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Estudo das principais queixas álgicas indicativas de DORT em
professores de educação especial
Eliane Ferreira Marinho1
Prof. Espec. Daliane Ferreira Marinho
Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila
Resumo
Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT) é o termo utilizado para
designar o conjunto de alterações osteomusculares lesivas sofridas pelos trabalhadores
decorrentes de sua atuação profissional. Esta pesquisa teve por objetivo levantar
informações a cerca das principais queixas álgicas predisponentes ao surgimento de DORT
em professores da APAE- Associação de Pais e amigos dos Excepcionais em Santarém. Como
instrumento para o levantamento dos dados foi utilizado o Questionário Nórdico de Sintomas
Osteomusculares (QNSO). Os resultados encontrados demonstram uma incidência maior de
dores nas regiões: pescoço/região cervical, região dorsal e lombar e quadril/membros
inferiores com 47,4% dos relatos em um ano e o mesmo percentual de queixas foram
relatadas para a região do pescoço/região cervical nos sete dias precedente a pesquisa. Os
dados levantados apresentaram-se como importantes indicativos das regiões do corpo mais
suscetíveis a disfunções osteomusculares e podem servir como base para investigações mais
profundas do público estudado, bem como para se traçar medidas preventivas a esses
distúrbios.
Palavras-chave: DORT; queixas álgicas; QNSO.
1. Introdução
Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho é a nomenclatura atualmente
mais utilizada por pesquisadores das áreas médicas e de saúde ocupacional para designar um
conjunto de alterações osteomusculares lesivas sofridas pelos trabalhadores decorrentes de
sua atuação profissional (NASCIMENTO E MORAES apud ZANOTTELI et al, 2005). Tais distúrbios, atualmente vêm se tornando a principal causa de afastamento de
trabalhadores das suas funções em todos os países, ganhando dessa forma, o status de a mais
nova epidemia mundial (SEVERO, PEZZINI e CATTELAN, 2006).
No Brasil existem poucos estudos sobre a prevalência das DORT’s, no entanto,
segundo informações do IBGE as DORT’s são dentre as doenças ocupacionais registradas as
mais prevalentes e a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil. (IBGE 2004 apud
ZANOTELLI et al, 2005).
Estes distúrbios normalmente são causados pelo uso repetitivo e forçado de
grupos musculares, ou pela manutenção de posturas incorretas em ambientes de trabalho
ergonomicamente inadequados, ocasionando dores, perda de força, fadiga, edema, rigidez,
câimbras, tremor e hipoestesia ao indivíduo, sendo estes os grandes responsáveis pela queda
do desempenho profissional (OLIVEIRA apud SILVA FILHO, 2008).
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Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual
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Entre os sintomas mencionados, podemos ressaltar as algias como sendo um dos
mais relevantes, porque surgem no início do processo de adoecimento como um ‘aviso’
enviado pelo organismo de que algo está errado, e ainda servem como sinal indicativo de
predisposição ao aparecimento de disfunções, lesões e incapacitação funcional. (O’ NEILL
apud ZANOTELLI et al, 2005).
Com base nos dados supracitados, esta pesquisa teve por objetivo levantar
informações a cerca das principais queixas álgicas predisponentes ao surgimento de DORT
em professores do Centro de Educação Especial Humberto Frazão, a APAE - Associação de
Pais e amigos dos Excepcionais, sediada em Santarém.
Como instrumento para a avaliação de pontos específicos de algias
osteomusculares relacionadas à DORT foi utilizado o Questionário Nórdico de Sintomas
Osteomusculares (QNSO), validado por inúmeras outras pesquisas com essa temática.
Os resultados obtidos com esta pesquisa revelaram as principais regiões do corpo
acometidas por algias e/ou desconfortos osteomusculares em professores de educação infantil,
bem como sua intensidade no grupo participante do estudo.
Os dados levantados apresentaram-se como importantes indicativos das regiões do
corpo mais suscetíveis a disfunções osteomusculares e podem servir como base para
investigações mais profundas do público estudado, bem como para se traçar medidas
preventivas a esses distúrbios.
2. Epidemiologia ocupacional
A Associação Internacional de Epidemiologia (IEA) define epidemiologia como
“o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas
coletividades humanas”, do grego – EPI (sobre) e DEMOS (população). O objetivo desta
ciência é estudar a distribuição da morbimortalidade a fim de traçar o perfil de saúde-doença
nas coletividades humanas, apontar as causas e orientar as indicações dos meios de controle.
(KAWAMOTO, SANTOS & MATOS, 1995; ROUQUAYROL, ALMEIDA FILHO, 1999).
Infelizmente muitos nichos populacionais, como a classe trabalhadora, ainda
carecem de estudos incisivos, que tracem o perfil epidemiológico da saúde ocupacional e
apontem de forma eficiente quais as melhores formas de intervenção que minimize os agravos
advindos da relação entre o homem e sua atividade laboral (KAWAMOTO, SANTOS &
MATOS, 1995).
Dentre os estudos disponíveis quanto à ocorrência de DORT’s, evidencia-se uma
maior suscetibilidade da incidência de Distúrbios Osteomusculares em pessoas do sexo
feminino, por possírem um potencial de desenvolvimento muscular inferior ao dos homens,
menor número de fibras musculares, menor capacidade de armazenar e converter o glicogênio
em energia utilizável, também possuem ossos mais leves, mais curtos, com áreas de junção
mais curtas, influenciada ainda pelo uso de anticoncepcionais e a execução de trabalhos
domésticos após a jornada de trabalho (CARVALHO, 2001).
Segundo o MTE, no anuário de 2007, foram registrados 30.334 casos de doenças
ocupacionais em 2005, com 13.614 incapacitações permanentes. O setor da educação
notificou nos anos de 2001 a 2008, um aumento de 1 a 13 casos de acidentes de trabalho
anuais, e no ano de 2009, ainda em Setembro, já havia a ocorrência de 3 casos (MINISTÉRIO
DO TRABALHO, 2009).
É importante lembrar que os dados estatísticos em saúde ocupacional muitas vezes
não correspondem à realidade, pois muitos incidentes não são notificados, e os dados
levantados dizem respeito apenas aos brasileiros com trabalho formal regidos pela CLT, não
sendo contabilizadas as ocorrências envolvendo trabalhadores rurais, trabalhadores informais,
bem como servidores públicos, que no entanto, correspondem a mais de 50% da População
Economicamente Ativa (PEA) (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2009).
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3. O que são DORT’s?
Em todos os países há grande incidência da instalação de disfunções decorrentes
da prática profissional, os recentes estudos já apontam as doenças ocupacionais como a mais
nova epidemia mundial, dentre elas as principais disfunções são as osteomusculares
(SEVERO, PEZZINI e CATTELAN, 2006).
A denominação “Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho - DORT”
foi utilizada pela primeira vez pelo INSS na elaboração da “Norma Técnica para avaliação da
Incapacidade Laborativa em Doenças Ocupacionais”, publicado no Diário Oficial da União
em Julho de 1997, e desde então têm sido bem aceita e utilizada por muitos profissionais para
designar o conjunto de alterações osteomusculares sofridas pelo trabalhador decorrentes de
sua atividade laboral (DELIBERATO, 2002).
As DORT’s compreendem uma gama diversificada de patologias que se
apresentam sempre de forma gradual, com uma evolução progressiva, gerando perda
considerável da capacidade funcional laboral. Estas causam grandes prejuízos físicos e
financeiros para todos, para o trabalhador e sua família, para os empregadores, para a
sociedade e para a previdência social, se constituindo como um grande problema de saúde
pública, principalmente nos países industrializados (JAMES et. al. apud VERONESI, 2008).
4. Por que o termo DORT ?
Já houveram inúmeras formas de denominar as doenças ocupacionais de origem
musculoesqueléticas, como por exemplo, Lesões por Trauma Cumulativo (LTC), Síndrome
Regional de Origem Ocupacional, Lesões por Esforço Repetitivo (LER), Síndrome do uso
exagerado (overuse). No entanto, elas não designam de forma abrangente as doenças
ocupacionais de cunho musculoesquelético (DELIBERATO, 2002).
LER foi por muito tempo o termo mais usado para designar os traumas de origem
ocupacional, quase sempre esse termo foi atrelado à designação “Distúrbios Osteomusculares
Relacionadas ao Trabalho” (DORT), criando uma nova sigla que foi por muito tempo usada e
aceita - LER/DORT (DELIBERATO, 2002).
No entanto, ao se falar de LER, a idéia que se perpassa de forma errônea é a de
que as lesões só ocorrem pelo esforço repetitivo e de que, se cessassem a repetitividade
deixariam de ocorrer às lesões, o que não é verdade (VERONESI JUNIOR, 2008).
Nesse ínterim, o termo LER, instituído pelo INSS em 1993, foi alterado em suas
normas para DORT em 1998, instituindo-se como termo mais apropriado e abrangente, por
compreender melhor as inúmeras patologias osteomusculares de origem ocupacional
independente da causa ser por repetitividade, monotonia, posturas inadequadas ou qualquer
um dos muitos outros motivos existentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL;
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE NO BRASIL, 2001).
5. Fatores de risco ao aparecimento de DORT’s
Definir a causa da DORT é um processo complexo, uma vez que abrande diversos
fatores, incluindo hábitos diários, sobrecarga psicossocial, uso de drogas, herança genética,
entre outros. No entanto, está reconhecido o fato de que a exigência elevada, progressiva,
intermitente e repetitiva de uma atividade gera sobrecarga sobre os músculos, tendões, e
demais estruturas musculoesqueléticas, levando ao desenvolvimento de uma DORT
(VERONESI, 2008).
As DORT’s estão também intimamente relacionadas a situações de trabalho
ergonomicamente incorretas como, luminosidade insuficiente, ventilação precária, presença
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de muito ruído, vibração constante, mobiliário inadequado, posturas incorretas e a não
organização do ambiente de trabalho (VERONESI, 2008).
Dentre as muitas causas podemos citar ainda, a monotonia, a fadiga, a baixa
motivação e o estresse como importantes aspectos relacionados ao surgimento de doenças
ocupacionais. A utilização biomecanicamente incorreta dos seguimentos, o uso de força
excessiva, a manutenção prolongada de posturas incorretas, a repetitividade de um mesmo
padrão de movimento e a compressão mecânica de estruturas corporais, são também
importantes fatores predisponentes ao desenvolvimento de disfunções e lesões
musculoesqueléticas de origem ocupacional (OLIVEIRA, 2003).
6. Principais Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
O Ministério da Previdência Social (MPS) adotou em 1999, uma lista de doenças
que podem estar relacionadas ao trabalho, levando em consideração diversos trabalhos
científicos publicados, que determinam o nexo epidemiológico, ou seja, a freqüência da
ocorrência das patologias em decorrência da atividade profissional.
Dentre as patologias osteomusculares, entre as DORT’s, podemos citar:
Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0); bursites (CID 727.2/9): tendinite
do supraespinhoso (CID 726.1/3); tendinite bicipital (CID 726.2/1 ou 727.8/8); cistos
sinoviais (CID 727.4/5); dedo em gatilho (CID 727.0/2); contratura de Dupuytren (CID
729.4/0). Bem como as compressões de nervos periféricos: síndrome do Túnel do Carpo (CID
354.0/8); síndrome do canal de Guyon (CID 354.2/4); síndrome do Pronador Redondo (CID
354.1/6); síndrome do Desfiladeiro Torácico (CID 723.4/6); Síndrome da Tensão do Pescoço
ou Mialgia Tensional (CID 723.8/9).
7. Sintomatologia das DORT’s
As doenças ocupacionais englobam uma gama enorme de patologias que em geral
apresentam sintomas em comum entre elas e sintomas específicos inerentes a cada uma
(BARBOSA, 2009).
Os traumas cumulativos ocorrem devido à perda do equilíbrio fisiológico do
organismo, causam sintomas e padrões clínicos comuns como: fadiga, dor, rigidez, câimbra,
tremor e hipoestesia, acarretando inflamação e incapacitação de músculos, tendões, fáscias,
bursas e outras estruturas presentes no sistema osteomioarticularligamentar. (DELIBERATO,
2002; MANUAL DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2008).
Veronesi (2008) conceitua DORT como uma síndrome relacionada ao trabalho
que se caracteriza por um conjunto de sintomas concomitantes ou não, sendo eles: dor,
parestesia, sensação de peso ou fadiga, de aparecimento insidioso, que acometem
principalmente os membros e o dorso. São resultados da combinação de sobrecarga de
trabalho sobre o sistema musculoesquelético e ausência de tempo necessário para sua
recuperação.
No entanto, dentre todos os sintomas encontrados, o mais freqüente e incômodo é
a dor, que limita e causa grande sofrimento ao individuo, ela é uma desagradável experiência
sensorial e emocional, associada a um dano real ou potencial dos tecidos e estruturas
(CAILLIET, 1999).
A dor é também um dos primeiros sintomas sentidos pelo indivíduo, é o sinal de
alerta de que está havendo o uso funcional indevido ou sobrecarga, seu único propósito é
chamar atenção para o local da lesão e “avisar” de que está ocorrendo um processo danoso
para o organismo (CAILLIET, 1999).
Como resposta a sensação dolorosa, o indivíduo age protegendo e limitando o uso
funcional da estrutura acometida, por isso este sintoma é um importante indicador que deve
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ser levado em consideração na atuação fisioterapêutica, tanto no alívio das algias como em
um tratamento adequado a fim de se evitar lesões, disfunção e incapacitações (GOSS, FETTO
& ROSEN, 2005).
Dessa forma, a análise de ocorrência da dor é um importante meio de avaliar a
predisposição às situações de risco de danos à saúde, pois pode pressupor ainda em estágios
iniciais o aparecimento de lesões, proporcionando o levantamento de importantes dados e o
estudo a cerca das melhores medidas preventivas para minimização de condições
predisponentes ao aparecimento de disfunções e incapacitações, provisórias ou permanentes,
que prejudiquem o desempenho funcional do individuo (CAILLIET, 1999).
8. Diagnóstico da DORT
O diagnóstico da DORT é essencialmente clínico e baseia-se na anamnese
ocupacional, no exame físico meticuloso, nos exames complementares, como radiografias,
ultrassonografias, eletromiografia, ressonância e cintilografia, e na análise das condições
laborais através da visita ao local de trabalho (PEROSSI, 2001).
Nos Distúrbios Osteomusculares, as algias são um dos primeiros sintomas
relatados e quase sempre são desencadeados ou agravados pelo movimento, na maioria dos
casos há dificuldade em definir o tipo e a localização da dor, que costuma iniciar
gradualmente por uma região anatômica (punho, cotovelo e ombro, por exemplo), porém
acaba atingindo e irradiando para todo o membro. A sintomatologia dolorosa é agravada, em
geral, pelo uso do membro afetado, piorando com fatores como o frio, mudanças bruscas de
temperatura e o estresse emocional (PEROSSI, 2001).
De acordo com o INSS, as DORT’s são atualmente a segunda causa de
afastamento de trabalho em nosso país, é conhecida como doença do sofrimento, causa
incapacidade e afastamento por longo período ao trabalho, tanto em homens como mulheres
(OLIVEIRA, 2003).
9. Classificação das DORT’s
As DORT’s são classificadas de formas variadas por muitos autores, geralmente
em fases ou graus que variam de 1 a 4. Oliveira (2003) e Carvalho (2001) classificam da
seguinte forma:
a) Grau 1: O portador refere sensação de peso e desconforto do membro afetado, dor
espontânea localizada que surgem de forma esporádica durante a jornada de trabalho e sem
interferência na produtividade, é em geral, leve, fugaz, sem irradiação nítida e tem um
prognóstico bom;
b) Grau 2: A dor é mais persistente e intensa durante a jornada de trabalho, no entanto é
tolerável e permite o desempenho das funções laborais, mas com visível redução na
produtividade, pode estar mais localizada e acompanhada de parestesia e calor, com
irradiação, que surge até mesmo fora do ambiente de trabalho, o seu prognóstico é favorável;
c) Grau 3: A dor é persistente, mais forte, com irradiação bem definida, o repouso apenas
atenua a intensidade da dor, há perda de força, edema, hipertonia muscular, parestesia e
alterações da sensibilidade, queda na produtividade ou mesmo a impossibilidade da realização
das atividades laborais, seu prognóstico é indeterminado;
d) Grau 4: A dor é forte, intensa, contínua e as vezes insuportável, os movimentos acentuam a
dor, que é irradiada, com perda de força, dos movimentos, atrofias, o portador perde a
capacidade laboral e a invalidez se caracteriza, associados a esse quadro normalmente
ocorrem alterações psicológicas, como depressão, ansiedade e angústia. O prognóstico é ruim.
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10. Alterações osteomusculares mais frequentes em professores
Em relação aos professores, as lesões e alterações mais presentes são a protusão
da cabeça e dos ombros; as hiperlordoses cervicais e lombares; as algias vertebrais como a
cervicobraquialgia e a lombociatalgia; a bursite do ombro; a escoliose; as tendinites do punho
e as síndromes compressivas do complexo punho-antebraço (DELIBERATO, 2002).
As alterações supracitadas ocasionam dores, parestesias; limitações funcionais;
inflamação; diminuição da força muscular em tronco e membros inferiores; tensão muscular;
principalmente no pescoço e cintura escapular; retrações musculares e limitações articulares;
cãibras; cefaléia; problemas circulatórios; irritabilidade geral; estresse orgânico e mental
(DELIBERATO, 2002).
Estas sintomatologias causam disfunções e queda na performance profissional,
acarretando estresse físico e emocional desnecessário, lesando diretamente o trabalhador que
dispensará tempo e recursos financeiros para sua recuperação. Sem falar nos custos para a
sociedade que necessitará utilizar recursos públicos a fim proporcionar tratamento e amparo
financeiro a um trabalhador momentânea ou permanentemente improdutivo (OLIVEIRA apud
SILVA FILHO, 2008).
11. Questionário nórdico de sintomas osteomusculares e sua utilização em pesquisas
científicas.
Como método para avaliação das queixas álgicas têm-se utilizado de forma
satisfatória o Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) ou Questionário Nórdico de
Sintomas Osteomusculares (QNSO), que foi desenvolvido com a proposta de padronizar a
mensuração de relatos de sintomas osteomusculares e, assim, facilitar a comparação dos
resultados entre os estudos. Os autores desse questionário não o indicam como base para
diagnóstico clínico, mas para a identificação de distúrbios osteomusculares e, como tal, pode
constituir importante instrumento de diagnóstico do ambiente ou do posto de trabalho
(PINHEIRO, TRÓCCOLI e CARVALHO, 2001).
O NMQ ou QNSO se apresenta como um mapa esquemático compreendendo
todas as áreas anatômicas do corpo humano divididas da seguinte forma: membros superiores
que está subdividido em pescoço, ombros, braço, cotovelo, antebraço, punho/mão e dedos; e
três outras grandes regiões, dorsal, lombar e quadril/membros inferiores (PINHEIRO,
TRÓCCOLI e CARVALHO, 2001).
O questionário foi traduzido para diversos idiomas na última década, dando
origem a muitos estudos. O instrumento consiste em escolhas múltiplas ou binárias quanto à
ocorrência de sintomas (dor) nas diversas regiões anatômicas nas quais são mais comuns. O
respondente deve relatar a ocorrência dos sintomas considerando os 12 meses e os sete dias
precedentes à entrevista, bem como relatar a ocorrência de afastamento das atividades
rotineiras no último ano. (PINHEIRO, TRÓCCOLI e CARVALHO, 2001)
O questionário apresenta ainda questionamentos quanto a informações
sociográficas (sexo, idade, escolaridade, estado civil) e da caracterização do processo de
trabalho (tempo de atividade, jornada de trabalho, entre outras) (MELO 2007).
Apesar das limitações inerentes aos instrumentos de auto-avaliação, a
simplicidade e os bons índices de confiabilidade do NMQ indicam-no para utilização em
investigações epidemiológicas e estudos que busquem mensurar a incidência dos sintomas
osteomusculares (PINHEIRO; TRÓCCOLI e CARVALHO, 2002).
Muitas pesquisas têm utilizado este objeto de mensuração, como o estudo da
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul em campo Grande que identificou sintomas
osteomusculares relacionados ao absenteísmo em trabalhadores da cozinha de um hospital
público. Sendo que 89% dos entrevistados nessa pesquisa revelaram a incidência de queixas
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álgicas. Destes, as regiões citadas como de maior importância foram as do ombro com 53% de
relatos de ocorrência no último ano e 63% no pescoço, na última semana (MIRANDA et al.,
2008).
A mesma Universidade utilizou novamente o instrumento para avaliar sintomas
osteomusculares em trabalhadores do setor de limpeza, demonstrando uma incidência de 78%
de algias referente aos últimos 12 meses (pernas e joelho 46%) e 67,9% nos últimos sete dias
(63% nos quadris e coxas) (GALVAN et al., 2008).
A Universidade Estadual da Paraíba estudando sobre a prevalência de distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiões dentistas, através do questionário
nórdico pode comprovar em 68,9% de trabalhadores a existência de algias, assim distribuídas:
pescoço (58,1%), terço superior das costas (38,7%), ombro direito (29,0%), terços médio e
inferior das costas (25,8% cada um), mãos e dedos direitos (25,8%), ombro esquerdo (25,8%),
joelhos (22,6%) e o braço direito (16,2%) (BARBOSA et al., 2004)
Os resultados obtidos na Paraíba foram superiores aos demonstrados em Belo
Horizonte, onde se utilizando o mesmo método avaliativo, o QNSO, na mesma categoria de
trabalhadores, foi relatado um índice de 58% de queixas álgicas, no entanto inferiores aos
84,2% registrado entre os profissionais de São Luís-MA (BARBOSA et al., 2004)
Sintomas de distúrbios osteomusculares em bancários foram pesquisados pela
Universidade Federal de Pelotas, onde dos 502 bancários estudados, 60% mencionaram dor
músculo-esquelética no último ano, 43% referiram nos últimos sete dias, 19% tiveram que
evitar o trabalho devido às dores e 40% relacionaram esta dor com a atividade que realiza no
seu trabalho. (BRANDÃO, HORTA & TOMASI, 2005).
Podemos observar assim que o QNSO, desde que foi traduzido e validado para o
português vem sendo amplamente utilizado em pesquisas, demonstrando resultados confiáveis
na mensuração de sintomas osteomusculares. Contando com perguntas pertinentes que
possibilitam não só avaliar as queixas álgicas, com a localização e graduação de dor, bem
como traçar um perfil epidemiológico do profissional, através dos dados demográficos
coletados (PINHEIRO, TRÓCCOLI e CARVALHO, 2001).
12. Metodologia
Esse trabalho foi realizado através de uma pesquisa de campo para levantamento
de dados quantitativos. Foi dividido em quatro etapas: (1) sensibilização do público alvo; (2)
aplicação do questionário; (3) tabulação e análise quantitativa dos dados obtidos; e (4)
elaboração do relatório final.
A pesquisa abrangeu uma população de 23 (vinte e três) professores, de ambos os
sexos, independente da idade, estado civil ou condição sócio-econômica que compõe o corpo
docente da APAE - Associação de Pais e amigos dos Excepcionais, denominada Centro de
Educação Especial Humberto Frazão em Santarém.
Na primeira etapa do projeto foi feita a sensibilização do público alvo através de
visita à instituição e conversa com a direção a fim de obter autorização formal para o
desenvolvimento da pesquisa, e após a aprovação por parte do corpo administrativo agendou-
se outra visita para conversa com os docentes e aplicação dos questionários.
Essa nova visita foi realizada com intuito de reunir todos os professores em
horário e local convenientes, estabelecidos pela instituição pesquisada, para explicar os
objetivos da pesquisa, os métodos a ser utilizados, a sua relevância, as garantias da utilização
dos resultados para fins acadêmicos, do anonimato do participante, a liberdade para adesão ou
não à pesquisa, inclusive quanto a possibilidade de abandono da mesma em qualquer etapa do
processo, esclarecidos de forma oral e impressa através de um Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (TCLE).
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Antes da aplicação do questionário o participante concordou e assinou o TCLE
em duas vias, ficando uma em seu poder como garantia pessoal de seu consentimento e para
consulta quanto aos seus direitos quando se fizesse necessário, bem como para qualquer
eventual contato com os pesquisadores para esclarecimentos e nesse mesmo encontro foram
esclarecidos todos os pontos abordados no questionário e logo após procedeu-se a sua
aplicação de forma anônima.
Os únicos critérios de inclusão ou exclusão da pesquisa são a tácita aceitação
mediante assinatura do TCLE e o não preenchimento adequado e completo do questionário.
Sendo que 4 (quatro) dos questionários aplicados foram descartados devido ao preenchimento
incorreto ou dúbio.
O instrumento de coleta de dados utilizado na pesquisa foi um questionário
fechado, traduzido e validado por Pinheiro, Tróccoli e Carvalho em 2002 para o Brasil, o
Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) ou Questionário Nórdico de Sintomas
Osteomusculares (QNSO), que exibe um mapa com um esquema corporal representando
áreas distintas do corpo desta forma dividindo-as: pescoço, ombros, braço, cotovelo,
antebraço, punhos/mãos/dedos, região dorsal, região lombar e quadril/membros inferiores
(ANEXO A).
Para cada região o participante atribuiu um valor de 0 a 3, que mensurou
subjetivamente a existência de dor, dormência, formigamento ou desconforto, sendo que estes
valores representam respectivamente: (0) sem dor; (1) raramente; (2) com freqüência e (3)
sempre.
Os pesquisados relacionaram suas respostas aos últimos sete dias trabalhados e
aos últimos 12 meses, possibilitando avaliar-se a presença de um processo agudo ou crônico
de algias e/ou desconfortos.
O instrumento aplicado conta também com mais 4 perguntas que relacionam os
possíveis quadros álgicos com as atividades profissionais e pessoais do indivíduo, além de um
breve questionário com dados demográficos.
Resumidamente, através deste questionário foi possível verificar-se, mediante
respostas subjetivas, quais as principais regiões de incidência de dor ou desconforto com sua
graduação e qual sua relação com a atividade laboral exercida, segundo opinião dos
pesquisados, nos últimos sete dias e nos últimos doze meses trabalhados.
Após o levantamento dos dados, estes foram tabulados, analisados e expressos em
forma de gráficos, através do Software Microsoft Excel 2007, com os resultados expressos em
percentuais referentes a cada ponto analisado. Tais dados serviram como base para análise
indicativa da incidência de DORT`s entre os professores da escola em questão.
13. Resultados e discussão
A coleta de dados foi realizada através da aplicação do QNSO durante o mês de
Março de 2012 na sede da APAE de Santarém, com o total de 23 (vinte e três) professores
existentes na instituição, sendo que destes, apenas 19 (dezenove) foram selecionados para a
pesquisa, os demais foram excluídos com base nos critérios apresentados na metodologia,
desta forma os questionários válidos analisados correspondem a um percentual de 82% do
número total de professores.
Os dados serão apresentados e discutidos a seguir, é importante salientar que os
participantes do estudo poderiam citar quantos pontos julgassem necessários, de acordo com
sua sintomatologia.
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1) Considerando, os últimos 12 meses, você tem tido algum problema (tal como dor,
desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:
Gráfico 1 – Representação percentual das principais regiões incidentes de queixas álgicas em professores
da APAE de Santarém em relação aos últimos doze meses trabalhados
2) Considerando, os últimos 7 dias, você tem tido algum problema (tal como dor,
desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:
Gráfico 2 – Representação percentual das principais regiões incidentes de queixas álgicas em professores da
APAE de Santarém em relação aos últimos sete dias trabalhados.
Pode-se observar que as regiões mais incidentes de algias na amostra estudada são
pescoço/região cervical, região dorsal e lombar e quadril/membros inferiores com 47,4% dos
relatos em um ano e o mesmo percentual de queixas foram relatadas para a região do
pescoço/região cervical na última semana precedente a pesquisa, o que corrobora com o
mencionado por Deliberato (2008) em relação às principais queixas álgicas de professores.
Estes resultados também reafirmam os obtidos em outras pesquisas envolvendo
docentes, como a realizada na rede pública de ensino fundamental no interior do Estado de
São Paulo, abrangendo 212 professores , com a ocorrência de 90,4% de sintomas indicativos
52,6% 63,2% 68,4% 89,5% 84,2%
57,9% 52,6% 52,6% 52,6%
42,1% 31,6% 21,1%
10,5% 10,5%
26,3% 31,6% 26,3% 31,6%
5,3% 5,3% 5,3% 15,8% 15,8% 15,8% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 10,5%
Não Raramente Com freqüência Sempre
52,6% 63,2% 78,9%
100,0% 94,7% 68,4% 57,9% 63,2% 63,2%
31,6% 36,8% 10,5% 21,1% 31,6% 21,1% 15,8%
5,3% 5,3% 10,5% 5,3% 15,8% 15,8% 10,5% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3%
Não Raramente Com freqüência Sempre
10
0 de distúrbios osteomusculares no período de um ano e 64,3% de sintomas nos últimos sete
dias, que apontou a região lombar como a mais incidente com 63,1% de queixas no período
de um ano, seguida por 29,9 % na região dos ombros nos últimos sete dias (CARVALHO,
ALEXANDRE, 2006).
Outro estudo sobre a prevalência de quadros álgicos osteomusculares em
professores de uma escola de ensino fundamental no município de Florianópolis – Santa
Catarina demonstra que dos 11 professores estudados, 90,90 % sentiam dor na região lombar
e 63,60% na região cervical, ao longo de um ano (RAMOS, 2008).
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em pesquisa com uma amostra
de 242 docentes da rede básica municipal de ensino, demonstraram em 93% dos casos
sintomas osteomusculares no último ano e 63,2% nos últimos sete dias, sendo mais incidentes
na região dorsal com 58,7% das ocorrências (FERNANDES, ROCHA E COSTA-OLIVEIRA,
2009).
Dessa forma, os pontos dolorosos compreendidos neste estudo se mostram
semelhantes aos observados nas demais pesquisas desenvolvidas em outras regiões do país
utilizando-se o mesmo método, no entanto, em relação à existência da dor e/ou desconforto
verifica-se uma ocorrência inferior entre os professores da APAE de Santarém, em
comparação com as demais pesquisas, quando as queixas se mantêm entre 60 a 90% entre os
pesquisados e neste estudo demonstrou-se inferior a 50% tanto em relação aos últimos sete
dias quanto nos últimos doze meses precedentes à coleta dos dados.
Quando questionados a cerca da intensidade da dor e/ou desconforto, em relação
aos 12 meses anteriores, foi relatado uma ocorrência maior da resposta “raramente” e quando
a pergunta foi sobre aos últimos 7 dias, houve uma variação maior entre “raramente”, “com
freqüência” e “sempre”.
Estas respostas podem sugerir que os processos álgicos ocorrem nesse grupo de
forma crônica, uma vez que a dor ou desconforto são citados nos mesmos locais tanto nos
últimos 12 meses quanto na última semana. No entanto, em relação à última semana a
intensidade da dor relatada tem uma maior variação, o que pode sugerir processos constantes
de agudização das queixas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
3) Durante os últimos 12 meses, você foi impedido de realizar suas atividades (trabalho,
esportes, trabalho em casa...) por causa do seu problema?
Gráfico 3 – Representação percentual dos impedimentos à realização de atividades devido às queixas
álgicas de docentes da APAE de Santarém em relação aos últimos doze meses trabalhados.
94,7%
94,7%
94,7%
100,0%
100,0%
100,0%
84,2%
89,5%
100,0%
5,3%
5,3%
5,3%
15,8%
10,5%
Pescoço / Região Cervical
Ombros
Braços
Cotovelos
Antebraços
Punhos / Mãos / Dedos
Região Dorsal
Região Lombar
Quadril / Membros inferiores
Não Sim
11
0 4) Considerando suas respostas ao quadro anterior, em que caso(s) você acha que os
sintomas estão relacionados ao trabalho que realiza? (é possível assinalar mais que um
item).
Gráfico 4 – Representação percentual da relação entre as algias e o trabalho dos professores da APAE
de Santarém em 2012.
Com as respostas coletadas nas questões anteriores, observa-se que os quadros
álgicos das regiões dorsais e lombares são mais incapacitantes, segundo a opinião dos
pesquisados, que fazem uma relação maior entre esses sintomas e o impedimento à prática da
atividade laboral desempenhada, o que reforça o evidenciado por Deliberato (2008), confirma
os estudos realizados em São Paulo por Carvalho & Alexandre (2006) e no Rio Grande do
Norte por Fernandes, Rocha e Costa-Oliveira (2009) quando falam dos sintomas
osteomusculares mais comuns em professores.
Em vista disso, devem-se considerar relevantes as queixas existentes quanto ao
impedimento para realização das atividades laborais, pois são importantes indicativos de
distúrbios osteomusculares que podem comprometer o desempenho profissional do indivíduo,
como indicado pelo Ministério da Saúde (2005) em seu Manual sobre DORT’s.
Estes fatores devem ser levados em consideração, pois como apresentado no
gráfico de número 6, já existem entre o público estudado diagnósticos clínicos de DORT.
5) A seguir, assinale a(s) alternativa(s) que representam atividade que faz(em) parte do seu
dia-a-dia (é possível assinalar mais que uma alternativa):
63,2%
10,5%
5,3% 10,5%
26,3% 10,5%
Nenhum deles
Problemas nos ombros
Problemas nos cotovelos
Problemas nos punhos / mãos / dedos
Problemas na região lombar
Estão relacionados
Estão relacionados
84,2%
5,3%
21,1%
31,6%
5,3%
57,9%
5,3%
Atividades domésticas
Tocar instrumento musical
Trabalhos manuais
Usar computador fora do trabalho
Praticar tênis, squash ou outra atividade física…
Cuidar de crianças em idade pré-escolar
Nenhuma das anteriores
Atividades Extras
Atividades Extras
12
0 Gráfico 5 – Representação percentual das atividades extras desenvolvidas no dia-a-dia por professores da
APAE de Santarém em 2012.
6) Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela(s) que corresponda(m) a diagnóstico(s)
que você tenha recebido de algum médico, nos últimos 12 meses:
Grafico 6 – Representação percentual dos diagnósticos de patologias recebidos por professores da
APAE de Santarém nos últimos 12 meses.
De acordo com os dados demográficos coletados através do QNSO, temos os
seguintes resultados:
Gráfico 7 - Representação percentual da distribuição de sexo entre os
professores da APAE de Santarém em 2012.
0,0%
5,3%
15,8%
0,0%
5,3%
0,0%
0,0%
10,5%
0,0%
68,4%
Hipotireoidismo
Artrite
Diabetes
Fibromialgia
Hérnia de Disco
Cãimbra do Escrivão
Gota
LER / DORT
Fraturas ou lesões acidentais
Nenhuma das Anteriores
Casado / vive
maritalmente
84,2%
Solteiro 15,8%
Feminino 89,5%
Masculino 10,5%
13
0 Gráfico 8 - Representação percentual do estado civil entre os professores da
APAE de Santarém em 2012.
Gráfico 9 - Representação percentual da faixa etária entre os professores da
APAE de Santarém em 2012.
Gráfico 10 - Representação percentual da escolaridade entre os
professores da APAE de Santarém em 2012.
O perfil dos professores desta instituição é constituído por pessoas do sexo
feminino, com uma faixa etária entre 36 e 50 anos, casadas que possuem nível superior
completo. Tais dados são semelhantes aos encontrados em pesquisas realizadas em outras
regiões do país.
A Revista Baiana de Saúde Pública apresentando dados referentes ao CESAT –
Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador, no período entre 1991 e 2001, relatou o
atendimento de 235 professores, com média de idade de 42 anos, 97% do sexo feminino,
apresentando 66% de incidência de doenças ocupacionais, 26% por distúrbios
osteomusculares (PORTO et al., 2007).
Pesquisa envolvendo docentes da rede pública de ensino fundamental no interior
do estado de São Paulo, abrangendo 212 professores, demonstrou que 99,4 % dos professores
eram do sexo feminino, com idade média de 40 anos (CARVALHO & ALEXANDRE, 2006).
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em estudo com uma amostra de
242 docentes da rede básica municipal de ensino, revela que 81,7% eram do sexo feminino,
em idade média de 43 anos (FERNANDES, ROCHA & COSTA-OLIVEIRA, 2009).
Carvalho (2001), em Belo Horizonte, demonstrou uma maior incidência de
DOR’T, em professores com idade entre 30 a 39 anos (54,5%), seguida dos 20 a 29 anos
(36,3%), representando um percentual de 90,8% do total de ocorrências, sendo a média de
idade de acometimento os 35 anos.
Segundo dados do Ambulatório de LER/DORT do Instituto de Ortopedia e
Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, entre Março de 1993 a Dezembro de 1998, demonstra que dos 390 doentes com
DORT, 91,8% eram do sexo feminino e a média de idade era de 38,5 anos (RODRIGUES,
2004)
Desde 20 até 35 anos
15,8%
Desde 36 até 50 anos
57,9%
Acima de 50 anos 26,3%
Ensino médio 5,26%
Ensino superior
incompleto 26,32% Ensino
superior completo 52,63%
Especialista 15,79%
14
0
No Núcleo de Referência em Doenças Ocupacionais da Previdência Social de
Belo Horizonte (NUSAT), mais de 70 % dos casos de DORT atendidos são de mulheres e a
maior incidência ocorre em trabalhadores entre 30 e 39 anos de idade (RODRIGUES, 2004)
Todos os dados supracitados, obtidos em pesquisas realizadas em diversas regiões
do país, demonstram que a maior incidência de distúrbios osteomusculares ocorre em
professoras de meia idade o que é reforçado através deste estudo.
Gráfico 11 - Representação percentual do tempo de atuação profissional
dos professores da APAE de Santarém em 2012.
Gráfico 12 - Representação percentual da carga horária de trabalho dos
professores da APAE de Santarém em 2012.
Gráfico 13 - Representação percentual da incidência de realização de
atividade profissional extra entre os professores da APAE de
Santarém em 2012.
Menos de 6 horas 10,5%
6 horas 10,5%
8 horas 52,6%
Mais que 8 horas 26,3%
Menos de 6 anos 5,3% Desde 6
até 10 anos 26,3%
Desde 11 até 15 anos
10,5%
Desde 16 até 20 anos
15,8%
Desde 21 até 25 anos
31,6%
Desde 26 até 30 anos
10,5%
Sim 10,5%
Não 89,5%
Sim 31,6%
Não 68,4%
15
0
Gráfico 14 - Representação percentual da incidência da prática de
atividade física regular entre os professores da APAE de Santarém em
2012.
De acordo com a Revista Baiana de Saúde Pública, o CESAT – Centro de Estudos
da Saúde do Trabalhador, entre 1991 e 2001, no atendimento de 235 professores verificou que
estes em média já praticavam a mesma profissão a 14 anos (PORTO et al., 2007).
Pesquisas envolvendo docentes da rede pública de ensino fundamental no interior
do estado de São Paulo verificaram a média de 15 anos de profissão entre os pesquisados, o
que corrobora com a pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
que demonstra uma atuação profissional em média de 18 anos (FERNANDES, ROCHA E
COSTA-OLIVEIRA, 2009; CARVALHO & ALEXANDRE, 2006).
Em comparação aos demais estudos verificaram-se neste uma ocorrência maior de
anos de prática docente, apresentada entre 21 a 25 anos entre os pesquisados, que
desenvolvem seu trabalho em uma carga horária de trabalho de 8 horas diárias.
Quanto às atividades laborais extras, foram negadas pela quase totalidade dos
pesquisados, relatando dessa forma, realizarem apenas a prática docente e dentre as atividades
extra-laborais (gráfico 5), as mais citadas são as atividades domésticas e o cuidado de
crianças.
Outro dado relevante colhido através deste estudo foi a respeito da prática de
atividade física regular que foi mencionada pela minoria dos participantes. A idade do
profissional, o tempo de serviço e a carga horária trabalhada, aliados ao sedentarismo são
fatores preocupantes, pois a dinâmica profissional do professor requer exigências tanto
mentais quanto físicas, e o corpo e a mente devem estar saudáveis e condicionados para tais
exigências (LIMA, 2005).
A prática de atividade física contribui para o condicionamento cardiorrespiratório
e musculoesquelético, alivia a tensão, o estresse e a fadiga, preparando o indivíduo para a
prática laboral (POLITO & BERGAMASH, 2003).
Dessa forma, o público apresentado, com décadas ligados à mesma atividade
profissional, realizada por longo período diário e sem um condicionamento adequado, fica
mais propício à patologias como os Distúrbios Osteomusculares. Também as atividades extra
laborais são fatores importantes para o desenvolvimento de DORT`s, sendo o público
composto por mulheres, casadas, de meia idade, presume-se uma carga de trabalho doméstico
que pode aumentar os riscos de acometimentos osteomusculares (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2005).
No entanto, os dados expostos não são conclusivos quanto à ocorrência de
DORT’s, apenas revelam uma predisposição a essas patologias e alertam para a necessidade
de investigações mais profundas. Uma vez que o questionário utilizado é uma ferramenta
subjetiva e não pode por si só afirmar a existência ou não desses distúrbios.
Doravante o questionário serviu ao objetivo proposto pela pesquisa, de indicar as
principais queixas álgicas indicativas de DORT, alertando a necessidade de aliar esses dados
importantes, porém subjetivos, à formas objetivas e específicas de avaliação e diagnóstico,
como a análise ergonômica do ambiente de trabalho e a própria avaliação clínica e física do
trabalhador por um profissional capacitado. Pois dessa forma, será possível realizar o
diagnóstico clínico funcional de DORT e consequentemente traçar metas de prevenção e
reabilitação.
14. Conclusão
16
0
Muitos estudos relatam um alto índice de distúrbios ocupacionais acometendo os
professores, dentre eles podemos destacar os osteomusculares como um dos maiores em
incidência.
Com os resultados obtidos nessa pesquisa pudemos fazer uma analogia entre o
relato de queixas dos professores estudados em outras regiões do país com a dos professores
envolvidos nesta pesquisa, e assim comprovar a semelhança entre os cenários apresentados.
As regiões anatômicas acometidas são as mesmas referidas tanto por este público
quanto pelos outros. No entanto, revelou-se entre a população estudada uma intensidade
menor nas queixas apresentadas.
Apesar da incidência não demonstrar-se alta e a intensidade das dores e/ou
desconfortos serem relativamente baixas, os dados demográficos e ocupacionais nos chamam
a atenção, pois através deles podemos observar que embora as queixas sejam leves, existem
fatores associados que complicam tal cenário, como, o longo tempo de carreira docente, a
extensa carga horária diária de trabalho, a média de idade do profissional, as atividades extra
laborais e o sedentarismo, que são agravos preocupantes na predisposição ao surgimento de
distúrbios orgânicos, como os osteomusculares.
Salientamos a necessidade de um número maior de pesquisas a cerca do tema
abordado, com a utilização de métodos diversos e comparativos, a fim de se obter resultados
ainda mais fidedignos.
Sugerimos ainda a realização de um estudo mais abrangente na instituição
pesquisada, que possibilite através deste obter-se um diagnóstico da saúde ocupacional dos
docentes envolvidos e que possa embasar medidas preventivas aos possíveis agravos
osteomusculares.
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Anexo A – Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO)
Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares – QNSO
Com base na figura humana ilustrada abaixo, você deverá registrar a freqüência em
que tem sentido dor, dormência, formigamento ou desconforto nas regiões numeradas do
desenho do corpo.
( 0 ) Não ( 1 ) Raramente ( 2 ) Com freqüência ( 3 ) Sempre
Exemplo: considerando os 12 últimos meses, você tem tido algum problema (tal como
dor, desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:
Se você tem sentido dores no pescoço com freqüência, você deverá assinalar o
número 2:
1. Pescoço? 0 1 2 3
1) Considerando, os últimos 12 meses, você tem tido algum problema (tal como dor,
desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:
1. Pescoço / Região Cervical? 0 1 2 3
2. Ombros? 0 1 2 3
3. Braços? 0 1 2 3
4. Cotovelos? 0 1 2 3
5. Antebraços? 0 1 2 3
6. Punhos / Mãos / Dedos? 0 1 2 3
7. Região Dorsal? 0 1 2 3
8. Região Lombar? 0 1 2 3
9. Quadril / Membros Inferiores 0 1 2 3
2) Considerando, os últimos 7 dias, você tem tido algum problema (tal como dor,
desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:
1. Pescoço / Região Cervical? 0 1 2 3
2. Ombros? 0 1 2 3
3. Braços? 0 1 2 3
4. Cotovelos? 0 1 2 3
5. Antebraços? 0 1 2 3
6. Punhos / Mãos / Dedos? 0 1 2 3
7. Região Dorsal? 0 1 2 3
8. Região Lombar? 0 1 2 3
9. Quadril / Membros Inferiores 0 1 2 3
3) Durante os últimos 12 meses, você foi impedido de realizar suas atividades (trabalho,
esportes, trabalho em casa...) por causa do seu problema?
1. Pescoço / Região Cervical? Sim Não
2. Ombros? Sim Não
3. Braços? Sim Não
4. Cotovelos? Sim Não
5. Antebraços? Sim Não
6. Punhos / Mãos / Dedos? Sim Não
7. Região Dorsal? Sim Não
8. Região Lombar? Sim Não
9. Quadril / Membros Inferiores Sim Não
4) Considerando suas respostas ao quadro anterior, em que caso(s) você acha que os sintomas
estão relacionados ao trabalho que realiza? (é possível assinalar mais que um item).
. 1 . Nenhum deles . 6 . Problemas nos antebraços
. 2 . Problemas no pescoço/região cervical . 7 . Problemas nos punhos/mãos/dedos
. 3 . Problemas nos ombros . 8 . Problemas na região dorsal
. 4 . Problemas nos braços . 9 . Problemas na região lombar
. 5 . Problemas nos cotovelos . 10. Problemas no quadril/membros inferiores
5) A seguir, assinale a(s) alternativa(s) que representam atividade que faz(em) parte do
seu dia-a-dia (é possível assinalar mais que uma alternativa):
. 1. Atividades Domésticas (lavar ou passar roupa, limpar casa, lavar louça, etc...)
. 2. Tocar Instrumento Musical
. 3. Trabalhos Manuais (tricô, crochê, escrita freqüente, etc)
. 4. Usar Computador Fora do Trabalho
. 5 Praticar Tênis, Squash ou Outra Atividade Física com Utilização dos Membros
Superiores
. 6. Cuidar de Crianças em Idade Pré-escolar
. 7. Nenhuma das Anteriores
6) Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela(s) que corresponda(m) a diagnóstico(s)
que você tenha recebido de algum médico, nos últimos 12 meses:
. 1. Hipotireoidismo . 6. Cãibra do Escrivão
. 2. Artrite . 7. Gota
. 3. Diabetes 8. LER / DORT(doença ocupacional relacionada ao
trabalho)
. 4. Fibromialgia . 9. Fraturas ou Lesões Acidentais
. 5. Hérnia de Disco . 10 Nenhuma das Anteriores
Dados Demográficos (não coloque seu nome)
Data do preenchimento: ______/______/____________
1) Sexo: ( ) feminino ( ) masculino
2) Estado civil: ( ) casado/vive maritalmente ( ) solteiro
3) Idade: _________anos
4) Escolaridade: ( ) Até o 2º grau ( ) Superior incompleto ( ) Superior
completo
( ) Especialista ( ) Mestrado ( ) Doutorado
5) Especialidade (s):
_________________________________________________________________
6) Há quantos anos você trabalha como professor?
______________________________________
7) Em média, você trabalha por dia: ( ) 6 horas ( ) 8 horas ( ) mais
que 8 horas
8) Você fuma ou fumava a um ano atrás? ( ) sim ( ) não
9) Você é: ( ) destro ( ) canhoto ( ) ambidestro
10) Você tem alguma outra atividade profissional: ( ) sim ( ) não
Qual?______________
11) Você realiza algum tipo de atividade física regularmente (três ou mais vezes por
semana, com no mínimo 30 minutos de duração)? ( ) sim ( ) não
Qual?________________________