estudo do acoplamento entre superfÍcies seletivas de … · 2017. 11. 2. · a deus, pela minha...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO ESTUDO DO ACOPLAMENTO ENTRE SUPERFÍCIES SELETIVAS DE FREQUÊNCIA ASSIMÉTRICAS EM ESTRUTURAS DE MULTICAMADAS ROBSON HEBRAICO CIPRIANO MANIÇOBA Tese de Doutorado submetida ao corpo docente da Coordenação do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de DOUTOR EM ENGENHARIA ELÉTRICA. Orientador: Prof. Dr. Adaildo Gomes d’Assunção – UFRN – CT – DCO. Co-Orientador: Prof. Dr. Antonio Luiz Pereira de Siqueira Campos – UFRN – CT – DCO. NATAL – RN 2012

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

    E DE COMPUTAÇÃO

    ESTUDO DO ACOPLAMENTO ENTRE SUPERFÍCIES SELETIVAS

    DE FREQUÊNCIA ASSIMÉTRICAS EM ESTRUTURAS DE

    MULTICAMADAS

    ROBSON HEBRAICO CIPRIANO MANIÇOBA

    Tese de Doutorado submetida ao corpo docente da

    Coordenação do Programa de Pós-graduação em Engenharia

    Elétrica e de Computação da Universidade Federal do Rio

    Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para

    obtenção do grau de DOUTOR EM ENGENHARIA

    ELÉTRICA.

    Orientador: Prof. Dr. Adaildo Gomes d’Assunção – UFRN – CT – DCO.

    Co-Orientador: Prof. Dr. Antonio Luiz Pereira de Siqueira Campos – UFRN – CT – DCO.

    NATAL – RN

    2012

  • Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial Especializada do Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.

    Maniçoba, Robson Hebraico Cipriano. Estudo do acoplamento entre superfícies seletivas de frequência assimétricas em estruturas de multicamadas / Robson Hebraico Cipriano Maniçoba. – Natal, RN, 2012. 63 f. : il.

    Orientador : Prof. Dr. Adaildo Gomes d’Assunção. Co-orientador : Prof. Dr. Antonio Luiz Pereira de Siqueira Campos.

    Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de

    Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação. 1. Telecomunicações – Tese. 2. Superfícies seletivas em frequência – Tese. 3.

    Fractal de Dürer - Tese. 4. Fractal de Minkowski - Tese. I. d’Assunção, Adaildo Gomes. II. Campos, Antonio Luiz Pereira de Siqueira. III. Título.

    RN/UF/BSE-CCET CDU 621.39

  • ii

    ESTUDO DO ACOPLAMENTO ENTRE SUPERFÍCIES

    SELETIVAS DE FREQUÊNCIA ASSIMÉTRICAS EM

    ESTRUTURAS DE MULTICAMADAS

    ROBSON HEBRAICO CIPRIANO MANIÇOBA

    Tese de Doutorado em Engenharia Elétrica, aprovada no dia 20 de junho de 2012, pela Banca Examinadora, composta pelos seguintes membros:

    Prof. Dr. Adaildo Gomes d’Assunção (Orientador) .................. DCO/UFRN

    Prof. Dr. Antonio Luiz P. de S. Campos (Co-orientador) ......... DCO/UFRN

    Prof. Dr. José de Ribamar Silva Oliveira ............................................. IFRN

    Prof. Dr. Laércio Martins de Mendonça ................................... DCO/UFRN

    Prof. Dr. Gervásio Protásio dos Santos Cavalcante ............................ UFPA

    Natal – RN

    2012

  • iii

    A todos aqueles que eu amo, com carinho.

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, pela minha saúde e por mais esta vitória, enfim por tudo.

    À minha mãe, Maria Rita, e ao meu pai, Gilberto Cipriano, por tudo que sou

    hoje.

    À minha esposa Ana Lúcia pelo carinho, paciência, incentivo, e estímulo.

    Ao Prof. Adaildo Gomes d’Assunção, por tudo o que ele representa como

    Educador, Pesquisador, Professor, Orientador e Amigo.

    Ao Prof. Antonio Luiz Pereira de Siqueira Campos, pela amizade, estímulo e

    incentivo durante a orientação deste trabalho.

    Às minhas irmãs, Sabrina e Cecília, pelo carinho, paciência e estímulo.

    Ao Prof. Alfrêdo Gomes Neto do GTEMA – IFPB, pela grande ajuda na

    obtenção dos resultados experimentais e nas discussões e sugestões.

    Aos Professores: Ronaldo Martins, Laércio Mendonça, Sandro Gonçalves e

    Ranilson Carneiro, pelo incentivo e estímulo durante a realização deste trabalho.

    Aos amigos: Gustavo, Ricardo, Valdez, Hertz Wilton, Wellington Candeia,

    Edwin Luize e em especial aos amigos Lincoln Machado e Davi Bibiano, pela presença

    constante e ajuda incondicional durante a realização deste trabalho.

    Aos demais professores, funcionários e amigos do Programa de Pós-graduação

    em Engenharia Elétrica e da Computação – PPgEEC e do Instituto Nacional de Ciência

    e Tecnologia de Comunicações sem Fio – INCT-CSF.

    Ao CNPq pelo suporte financeiro.

  • v

    RESUMO

    Este trabalho apresenta o desenvolvimento de novas estruturas de micro-ondas,

    filtros multi-banda ou banda larga, através do cascateamento de superfícies seletivas em

    frequência, que usa patches fractais de Dürer pentagonal e Minkowski como elementos,

    além de um elemento obtido a partir da combinação de outros dois mais simples que são

    o dipolo em cruz e a espira quadrada.

    Superfícies seletivas em frequência (FSS) abrangem uma grande área das

    Telecomunicações e têm sido largamente utilizadas devido a seu baixo custo, peso

    reduzido e possibilidade de se integrar com outros circuitos de micro-ondas. Elas são

    especialmente importantes em diversas aplicações, como aviões, sistemas de antenas,

    radomes, foguetes, mísseis, etc. Aplicações de FSS em faixas de frequência elevadas

    têm sido investigadas, assim como aplicações destas estruturas em cascata ou

    multicamadas, FSS ativas.

    Nesse trabalho, são apresentados resultados simulados e medidos para as

    características de transmissão de estruturas cascateadas (multicamadas), com intuito de

    investigar o comportamento do funcionamento em termos de largura de banda, um dos

    grandes problemas apresentados por superfícies seletivas em frequência.

    São feitas comparações entre resultados simulados, obtidos utilizando software

    comercial como Ansoft DesignerTM v3 e resultados medidos em laboratório.

    São apresentadas, ainda, sugestões de continuidade do trabalho.

    PALAVRAS-CHAVE: FSS, fractal de Minkowski, fractal de Dürer, FSS dissimilares

    acopladas, FSS de multicamadas.

  • vi

    ABSTRACT

    This work presents the development of new microwaves structures, filters and

    high gain antenna, through the cascading of frequency selective surfaces, which uses

    fractals Dürer and Minkowski patches as elements, addition of an element obtained

    from the combination of the other two simple the cross dipole and the square spiral.

    Frequency selective surfaces (FSS) includes a large area of Telecommunications

    and have been widely used due to its low cost, low weight and ability to integrate with

    others microwaves circuits. They’re especially important in several applications, such as

    airplane, antennas systems, radomes, rockets, missiles, etc. FSS applications in high

    frequency ranges have been investigated, as well as applications of cascading structures

    or multi-layer, and active FSS.

    In this work, we present results for simulated and measured transmission

    characteristics of cascaded structures (multilayer), aiming to investigate the behavior of

    the operation in terms of bandwidth, one of the major problems presented by frequency

    selective surfaces.

    Comparisons are made with simulated results, obtained using commercial

    software such as Ansoft DesignerTM v3 and measured results in the laboratory.

    Finally, some suggestions are presented for future works on this subject.

    KEY-WORDS: FSS, Minkowski fractal, Koch fractal, coupled dissimilar FSS,

    multilayer FSS.

  • vii

    SUMÁRIO

    Capítulo 1 – Introdução 12

    Capítulo 2 – Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas 15

    2.1 – Introdução 15

    2.2 – Arranjos passivos e arranjos ativos 16

    2.3 – Definições de FSS 17

    2.4 – Formas dos elementos de uma FSS 19

    2.5 – Dimensões dos elementos 20

    2.6 – Técnicas de análises 21

    2.7 – Técnicas de medição 22

    2.8 – Aplicações 24

    2.9 – Conclusão 29

    Capítulo 3 – Superfícies Seletivas em Frequência Multicamada 30

    3.1 – Introdução 30

    3.2 – Técnica da Matriz de Espalhamento - TME 31

    3.3 – Estruturas Multicamadas 33

    3.4 – Resultados Simulados

    3.5 – Conclusão

    36

    43

    Capítulo 4 – Resultados Experimentais 44

    4.1 – Introdução 44

    4.2 – Setup de Medição 44

    4.3 – Resultados Medidos 48

    4.4 – Conclusão 54

    Capítulo 5 – Conclusão 55

    Referências Bibliográficas 57

  • viii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 – Geometria de uma estrutura periódica. 14

    Figura 2.2 – Arranjo periódico: Caso passivo e Caso ativo. 16

    Figura 2.3 – Tipos de elementos de uma FSS.

    (a) Elementos do tipo abertura. (b) Elementos do tipo patch condutor.

    17

    Figura 2.4 – Formas dos elementos de uma FSS. 18

    Figura 2.5 – Elemento formado por uma espira quadrada e um dipolo em cruz.

    Figura 2.6 – Exemplo de elemento para uma FSS.

    19

    19

    Figura 2.7 – Medição em câmara anecóica. 22

    Figura 2.8 – Sistema para medição em uma FSS. 22

    Figura 2.9 – Medidor de precisão de FSS. 23

    Figura 2.10 – Antena refletora de alto ganho usado na nave Voyager. 24

    Figura 2.11 – Antena refletora composta, com uma FSS. 25

    Figura 2.12 – Escaneador espacial de freqüência. 25

    Figura 2.13 – FSS ativa. 26

    Figura 2.14 – Exemplo de FSS em cascata. 27

    Figura 2.15 – Aplicação de FSS em janelas eficientes. 28

    Figura 3.1 – Cascateamento de N FSSs. 31

    Figura 3.2 – Forma do elemento fractal de Dürer Pentagonal. (a) Nível 1. (b) Nível 2.

    33

    Figura 3.3 – Forma do elemento fractal de Minkowski. (a) Nível 1. (b) Nível 2.

    Figura 3.4 – Forma do elemento obtido através da combinação Dipolo em Cruz e Espira Quadrada.

    Figura 3.5 – Estruturas cascateadas.

    33

    34

    34

    Figura 3.6 – Característica de transmissão para a estrutura E1. Figura 3.7 – Característica de transmissão para a estrutura E2. Figura 3.8 – Característica de transmissão para as estruturas E3 e E4. Figura 3.9 – Característica de transmissão para a estrutura E5. Figura 3.10 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E1

    e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 0 mm.

    Figura 3.11 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E1

    e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 2,0 mm.

    35 36 36 37 37 38

  • ix

    Figura 3.12 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E1

    e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 5,0 mm.

    Figura 3.13 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E1

    e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 10,0 mm.

    Figura 3.14 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E3

    e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 0,0 mm.

    Figura 3.15 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E3

    e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 2,0 mm.

    Figura 3.16 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 5,0 mm.

    Figura 3.17 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 10,0 mm.

    Figura 3.18 – Característica de transmissão para o cascateamento da estrutura E5 com diferentes valores para a espessura da camada de ar usando a técnica TME.

    Figura 3.19 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas 1 e

    2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 6,0 mm.

    Figura 4.1 – Detalhes dos parafusos, porcas e separações. Figura 4.2 – Setup para medição da curva de referência. Figura 4.3 – Características de transmissão para a referência, e para os valores

    medidos com referência e após a retirada desta. Figura 4.4 – Setup para medição das estruturas. Figura 4.5 – Detalhe da separação entre as estruturas, realização do cascateamento. Figura 4.6 – Medição do cascateamento das estruturas E3 e E4. Figura 4.7 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 0,0 mm.

    Figura 4.8 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 2,0 mm.

    Figura 4.9 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 5,0 mm.

    Figura 4.10 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 10,0 mm. Figura 4.11 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 0,0 mm.

    Figura 4.12 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 5,0 mm.

    Figura 4.13 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 10,0 mm. Figura 4.14 – Característica de transmissão medido para o cascateamento da

    estrutura E5 sem separação entre as estruturas. Figura 4.15 – Característica de transmissão medido para o cascateamento da

    estrutura E5 com separação entre as estruturas de 2,0 mm. Figura 4.16 – Característica de transmissão medido para o cascateamento da

    estrutura E5 com separação entre as estruturas de 6,0 mm.

    39 39 40 40 41 42 42 43 45 45 46 46 47 47 48 49 49 50 51 51 52 53 53 54

  • x

    Figura 4.17 – Característica de transmissão medido para o cascateamento da estrutura E5 com separação entre as estruturas de 10,0 mm.

    54

  • xi

    LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

    FSS Frequency selective surface (Superfície seletiva de frequência)

    RF Radiofrequência

    iE Onda plana incidente rE Onda plana refletida

    tE Onda plana transmitida

    λ0 Comprimento de Onda no Espaço Livre

    WLAN Wireless Local Area Network (Redes locais sem fio)

    MPCE Elemento Combinado com Multiperiodicidade

    FDTD Finite-Difference Time-Domain

    WCIP Wave Concept Interactive Procedure (Método das Ondas)

    TE Transversal Elétrico (a)

    TM Transversal Magnético (a)

    ERB Estação Rádio Base

    εr Permissividade elétrica relativa

    W Largura do patch

    L Comprimento do patch

    h Espessura do substrato dielétrico

    d Espessura da camada de ar

    xT ,

    yT Períodicidade da célula na direção x e y

    HIS High-Impedance Surface (Superfície de Alta Impedância)

    a Periodicidade da Célula Unitária Quadrada da HIS

    b Lado do Patch Quadrado do Elemento da HIS

    r Raio do fio metálico

    l Lado do Elemento Ressonador

    S11 Parâmetro Perda de Retorno

    CR, Γ Coeficiente de Reflexão

    CT, τ Coeficiente de Transmissão

    Sn Matriz de Espalhamento

  • 12

    CAPÍTULO 1

    Introdução

    Com o avanço tecnológico ocorrido nos últimos anos houve uma necessidade

    crescente de implementação de dispositivos, com dimensões e peso cada vez menores,

    para aplicações diversas, tal como na atividade aeroespacial. Uma atenção especial tem

    sido dedicada ao estudo de superfícies seletivas de frequência (Frequency Selective

    Surface – FSS), principalmente no que diz respeito a aplicações que exigem

    características multi-bandas ou banda larga para estas estruturas.

    As estruturas de FSS são formadas por elementos do tipo patch ou por elementos

    do tipo abertura, ou ainda, uma combinação dos dois tipos de elementos. Estruturas de

    FSS com elementos do tipo abertura podem ser usadas para fornecer características

    passa-faixa. Em outras palavras, para a frequência de operação da antena o sinal passa

    através da estrutura com um mínimo de perdas de inserção. Consequentemente, para

    frequências fora da banda o sinal é refletido, já as estruturas de FSS com elementos do

    tipo patch condutor podem ser usadas para fornecer características rejeita-faixa, ou seja,

    para a frequência de operação da antena o sinal é totalmente refletido.

    As estruturas periódicas têm um grande número de aplicações e têm contribuído

    significativamente para melhorar o desempenho dos circuitos de comunicações. A

    questão da largura de banda tem sido um dos problemas na teoria de FSS, uma das

    soluções encontrada para resolver este problema é uso de estruturas em cascata, ou

    estruturas multicamadas.

    As estruturas em cascata além de uma solução para a questão da largura de

    banda apresentam, em alguns casos, estabilidade angular e em frequência e

    características multi-banda ou banda larga.

    Muitas aplicações de FSS multicamadas, ou seja, em cascata têm sido

    encontradas na literatura, como por exemplo, o cascateamento de estruturas com a

    finalidade de bloquear sinais de comunicação ou a utilização dessas estruturas como

    superstrato em antenas com a finalidade de aumentar o ganho e a diretividade, um dos

    problemas encontrados em antenas de microfita tradicionais.

  • Introdução

    13

    Neste trabalho, são apresentadas superfícies seletivas em frequência de dupla

    camada, separadas por uma camada de ar, utilizando cinco formas de elementos

    diferentes.

    Em um primeiro momento foram utilizados, para realizar a construção de ambas

    as estruturas individuais, elementos com formas dissimilares, estes elementos são do

    tipo patch fractal de Dürer e Minkowski níveis 1 e 2.

    Já em uma segunda etapa foram utilizados elementos com formatos similares, ou

    seja, com formas idênticas. Neste caso foi utilizado um elemento combinado a partir de

    um Dipolo em Cruz e uma Espira Quadrada.

    A análise das estruturas cascateadas (ou multicamadas) apresenta uma alta

    complexidade devido ao acoplamento mútuo entre os campos em ambas as estruturas,

    vários pesquisadores tem apresentado interesse em analisar este tipo de estrutura e

    muitos deles têm apresentado trabalhos utilizando métodos chamados híbridos [1]. Ou

    seja, utilizando métodos de onda completa para analisar as estruturas individuais em

    conjunto com técnicas aproximadas, porém, eficientes e com um baixo esforço

    computacional.

    Aplicações de Superfícies Seletivas em Frequência acopladas a antenas de

    microfita, fazendo papel de superstratos, tem sido alvo de investigações nos últimos

    anos devido a uma propriedade bastante sugestiva de melhoria do ganho e da

    diretividade, parâmetros importantes e que geralmente são pontos cruciais para avaliar

    as características e desempenho de antenas do tipo microfita [2].

    No Capítulo 2, é apresentada uma descrição das superfícies seletivas em

    frequência, mostrando-se um breve histórico, definição de estruturas periódicas, os tipos

    e as formas de elementos mais usados, técnicas de medições e aplicações, dentre outros

    aspectos.

    No Capítulo 3, é apresentado o cascateamento de superfícies seletivas em

    frequências, através de estruturas obtidas com diferentes formas de elementos.

    No Capítulo 4, são apresentados os resultados experimentais medidos em

    laboratório assim como a técnica e o setup de medição utilizado.

    Finalmente, no Capítulo 5, são apresentadas as conclusões dos principais

    aspectos abordados neste trabalho e encaminhadas sugestões para a sua continuidade.

  • 14

    CAPÍTULO 2

    Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    2.1 – Introdução

    Estruturas periódicas planares bidimensionais, Figura 2.1, tem atraído uma

    grande parte da atenção devido à propriedade sugestiva de filtragem de frequência [3].

    Figura 2.1 – Geometria de uma estrutura periódica.

    Uma superfície periódica é basicamente um conjunto de elementos idênticos

    dispostos bidimensionalmente formando um arranjo infinito [4].

    Um arranjo periódico formado por patches condutores ou elementos de abertura

    é conhecido como uma Superfície Seletiva de Frequência (Frequency Selective Surface -

    FSS). Similares aos filtros de frequência utilizados nos tradicionais circuitos de

    radiofrequência (Radio Frequency – RF), as FSS podem apresentar comportamento

    espectral de filtros passa-baixa ou filtros passa-faixa, dependendo do tipo de elemento

    arranjado (isto é, patch ou abertura).

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    15

    Mais recentemente, a capacidade de uma FSS tem sido aumentada pela adição de

    dispositivos ativos embutidos na célula unitária da estrutura periódica. A incorporação

    de dispositivos que forneçam ganho ou a não linearidade em uma FSS permite o

    desenvolvimento de arranjos com numerosas capacidades adicionais, incluindo

    oscilação, amplificação, e multiplexação. Os arranjos ativos caracterizam-se por ser uma

    FSS planar simples com alguns elementos ativos (um ou dois), embutidos na célula

    unitária da FSS, operando mais como um feixe de propagação não confinado do que

    como um sinal de RF propagando-se em uma estrutura de onda guiada (guia de onda,

    microfita ou linha de fita).

    Muitos parâmetros e princípios de projeto são associados às estruturas

    periódicas, tais como, tipo e forma do elemento, dimensões da célula unitária, tipos de

    materiais dielétricos e as espessuras dos substratos empregados, lóbulos de

    gradeamento, anomalias de Wood, etc. [3].

    As FSS, que encontram difundidas aplicações como filtros para microondas e

    sinais ópticos, tem sido o assunto de extensivos estudos [5].

    2.2 – Arranjos passivos e arranjos ativos

    Fundamentalmente, qualquer arranjo periódico pode ser excitado de duas

    maneiras: por uma onda plana incidente iE , ou por geradores de tensão individuais

    conectados a cada elemento. No último caso, os geradores devem ter a mesma amplitude

    e variações lineares de fase ao longo do arranjo ativo, para que haja a caracterização da

    estrutura como uma superfície periódica.

    No caso de arranjos passivos, a onda plana incidente será parte transmitida

    através da estrutura tE , e parte refletida rE . Sob condições ressonantes, a amplitude do

    sinal ressonante pode ser igual a iE enquanto 0tE = . É usual definir o coeficiente de

    reflexão como [4]:

    ,r

    i

    E

    EΓ =

    (2.1)

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    16

    Onde rE e iE em geral estão referenciados ao plano do arranjo. De forma

    semelhante o coeficiente de transmissão é definido como [4]:

    ,t

    i

    E

    Eτ =

    (2.2)

    A Figura 2.2, abaixo, ilustra os dois casos descritos.

    Figura 2.2 – Arranjo periódico: Caso passivo e Caso ativo.

    2.3 – Definições de FSS

    Uma FSS é um arranjo periódico formado por elementos do tipo abertura ou do

    tipo patch condutor. Como ilustrado na Figura 2.3, uma FSS com elementos do tipo

    abertura reflete a baixas frequências e transmite a altas frequências, funcionando como

    um filtro passa-faixa, enquanto que uma FSS com elementos do tipo patch condutor

    transmite a baixas frequências e reflete a altas frequências, funcionando como um filtro

    rejeita-faixa [3].

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    17

    Figura 2.3 – Tipos de elementos de uma FSS. (a) Elementos do tipo abertura. (b) Elementos do tipo patch condutor.

    Em uma FSS com elementos do tipo abertura, a medida em que os elementos

    entram em ressonância, a estrutura vai se tornando “transparente” para a onda incidente,

    até que na frequência de ressonância da estrutura, a onda é transmitida totalmente. Já em

    uma FSS com elementos do tipo patch condutor, os elementos entram em ressonância e,

    dessa forma, eles radiam a potência incidente na direção de reflexão, até que na

    frequência de ressonância da estrutura, a onda é refletida totalmente, comportando-se

    como um condutor perfeito [6].

    Uma FSS pode ainda ser definida como um anteparo, anteparo-fino ou anteparo-

    espesso, dependendo da espessura do elemento. O termo FSS anteparo-fino, usualmente,

    refere-se a um anteparo com elementos do tipo circuito impresso, isto é, elementos tipo

    pacth ou abertura, que possuem espessura menor que 0,001λ0, onde λ0 é o comprimento

    de onda para a frequência de ressonância do anteparo. Em geral, a FSS anteparo-fino é

    leve, apresenta um pequeno volume e pode ser fabricada com baixo custo, através da

    tecnologia convencional de fabricação de circuito impresso. Por outro lado, uma FSS

    anteparo-espesso, muito usada em aplicações passa-faixa (elementos do tipo abertura), é

    um arranjo periódico pesado e sua fabricação requer o manuseio, caro e preciso, de um

    bloco de metal espesso. A vantagem das FSS anteparo-espesso é que a razão entre a

    frequência transmitida e a frequência refletida, ou banda de separação, pode ser reduzida

    para 1,15, o que é necessário para antenas de satélites para comunicações

    multifrequenciais avançadas [3].

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    18

    2.4 – Formas dos elementos de uma FSS

    Pode-se encontrar na literatura uma grande quantidade de pesquisas que utilizam

    as mais variadas formas de elementos, onde as mais comuns são a retangular e a

    circular. A Figura 2.4 ilustra algumas formas de elementos utilizados em uma FSS:

    patch retangular [7], [8], patch circular [5], [9], [10], patch hexagonal [4], cruz de

    Jerusalém [11], dipolo em cruz [11], [12], espira quadrada com grade [13], espira

    quadrada [14], [15], espira quadrada dupla [16], espiras duplas concêntricas [17], dipolo

    fino [3], [18], tripolo [5], fractal [19].

    Figura 2.4 – Formas dos elementos de uma FSS.

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    19

    Os elementos de uma FSS podem ainda ser formados a partir de uma

    modificação ou combinação dos elementos típicos, por exemplo, em [20] os autores

    propõe um novo tipo de elemento obtido a partir da combinação de uma espira quadrada

    e um dipolo em cruz visando aplicações em ultra banda larga como pode ser visto na

    Figura 2.5.

    Figura 2.5 – Elemento formado por uma espira quadrada e um dipolo em cruz.

    Um novo tipo de elemento é proposto em [21] chamado elemento combinado

    com multiperiodicidade (MPCE), onde os elementos que compõe a FSS são formados a

    partir da inserção da redução do elemento principal ou formador no interior deste. A

    Figura 2.6 ilustra um exemplo de elemento para uma FSS sintonizável usando anéis

    com capacitâncias acopladas [22].

    Figura 2.6 – Exemplo de elemento para uma FSS.

    2.5 – Dimensões dos elementos

    Quando um elemento de dipolo é alimentado por uma fonte de RF, e o

    comprimento do dipolo é um múltiplo de meio comprimento de onda, o dipolo

    ressonará e irá radiar energia. Quando muitos dipolos são dispostos como um arranjo, a

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    20

    energia radiada de todos os elementos será direcionada coerentemente como se uma

    reflexão estivesse ocorrendo, onde o ângulo de reflexão é igual ao ângulo de incidência.

    Isto é verdade porque a corrente induzida na superfície de cada elemento tem um atraso

    relativo de fase com relação aos elementos vizinhos.

    Para elementos na forma de espiras quadradas e espiras circulares, a ressonância

    ocorre quando o comprimento de cada meia espira é um múltiplo de meio comprimento

    de onda. O comprimento da espira inteira, precisa ser então um múltiplo de um

    comprimento de onda. Para evitar um nulo no diagrama de radiação, o comprimento da

    espira deve ser de um comprimento de onda, ao invés de ser um múltiplo de um

    comprimento de onda. No caso de uma espira circular, a medida da circunferência, para

    aplicações em FSS deve ter um comprimento de onda. Para uma espira circular impressa

    em substrato dielétrico, o comprimento elétrico da circunferência deve ser de um

    comprimento de onda efetivo, e a dimensão da circunferência será então menor que um

    comprimento de onda no espaço livre, esta exigência é resultado do efeito de carga do

    dielétrico.

    Finalizando, quando a dimensão do elemento é completamente diferente das

    dimensões de ressonância , a onda incidente sobre a FSS passará como se a mesma

    estivesse transparente [3].

    2.6 – Técnicas de análises

    Um grande número de métodos tem sido usado em análises de FSS. Encontra-se

    na literatura, fórmulas aproximadas, desenvolvidas por alguns autores e pesquisadores,

    para determinar as características de transmissão e reflexão em uma FSS usando

    elementos do tipo patch condutores ou aberturas retangulares [23]. Um dos métodos

    mais simples é o modelo do circuito equivalente, nesta análise vários segmentos de fita

    que formam o elemento patch em um arranjo periódico são modelados como

    componentes indutivos e capacitivos em uma linha de transmissão. Da solução deste

    circuito, os coeficientes de reflexão e transmissão da FSS são encontrados. Esta técnica

    usa uma aproximação quasi-estática para calcular as componentes do circuito e permite

    uma rápida resposta computacional [24]. Um novo método do circuito equivalente

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    21

    usando decomposição modal é proposto em [25] e é usado na análise de FSS

    multicamadas.

    Outro método que pode ser empregado na análise de uma FSS é o método da

    expansão modal (ou equação integral) [5], [10], [26], [27], [28], este tem sido o mais

    bem-sucedido na predição do desempenho de uma estrutura periódica [3]. O método dos

    momentos [10] ou a técnica do gradiente conjugado [5] é usado no método da expansão

    modal, e é verificado um grande esforço computacional, sendo desaconselhável para a

    análise de FSS com elementos mais complexos, como por exemplo, espiras quadradas

    duplas [29]. Em [30] pode-se encontrar a análise de FSS utilizando o método do vetor

    potencial de Hertz.

    Além das já descritas acima, uma técnica bastante difundida é técnica das

    diferenças finitas no domínio do tempo (Finite-Difference Time-Domain – FDTD), esta

    técnica possibilita a análise de qualquer tipo de elemento, bem como a análise de perdas

    dielétricas e/ou magnéticas e a análise de estruturas não homogêneas [31].

    O Método das Ondas (Wave Concept Interactive Procedure – WCIP), ou WCIP,

    trata-se de outro método usado na análise de FSS, que apresenta uma reduzida

    necessidade de esforço computacional e flexibilidade quanto à forma da estrutura planar

    [32], [33].

    Em conjunto com esses métodos, pode-se utilizar técnicas de inteligência

    artificial, como algoritmos genéticos [34], [35], [36], [37], redes neurais [38], [39], na

    análise e/ou síntese de FSS.

    Uma análise de onda completa, empregando o método da linha de transmissão

    equivalente em conjunto com o método de Galerkin, foi feita pelos professores Antonio

    Luiz P. S. Campos, Adaildo G. d’Assunção e Marcos A. B. Melo [40], [41].

    2.7 - Técnicas de medição

    Vários métodos têm sido usados para medir as propriedades de transmissão e

    reflexão de uma FSS. O desempenho de transmissão pode ser testado em uma câmara

    anecóica, Figura 2.7, os absorvedores eliminam as reflexões [3].

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    22

    Figura 2.7 – Medição em câmara anecóica.

    A Figura 2.8 mostra um medidor que usa cornetas de ganhos padrões como

    antena transmissora e receptora. É possível medir as características de transmissão TE e

    TM do painel em teste posicionado entre as duas antenas cornetas, através da alteração

    da polarização das antenas de vertical para horizontal. Em princípio, este medidor deve

    ser capaz de medir as características de reflexão da FSS, entretanto, dados errados

    poderão ser obtidos devido às difrações ocasionadas pela espessura das bordas do painel

    de teste. Essas difrações podem ser atribuídas a grande largura de feixe das antenas

    cornetas e ao pequeno tamanho da FSS [27].

    Figura 2.8 – Sistema para medição em uma FSS.

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    23

    A técnica de simulação do guia de ondas, usada regularmente em testes de

    casamento de impedância em arranjos de antenas, fornece uma alternativa para

    medições do desempenho de transmissão/reflexão. Entretanto, é uma técnica que produz

    erros, e é limitada para polarização TE [42].

    Finalmente, o medidor de precisão, com antenas cornetas e lentes, mostrado na

    Figura 2.9, pode ser usado para medições, que exigem uma maior precisão, do

    desempenho de transmissão e reflexão com polarizações TE e TM. Desde que um

    estreito feixe Gaussiano das lentes incida sobre a FSS, o efeito de difração nas bordas é

    reduzido significativamente [43].

    Figura 2.9 – Medidor de precisão de FSS.

    2.8 – Aplicações

    As FSS possuem inúmeras aplicações e tem contribuído significativamente para

    melhorar nossos padrões de vida. Um bom exemplo e talvez a aplicação mais conhecida

    de FSS seja o anteparo da porta do forno de microondas, consistindo de um arranjo

    periódico de orifícios metálicos, projetado para refletir energia na frequência de 2.45

    GHz, e permitir a passagem da luz [3]. Ou seja, este anteparo funciona como um filtro

    passa-faixa que deixa passar a faixa de frequência da luz visível e rejeita a faixa de

    microondas.

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    24

    Em um sistema de antenas com refletor duplo, uma FSS pode ser usada como

    subrefletor. Alimentadores com frequências diferentes são utilizados independentemente

    e colocados no foco real e virtual do subrefletor. Consequentemente, apenas um refletor

    principal é necessário para operação multifreqüencial. Por exemplo, o subrefletor

    formado por uma FSS utilizado na antena de alto ganho da nave espacial americana

    Voyager, Figura 2.10, foi projetado para desmultiplexar as bandas X e S [44]. O

    alimentador da banda S é colocado no foco do refletor principal e o alimentador da

    banda X é colocado no ponto focal do refletor de Cassegrain. Note que, apenas um

    refletor principal é necessário para esta operação em duas bandas. Desta forma, são

    conseguidas reduções consideráveis na massa, volume e, o mais importante, custo da

    antena com o subrefletor FSS.

    Figura 2.10 – Antena refletora de alto ganho usado na nave Voyager.

    Para uma antena refletora multifuncional, são necessárias FSS de alto

    desempenho para desmultiplexar duas faixas próximas separadas, ou para multiplexar

    três ou quatro faixas. Desta forma, uma antena refletora composta, foi desenvolvida

    colocando-se uma FSS passa-faixa à margem do refletor sólido, como mostrado na

    Figura 2.11 [45].

    Randomes FSS com elementos do tipo abertura podem ser projetadas para

    produzir características passa-faixa. Em outras palavras, o sinal passa através da antena

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    25

    com um mínimo de perda de inserção. A randome pode ser projetada para combinar

    com a superfície do veículo tal que um espalhamento mínimo seja conseguido [46].

    A viabilidade da varredura de frequência através de estruturas periódicas tem

    sido demonstrada por diversos pesquisadores [3]. A idéia é projetar FSS de maneira tal

    que a onda difratada de primeira ordem se propague e sirva como um feixe varredor de

    frequência, enquanto o feixe refletido é anulado, este tipo de aplicação é mostrado na

    Figura 2.12.

    Figura 2.11 – Antena refletora composta, com uma FSS.

    Figura 2.12 – Escaneador espacial de frequência.

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    26

    FSS com elementos do tipo abertura, na forma retangular ou circular, tem sido

    projetada para trabalhar acoplada com células coletoras de energia solar. Este tipo de

    FSS é um anteparo passa-faixa que é essencialmente transparente na faixa de frequência

    onde as células solares são mais eficientes e reflete as frequências fora desta faixa [47].

    Estudos de FSS ativas [48] têm sido desenvolvidos, principalmente para

    aplicações que requerem alta potência e baixo custo. Nestes arranjos periódicos, as

    propriedades da frequência podem ser variadas no tempo por meio do controle de

    dispositivos semicondutores incorporados aos elementos impressos ou depositando

    esses elementos em substratos nos quais suas propriedades possam ser ajustadas, como

    por exemplo, substratos de ferrita. A Figura 2.13 mostra uma FSS ativa [49].

    Figura 2.13 – FSS ativa.

    Como mencionado anteriormente, existem inúmeras aplicações para FSS tais

    como: filtros, FSS usadas como subrefletores, randomes FSS, etc. Nos últimos anos,

    com o uso difundido dos telefones celulares, o ruído gerado pelo uso destes aparelhos

    em prédios públicos, bibliotecas, salas de concertos, etc. se tornou uma questão social

    em alguns países, como por exemplo, a Korea. Para resolver este problema, ondas

    eletromagnéticas ou sinais podem ser bloqueados entre a ERB e o telefone celular nestes

    ambientes através do uso de FSS, funcionando como filtros rejeita-faixa, colocadas

    sobre paredes, janelas, ou outras aberturas [50].

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    27

    Muitas aplicações de FSS multicamadas [51] têm sido encontradas na literatura,

    como, por exemplo, o cascateamento de estruturas para bloqueio de sinais de

    comunicação. A Figura 2.14 mostra um exemplo de estrutura cascateada utilizada em

    bloqueio de sinais de redes sem fio WLAN (Wireless Local Area Network), a função da

    FSS com elementos do tipo dipolo em cruz condutivo é atuar como um refletor dos

    sinais WLAN e permitindo a passagem de sinais de telefonia celular, a característica de

    absorção é alcançada colocando a segunda FSS com elementos do tipo dipolo em cruz

    resistivo a frente da primeira FSS [52].

    Figura 2.14 – Exemplo de FSS em cascata.

    Aplicações com FSS multi-banda tem sido investigada por muitos pesquisadores

    [53], pode-se encontrar na literatura aplicações de FSS com plasma sendo utilizado para

    substituir a parte metálica nestas estruturas [54].

    Outra aplicação bastante interessante é o uso de FSS como janelas eficientes, a

    aplicação de uma camada metálica muito fina em projetos de janelas modernas é um

    modo extremamente efetivo para economizar energia. Atuando como um filtro, a

    camada bloqueia a radiação eletromagnética na região do infravermelho e é

    completamente transparente a parte visível do espectro, assim rejeita a transferência de

    calor de fora para dentro do ambiente no verão e vice-versa no inverno [55]. A Figura

    2.15 ilustra esta aplicação.

  • Fundamentação Teórica das Estruturas Periódicas

    28

    Figura 2.15 – Aplicação de FSS em janelas eficientes.

    2.9 – Conclusão

    Neste capítulo, foi apresentada a fundamentação teórica das FSS, abordando

    aspectos importantes como tipos e formas dos elementos, técnicas de análise, assim

    como técnicas utilizadas para realizar medições, foram mostradas ainda diversas

    aplicações práticas de FSS.

  • 29

    CAPÍTULO 3

    Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    3.1 – Introdução

    Com o passar das décadas, as FSS tem encontrado numerosas aplicações em

    ambos os setores Comercial e Militar. Além disso, para uma variedade de aplicações

    destas estruturas, as exigências colocadas nas especificações de projeto tornaram-se

    muito rigorosas. Foi encontrado que, em um sistema composto de duas ou mais FSS

    dispostas em camadas, é preciso frequentemente prover os graus de liberdade

    necessários para o projeto e permitir o engenheiro satisfazer as rigorosas exigências do

    mesmo.

    Um dos problemas mais importantes relacionados a teoria de FSS é a questão da

    operação em largura de banda. Um exame mais detalhado de uma FSS simples com

    apenas uma camada, por exemplo, mostra que é muito difícil melhorar o

    comportamento da largura de banda. Como pode ser visto em [56] para aplicações em

    ondas milimétricas utilizando uma FSS simples com elementos fractais, a largura de

    banda pode apresentar um comportamento de banda estreita. Em outras aplicações, tais

    como separação de faixas de frequência, as FSS são obrigadas a apresentar

    comportamentos de transmissão ou reflexão em banda larga. Para resolver esse

    problema, é necessária a utilização de elementos com geometrias muito complexas ou o

    uso de estruturas multicamadas (em cascata). A primeira opção normalmente leva a

    soluções do tipo multi-banda, e muitas vezes diminui a largura de banda. A segunda

    opção é preferível em termos do aumento da largura de banda [25].

    A análise do cascateamento de FSS pode ser dividida em duas categorias gerais,

    chamadas: Método exato e Método aproximado. O método exato usa tipicamente a

    técnica do método dos momentos de onda completa para determinar as distribuições de

    correntes desconhecidas na FSS. Essas correntes dependem fortemente da geometria

    dos elementos da FSS. Se N1, N2,..., Nn são os números de distribuições de correntes

    desconhecidas nas FSS, a solução pelo método dos momentos envolverá a inversão de

    uma matriz com (N1+N2+...+Nn)2 elementos. O tamanho dessa matriz seria o fator

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    30

    limitante que impede o uso do método exato, particularmente ao usar elementos com

    geometrias complexas.

    Um modo para superar estas dificuldades é empregar o método aproximado,

    também conhecido como Técnica da Matriz de Espalhamento ou Matriz de

    Espalhamento Generalizada, a qual permite representar a solução da análise de uma FSS

    em termos dos parâmetros de espalhamento [1], [57]. Uma vantagem associada a este

    método é que ele permite a análise do cascateamento de FSS incluindo geometrias

    complexas e diferentes [1].

    A análise e o desenvolvimento matemático através do método dos momentos

    para análise de FSS, com elementos do tipo patch quadrado, com duas camadas

    separadas por uma camada de ar é mostrada em [58].

    Neste capítulo serão apresentados três tipos de filtros (FSS) multicamadas, mais

    precisamente duas FSS dispostas sobre camadas dielétricas separadas por uma camada

    de ar, com intuito de mostrar o comportamento do acoplamento em termos de largura de

    banda. Para realizar as simulações das estruturas foram utilizados: o software comercial

    Ansoft DesignerTM

    v3 e uma técnica de cascateamento apresentada a seguir.

    3.2 – Técnica da Matriz de Espalhamento - TME

    Em aplicações práticas, frequentemente cascateia-se FSS em ordem para obter as

    características de transmissão desejadas. Como mostra a Figura 3.2, assume-se que

    existem N estruturas em cascata. Para uma típica n-ésima FSS, seu plano de referência é

    localizado em 1 2 1... nz d d d −= + + + , e seus coeficientes de transmissão e reflexão são

    denotados por Tn, Rn, respectivamente [23].

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    31

    Figura 3.1 – Cascateamento de N FSSs.

    A interação entre as N FSS pode ser descrita através do uso das matrizes de

    espalhamento. Para ser exato, as matrizes são de ordem infinita. Aqui, será usada a

    interação denominada “interação em modo único”, ou seja, isto significa que somente o

    lóbulo principal e não os lóbulos de gradeamento, é usado no cálculo da interação. Esta

    aproximação é válida quando as distâncias entre as FSS (d1, d2,..., dn-1) são grandes em

    termos de comprimento de onda.

    Usando a interação em modo único, o resultado final para os coeficientes de

    transmissão e reflexão para a estrutura cascateada, ou seja, os coeficientes de

    transmissão e reflexão totais após o cascateamento das FSS são [23]:

    ( / ),T

    C A BC D= − (3.1)

    ( / ),R

    C C D= − (3.2)

    Os termos (A, B, C, D) são calculados através dos passos seguintes. Primeiro,

    para cada FSS, determina-se uma matriz de espalhamento n

    S de ordem 2 x 2, onde

    [23]:

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    32

    22

    2

    2

    1

    ,1

    n

    n

    j kln nn

    n nn

    j kln

    n n

    R RT e

    T TS

    Re

    T T

    = −

    (3.3)

    1 2 1... , 1,2,...,n nl d d d n N−= + + + = (3.4)

    Então, logo em seguida os termos são encontrados como [23]:

    1 3 2 1... ,N NA B

    S S S S SC D

    =

    (3.5)

    Para o caso especial em que N = 2, isto é, o cascateamento de duas FSS, as

    equações (3.1) e (3.2) são simplificadas e se tornam [23]:

    1

    1 2( 2 )

    1 2

    ,1T j kd

    TTC

    R R e−

    =

    (3.6)

    1

    1

    2( 2 )1 2

    1 ( 2 )1 2

    ,1

    j kd

    R j kd

    T RC R e

    R R e

    −= +

    (3.7)

    Com relação à aproximação da interação em modo único, o resultado final em

    (3.1) e (3.2) é independente da posição horizontal relativa das FSS. Em outras palavras,

    contanto que os espaçamentos entre as FSS sejam mantidos, as equações (3.1) e (3.2)

    continuam válidas mesmo quando as FSS são deslizadas ou rotacionadas em seus

    respectivos planos horizontais [23].

    Em aplicações práticas, deslizamento ou rotação pode ser usado para supressão

    de harmônicos espaciais de ordem superior e/ou polarização cruzada [23].

    A técnica descrita é válida somente para incidência normal [23].

    3.3 – Estruturas Multicamadas

    Foram utilizadas duas FSS assimétricas com elementos do tipo patch fractal

    pentagonal de Dürer com níveis 1 e 2, ou seja, elementos com formas dissimilares, o

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    33

    procedimento para obtenção dos elementos pode ser visto em [59]. A primeira, nível 1,

    apresenta frequências de ressonância em 8,0 GHz e 9,77 GHz, a segunda, nível 2,

    apresentando frequências de ressonância em 7,02 GHz e 8,63 GHz., ambas utilizando

    substrato de fibra de vidro com permissividade elétrica 4,4=rε , altura h de 1,5 mm, e

    periodicidade Tx = Ty = 16,5 mm. Duas FSS com elementos do tipo patch fractal de

    Minkowski níveis 1 e 2 [60], ambas com substrato RT-Duroid 3010 com permissividade

    elétrica 10, 2r

    ε = e altura h de 1,27 mm, periodicidade Tx = Ty = 15,2 mm, apresentando

    frequências de ressonância em 9,8 GHz e 9,0 GHz, respectivamente.

    A Figura 3.2 e 3.3 mostram as formas dos elementos fractais utilizados nas

    estruturas para o primeiro e segundo cascateamento, respectivamente.

    Figura 3.2 – Forma do elemento fractal de Dürer Pentagonal.

    (a) Nível 1. (b) Nível 2.

    Figura 3.3 – Forma do elemento fractal de Minkowski.

    (a) Nível 1. (b) Nível 2.

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    34

    Finalmente, a última estrutura utilizada é formada por elementos combinados,

    estes elementos foram obtidos através da combinação de outros dois elementos simples,

    bastante difundidos na literatura, que são a o Dipolo em Cruz e a Espira Quadrada. A

    figura 3.4 mostra o tipo de elemento utilizado, com D1 = 12mm, D2 = 0,9 mm,

    periodicidade Tx = Ty = 15 mm, utilizando fibra de vidro, com 4,4=rε e altura de 1,5

    mm.

    Figura 3.4 – Forma do elemento obtido através da combinação Dipolo em Cruz e Espira Quadrada.

    As estruturas cascateadas foram obtidas através do cascateamento da estrutura

    E1 seguida por uma camada de ar e esta pela estrutura E2, do cascateamento da

    estrutura E3 seguida por uma camada de ar e esta pela estrutura E4, e finalmente, do

    cascateamento da estrutura E5 seguida por uma camada de ar e esta pela mesma

    estrutura E5, ou seja, neste último cascateamento foram utilizadas estruturas similares

    (com as mesmas formas de elemento). Os resultados que serão apresentados foram

    obtidos para valores diferentes de separação entre as estruturas, ou seja, valores

    diferentes para a espessura da camada de ar, parâmetro chamado de “d” conforme segue

    na Figura 3.5.

    Figura 3.5 – Estruturas cascateadas.

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    35

    A Tabela 1 identifica cada estrutura utilizada:

    Tabela 1 – Identificação das estruturas utilizadas.

    Estrutura Tipo do elemento

    E1 Fractal Dürer nível 1

    E2 Fractal Dürer nível 2

    E3 Fractal Minkowski nível 1

    E4 Fractal Minkowski nível 2

    E5 Dipolo em Cruz com Espira Quadrada

    3.4 – Resultados Simulados

    Nesta seção serão apresentados os resultados numéricos simulados obtidos neste

    trabalho através da técnica usando a matriz de espalhamento e o software comercial

    Ansoft DesignerTM

    v3, foram feitas comparações com entre estes resultados. No capítulo

    seguinte serão apresentadas comparações com resultados experimentais medidos em

    laboratório. As Figuras 3.6, 3.7, 3.8 e 3.9 mostram as características de transmissão para

    cada uma das estruturas individuais utilizadas.

    Figura 3.6 – Característica de transmissão para a estrutura E1.

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    36

    Figura 3.7 – Característica de transmissão para a estrutura E2.

    Figura 3.8 – Característica de transmissão para as estruturas E3 e E4.

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    37

    Figura 3.9 – Característica de transmissão para a estrutura E5.

    A Figura 3.10 mostra a característica de transmissão para o cascateamento entre

    as estruturas 1 e 2 separadas por uma camada de ar com espessura d igual à 0,0 mm.

    Conforme se pode observar, foi obtida uma estrutura com característica multi-banda

    para os resultados usando TME [60], [61], e um filtro multi-banda com pequena banda

    de rejeição no início da faixa para os resultados apresentados pelo software comercial.

    Figura 3.10 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por

    uma camada de ar com espessura igual à 0 mm.

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    38

    As curvas foram traçadas para uma onda plana TE normalmente incidente.

    A Figura 3.11 mostra a característica de transmissão para os resultados obtidos

    para o cascateamento das estruturas 1 e 2 aumentando a espessura da camada de ar entre

    elas para um valor igual à 2,0 mm. Observa-se um aumento na largura de banda para

    ambos resultados com relação ao resultado obtido anteriormente, porém a técnica TME

    apresenta uma maior atenuação o que pode ser explicado pela não consideração na

    técnica de lóbulos laterais assim como o acoplamento mútuo entre as estruturas.

    Figura 3.11 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por

    uma camada de ar com espessura igual à 2,0 mm.

    A Figura 3.12 mostra a característica de transmissão quando do cascateamento

    entre as estruturas 1 e 2 separadas por uma camada de ar com espessura de 5,0 mm.

    Pode-se observar, através dos resultados simulados, que há um aumento na largura de

    banda em ambos os casos, porém a estrutura ainda continua apresentando um

    comportamento multi-banda, o aumento da banda de rejeição é evidenciado para a

    primeira banda. Pode-se dizer que a estrutura acoplada se comporta como um filtro

    multi-banda, onde a primeira banda apresenta característica de um filtro passa-alta,

    atenuando frequências na faixa de 7,0 GHz à 9,0 GHz aproximadamente. Um

    comportamento semelhante é apresentado quando há um aumento na espessura da

    camada de ar para 10,0 mm, esse resultado é observado na Figura 3.13.

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    39

    Figura 3.12 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por

    uma camada de ar com espessura igual à 5,0 mm.

    Figura 3.13 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por

    uma camada de ar com espessura igual à 10,0 mm.

    A Figura 3.14 mostra a característica de transmissão quando do cascateamento

    entre as estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura de 0,0 mm.

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    40

    Pode-se observar, através dos resultados simulados, que há um comportamento

    multi-banda, porém para o resultado obtido através da técnica TME para esta distância

    entre as estruturas praticamente não houve mudança nas frequências de ressonância

    apresentadas pelas mesmas individualmente.

    Figura 3.14 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por

    uma camada de ar com espessura igual à 0,0 mm.

    Figura 3.15 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por

    uma camada de ar com espessura igual à 2,0 mm.

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    41

    A Figura 3.15 mostra a característica de transmissão quando do cascateamento

    entre as estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura de 2,0 mm.

    É possível perceber que para o resultado usando a técnica TME não houve modificações

    com relação às ressonâncias, porém houve um aumento significativo com relação a

    largura de banda quando comparado ao resultado obtido sem espaçamento entre as

    estruturas. O acoplamento entre as estruturas é perceptível observando o resultado

    obtido através do software comercial, onde há agora um comportamento com banda

    única de rejeição, ou seja, para este resultado um comportamento de filtro rejeita-faixa.

    Quando do aumento da espessura da camada de ar entre as estruturas E3 e E4

    para um valor igual a 5,0 mm, observa-se um incremento na largura de banda em ambos

    os resultados, porém o acoplamento entre as estruturas é mais evidente observando o

    resultado obtido pelo software comercial. Os resultados obtidos nesse caso são

    mostrados na Figura 3.16.

    Figura 3.16 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por

    uma camada de ar com espessura igual à 5,0 mm.

    A Figura 3.17 mostra a característica de transmissão quando do cascateamento

    entre as estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura de 10,0 mm.

    Percebe-se que os resultado são bastante semelhantes com relação ao comportamento

    apresentado. Para o resultado obtido com o software comercial houve uma aumento na

    largura de banda quando comparado aos casos anteriores. A Figura 3.18 mostra os

    resultados obtidos através da técnica TME para o último cascateado, o acoplamento

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    42

    entre estruturas com elementos idênticos, E5 uma camada de ar e novamente a mesma

    estrutura E5. Pode-se observar que para esta técnica não fica evidente que existem

    estruturas acopladas, isto se deve ao caso de se está utilizando estruturas idênticas com a

    mesma resposta em frequência. A figura 3.19 mostra o resultado simulado obtido com o

    software comercial.

    Figura 3.17 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por

    uma camada de ar com espessura igual à 10,0 mm.

    Figura 3.18 – Característica de transmissão para o cascateamento da estrutura E5 com diferentes valores

    para a espessura da camada de ar usando a técnica TME.

  • Cascateamento de Superfícies Seletivas em Frequência

    43

    Figura 3.19 – Característica de transmissão para o cascateamento das estruturas 1 e 2 separadas por uma

    camada de ar com espessura igual à 6,0 mm.

    Na Figura 3.19 é possível perceber um aumento na largura de banda e esse

    aumento se torna mais evidente quando comparado ao resultado obtido para apenas uma

    FSS simples com os mesmos elementos, como foi possível observar na Figura 3.9.

    3.5 – Conclusão

    Neste capítulo foram apresentados os resultados simulados obtidos para a

    característica de transmissão do cascateamento de superfícies seletivas de frequência.

    Foram realizados três cascateamentos entre estruturas separadas por uma camada de ar,

    o primeiro utilizando as estruturas E1 e E2, que são FSS formadas por elementos do tipo

    patch fractal Dürer níveis 1 e 2, o segundo entre as estruturas E3 e E4, que são FSS

    formadas por elementos com geometrias fractal de Minkowski níveis 1 e 2. Por fim, foi

    realizado o cascateamento da estrutura E5, nesse caso foi utilizado estruturas com

    elementos idênticos, porém o resultado simulado mostrou que há um aumento bem

    definido com relação a estrutura isolada.

    Foram feitas ainda comparações entre os resultados obtidos simulados.

  • 44

    CAPÍTULO 4

    Resultados Experimentais

    4.1 – Introdução

    Uma série de medições foram realizadas com o intuito de se obter o

    comportamento do acoplamento, de forma experimental, das estruturas apresentadas no

    capítulo anterior.

    Neste capítulo serão apresentados o setup da realização experimental, e os

    resultados experimentais obtidos.

    4.2 – Setup de Medição

    As medições foram realizadas no laboratório do Grupo de Telecomunicações e

    Eletromagnetismo Aplicado – GTEMA do IFPB localizado em João Pessoa – PB e no

    Laboratório de Antenas, Propagação e Comunicações Móveis – LAPCOM da UFRN.

    Foram utilizados Analisadores de Redes das marcas Agilent®, modelo N5230A, duas

    antenas do tipo corneta padrão na banda X, e Rohde & Schwarz®, modelo ZVB14, em

    conjunto com duas antenas também do tipo corneta com uma faixa de trabalho que vai

    de 700 MHz até 18,0 GHz. O range de frequência para realização de algumas medições

    foi de 7,0 GHz até 12,0 GHz e em outros casos, de 1,0 GHz até 14 GHz, respeitando o

    range de operação do analisador utilizado. Para realizar o cascateamento das estruturas

    foram produzidos no laboratório de mecânica da UFRN parafusos, porcas e as

    separações, todos utilizando Teflon como material, conforme mostra a Figura 4.1.

    Antes de realizar as medições para cada estrutura e para o cascateamento destas,

    foi retirada uma curva de referência, sem nenhuma estrutura posicionada entre as

    antenas transmissora e receptora, com intuito de corrigir as perdas nos conectores e a

    resposta das antenas nas diferentes frequências. A figura 4.2 mostra o setup de medição

    da curva de referência.

  • Resultados Experimentais

    45

    Figura 4.1 – Detalhes dos parafusos, porcas e separações.

    Figura 4.2 – Setup para medição da curva de referência.

    Após a realização deste procedimento, foram feitas as medições das estruturas

    para suas respectivas curvas de referência, após isso os valores obtidos na curva de

    referência foram subtraídos dos valores medidos para cada estrutura e para a estrutura

    cascateada. A Figura 4.3 mostra a curva de referência e as características de transmissão

    de uma estrutura , com elementos do tipo patch retangular operando em 9,5 GHz, com e

    sem a retirada da referência dos valores medidos, como exemplo.

  • Resultados Experimentais

    46

    As Figuras 4.4 à 4.7 mostram as estruturas no setup de medição e os detalhes da

    separação entre as estruturas na realização do cascateamento.

    Figura 4.3 – Características de transmissão para a referência, e para os valores medidos com referência e após a retirada desta.

    Figura 4.4 – Setup para medição das estruturas.

  • Resultados Experimentais

    47

    Figura 4.5 – Detalhe da separação entre as estruturas, realização do cascateamento.

    Figura 4.6 – Medição do cascateamento das estruturas E3 e E4.

  • Resultados Experimentais

    48

    4.3 – Resultados Medidos

    As Figuras 4.7 à 4.11 mostram o comparativo das características de transmissão

    do cascateamento das estruturas E1 e E2, descritas no capítulo anterior, para diferentes

    alturas (espaçamentos entre as estruturas individuais) da camada de ar entre as placas.

    Figura 4.7 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 0,0 mm.

    Pode-se observar que para ambos os resultados na Figura acima, foi obtido uma

    característica de multi-banda em alguns casos banda dupla (dual-band).

    A Figura 4.8 mostra os resultados obtidos quando há um aumento na separação

    das estruturas individuais, ou seja, para um aumento na espessura da camada de ar para

    2,0 mm. É possível observar que a estrutura cascateada apresenta banda dupla para o

    caso medido e um aumento na largura de banda para este resultado.

  • Resultados Experimentais

    49

    Figura 4.8 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 2,0 mm.

    Figura 4.9 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 5,0 mm.

    Já na Figura 4.9, pode-se observar uma boa concordância com relação a largura

    de banda entre os resultados medidos e obtidos através do software comercial utilizado.

  • Resultados Experimentais

    50

    Figura 4.10 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E1 e E2 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 10,0 mm.

    A característica de transmissão obtida com um aumento da separação entre as

    estruturas E1 e E2 para 10,0 mm pode ser observada na Figura 4.10, e esta mostra que a

    estrutura cascateada para este valor apresenta ainda uma boa concordância em termos de

    largura de banda entre os resultados medidos e simulados pelo Ansoft Designer.

    A Figura 4.11 apresenta os resultados obtidos para uma separação de 0,0 mm

    entre as estruturas E3 e E4. Como se pode observar para este valor da espessura da

    camada de ar, a estrutura cascateada assim como no caso anterior apresenta também

    características multi-banda. E neste caso há uma boa concordância entre os valores

    medidos e os resultados obtidos pela técnica TME. O resultado obtido para o caso com

    separação de 5,0 mm entre as estruturas E3 e E4 é mostrado na Figura 4.12. Assim

    como no caso anterior houve um aumento na largura de banda da estrutura acoplada.

    Já para um aumento na espessura da camada de ar entre as estruturas E3 e E4 é

    possível observar para ambos os resultados mostrados um incremento na largura de

    banda. A Figura 4.13 mostra o resultado para d igual a 10,0 mm.

  • Resultados Experimentais

    51

    Figura 4.11 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 0,0 mm.

    Figura 4.12 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 5,0 mm.

  • Resultados Experimentais

    52

    Figura 4.13 – Característica de transmissão medido para o cascateamento das estruturas E3 e E4 separadas por uma camada de ar com espessura igual à 10,0 mm.

    O mesmo procedimento foi repetido para o cascateamento da estrutura E5

    (Dipolo Cruzado com Espira Quadrada) com ela mesma separada por uma camada de

    ar. Conforme se pode observar nos resultados medidos houve um aumento da largura de

    banda para a estrutura acoplada, principalmente quando comparado com a mesma

    estrutura isolada. Pode-se dizer que a estrutura apresenta característica de um filtro

    rejeita-faixa na banda X.

    As Figuras 4.14 à 4.17 mostram as características de transmissão e a comparação

    entre os resultados simulados obtidos pelo software comercial utilizado e medidos em

    laboratório, de duas estruturas E5 separadas por uma camada de ar, a qual tem sua

    espessura variada para valores entre 0,0 mm e 10,0 mm.

  • Resultados Experimentais

    53

    Figura 4.14 – Característica de transmissão medido para o cascateamento da estrutura E5 sem separação entre as estruturas.

    Figura 4.15 – Característica de transmissão medido para o cascateamento da estrutura E5 com separação entre as estruturas de 2,0 mm.

  • Resultados Experimentais

    54

    Figura 4.16 – Característica de transmissão medido para o cascateamento da estrutura E5 com separação entre as estruturas de 6,0 mm.

    Figura 4.17 – Característica de transmissão medido para o cascateamento da estrutura E5 com separação entre as estruturas de 10,0 mm.

  • Resultados Experimentais

    55

    4.4 – Conclusão

    Neste capítulo foram apresentados os resultados medidos em laboratório das

    características de transmissão para as estruturas cascateadas apresentadas no capítulo

    anterior. A comparação entre os resultado simulados e medidos foi realizada.

    Pode-se observar também que a solução de utilização de FSS multicamadas ou

    cascateadas é eficiente quanto à melhoria da resposta da estrutura em termos de largura

    de banda, tanto na operação em multi-banda quando na operação em banda larga.

    Os resultados simulados e medidos apresentaram uma boa concordância com

    relação ao parâmetro largura de banda em vários casos.

  • 56

    CAPÍTULO 5

    Conclusão

    Neste trabalho, foram apresentados os resultados simulados e medidos para as

    características de transmissão do cascateamento de superfícies seletivas em frequência

    usando elementos do tipo patch do tipo fractal de Dürer níveis 1 e 2, fractal de

    Minkowski níveis 1 e 2 e elementos obtidos a partir da combinação de um Dipolo em

    Cruz com uma Espira Quadrada, como células periódicas, montados sobre substratos

    dielétricos com permissividades elétrica diferentes para cada caso, separadas por uma

    camada de ar.

    Na realização dos dois primeiros cascateamentos, usando elementos com formas

    dissimilares, é possível perceber que à medida que o espaçamento entre as estruturas

    individuais aumenta, ou seja, na medida em que a altura da camada de ar aumenta, o

    comportamento da característica de transmissão da FSS cascateada se modifica.

    Percebe-se que com pequenos valores de espaçamentos a estrutura cascateada apresenta

    uma característica multi-banda. Porém, com o aumento do espaçamento a característica

    de banda dupla desaparece para determinados valores de camada de ar, surgindo uma

    reposta em banda única com um consequente aumento da largura de banda. É

    perceptível ainda que na medida em que há um incremento (aumento) da altura da

    camada de ar, para este primeiro caso, há uma maior conformidade entre os valores

    medidos e simulados.

    Com relação à técnica numérica usada para analisar a estrutura cascateada, pode-

    se dizer que ela apresenta bons resultados para pequenas distâncias em termos de

    comprimento de onda, contudo, para grandes valores de espaçamento os resultados

    apresentados apresentam uma boa concordância para frequências mais altas.

    Na realização do terceiro cascateamento foram utilizados elementos com formas

    obtidas através de combinações de outros elementos com formas mais simples, tanto do

    ponto de vista de construção quanto da análise,. Para este caso, os comportamentos das

    características de transmissão sempre apresentaram resposta em banda larga para o

    parâmetro largura de banda. E neste caso a técnica TME não se mostrou satisfatória

    quanto à predição da característica de transmissão.

  • Conclusão

    57

    As FSS, assim como uma antena de microfita, são estruturas leves e de fácil

    fabricação dependendo do elemento que será utilizado com célula unitária.

    As comparações feitas entre resultados experimentais e resultados simulados

    através do uso do software comercial Ansoft DesignerTM v3 serviram para validar tais

    resultados.

    Pode-se concluir que variações na espessura da camada de ar entre as FSS,

    provocam alterações nas frequências de ressonância e na largura de banda da estrutura

    cascateada. Em alguns casos, a estrutura cascateada apresentou comportamento multi-

    banda, em outros um comportamento em banda-larga na medida em que tal espessura

    aumentava. Portanto, pode-se obter um filtro com largura de banda sintonizável a partir

    da combinação de estruturas simples separadas por camadas de ar, o ajuste da largura de

    banda irá depender do valor dado para separação entre as FSS, assim como das

    características individuais de cada estrutura que poderá ser acoplada.

    Como continuidade do trabalho, sugere-se o estudo do cascateamento de

    estruturas com outras formas de elementos, tais como patch circular, cruz de Jerusalém,

    outros tipos de fractais, FSS ativas, dentre outros. Pode-se utilizar FSS com elementos

    de periodicidades diferentes, para diversos valores da espessura de separação entre as

    FSS, pode-se ainda variar o ângulo de incidência, utilizar outros tipos de substratos

    como separação entre as estruturas não apenas o ar, e verificar a aplicação destas

    estruturas em antenas de microfita com intuito de obter as características desejáveis

    utilizando estruturas de baixo perfil.

  • 58

    Referências Bibliográficas

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