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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino,
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Estratégias de combate ao tabagismo: a tentativa de um fazer interdisciplinar
Jussara De Bortoli Universidade Estadual do Centro- Oeste do Paraná, [email protected]
Caroline Guisantes De Salvo Toni Universidade Estadual do Centro- Oeste do Paraná, [email protected]
Silvana Maria Sasso Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, [email protected]
Veridiana Lúcia Stachowski Kuss Universidade Estadual do Centro- Oeste do Paraná, [email protected]
Eixo temático: Conhecimento Interdisciplinar
1 Introdução
1.1 Interdisciplinaridade e tabaco
Em termos conceituais ainda não há um consenso firmado sobre a temática interdisciplinaridade,
embora Leis (2005) acredite que a procura por uma definição unívoca deva ser rejeitada, uma vez que
realizar esta tarefa não seria algo propriamente interdisciplinar, mas sim disciplinar.
Segundo Gomes e Deslandes (1994), a interdisciplinaridade não é uma perspectiva inteiramente nova
diante da construção do conhecimento. Seu debate, atualmente, é constante e aparentemente uma discussão
amplamente aceita, visto a complexidade da sociedade e da cultura, a proliferação do conhecimento, que se
encontra cada vez mais fragmentado, exigindo assim uma análise mais integrada e completa.
A partir desta perspectiva, entende-se que a interdisciplinaridade, tal como é como proposta por
Batista (2006), traz uma contribuição para a produção científica contemporânea, ao contemplar as
intersubjetividades e o respeito às diferenças existentes diante de múltiplos olhares e copreensões acerca de
um determinado objeto. Parafraseando Gomes e Deslandes (1994), ela pode ser definida como uma
perspectiva de diálogo e interação entre as disciplinas de tal forma que elas saiam enriquecidas, bem como,
conduz a uma reflexão profunda a respeito do conceito de ciência e possibilita o resgate da unidade de seu
objeto de estudo na busca de um fazer coletivo.
Levando em consideração o que os autores apontam sobre a interdisciplinaridade, compreende-se
que sua aplicabilidade torna-se indispensável no campo da saúde pública, mas precisamente, frente a
complexidade do tabagismo. Compreendê-lo exige, necessariamente, a consideração de inúmeros aspectos
interligados em sua determinação. Envolve o estudo de fatores psicológicos, sociais, biológicos, e, também
questões socioeconônicas, educacionais e culturais, tanto no que se refere à sua instalação, como em sua
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manutenção ou abandono (SEABRA, FARIA e SANTOS, 2011). Portanto, é imprescindível a integração de
conhecimentos e de ações que favoreçam o combate ao tabagismo, desafio que hoje mundialmente se
assume em prol da saúde da população. Sendo assim, cabe salientar algumas concepções indispensáveis a
compreensão do tabagismo.
Durante muitos séculos o tabaco foi difundido como dotado de potencialidades medicinais, capaz de
curar doenças, tais como reumatismo, doenças do fígado e intestino (BRASIL, 2001). Além disso, Guerreiro
(2002), Bordin, Figlie e Laranjeira (2004), apontam que os primeiros estudos médicos sobre o tabaco, que
datam de 1964, não o consideravam como vício, mas sim como um estilo de vida, um símbolo relacionado a
status e independência na sociedade. Dessa maneira o ato de fumar era reforçado pela propaganda, sendo
que os seus consumidores não eram, de acordo com Angerami-Camon (2003), foco de atenção dos
programas de saúde pública. Em contrapartida, o tabagismo é visto hoje pelo Instituto Nacional de Câncer
(INCA) como uma doença, a qual é tida como resultado da dependência à nicotina. Esta é considerada pela
Organização Mundial da Saúde (2006), por Balbani e Montovani (2005) e por Franken, et al. (1996) como
um componente psicoativo do cigarro que causa diversos efeitos, dentre eles, mudança de humor, redução
do estresse, melhora no desempenho, aumento na atenção e na concentração, melhora na memória, redução
da ansiedade, supressão do apetite e outros.
Embora produza os efeitos anteriormente mencionados, os quais podem ser usados como
justificativas por muitas pessoas para manter o vício, a nicotina ocasiona depois de um período de uso a
dependência física, e assim o organismo necessita desta substância para que o metabolismo se processe. De
acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), que foi elaborada em 1974:
(...) “a dependência de drogas é um estado mental e, muitas vezes, físico, que resulta da interação
entre um organismo vivo e uma droga. Caracteriza-se por um comportamento que sempre inclui uma
compulsão de tomar a droga para experimentar seu efeito psíquico e, as vezes, evitar o desconforto
provocado por sua ausência”.
Nesta perspectiva, Graeff (1989) e Graeff e Guimarães (2001) afirmam que para se configurar como
potencial de induzir dependência é necessário que haja uma auto-administração da droga pelo indivíduo, e
que esta seja seguida de sensações de prazer e de alívio das tensões desagradáveis, o que acontece no caso
da nicotina. Na concepção de Carvalho (2000), a dependência é considerada como um processo complexo
que envolve uma série de fatores relacionados à personalidade, comportamento e aspectos culturais e
sociais.
Atrelado a este contexto, a OMS (2006) salienta que o tabaco é facilmente absorvido e atinge o
sistema nervoso central conectando-se aos receptores de acetilcolina nicotínicos (nAChR). Desta maneira,
Franken, et al., (1996) apontam que no cérebro os efeitos da nicotina podem estar relacionados a várias vias
neuroquímicas e diferentes receptores, uma vez que esta substância age como agonista da acetilcolina,
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noradrenalina, vasopressina, beta endorfinas. Além desses efeitos, a nicotina aumenta as concentrações de
dopamina em algumas áreas especificas, dentre elas, no núcleo accumbens e na amígdala, ou seja, a nicotina
ativa a via da recompensa no sistema dopaminérgico meso-corticolímbico, fato que inclui o mecanismo de
dependência de todas as drogas (DETONI, 2006; FRANKEN, ET AL., 1996).
Ainda sobre o caráter de recompensa, este pode implicar em alguns aspectos importantes que estão
ligados a dependência psicológica das drogas. O primeiro diz respeito a administração da droga pelo próprio
individuo, o que nas palavras de Graeff (1989, p. 104) relaciona-se com as teorias de aprendizagem, pois é
necessário que os comportamentos que levam a auto- administração sejam reforçados, por aquilo que a
droga proporciona de prazeroso, para que voltem a ocorrer futuramente e assim sejam mantidos. Além disso,
os princípios gerais das teorias de aprendizagem apontam que as recompensas imediatas são mais eficazes
para reforçar o comportamento do que recompensas postergadas ou punições. E no caso da nicotina, a
primeira é a que prevalece, já que como foi mencionado anteriormente, após administrada ela chega
rapidamente ao cérebro proporcionando também coisas boas ao indivíduo.
Graeff (1989) afirma que o mesmo princípio salientado pode ser usado para compreender o fato de os
indivíduos continuarem a usar drogas, apesar dos prejuízos ocasionados por estas, ou seja, as consequências
que são danosas ocorrem tarde demais para terem um efeito punitivo e assim acabam fazendo com que o
indivíduo as tolere e continue fumando.
Outro fator importante que diz respeito ao comportamento de fumar, é que este pode ter como
consequência um reforço negativo ao reduzir as sensações de desconforto, que aparecem tanto na aquisição
do vício como também na retirada da droga, após seu uso prolongado (GRAEFF, 1989; GRAEFF e
GUIMARÃES, 2001).
Apesar dos aspectos supracitados serem de suma importância para se compreender o processo de
dependência das drogas, eles não devem ser os únicos a serem considerados, uma vez que deve se
acrescentar, segundo Graeff e Guimarães (2001), a hipótese de que haja na fase de manutenção da
dependência um processo denominado de formação de hábito. Este é diferente do reforço, e responsável
também pela resistência a extinção e a punição, ou seja, responsável pela dificuldade do indivíduo em
abandonar o vício. A formação de hábito está relacionada a associações do tipo clássico, que envolvem
estímulos e respostas, ou seja, abarcam estímulos ambientais, os quais estão presentes no momento em que a
droga é consumida e comportamentos de busca e auto-administração. Portanto, está ligada a dependência
psicológica, que é causada pelo tabaco e que se caracteriza pelo sentido ou função atribuída ao cigarro pelos
fumantes (INCA, 2004).
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Marlatt e Gordon (1993) apud Karkow, Caminha, Benetti (2005) salientam que o uso de drogas por
humanos recebe também influência de fatores de aprendizado social e de modelagem. Estes
comportamentos, denominados aditivos, são considerados como “maus hábitos”, porém passiveis de serem
analisados e modificados através da aplicação de procedimentos de novos aprendizados. Dessa forma têm-se
como objetivo, para a mudança, observar os determinantes que mantém o hábito, a busca de informações
sobre as consequências deste, bem como uma compreensão dos efeitos que são reforçadores. O interesse
pelas relações sociais e interpessoais vivenciadas pelo fumante antes e depois de assumir seu
comportamento aditivo também são fundamentais e devem ser levadas em conta nesse processo.
Discorrido algumas formas de compreensão da dependência ocasionadas pelo cigarro, é importante
salientar que a falta do componente do tabaco, denominado nicotina, provoca no organismo a chamada
síndrome de abstinência, a qual segundo Sopezki, et al., (2007) pode desencadear ansiedade, irritabilidade,
tensão, dificuldade de concentração, desejo intenso de fumar e outros. Além desses, a nicotina induz
tolerância, que se caracteriza de acordo com Nunes (2006), pela necessidade de doses progressivamente
maiores para obter o mesmo efeito, visto que leva à redução dos sintomas que foram verificados
inicialmente, ou seja, as sensações de sudorese e náusea que são produzidas pelo primeiro cigarro
consumido tendem a desaparecer nos cigarros subsequentes fazendo com que a pessoa queira fumar mais e
mais.
Ainda sobre os efeitos relacionados ao cigarro, Angerami-Camon (2003) e Nunes (2006) consideram
que há uma relação, entre a dose de nicotina ingerida, o tempo que ela age no organismo e a resposta que
produz, a qual não é linear, ou seja, o aparecimento de doenças remetidas ao uso do tabaco nem sempre
surge logo após o seu uso, com exceção de tosses, pigarros e outras manifestações.
1.2 Tratamento
A despeito de tais dados, as intervenções visando o tratamento do tabagismo são vistas como um
desafio, não só pelos pacientes mais também pelos profissionais. Atrelado a isso, têm-se a dificuldade de
trabalhar com os fumantes, pois muitos dos que procuram parar de fumar nem sempre buscam ajuda
motivados por vontade própria, mas sim por pressão familiar, pela necessidade diante do recebimento de um
diagnóstico de doença relacionado ao vício, ou por outras questões (SOPEZKI, et al., 2007).
Antes de qualquer exposição de ideias sobre as formas de tratamento ao tabagismo é importante
salientar que de acordo com Presman, Carneiro e Gigliotti (2005), durante muito tempo os diversos
profissionais da saúde não sabiam escolher qual era o melhor tratamento para um fumante, sendo que muitos
se orientavam a partir de seu trabalho e de suas crenças pessoais, baseadas apenas em observações.
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Tampouco se conseguia estabelecer um bom controle sobre a qualidade destas práticas visto a falta de
comprovação científica. Contudo essa situação vem sendo modificada pelo avanço da ciência clínica, a qual
possibilita uma prática baseada em suas evidências.
Portanto, atualmente são frequentes e produzem mudanças significativas, os programas de tratamento
ao tabagismo. No Brasil estes, estão vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), e são encontrados nos
diversos municípios, contribuindo desta forma, para que seja atingida a meta de controlar essa epidemia no
país (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE- INCA, 2012).
É possível também observar que departamentos de cardiologia e oncologia de diversos hospitais
promovem grupos para auxiliar indivíduos que querem e precisam parar de fumar, e pelos mais variados
motivos não conseguem. De maneira geral, estes grupos são conduzidos por cardiologistas, psicólogos e
enfermeiros, que além de esclarecerem aspectos a cerca dos malefícios advindos do tabaco, dimensionam os
eventuais problemas psicológicos que possam estar dificultando o abandono do mesmo. Sendo assim, a
condução do tratamento é baseada tanto em informações médicas quanto em aparatos psicológicos, dando
suporte não apenas físico para estes pacientes, mas também escora emocional (ANGERAMI-CAMON,
2003). Nesse sentido, para Scornavacca, et al. (2012) o psicólogo é visto como aquele que deve atuar
prezando o desenvolvimento do autocontrole e consequentemente a autonomia do indivíduo, para que este
consiga escapar do vício, promovendo a mudança do seu próprio comportamento.
De acordo com os autores Marques, et. al., (2001), a intervenção psicológica breve, um modelo
estruturado e simples, pode ser aplicada no tratamento do tabagista e utilizada em qualquer nível de atenção
à saúde. Estes autores acreditam que o referencial teórico mais recomendado é a terapia comportamental, e a
abordagem mais empregada é a grupal, podendo abarcar até vinte e cinco participantes, considerada assim
de baixo custo. De início é realizada uma entrevista individual com cada participante, direcionada para a
história do vício, gravidade do consumo, comorbidades relacionadas ao tabaco, se houve recaídas anteriores,
bem como, para avaliar o grau de motivação para o tratamento. Este pode ser estruturado por quatro ou
cinco sessões, nas quais são discutidas algumas questões, como os riscos causados pelo uso do tabaco, o uso
da terapia de reposição de nicotina como parte do tratamento, estratégias de manutenção da abstinência e o
acompanhamento após a alta. É válido salientar que a rede social ou familiar também pode ser inserida nesta
forma de tratamento (MARQUES, et al., 2001).
Outro importante referencial teórico que pode embasar o tratamento do comportamento tabagista é a
terapia cognitivo-comportamental. Esta possui praticamente a mesma base teórica que a anterior, é breve,
focal e estruturada em três níveis: a modificação do comportamento de uso e dos pensamentos automáticos
disfuncionais, a resolução dos problemas associados e o reajuste social e ambiental (MARQUES, et al.,
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2001). De acordo com o INCA, o qual utiliza esta abordagem nos seus programas de combate ao tabaco, ela
tem como objetivo auxiliar o fumante a desenvolver habilidades que contribuirão para que ele permaneça
sem fumar. Dentre estas, ingerir muita água, ter sempre consigo algo para mastigar, como uma bala ou
chiclete dietético, fazer atividades físicas e ter o hábito de respirar fundo para relaxar (BRASIL, 2004).
Contudo para que este comportamento aditivo do tabagista seja modificado, autores como Prochaska
e Di Clemente (1982) apud Piccoloto, Piccoloto e Wainer (2007) partem do princípio de que a motivação é a
peça principal para a efetivação da mudança. Esta motivação é conceituada como um estado de prontidão ou
disposição, podendo variar conforme o tempo, o contexto e as contingências. Apesar de ser um estado
interno, a motivação pode ser influenciada por fatores externos, tanto positiva quanto negativamente. Sendo
assim, ela é entendida como algo que pode ser desenvolvida e encorajada pelo terapeuta, o qual para tanto,
deve ser empático às dificuldades e ambivalências do paciente, visto que estas são consideradas naturais ao
processo de mudança.
Levando em consideração as abordagens mencionadas, é importante salientar que tanto o
tratamento individual quanto o em grupo, empregam praticamente as mesmas técnicas. Contudo o último
apresenta vantagens no que se refere ao suporte social e em proporcionar discussões e troca de experiências.
Além disso, no grupo há o comprometimento não somente com o profissional de saúde, mas também com os
demais participantes. Porém é necessário que alguns aspectos sejam considerados para a formação de um
grupo, dentre estes está a preferência de que os participantes estejam no mesmo estágio motivacional, pois
quando estão em estágios muito diferentes poderá haver influência negativa (SILVA, et al., 2012).
É válido lembrar que o tipo de grupo empregado no tratamento de indivíduos adictos pode variar
entre psicoterapêutico, terapêutico ou grupo de auto-ajuda. Quando conduzido, necessariamente por um
psicólogo, se caracteriza como um grupo psicoterapêutico. Este profissional é tido como o condutor, e de
acordo com Yalom (2006) tem como função “(...) criar o equipamento da terapia, colocá-lo em ação e
mantê-lo operando com efetividade máxima.” (p. 107), ou seja, como nos grupos, são os membros em sua
interação que mobilizam os diversos fatores terapêuticos, a tarefa do psicólogo é de manter a interação
efetiva do grupo. A diferença crucial entre o grupo psicoterapêutico e o terapêutico é que este último pode
ser conduzido por qualquer profissional da saúde, e não exclusivamente por um psicólogo (FIGLIE, MELO
e PAYÁ, 2004).
Além das duas perspectivas de tratamento em grupo citadas anteriormente, há uma terceira, a qual é
denominada grupo de auto-ajuda. Esta teve iniciou em 1935 nos EUA, é a mais antiga utilizada no
tratamento de dependentes químicos. Inicialmente esta forma de grupo era utilizada apenas para recuperação
de dependentes de álcool, nomeado de Alcoólicos Anônimos (AA). O AA ficou conhecido pelos seus “Doze
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Passos” que almejam a abstinência dia após dia, além de ser caracterizado pelas trocas de experiências, fé e
esperança. Até hoje este programa funciona baseado num tripé conhecido como os “Três Legados”,
constituído pela recuperação, unidade e serviço. Esta forma de tratamento em grupo se desenvolveu e se
disseminou por muitos países, e acabou servindo de modelo para o tratamento de outras dependências,
inclusive a de nicotina (CHAVES, 2002).
Estes grupos de auto-ajuda, baseados inicialmente no (AA), podem ser liderados e conduzidos pelos
próprios membros do grupo, como é o caso dos grupos de doze passos, ou, como acontece com maior
frequência, serem conduzidos por um líder profissional que é ativo na reunião e que serve de consultor.
(LIEBERMAN & SNOWDEN, 1993 apud YALOM, 2006).
Apesar dos grupos de auto-ajuda serem parecidos com os grupos de terapia, e utilizarem de alguns
fatores terapêuticos comuns, eles realizam menos interpretações da personalidade e confrontações, e mais
afirmações solidarias e positivas. Além do mais, nos grupos de auto-ajuda, experiências e comparações
construtivas podem ser compartilhadas e obtidas através dos membros do grupo, os quais podem se tornar
confiáveis colegas. Sendo assim, os membros se tornam simultaneamente provedores e consumidores do
apoio, beneficiando com ambos os papéis, uma vez que o altruísmo aumenta o amor próprio, e o contato
com pessoas que superaram problemas semelhantes motiva a esperança (ROBERTS et. al., 1999 apud
YALOM, 2006).
Antes de concluir, é importante lembrar que os grupos de auto-ajuda não se caracterizam como
tratamento profissional especializado, não suprindo, assim, necessidades médicas, psiquiátricas,
psicológicas, entre outras. Seu limiar de ação refere-se principalmente à indiscutível influência nas atitudes
sociais humanizadoras das pessoas com problemas de adicção (FIGLIE, MELO e PAYÁ, 2004). Contudo,
apesar da dificuldade de se avaliar a eficácia destes grupos, uma vez que seus membros muitas vezes são
anônimos, indivíduos que já participaram de algum tipo de grupo de auto-ajuda relatam ter mais capacidade
de lidar com seus problemas, maior bem estar, maior conhecimento sobre sua condição e menor uso sobre
outras instituições de saúde (RIESSMAN & BANKS, 2001 apud YALOM, 2006).
Além das abordagens psicológicas empregadas tanto no tratamento individual como grupal, do
tabagismo, Sopezki, et. al., (2007) afirma que na maioria dos casos, pode-se trabalhar em consonância com o
tratamento farmacológico, o qual faz uso de reposição de nicotina e em menor número de antidepressivos.
Assim sendo, essas intervenções combinadas com fármacos duplicam os índices de êxito de abstinência.
Deste modo é fundamental segundo Silva (2010) a participação de um médico no acompanhamento do
tabagista, para que este possa orientá-lo em relação à medicação. A reposição de nicotina pode se dar através
do uso de gomas e pastilhas de mascar, ou adesivo cutâneo, este último é o mais indicado por apresentar
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menos reações adversas que os demais. O adesivo tem como objetivo diminuir o sofrimento advindo da
abstinência, e é apresentado em três doses 21, 14 e 7 miligramas de nicotina. Estas doses são administradas
inicialmente de acordo com o teste de Fagerstron, que indica o nível de dependência, e são gradativamente
diminuídas até que seja descontinuado o uso do adesivo, e assim o organismo se desabitue da nicotina
(SILVA, 2010).
Em relação à utilização de antidepressivos, é importante elucidar que a bupropiona é o único
psicoativo extensamente testado e validado, pelo FDA (Food and Drug Administration), para o tratamento
do tabagismo. Este antidepressivo, por simular a ação da nicotina no organismo, reduz a síndrome de
abstinência, bem como, reduz pela metade o ganho de peso associado a esta. Contudo este medicamento é
evitado por muitos profissionais por apresentar efeitos adversos como; boca seca, insônia, náusea, convulsão
e cefaleia, além de múltiplas contraindicações (SILVA, 2010; LARANJEIRA, GIGLIOTTI, 2012).
Atrelado a este cenário, o presente trabalho tem por objetivo discutir a importância da
interdisciplinaridade no grupo de apoio do tabagista, a partir de uma experiência de duas acadêmicas do
curso de psicologia durante seu estagio profissionalizante, o qual ocorreu em uma cidade no interior do
Paraná, que têm como uma das principais atividades econômicas a produção de fumo.
A intervenção ocorreu em um grupo de apoio as pessoas que querem parar de fumar, que acontece
articulado a um grupo de controle do tabagismo, no modelo do INCA. Para tanto, inicialmente o trabalho
centrou-se na observação dos grupos de controle ao tabagismo, que acontecem nas quartas-feiras baseados
no modelo do INCA. Este coordena e executa em âmbito nacional o Programa Nacional de Controle do
Tabagismo (PNCT), que foi organizado pelo Ministério da Saúde, e que tem como objetivo reduzir o índice
de fumantes no país e a consequente morbimortalidade ocasionada pelas doenças relacionadas ao tabaco.
Para tal, utiliza algumas estratégias, dentre elas, a prevenção da iniciação ao tabagismo e a promoção e apoio
a cessação de fumar. Envolvendo para isso algumas ações, como a capacitação de profissionais de saúde,
financiamento de ações voltadas para a abordagem, tratamento do fumante na rede do Sistema Único de
Saúde (SUS) e a elaboração de um consenso nacional sobre métodos eficazes para cessação do tabagismo.
Para que essas ações atinjam a todo o território brasileiro, foi organizada uma descentralização, a qual
possibilitou que hoje os municípios ofertem o Programa de Controle do Tabagismo (BRASIL, 2012).
Este PCNT no qual foram realizadas as observações é coordenado por duas pessoas, um enfermeiro e
uma pedagoga. Estes profissionais, também contam com a participação de um farmacêutico e de um médico,
o qual prescreve os medicamentos, para cada caso especifico e o tratamento de reposição de nicotina. Neste
programa, são promovidas explicações sobre o tabaco, seus componentes, mecanismos e malefícios, para
isso os coordenadores utilizam de alguns recursos, dentre eles, data show e revistas informativas. Através
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destes recursos, estes profissionais realizam quatro encontros, nos quais espera-se que os fumantes consigam
abandonar o cigarro. Para estes, bem como para aqueles que não conseguiram abandonar o cigarro, há a
possibilidade da participação no grupo de apoio realizado na quinta-feira, o qual, já que é aberto, permite
que as pessoas permaneçam por tempo indeterminado. Deste modo, a coordenadora, que é pedagoga,
dispõem um espaço para que os participantes relatem sobre o que estão vivenciando em relação ao cigarro,
bem como proporciona a estes orientações de como lidar com as dificuldades advindas do abandono do
vício. É neste grupo que as estagiárias de psicologia intervieram durante o ano de 2012, através de
atividades que buscaram desenvolver a autopercepção e a consequente autonomia dos participantes, já que é
importante que estes percebam os comportamentos relacionados ao vício para que assim possam modificá-
los.
Antes de serem descritas as estratégias desenvolvidas pelas estagiárias, é valido esclarecer como
ocorre o fluxo de participantes no grupo de apoio. A maioria das pessoas que frequentam este grupo, estão
participando, pretendem participar, ou já participaram dos grupos estruturados pelo INCA, os quais como já
foi dito anteriormente, acontecem nas quartas-feiras. Sendo assim é comum que quando um novo grupo do
INCA se inicia, novos participantes adentram ao grupo de apoio. Contudo quando os participantes não
conseguem parar de fumar por meio das quatro sessões oferecidas pelo programa do INCA, os
coordenadores deste grupo optam por retomar os quatro encontros, com os mesmos participantes, na
tentativa de alcançar o objetivo de abandono do vício. Desta forma, estes participantes podem,
concomitantemente com os grupos de quarta-feira, frequentar o grupo de apoio. Assim, o fluxo de
participantes no grupo de apoio muitas vezes depende do desenvolvimento do grupo do INCA, ou seja, se
este está sendo formado por novos participantes, ou se os participantes continuam sendo os mesmos. É
válido salientar que no decorrer do ano de 2012 foram realizados nove grupos do INCA, compostos por
quatro encontros cada um, os quais tiveram uma média de 8 participantes, já o grupo de apoio foi
desenvolvido por 35 vezes, e teve uma média de 5 participantes por encontro.
Pensando no fluxo de participantes que compõem o grupo, as estratégias que foram realizadas, na
maioria das vezes, diferenciavam-se de um encontro para o outro, já que em algumas ocasiões eram os
mesmos participantes que compareciam aos encontros. Apesar de distintas, muitas vezes elas possuíam o
mesmo objetivo, partindo-se do pressuposto de que em geral faz-se necessário a apresentação de um mesmo
conteúdo, de forma diferentes, para que ocorre a fixação e a internalização do que é trabalhado. Isto está
atrelado ao fato de que cada vez que o indivíduo escuta algo, ele está exposto a diversas variáveis tanto
ambientais como pessoais que acabam o afetando e assim influenciando na sua interpretação. Sendo assim,
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ao escutar algo em momentos diferentes é possível que interpretações também diferentes sejam criadas, por
isso a necessidade da repetição para produzir a discriminação.
As temáticas trabalhadas pelas estagiárias objetivavam a autopercepção, a identificação de
pensamentos, a motivação, a resolução de problemas, e a aprendizagem de relaxamento.
Estas temáticas foram escolhidas, visando contribuir para a compreensão dos aspectos associados ao vício,
uma vez que perceber o que o cigarro é, se perceber com ele e sem ele, bem como, identificar os
pensamentos que permeiam a vida do indivíduo e os motivadores (conflitos, ansiedade, solidão, etc.)
que influenciam o ato de fumar permite entender como este se encontra frente a sua dependência e quais
estratégias necessita para auxiliar o processo de abandono, uma vez que cada indivíduo possui as suas
peculiaridades. O mesmo pensa-se em relação a resolução de problemas e a aprendizagem de relaxamento,
ou seja, os problemas são algo frequente na vida das pessoas, mas talvez para aquele que fuma a dificuldade
de resolvê-los pode torna-se um agravante, fazendo com que o cigarro seja visto como saída e, nos casos das
pessoas que estão tentando abandonar o vício, há a possibilidade de haver uma recaída. Desta forma, a
prática de relaxamento pode ser usada, principalmente frente a um problema, pois permite que as pessoas
entrem em contato com seu corpo e assim consigam lidar com o estresse e a ansiedade, os quais dificultam a
resolução da situação.
É válido salientar, que nas intervenções buscava-se levar em conta os sintomas de abstinência que
devem ser tolerados ou amenizados após a cessação, dentre eles, a irritabilidade, ansiedade, dificuldade de
concentração, tontura e a própria fissura. Além disso, para realizar as estratégias desenvolvidas, baseou-se
no discurso da coordenadora que é pedagoga, bem como, no dos próprios participantes, na medida em que
eram considerados os saberes perpassados durante os encontros. Sendo assim, havia diálogo, troca de
informações e um reconhecimento mútuo, não só para com as acadêmicas de psicologia, mas entre o grupo
como um todo e para uma finalidade em comum, o tabagismo.
Indo um pouco mais além, os participantes apresentavam, durante o decorrer dos encontros,
angústias, frustrações, medos, dúvidas quanto a uso de medicamentos, problemas familiares, dificuldades no
trabalho, etc. Questões estas que influenciavam no vício e, portanto, também foram trabalhadas pelas
estagiárias, juntamente com a coordenadora, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento do
autoconhecimento, autocontrole e a consequente autonomia dos indivíduos.
Voltando a falar das temáticas, para que elas fossem colocadas em prática, as estagiárias
desenvolveram algumas estratégias, dentre elas, o relaxamento, a autopercepção somestésica, a metáfora
com imagens, a identificação de pensamentos, a metáfora para estimulação da motivação, a estratégia para
resolução de problemas - abrigo subterrâneo e o encontro para as famílias. Algumas das estratégias
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utilizadas envolveram mais de uma temática, bem como, algumas temáticas foram utilizadas em várias
estratégias.
Partindo das considerações supracitadas é possível mencionar que o grupo de apoio aos tabagistas,
mencionado aqui, por si só é interdisciplinar. Nele convergiram durante o decorrer do ano diversos
conhecimentos sobre um objeto em comum. Além disso, as estratégias desenvolvidas pelas acadêmicas
também tiveram este viés.
2 Procedimentos Metodológicos
Como já mencionado, o presente trabalho apresenta a importância da interdisciplinaridade em um
grupo de apoio do tabagista de uma cidade no interior do Paraná, a partir de uma experiência de duas
acadêmicas do curso de psicologia durante seu estagio profissionalizante.
Sendo assim, após serem firmadas as legalidades para que se pudesse dar inicio ao estágio, foi
realizada uma revisão bibliográfica sobre a temática, que ocorreu durante todo o trabalho. Além disso, houve
o acompanhamento do Programa Nacional de Controle do Tabagismo e a observação do grupo de apoio aos
tabagistas, que ocorre na cidade. Posteriormente se deram as intervenções, as quais sempre foram
supervisionadas por uma professora responsável.
3 Justificativa do eixo escolhido
A complexidade da sociedade e da cultura, dada a proliferação do conhecimento que se encontra
cada vez mais fragmentado, exige uma análise mais integrada e completa. Nesse sentido, a compreensão do
tabagismo, por ser considerado como uma patologia complexa que acomete vários campos na vida do
indivíduo, requer uma abordagem de vários saberes que se interagem e se potencializam, visando abranger o
máximo possível de sua complexidade, quer em qualquer uma de suas etapas, instalação, como em sua
manutenção ou abandono. Essa concepção justifica o eixo escolhido, o qual possibilita suporte teórico e
metodológico a este estudo.
4 Considerações finais
O tabagismo vem sendo amplamente criticado na atualidade por ser um comportamento que causa
diversos males a saúde e por trazer consigo comorbidades que podem atingir não só o próprio tabagista, mas
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também as pessoas que convivem com ele. Portanto, para toda e qualquer proposta de ação que venha
contribuir para a minimização desta problemática deve-se dar devida atenção.
No que diz resito as possibilidades de atuação interdisciplinar, constatou-se, com a realização deste
trabalho que elas são amplas e variadas, ou seja, vão desde a constituição de um grupo de atuação até as
atividades por ele desenvolvidas. Entretanto, acreditamos que nada adianta dizer que um grupo é
interdisciplinar se as práticas que ele desenvolve não condizem com esta realidade, que não é o caso do
trabalho apresentado.
Enfim, por mais recentes e ainda restritas as iniciativas, muito pode e deve ser desenvolvido no
sentido de melhor compreendermos o complexo fenômeno do tabagismo e com isto melhor nos
capacitarmos para contribuir em seu manejo e controle.
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