, João Pedro. Contêiner vira opção estrutural para empresas. Gazeta do povo, Londrina, 26 set. 2013. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/economia/empreender-pme/conteiner-vira-opcao-estrutural-para-empresas-4efvr194fj0bzsmm1jlbludzi>. Acesso em: 20 jul. 2017.

SLAWIK, H. et al. Container Atlas: A Practical Guide to Container Architecture. Berlin: Gestalten, 2010.

SOTELLO, L. Vida nova para os contêineres. Revista Beach&CO, Guarujá, 2012. Disponível em: <http://www.beachco.com.br/v2/porto/vida-nova-para-os-conteineres.html>. Acesso em: 10 fev. 2017.

TERA AMBIENTAL. Você sabe qual a diferença entre reciclar e reutilizar?. 2015. Disponível em: <http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/voce-sabe-qual-a-diferenca-entre-reciclar-e-reutilizar>. Acesso em: 18 out. 2017.

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XAVIER, Michele. Minha Casa Container. 2016. Disponível em: < http://minhacasacontainer.com/2016/02/15/o-que-se-deve-saber-antes-de-ter-uma-casa-container/>. Acesso em: 10 mar. 2017.

YAZBEK, P. Containers viram casas com apelo moderno e preços atraentes. 2015. Exame, São Paulo: Ed. abril, 7 abr. 2015. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/containers-viramcasas-com-apelo-moderno-e-precos-atraentes>. Acesso em: 15 abr. 2017.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AO ENGENHEIRO DO

ESTABELECIMENTO FEITO DE CONTÊINER REUTILIZADO

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1) Qual a média de preço para a compra do contêiner reutilizado? Qual sua

origem?

2) Foi fácil de encontrar mão de obra para fazer as adaptações?

3) Quais adaptações foram necessárias para que o contêiner funcionasse de

forma segura e confortável?

4) Qual foi a maior dificuldade encontrada?

5) Qual é o prazo da obra? (Quando começou e data prevista para término)

6) O que levou a escolher um contêiner? Qual maior vantagem?

7) Ficou feliz com a escolha? Escolheria o contêiner de novo?

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APÊNDICE B – PESQUISA SOBRE CASA CONTÊINER EM MACEIÓ

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Pesquisa sobre Casa Contêiner em Maceió

1. Você já viu uma edificação feita a partir de contêiner em Maceió?

o Sim.

o Não.

2. Se sim, qual o caráter da edificação?

o Estabelecimento comercial.

o Moradia.

o Ambos os tipos.

3. Você moraria em uma Casa Contêiner? (Com garantia de conforto

igualitário ao da casa de alvenaria)

o Sim.

o Não.

4. Qual seu ponto de vista sobre a Casa Contêiner?

o É um material desconfortável.

o É um material barato e de baixa qualidade.

o É um material inovador e sustentável.

o É um material inovador, sustentável e que atende aos parâmetros de conforto

e estética.

o Não conheço.

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APÊNDICE C - DESCRIÇÕES DOS SERVIÇOS: CASA CONTÊINER

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Em todos os itens estão inclusos os materiais e a mão de obra, inclusive os

encargos sociais.

Serviços preliminares

01.01 Projeto Arquitetônico completo (Elaboração e aprovação)

01.02 Contêiner HIGH CUBE 40 pés (seminovo - Padrão Moradia)

01.03 Transporte com Caminhão tipo Munk (Saindo do porto de Suape-PE para Maceió-AL)

01.04 Serviços de Serralheria (Adaptações, cortes e aberturas de vãos)

01.05 Limpeza mecanizada de terreno com remoção de camada vegetal, utilizando moto niveladora.

01.06 Limpeza de piso naval.

01.07 Limpeza de superfície metálica (desinfecção) com SUMACLEAN WB, da Sherwin Williams - Sumaré ou similar.

01.08 Verniz antichama com laudo IPT – Classificação C

01.09 Retirada de entulho da obra utilizando caixa coletora capacidade 5 m3.

Infraestrutura

02.01 Escavação manual de vala ou cava em material de 1ª categoria, profundidade até 1,50m – para vigas baldrames.

02.02 Lastro de concreto, e = 5 cm, preparo mecânico, inclusos lançamento e adensamento – para vigas baldrames.

02.03 Concreto simples fabricado na obra, fck=20 MPa, lançado e adensado, inclusive formas para molde, em compensado resinado.

02.04 Lastro de brita 3 - pedra britada n. 3 (38 a 50 mm) – impedir crescimento de grama no solo.

02.05 Lona plástica preta - e= 150 micra (aplicado sob o terreno).

Esquadrias

03.01 Porta de correr em alumínio, com duas folhas para vidro, incluso vidro liso incolor, fechadura e puxador.

03.02 Janela de alumínio de correr, 2 folhas, fixação com parafuso, vedação com espuma expansiva PU, com vidros, padronizada.

03.03 Janela (alta) de alumínio basculante, fixação com parafuso, com vidros, padronizada.

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Coberta

04.01 Coberta com telha de alumínio dupla, trapezoidal, tipo sanduíche (e=0,6mm), pré pintada em duas faces, com isolamento de espuma rígida de poliuretano (PU) com 30mm de espessura e pintada.

04.02 Estrutura metálica em aço, vãos de até 12m, fornecimento e instalação.

04.03 Calha em chapa de aço galvanizado número 24, desenvolvimento de 33 cm, incluso transporte vertical.

04.04 Rufo de concreto armado fck=20mpa l=30cm e h=5cm.

04.05 Chapa de aço carbono e=3/8'‘- para platibanda

04.06 Forro de placa de gesso 60x60 cm e=12mm, para fixação sob laje (neste caso, a face interna do contêiner).

Revestimento

05.01 Isolamento térmico com manta de lã de vidro, espessura 2,5cm – aplicado internamente em todos os ambientes, diretamente sobre a estrutura do contêiner (1ª camada).

05.02 Chapa de mdf branco liso 1 face, e = 6 mm, de (2,75m x 1,85m) – em todos os ambientes internos, sobre a camada de isolamento térmico.

05.03 Revestimento cerâmico para parede, 33,5 x 45 cm, tipo Eliane, linha Forma branco AC, aplicado com argamassa industrializada ac-i, rejuntado, exclusive emboço – para ser aplicado nas áreas molhadas, sobre o isolamento + MDF.

05.04 Aplicação de gesso projetado com equipamento de projeção em paredes de ambientes, desempenado (sem taliscas), espessura de 0,5cm – aplicados nos ambientes ‘’secos’’, sobre o isolamento e MDF, preparando a superfície para receber pintura.

Pisos

06.01 Verniz sintético em madeira, duas demãos, aplicado sobre piso naval original do contêiner (após a limpeza do mesmo).

06.02

Revestimento cerâmico para piso ou parede, 50 x 50 cm, antiderrapante (tipo porcelanato), Elizabeth ou similar, aplicado com argamassa industrializada ac-iii, rejuntado, exclusive regularização de base ou emboço – assentado sobre piso de madeiro naval.

Pintura

07.01 Pintura de acabamento com aplicação de 01 demão de tinta PVA látex para interiores - cores convencionais (aplicado sobre gesso, nas paredes internas)

07.02 Aplicação de fundo selador, uma demão (para receber pintura na área externa dos contêineres).

07.03 Pintura de acabamento com aplicação de 02 demãos de esmalte sobre superfícies metálicas, inclusive lixamento (pintura externa)

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Instalações elétricas

08.01 Luminária calha sobrepor para lâmpada fluorescente 1x20w, completa, incluso reator partida rápida.

08.02 Lâmpada fluorescente 20w - fornecimento e instalação.

08.03 Ponto de luz em teto ou parede, aparente sem eletroduto.

08.04 Interruptor 01 seção, com caixa pvc 4"x2".

08.05 Quadro de distribuição de embutir, com barramento, para até 6 disjuntores padrão europeu (linha branca), exclusive disjuntores.

08.06 Disjuntor termomagnético tripolar 10 A, padrão NEMA (Americano - linha preta), corrente 5KA.

08.07 Disjuntor termomagnético tripolar 16 A, padrão DIN (Europeu - linha branca), curva C, corrente 5KA.

08.08 Disjuntor termomagnético tripolar 20 A, padrão DIN (Europeu - linha branca), corrente 5KA.

08.09 Disjuntor termomagnético tripolar 50 A, padrão DIN (Europeu - linha branca), curva C, corrente 5KA.

08.10 Ponto de tomada 2p+t, ABNT, de embutir, 10 A, com eletroduto de pvc rígido embutido Ø 3/4", fio rígido 2,5mm² (fio 12), inclusive placa em pvc e aterramento.

08.11 Ponto de tomada 2p+t, ABNT, de embutir, 10 A, com eletroduto de pvc flexível sanfonado embutido Ø 3/4", fio rígido 4,0mm² (fio 10), inclusive placa em pvc e aterramento.

08.12 Entrada de energia elétrica trifásica demanda entre 15,2 e 19 kw.

Instalação lógica/telefônica

09.01 Ponto de caixa seca para lógica, com canaleta plástica com divisória 20x10mm, incluso tomada.

09.02 Ponto de telefone, com eletroduto de pvc sanfonado embutido Ø 3/4".

Instalação hidrossanitaria

10.01 Ponto de água fria aparente, com material pvc rígido soldável Ø 25mm.

10.02 Ponto de água fria embutido, com material pvc rígido soldável Ø 32mm.

10.03 Ponto de esgoto com tubo de pvc rígido soldável de Ø 40 mm (lavatórios, mictórios, ralos sifonados, etc).

10.04 Ponto de esgoto com tubo de pvc rígido soldável de Ø 50 mm (pias de cozinha, máquinas de lavar, etc).

10.05 Ponto de esgoto com tubo de pvc rígido soldável de Ø 100 mm (vaso sanitário).

10.06 Caixa d´água em polietileno, 1000 litros, com acessórios.

10.07 Caixa de inspeção em alvenaria de tijolo maciço 60x60x60cm, revestida internamento com barra lisa (cimento e areia, traço 1:4) e=2,0cm, com tampa pré-moldada de concreto e fundo de concreto 15mpa tipo c - escavação e confecção.

10.08 Caixa de gordura - "cg" - (50 x 50 x 65cm)

10.09 Fossa séptica pré-moldada, tipo oms, capacidade 10 pessoas (v=600 litros)

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Louças e metais

11.01 Vaso sanitário com caixa de descarga acoplada, ELIZABETH ou similar, padrão popular, inclusive assento plástico Amanco ou similar, conjunto de fixação, anel de vedação e engate plástico

11.02 Lavatório louça (Deca-Ravena ref L-91) sem coluna, c/ sifão plástico, válvula plástica, engate PVC e torneira plástica ou similares

11.03 Pia de cozinha com bancada em mármore sintético, diâmetro 1.20x0.50, com 01 cuba, sifão plástico, válvula em pvc, torneira em aço inox, incluso assentamento.

11.04 Tanque de mármore sintético suspenso, 22l ou equivalente, incluso sifão flexível em pvc, válvula plástica e torneira de metal cromado padrão popular - fornecimento e instalação.

11.05 Chuveiro elétrico de plástico (Lorenzetti ou similar) - completo

Diversos

12.01 Limpeza final da obra

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APÊNDICE D - DESCRIÇÕES DOS SERVIÇOS: CASA DE ALVENARIA

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Em todos os itens estão inclusos os materiais e a mão de obra, inclusive os

encargos sociais.

Serviços preliminares

01.01 Projeto Arquitetônico completo (Elaboração e aprovação).

01.02 Locação da obra, com uso de equipamentos topográficos, inclusive niveladores.

01.03 Limpeza mecanizada de terreno com remoção de camada vegetal, utilizando moto niveladora.

01.04 Retirada de entulho da obra utilizando caixa coletora capacidade 5 m3.

Infraestrutura

02.01 Escavação manual de vala ou cava em material de 1ª categoria, profundidade até 1,50m.

02.02 Embasamento com pedra argamassada utilizando argamassa de cimento e areia (traço 1:4).

02.03 Alvenaria de embasamento em tijolos cerâmicos maciços 5x10x20cm, assentado com argamassa de cimento, cal e areia (traço 1:2:8).

02.04 Reaterro manual de valas com compactação mecanizada.

02.05 Lastro de concreto, e = 5 cm, preparo mecânico, inclusos lançamento e adensamento.

02.06 Impermeabilização de superfície com manta asfáltica (com polímeros tipo app), e=4 mm.

Superestrutura

03.01 Laje pré-fabricada STEEL DECK para piso, espessura da chapa 0,80 mm, espessura da laje 15 cm, com capa de concreto FCK=25Mpa.

03.02 Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos furados na horizontal de 9x19x19cm (espessura 9cm), com argamassa de assentamento com preparo em betoneira.

03.03 Cinta de amarração de alvenaria moldada in loco em concreto.

03.04 Verga moldada in loco com utilização de blocos canaleta (janelas e portas)

03.05 Chapisco em parede com argamassa traço 1:3 (cimento / areia)

03.06 Reboco de parede, com argamassa traço 1:4 (cal / areia), espessura 2,5 cm

03.07 Emboço ou massa única em argamassa traço 1:2:8, aplicada manualmente em panos cegos de fachada, espessura de 25 mm.

Esquadrias

04.01 Porta de correr em alumínio, com duas folhas para vidro, incluso vidro liso incolor, fechadura e puxador.

04.02 Janela de alumínio de correr, 2 folhas, fixação com parafuso, vedação com espuma expansiva PU, com vidros, padronizada.

04.03 Janela (alta) de alumínio basculante, fixação com parafuso, com vidros, padronizada.

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Coberta

05.01 Laje pré-moldada p/forro, sobrecarga 100kg/m2, vãos até 3,50m/e=8cm, com lajotas - concreto fck=20mpa, 3cm, Inter eixo 38cm, c/escoramento (reapr.3x) e ferragem negativa.

05.02 Coberta com telha de alumínio dupla, trapezoidal, tipo sanduíche 0,6mm, pré pintada em duas faces, com isolamento de espuma rígida de poliuretano 30mm pintada

05.03 Estrutura metálica em aço, vãos de até 12m, fornecimento e instalação.

05.04 Calha em chapa de aço galvanizado número 24, desenvolvimento de 33 cm, incluso transporte vertical.

05.05 Rufo de concreto armado fck=20mpa l=30cm e h=5cm

05.06 Forro de placa de gesso 60x60 cm e=12mm, p/ fixação sob laje

Revestimentos

06.01 Revestimento cerâmico para parede, 33,5 x 45 cm, Eliane, linha Forma branco AC, aplicado com argamassa industrializada ac-i, rejuntado, exclusive emboço.

06.02 Isolamento térmico com manta de lã de vidro, espessura 2,5cm.

Pisos

07.01 Argamassa traço 1:3 (cimento e areia média) para contrapiso, preparo manual.

07.02 Revestimento cerâmico para piso, 44 x 44 cm, Porcelanato siciliano MF, INCEPA ou similar, PEI 4, aplicado com argamassa industrializada ac-iii, rejuntado, exclusive regularização de base.

07.03 Revestimento cerâmico para piso ou parede, 50 x 50 cm, antiderrapante (porcelanato), Elizabeth ou similar, aplicado com argamassa industrializada ac-iii, rejuntado, exclusive regularização de base ou emboço, para ser aplicado em áreas molhadas.

Pintura

08.01 Aplicação e lixamento de massa látex em paredes, duas demãos – EMASSAMENTO.

08.02 Pintura de acabamento com aplicação de 01 demão de tinta PVA látex para interiores - cores convencionais.

08.03 Pintura para exteriores, sobre paredes, com lixamento, aplicação de 01 demão de líquido selador acrílico, 01 demão de textura acrílica branca e 02 demãos de tinta pva látex convencional para exteriores.

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Instalações elétricas

09.01 Luminária calha sobrepor para lâmpada fluorescente 1x20w, completa, incluso reator partida rápida.

09.02 Lâmpada fluorescente 20w - fornecimento e instalação.

09.03 Ponto de luz em teto ou parede, aparente sem eletroduto.

09.04 Interruptor 01 seção, com caixa pvc 4"x2".

09.05 Quadro de distribuição de embutir, com barramento, para até 6 disjuntores padrão europeu (linha branca), exclusive disjuntores.

09.06 Disjuntor termomagnético tripolar 10 A, padrão NEMA (Americano - linha preta), corrente 5KA.

09.07 Disjuntor termomagnético tripolar 16 A, padrão DIN (Europeu - linha branca), curva C, corrente 5KA.

09.08 Disjuntor termomagnético tripolar 20 A, padrão DIN (Europeu - linha branca), corrente 5KA.

09.09 Disjuntor termomagnético tripolar 50 A, padrão DIN (Europeu - linha branca), curva C, corrente 5KA.

09.10 Ponto de tomada 2p+t, ABNT, de embutir, 10 A, com eletroduto de pvc rígido embutido Ø 3/4", fio rígido 2,5mm² (fio 12), inclusive placa em pvc e aterramento.

09.11 Ponto de tomada 2p+t, ABNT, de embutir, 10 A, com eletroduto de pvc flexível sanfonado embutido Ø 3/4", fio rígido 4,0mm² (fio 10), inclusive placa em pvc e aterramento.

09.12 Entrada de energia elétrica trifásica demanda entre 15,2 e 19 kw.

Instalação lógica/telefônica

10.01 Ponto de caixa seca para lógica, com canaleta plástica com divisória 20x10mm, incluso tomada.

10.02 Ponto de telefone, com eletroduto de pvc sanfonado embutido Ø 3/4".

Instalação hidrossanitaria

11.01 Ponto de água fria aparente, com material pvc rígido soldável Ø 25mm.

11.02 Ponto de água fria embutido, com material pvc rígido soldável Ø 32mm.

11.03 Ponto de esgoto com tubo de pvc rígido soldável de Ø 40 mm (lavatórios, mictórios, ralos sifonados, etc).

11.04 Ponto de esgoto com tubo de pvc rígido soldável de Ø 50 mm (pias de cozinha, máquinas de lavar, etc).

11.05 Ponto de esgoto com tubo de pvc rígido soldável de Ø 100 mm (vaso sanitário).

11.06 Caixa d´água em polietileno, 1000 litros, com acessórios.

11.07 Caixa de inspeção em alvenaria de tijolo maciço 60x60x60cm, revestida internamento com barra lisa (cimento e areia, traço 1:4) e=2,0cm, com tampa pré-moldada de concreto e fundo de concreto 15mpa tipo c

11.08 Caixa de gordura - (50 x 50 x 65cm) – maldada in loco

11.09 Fossa séptica pré-moldada, tipo oms, capacidade 10 pessoas (v=600 litros)

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Louças e metais

12.01 Vaso sanitário com caixa de descarga acoplada, ELIZABETH ou similar, padrão popular, inclusive assento plástico Amanco ou similar, conjunto de fixação, anel de vedação e engate plástico

12.02 Lavatório louça (Deca-Ravena ref L-91) sem coluna, c/ sifão plástico, válvula plástica, engate PVC e torneira plástica ou similares

12.03 Pia de cozinha com bancada em mármore sintético, diâmetro 1.20x0.50, com 01 cuba, sifão plástico, válvula em pvc, torneira em aço inox, incluso assentamento.

12.04 Tanque de mármore sintético suspenso, 22l ou equivalente, incluso sifão flexível em pvc, válvula plástica e torneira de metal cromado padrão popular - fornecimento e instalação.

12.05 Chuveiro elétrico de plástico (Lorenzetti ou similar) - completo

Diversos

13.01 Limpeza final da obra

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APÊNDICE E – MEMORIAIS DESCRITIVOS INDICANDO LOCALIZAÇÃO DOS

SERVIÇOS: AUTOCAD

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Pintura externa com esmalte sintético h = 2,9m em azul:

Isolamento termo acústico com Lã de Vidro h = 2,9m em vermelho:

Piso Porcelanato em azul e piso Porcelanato antiderrapante em vermelho:

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Revestimento interno com pintura acrílica h = 2,7 m em azul; Revestimento

interno cerâmico h = 2,7 m na cozinha e na área de serviço, em vermelho;

Revestimento interno cerâmico h = 2,7 m nos banheiros, em verde:

Coberta com estrutura metálica, telha tipo sanduíche e isolamento térmico de

espuma rígida de poliuretano (PU), todos em vermelho.

Gesso acartonado em rosa e gesso RU em verde.

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Alvenaria h = 2,9 m em amarelo e alvenaria h = 3,8 m em azul.

Esquadrias:

Porta de correr de madeira 1,00 x 2,10 m

Porta de correr de madeira 2,30 x 2,10 m

Janela alta 0,6 x 0,5 m

Janela comum h = 1 m

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APÊNDICE F – MEMORIAIS DE CÁLCULO REFERENTES ÀS ÁREAS DE

PINTURA E REVESTIMENTOS: EXCEL

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CONTÊINER E ALVENARIA

DESCONTOS (m²)

JANELA (SALA) 1,5

JANELA (ALTA) 0,3

JANELA (QUARTOS) 1,0

JANELA (MAIOR QUARTO) 1,3

JANELA (COZINHA) 1,0

PORTA PRINCIPAL (SALA) 4,83

PORTAS 1,68

CONTÊINER E ALVENARIA

ÁREA INTERNA

CÔMODO ÁREA TOTAL (m²) DESCONTOS (m²) TOTAL REAL (m²)

SALAS 44,33 12,87 31,46

SUITE 33,16 5,66 27,50

QUARTO 1 30,94 3,68 27,26

WC SUITE 23,17 1,98 21,19

WC SOCIAL 22,36 1,98 20,38

COZ + AS 32,24 2,6 29,64

157,42

CONTEINER E ALVENARIA

ÁREA EXTERNA

CÔMODO ÁREA TOTAL (m²) DESCONTOS (m²) TOTAL REAL (m²)

CONTEINER 110,61 15,33 95,28

ALVENARIA 144,93 15,33 129,60

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APÊNDICE G – PROJETO ELÉTRICO: DIMENSIONAMENTO E QUANTITATIVOS

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Tabelas para dimensionamento do projeto elétrico das duas casas:

DEPENDÊNCIA

DIMENSÕES

ILUMINAÇÃO (VA)

PTUG's PTUE's

Área (m²)

Perímetro (m)

Número de

tomadas MÍN

Número de

tomadas

Carga - Tomada

(VA)

Tomadas (n x

Potencia) Discriminação

Potência

(W)

Sala estar/jantar 15,54

18,56 220 4 4 100 400

Cozinha 6,2 10,08 100 3 3 600 1800

Geladeira 500

Fogão 6000

Forno Microondas

2000

A.S. 4,28 8,28 100 3 3 600 1800 Máq. Lavar 1000

WC social 4,28 8,28 100 1 2 600 1200 Chuv. Elétrico 5500

Dormitório 1 4,57 8,57 100 2 5 100 500 AR 1 1400

Suíte 8,8 12,3 100 3 6 100 600 Chuv. Elétrico 5500

WC suite 7,7 11,46 100 1 2 600 1200 AR 2 1400

TOTAL 820

7500

23300

Nº CIRCUITO CIRCUITO

1 Iluminação

2 TUG's Serviço

3 TUG's Geral

4 AR

5 Chuveiro

6 Geral

6 DISJUNTORES

CIRCUITOS Potência Aparente Potência Ativa (W)

Iluminação 820 VA 820

TUG's 7500 VA 6000

TUE's 23300 W 23300

TOTAL 30120

TRIFÁSICO

Fator de Potência

Iluminação 1

TUG's 0,8

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Circuito W Fator de Demanda

Potência Ativa (W)

Fator de Potência

Potência Corrigida do Circuito

Iluminação + TUG's 6820 0,4 2728

0,95 18813,7 TUE's 23300 0,65 15145

TOTAL 17873

Potência Corrigida (W) 18813,7

Tensão (V) 220

Corrente (A) 85,5

Dimensionamento de condutores e disjuntores

Nº do circuito Maior Nº de circuitos agrupados

1 4

2 4

3 4

4 4

5 3

6 3

CIRCUITO TENSÃO

(V) POTÊNCIA Aparente

(VA)

CORRENTE (A)

Seção mínima de condutores

(mm²)

Ic (A) Capacidade de corrente

(mm²)

PROTEÇÃO

n° Tipo 220 Tipo N°

pólos Corrente nominal

1 Iluminação 220 820 3,73 1,5 5,73 1 DTM + DR 1 + 2 10

2 TUG's Serviço 220 3600 16,36 2,5 25,17 4 DTM + DR 1 + 2 20

3 TUG's Geral 220 3900 17,73 2,5 27,27 4 DTM + DR 1 + 2 20

4 AR 220 2800 12,73 2,5 19,58 2,5 DTM + DR 1 + 2 16

5 Chuveiro 220 11000 50,00 4 71,43 16 DTM + DR 1 + 2 50

6 Geral 220 9500 43,18 2,5 61,69 16 DTM + DR 1 + 2 50

Qd. DISTRIBUIÇÃO

220 Potência corrigida

Qd. MEDIÇÃO 220 18813,7 85,52 DTM 1 70

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APÊNDICE H - PROJETO HIDROSSANITÁRIO: ÁGUA FRIA E ESGOTO.

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Tabelas para dimensionamento do projeto hidrossanitário das duas casas:

ÁGUA FRIA - PESO

AF.1

Descrição Peso Quant. Total

Chuveiro 0,4 1 0,4

Ducha 0,1 1 0,1

Sanitário 0,3 1 0,3

Lavatório 0,3 1 0,3

∑ 1,1

AF.2

Descrição Peso Quant. Total

Pia de cozinha 0,7 1 0,7

Tanque 0,7 1 0,7

Máquina de lavar roupa 1 1 1

∑ 2,4

ÁGUA FRIA

Trecho Peso unit.

Peso acum.

Vazão (l/s)

DE (mm) DN

(mm) Veloc. (m/s)

J (m/m) Difer. de

cota Press. (MT)

R1 - A 4,60 4,60 0,64 32 27,80 1,06 0,06 1,40 1,40

A - AF 1 2,20 2,20 0,44 25 21,60 1,21 0,10 1,27

A - AF 2 2,40 2,40 0,46 25 21,60 1,27 0,10 1,24

ÁGUA FRIA

L(m) Hf(m) Press. (JU)

Real Equiv. Total Tubulação Local Total

0,50 1,90 2,40 0,03 0,11 0,13 1,27

0,30 0,00 0,30 0,03 0,00 0,03 1,24

0,90 0,30 1,20 0,09 0,03 0,13 1,11

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CONTRIBUIÇÃO DE CADA AMBIENTE (UHC POR PEÇA DE UTILIZAÇÃO) - ESGOTO

WC

COZINHA

ÁREA DE SERVIÇO

PEÇA UHC

PEÇA UHC

PEÇA UHC

BACIA SANITÁRIA 6

PIA 3

M.L.R. 3

DUCHA 1

TOTAL 3

TANQUE 3

LAVATÓRIO 1

TOTAL 6

CHUVEIRO 2

TOTAL 10

CAIXA COZINHA + A.S. UHC POR CG DIÂM. (MM)

DE GORDURA QUANT. UHC

TG-1 (COZ.) 1 3 3 50

TG-2 (A.S.) 1 6 6 50

DIMENSIONAMENTO COLETOR E SUBCOLETOR

TRECHO UHC UNITARIO UHC ACUMULADO DN (MM) i (%)

CI 1 - CI 2 20 20 75 2

CG 1 - CG 2 9 9 40 2

CG 2 - CI 2 30 30 100 1

CI 2 - FOSSA 20 20 75 2

CAIXA DE INSPEÇÃO WC UHC POR CI DIÂM. (mm)

QUANTIDADE UHC

CI 1 2 10 20 100

CI 2 2 10 20 100

TUBOS DIÂMETRO (mm)

DE VENTILAÇÃO (WC) (Pela tab. 3 da norma 8160) = 75 mm