estudo de práticas culturais de 2 públicos diferenciados de 2 espectáculos no coliseu dos...
DESCRIPTION
Trabalho realizado no âmbito da Pós-Graduação Gestão Cultural das Cidades Módulo: Gestão da CulturaFevereiro 2004TRANSCRIPT
Estudo de Práticas Culturais
Públicos e Práticas Culturais de Dois Géneros
de Espectáculos no Coliseu dos Recreios
Ricardo Filipe M. SimõesAluno nº2278INDEG/ISCTE
Pós-Graduação Gestão Cultural das Cidades Módulo: Gestão da Cultura
Fevereiro 2004
Estudo de Práticas Culturais
I) Introdução
1.1 Apresentação do Objecto de Estudo
Este trabalho pretende comparar os dados genéricos da caracterização socio-económica existente
dos públicos da cidade de Lisboa com a análise comparativa de 2 públicos de 2 espectáculos
diferentes (bailado clássico e rock alternativo), no mês de Janeiro de 2004 no Coliseu dos
Recreios, em Lisboa.
1.2 Metodologia Adoptada
A metodologia adoptada foi a realização de inquéritos baseados no principio da aplicação directa
(in loco), realizados junto às bilheteiras do Coliseu dos Recreios1. Foram realizados 25 inquéritos a
cada potencial espectador (visto que a compra do bilhete não significa a presença do mesmo no
espectáculo em causa) de cada espectáculo, um de bailado (A Bela Adormecida) e outro de Rock
Alternativo (A Perfect Circle), num universo de 4.184 por espectáculo (lotação máxima do Coliseu
dos Recreios em versão C de cedência). O inquérito foi realizado nos dias 12, 14, 20 e de Janeiro,
da parte da tarde.
1 Note-se que seria igualmente relevante do ponto de vista metodológico perceber as diferenciações relativas aos locais de compra. Neste caso concrecto, de certo que inferiu na amostra, mas considero-a como uma variável constante
Estudo de Práticas Culturais
II) Tratamento teórico do problema
Antes de fazer um enquadramento teórico sobre as práticas e a caterização especifica do objecto
de estudo em causa, irei fazer uma pequena abordagem a alguns conceitos operacionais
relevantes para a análise a ser feita, bem como uma breve caracterização das práticas culturais
existentes, de forma a podermos testar em concreto as hipóteses de comparação de públicos,
através de análises multivariadas.
Utilizei várias variáves analíticas, desde os conceitos de capital escolar e origem social de
Bourdieu, ou os «universos culturais clássicos e modernos» de Olivier Donnat2 . Variáveis de indole
individual, sócio-espaciais, geográficas, sócio-económicas (varáveis lugar de classe e nível de
rendimento). O propósito não é tanto construír uma homologia baseada em modelos estáticos, mas
tentar isolar algumas variáveis que me parecem relevantes para compreender características e
generalizações, referentes a 2 espectáculos especificos, com as diferente reflexões existentes
sobre estas matérias.
Assim, irei fazer uma análise das expectativas de futuro face aos espectáculos em causa com as
práticas culturais conhecidas dos lisboetas e com a caracterização da própria amostra.
Comecemos então por uma breve caracterização das práticas e consumos culturais dos
portugueses à luz dos estudos e investigações existêntes3 e depois passarei para o contexto
lisboeta propriamente dito.
2.1) Para uma imagem das práticas culturais dos portugueses
Seguindo a sistematização que vem descrita no estudo do João Teixeira Lopes sobre «A Cidade e
A Cultura – Um estudo sobre as práticas culturais urbana», podemos identificar as seguintes
variáveis caracterizadoras das referidas práticas culturais: a domesticidade e a sedentarização
cultural; o peso do capital escolar; a juvenilidade das práticas culturais; e distinções segundo o
género.
Estas variáveis vão ser muito relevantes neste trabalho, visto todas elas terem sido objecto de
inquirição na minha amostra.
As práticas culturais estão indossociavelmente ligadas ao tempo livre, entendido como o tempo do
não-trabalho. Assim, centram-se essencialmente nos tempos livres domestico-receptivos4 (ou
2 Este autor possuí algumas reflexões relevantes sobre as práticas culturais, em especial, as francesas (como por exemplo o Donnat, Olivier - Les pratiques culturelles des Français - Edition La Documentation française – 1998)3 Note-se que este tipo de matérias só começaram a ser investigadas de forma mais sistemática a partir de 1986/87
Estudo de Práticas Culturais
endo-domiciliárias5). A característica domestica e o papel muito significativo da televisão e da rádio
apresenta-se nos dados disponíveis como sintomático de uma prática cultural deficitária e
maioritáriamente ausente dos espaços públicos e semi-públicos da cidade. De uma forma genérica
aponta-se para que os menos jovens, mulheres e os de extrato social menos elevado tenham
menos tempo livre6 e provavelmente menos práticas culturais.
Um outro aspecto que me parece não ser consensual no estudos é o papel do capital escolar. De
facto sabemos que o capital escolar influência7 por exemplo as trajectórias escolares8. A afirmação
feita por João Teixeira Lopes de que: «(...) o acesso aos bens e circuitos da cultura cultivada
depende, em larga medida, da existência de um capital escolar elevado. Não só a intensidade das
práticas se liga à posse de um alto grau de escolaridade, como tal se verifica em quase todas as
actividades culturais: cinema, leitura, música, teatro, saídas nocturnas, etc.»9 , gera dúvidas, pois
não é linear que a chamada condição cultural intergeracional signifique menos práticas culturais de
um individuo. Bourdieu esclarece-nos relativamente a este aspecto: "a capital escolar equivalente,
as diferenças de origem social (cujos efeitos se exprimem já em diferenças de capital escolar)
estão associadas a diferenças importantes (...) O peso relativo do capital escolar no sistema dos
factores explicativos pode mesmo ser mais fraco que o peso da origem social já que apenas se
pede aos inquiridos que exprimam uma familiaridade estatutária com a cultura legítima ou em vias
de legitimação, relação paradoxal, feita dessa mistura de segurança e de ignorância (relativa) onde
se afirmam os verdadeiros direitos de burguesia, que se medem pela antiguidade"10.
Assim chamo à atenção da necessidade de não se caír em conclusões percipitadas quanto a estas
matérias. Mas vamos então considerar como a hipótese esta realidade em Portugal e testa-la mais
adiante no nosso estudo.
A terceira questão, a juvenilidade das práticas culturais, inclusivé pela minha sensibilidade
profissional, parece-nos tanto mais relevante quanto a problemática da pedagogia cultural se põe
como discurso político de eleminação do déficit cultural.
«É notório o efeito geracional da deslocação do centro de gravidade das práticas culturais, do pólo
constituído pelo livro, pelos espectáculos e pelas visitas culturais, para a área das práticas ligadas
à cultura do audiovisual, o pólo do som, da imagem, da informatização, que estende a sua
influência e poder de conquista junto dos mais jovens»11. Vários indicadores nos apontam esta
4 Termo utilizado por Christian d’Epinay5 Aquilo a que Silverstone, Hirsch e Morley (1996) chamaram «economia moral do lar»6 Caraterística esta apontada quer por João Teixeira Lopes quer por Idalina Conde7 Tal como a diferenciação regional, a credenciação, etc.8 Vide O Perfil Sócio-Económico do Estudante do Ensino Superior – CNASES/CEOS, 19979 in LOPES, João Teixeira – A Cidade e a Cultura – um estudo sobre as práticas culturais urbanas – Edições Afrontamento / C.M.P., 2000, pp.9310 Vide BOURDIEU, Pierre - La Distinction – Editions du Munuit, p. 68.11 Retrato Cultural: um estudo sobre práticas de leitura no concelho de Mirandela, Tese orientada pelo Prof.António Teixeira Fernandes e defendida por Sofia Alexandra Cruz em Outubro de 1998, no âmbito da colaboração firmada entre o Observatório das Actividades Culturais (OAC) e o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB).
Estudo de Práticas Culturais
tendência, nos diferentes âmbitos da recepção e consumo culturais. Desde a leitura até aos
espectáculos. Desde o estudo sobre ‘As Práticas Culturais dos Liboetas’ até ao ‘Perfil Sócio-
Económico do Estudante do Ensino Superior’ assiste-se a uma tendência para considerar a varável
«geracional» como muito relevante12. Se os consumos endo-domésticos tendem a homogeneizar a
questão geracional, a verdade é que os espaços da recepção cultural não deixam de ter um forte
peso das classe etárias 15-20 e 21-2913. Mais à frente iremos confirmar ou não esta descrição
genérica em Portugal no meu estudo.
Por último, neste breve sinopse das características genéricas idenficadas das práticas culturais dos
portugueses temos a destinção por género, i.e., entre o feminino e o masculino. Aqui parece-me
relevante referir que os estudos existêntes apontam claramente para uma maior «autonomização»
do homem face às práticas endo-domésticas. No entanto, a tendência dos últimos anos parece-me
contradizer largamente os dados formais existêntes e que vou tentar desmitificar com o meu
trabalho. Mas de facto, a caracterização da valorização do papel da mulher no espaço endo-
familiar e do homem para o espaço semi-público e público foi uma tendência de décadas, que no
entanto tem vindo a altera-se à medida que as relações sócio-económicas se vão alterando14 (não
baseando a análise em exclusivo na base de género), onde a chamada familia-camarada das
zonas urbanas de Lisboa e Porto vai tomando conta dessa paisagem. «Nas últimas décadas estas
tendências têm-se agravado em grande escala, com a expansão de numerosos subúrbios e
cidades satélites em redor destes centros, formando uma verdadeira área metropolitana em torno
de Lisboa, e algo semelhante a uma região urbana policêntrica (ou conurbação15) no caso do Porto
(com a concorrência de polos alternativos de nível inferior, como Aveiro e Braga, e a expansão de
uma urbanização difusa em redor)». De facto, todas estas alterações sócio-gráficas ao longo das
últimas décadas estão intimamente ligadas ao processo de urbanização das cidades, cujos
estudos na área são muito interessantes e não podem ser dissociados do «...incremento dos
tempos livres e do lazer (com a maior flexibilização dos horários de trabalho, o acesso
generalizado a férias, a alteração do ciclo de vida e a difusão da escolaridade permitindo uma
12 Por exemplo, apenas 10,7% das crianças lê livros diariamente, percentagem que sobe para 12,4% no caso dos adultos, seja um livro, um jornal ou uma revista (dados apresentados na conferência «International Association of Time Use Reserchers», em Setembro de 2003)13 A principal fonte de rendimento (que mensalmente recebem em média cerca de 241,32€) dos jovens (entre os 12 e 25 anos) são os pais ou familiares. A maioria dos jovens tem uma mesada (40%), sendo esta nos grupos etários mais baixos, de menor valor,aumentando com a idade . De salientar que os jovens, com idades entre os 19 e os 25 anos, têm frequentemente como fonte de rendimento , a remuneração de um trabalho fixo. Escolhem, sobretudo, o fim de semana para fazerem as suas compras (56,2%) e quando decidem comprar CD’s, Perfumes e Presentes fazem-no em centros comerciais.(Fonte: estudo do Observatório do Comércio do I.N.E. sobre os rendimentos dos jovens portugueses, Abril 1999)14 Os próprios dados existêntes, por exemplo, sobre as compras online, que têm sido lideradas pelo sexo masculino, têm assistido a um aumento progressivo e sustentado pelo sexo feminino.«(..)À medida que as crianças crescem, alteram-se as preferências na ocupação dos tempos livres. «O brincar é parcialmente substituído por actividades que envolvem o uso de computadores, pelo desporto e por ouvir músicas.» Nas famílias com mais habilitações, as crianças passam mais tempo a estudar e menos a ver televisão ou a brincar.Nascer homem ou mulher marca mais a diferença na ocupação do tempo dos portugueses, do que o facto de se ser adulto ou criança. É esta a principal conclusão do Inquérito à Ocupação do Tempo, do Instituto Nacional de Estatística (INE), cujos dados foram divulgados esta semana, em Lisboa, na conferência «International Association of Time Use Reserchers» (in Diário de Notícias, edição do dia 22/9/2003)15 Extensa área edificada, que se forma devido à proximidade de algumas aglomerações de características urbanas por assimilação de pequenos aglomerados localizados na área envolvente (conurbação uninuclear) ou devido ao desenvolvimento da periferia de uma rede de aglomerações espaçadas (conurbação polinuclear)
Estudo de Práticas Culturais
maior mobilidade aos jovens, a antecipação das reformas, etc.), a difusão da alfabetização e da
educação, o maior acesso a infraestruturas (económicas, de saúde, culturais,...), a crescente
influência de padrões culturais e modos de vida alheios, veiculados em grande escala pelos
diversos orgãos de comunicação social, a maior mobilidade populacional com os progressos nas
comunicações e transportes, entre outros variadíssimos factores(...)»16. «Intimamente relacionada
com o processo de urbanização está a alteração de mentalidades e de modos de vida subjacente,
fruto de variadas alterações culturais, psico-sociológicas e económicas, que terão,
necessariamente, reflexos na organização do espaço urbano. Assim, a crescente difusão de um
modo de vida urbano acarreta consigo uma alteração dos padrões de consumo, potenciada pelos
progressos nas comunicações, o acesso facilitado à informação e pelas crescentes
interdependências a vários níveis, gerando uma certa massificação, que se vai progressivamente
estendendo a todo o território. Paralelamente, outras alterações, como a redução estrutural da
propensão a poupar, acompanham geralmente esta tendência.»
Mas vamos manter então esta característica que é apontada na maior parte dos estudos, até prova
em contrário.
2.2) Breve caracterização sócio-económica da Lisboa
– a necessidade do contexto
O estudo das práticas culturais não são dississociadas, como já vimos, do espaço urbano e do
contexto das relações sociais e económicas que o mesmo potencia. Sendo assim, passarei a uma
breve descrição do concelho e área metropolitana de Lisboa.
O concelho de Lisboa abrange a área de 84 Km2 e a sua população residente total é de 556.797
habitantes (2001, Censos). A zona da Grande Lisboa (que é igualmente importante para o objecto
de estudo em causa) ocupa cerca de 2.750 Km2 e têm 2,1 milhões de pessoas, que diariamente se
deslocam para a capital, constiuindo uma população flutuante que lhe imprime uma dinâmica
cosmopolita.
Podemos encontrar na Área Metropolitana de Lisboa (que é um pouco maior do que a designação
de Grande Lisboa) a maior concentração populacional do país. De acordo com os dados
preliminares do último recenseamento geral da população residiam na A.M.L., em 2001, cerca de
2.662.949 habitantes (cerca de ¼ da população portuguesa), dos quais 20,9% na cidade de
Lisboa. Nos 3.128 km2 da A.M.L. (3,3% do território continental de Portugal) reside 27,1% da
16 COSTA, Pedro - " Cidades e Urbanização em Portugal: Uma Sociologia, Geografia ou Economia Urbanas?" (working paper) -SOCIUS - Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações, ISEG-UTL, 1993
Estudo de Práticas Culturais
população de Portugal continental, e com uma população activa de cerca de 1,3 milhões de
pessoas. Estão sediadas na A.M.L. cerca de 30% das empresas nacionais. Localiza-se no seu
território 32,7% do emprego nacional, sendo que a contribuição da A.M.L. para o P.I.B. ultrapassa
os 36%.
A Área Metropolitana de Lisboa integra dois grandes Portos: Lisboa e Setúbal e três Portos médios
piscatórios: Sesimbra, Cascais e Ericeira. É constituida por 10 concelhos, 216 freguesias e com
uma densidade pupulacional de 830 hab/km217.
Em 2001 a A.M.L. possuía 402.598 edifícios, 1.202.660 alojamentos familiares e 1.998
alojamentos. O município de Lisboa mais de metade da sua população situava-se entre os 25 e 64
anos de idade, sendo o sexo feminino que se encontra ligeiramente acima dos 50%.
É um município onde a estrutura do emprego possuí uma estratificação tipicamente urbana, i.e.,
Lisboa é tipicamente uma cidade de serviços.
Lisboa tem outros índices, que de forma intuitiva também se apreende, como claramente à frente
de outros municípios do país, tais como o maior número de publicações periódicas, o maior
número de sessões de espectáculos e o maior número de espectadores dos mesmos.
A Região de Lisboa e Vale do Tejo18 é a região portuguesa que revela um maior poder de compra
per capita, superando a média do País em 42.9 pontos. No topo da lista situa-se a Grande Lisboa
(185.6), ultrapassando a média da região em 42.7 pontos e a nacional em 85.6 pontos.
Os municípios da Região com maior poder de compra são Lisboa, Amadora, Oeiras, Cascais,
Almada, Entroncamento, Sintra, Setúbal, Seixal e Barreiro, cujo traço mais característico é a sua
natureza eminentemente urbana. De facto, devido às economias de escala, via concentração
populacional (consequentemente mais consumo, mais vendas), Lisboa apresenta-se como a região
onde os preços são genéricamente mais baixos em face do poder de compra.
A população da RLVT apresenta um nível de instrução superior ao registado no Continente.
Em 2001, 20% de indivíduos atingiram o ensino secundário (15,7% a nível nacional) e 14,4% o
ensino superior (10,8% no país). Na NUTS III19 Grande Lisboa este último valor ascende a 18,3%.
O PIB per capita da RLVT, em 2000, era cerca de 34% superior à média nacional, registando um
valor próximo do PIB per capita médio da União Europeia.
PIB per capita (euros) foi em 2000 era de 15.024 € na RLVT, comparativamente superior aos
11.244 € nacionais. A Grande Lisboa apresenta valores ainda superiores, com 19.382 de PIB per
17 Fonte: Instituto Nacional de Estatística, 200318 A nomenclatura de RLVT será uma outra que irei utilizar por facilitar a descrição de certos indicadores, apesar de ser uma região heterogénia, mas apesar disso continua bastante relevante para o nosso estudo como veremos adiante19 Designação territorial utilizada pelo I.N.E.
Estudo de Práticas Culturais
capita20. Poder de Compra per capita na Grande Lisboa situou-se na ordem dos 160,8221, em
2002, comparativamente com os 132,28 nacionais22.
Taxa de Desemprego na RLVT situava-se em 2001 em 7,4%, ligiramente acima dos 6,8%
nacionais23.
Esta breve caracterização permir-nos-á, à medida que comparamos dados, o faremos não só
numa escala de micro-análise mas também num contexto especifico de uma região e mesmo de
um país como Portugal. Como veremos mais à frente estes dados serão-nos preciosos na análise
que farei nos espectáculos em causa.
2.3 As Práticas Culturais dos Lisboetas – Breve Sinopse
Neste subcapitulo irei centra-me essencialmente nas grandes tendências das práticas culturais dos
Lisboetas ligadas essencialmente à música/espectáculos e as interacções dessa variáveis com as
outras práticas, consumos e recepções culturais.
Pelos dados genéricos anteriormente apresentados referente à cidade de Lisboa e à área da
Grande Lisboa podemos aferir a exitência de uma pluradidade multidimensionada caracterizadora
dessas mesmas áreas. Essa pluralidade sócio-económico-geográfico-cultural tem consequências
claras nas construções «simbolico-culturais» e numa das características mais marcantes das
práticas culturais dos lisboetas24: a sua heterogeneidade.
Os «lisboetas» inserem-se, de acordo com os dados existêntes, nas práticas culturais genéricas,
como já referimos no inicio deste trabalho. O predominio das actividades receptivo-domesticas25 no
lazer (em especial a questão da televisão), o facto histórico-social-cultural da reduzida
desponibilidade da mulher para «tempos-livres» associados a práticas culturais e o peso dos
«jovens» e do sexo masculino nessas práticas mantêm-se na redução geográfica do nosso objecto
de estudo. Será relevante mais à frente confrontarmos esta imagem dominante no mundo
académico com a inquirição realizada em concreto aos dois espectáculos em causa.
20 Fontes: EUROSTAT - PIB 2000 ; INE – Censos 200121 Note-se que se assistiu nos últimos anos a um decrescimo do poder de compra. Em 1997 por exemplo, na Grande Lisboa o Poder de Compra per capita sitou-se nos 185,63 (Fonte: INE: Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio, 1997)22 Indicador per capita – Portugal = 10023 Fontes: EUROSTAT - PIB 2000 ; INE – Censos 200124 A própria designação de ‘lisboetas’ é sujeito a diferentes abordagens, mas que não cabe aqui no objecto deste estudo. Digamos apenas que a ideia de «cidade» está fortemente presente nesta classificação25 Não falo aqui nas actividades domésticas vulgares, mas sim nas chamadas excepcionais.
Estudo de Práticas Culturais
A análise pelos «campos sociais»26 de Bordieu vai-nos permitir tentar aferir os valores simbólicos
intrinsecos, as dinâmicas e interacções de cada campo e expectativas simbólicas face à prática
cultural estudada.
Ao contrário do que afirma Olivier Donnat em «Les Français face à la Culture»27 parece-me claro
que a elevação do nível de vida e o desenvolvimento acelarado do urbanismo em Portugal
contribuí significativamente para a democratização da cultura e uma mudança rápida dos
paradigmas de práticas e consumos culturais. Não é alheio a isso o papel sui generis do Poder
Local na democratização do acesso à Cultura em espaços públicos e semi-públicos. Também, e no
entanto, como é apontado nos estudos já referidos, verifica-se alguma estratificação em face do
género de espectáculos, por exemplo, em função dos capitais sociais. Também é verdade que as
propostas pedagógicas e simbólicas propostas pela «Escola» na área cultural esbarram
frequentemente nas trajetórias simbólicas do campo social onde intereage o individuo. Na música,
que é a área de estudo em concreto, interessa-nos a seguinte descrição do perfil do consumidor de
fonogramas mais frequente (intimamente ligado à Grande Lisboa), sem com isso (por falta de
dados) menosprezarmos aqueles que adquirem fonogramas esporadicamente: 15-24 anos28;
masculino; Grande Lisboa e Porto e Litoral Centro; background escolar médio e elevado; classe
social média e alta; status social médio e alto; agregado pertencente à classe média, média alta e
alta; pertencente à burguesia profissional, dirigente, intelectual e cientifica.
Mas vejamos os dados do inquérito realizado à luz das práticas culturais conhecidas dos estudos
realizados dos lisboetas.
III) 2 espectáculos no Coliseu dos Recreios: Bailado Clássico e
Rock Alternativo – para estudo comparativo
Neste capítulo irei fazer uma apresentação dos resultados dos inquéritos realizados no Coliseu dos
Recreios, uma análise comparativa dos dois espectáculos objecto de investigação e uma
comparação com os dados existêntes em outros estudos referente às práticas culturais dos
Lisboetas.
O inquérito subdividiu-se nas seguintes áreas: análise sócio-gráfica; práticas culturais (usos do
tempo e gostos musicais); expectativas face aos espectáculos em causa.
26 Bourdieu destingue nas diferentes posições sociais onde actuam e interagem os diferentes individuos 3 tipos de capital: Capital económico, cultural e social27 No cenário francês, claro28 Note-se, apesar desta caracterização, que a taxa de consumo (genérica) na faixa etária entre os 25-39 anos é de 65.3%
Estudo de Práticas Culturais
3.1) Caraterização geral
Comecemos pela parte da caracterização genérica, i.e., concelho, sexo, nacionalidade e idade.
A composição sexual nos dois espectáculos é quase oposta uma à outra. Enquanto que no
concerto de bailado clássico 64% do público é feminino (36% masculino), no de rock alternativo o
público masculino é maioritário, com 60% dos inquiridos e o feminino 40%. Parece-nos relevante
esta situação, visto em «As Práticas Culturais dos Lisboetas» aponta-nos o sexo feminino na
ordem dos 56,9%, sendo que o público feminino encontra-se sempre maioritário nas diferentes
classes etárias, excepto na dos 21-29 anos.
Enquanto que no espectáculo de bailado clássico existe uma certa distribuíção pelas diferentes
classes etárias (com predominância para a classe dos 45-65 anos e sobreposição do público
feminino), é observável que no concerto de rock alternativo 92% se situam entre os 15-29 anos,
maioritáriamente masculino(em todas as classes etárias).
Daqui podemos apontar uma primeira tendência no sentido da não homogeneidade etária e sexual
no género de espectáculos assistidos.
Quanto à nacionalidade e naturalidade não encontramos surpresas, apenas sendo curioso que no
espectáculo de rock alternativo existir uma percentagem significativa de estrangeiros (8% dos
inquiridos, próximo dos dados conhedidos sobre os imigrantes em Portugal).
A situação conjugal apresenta-se como bastante relevante, não só como para a análise das
tendências das práticas culturais, visto que os «modelos conjungais e familiares» assumem uma
centralidade social nas sociedade modernas ocidentais, mas também igualmente para as
estratégias de intermediação cultural (tão fundamentais e características da organização cultural).
Existe duas tendências claras nos dois géneros de espectáculos: um equilibrio entre os solteiros e
casados no espectáculo de bailado clássico e uma esmagadora maioria dos solteiros no
espectáculo de rock alternativo. Neste último espectáculo não é alheio a distribuição etária,
centrada entre os 15-29 anos, enquanto que no bailado clássico demostra um equilibrio relevanto,
tanto que o peso etário encontra-se, como já vimos, entre os 45-65 anos. Os dados existêntes
sobre as práticas culturais dos lisboetas apontam para uma maioria clara dos casados. Note-se
que em ambos os espectáculos encontra-se percentagens ou semelhantes ou superiores quanto
aos separados/divorciados descritos em «As Práticas Culturais dos Lisboetas». Em termos de
género no espectáculo de rock alternativo mantém-se o equilibrio nesta classificação conjugal,
sendo no entanto relevante verificar uma percentagem superior de inquiridas casadas (72% dos
casados inquiridos neste espectáculo) face ao sexo masculino no espectáculo de bailado clássico.
Neste conjunto de variáveis poderia fazer um conjunto de cruzamentos analiticos, mas que devido
Estudo de Práticas Culturais
à existências de um conjunto de dados mais ou menos extenso e à limitação de espaço não irei
abordar29.
A distribuição espacial do concelho de residência não é equilibrado, antes desigual, em ambos os
espectáculos. No de bailado clássico 80% dos inquiridos residem nos concelhos de Lisboa, Almada
e Amadora (sendo de que dessa percentagem 68,42% residem no concelho de Lisboa). No
espectáculo de rock clássico existe um maior equilibrio, continuando os residentes de Lisboa
serem em maior número dos da Área Metropolitana de Lisboa (24% dos inquiridos), mostrando no
entanto um dado relevante, os 32% de residentes oriundos de outros concelhos do país (em
especial do norte). Esta observância aliada às variáveis etária e de ocupação do tempo, poderá
apontar-se para uma maior mobilidade dos ‘jovens’ em face da maior disponibilidade para tempos
de lazer, bem como propensão para a socialização em espaços públicos e semi-públicos. Referia-
se ainda que esta distribuição geográfica mostra-se equilibrada quanto ao sexo.
A distribuíção verificada em «As Práticas Culturais dos Lisboetas» não nos permite qualquer
conclusão, visto manter-se a predominância de Lisboa e Amadora, mas faltando a análise de
outros conselhos nas áreas circundantes a Lisboa (como Almada que assume particular relevância
nos inquéritos). Mais, parece-me claro igualmente, que a distribuição geográfica difere em face do
género de espectáculo, que afecta a variável género, que tem as consequências como já vimos.
3.2) Capital Sócio-Económico
Nesta variárial também vamos poder assistir a algumas tendências de mudanças face ao dados
existentes, nomeadamente relativamento ao «fenómeno de fechamento» identificado por A.Sedas
Nunes.
No espectáculo de rock alternativo 72% dos inquiridos encontram-se abaixo dos 1.000 € de
rendimento mensal, em grande parte explicado pela forte percentagem de estudantes do ensino
superior (note-se que uma percentagem deles possuí uma actividade profissional em part-time)30.
No espectáculo de bailado clássico nota-se de facto um maioria de rendimentos mais elevados
(48% possuêm rendimentos entre os 501 € e os 1.500 €)31. Apesar da ausência de inquiridos com
rendimentos inferiores a 500 € no espectáculo de bailado clássico parece-me correcto afirmar que
cada vez mais existe um alargamento efectivo da democratização cultural, onde os movimentos
ascencionais têm cada vez menos peso no aumento das práticas de lazer. Se no caso do
espectáculo de rock alternativo o facto da maioria ser estudante poder explicar o nível de
rendimento (a existência de uma mesada ou semanada atribuída por agregado familiar, que atinge 29 Desde o cruzamento da situação conjungal com a idade, situação ocupacional, capital escolar, gostos musicais, etc.30 67% dos inquiridos que pussuêm um rendimento abaixo dos 500 € frequentam o Ensino Supeior31 Note-se que 50% auferem rendimentos entre os 500 € e 1000 € possuêm ou frequentam o 12ºano; dos que auferem rendimentos entre os 501 € e os 1.000 € a percentagem maioritária situa-se agora nos licenciados com 50%.
Estudo de Práticas Culturais
valores consideráveis como já vimos no estudo do Observatório do Comércio do I.N.E.), a verdade
é que 36% deles exerce uma actividade a tempo inteiro (32%) e em part-time (4%). A questão da
inexistência de inquiridos com rendimentos abaixo dos 500 € no espectáculo de bailado clássico
associa-se não ao factor profissional (a existência de rendimentos constantes da grande maioria
dos inquiridos), mas também pela reconhecida maior necessidade de significâncias na recepção
deste género de obras artisticas (significância essa mais ligada aos tais movimentos ascencionais).
De qualquer maneira neste último caso quer os chamados «lugares de classe»32 quer o capital
económico apresenta já valores significativamente distribuídos, pelo que não é já mais correcto
afirmar, se é que podemos aferir isto desta amostra, que a «cultura cultivada» cada vez menos
pertence o seu usofruto a uma elite com capital socio-económico elevado.
Como factor relevante e significativo para aquela transformação paradigmática que tenho apontado
está a observação de que os rendimentos mais elevados pertencem maioritáriamente às mulheres
no espectáculo de bailado clássico, sendo inferiores no caso do espectáculo de rock alternativo
(28% dos inquiridos do sexo feminino possui rendimentos abaixo dos 1.000 €, contra 44% do sexo
masculino), no entanto, isso deve-se provavelmente à própria distribuição de género33. Em ambos
os casos o peso crescente das mulheres é claro, quer pelo seu capital escolar quer pelo seu nível
de rendimento (e consequentes «lugares de classe»).
3.3) Situação Ocupacional
A distribuição dos tempos nas sociedades modernas ocidentais pode-se sub-dividir nas seguintes
classificações: estudar; exercer uma actividade produtiva; tempo no qual não se exerce nenhuma
actividade produtiva. O conceito de «tempos livres» emerge com a industrialização das sociedades
contemporâneas, sendo por isso indissolúvel das transformações do trabalho, nomeadamente do
trabalho assalariado e da redução do tempo que lhe é dedicado. Passa a ser entendido como o
tempo que o trabalhador dispõe como seu, ocupando-o da forma como entende. Nesse sentido
torna-se relevante a posição do actor face ao «tempo profissional»34 aquando da análise varial que
fazemos. Assim classifiquei a distribuição dos tempos da seguinte forma: exercício de uma
actividade profissional a tempo inteiro; exercício de uma actividade profissional a meio tempo(part-
time); Trabalho ocasional, sem regularidade definida; Estudante; Não exerce qualquer tipo de
actividade profissional.
32 Noção proposta por Erik Olin Wright em «Classes»33 Se contarmos apenas com os inquiridos que responderam abaixo dos 1.000€ no espectáculo de rock alternativo obtemos uma percentagem de 41% do sexo feminino, respeitando assim a referida distribuição geral de género já apontada.34 PAIS, José Machado - Práticas culturais dos lisboetas : resultados do inquérito realizado em 1994 aos habitantes da grande Lisboa – Ed. Inst. de Ciências Sociais, 1994, pp.29
Estudo de Práticas Culturais
Dos inquiridos nos 2 espectáculos assistimos a fenómenos diferentes. Enquanto que no
espectáculo de bailado clássico existe uma ocupação profissional a tempo inteiro ou em part-time
(68% dos inquiridos), sendo a esmagadora maioria do sexo feminino, no espectáculo de rock
alternativo o peso da amostra é totalmente para os ‘estudantes’ (60% dos inquiridos), seguidos de
uma percentagem relevante de inquiridos que exercecem uma actividade a tempo inteiro (32%).
Neste último caso, assiste-se a um inquilibrio entre os dois sexos.
Estes dados mostram uma tendência claramente contrária ao exposto nos inquéritos realizados no
âmbito do estudo sobre «As Práticas Culturais dos Lisboetas». Quer a existência de um capital
escolar mais elevado, quer um maior equilibrio na questão dos sexos desse capital escolar parece
apontar mais uma vez para a inversão do paradigma anteriormente referido.
3.4) Capital Escolar
Como seria de esperar, no espectáculo de rock alternativo o capital escolar próprio dos inquiridos
centra-se na frequência do Ensino Superior e do 12º ano (88% dos inquiridos). No bailado clássico
já assistimos a uma situação relevante, um equilibrio na distribuição da amostra quanto ao capital
escolar próprio. A maioria neste último caso centra-se nos licenciados/barcharel e estudantes do
ensino superior (60%). Mas curiosamente encontramos também inquiridos com a escolaridade
obrigatória (12%), Secundário Complementar (8%) ou ainda 12º ano (12%) ou Pós-
Graduados/Doutorados (8%). A distribuição por sexos nesta variável também respeita a
distribuição geral da amostra.
Os capitais escolares familiares (pai e mãe) mostra-nos também uma realidade relevante. Se existe
no espectáculo do bailado clássico uma distribuição etária mais equilibrada, no de rock alternativo
os escalões etários mais baixos são perdominantes, no entanto, o capital escolar do pai mantém-
se semelhante em ambos os espectáculos. Em ambos os espectáculos a percentagem do ensino
primário, escolaridade obrigatória e Secundário Complementar agregam a maioria das respostas
(32%, 8% e 20% respectivamente para o espectáculo de rock alternativo; 24%,16% e 28%
respectivamente para o bailado clássico). O capital escolar associado à mãe dos inquiridos revela
a tendência já conhecida das gerações mais idosas para as discrepâncias entre os capitais
escolares inferiores do sexo feminino em face do masculino. Só como apontamento, veja-se os
dados que apontam apenas a mãe como as únicas detentoras de Pós-Graduações/Doutoramentos
em ambos os espectáculos ( 8% em ambos os espectáculos, mas com uma discrepância
significativa quanto ao nível de licenciados). Mas isto aponta-nos mais um mudança: o chamado
Estudo de Práticas Culturais
«registo reprodutivo «endocultural»»35 deixou de ser geracionalmente linear, apontando para
mecanismos sociais dispares e diversificados.
3.5) Uso dos tempos de Lazer e Gostos Musicais
Na análise deste capítulo interessa-me não tanto as características do tempo em sim mas a
compreensão das ligações das outras práticas de lazer com os espectáculos em causa e suas
diferenças. Tal como nos é referido em «As Práticas Culturais dos Lisboetas» por João Teixeira
Lopes no seu modelo de classificação de práticas culturais36, torna-se relevante cruzar os ‘«modos
de relação com os bens culturais e «os espaços sociais de afirmação cultural»»37.
Ao observarmos os dados dos inquiridos uma primeira coisa nos salta aos olhos: o papel da
televisão não homogénio, que até aqui se tinha mostrado em todos os inquéritos como actividade
endo-doméstica primeira, mas como característica generalizada da população portuguesa nas
suas práticas de lazer. Enquanto que no espectáculo da bailado clássico a prática mais frequente
em termos diários é a televisão (84% dos inquiridos vê televisão todos os dias), no espectáculo de
rock alternativo a variável mais frequente é a audição diária de disco/CD’s (96%), ficando a
televisão em 3º lugar como a actividade mais frequente entre os inqueridos deste espectáculo
(60%). Se por um lado isto é explicado pela variável da situação conjugal e pela característica da
maior participação das faixas etárias mais baixas em actividades de lazer em espaços públicos e
semi-públicos38. No entanto, penso que por outro lado que não se pode afirmar de forma
deterministica esta realidade, visto como temos assistido com outras varáveis, existe uma
mudança de paradigma, o mesmo, provavelmente, acontecerá com as actividades endo-
domésticas (por exemplo, 52% dos inquiridos (percentagem muito próxima da da televisão) que
adequiriram o ingresso para o concerto de rock alternativo utilizam a internet todos os dias).
Relevante é ainda o facto da audição da rádio significar a 3ª prática diária mais realizada pelo
público do espectáculo de rock alternativo, o que demonstra uma relevante manipulação de
significancias de «gostos» por esse meio. O mesmo se passa no bailado clássico, onde a par da
leitura de jornais é a 2ª prática mais frequênte.
Relevante é igualmente as baixas percentagens, em ambos os casos, de habitos de leitura diários
(36% no caso do público do espectáculo de rock alternativo e 44% no de bailado clássico).
Também será relevante ver que a leitura diária de jornais sobrepõe-se à dos livros no caso do
35 PAIS, José Machado - Práticas culturais dos lisboetas : resultados do inquérito realizado em 1994 aos habitantes da grande Lisboa – Ed. Inst. de Ciências Sociais, 199436 Acente em diferentes concepções de autores como D’Epinay, José Madureira Pinto e José Vergílio Pereira37 in LOPES, João Teixeira – A Cidade e a Cultura – um estudo sobre as práticas culturais urbanas – Edições Afrontamento / C.M.P., 2000, pp.19638 A chamada «tipicidade juvenil» de Machado Pais
Estudo de Práticas Culturais
bailado clássico (papel mais intrumental da leitura), não se verificando o mesmo no caso no de
rock alternativo (ainda associado a certas caracteristicas das classes etárias mais jovens).
A frequência de espaços públicos como bares e discotecas também não se apresenta como
supreendente: existe uma maior frequência semanal de bares e discotecas do público do
espectáculo de rock alternativo (46% vão pelo menos 1 vez por semana ou mais que uma vez).
Aliás, esta característica apresenta-se mais estruturante se olharmos igualmente para a variável “Ir
passar o tempo no café, pastelaria ou cervejaria”: 60% vai mais do que uma vez ou todos os dias.
No espectáculo de bailado clássico baixa para os 20%.
As práticas desportivas curiosamente encontram-se distribuída de forma semelhante pelos 2
públicos, onde em ambos os casos mais de 50% praticam pelo menos uma ou mais do que uma
vez por semana. Também não existe qualquer relação entre a prática de dança e a frequência de
espectáculos especificos, como por exemplo a dança clássica ou moderna nunca é praticado pela
totalidade dos inquiridos do espectáculo de bailado clássico.
Na análise dos dados referentes às práticas culturais recepcionadas em espaços públicos
(espectáculos) ou semi-públicos (ex:cinema) o cinema apresenta-se como a prática mais
frequente. A este dado não será alheio o aumento exponêncial da oferta de cinemas e do aumento
de qualidade dos mesmos através de reconversões das suas tecnologias. Relevante é observamos
que os inquiridos do espectáculo de bailado clássico não possuêm grandes percentagens de
frequência de espectáculos de dança/ballet (24% vão em média 1 vez por mês e apenas 4% vão 3
ou 4 ou mais vezes por mês). O mesmo fenómeno acontece, mas de forma menos acentuada, nos
inquiridos do espectáculo de rock alternativo, onde 36% vão a espectáculos deste género
(pop/rock) em média uma vez por mês. Isto pode indiciar apenas uma profusão de práticas, tal
como as outra variáveis nos indicam. No caso dos inquiridos do espectáculo de bailado clássico
também verificamos um padrão para a chamada «cultura cultivada», i.e., percentagens
significativas de visitas a museus e exposições e ao teatro, ao contrário do que assistimos nos do
rock alternativo39. Note-se ainda um factor que me parece erróneo realizar e que é observado em
muitos estudos, é a comparação de práticas culturais com características intrinsecas diferentes.
Por exemplo, ver televisão é uma prática, pela sua posição receptiva, indubitávelmente diferente de
ir ao cinema. Não querendo dizer com isto que na teoria não exista a probabilidade de o cinema se
assumir como prática diária, mas pela própria contigência da vida quotidiana parece-me muito
pouco plausivel. Daí a minha análise em termos de variáveis associadas a práticas culturais
semelhantes.
39 vide Quadro XXII
Estudo de Práticas Culturais
Passemos então para a análise dos géneros musicais. Esta variável assume-se de extrema
importância operecional, quer para os produtores de espectáculos quer para as editoras de
fonogramas40. Existêm dados diferentes sobre esta matéria. Mas antes de tudo devo referir que
esta variável é nos dias de hoje bastante volátil e muito sujeita a conjunturas. O mercado
fonográfico (que afecta significativamente a recepção de obras pela televisão e rádio e como já
vimos são os meios de recepção previligiados no espaço endo-doméstico) tem sofrido decrescimos
significativos, quer com crescimentos negativos quer em termos de diminuição do crescimento de
mercados nacionais41 (por exemplo o mercado europeu tem ou estagnado ou decrescido nos
últimos anos, em especial desde 1999). Nesse sentido convém contextualizar não só característica
de Portugal ser um mercado culturalmente aberto na área fonográfica, mas também referir um
decrescimo da aquisição de fonogramas do catálogo nacional42. Sabemos igualmente que o perfil
do consumidor habitual de fonogramas43 é relevante na questão dos «gostos musicais». Apesar de
tudo isto em «As Práticas Culturais dos Lisboetas» é apontado a audição da música música
portuguesa como maioritária (onde a música estrangeira aparece apenas em 5ª posição). É claro
que a audição não é o mesmo que aquisição de fonogramas. No entano, estou convicto de que a
ligação da industria fonográfica à rádio é evidente (apesar de alguns conflitos que têm vindo a
público sobre isso) e sabendo nós do peso da audição de rádio nas práticas culturais endo-
domésticas parece-me relevante ter referido esta evolução no mercado fonográfico44.
Vejamos então agora os dados do inquérito por mim realizado. Os inquiridos no espectáculo de
bailado clássico apresentão como géneros musicais frequentemente ouvidos (independentemente
do suporte): música clássica e erudita; música contemporânea; música popular portuguesa e
música moderna portuguesa. O fado apresenta baixos valores de audição ao contrário do que seria
de esperar pelos dados em «As Práticas Culturais dos Lisboetas», onde aparece em 2º lugar. Nos
inquiridos do espectáculo de rock alternativo os géneros musicais mais ouvidos são o heavy metal,
o grunge e o rock. A música clássica e erudita, música portuguesa, música brasileira ou o fado
apresentam valores reduzidos em face dos 3 géneros mais ouvidos45. Se nos inquiridos do
40 Refira-se que o preço, a qualidade e o gosto tem mais importância para os jovens entre os 18 e 25 anos, a opinião do grupo e publicidade para os de idade entre os 12 e 14 anos e a moda para os jovens com idades compreendidas entre 12 e 14 e 15 e os 17 anos. É também relevante, talvez por uma questão cultural, que o preço tem uma maior importância nos centros urbanos e a opinião dos amigos fora dos grandes centros urbanos. O gosto, de uma forma geral e independentemente do produto é o 2º factor determinante na compra dos jovens (Fonte: Observatório do Comérico do I.N.E.)41 Fonte: I.F.P.I. e A.P.F.42 Em 1995, de acordo com os dados da I.F.P.I., o catálogo nacional representava 21,6%, em 2002 já só representava 14,85% (dados da A.F.P.) e prevendo-se ainda para 2003 (visto ainda não existir dados) uma quebra entre os 15% e 20% nas vendas43 Os dados existêntes apontam para o seguinte perfil: 15-24 anos; masculino; Grande Lisboa e Porto e Litoral Centro; background escolar médio e elevado;classe social média e alta; status social médio e alto; Agregado pertencente à classe média, média alta e alta; Pertencente à burguesia profissional, dirigente, intelectual e cientifica44 Refira-se que muito das contribuíções para as percentagens anuais dos catálogos nacionais nos últimos anos são resultados das vendas de fonogramas de poucos artistas portugueses, o que não reflecte a grande heterogeneidade que caracteriza hoje o mercado fonográfico45 vide Quadro XXIII e XXIV
Estudo de Práticas Culturais
espectáculo de bailado clássico mostram uma maior ecletismo46, parece-me correcto afirmar que
em ambos casos existe uma tendência demarcada em termos de géneros musicais semelhantes
aos espectáculos frequentados mas igualmente uma heterogeneidade de audição de outros
géneros, ainda que não de forma frequente. A ideia da audição estanque de géneros musicais,
muito presente na década de 80, parece-me esbatida ao longo dos anos 90 e reflectiva hoje, por
exemplo, neste inquérito.
46 Também associado às caracteristicas socio-económicas da amostra
Estudo de Práticas Culturais
3.6) Fontes de Informação e Expectativas
Passemos então agora a 3 variáveis muito especificas sobre os espectáculos em causa. A primeira
variável é o primeiro contacto da informação sobre os espectáculos observados. Trata-se mais de
um estudo de caso do que uma generalização.
A grande diferença entre estes dois espectáculos, ligada também à distribuição etária e de género
da amostra, é que as formas de circulação informal da informação (resultado de sociabilidades
mais intensas) nos inquiridos do espectáculo de rock alterantivo são maioritárias (40% dos
inquiridos tomaram conhecimento do espectáculo por uma amigo(a), com especial incidência no
sexo masculino), enquanto que no bailado clássico as forma de circulação da informação formais
são as dominantes ( 36% para as revistas e 44% para ‘Outros’, sendo que nos ‘Outros’ se
encontra os chamados outdoors (mobiliário urbano)). Relevante também é a observância a
circulação da informação do espectáculo de rock alternativo pela internet, atingindo 24% dos
inquiridos (diametralmente oposto aos 4% dos de bailado clássico). Não irei fazer nenhuma
extrapolação destes dados, apenas vou salientar as diferentes formas com que os públicos tomam
contacto com a informação de espectáculos culturais e da necessidade de diferentes abordagens
por parte dos promoteres destes géneros de espectáculos.
Sobre as motivações que levaram os inquiridos a adequirir o ingresso para os espectáculos em
causa não existe grandes variações um em relação ao outro, visto que em ambos os espectáculos
o gosto pelo género é a razão dominante apontada47.
Quanto às espectativas apenas podemos tentar aferir que existe uma maior expectativa de
correspondência e de qualidade no espectáculo de bailado clássico, enquanto que no de rock
alternativo a distribuíção mais ou menos equilibrada das respostas aponta-nos para uma
predominância de procura de sociabilidades no acto de recepção do espectáculo48.
47 vide Quadro XXVII e XXVIII48 vide Quadro XIX e XXX
Estudo de Práticas Culturais
IV) Conclusões
«O pressuposto ideológico da cultura é o homem como fim em si»
Gyorgy Lukács, 1920
Apesar da referência constante a estudos sobre as práticas culturais não posso deixar de referir à
priori que tratou apenas de comparações qualitativas, visto as amostras serem completamente
diferentes. Ou seja, as extrapolações feitas correm em todos os erros que este método incerra,
mas por outro lado permite-nos colocar novas questões pertinentes sobre o conhecimento que
temos até à data das práticas culturais.
Comecemo então pela conclusão referente a uma tendência que se tem apontado e que me
parece estar a inverter: as características dos públicos e práticas culturais e suas recepções.
Apesar de ainda ser significativa o universo de recepção no espaço endo-doméstico penso que
assistimos a partir da 2ª metade da década de 90 a uma inversão dessa tendência. O papel social
crescente da mulher na sociedade urbana em Portugal tem contribuído para essa mudança. O
capital escolar feminino tem-se elevado significativamente, as mudanças no tecido sócio-espacial
urbano têm sido significativas, a aberta que a própria Cidade propicia a sociabilidades permite que
o Capital Escolar Familiar e Económico não exerça uma influência tão determinante como até aqui.
O aumento progressivo da participação do género feminino em espaços públicos e semi-públicos
parece-me também como um dos sinais da quebra das últimas barreiras sócio-morais
(comportamentais) da afirmação identitária da mulher na sociedade portuguesa.
A juvenilidade das práticas culturais cada vez mais vai dando lugar a uma democratização cultural
em todos os estratos sócio-económicos. No entanto, essa grande tendência como característica
pode-se dizer que ainda se mantem, no entanto, como vimos, o peso que ela tem em certas
práticas culturais varia49.
A questão do Capital Escolar como condição sine qua non para a apreensão/recepção do universo
simbólico das obras culturais, que ainda é dominante em muitas áreas do pensamento, parece-me
claramente ultrapassado. Os públicos são cada vez mais receptores e fontes da mensagem, com
49 Refira-se que se tem assistido nos últimos anos, inclusivé, a um peso crescente da chamada «cultura cultivada», mesmo nas faixas etárias mais novas. A isso também não é alhei o aparcimento de novos equipamentos culturais novos locais de recepção ou ainda novos ‘produtos musicais’ inovadores (como a Festa da Música no C.C.B.) quepermitem a «não-autoexclusão simbólica» dos públicos. Referia-se a este caso que o espectáculo de bailado clássico estudado esgotou todas as suas sessões.
Estudo de Práticas Culturais
negociações constantes de descodificações simbólicas e significantes do texto (seja ele musical,
teatral, cinamtográfico, etc.). Na Teoria da Recepção «nenhum texto diz apenas aquilo que
desejava dizer» e «o sujeito da produção e o sujeito da recepção não são pensáveis como sujeitos
isolados, mas apenas como social e culturalmente mediados, como sujeitos ‘transubjetivos’».
Sobre isto existe uma muito relevante Teoria da Reação Estética de Vygotsky50 que nos ajuda a
compreender uma dimensão mais integral do fenómeno da recepção51.
Também observamos que apesar da domesticidade das práticas culturais o espaço público e semi-
público mantém a sua relevância, ainda que o campo associativo em Portugal seja, como
podermos observar pelo Quadro XXI e XXII, seja históricamente diminuto. As mudanças e
plasticidades no espaço urbano têm conduzido a adaptação e criação de novas práticas de lazer,
em especial as culturais.
Outra conclusão a tirar é a facto de a mobilidade geográfica, propocionada pelo desenvolvimento
das vias de comunicação, permitir uma democratização geográficamente efectiva do acesso aos
espectáculos. Nesta perspectiva, o conceito de «glocal» faz mais sentido ainda e que mostra uma
nova tendência52.
O papel da intermediação cultural continua a mostra-se relevante nos consumos, recepções e
práticas culturais, onde aquelas de recepção imediata continuam a mostrar uma tendência urbana.
A heterogeneidade crescente da audição musical, intimamente ligada à democratização do acesso
de tecnologias de reprodução de fonogramas (seja pelos leitores de cd’s ou pela rádio ou mesmo
pela televisão) nos último 30 anos principalmente, está a modificar o comportamento padrão e
estanque que era observável até à bem pouco tempo (decada de 80). O meu estudo demonstrou
que apesar de existir uma familia de géneros musicais ouvidos eles não são estanques, antes pelo
contrário, traduzindo-se inclusivé no ecletismo das próprias práticas culturais.
Por fim os aspectos da circulação da informação cultural, que também apontei para a existência de
uma diversidade significativas de recepção dessa informação e que apontam claramente para a
emergência de novos métodos de comunicação cultural, e o papel da expectativa tendo por base
relações de socialibilização ritual, especialmente nas faixas etárias mais jovens.
50 Famoso autor de Psicologia das Artes, escrito em 1925 mas que pernaceu inédito até 1965, 31 anos após a morte deste autor, na U.R.S.S.51 A sua leitura do fenômeno estético parte do pressuposto de que os próprios sentimentos despertados pela obra de arte eram sentimentos socialmente determinados e que a criação artística era uma contrução simbólica elaborada consciente e deliberada pelo artista – uma espécie de sistema de estímulos, organizados no intuito de provocar um tipo específico de reação no público, a reação estética.52 Existe no entanto outra perspectiva neste assunto que aponta para um maior agravamento conjuntal da crise no norte de Portugal, pelo que oferta cultural na região norte tenha reduzido de forma significativa. Sendo que o grande centro cultural que é Lisboa o único a manter uma oferta relevante.
Estudo de Práticas Culturais
V) Bibliografia
BOURDIEU, Pierre, Questions de Sociologie, Paris, Les Éditions de Minuit, 1984.
BOURDIEU, Pierre, Raisons Pratiques,sur la Théorie de l’Action, Paris, Éditions du
Seuil, 1994.
BOURDIEU, Pierre - La Distinction – Editions du Munuit
COSTA, Pedro - " Cidades e Urbanização em Portugal: Uma Sociologia, Geografia ou Economia
Urbanas?" (working paper) - SOCIUS - Centro de Investigação em Sociologia Económica e das
Organizações, ISEG-UTL, 1993
VYGOTSKY, L.S. – Psicologia da Arte – Ed. Martins Fontes
VYGOTSKY, L.S. – Pensamento e Linguagem - Ed.Antídoto, 1979
GURVITCH, Georges – A Vocação Actual da Sociologia – Edições Cosmos, 1968
COGNEAU, Denis; DONNAT, Les Pratiques Culturelles des Français (1973-1989),
Département des Études et de la Prospective, Ministère de la Culture et de la
Communication, Paris, Éditions Documentation Française, 1990.
FREITAS, Eduardo; CASANOVA, José Luís; ALVES, Nuno de Almeida, Hábitos de
Leitura. Um Inquérito à População Portuguesa, Lisboa, D. Quixote, 1997
PAIS, José Machado - Práticas culturais dos lisboetas : resultados do inquérito realizado em 1994
aos habitantes da grande Lisboa – Ed. Inst. de Ciências Sociais, 1994
WRIGHT, Erik Olin – Classes – Londres, Verso, 1985
LOPES, João Teixeira – A Cidade e a Cultura – um estudo sobre as práticas culturais urbanas –
Edições Afrontamento / C.M.P., 2000
MUMFORD, Lewis – A Cidade na História, suas origens, transformações e perspectivas – Martins
Fontes, 1998, 4ªedição
HENRIQUES, Eduardo Brito - O sector económico da cultura na Área Metropolitana de Lisboa.
Aspectos locativos e implicações nas políticas urbanas - Finisterra, 2000
SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos (coord.) - As políticas culturais em Portugal. Lisboa:
Observatório das Actividades Culturais, 1998
SILVA, Augusto Santos - A dinâmica cultural das cidades médias: uma sondagem do lado da
oferta”, in Carlos Fortuna e Augusto Santos Silva (org.), Projecto e circunstância. Culturas urbanas
em Portugal. Porto: Afrontamento, 2001
LÓTMAN, Iúri; Uspenskii, Boris; Ivanóv, V. – Ensaios de Semiótica Soviética – Horizonte
Universitário, 1981
COSTA, António Firmino da Costa – Sociologia – Difusão Cultural, 1992
D’ALMEIDA, António Vitorino – Música – Difusão Cultural, 1993
Estudo de Práticas Culturais
NEVES, José Soares – Os Profissionais do Disco. Um estudo da Indústria Fonográfica em
Portugal - Observatório das Actividades Culturais, 1999
AGOSTI, Héctor P. – Ideologia e Cultura – Livros Horizonte, 1984
MIRANDA, José A. Bragança de – Teoria da Cultura – Ed. Século XXI, 2002
ARTIGOS
COELHO, Eduardo Prado, “Política Cultural externa: um balanço”, in Publicação
Trimestral do Observatório das Actividades Culturais (OAC), nº2, Outubro, 1997.
CONDE, Idalina, “Cenários de práticas culturais em Portugal (1979/1995), Sociologia, Problemas e
Práticas, nº23, CIES, 1996.
COSTA, António Firmino da, “Políticas Culturais: conceitos e perpectivas”, in Publicação Trimestral
do Observatório das Actividades Culturais (OAC), nº2, Outubro, 1997.
COSTA, Pedro, “The Cultural Activities Cluster in Portugal: Trends and Perspectives”, in Sociologia,
Problemas e Práticas, nº38, CIES, 2002
SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos; Freitas, Eduardo de, “Leituras e Leitores”, in Sociologia,
Problemas e Práticas, nº10, CIES, 1991
FORTUNA, Carlos; Ferreira, Claudino; Abreu, Paula (1999), "Espaço público urbano e cultura em
Portugal", Revista Crítica de Ciências Sociais, 52/53, 85-117.
“TV domina tempos livres em Portugal” in Diário de Notícias, edição do dia 22/9/2003
Conclusões da «International Association of Time Use Reserchers», em Setembro de 2003
TESES
“Retrato Cultural: um estudo sobre práticas de leitura no concelho de Mirandela”, Tese orientada
pelo Prof.António Teixeira Fernandes e defendida por Sofia Alexandra Cruz em Outubro de 1998,
no âmbito da colaboração firmada entre o Observatório das Actividades Culturais (OAC) e o
Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (I.P.L.B.)
Estudo de Práticas Culturais
ANEXO
Estudo de Práticas Culturais
A Bela Adormecida A Perfect Circle
QUADRO I
Sexo
Masculino Feminino
36% 64%
QUADRO II
Sexo
Masculino Feminino
60% 40%
QUADRO III
Idade Total Feminino Masculino
15-20 4% 4% 0%
21-29 20% 12% 8%
30-44 12% 0% 12%
45-65 48% 40% 8%
>66 16% 8% 8%
QUADRO IV
Idade Total Masculino Feminino
15-20 52% 40% 12%
21-29 40% 16% 24%
30-44 8% 4% 4%
45-65 0% 0% 0%
>66 0% 0% 0%
QUADRO V
Nacionalidade
Portuguesa Outra
96% 4%
QUADRO VI
Nacionalidade
Portuguesa Outra
92% 8%
QUADRO VII
Naturalidade
Portuguesa Outra
80% 20%
QUADRO VIII
Naturalidade
Portuguesa Outra
92% 8%
QUADRO IX
Estado Civil
Solteiro(a) Casado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) União de Facto
40% 44% 8% 4% 4%
QUADRO X
Estado Civil
Solteiro(a) Casado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) União de Facto
96% 0% 4% 0% 0%
Estudo de Práticas Culturais
QUADRO XI
Concelho de residência
Lisboa 56%
Almada 12%
Cascais 0%
Barreiro 0%
Montijo 0%
Loures 0%
Amadora 12%
Sintra 4%
Odivelas 0%
Palmela 0%
Oeiras 8%
Outro 8%
QUADRO XII
Concelho de residência
Lisboa 24%
Almada 8%
Cascais 4%
Barreiro 4%
Montijo 0%
Loures 8%
Amadora 0%
Sintra 0%
Odivelas 4%
Palmela 12%
Oeiras 4%
Outro 32%
QUADRO XIII
Qual a sua situação profissional actual?
Exerço uma actividade profissional a tempo inteiro 56%
Exerço uma actividade profissional a meio tempo(part-time)
12%
Trabalho ocasionalmente, sem regularidade definida 8%
Estudante 8%
Não exerço qualquer tipo de actividade profissional 16%
QUADRO XIV
Qual a sua situação profissional actual?
Exerço uma actividade profissional a tempo inteiro
32%
Exerço uma actividade profissional a meio tempo(part-time)
4%
Trabalho ocasionalmente, sem regularidade definida
4%
Estudante 60%
Não exerço qualquer tipo de actividade profissional
0%
QUADRO XV
Qual o nível de escolaridade própria?
Nenhuma 0%
Ensino Primário 0%
Escolaridade Obrigatória 12%
Secundário Complementar 8%
12º ano 12%
Estudante do Ensino Superior 24%
Licenciatura/Barcharelato 36%
Pós-graduado/Mestre/Doutor 8%
QUADRO XVI
Qual o nível de escolaridade própria?
Nenhuma 0%
Ensino Primário 0%
Escolaridade Obrigatória 4%
Secundário Complementar 0%
12º ano 32%
Estudante do Ensino Superior 56%
Licenciatura/Barcharelato 8%
Pós-graduado/Mestre/Doutor 0%
Estudo de Práticas Culturais
QUADRO XVII
Qual o nível de escolaridade dos seus pais?
Pai
Nenhuma 0%
Ensino Primário 24%
Escolaridade Obrigatória16%
Secundário Complementar28%
12º ano 0%
Estudante do Ensino Superior0%
Licenciatura/Barcharelato24%
Pós-graduado/Mestre/Doutor4%
NS/NR 4%
QUADRO XVIII
Qual o nível de escolaridade dos seus pais?
Pai
Nenhuma 0%
Ensino Primário 32%
Escolaridade Obrigatória8%
Secundário Complementar20%
12º ano 12%
Estudante do Ensino Superior0%
Licenciatura/Barcharelato28%
Pós-graduado/Mestre/Doutor0%
NS/NR 0%
QUADRO XIX
Qual o seu nível de rendimento médio mensal?
<500 501 € - 1.000 €
feminino feminino
0,0% 8%
masculino masculino
0,0% 16%
0,0% 24,0%
1.000€-1.500€ 1.500€-2.000€
feminino feminino
16% 8%
masculino masculino
8%
24,0% 8,0%
>2.000
feminino NS/NR
16% 16%
masculino NS/NR
4% 8%
20,0% 0,24
QUADRO XX
Qual o seu nível de rendimento médio mensal?
<500 501 € - 1.000 €
feminino feminino
0,12 16%
masculino masculino
0,24 20%
36,0% 36,0%
1.000€-1.500€ 1.500€-2.000€
feminino feminino
0% 8%
masculino masculino
8% 0,04
8,0% 12,0%
>2.000
feminino NS/NR
0% 4%
masculino NS/NR
4% 0%
4,0% 0,04
Estudo de Práticas Culturais
QUADRO XXI
Com que frequência ocupa os tempos livres com as seguintes actividades de lazer?
Todos ou
quase todos os
dias
1 ou 2 dias por semana
Ocasional-mente Nunca
Ler revistas 28% 28% 44% 0%
Ler Jornais 60% 36% 4%
Ler livros (sem ser os de estudo)
44% 28% 24% 4%
Ver televisão 84% 8% 4% 4%
Ouvir rádio 60% 20% 20%
Ouvir discos/CD’s
56% 32% 4% 8%
Jogar computador
8% 8% 24% 60%
Utilizar a internet
48% 4% 20% 28%
Ver video/DVD 4% 32% 36% 28%
Ir passar o tempo no café, pastelaria ou cervejaria
4% 16% 36% 44%
Ir passar o tempo numa colectividade ou associação
4% 12% 24% 60%
3/4 ou mais vezes
por semana
1 vez por
semana
Ocasional-mente Nunca
Ir a bares e discotecas
0% 12% 52% 36%
Praticar desporto
36% 20% 28% 16%
Praticar dança clássica ou moderna
0% 0% 0% 100%
3/4 ou mais vezes
por mês
1 vez por mês
Ocasional-mente Nunca
Ver exposições, visitar museus
12% 40% 40% 8%
Ir ao cinema 44% 24% 32%
Ir ao teatro 16% 36% 48%
Ir a espectáculos desportivos
8% 36% 8% 48%
Ir a concertos de dança/ballet
4% 24% 52% 20%
Ir a concertos de música pop/rock
0% 12% 24% 64%
QUADRO XXII
Com que frequência ocupa os tempos livres com as seguintes actividades de lazer?
Todos ou
quase todos os
dias
1 ou 2 dias por semana
Ocasional-mente Nunca
Ler revistas 20% 24% 52% 4%
Ler Jornais 28% 32% 28% 12%Ler livros (sem ser os de estudo)
36% 20% 36% 8%
Ver televisão 60% 8% 32% 0%
Ouvir rádio 68% 16% 12% 4%Ouvir discos/CD’s 96% 4% 0% 0%
Jogar computador 20% 8% 36% 36%
Utilizar a internet 52% 32% 12% 4%
Ver video/DVD 16% 68% 16% 0%
Ir passar o tempo no café, pastelaria ou cervejaria
24% 36% 32% 8%
Ir passar o tempo numa colectividade ou associação
0% 16% 48% 36%
3/4 ou mais vezes
por semana
1 vez por
semana
Ocasional-mente Nunca
Ir a bares e discotecas 12% 32% 48% 8%
Praticar desporto 20% 32% 32% 16%Praticar dança clássica ou moderna
0% 0% 8% 92%
3/4 ou mais vezes
por mês
1 vez por mês
Ocasional-mente Nunca
Ver exposições, visitar museus
12% 16% 64% 8%
Ir ao cinema 28% 44% 28% 0%
Ir ao teatro 0% 8% 68% 24%Ir a espectáculos desportivos
0% 4% 48% 48%
Estudo de Práticas Culturais
Ir a concertos de música clássica ou jazz
8% 12% 64% 16%
Outra actividade --- --- --- ---
Ir a concertos de dança/ballet
0% 0% 32% 68%
Ir a concertos de música pop/rock
12% 36% 52% 0%
Ir a concertos de música clássica ou jazz
0% 8% 48% 44%
Outra actividade --- --- --- ---
Estudo de Práticas Culturais
QUADRO XXIII
Com que frequência ouve intencionalmente os seguintes tipos de música?
Frequente-mente
Algumas vezes
Ocasional-mente
Nunca
Clássica e erudita
44% 36% 4% 16%
Contemp.(Michael Nyman, Philip Glass....)
40% 24% 20% 16%
Jazz 24% 20% 16% 40%
World Music/música de raíz tradicional
28% 32% 20% 20%
Rap 0% 4% 36% 60%
Reggae 4% 4% 40% 52%
Independente (Tindersticks, Joy Division,….)
4% 4% 16% 76%
Rock anos 60/70
24% 20% 24% 32%
Grunge (Nirvana, Pearl Jam…)
12% 16% 20% 52%
Hard-Rock (Bon Jovi, Guns’n’Roses)
8% 4% 28% 60%
Heavy Metal 0% 8% 12% 80%
Pop (Madona, Blur, ….)
4% 16% 48% 32%
Rock (U2, REM, Oasis….)
12% 32% 32% 24%
Música de dança (tecno, trip-hop, jungle, acid….)
24% 4% 32% 40%
Música Popular Portuguesa (Madredeus, Sérgio Godinho..)
44% 36% 16% 4%
Música Popular Brasileira (Caetano Veloso, Marisa Monte, Adriana Calcalhoto)
44% 20% 28% 8%
QUADRO XXIV
Com que frequência ouve intencionalmente os seguintes tipos de música?
Frequente-mente
Algumas vezes
Ocasional-mente
Nunca
Clássica e erudita
44% 36% 4% 16%
Contemp. (Michael Nyman, Philip Glass....)
40% 24% 20% 16%
Jazz 24% 20% 16% 40%
World Music/música de raíz tradicional
28% 32% 20% 20%
Rap 0% 4% 36% 60%
Reggae 4% 4% 40% 52%
Independente (Tindersticks, Joy Division,….)
4% 4% 16% 76%
Rock anos 60/70
24% 20% 24% 32%
Grunge (Nirvana, Pearl Jam…)
12% 16% 20% 52%
Hard-Rock (Bon Jovi, Guns’n’Roses)
8% 4% 28% 60%
Heavy Metal 0% 8% 12% 80%
Pop (Madona, Blur, ….)
4% 16% 48% 32%
Rock (U2, REM, Oasis….)
12% 32% 32% 24%
Música de dança (tecno, trip-hop, jungle, acid….)
24% 4% 32% 40%
Música Popular Portuguesa (Madredeus, Sérgio Godinho..)
44% 36% 16% 4%
Música Popular Brasileira (Caetano Veloso, Marisa Monte, Adriana Calcalhoto)
44% 20% 28% 8%
Estudo de Práticas Culturais
Música Moderna Portuguesa (David Fonseca, Austin, Blind Zero, Ez Special, Rui Veloso...)
40% 28% 24% 8%
Fado 24% 20% 24% 32%
Música Comercial Portuguesa (Quim Barreiros, Ágata, Operação Triunfo..)
4% 24% 72%
Outros tipos
Música Moderna Portuguesa (David Fonseca, Austin, Blind Zero, Ez Special, Rui Veloso...)
40% 28% 24% 8%
Fado 24% 20% 24% 32%
Música Comercial Portuguesa (Quim Barreiros, Ágata, Operação Triunfo..)
4% 24% 72%
Outros tipos
QUADRO XXV
Onde tomou conhecimento do espectáculo em
causa?
Revistas/ jornais
Rádio Televisão
36% 4% 4%
Feminino Feminino Feminino24% 0% 0%
Masculino Masculino Masculino12% 4% 4%
InternetPor um
amigo(a)Outro
4% 8% 44%
Feminino Feminino Feminino0% 4% 32%
Masculino Masculino Masculino4% 4% 12%
QUADRO XXVI
Onde tomou conhecimento do espectáculo em
causa?
Revistas/ jornais
Rádio Televisão
24% 4% 0%
Feminino Feminino Feminino12% 4% 0%
Masculino Masculino Masculino12% 0% 0%
InternetPor um
amigo(a)Outro
24% 40% 8%
Feminino Feminino Feminino12% 8% 4%
Masculino Masculino Masculino12% 32% 4%
Estudo de Práticas Culturais
QUADRO XXVII
Qual a razão principal que o levou a comprar o
ingresso para o espectáculo?
Pelo gosto deste género de espectáculos
84%
Porque lhe foi recomendado por um amigo
4%
Porque leu/ouviu algum comentário ao espectáculo
8%
Porque vai com amigos/familiares
0%
Porque gosto de conhecer espectáculos novos
0%
Para oferecer a um amigo/familiar
0%
Outro 4%
QUADRO XXVIII
Qual a razão principal que o levou a comprar o
ingresso para o espectáculo?
Pelo gosto deste género de espectáculos
80%
Porque lhe foi recomendado por um amigo
4%
Porque leu/ouviu algum comentário ao espectáculo
0%
Porque vai com amigos/familiares
0%
Porque gosto de conhecer espectáculos novos
0%
Para oferecer a um amigo/familiar
0%
Outro 16%
QUADRO XXIX
O que espera do espectáculo que vai assistir?
Um momento de lazer 4%
Que seja de qualidade 44%
Que corresponda às minhas expectativas
48%
Que seja uma experiência diferente da música em CD
0%
Outro 4%
Anulado 0%
QUADRO XXX
O que espera do espectáculo que vai assistir?
Um momento de lazer 28%
Que seja de qualidade 24%
Que corresponda às minhas expectativas
28%
Que seja uma experiência diferente da música em CD
4%
Outro 12%
Anulado 4%
Estudo de Práticas Culturais
QUESTIONÁRIO
Este questionário destina-se a recolher dados para um trabalho da Pós-Graduação de Gestão nas Cidades do ISCTE. Todos os dados são tratados com confidencialidade.Desde já agradeço a atenção dispensada.
1. Qual dos espectáculos adquiriu bilhete?
A Bela Adormecida A Perfect Circlex
2. SexoMasculino Feminino
x
3. Idade: ______50________ anos
4. Nacionalidade:
Portuguesa Outrax
5. Naturalidade:
Portugal OutraMoçambique
6. Estado Civil:
Solteiro(a) Casado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) União de Factox
7. Reside em que município do país?
LisboaAlmadaCascaisBarreiroMontijoLouresAmadoraSintraOdivelasOeiras xPalmelaOutro
Estudo de Práticas Culturais
8. Qual a sua situação profissional actual?
Exerço uma actividade profissional a tempo inteiro xExerço uma actividade profissional a meio tempo(part-time)Trabalho ocasionalmente, sem regularidade definidaEstudanteNão exerço qualquer tipo de actividade profissional
9. Qual o nível de escolaridade própria?
NenhumaEnsino PrimárioEscolaridade ObrigatóriaSecundário Complementar12º anoEstudante do Ensino SuperiorLicenciatura/Barcharelato xPós-graduado/Mestre/Doutor
10. Qual o nível de escolaridade dos seus pais?
Pai
NenhumaEnsino PrimárioEscolaridade ObrigatóriaSecundário Complementar12º anoEstudante do Ensino SuperiorLicenciatura/Barcharelato xPós-graduado/Mestre/Doutor
Mãe
NenhumaEnsino PrimárioEscolaridade ObrigatóriaSecundário Complementar12º anoEstudante do Ensino SuperiorLicenciatura/Barcharelato xPós-graduado/Mestre/Doutor
11.Qual o seu nível de rendimento médio mensal ou do agregado familiar a que pertence?
- 500 € 501 € - 1.000 € 1.000€-1.500€ 1.500€-2.000€ +2.000€x
Estudo de Práticas Culturais
12.Com que frequência ocupa os tempos livres com as seguintes actividades de lazer?Todos ou
quase todos os dias
1 ou 2 dias por
semana
Ocasionalmente Nunca
Ler revistas xLer Jornais xLer livros (sem ser os de estudo) xVer televisão xOuvir rádio xOuvir discos/CD’s xJogar computador xUtilizar a internet xVer video/DVD xIr passar o tempo no café, pastelaria ou cervejaria
x
Ir passar o temponuma colectividade ou associação
x
3/4 ou mais vezes por semana
1 vez por semana
Ocasionalmente Nunca
Ir a bares e discotecas
x
Praticar desporto xPraticar dança clássica ou moderna
x
3/4 ou mais vezes por mês
1 vez por mês
Ocasionalmente Nunca
Ver exposições, visitar museus
x
Ir ao cinema xIr ao teatro xIr a espectáculos desportivos
x
Ir a concertos de dança/ballet
x x
Ir a concertos de música pop/rock
x
Ir a concertos de música clássica ou jazz
x
Outra actividade
Se existe alguma outra actividade de lazer que faça com a significativa regularidade diga qual: ______________________________________________________________
Estudo de Práticas Culturais
13.Com que frequência ouve intencionalmente os seguintes tipos de música?
Frequentemente Algumas vezes
Ocasionalmente Nunca
Clássica e erudita xContemporânea (Michael Nyman, Philip Glass....)
x
Jazz xWorld Music/música de raíz tradicional
x
Rap xReggae xIndependente (Tindersticks, Joy Division,….)
x
Rock anos 60/70 xGrunge (Nirvana, Pearl Jam…)
x
Hard-Rock (Bon Jovi, Guns’n’Roses)Heavy Metal xPop (Madona, Blur, ….)
x
Rock (U2, REM, Oasis….)
x
Música de dança (tecno, trip-hop, jungle, acid….)
x
Música Popular Portuguesa (Madredeus, Sérgio Godinho..)
x
Música Popular Brasileira (Caetano Veloso, Marisa Monte, Adriana Calcalhoto)
x
Música Moderna Portuguesa (David Fonseca, Austin, Blind Zero, Ez Special, Rui Veloso...)
x
FadoMúsica Comercial Portuguesa (QuimBarreiros, Ágata, Operação Triunfo..)
x
Outros tipos
Estudo de Práticas Culturais
Relatiavamente ao espectáculo que vai assistir no Coliseu dos Recreios:
14.Onde tomou conhecimento do espectáculo em causa:
Revistas/jornais Rádio Televisão Internet Por um amigo(a)
Outro
x
15.Qual a razão principal que o levou a comprar o ingresso para o espectáculo?
Pelo gosto deste género de espectáculos xPorque lhe foi recomendado por um amigoPorque leu/ouviu algum comentário ao espectáculoPorque vai com amigos/familiaresPorque gosto de conhecer espectáculos novosPara oferecer a um amigo/familiarOutro
16.O que espera do espectáculo que vai assistir?
Um momento de lazerQue seja de qualidade xQue corresponda às minhas expectativasQue seja uma experiência diferente da música em CDOutro
Se respondeu ‘Outro’, diga o quê: ______________________________________________________________