estudo de caso sindrome nefrotico
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INSTITUTO PIAGET
Escola Superior de Saúde Jean Piaget/VNGaia
Campus Académico de Vila Nova de Gaia
Curso Superior de Enfermagem
4º ano 2010/2011
1º Semestre
Ensino Clínico
“Enfermagem Pediátrica ”
Porto, 17 de Dezembro de 2010
INSTITUTO PIAGET
Escola Superior de Saúde Jean Piaget/VNGaia
Campus Académico de Vila Nova de Gaia
Curso superior de Enfermagem
4º ano 2010/2011
1º Semestre
Ensino Clínico “Enfermagem Pediátrica ”
Estudo de caso realizado no âmbito do Ensino
Clínico ―Enfermagem Pediátrica‖ e apresentado
às orientadoras de estágio no Centro Hospitalar
do Porto – Hospital Maria Pia no Serviço de
Nefrologia, com o intuito de constituir um
momento de avaliação
Autores do Trabalho: Ivo Lopes nº 43022
João Fernandes nº 37621
Orientadores: Enf.ª Carla Alves
Enf.ª Maria Madalena
Porto, 17 de Dezembro de 2010
“O crescimento do homem não se faz de
baixo para cima, mas do interior para o exterior”.
(Franz Kafra)1
1 RISPAIL, Dominique. Conhecer-se melhor para melhor cuidar. Loures: Lusociência., 2003. 180 págs.
AGRADECIMENTOS
Aproveitamos para agradecer ao Centro Hospitalar do Porto, em especial ao Hospital
Maria Pia, serviço de Nefrologia pela oportunidade dada e pela forma como nos
acolheu.
Agradecemos também às enfermeiras Carla e Madalena, nossas orientadoras, aos
enfermeiros do serviço, à Enfermeira Chefe Maria da Luz e a todos os restantes
membros do serviço que se disponibilizaram a ajudar-nos em qualquer dúvida,
acompanhando-nos a cada passo enquanto nos transmitiam todo o seu conhecimento,
não esquecendo as suas experiências e conselhos.
Agradecemos igualmente a todos os utentes do serviço e aos familiares, que com o
seu consentimento também contribuíram para a nossa formação, não só enquanto
futuros profissionais mas também enquanto pessoas.
Aos docentes da Escola Superior de Saúde Jean-Piaget de Vila Nova de Gaia, em
especial à professora Laurinda e a todos os nossos familiares pelo apoio dado.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 10
1.1 SÍNDROME NEFRÓTICA ................................................................................ 10
1.2 FISIOPATOLOGIA ........................................................................................... 10
1.3 SINTOMAS ...................................................................................................... 11
1.4 DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 12
1.5 TRATAMENTO ................................................................................................ 12
2 EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO .......................................... 14
2.1 ANÁLISES AO SANGUE ................................................................................. 14
2.1.1 Colesterol total....................................................................................... 14
2.1.2 Hemograma ........................................................................................... 15
2.1.3 Albumina ............................................................................................... 15
2.1.4 Creatinina .............................................................................................. 16
2.2 ANÁLISES À URINA ........................................................................................ 16
2.2.1 Sedimento urinário ................................................................................ 16
2.2.2 Proteinúria de 24 horas ......................................................................... 17
3 PROCESSO DE ENFERMAGEM ........................................................................ 18
3.1 IDENTIFICAÇÃO DO MODELO TEÓRICO ...................................................... 18
3.2 COLHEITA DE DADOS .................................................................................... 20
4 HISTÓRIA DE VIDA ............................................................................................ 23
5 HISTÓRIA DA DOENÇA ..................................................................................... 24
6 PLANO DE CUIDADOS ...................................................................................... 25
6.1 INTERVENÇÕES RESULTANTES DE PRESCRIÇÃO .................................... 27
6.2 TERAPÊUTICA DO UTENTE ........................................................................... 29
7 IMPLICAÇÕES ÉTICAS E DEONTOLÓGICAS .................................................. 30
CONCLUSÃO............................................................................................................. 32
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 33
ANEXOS .................................................................................................................... 34
Anexo I – Folhas farmacológicas
7
INTRODUÇÃO
No âmago de todas as preocupações que invadem o Homem, surge o seu bem-estar
com o meio em que está inserido. Neste conceito de bem-estar está inerente o
conceito de saúde, sendo definido por muitos como um equilíbrio bio-psico-social,
muitas vezes alvo de distúrbios. A Enfermagem é a arte de reconhecer estes
distúrbios, visando dar respostas aos problemas humanos.
No âmbito do estágio Ensino Clínico em Pediatria, inserido no plano curricular do 4º
ano, 7º semestre do curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de
Saúde Jean Piaget, Campus Académico de Vila Nova de Gaia, realizado no Centro
Hospitalar do Porto – Hospital Maria Pia, Serviço de Nefrologia entre o dia 11 de
Novembro de 2010 a 17 de Dezembro de 2010, foi-nos proposto a realização de um
estudo de caso seleccionado ao nosso critério de entre as diferentes patologias que
tivemos contacto, no sentido de ampliarmos os nossos conhecimentos. Como tal
decidimos abordar a síndrome nefrótica, visto termos constatado um elevado número
de doentes que são internados neste serviço e sobre a qual quisemos obter mais
informação, aprofundando assim os nossos conhecimentos.
Considera-se que o estudo de caso é um método antigo no ensino de Enfermagem.
Este tem como objectivo o estudo sistemático e metódico de uma situação clínica
específica, com a finalidade da optimização dos cuidados reais e essenciais ao
doente, através de planos de cuidados, como expressão primordial do processo de
enfermagem. O estudo de um caso permite que o profissional observe, entenda,
analise e descreva uma determinada situação real, adquirindo conhecimento e
experiência que podem ser úteis na tomada de decisão perante determinadas
situações, através de diversas etapas: colheita de dados, análise de dados,
determinação de soluções e avaliação do processo.
Neste estudo de caso sobre a síndrome nefrótica, o doente por nós escolhido foi o
PJAC.
8
Com este estudo de caso pretende-se obter e clarificar conhecimentos, identificar
diagnósticos de enfermagem, realizar intervenções, avaliar as intervenções realizadas,
reformular o planeado, comunicar com a equipa multidisciplinar, estabelecer uma
relação empática com o doente e família e formular planos de cuidados segundo a
CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem).
Com este trabalho propomo-nos atingir os seguintes objectivos:
Ver doente no seu todo – visão Holística
Aplicar o processo de enfermagem segundo a CIPE
Aprofundar os nossos conhecimentos teóricos sobre a patologia
em causa
Relacionar a fisiopatologia e o processo patológico manifestado
pelo doente
Melhorar a prestação de cuidados
Desenvolver competências de enfermagem na área da patologia
Desenvolver capacidades de investigação
Aplicar conhecimentos teóricos na prática, usando o processo de
enfermagem
Adquirir e aprofundar conhecimentos farmacológicos
Aperfeiçoar a capacidade crítico-reflexiva
Agir de acordo com os princípios éticos e deontológicos
inerentes à profissão de Enfermagem
Esperemos, então, que este trabalho leve a uma melhoria da vida do doente e
enriqueça os nossos conhecimentos a nível da Pediatria.
A metodologia usada para este trabalho consistiu na pesquisa bibliográfica de livros,
pesquisa na internet de sites relacionados com o tema e a observação. Alguma
recolha de informação foi feita a partir de questões pertinentes colocadas junto da
equipa de enfermagem e pela consulta do processo clínico do doente e a colheita de
dados. Será também utilizado o guia de ensino clínico e a norma de trabalhos cedida
pela escola.
Estruturalmente, o trabalho encontra-se dividido da seguinte maneira: introdução,
revisão bibliográfica, exames auxiliares de diagnóstico, processo de enfermagem,
história de vida, história da doença, plano de cuidados, implicações éticas e
conclusão.
Na introdução será feita uma breve referência ao nosso tema de estudo, a
identificação do objecto de estudo, a justificação teórica da nossa escolha assim como
a metodologia utilizada, fontes de pesquisa utilizadas para a fundamentação teórica
em que nos baseamos, os objectivos propostos e a finalidade.
9
No desenvolvimento iremos abordar as várias etapas do processo de enfermagem que
incluem: a recolha de dados/informação; a elaboração da história de vida/doença a
partir destes dados; a avaliação do impacto da implementação dos procedimentos
terapêuticos de acordo com os problemas/necessidades encontrados. Também será
feita uma abordagem da síntese do processo fisiopatológico apresentado pela pessoa,
onde apresentaremos a informação existente sobre a patologia.
Seguidamente faremos uma reflexão sobre a implicação ética de todos os actos
realizados sobre a pessoa e também as devidas atitudes de carácter ético na
realização dos procedimentos necessários.
Para finalizar faremos uma breve conclusão onde avaliaremos este estudo de caso,
fazendo uma síntese dos conteúdos, uma reflexão sobre os objectivos propostos, se
foram ou não atingidos, e os contributos que este estágio e este trabalho nos
proporcionaram como futuros enfermeiros.
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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 SÍNDROME NEFRÓTICA
O termo ―‖nefrose‖, originado de radicais gregos que significam ―uma condição renal‖,
foi usado pela primeira vez em 1905 e englobava as ―alterações degenerativas dos
túbulos renais‖
A síndrome nefrótica é uma doença relativamente rara na infância e na adolescência,
com prognóstico usualmente bom e pode ser classificada em primária e secundária.
A síndrome nefrótica é provocada por uma alteração na permeabilidade dos
glomérulos renais, possibilitando assim a perda de proteínas com a urina, o que
consequentemente origina uma diminuição na concentração de proteínas plasmáticas,
uma alteração na composição do sangue e tendência para que parte do líquido que
esta contém saia do aparelho circulatório e se acumule nos tecidos, produzindo os
edemas que surgem nesta doença. A possível origem de alteração da filtração
glomerular responsável pelo problema é muito variada. Nalguns casos, esta doença é
provocada por outras doenças gerais que, entre outros problemas acabam por afectar
os rins como são exemplos a diabetes, amiloidose, reacções alérgicas, intoxicações,
infecções (hepatite viral, sífilis). Em alguns casos constitui um efeito secundário de
certos medicamentos.
1.2 FISIOPATOLOGIA
Para compreender a fisiopatologia da doença, é essencial entender que em condições
normais os rins filtram o sangue para eliminarem as substâncias residuais com a urina
e não permitirem a perda por esta via de substâncias tão úteis para o organismo como
as proteínas.
A proteinúria, muito comum nesta doença, é proveniente do aumento da
permeabilidade do capilar glomerular por alteração da sua capacidade como filtro
selector de partículas. Além da passagem anormal de proteínas devido ao aumento da
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permeabilidade muitas outras proteínas plasmáticas, além da albumina são perdidas
na urina dos pacientes nefróticos e estão em níveis de concentração muito diminuídos.
Essas perdas podem provocar alterações do sistema endócrino ou dos padrões
metabólicos normais. Por outro lado, proteínas de alto peso molecular encontram-se
em concentrações elevadas no plasma. Isso ocorre tanto pelo aumento da síntese
hepática como pela pequena perda urinária. A proteinúria determina a
hipoalbuminemia e consequente hipovolemia.
A hiperlipidemia também muito comum nas crianças com síndrome nefrótica,
caracteriza-se por níveis séricos do colesterol total livre e lipoproteínas elevados. Tem
como consequências aterosclerose e a progressão das lesões glomerulares.
1.3 SINTOMAS
A principal manifestação da síndrome nefrótica é a formação de edemas, ou seja, de
acumulações de líquido nos tecidos, sobretudo no tecido subcutâneo. Estes edemas
costumam evidenciar-se através de uma notória tumefacção da pele, que fica mole e
deprimida quando pressionada, deixando uma marca que persiste durante muito mais
tempo do que o normal (sinal de Godé). Como o líquido tem a tendência para se
acumular nas zonas de maior declive, devido ao efeito da gravidade, os edemas
costumam ser mais evidentes nos membros inferiores, sobretudo nos tornozelos. Em
alguns casos, é comum o aparecimento de edemas nas partes do corpo onde a pele é
laxa: por exemplo, na cara, sobretudo nas pálpebras, que costumam ficar muito
inchadas. Por vezes, o líquido tem a tendência para se acumular nos órgãos internos,
nomeadamente entre as membranas que revestem os pulmões, e na cavidade
abdominal, o que se define como ascite. Por vezes, a intensidade da doença é tão
forte que provoca o edema generalizado em todo o organismo (anasarca).
Além dos edemas, a síndrome nefrótica caracteriza-se por uma diminuição da
produção de urina, ou oligúria, pois os rins têm tendência para tentar limitar a perda de
água e sais pela urina, de modo a compensar a diminuição do volume sanguíneo.
Para além disso, esta redução da quantidade de sangue circulante provoca um
problema da coagulabilidade que favorece o aparecimento de fenómenos
tromboembólicos, por vezes de consequências muito graves.
Por outro lado, a perda de proteínas pela urina provoca um quadro de desnutrição
que, caso se prolongue, origina uma diminuição da massa muscular e uma maior
predisposição para as infecções e problemas gerais como cansaço e falta de apetite.
12
1.4 DIAGNÓSTICO
Para um melhor diagnóstico desta doença, o médico deve efectuar uma
observação cuidadosa dos sintomas, avaliar a história do paciente e efectuar um
exame físico profundo. Colheitas de urina e sangue para testes de proteínas e
colesterol servem para comprovar a existência de uma síndrome nefrótica. Em último
caso, e se por ventura existirem dúvidas o médico pode efectuar uma biopsia renal
para a confirmação da doença.
1.5 TRATAMENTO
O tratamento da síndrome nefrótica passa, em primeiro lugar, pela correcção, caso
seja possível, de todos os factores causadores conhecidos do problema. Isto engloba
dois tipos de tratamento: o tratamento geral e o tratamento específico. Dentro do
tratamento geral temos medidas como:
O controlo da actividade física do paciente, cuja redução não influencia o curso
e desenvolvimento da doença. Portanto, o repouso deve ser auto-regulado pelo
paciente desde que este suporte bem as actividades físicas, muitas vezes
limitadas pelo grau do edema.
A dieta, embora seja difícil de definir o teor proteico da dieta de pacientes com
proteinúria é outra medida importante no controlo e supressão da doença que
deve conter uma restrição salina.
O tratamento com diuréticos caso haja edema generalizado e intenso,
especialmente na presença de desconforto respiratório e/ou gastrintestinal,
grandes anasarcas e dificuldade em abrir os olhos. Além disso, deve-se
adoptar uma série de medidas destinadas a diminuir os edemas. Em primeiro
lugar, especialmente quando os edemas são muito intensos, recomenda-se
repouso na cama com as pernas elevadas. O uso de diuréticos no paciente
nefrótico é contra-indicado quando há sinais clínicos (hipotensão) e
laboratoriais (aumento agudo de ureia e creatinina séricas) de hipovolemia,
assim como na presença de diarreia e/ou vómitos.
O tratamento com albumina, cuja infusão venosa deve ser feita sem diluição e
pode ser administrada com furosemida em infusão contínua. A infusão de
albumina é contra-indicada em pacientes hipervolémicos, pelo risco de
desencadear insuficiência cardíaca congestiva. Os resultados são muito
eficazes e devem ser monitorizados os níveis de cálcio e potássio séricos e o
equilíbrio ácido-base.
13
A antibioterapia deve ser utilizada não apenas com finalidade terapêutica, mas
também, profilática nos casos que apresentem repetidas recidivas por
contaminação bacteriana, o que desencadeia e prolonga as fases de
descompensação. O tratamento baseia-se na utilização de antibióticos com
espectro contra Streptococcus pneumoniae (causa importante de peritonite e
sépsis), bactérias Gram-negativas (também responsáveis por peritonite) e S.
aureus, que podem evoluir para sépsis. O tratamento deve ser instituído
rapidamente, levando em consideração o foco infeccioso, o estado clínico do
paciente e o agente bacteriano.
No tratamento específico, é importante realizar a investigação de possíveis infecções
prévias e tratá-las, verificar o plano nacional de vacinação da criança e descartar
parasitas intestinais antes de iniciar este tipo de tratamento que engloba medidas
como:
Corticoterapia, em que existe uma remissão da proteinúria em cerca de 80 a
90% dos casos.
Como cerca de 10 a 20% dos pacientes são corticorresistentes, isto é, não beneficiam
com o uso de cortcóides, continuando a proteinúria nefrótica após 4 a 6 semanas de
tratamento, o uso de outros agentes imunossupressores está indicado nos pacientes
corticorresistentes, corticodependentes e recidivantes frequentes. Para estes
pacientes, existem alternativas terapêuticas, como:
Administração de metilprednisolona endovenosa.
Administração de ciclofosfamida, utilizada no tratamento de pacientes
recidivantes frequentes.
Administração de ciclosporina A, utilizada no tratamento de pacientes
corticodependentes, recidivantes frequentes ou como alternativa terapêutica
para os corticorresistentes.
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2 EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
2.1 ANÁLISES AO SANGUE
Os médicos usam diferentes análises de sangue para diagnosticar e controlar as
patologias. Algumas determinam os componentes e a função do próprio sangue,
outras determinam substâncias que se encontram dissolvidas no sangue para
conhecimento de como estão a funcionar outros órgãos.
A análise de sangue é uma avaliação básica dos diferentes componentes celulares do
sangue. As máquinas automatizadas realizam esta análise com uma pequena gota de
sangue em menos de um minuto. Além de determinar o número de células sanguíneas
e de plaquetas, a percentagem de cada tipo de glóbulos brancos e a quantidade de
hemoglobina, a contagem completa das células sanguíneas habitualmente avalia o
tamanho e a forma dos glóbulos vermelhos.
2.1.1 Colesterol total
O colesterol é uma substância gorda transportada pelo sangue para todas as células
do organismo. Encontra-se na membrana celular de todos os tecidos do corpo
humano, pelo que é usado no desenvolvimento destas. É usado também na produção
de algumas hormonas, vitaminas e sais biliares.
O colesterol provém do nosso organismo e dos alimentos que ingerimos. No
organismo, é produzido pelo fígado. Este órgão produz grande parte do colesterol que
o organismo necessita, o restante é proveniente dos alimentos (carne, leite gordo,
queijo, manteiga e ovos). O excesso de colesterol que circula na corrente sanguínea
deposita-se na parede das artérias, formando placas que causam o estreitamento do
lúmen arterial e diminuem a quantidade de sangue que chega ao coração. A
consequência importante da hipercolesterolemia está baseada no potencial para
induzir doenças cardiovasculares, neste caso, nos pacientes com síndrome nefrótica.
Os valores de referência para o colesterol total são até 190mg/dl.
15
Os resultados da análise ao sangue, no dia 24/11/2010, do Sr. PJAC revelaram um
valor elevado de colesterol total (287 mg/dl).
2.1.2 Hemograma
Análise de sangue que é feita com o objectivo de determinar a concentração de
hemoglobina, glóbulos brancos e plaquetas em 1 mm3 de sangue. Determina-se
também a quantidade relativa dos diversos tipos de glóbulos brancos e observa-se a
forma e tamanho dos glóbulos vermelhos e brancos.
Esta análise de sangue é a mais vulgarmente efectuada. Permite o diagnóstico de
anemias e de outras situações clínicas em que o número de células sanguíneas é
anormalmente elevado ou anormalmente baixo. Para realizar um hemograma, são
precisos 1 a 2 ml de sangue. Esta análise é geralmente efectuada no laboratório por
um aparelho automático e computorizado.
Como sabemos, o sistema hematológico é constituído pelo sangue e ainda pelos
locais onde este é produzido (medula óssea e nódulos linfáticos). É composto por
componentes celulares (40/45% do volume sanguíneo) e pelo plasma sanguíneo.
Aos componentes celulares pertencem: os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e
plaquetas. Os valores normais encontram-se entre os seguintes parâmetros:
Glóbulos vermelhos 4,5 a 5,5 1012/L;
Glóbulos brancos – 3,8 a 10,6 109/L;
Plaquetas – 150 a 400 103/L.
Os resultados do hemograma do Sr. PJAC, encontram-se sem alterações.
2.1.3 Albumina
A albumina é uma proteína do nosso plasma produzida pelo fígado, sendo o resultado
do metabolismo dos alimentos proteicos (carne, ovos, leite, queijo).
A taxa normal de albumina no plasma é de 3,5 a 4,5g/dl. É fundamental para
conservar o estado nutricional.
A excreção de albumina na urina (proteinúria) é uma importante alteração pela qual as
doenças renais se manifestam. Isso mostra a importância da conservação das
proteínas do sangue pelo rim. Sem a albumina, a água que circula nos vasos infiltra-se
16
pelos tecidos formando o edema. O edema é uma complicação da queda da albumina
perdida pelo rim doente.
Os resultados da análise ao sangue, do Sr. PJAC revelaram um valor baixo de
albumina (1.1g/l)
2.1.4 Creatinina
A creatinina é um produto da degradação da fosfocreatina (creatina fosforilada) no
músculo, e é geralmente produzida em uma taxa praticamente constante pelo corpo —
taxa directamente proporcional à massa muscular da pessoa: quanto maior a massa
muscular, maior a taxa. Através da medida da creatinina do sangue, do volume
urinário das 24 horas e da creatinina urinária é possível calcular a taxa de filtração
glomerular, que é um parâmetro utilizado em exames médicos para avaliar a função
renal.
Os resultados da análise ao sangue, do Sr. PJAC revelaram um valor normal de
creatinina (0.6mg/dl)
2.2 ANÁLISES À URINA
A análise de urina consiste na sua observação à vista desarmada e na determinação
do seu conteúdo através de técnicas físico-químicas e biológicas. Embora apenas se
possa efectuar uma análise completa no laboratório, pois é preciso contar com
determinados reagentes e instrumentos especiais, existem algumas determinações
que podem ser efectuadas pelo enfermeiro através de fitas reactivas – teste Combur.
2.2.1 Sedimento urinário
Corresponde à observação microscópica do resíduo sólido obtido após se deixar a
urina em repouso ou ao centrifugá-la. Em condições normais, é possível encontrar
uma quantidade limitada de glóbulos vermelhos, de glóbulos brancos, de algumas
células libertadas pelo epitélio das vias urinárias e uma reduzida quantidade de cristais
de ácido úrico. Considera-se anómala a detecção de um número elevado de glóbulos
vermelhos (hematúria), de glóbulos brancos (leucocitúria) e de cristais de diversos
tipos.
17
Os resultados da análise à urina, do Sr. PJAC revelaram um valor anormal de
leucócitos (10 a 25/campo).
2.2.2 Proteinúria de 24 horas
A proteinúria é a perda excessiva de proteínas na urina e ocorre quando a excreção é
superior a 150 mg/dia. A excreção de albumina na urina (proteinúria) é uma importante
alteração pela qual as doenças renais se manifestam. Isso mostra a importância da
conservação das proteínas do sangue pelo rim. Sem a albumina, a água que circula
nos vasos infiltra-se pelos tecidos formando o edema. O edema é uma complicação da
queda da albumina perdida pelo rim doente.
Os resultados da análise à urina, do Sr. PJAC revelaram um valor anormal albumina
na urina (3.91g/dia).
18
3 PROCESSO DE ENFERMAGEM
Os cuidados de Enfermagem são acções compostas de eficiência e técnica,
assegurados por um profissional qualificado e humano, como forma de assegurar reais
cuidados de Enfermagem no indivíduo, família e comunidade.
O processo de Enfermagem é uma medida usada para obter soluções para os
problemas clínicos e colmatar necessidades de intervenções de Enfermagem nos
utentes, sendo assim um instrumento essencial no processo de Enfermagem. Por esta
razão com o processo de Enfermagem colocamos em prática as ideias fundamentais e
cientificas relacionadas com a prática e com vista à resolução de problemas de forma
organizada e fundamentada.
3.1 IDENTIFICAÇÃO DO MODELO TEÓRICO
Das várias teorias existentes, utilizamos a CIPE (Classificação Internacional para a
Prática de Enfermagem) na colheita de dados e no plano de cuidados de Enfermagem.
A CIPE é um instrumento de informação que descreve a prática de enfermagem e não
fornece dados representativos dessa prática em sistemas de informação de saúde
globais.
Os dados obtidos, podem ser usados para assegurar a qualidade ou promover
mudanças na prática de enfermagem em áreas como o ensino, a gestão, a política e a
investigação.
A CIPE centra-se na prática de enfermagem e assenta no pressuposto que esta não é
estática mas sim mutável e dinâmica. Reflecte a definição de enfermagem segundo a
ICN: “A enfermagem, como parte integrante do sistema de cuidados de saúde,
engloba a promoção da saúde, a prevenção da doença e os cuidados a pessoas de
todas as idades com doença física, doença mental ou deficiência, em todas as
organizações de cuidados de saúde e noutros locais da comunidade. De entre a
amplitude dos cuidados de saúde o fenómeno que mais importa a enfermagem é a
resposta aos problemas de saúde reais ou potenciais de indivíduos, famílias e grupos.
As respostas humanas a estes problemas variam grandemente, desde reacções de
19
recuperação de saúde perante episódios individuais de doença, ao desenvolvimento
de políticas de promoção da saúde de uma população.”
A CIPE é importante pois permite;
Decisões políticas baseadas na informação disponível;
Constrangimentos financeiros;
Informatização clínica dos cuidados de saúde;
Crescente importância dada às classificações do âmbito da saúde;
Auto-regulação profissional pelos enfermeiros.
Os objectivos da CIPE são:
Estabelecer uma linguagem comum;
Descrever os cuidados de enfermagem;
Projectar as tendências em enfermagem;
Estimular a investigação;
Fornecer informação à tomada de decisão política;
Proporcionar uma terminologia para a prática de enfermagem que funciona
como estrutura unificadora, permitindo a comparação de dados de
enfermagem.
Critérios para a CIPE:
Suficientemente abrangente para servir múltiplas utilizações;
Suficientemente simples para ser útil aos enfermeiros na prática;
Consistente com os modelos, mas não dependente deles;
Sensível à diversidade cultural;
Reflexo dos valores comuns da enfermagem em todo o mundo.
Inclui fenómenos de enfermagem, acções de enfermagem e resultados de
enfermagem;
Ser definida, testada e melhorada por processos de testagem consensual;
Utilizável de forma complementar ou integrada com a família de classificações
existentes.
20
3.2 COLHEITA DE DADOS
A colheita de dados é uma forma de contacto com o utente, com o objectivo de criar
empatia e confiança entre o utente e o enfermeiro e dessa forma proporcionar um
registo informativo que irá posteriormente permitir estabelecer conclusões relativas às
necessidades reais e resolução dos problemas levantados, com a realização de
planos de cuidados.
Durante a fase de avaliação inicial, colhe-se informação sobre a pessoa, o que inclui
dados sobre o seu estado físico e psicossocial. Os dados obtêm-se através de
entrevistas, observação, avaliação física, consulta dos registos médicos e discussão
com a família e outras pessoas significativas. A colheita de dados, ocorre quando a
pessoa entra no sistema de cuidados de saúde. O enfermeiro faz a avaliação inicial da
pessoa e regista estes dados num documento (nota de admissão) ou numa base de
dados. No entanto, a recolha de dados é um processo permanente que é actualizado
sempre que o enfermeiro interage com a pessoa. As avaliações subsequentes
registam-se em notas de evolução ou continuação (notas diárias).
21
P.J.A.C
5 SU Hospital de Braga
26 11 2010 09 00 Nefrologia
Edemas palpebrais e dos membros inferiores
Síndrome Nefrótica
Solteiro
X
Circuncisão por fimose
Mãe
XXXXXXXXX
Paciente Submetido a circuncisão por fimose a 21/10/2010, sem intercorrências.
A mãe do paciente não refere medicação domiciliária.
Antecedentes Familiares
Mãe, 32 anos, saudável
Pai, 42 anos, saudável
Pais não consanguíneos
Avô materno falecido por neoplasia da bexiga
.
Antecedentes Pessoais
Gestação de termo, vigiada, sem interferências
Parto eutócito, Hospital de Guimarães
Submetido a circuncisão por fimose a 21/10/2010 sem intercorrências
.
____________
SatO2: 99%
TAS: 96 mmHg TAD: 64 mmHg Frequência cardíaca: 110
Temperatura axial: 36,9ºC
Dieta Pediátrica IV
Eliminação vesical: apresenta retenção urinária
Eliminação intestinal: presente e espontânea, de características normais no wc
014
22
Com edemas palpebrais bilaterais e dos membros inferiores
Pele hidratada
Hábitos de sono: 8 a 9 horas por noite
Rituais para adormecer: gosta de ver um dvd antes de dormir
Não dependente; boa mobilidade
Sem dor
Sem alergias conhecidas
PNV em dia
Bom estado emocional
Consciente e orientado no tempo e no espaço
Dependente no auto-cuidado: banho
Mãe
23
4 HISTÓRIA DE VIDA
O doente P.J.A.C tem 5 anos de idade, vive com os dois pais numa habitação com
boas condições, foi uma gravidez deseja e planeada, no entanto, não tem irmãos.
Frequenta o jardim-de-infância e tem como passatempos ver televisão e gosta de
jogar futebol.
24
5 HISTÓRIA DA DOENÇA
A 21 de Outubro de 2010 foi submetido a uma circuncisão por fimose, sem
intercorrências.
Antecedentes Pessoais
Gestação de termo, vigiada, sem interferências
Parto eutócito, Hospital de Guimarães
Antropometria ao nascimento
o Peso: 3176g
o Comprimento: 49cm
o PC: 36cm
o APGAR: 9/10
PNV actualizado + 4 Prevenar 7 – valente
.
O P.J.A.C deu entrada no serviço de Nefrologia no dia 26 de Novembro de 2010 com
o diagnóstico de síndrome nefrótica, apresentando edemas palpebrais bilaterais e dos
membros inferiores.
Como meios complementares de diagnóstico realizou análises sanguíneas e à urina .
25
6 PLANO DE CUIDADOS
Nesta etapa, há que estabelecer prioridades e definir objectivos. As metas a atingir
devem estar descritas e quantificadas para serem bem compreendidas por todos. O
plano de cuidados pode ter que ser ocasionalmente ou periodicamente ajustado,
mediante a evolução clínica do utente.
A finalidade do plano de cuidados é a utilização, mais correcta possível, dos recursos,
no sentido de ajudar a pessoa a atingir os resultados desejados, isto é, a sua total
recuperação. Assim, e após o acompanhamento diário do utente, conseguimos
estabelecer os seguintes riscos e alterações:
Edema
Retenção urinária
26
Edema
Monitorizar edema através do sinal de Godé
Consultar processo clínico
Edemas palpebrais e nos membros
Inferiores em grau moderado
Sem edema
Síndrome Nefrótica 26/11/2010
26/11/2010
26/11/2010
26/11/2010
Monitorizar entrada e saída de líquidos (s/horário)
Colocar paciente em drenagem postural (sos)
Vigiar extensão do edema (s/horário)
Instruir prestador de cuidados sobre técnica de posicionamento (sos)
Gerir ingestão de líquidos (s/horário)
Gerir dieta (s/horário)
Ensinar prestador de cuidados sobre a dieta (s/horário)
07/12/2010 Sem edema
07/12/2010
07/12/2010
07/12/2010
07/12/2010
07/12/2010
07/12/2010
07/12/2010
26/11/2010
26/11/2010
26/11/2010
26/11/2010
Síndrome Nefrótica Consultar processo clínico sobre
patologia
Retenção urinária por síndrome
nefrótica
Promover eliminação vesical
Monitorizar entrada e saída de líquidos (s/horário)
Estimular eliminação vesical (s/horário)
Vigiar globo vesical (s/horário)
Vigiar sinais de retenção urinária (s/horário)
Gerir ingestão de líquidos (s/horário)
Retenção urinária
Doente apresentou micção voluntária
27
6.1 INTERVENÇÕES RESULTANTES DE PRESCRIÇÃO
26/11/2010 7/12/2010 Monitorizar sinais vitais
Monitorizar pulso 7h;15h;21h
Monitorizar SatO2 7h;15h;21h
Monitorizar tensão arterial 7h;15h;21h
Monitorizar temperatura corporal 7h;15h;21h
Monitorizar dor através da escala da dor 7h;15h;21h
Monitorizar balanço hídrico
Monitorizar pulso s/horário
26/11/2010 7/12/2010
7/12/2010 26/11/2010 Monitorizar peso corporal
Monitorizar pulso 9h
28
26/11/2010 7/12/2010 Cateter venoso periférico
Optimizar C.V.P T: 8h – 14h
Executar tratamento ao local de inserção do C.V.P SOS
9h Vigiar sinais inflamatórios no local de inserção do C.V.P SOS
9h
29
6.2 TERAPÊUTICA DO UTENTE
No momento da admissão e ao longo do internamento, foram prescritos vários
fármacos para a terapêutica do P.J.A.C.
Posteriormente, e à medida que o utente foi evoluindo clinicamente, alguns desses
fármacos foram suspensos ou substituídos por outros que poderiam responder melhor
às suas necessidades.
Assim, fazem parte da terapêutica do utente, os seguintes fármacos:
Prednisolona, 30mg EV;
Furosemida, 15mg EV;
Colecalciferol, 1gota oral;
Ácido acetilsalicílico, 100mg oral;
Nifedipina, 5mg sublingual;
Albumina humana 20%, 100 EV
30
7 IMPLICAÇÕES ÉTICAS E DEONTOLÓGICAS
A prática de enfermagem, ao longo desta última década tem vindo a complexificar-se,
isto porque a evolução da ciência e da sociedade actual na vertente da saúde tem
contemplado o ser humano como detentor dos seus cuidados, ou seja, é este quem
decide se quer ou não que lhe sejam prestados os cuidados de saúde necessários,
sendo também responsável pela sua saúde e recuperação da doença. Assim, antes da
prestação de cuidados, torna-se fundamental informar o doente do que se vai fazer e
pedir a sua autorização (Consentimento Informado). Um dos problemas mais
frequentes com que nos defrontamos no quotidiano dos hospitais é a forma simples (e
pouco clara) como é transmitida a informação ao utente. Nos cuidados prestados,
temos ainda que saber respeitar a privacidade do utente e assegurar o seu conforto,
bem como assegurar o contacto permanente e inter-ajuda entre este e a sua família.
Desta forma o enfermeiro deve verificar:
Se a informação fornecida foi compreendida, formulando questões;
Suscitar questões por parte do doente/família;
Avaliar grau de ansiedade e tentar remediá-lo;
Obter acordo verbal.
Como tal é nossa responsabilidade e dever:
Não causar dano;
Prevenir o mal ou o sofrimento;
Suprimir o mal ou sofrimento;
Fazer ou promover o bem.
Os valores éticos devem ser respeitados tendo sempre presente a Pessoa Humana.
Hoje em dia existem razões pelas quais se deve reflectir na importância dos valores
éticos, isto é, o que o doente espera de nós e aquilo que lhe podemos proporcionar.
A ética está assim interligada à relação de ajuda. Algumas questões classificadas
como éticas são na realidade questões de relação.
31
No período em que desenvolvemos este estágio, seguimo-nos sempre por estes
referenciais, procurando prestar cuidados aos doentes com responsabilidade eassumir
com dignidade as consequências de todos os actos praticados. Como estudantes de
enfermagem, aprendemos que os princípios éticos relacionados com o doente, como a
autonomia e a beneficência necessitam de ser transferidos para os
comportamentos éticos do dia-a-dia, de forma que se adquira a sua real compreensão
e interiorização.
32
Conclusão
Após a realização deste trabalho no qual nos debruçámos sobre um caso específico, a
Síndrome Nefrótica, foi-nos permitido aumentar os nossos conhecimentos teóricos
acerca da patologia, melhorando a capacidade de interligação dos conhecimentos com
a prática.
O estudo de caso é um instrumento muito valioso na nossa aprendizagem, no sentido
em que nos fornece um maior número de conhecimentos em relação a esta patologia,
facilitando, assim, a compreensão do estado de saúde do utente.
A elaboração do plano de cuidados foi um dos pontos mais importantes deste trabalho,
uma vez que foi necessário um estudo permanente acerca história clínica do utente,
para assim se conseguirem elaborar, de forma assertiva e adequada, os cuidados
inerentes a todos os seus problemas.
A terapêutica foi também um dos aspectos importantes a realçar, visto ser muito
específica, não só para saber quais as vantagens da sua administração (percebendo o
porquê de o utente estar a realizar a toma deste) mas também para ampliarmos o
nosso conhecimento acerca das suas indicações, contra indicações e efeitos
secundários.
Todo o processo de enfermagem elaborado para este estudo de caso foi apresentado
de uma forma sucinta e esquematizada para uma melhor compreensão da prestação
de cuidados ao utente em causa.
No que diz respeito às dificuldades sentidas, não as considerámos como um
obstáculo, mas sim como um estímulo que nos incentivou a empenhar cada dia mais.
Com tudo isto, pensamos que conseguimos expor, de forma correcta, todo o estudo
deste utente.
Queremos fazer aqui um aparte e salientar que este ensino clínico teve desde o início
uma recepção aprazível e integradora, sendo que fomos orientados quanto à estrutura
física e dinâmica da instituição que integrámos pelas enfermeiras orientadoras, tendo-
se revelado de extrema importância para a nossa actuação futura. Acolheram-nos com
toda a sua disponibilidade, auxiliando-nos sempre que necessário, sendo um ponto
marcante na nossa integração à dinâmica da instituição.
33
BIBLIOGRAFIA
FERREIRA, M; FERREIRA, C. – Guia para Elaboração de Trabalhos Escritos, 2008,
Vila Nova de Gaia.
RISPAIL, Dominique. Conhecer-se melhor para melhor cuidar. Loures: Lusociência.,
2003
Manual Merck - Saúde para a família, MSD - 2004 – 2010. [Consulta em 8/12/2010]
Disponível: http://www.manualmerck.net/?id=150&cn=1188&ss=s%EDndrome%20nefr
adam.com, Inc. – Síndrome Nefrótica, 2000. [Consulta em 7/12/2010]
Disponível: http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/000490trt.htm
34
ANEXOS
ANEXO I – Folhas farmacológicas
Instituto Piaget
Campus Académico de Vila Nova de Gaia Escola Superior de Saúde Jean Piaget/ Vila Nova de Gaia
(Decreto nº 51/2003 de 25 de Março)
Nome do Doente: J.P.A.C Serviço: Nefrologia Enfermaria: Cama:14
Nome do medicamento
Grupo
terapêutico a
que pertence
Indicações
terapêuticas
Efeitos
esperados
no doente
Indicações de reacções
indesejáveis
Cuidados
específicos de
enfermagem na
administração
Comercial
Genérico
Alb
ure
x
Alb
um
ina h
um
ana
Expansore
s d
e v
olu
me
Pro
duto
s s
anguín
eos,
coló
ides Substituição
temporária de
albumina em
doenças
associadas com
níveis baixos de
proteínas
plasmáticas, tais
como síndrome
nefrótica.
Alívio ou
redução do
edema
Aumento do
volume
intravascular
Edema pulmonar
Cefaleias
Taquicardia
Rash
Vómitos
Náuseas
Ter em atenção os
cinco certos da
administração
terapêutica;
Compatibilidade na
derivação em Y –
diltiazem
Incompatibilidade
na derivação em Y
– vancomicina,
verapamil
Instituto Piaget
Campus Académico de Vila Nova de Gaia Escola Superior de Saúde Jean Piaget/ Vila Nova de Gaia
(Decreto nº 51/2003 de 25 de Março)
Nome do Doente: J.P.A.C Serviço: Nefrologia Enfermaria: Cama:14
Nome do medicamento
Grupo
terapêutico a
que pertence
Indicações
terapêuticas
Efeitos
esperados
no doente
Indicações de reacções
indesejáveis
Cuidados
específicos de
enfermagem na
administração
Comercial
Genérico
Aspirin
a
Ácid
o a
cetils
alic
ílic
o
Analg
ésic
os e
antipiréticos
Dor ligeira a
moderada;
Pirexia.
Profilaxia
secundária de
acidentes cárdio e
cerebrovasculares
isquémicos
Supressão
da dor
Apirexia
Irritação gástrica,
Perda de sangue
gastrointestinal
assintomática,
Aumento do tempo de
hemorragia,
Rashes,
Broncospasmo.
Ter em atenção os
cinco certos da
administração
terapêutica;
Dose máxima
diária 4.000 mg
Instituto Piaget
Campus Académico de Vila Nova de Gaia Escola Superior de Saúde Jean Piaget/ Vila Nova de Gaia
(Decreto nº 51/2003 de 25 de Março)
Nome do Doente: P.J.A.C Serviço: Nefrologia Enfermaria: Cama: 014
Nome do medicamento
Grupo terapêutico a que
pertence
Indicações terapêuticas
Efeitos esperados no
doente
Indicações de reacções indesejáveis
Cuidados
específicos de enfermagem na administração
Comercial
Genérico
Vig
anto
l
Cole
calc
ifero
l
Vitam
inas lip
ossolú
veis
Tratamento de
hipocalcemia na
insuficiência renal
crónica
Tratamento e
prevenção
de estados
deficitários
Melhoria da
homeostasia
do cálcio de
do fósforo.
Náuseas
Vómitos
Boca seca
Hipertensão
Cefaleias
Obstipação
Poliúria
Noctúria
Ter em atenção os
cinco certos da
administração
terapêutica;
Pode ser misturado
com sumo, cereais,
alimentos ou
ingerido
directamente
Instituto Piaget
Campus Académico de Vila Nova de Gaia Escola Superior de Saúde Jean Piaget/ Vila Nova de Gaia
(Decreto nº 51/2003 de 25 de Março)
Nome do Doente: P.J.A.C Serviço: Nefrologia Enfermaria: Cama: 014
Nome do medicamento
Grupo terapêutico a que
pertence
Indicações terapêuticas
Efeitos esperados no
doente
Indicações de reacções indesejáveis
Cuidados
específicos de enfermagem na administração
Comercial
Genérico
Lasix
Furo
sem
ida
Diu
réticos d
a a
nsa
Edemas devido a
ICC, doença
hepática ou renal
Hipertensão
Diurese e
subsequente
mobilização
do excesso
de fluidos
Diminuição
da tensão
arterial
Desidratação
Hipocloremia
Hipocalemia
Hipovolemia
Hiponatremia
Alcalose metabólica
Ter em atenção os
cinco certos da
administração
terapêutica;
Administrar
lentamente durante
1-2 minutos
Administrar sem
diluir
Verificar
permeabilidade do
cateter.
Instituto Piaget
Campus Académico de Vila Nova de Gaia Escola Superior de Saúde Jean Piaget/ Vila Nova de Gaia
(Decreto nº 51/2003 de 25 de Março)
Nome do Doente: J.P.A.C Serviço: Nefrologia Enfermaria: Cama:14
Nome do medicamento
Grupo
terapêutico a
que pertence
Indicações
terapêuticas
Efeitos
esperados no
doente
Indicações de reacções
indesejáveis
Cuidados
específicos de
enfermagem na
administração
Comercial
Genérico
Adala
t A
P
Nifedip
ina
Antiangin
osos;
anti-h
ipert
ensore
s
Blo
queadore
s d
os c
anais
de c
álc
io
Tratamento da
hipertensão
Vasodilatação
sistémica
resultando na
diminuição da
pressão
arterial
Cefaleias
Arritmias
Edema periférico
Rubor
Obstipação
Boca seca
Tonturas
Ter em atenção os
cinco certos da
administração
terapêutica;
O uso sublingual
não é
recomendado
devido a reacções
adversas graves
Não abrir,
esmagar, partir, ou
mastigar as
cápsulas de
libertação
prolongada
Instituto Piaget
Campus Académico de Vila Nova de Gaia Escola Superior de Saúde Jean Piaget/ Vila Nova de Gaia
(Decreto nº 51/2003 de 25 de Março)
Nome do Doente: P.J.A.C Serviço: Nefrologia Enfermaria: Cama: 014
Nome do medicamento
Grupo terapêutico a que
pertence
Indicações terapêuticas
Efeitos esperados no
doente
Indicações de reacções indesejáveis
Cuidados
específicos de enfermagem na administração
Comercial
Genérico
Lep
ico
rtin
olo
Pre
dnis
olo
na
Cort
icoste
róid
es
É indicada no
tratamento de
várias patologias
por seus efeitos
antiinflamatórios e
imunossupressores
; proporciona um
alívio sintomático,
mas não tem efeito
sobre o
desenvolvimento
da doença
subjacente
Terapêutica
substituta no
tratamento de
insuficiência supra-
renal.
Efeito anti-
inflamatório
Alívio
sintomático
da
insuficiência
supra-renal
O tratamento prolongado
provoca uma atrofia supra-
renal
Efeitos colaterais: fraqueza
muscular, alterações ritmo
cardíaco, diminuição da
resistência a todos os
agentes infecciosos,
alterações digestivas com o
aumento da incidência de
hemorragias ou perfuração,
euforia, agitação, insónia,
cefaleias e reacções
psicóticas; miopatias,
hiperglicemia, osteoporose
Tambem pode causar
aumento da pressão
intraocular e glaucoma.
Ter em atenção os
cinco certos da
administração
terapêutica;
Verificar
permeabilidade do
cateter.
Administrar
lentamente