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O Terceiro Salto
2007 I 2016
EstratégiaTurística da BahiaEstratégiaTurística da Bahia
O Terceiro Salto2007 I 20162007 I 2016
EstratégiaTurística da Bahia
Secretaria do Estado da BahiaSalvador, Bahia
2011
Governo do Estado da BahiaJaques Wagner
Secretaria de TurismoAntonio Carlos Marcial Tramm
Empresa de Turismo da BahiaEmília Salvador Silva
Superintendência de Investimentos em Polos TurísticosClarissa Maria de Azevedo Amaral
Superintendência de Serviços TurísticosRita de Cássia Magalhães
Governador
Secretário
Presidente
Superintendente
Superintendente
Estratégia Turística da Bahia : O Terceiro Salto 2007-2016
Clarissa Maria de Azevedo Amaral – SuperintendenteÉrico Pina Mendonça Júnior – Assessor Técnico
Inez Maria Amor Dantas Garrido – Assessora TécnicaReinaldo Moreira Dantas – Assessor Técnico
Superintendência de Investimentos em Polos Turísticos- Suinvest
Tânia Feitosa
Arquivo Setur-Bahiatursa
Silmara Menezes
Qualigraf
Equipe Técnica
Planejamento editorial e edição
Revisão
Fotografias
Projeto gráfico e editoração eletrônica
Impressão
Secretaria de Turismo do Estado da BahiaAvenida Tancredo Neves, 776 Bloco B, 8° andar – Pituba.
Cep: 41. 820-020 Tel: (71) 3116-4151e-mail: [email protected]
Salvador - Bahia
© Copyright 2011, Secretaria de Turismo / Superintendência de Investimentos em Polos Turísticos - SUINVEST
B135 Bahia. Secretaria de Turismo. Superintendência de Investimentos emTurísticos - Suinvest.
Estratégia Turística da Bahia : O Terceiro Salto 2007-2016 Secretaria deTurismo. - Salvador : Setur, 2011.
100p. : il.
ISBN: 978-85-64209-01-5
1. Turismo. 2. Turismo - Bahia. 3. Política Pública. 4. Planejamento.5. Administração. I. Título
CDD. 338.47918142
/
Polos
9
14
16
16171820212323
27
29293247
55
55
6972
75
767878808181
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86
86
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92
95
96
56
56
Planejamento e GestãoO PTN 2011-2014Diagnóstico do Turismo no BrasilCenários e ProjeçõesCondições ExternasCondições InternasTurismo no Brasil 2011-2014
Fluxo TurísticoAnálise Comparativa do Destino Turístico BahiaNova Geografia TurísticaDiagnóstico do Turismo Baiano
Composição da Estratégia
Eixo Estratégico InovaçãoEixo Estratégico Qualificação dos Serviços e do DestinoEixo Estratégico Integração Econômica
Captação de EventosPromoção NacionalPromoção InternacionalPublicidadeRelacionamento com a ImprensaComunicação Dirigida
Programa de RegionalizaçãoPrograma de Gestão ParticipativaPrograma de Turismo Sustentável
Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014
XXXI Jogos Olímpicos – Rio 2016INTRODUÇÃO
O TURISMO NO MUNDO
O TURISMO NO BRASIL
O TURISMO NA BAHIA
FUNDAMENTOS PARA A ESTRATÉGIA
DIRETRIZES ESTRATÉGICAS
PROMOÇÃO E MARKETING DA BAHIA
PROGRAMAS TRANSVERSAISAOS EIXOS ESTRATÉGICOS
PROGRAMAS ESPECIAIS
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
APÊNDICE
SUMÁRIO
O desenvolvimento do turismo na Bahia pode ser dividido
em três fases distintas, marcadas por ações específicas,
que o ex-secretário Domingos Leonelli denominou de
“saltos”. O Primeiro Salto ocorreu entre 1934 e 1969, e se
caracterizou pela construção da identidade turístico-
cultural. A formação, no imaginário popular, da terra da
magia, do encanto e do povo hospitaleiro, com foco na
cidade de Salvador.
O que se chama de Segundo Salto acontece entre 1970 e
2006, iniciando-se com o primeiro documento focado no
planejamento para o turismo, elaborado por Rômulo
Almeida, seguido da implantação de infraestrutura de
transporte, saneamento e comunicação, de parques
hoteleiros e da promoção turística da Bahia em nível
internacional, já ampliada em dez polos turísticos.
A partir de 2007, inicia-se o que aqui se denomina de
Terceiro Salto, o salto da qualidade, da inovação e da
integração econômica. Ou seja, a convergência desses
três eixos que se constituem, juntamente com o
tradicional tripé: Meio Ambiente, Social e Econômico, nas
bases que fundamentam o conceito de sustentabilidade
no turismo. Esses três eixos correspondem também às
necessidades de sustentabilidade e desenvolvimento
para o turismo baiano: atuar nas deficiências da qualidade
dos serviços e da mão de obra, na necessidade de novos
produtos turísticos e integrar os parques hoteleiros às
economias regionais do seu entorno.
Este Terceiro Salto significa também posicionar a Bahia
diante de um novo quadro de competição em que ela está
inserida.Novos destinos concorrentes colocam-se for-
temente nos mercados nacional e internacional, fatores
que reforçam a necessidade constante de inovação, da
qualidade e da integração do produto turístico baiano à
economia.
Secretário de TurismoAntonio Carlos Tramm
APRESENTAÇÃO
O Terceiro Salto do turismo na Bahia
Baía de Todos-os-Santos - Salvador
1. INTRODUÇÃO
O Plano Estratégico de Turismo da Bahia – 2007-2016
visa propor as ações governamentais do setor a uma nova
realidade propiciada pelas transformações profundas que
ocorreram no Brasil no período 2003-2010, e que
também atingem a Bahia.
Na Bahia, o fluxo de turistas cresceu e diversificou-se na
sua composição. Ainda sob a égide de um estado mágico,
habitado por pessoas encantadas e encantadoras, fruto da
miscigenação do índio nativo, do branco europeu e do
negro africano, a Bahia vem se destacando no cenário
nacional e internacional como destino preferencial dos
brasileiros e um dos principais objetos de desejo do
visitante estrangeiro, como demonstram pesquisa
e matérias publicadas no
e , em 2010.
Em 2007, com a criação da Secretaria de Turismo –
SETUR, nova estrutura governamental vinculada
exclusivamente ao setor de turismo, Empresa de Turismo
da Bahia S.A. – Bahiatursa, o Governo do Estado projetou
para a atividade turística, através da formulação de
políticas públicas, a sua importância na redução das
desigualdades sociais e regionais, promovendo a
inclusão social e gerando mais emprego e renda para a
população. A capacidade do turismo em gerar novas
oportunidades de negócios, através da atração de
empreendimentos privados e do fortalecimento do
empreendedorismo das populações locais, representa
também importante foco de atuação da SETUR e a
Bahiatursa.
Para que o turismo atinja seus objetivos, a SETUR e a
Bahiatursa têm conduzido o seu processo de
desenvolvimento a partir de parâmetros que envolvem os
governos em suas três esferas, o setor privado, o terceiro
setor e as comunidades receptoras.
Os papéis desses diferentes atores sociais estão
distribuídos da seguinte forma:
· Gerar desenvolvimento econômico e social;
· Contribuir para a melhoria do IDH baiano;
· Incrementar a arrecadação e circulação de renda;
· Projetar o local como destino turístico sustentável e
competitivo;
· Aumentar a competitividade do destino Bahia;
· Proteger o patrimônio natural e cultural;
· Investir diretamente, ou através parcerias, com o setor
privado, na educação, na qualificação profissional, saúde,
segurança e infraestrutura pública necessária ao
desenvolvimento turístico;
· Garantir a segurança jurídica com legislação clara,
assegurando novos investimentos que valorizem a
sustentabilidade nas suas três vertentes;
· Atuar sinergicamente com o setor privado e o terceiro
setor na governança dos destinos turísticos;
· Estimular maior integração do turismo à economia
regional, maximizando o potencial da cadeia produtiva do
turismo.
Vox
Populi/Mtur The New York Times
The Guardian
Os governos - local, regional e nacional
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Farol da Barra - Salvador
9
O Setor Privado
O Terceiro Setor
A Comunidade
�
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Investir em novos produtos turísticos e oportunidades de
negócios;
Atuar diretamente ou em parceria com o poder público
na capacitação de recursos humanos;
Viabilizar economicamente a implantação de novas
infraestruturas;
Garantir a existência de atrativos em quantidade e
qualidade, identificados com o destino Bahia e integrados
às populações locais;
Atuar na promoção dos produtos turísticos, assegurando
sua conexão com as características diferenciais do destino;
Atuar sinergicamente com o setor público e o terceiro
setor na governança dos destinos turísticos.
Aproveitar o potencial de compra de produtos e serviços
da atividade turística para desenvolver empreendimentos
ligados à produção associada ao turismo.
Atuar junto às comunidades receptoras, ao setor público
e privado no sentido de garantir a valorização e a
preservação cultural e ambiental dos destinos;
Estruturar ações educacionais de forma direta ou em
parceria com o setor público e privado, visando à melhoria
socioeconômica das populações envolvidas na atividade
turística;
Atuar sinergicamente com o setor público e privado na
governança dos destinos turísticos.
Assegurar o respeito aos seus direitos e à valorização da
sua cultura e tradições;
Integrar-se a um processo de educação e capacitação
para assegurar sua ascensão socioeconômica a partir das
oportunidades de emprego e renda geradas pelo turismo;
Participar nos processos de tomada de decisão;
Beneficiar-se da característica do turismo como uma
cultura de paz para universalizar sua própria vida cultural,
importando e exportando conhecimentos.
Alcançando o quarto ano desta gestão, a Bahia já apresenta
resultados das novas políticas públicas formuladas e dos
investimentos realizados, tanto públicos quanto privados,
garantindo a primeira colocação no ranking dos destinos
mais desejados do país. A Bahia se consolida no cenário
nacional e internacional não só pela sua diversidade
turística como também pela crescente oferta de
infraestrutura de alto padrão.
A desconcentração da atividade turística do litoral em
direção ao interior tem possibilitado o aumento da
permanência do turista no Estado, principalmente dos
visitantes de outros países, cujo número médio de
pernoites cresceu de 3,8 para 5,8 dias, segundo dados
revelados pela pesquisa realizada pela Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas – FIPE (2008-2009).
A promoção do São João como evento turístico e a atração
do GP Bahia de são exemplos de ações que vêm
minimizando os efeitos da sazonalidade, proporcionando
demanda turística nos períodos de baixa estação.
O fortalecimento da inserção do turismo na matriz
econômica da Bahia, portanto, já é uma realidade
facilmente verificada pelo montante de recursos que está
sendo aplicado pela iniciativa privada em todo o Estado.
Esses investimentos, além de qualificarem os destinos,
incrementam as economias locais e regionais e permitem
a geração de trabalho e renda para as populações do
entorno.
Stock Car
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
O desempenho verificado na atração de investimentos vem
confirmar a eficiência das políticas públicas e o acerto das
estratégias adotadas para garantir à Bahia a condição de
principal destino de lazer do país.
Para isso, a SETUR e a Bahiatursa vêm trabalhando de
forma integrada, articulando a implantação de políticas
públicas com a promoção e divulgação do destino Bahia,
dentro de três grandes eixos estratégicos: inovação,
qualificação dos serviços e do destino e integração
econômica, que se constituem na base da nova política de
Governo, conforme estabelece o Plano Plurianual do
Governo do Estado PPA 2008–2011.
Um dos objetivos dessa política é incrementar a
participação do turismo no Produto Interno Bruto estadual,
tornando a Bahia destino modelo e preferencial no cenário
nacional e internacional, com práticas sustentáveis,
aproveitando e valorizando a diversidade do Estado. Este
novo marco conceitual parte de estudos técnicos
realizados, que apontaram a necessidade de um novo
salto, enfatizando a inovação de produtos turísticos, a
qualidade desses produtos e dos serviços e a sua maior
integração à economia do Estado, estruturando a cadeia
produtiva do turismo em território baiano.
Esses três eixos passaram a ser entendidos como uma
necessidade e não apenas como uma simples opção,
sendo trabalhados conjuntamente na decisão de novos
investimentos em infraestrutura, na atração de
investimentos, na política de qualificação da mão de obra e
na promoção e divulgação do destino.
Para agregar inovação ao turismo baiano, o Governo do
Estado vem investindo em novos produtos, segmentos e
serviços, a exemplo do Turismo Étnico, do Enoturismo, do
Turismo Náutico e do Turismo Rural. A intenção é poder
oferecer novas opções de atrações e de roteiros turísticos,
além de ampliar a interiorização das ações de turismo.
No tocante às necessidades de diversificação da sua
oferta, a Bahia investe também em infraestruturas públicas
que dotem seus destinos de uma melhor qualidade
urbanística e ambiental, oferecendo assim maior
eficiência em temas de saneamento, urbanização e
acessibilidade rodoviária e aérea, além da preservação do
seu acervo arquitetônico, herança da sua rica história. Para
isto, vem contando com recursos de fontes de
financiamento, a exemplo do Prodetur Nordeste, do
Prodetur Nacional e da Caixa Econômica Federal, dentre
outras.
Na outra ponta, visando à melhoria do atendimento aos
visitantes, investe-se no Sistema Integrado de Informação
Turística, que reúne os serviços de atendimento ao turista
nos níveis presencial, eletrônico (telefônico) e online,
através do Serviço de Atendimento ao Turista – SAT, do
Disque Bahia Turismo, do Portal de Internet,
www.bahia.com.br e de outros instrumentos digitais. O
Disque Bahia Turismo é hoje o maior call center de turismo
do país, onde o turista, ou qualquer morador local, pode
obter, em português, inglês e espanhol, informações
turísticas e a programação cultural e religiosa dos
municípios turísticos do Estado.
O Serviço de Atendimento ao Turista - SAT vai além de um
balcão informativo, pois, no modelo já implantado, o
visitante, além de receber informações turísticas sobre os
destinos da Bahia através de mapas e folheteria, pode
também usar serviços de Internet, ter acesso a vídeos e
receber informações sobre voos, embarques e
programação cultural.
É um serviço bem mais completo que os tradicionais
postos de informações e funciona de forma interligada ao
Disque Bahia Turismo. Três unidades estão em operação,
uma no Pelourinho, outra na Estrada do Coco, no
município de Lauro de Freitas, e a terceira na Praia do
Forte.
11
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
No eixo da qualificação, a Bahia vem atuando em duas
vertentes: na atração e qualificação do fluxo de turistas e
na capacitação profissional e empresarial dos serviços
turísticos. No primeiro caso, o objetivo é atingir um
patamar mais elevado na permanência do turista, do seu
índice de gasto médio e na sua satisfação da experiência
vivida no destino, gerando, por conseguinte, um efeito
multiplicador na economia baiana. Esta ação passa ainda
pela atração de investimentos turísticos que corres-
pondam a essa nova segmentação da demanda, ou seja,
ampliar a oferta de hotéis mais sofisticados, marinas,
campos de golfe e estruturar produtos culturais que
permitam ao visitante viver novas e enriquecedoras
experiências.
Na área de capacitação profissional e empresarial, a
SETUR vem fortalecendo a formação e qualificação de
profissionais e empresários. Qualificação e Inovação são
conceitos indissociáveis quando se trabalha na linha da
economia da experiência,quando o desejo de conhecer e
vivenciar novas culturas traz consigo a necessidade da
qualidade nos serviços, aliada à inovação dos produtos
ofertados – não adianta oferecer novos produtos e
serviços sem um bom padrão de qualidade desta oferta,
ao mesmo tempo em que somente a boa prestação de
serviço não garante nem desperta o desejo de viagem ou
de retorno ao destino. Novos produtos e novos serviços
necessitam fortemente do aumento da qualidade dos
serviços, e produtos já existentes ampliam a diversidade.
Serviço de Atendimento ao Turista (SAT) - Lauro de Freitas
SAT - Praia do Forte
Investimento em qualificação profissional
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Com relação à integração do produto turístico à economia
baiana, as ações estratégicas estão direcionadas a integrar
os grandes parques hoteleiros com a economia da região
na qual estão localizados. Este processo tem início com o
fomento à ampliação da produção e comercialização de
insumos e materiais, antes importados de centros
localizados fora da Bahia. A palavra de ordem é formar uma
rede produtiva nas zonas turísticas e no entorno dos
parques hoteleiros da região, incluindo desde a
disponibilidade local de recursos humanos para
construção, manutenção e operação dos empreendi-
mentos, passando pela oferta local de produtos para os
empreendimentos turísticos, desde materiais para
construção, móveis e decoração, até as cestas de
consumo (alimentos, artesanato e outros itens regionais).
Os parques hoteleiros, alguns gigantescos como o de
Porto Seguro, encontram-se completamente desco-
nectados da economia de suas regiões. Ou seja, importam
tudo que precisam, e os benefícios econômicos do
turismo para o Estado da Bahia limitam-se àqueles itens
que são gerados diretamente nos hotéis, restaurantes e
áreas de entretenimento.
Passo importante para o enfrentamento desta lacuna é
adquirir um conhecimento científico e real sobre a
dimensão efetiva desse consumo. Para isso, uma pesquisa
de amostragem foi realizada na Praia do Forte, em 2009,
mensurando, de forma aproximada e aleatória, a demanda
dos produtos e serviços e detectando a origem de suas
compras. Importante para a Bahia incorporar nesta
Estratégia a atração de empresas, cooperativas e
profissionais capazes de produzir em território baiano, na
medida do possível, os bens demandados.
Outros fatores que dizem respeito à integração econômica
são o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico. A
preservação do patrimônio histórico e arquitetônico da
Bahia, tal como as suas belezas naturais, precisam ser
vistos como “ativos” do turismo e não como uma barreira
ao seu desenvolvimento. O poder público necessita ser
claro, preciso e rápido nas suas decisões para que os
empresários possam, por sua vez, decidir sobre os
investimentos, incorporando-os aos ativos existentes que
representam diferenciais competitivos da Bahia no
mercado turístico nacional e internacional.
O bom senso deve prevalecer tanto no setor público quanto
no setor privado. Os bons empresários também entendem
que a preservação do patrimônio natural e cultural é um
bom negócio. Importante atuar no sentido de que todos,
setor público, privado e terceiro setor entendam e
incorporem em suas atitudes que o que é moderno hoje
será histórico amanhã e o que foi moderno ontem é
histórico hoje. Imagine-se o Elevador Lacerda há um
século. Tudo diz respeito a outra dimensão da economia da
cultura que vai além da produção de livros e filmes. Trata-
se não só de preservar, como também desenvolver a
arquitetura e a natureza, tendo a cultura vendo nisso um
bom negócio para garantir a sua sustentabilidade.
Quanto ao meio ambiente, tornam-se necessárias ações
que visem à conscientização da importância do turismo
sustentável que ajude a “desarmar” eventuais
preconceitos de técnicos e ambientalistas e, por outro
lado, possuir regras claras que definam o arcabouço legal
para o processo de licenciamento ambiental dos
empreendimentos. Pelo lado dos investidores, reforçar o
entendimento de que quanto mais integrados aos fatores
da sustentabilidade, como a preservação do meio
ambiente e a integração com as comunidades locais, eles
estarão caminhando na direção da realização de um bom
negócio. Essa postura, longe de afugentar, irá atrair cada
vez mais investidores.
Em síntese, esses são os conceitos que norteiam esta
Estratégia Turística da Bahia, que se considera vigente para
o período de 2007 a 2016.
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
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O TURISMO NO MUNDO
O atual momento da economia mundial está conduzindo
os países que tradicionalmente ocupam um melhor
posicionamento econômico no panorama global a um
período de transformação resultante da crise financeira
deflagrada no período 2007- 2008. A quebra sucessiva de
bancos, o aumento das taxas de desemprego e a
contração da liquidez nas economias ricas criaram
instabilidade no mundo inteiro. Ultrapassada a fase de
grande turbulência, prevê-se um retorno gradativo à
trajetória de crescimento equilibrado e de aumento nos
fluxos comercial e de capital.
O Plano Nacional de Turismo PNT 2011-2014, em sua
análise do ambiente econômico internacional, considera
uma perspectiva de recuperação gradual em relação à
atividade econômica mundial. O documento produzido
pela Organização Mundial de Turismo – OMT, intitulado
defende a ideia de que apesar das
oscilações nas taxas de crescimento do turismo nos
últimos anos, a previsão de longo prazo se mantém a
mesma prevista originalmente. A experiência tem
demonstrado que, em curto prazo, períodos de
crescimento mais acentuado (1995, 1996 e 2000) são
alternados por períodos de crescimento reduzido (2001 a
2003). Diante desta premissa, apesar do crescimento até
o ano 2000 ter estado acima da estimativa da previsão da
OMT, neste documento espera-se que a atual curva
descendente seja compensada a médio e longo prazo,
como demonstrado no gráfico abaixo:
A previsão da OMT é a de que o número de chegadas
internacionais alcance a cifra de 1,6 bilhões de viajantes
no ano 2020. Deste número, 1,2 bilhão serão resultantes
de fluxos intrarregionais e 378 milhões de viajantes de
longa distância . Quanto aos maiores destinos
receptores previstos, sobressai o continente europeu,
com 717 milhões de chegadas. As regiões mais maduras,
Europa e Américas, antecipam apresentar crescimento
menos acentuado; embora a Europa permaneça com a
maior fatia do mercado, ela sofrerá um declínio de 60%
(1995) para 46%, em 2020. Vale ressaltar ainda o grande
crescimento da região do Pacífico e Ásia Oriental que se
sobressai perante as demais regiões, com uma taxa média
anual de crescimento da ordem de 6,5%, conforme
observa-se na tabela abaixo:
A OMT considera ainda para o cenário 2020 que as
viagens de longo curso crescerão mais velozmente a uma
taxa média de 5,4% ao ano, considerando-se o período
1995-2020, enquanto as viagens intrarregionais
crescerão 3,8%.
Outro documento que comenta aspectos das tendências
do turismo no mundo é o
(www.deloitte.co.uk/hospitality2015), onde, dentre
outros aspectos, considera que haverá uma entrada de
novos consumidores oriundos do crescimento da classe
média em grandes mercados emergentes e alimentadores
como China e Índia (apenas neste são 50 milhões de
potenciais turistas).
“Tourism 2020 Vision”,
long-haul
Relatório Deloitte Hospitality
2015
( )
“
”
14
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Investimentos Hoteleiros passaram a focar o turismo
interno e de massa, a exemplo dos e dos
abaixo. Como consequência destes novos
mercados surgem oportunidades para destinos de massa
investirem mais fortemente em hotéis de bandeira
focados no mid market e budget para o mercado
doméstico, em detrimento à ênfase dada aos luxury na
década 1995-2005. Considera ainda a possibilidade de
maior risco em investimentos em hotéis em
função de uma superoferta neste segmento.
Outro aspecto comentado no relatório refere-se à
necessidade de o setor investir cada vez mais em P&D
para conhecer os desejos e necessidades de seus
consumidores, sobretudo pelo fato de que histori-
camente o setor turístico investe muito pouco quando
comparado a outros segmentos da economia. Por fim,
indica ainda a tendência de que as empresas aéreas
irão expandir suas rotas para no período
2010-2015.
Budget Mid
Market
upscale
low
cost long haul
Hotel Budget , Guildford - Inglaterra
Hotel Mid Market - Estónia
Hotel Mid Market - Dubai
15
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
O TURISMO NO BRASIL
Considera-se nesta análise os dados e informações
contidos no Plano Nacional de Turismo – PNT 2011-
2014, onde se constata que o Brasil tem registrado
crescimentos do Produto Interno Bruto superiores aos
observados em níveis mundiais, a partir de uma
combinação positiva entre inflação controlada, redução
da taxa de juros e balança de pagamentos equilibrada. A
perspectiva do Banco Central para o período pós-crise é
de reaquecimento, alimentado não só pelo consumo
interno, mas também pela retomada dos investimentos.
Dos países afetados pela crise financeira internacional, o
Brasil foi um dos últimos a entrar em recessão e um dos
primeiros a superá-la. Para muitos especialistas, a crise
no Brasil durou apenas seis meses e foi o grande teste de
estresse da economia nacional, que vinha se
comportando de forma adequada a partir da execução do
Plano Real.
Destaca-se ainda que o aumento dos investimentos,
principalmente em infraestrutura, do Programa de
Aceleração do Crescimento, previsto para os próximos
anos, além daqueles decorrentes dos compromissos
assumidos pelo país para a realização da Copa do Mundo
de Futebol FIFA 2014, além de atenderem às crescentes
demandas do mercado interno, impactarão de forma
positiva na competitividade brasileira.
O PNT confirma o fato de que a escolha do Brasil para
sediar a Copa do Mundo de 2014, assim como a Copa das
Confederações em 2013, e a realização das Olimpíadas
no Rio de Janeiro em 2016, são grandes desafios e
oportunidades excepcionais para o desenvolvimento do
turismo brasileiro. Trata-se dos maiores eventos
esportivos do mundo, com forte apelo midiático e
significativa capacidade de geração de emprego e renda
para os setores envolvidos direta e indiretamente em sua
realização, principalmente àqueles vinculados ao
turismo. O legado, porém, deve ultrapassar a promoção
dos atrativos turísticos nacionais, bem como a melhoria
da infraestrutura e a qualidade dos serviços turísticos.
Para tanto, é preciso criar as condições necessárias para
que tais eventos sejam capazes de consolidar o Brasil
como um dos principais destinos turísticos mundiais.
Os recursos privados a serem investidos nas cidades-
sede da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™ são da
ordem de R$333 milhões, os investimentos municipais
serão de R$1,48 bilhões, os estaduais de R$3,99 bilhões,
e os federais de R$11,36 bilhões, totalizando mais de R$
17,17 bilhões, segundo o PNT.
A ação do Ministério do Turismo no fortalecimento de um
modelo de gestão descentralizado e compartilhado vem
fomentando a estruturação de uma rede em prol do
turismo em todo o território nacional, envolvendo o poder
público nas três esferas de governo, a iniciativa privada e
o terceiro setor. Esse modelo, iniciado em 2003, foi
regulamentado com a aprovação da Lei do Turismo (Lei nº
11.771/2008) que instituiu o Sistema Nacional de
Turismo. Este sistema é formado por um núcleo
estratégico de âmbito nacional composto pelo Ministério
do Turismo, pelo Conselho Nacional de Turismo – CNT e
pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes
Estaduais de Turismo – Fornatur, e por uma rede de gestão
descentralizada composta pelas Instâncias de
Governança Macrorregionais, os Órgãos Estaduais de
Turismo, os Fóruns e Conselhos Estaduais de Turismo, as
Instâncias de Governança Regionais, os Órgãos
Municipais de Turismo e os Colegiados Municipais de
Turismo. Este universo de agentes relacionados ao tu-
rismo tem promovido a realização de diversos fóruns de
discussão e deliberação sobre a Política Nacional do
Turismo e seus desdobramentos, nas diferentes escalas
territoriais do país.
Planejamento e Gestão do Turismo Nacional
16
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Este contingente, em seu conjunto, envolve cerca de
1.400 representantes diretos com 12.000 indiretos,
vinculados às instituições públicas e entidades privadas
relacionadas ao turismo em todo o país. Esses atores vêm
percebendo seus espaços de discussão e participação no
processo de gestão do desenvolvimento da atividade,
cada vez mais ampliado e fortalecido em todo o território
nacional.
Contribui para isso os programas de regionalização do
turismo através de seus fóruns que promovem a
participação de todos os atores, e do programa de
descentralização da gestão, implantado nos 65 destinos
indutores do turismo internacional através da criação dos
seus Grupos Gestores, com componentes dos setores
público, privado, representantes da sociedade civil
organizada e acadêmica. Estes grupos vêm descen-
tralizando a gestão e incorporando no seu processo atores
que até então se encontravam desvinculados e
descomprometidos com o aumento da competitividade
do turismo brasileiro em seus respectivos municípios e
entorno.
A Política Nacional de Turismo, adotada em 2003 e
reconfirmada nas edições do Plano Nacional de Turismo
2007-2010 e 2011-2014, parte da premissa de que o
turismo é uma atividade indutora de desenvolvimento e de
geração de emprego e renda. Constitui-se, portanto, em
elemento importante de inclusão social, que pode ser
estabelecido em duas vias: a da produção, por meio da
criação de postos de trabalho, ocupação e renda, e a do
consumo, com a atração de turistas para o mercado
interno.
Nesse sentido, o PNT 2007-2010 concentrou as ações do
Ministério do Turismo (MTur) e do Instituto Brasileiro de
Turismo (Embratur) em duas vertentes: a expansão do
mercado interno, com ênfase na função social da
atividade, e a consolidação do Brasil como um dos
principais destinos turísticos do mundo. Para isso, os
órgãos nacionais de turismo têm investido no
fortalecimento do turismo interno, na sua promoção
como fator de desenvolvimento regional. No acesso de
segmentos como o dos aposentados, trabalhadores e
estudantes, a pacotes de viagens em condições
facilitadas, na qualificação profissional do setor, na
geração de emprego e renda e na promoção do Brasil no
exterior, além de investimento na infraestrutura turística
que vem sendo executado em consonância com o Plano
de Aceleração do Crescimento (PAC).
Os investimentos do PAC estão concentrados em três
eixos: infraestrutura logística (construção e ampliação de
rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias);
infraestrutura energética (geração e transmissão de
energia elétrica; produção e exploração de petróleo, gás
natural e combustíveis renováveis); e infraestrutura social
urbana (saneamento, eletrificação, habitação, metrôs,
trens urbanos e infraestrutura hídrica).
A mais recente versão do Plano Nacional de Turismo está
estruturada em três partes principais: Diagnóstico,
Cenários / Projeções, e Proposições.
A Secretaria de Turismo da Bahia entende que a
elaboração deste Plano Estratégico 2007-2016 para a
Bahia visa também a fortalecer uma atuação alinhada com
as diretrizes do PNT, elaborado de forma participativa,
“como a expressão de um fórum democrático e
representativo, com a função de garantir a continuidade
das conquistas obtidas e buscar o aprofundamento das
políticas e programas para o desenvolvimento turístico do
Brasil”, segundo palavras do Ministro, proferidas na
apresentação do documento, que, para maior
entendimento, se resume a seguir.
O PNT 2011-2014
17
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Diagnóstico do Turismo no Brasil
Num ambiente econômico pautado por sucessivas
transformações retorna-se gradativamente a uma
estabilidade com tendências de aumento nos fluxos
internacionais para o Brasil. Em nível nacional, o Brasil
vem registrando crescimento do seu PIB com a
perspectiva de retorno do crescimento da economia a
patamares observados antes da crise financeira mundial.
A forte correlação do turismo com a atividade econômica
em geral não chegou, entretanto, a gerar um grande
impacto nas viagens domésticas realizadas, que saíram
de 138,7 milhões, em 2005, para 175,44 milhões, em
2009, num crescimento constante ao longo do período.
Por outro lado, tal fato não ocorreu com relação ao
mercado internacional, onde, para o mesmo período, o
número de chegadas de turistas ao país saiu de 5,36
milhões, em 2005, para 4,8 milhões, em 2009, retratando
o forte impacto da crise financeira nos países europeus e
América do Norte, principais mercados emissores para o
Brasil.
A captação de eventos internacionais como a Copa do
Mundo 2014 e Olimpíadas 2016 criou uma forte
expectativa de que essas datas se transformem em
marcos importantes no que diz respeito à maior
visibilidade que o país terá ao longo dos próximos anos,
que proporcionará um forte incremento no fluxo de
turistas, melhoria da infraestrutura pública e privada e
maior qualificação da mão de obra envolvida nas
atividades relacionadas com o turismo.
Apoiado nessa política, o turismo do Brasil vem
mantendo, nos últimos anos, um crescimento constante,
acima da média mundial. Números recentemente
divulgados pelo MTur e Embratur confirmam o acerto da
estratégia de consolidação da expansão do turismo
interno, sem desconsiderar a importância da atração de
turistas estrangeiros, pois é o turismo doméstico que
propicia, por meio de ganhos de competitividade, a
musculatura necessária para a inserção da oferta turística
nacional no mercado internacional.
De acordo com as análises da Organização Mundial do
Turismo, o turismo interno é, em média, dez vezes maior
que o volume de turismo internacional. De acordo com a
pesquisa sobre o mercado doméstico, esse índice é bem
maior para o Brasil, o que aponta para uma perspectiva de
consolidação da atividade no país, oportunizando a
melhoria da qualidade dos serviços prestados e
contribuindo para o desenvolvimento equilibrado do
conjunto da economia.
Segundo ainda a análise do PNT, o ambiente econômico e
o turismo também são impactados de forma significativa
pelas melhorias sociais que vêm sendo registradas nos
últimos anos. Cerca de 31 milhões de brasileiros
ascenderam de classe social entre os anos de 2003 e
2008, sendo que 19,4 milhões deixaram a classe E (que
traça a linha da pobreza no país) e 1,5 milhão migraram da
classe D para classes superiores.
Desembarque no Aeroporto de Salvador
18
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Com isso, nesse período, ocorreu uma queda acumulada
de 43% na classe E. No mesmo período, a classe AB
(grupo com renda domiciliar mais elevada, superior a
R$4.807,00) ganhou 6 milhões de pessoas, totalizando
19,4 milhões em 2008.
As viagens domésticas no Brasil vêm crescendo nos
últimos anos. Os números apresentam uma expansão de
12,5% de 2005 a 2007, quando foram realizadas em torno
de 156 milhões de viagens domésticas.Considerando a
taxa de permanência média de 8,5 dias, conforme aferida
pela pesquisa amostral domiciliar, foram gerados 1,33
bilhões de pernoites no ano de 2007, em todo o país.
Ainda de acordo com a referida pesquisa, o gasto médio
por dia, realizado pelos turistas, foi de R$58,60 em 2007,
o que permite estimar um montante de R$ 9,14 bilhões
mobilizados pelo mercado do turismo doméstico no
Brasil naquele ano.No contexto dos fluxos turísticos
internacionais, enquanto no primeiro semestre de 2008
houve um crescimento de 5% na chegada de turistas, no
segundo semestre houve uma redução de 1%.
Em 2009, a chegada de turistas internacionais declinou
10% no primeiro trimestre, 7% no segundo trimestre, 2%
no terceiro trimestre, tendo apresentado um crescimento
de 2% no último trimestre do ano. Segundo a OMT, a
previsão para 2010 é de crescimento da ordem de 3 a 4%.
O fenômeno é decorrente de alguns fatores que, ao longo
dos anos de 2005 a 2009, mostraram-se ainda mais
determinantes para o refluxo do turismo internacional.
Dentre eles, encontram-se: o alto custo das viagens, em
decorrência da grande distância dos principais mercados
emissores; a imagem negativa do país no exterior,
vinculada à violência urbana, assaltos e desmatamentos;
a precariedade dos investimentos em promoção e na
construção/melhoria da infraestrutura turística; a
inexistência de uma política de incentivo a voos regulares
e charters.
Vale destacar que, com relação ao fator distância, a
tendência à regionalização do mercado internacional,
com a formação de blocos econômicos, tem resultado
em um expressivo incremento do turismo intrarregional,
com a supressão de barreiras geográficas e alfandegárias,
permitindo a livre circulação de turistas e beneficiando as
viagens de menor distância/duração, entre os países
desenvolvidos que integram os principais blocos
econômicos, reforçando a vantagem comparativa e
competitiva destes em relação aos países receptores
menos desenvolvidos, localizados, em sua maioria, no
hemisfério sul.
Entretanto, ainda que o fator distância explique o declínio
do número de turistas estrangeiros no Brasil, é necessário
assinalar que importantes emissores da América do Sul
vêm perdendo posição relativa na distribuição do fluxo
internacional, em que pese a curta distância que os
separa do Brasil, podendo-se associar esse fraco
desempenho às condições adversas que já há algum
tempo enfrentam as economias desses países. Em maior
ou menor medida, esses pontos críticos tiveram
rebatimento em todos os polos turísticos do país, apesar
das medidas que vêm sendo adotadas pelo governo
federal.
Nos últimos três anos, o crescimento do fluxo de turistas
estrangeiros vem crescendo de forma continuada, mas
em baixos percentuais. Em 2007, o número de visitantes
estrangeiros cresceu apenas 0,17% em relação a 2006. O
mesmo ocorreu em 2008, cuja variação foi de 0,48% em
relação a 2006 e de 0,65%%, em relação a 2007, como
mostra o Quadro 1.
Q uadro 1Turistas internacionais por via de acesso
Ano Aérea Marítim a Terrestre Fluvia l Total Var (% )
2006 * * * * 5.017.251 -
2007 3.746 .594 84.952 1.15 0.119 44 .169 5.025.834 0,17
2008 3.691 .240 70.091 1.24 8.508 40 .260 5.050.099 0,48
Fonte : MTur- Em bratur* Em 2006 a Embra tu r não aferiu o núme ro de tu ris ta s, s egundo a s vias de aces so.
19
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
A procedência dos turistas também não se modificou. Os
principais países emissores continuaram a ser Argentina,
Estados Unidos, Portugal, Itália e Chile, conforme se
observa no Quadro 2, acima.
O número de desembarques de passageiros nos voos
nacionais, registrado pelos aeroportos brasileiros, já
aponta uma franca recuperação, constatando-se um
crescimento de 22,93% quando se compara o número de
passageiros embarcados/desembarcados em voos
nacionais no total acumulado no ano, usando-se como
referência o mês de agosto de 2009 e o mesmo período de
2010; a INFRAERO registrou o número de 72.095.885 em
2009 e o volume de 88.630.547 passageiros em 2010.
Usando-se também o mesmo período para comparação,
observa-se um crescimento de 21,15% no número de
passageiros em voos internacionais embarcados/de-
sembarcados nos aeroportos brasileiros. Esses dados
confirmam o crescimento dos fluxos de viajantes, muito
embora se tenha que considerar que, com a valorização
do Real perante o Dólar e o Euro, há um forte incremento
na saída de brasileiros em viagens ao exterior.
O PNT 2011-2014 parte do princípio de que a elaboração
de cenários é uma das principais ferramentas auxiliares no
processo de planejamento e definição de estratégias.
Considera a análise do passado e do presente dos
principais eventos econômicos e não-econômicos para
reduzir as incertezas em relação ao futuro. Entretanto,
ressalta tratar-se de um exercício na tentativa de “previsão
de incertezas”.
Cenários e Projeções
Fonte : DPF e EMBRATUR
20
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Dentre as várias metodologias existentes (Lógica Indutiva,
Impacto de Tendências, Impactos Cruzados e Godet), o
PNT 2011-2014 optou por utilizar a combinação entre os
métodos de Análise Lógica Indutiva e Análise de Impacto
de Tendências na construção dos cenários do turismo
2011-2014, por serem considerados os mais adequados
para o conjunto de informações disponíveis.
Assim, utilizando os conceitos de crescimento do turismo
e de competitividade turística, e combinando as hipóteses
alternativas para um conjunto de incertezas críticas
externas e internas, foram desenhados três diferentes
cenários para o turismo brasileiro nos próximos quatro
anos.
O primeiro cenário combina condições externas e internas
favoráveis, cujo resultado é o crescimento acelerado do
turismo, com ganhos de competitividade turística. O
segundo cenário combina condições externas e internas
moderadamente favoráveis; o resultado é o crescimento
moderado do turismo, com pequenos ganhos de
competitividade turística. E, por último, o terceiro cenário,
que combina as condições externas e internas
desfavoráveis, cujo resultado é o crescimento inercial, com
problemas de competitividade. Para a construção dos
cenários para o turismo no Brasil no período 2011 a 2014 o
PNT elencou uma série de premissas que impactam o
desenvolvimento do setor.
O turismo é um setor econômico dinâmico, globalizado e
fortemente influenciado por diversas variáveis, tais como,
o nível de renda , taxa de câmbio, crescimento da
economia mundial, nível de crédito, taxa de juros, dentre
outras. A retomada do crescimento da economia mundial
após a crise iniciada em 2008 deverá possibilitar uma
expansão da economia nacional, o que será fundamental
para impulsionar o setor de turismo. No entanto, o PNT
indica a existência de alguns fatores que podem inibir o
ritmo de crescimento da economia mundial em um período
pós-crise e, consequentemente, da economia brasileira.
Cita, como exemplo, um possível aumento na taxa de juros
dos Estados Unidos, o que pode reduzir a capacidade de
expansão da economia mundial e afetar negativamente a
economia dos países emergentes como o Brasil.
No que tange à economia nacional, o PNT avalia que a
continuidade das políticas macroeconômicas tem
demonstrado o compromisso do país em relação à
responsabilidade fiscal, estabilidade monetária e câmbio
flutuante. A valorização da moeda nacional tem favorecido
a expansão das importações brasileiras, fator que tem sido
considerado positivo para o país, uma vez que cerca de
70% das compras externas está diretamente vinculada à
indústria, correspondendo à compra de matérias-primas e
máquinas para a modernização do parque industrial. No
entanto, essa valorização do Real vem afetando de maneira
negativa o saldo da conta turismo da balança de
pagamentos, uma vez que a entrada de divisas é menos
sensível à variação na taxa de câmbio do que as despesas.
A influência das políticas públicas tem se mostrado
fundamental para o desenvolvimento do turismo, uma vez
que a atividade turística necessita direta e indiretamente da
estrutura institucional do Estado e da infraestrutura pública
para garantir melhores resultados em termos de geração de
lucro para as empresas, emprego e renda para a economia.
O PNT ressalta ainda que o crescimento econômico
sustentável depende da estabilidade política, que poderá
possibilitar a continuidade nas reformas estruturais,
criando melhores condições para atrair investimentos para
a economia em geral e para o setor de turismo em
particular. Desta forma, para essa dimensão, foram
avaliadas as premissas a seguir:
Condições Externas
- Dimensão Econômica
- Dimensão Política
per capita
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
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Transição democrática e madura 2010/2011;
Ambiente de estabilidade de regras para incentivar o
investimento na economia brasileira;
Execução dos programas de investimentos em
infraestrutura, com vistas à realização da Copa do Mundo
de Futebol FIFA em 2014 e dos XXXI Jogos Olímpicos Rio
2016;
. Realização de investimentos públicos acompanhando
o desenvolvimento do setor privado;
Consolidação do Brasil como liderança econômica e
política na América do Sul.
O turismo pode ser considerado importante ferramenta
de desenvolvimento social, uma vez que age como
catalisador do desenvolvimento de outras atividades
econômicas em seu entorno e contribui para a qualidade
de vida da população. Outro fato que merece ser
destacado é a capacidade do turismo no processo de
inclusão social em regiões com poucas alternativas de
desenvolvimento. Segundo o PNT, os programas sociais
executados nos últimos anos no país têm contribuído
para a redução do trabalho infantil, a ascensão
socioeconômica das classes mais pobres e a
dinamização de economias locais. O aumento da classe
média tem efeitos sobre o consumo interno, inclusive de
serviços e produtos turísticos. As condições macro-
econômicas atuais contribuem para a continuidade desse
quadro. Neste contexto, o PNT avalia as seguintes
premissas para o período 2011-2014:
Manutenção dos programas de transferência de renda;
Ampliação da geração de postos de trabalho (formais e
informais);
Redução das desigualdades regionais;
Redução dos níveis de pobreza;
Oferta de vagas para qualificação profissional.
O agravamento dos problemas climáticos em nível
mundial aumentou a discussão sobre as estratégias que
deverão ser adotadas para garantir a sustentabilidade do
turismo nacional, essencial na preservação dos
ecossistemas, uma vez que muitas de suas atividades
acontecem em ambientes ecologicamente frágeis. Além
disso, a utilização de práticas sustentáveis, além de
representar, em longo prazo, economia de recursos,
contribui para a preservação do atrativo turístico.
Para essa dimensão, foram avaliadas as seguintes
premissas:
Ampliação das políticas de proteção ambiental;
Maior conscientização sobre as consequências do
aquecimento global;
Maior utilização de práticas sustentáveis pelas
empresas do setor;
Maior compreensão do turismo como forma de
sustentabilidade econômica da proteção ambiental;
Valorização do turismo sustentável.
- Dimensão Social
- Dimensão Ambiental
22
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Condições Internas
Turismo no Brasil 2011 - 2014
- Estrutura de Mercado
- Governança e Investimentos Públicos
O aumento da competição deve dominar o cenário das
empresas do setor de turismo nos próximos anos. A
concretização dos investimentos públicos para a Copa do
Mundo de Futebol FIFA 2014 e para os XXXI Jogos
Olímpicos Rio 2016 vão consolidar a confiança dos
investidores privados, que serão estimulados a ampliarem
seus investimentos. Ainda segundo o PNT, a ocorrência de
novos atores no mercado promoverá uma concorrência por
preço e qualidade. Novos arranjos comerciais devem ser
observados, devido ao interesse de grandes grupos
estrangeiros no mercado brasileiro, o que poderá promover
mudanças na estrutura de mercado tradicional observadas
no Brasil.
Este contexto sinaliza para a necessidade de melhoria de
gestão, governança corporativa e investimentos em
tecnologia. A Internet tende a se consolidar como canal de
vendas, a partir da demanda do mercado consumidor, que
possuirá um papel cada vez mais ativo e independente. Para
o quadriênio 2011-2014 foram avaliadas as seguintes
premissas:
Crescimento do setor turístico;
Aumento do papel da Internet como canal de
comercialização dos serviços turísticos;
Nível de exigência dos turistas, buscando melhor relação
custo-benefício;
Tendência à concentração de mercado como ameaça às
pequenas e médias empresas;
Investimentos em gestão, inovação e tecnologia para
aumentar a produtividade das empresas da cadeia produtiva
do turismo;
Ampliação da qualificação da mão de obra em toda a
cadeia produtiva do turismo;
Expansão e renovação da oferta hoteleira.
A manutenção da política específica para o setor de turismo,
executada através do Ministério do Turismo, deverá afetar
positivamente a dinâmica do processo de desenvolvimento
turístico. O Plano Nacional de Turismo, lançado em 2003 e
atualizado em 2007, definiu as diretrizes do planejamento
da atividade, destacando a sua relevância na geração de
divisas, emprego, renda e inclusão social.
O Programa de Regionalização do Turismo tem contribuído
para o processo de desenvolvimento do turismo brasileiro e
deve continuar a orientar as ações de estruturação da oferta
turística. Os 65 destinos indutores poderão estar sujeitos à
análise, conforme desempenho do seu índice de
competitividade, de forma a estimular a qualificação do
produto turístico brasileiro. Os investimentos do Programa
de Desenvolvimento do Turismo, Prodetur Nacional,
deverão suprir algumas necessidades atuais para o
desenvolvimento turístico dos estados habilitados a
participar do programa.
Em paralelo, os megaeventos esportivos que possuem uma
grande influência na atividade turística deverão demandar
uma nova linha de prioridade de ação para o setor público.
Esses megaeventos serão responsáveis por uma
oportunidade sem precedentes em termos de cooperação
institucional, tanto entre gestores públicos quanto na
integração público-privada. Para essa dimensão, foram
avaliadas as seguintes premissas:
Mobilização e cooperação entre poder público e iniciativa
privada para a realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA
2014 e dos XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016;
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
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Garantia dos investimentos, das três esferas de governo,
para viabilizar a infraestrutura necessária à Copa do Mundo
de Futebol FIFA™ 2014 e aos XXXI Jogos Olímpicos Rio
2016;
A ação interministerial para a realização de investimentos
ligados, direta e indiretamente, ao turismo, para a
realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e dos
XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016;
Manutenção e aceleração dos programas de
investimentos em infraestrutura;
Estímulo aos processos de participação e
descentralização das políticas públicas de turismo e
fortalecimento das instâncias de governança;
Monitoramento e avaliação do Plano Nacional de
Turismo;
Fortalecimento político-institucional da gestão pública
do turismo em âmbito nacional, estadual e municipal;
Apoio do Congresso Nacional ao setor de turismo;
Implementação efetiva da Lei Geral do Turismo.
A estabilidade econômica e a manutenção das regras são
fatores fundamentais para a ampliação dos investimentos
privados no turismo brasileiro. O setor de turismo também
possui particularidades quanto ao financiamento e
adequação das linhas de financiamento existentes. Para o
quadriênio 2011-2014, foram avaliadas as seguintes
premissas:
Adequação e ampliação das linhas de financiamento
para o turismo (prazo, taxas e garantias), com vistas à
realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e dos
XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016;
Ampliação dos investimentos em hotelaria, realizados
por grupos nacionais e internacionais;
Ampliação da capacidade de investimento nas empresas
aéreas nacionais, com o aumento da participação do
capital estrangeiro;
Ampliação dos investimentos privados nos destinos
turísticos;
Qualificação dos tomadores de crédito.
Uma das principais limitações para o desenvolvimento do
turismo brasileiro diz respeito às questões de acesso e
mobilidade urbana. Desta forma, o PNT indica que o
desenvolvimento do turismo no país está condicionado a
uma mudança na regulamentação e regulação do
transporte aéreo internacional para o Brasil, ao crescimento
do número de voos internacionais, à melhoria na
regulamentação e regulação do transporte aéreo doméstico
e à melhor e maior integração da malha aeroviária e das
condições das vias de acesso terrestres e aquaviárias.
Em relação à infraestrutura, diversos investimentos
relacionados à mobilidade urbana e à acessibilidade aérea,
terrestre e aquaviária serão realizados, para permitir a
realização da Copa em 2014, quando são esperados cerca
de 500 mil turistas internacionais, apenas no mês de
realização do evento. O país terá uma substancial melhoria
em termos de logística de transporte, o que será
extremamente positivo para o turismo. Para essa dimensão,
foram avaliadas as seguintes premissas:
Execução do PAC da mobilidade urbana para a Copa do
Mundo de Futebol FIFA 2014;
Ampliação e melhoria da infraestrutura aeroportuária e da
capacidade de atendimento dos principais terminais
aéreos do país;
Investimentos Privados
Acesso e Mobilidade
TM
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
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Ampliação do número de voos internacionais para o
Brasil;
Ampliação da oferta de assentos e destinos pelo
transporte aéreo doméstico;
Melhoria da integração da malha aeroviária doméstica;
Capacidade das empresas aéreas brasileiras em aten-
der à demanda futura;
Fortalecimento da aviação regional;
Melhoria das vias de acesso (terrestres e aquaviárias)
aos destinos turísticos;
Melhoria da sinalização turística urbana e rodoviária;
Gestão estratégica da informação relativa à logística de
transportes para o turismo.
De acordo com a análise do PNT, os principais destinos
emissores dentre os países desenvolvidos ainda sofrerão
com os impactos da crise econômica, principalmente
pela elevação dos índices de desemprego e da dificul-
dade de acesso ao crédito. Isso terá impacto nas viagens
de norte-americanos e europeus ao Brasil, um destino de
longa distância e com custo ainda elevado. Os fluxos de
turismo internacional devem se intensificar com origem
nos BRICS, principalmente China e Índia, alavancados
por mútuos interesses comerciais. Adicionalmente, o
Brasil terá um reforço espontâneo de exposição na mídia
por conta da realização da Copa do Mundo de Futebol
FIFA 2014 e dos XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016. Estes
eventos poderão também incentivar o aumento das
viagens oriundas dos países vizinhos ao Brasil,
reforçando o fluxo turístico intrarregional.
No que se refere à atração de turistas internacionais para o
Brasil, o PNT, para o quadriênio 2011-2014, avalia as
seguintes premissas:
Visibilidade ampliada do Brasil na mídia internacional,
ao sediar os megaeventos Jogos Militares, Rio+20,
Copa das Confederações, Copa do Mundo de Futebol
FIFA 2014 e XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016;
Flexibilização dos acordos bilaterais com relação à
entrada de estrangeiros no país;
Turismo Internacional
Desembarque no Aeroporto de Salvador
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
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Facilitação dos processos de emissão de vistos;
Modelo operacional verticalizado para operadoras
internacionais na comercialização do destino Brasil, sem
integração com atores locais;
Maior participação dos países em desenvolvimento no
mercado global de turismo;
Consolidação do Mercosul como principal mercado
para o Brasil;
Fortalecimento da estratégia de promoção do Brasil no
exterior;
Consolidação do Brasil como destino para eventos
internacionais.
O mercado turístico doméstico tem crescido expo-
nencialmente, sustentando a demanda em mo-mentos
em que a conjuntura externa apresentou-se desfavorável.
Desta forma, esse mercado consumidor vem ganhando
relevância, alvo tanto de ações comerciais da iniciativa
privada como de políticas públicas.
Para essa dimensão, o PNT avalia as seguintes premissas:
Inclusão de novos mercados consumidores para o setor
de turismo;
Maior participação do turismo na cesta de consumo
das famílias;
Aumento do número de viagens domésticas;
Melhoria da qualidade dos produtos e destinos
turísticos;
Consolidação dos produtos turísticos regionais.
Considerando-se este panorama traçado pelo Ministério
do Turismo através do seu documento de planejamento
para o quadriênio 2011-2014, o Estado da Bahia, com
base no diagnóstico da situação da atividade no momento
atual, parte para a sua definição estratégica 2011-2016,
atualizando os dados e as ações empreendidas no
período 2007-2010.
Turismo Doméstico
Desembarque doméstico - Aeroporto de Salvador
26
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
O TURISMO NA BAHIA
Diante dos cenários e premissas elencados no capítulo
anterior pelo Plano Nacional de Turismo, a Secretaria de
Turismo da Bahia, na elaboração deste Plano Estratégico
2007-2016, busca ampliar e fortalecer o alinhamento da
sua política de governo com aquela emanada pelo
Ministério do Turismo. Entende, desta forma, que a
definição dos seus três eixos estratégicos, ou seja,
Inovação do Produto, Qualificação dos Destinos e
Serviços e Integração Econômica, acham-se
estreitamente vinculados ao plano elaborado em nível
federal.
Buscando-se um resgate histórico do desenvolvimento
turístico do Estado da Bahia, reporta-se ao ano de 1970,
quando o Conselho de Desenvolvimento do Recôncavo
(CONDER) elaborou o 1º plano estratégico denominado
Plano de Turismo do Recôncavo e, em 1979, quando foi
elaborado o segundo documento, com foco numa
estratégia executada por intermédio do programa
denominado Caminhos da Bahia, que contemplava a
construção e gerenciamento de hotéis e pousadas em
potenciais destinos baianos, ações promocionais e
capacitação de recursos humanos.
Dando prosseguimento a essa avaliação histórica, para o
período 1991 – 2002, o governo elaborou outro plano
denominado Estratégia Turística da Bahia, ancorado no
Programa de Desenvolvimento Turístico da Bahia
(PRODETUR-BA), incluindo ações em obras de
infraestrutura básica, de qualificação dos recursos
humanos, de marketing de incentivo ao empresário para a
implantação de negócios turísticos, dentre outras.
Importante ressaltar que nessa avaliação diagnóstica do
turismo na Bahia observa-se que o Governo do Estado
tem sido o protagonista dessa atividade na Bahia, seja
pela iniciativa de sempre conceber planos estratégicos,
seja pelo apoio às iniciativas empresariais, ou até mesmo
por ter assumido atribuições que, em momentos de
expectativa racional, seriam naturalmente de
incumbência do empresariado. Entretanto, os primeiros
sinais de rompimento desse modelo inicia-se em 2003,
quando foi elaborado o plano estratégico denominado
“Século XXI – Consolidação do Turismo”; nele, a
Secretaria da Cultura e Turismo, àquela época, trouxe a
expectativa de uma nova divisão de responsabilidades
entre governo, empresários e a sociedade civil, e de
maior interatividade no meio empresarial.
A elaboração deste documento parte do principio de que
a atividade turística na Bahia representa uma política de
Estado, e não de Governo, por isso esse resgate histórico
é necessário para o melhor entendimento da proposta
desta nova versão do plano estratégico, que se denomina
de “O Terceiro Salto”, agregando-se às experiências
acumuladas em todos os períodos anteriores, uma nova
visão de 2010 para o horizonte de 2016.
Hotel Iberostar - Praia do Forte
27
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Justificando essa terminologia, caracteriza-se de forma
sintética as fases anteriores do turismo na Bahia, da
seguinte forma:
• Construção da identidade turística cultural.
• Este período contou com uma atividade turística
baseada, sobretudo, naquilo que a música de Caymmi e a
literatura de Jorge Amado colocavam no imaginário das
pessoas. A ação do Governo restringia-se praticamente à
promoção e à organização de eventos.
• Planejamento, infraestrutura, internacionalização da
marca Bahia, construção dos Centros de Convenções
(Salvador, Ilhéus e Porto Seguro) e expansão dos parques
hoteleiros.
• Expansão do turismo para dez zonas turísticas, atração
de novos investimentos, operação do Programa de De-
senvolvimento Turístico do Nordeste – PRODETUR NE,
que propiciou o avanço na implantação das infra-
estruturas públicas nas regiões turísticas beneficiadas
pelo programa.
1º Salto – até 1970
2º Salto - 1970 – 2006
Hotel Iberostar - Praia do Forte
Hotel Vila Gallé - Guarajuba
Centro de Convenções de Ilhéus
Centro de Convenções de Porto Seguro
Ileaiye - Carnaval de Salvador
28
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Fluxo Turístico
Análise comparativa do destino turístico Bahia
A Bahia registrou em 2008 um fluxo global de 9.052.000
(nove milhões e cinquenta e dois mil turistas), que
corresponde a 7% do fluxo total de turistas e 10,2% do
fluxo internacional do Brasil. Desse total, 8.538.000
(94,3%) são turistas domésticos, que compreende o
número de visitantes de outros estados do país e também
o de baianos que viajam dentro do próprio território. O
número de visitantes estrangeiros representa 5,7% do
fluxo global ou, em número absoluto, 514 mil pessoas.
O percentual do fluxo turístico internacional da Bahia
sobre o número total de turistas acompanha o nacional.
Em 2008, o Brasil registrou um fluxo total, de
128.505.000 turistas, sendo 123.479.000 de turistas
domésticos, que representam 96,1% do total, e
5.026.000 de turistas internacionais, que representam
3,9% do fluxo total.
Diversos aspectos compõem o imaginário do turista que
deseja visitar a Bahia. A pesquisa FIPE indicou ainda que
a maior parte dos consumidores, na verdade, é motivado
por um conjunto de aspectos inseparáveis. Não se viaja
para a Bahia apenas por conta de um único elemento, por
mais importante que seja. Dentre os aspectos mais
citados daqueles que atraem turistas para a Bahia, estão
as praias (37%), a beleza de uma maneira geral (26%), a
cultura e a história (17%), o Carnaval e outras festas (9%),
o povo (5%), a natureza (3%) e a gastronomia (3%).
Carnaval 2010 - Salvador
Gráfico 3 : Por que sonha em viajar para a Bahia?
Natureza
3%
Gastronomia
3%
Praias
37%
Beleza
26%
Cultura e
história
17%
Carnaval e
outras festas
9%
Povo
5%
29
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Contribuindo positivamente para alavancar a Bahia no
mercado turístico, podem-se enumerar os seguintes
aspectos:
• A Bahia possui um portifólio de 27 destinos turísticos
diferenciados na suas características de oferta ao
mercado: Salvador, Imbassaí, Praia do Forte, Costa do
Sauípe, Mangue Seco, Itaparica, Cachoeira, Morro de
São Paulo, Boipeba, Maraú/Barra Grande, Ilhéus, Itacaré,
Canavieiras, Una/Comandatuba, Porto Seguro, Arraial
d'Ajuda, Trancoso, Santa Cruz Cabrália, Abrolhos, Prado,
Juazeiro, Lençóis, Rio de Contas, Mucugê,
Palmeiras/Vale do Capão, Jacobina e Vale do Jiquiriçá;
• 1.200 km de costa atlântica localizada no centro do
litoral brasileiro e abrigando a primeira e a terceira
maiores baías do país, respectivamente a Baía de Todos-
os-Santos e a de Camamu;
Rico acervo do patrimônio histórico arquitetônico
colonial em sua capital, Salvador, e cidades do Re-
côncavo, além de outras localizadas na Chapada Dia-
mantina, Costas do Dendê, Cacau e Baleias;
• Diversidade cultural representada pela música, lite-
ratura, artes plásticas, gastronomia, religiosidade, com
forte influência da cultura afro-brasileira;
• Concentração em um único estado brasileiro de cinco
biomas distintos: Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Cos-
teiro e Marinho;
• Existência de festas populares que na Bahia se
reproduzem em grandes dimensões: Carnaval e São
João; e, no segmento religioso, a romaria a Bom Jesus da
Lapa;
• Oferta de produtos distribuídos em segmentos, além
de “sol e praia”: Histórico-Cultural, Étnico-Afro, GLS,
Golfe, Náutico, Ecoturismo, Negócios, Religioso, Es-
portivo, Enoturismo, Rural e outros.�
Praia do Espelho - Trancoso
30
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Complementando esta análise, a Fundação Getulio
Vargas (FGV) vem realizando Estudo de Competitividade
nos anos de 2008 a 2011 nos cinco destinos indutores
definidos pelo MTur no Estado (Salvador, Porto Seguro,
Mata de São João, Lençóis e Maraú). Os seus resultados
estão referenciados nas 13 dimensões (Infraestrutura
Geral, Acesso, Serviços e Equipamentos Turísticos,
Atrativos Turísticos, Marketing, Políticas Públicas,
Cooperação Regional, Monitoramento, Economia Local,
Capacidade Empresarial, Aspectos Sociais, Aspectos
Ambientais e Aspectos Culturais) e 60 variáveis de
competitividade do turismo elencadas por aquela
Instituição.
Com base nas informações coletadas, a FGV atribui
pontos às perguntas e pesos às variáveis, gerando notas
de 0 a 100 para cada dimensão. Também utiliza um
conjunto de pesos na ponderação das dimensões que,
por sua vez, resultou em um índice global de
competitividade do destino. Analisadas as variáveis,
alcança-se um valor que representa o grau de
competitividade do destino avaliado. Neste aspecto, a
cidade de Salvador, principal destino turístico do Estado,
alcançou em 2009 um índice total de 73,8, que a coloca
em posição acima das médias das capitais (59,3) e da
macrorregião Nordeste (48,9) onde se insere. Com
relação aos demais destinos baianos que compõem o
grupo dos 65 destinos elencados pelo MTur, atinge-se
índices menores que Salvador, o que demonstra a
necessidade de implementação das ações referentes às
dimensões acima discriminadas e já definidas pelos seus
respectivos grupos gestores. Entretanto, no caso de Porto
Seguro, por tratar-se de um destino mais maduro, seus
índices situam-se acima de todos os referenciais de
Brasil (52,0), não capitais (46,7) e macrorregião
Nordeste (48,9).
Elevador Lacerda - Salvador
Arraial d’Ajuda
Passarela do Álcool - Porto Seguro
Praia do Espelho - Porto Seguro
31
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Nova Geografia Turística
Partindo-se do princípio de que a descentralização
territorial do turismo propicia desenvolvimento
socioeconômico de regiões deprimidas economica-
mente, a revisão do zoneamento turístico da Bahia foi
realizada partindo-se do inventário das potencialidades
turísticas dentre os 417 municípios baianos. Como
resultado, o mapa turístico da Bahia passou a contar com
13 zonas turísticas que incorporam 156 municípios,
conforme desenho a seguir e listagem dos municípios
disponibilizada no Apêndice deste documento.
A vastidão territorial e a imensa diversidade de cenários,
tradições culturais e outros atrativos que configuram o
território baiano estão contemplados nas zonas turísticas,
cada uma delas recebendo a denominação característica
de sua principal identidade física ou temática. Essa
multiplicidade de atrativos propicia ao visitante, e
também ao investidor, uma variada gama de opções,
favorecendo o aumento da permanência média e da taxa
de retorno dos visitantes.
Principal portão de entrada para o turista que visita a
Bahia, essa zona turística envolve a capital do Estado,
Salvador, além dos municípios de Aratuípe, Cachoeira,
Candeias, Itaparica, Jaguaripe, Madre de Deus,
Maragojipe, Muniz Ferreira, Muritiba, Nazaré, Salinas da
Margarida, Santo Amaro, São Félix, São Francisco do
Conde, Saubara e Vera Cruz.
Baía de Todos-os-Santos
Caminhosdo Oestedo OesteWestern Bahia
Costa dos Coqueiros
Baía de Todos-os-Santos
Costa do Dendê
Costa do Cacau
Costa do Descobrimento
Costa das Baleias Caminhos do Sudoeste
Zonas Turísticas - Bahia/Brasil
Caminhos do Sertão
Chapada Diamantina
Caminhos do Jiquiriçá
Vale do São Francisco
Lagos e Canyons do São Francisco
Caminhos do Oeste
Baía deTodos-os-SantosAll Saints’ Bay
Costa dosCosta dosCoqueirosCoconut Coast
Costa doCosta doDendêDendê Coast
Costa doCosta doCacauCocoa Coast
Costa doCosta doDescobrimentoDiscovery Coast
Costa dasCosta dasBaleiasWhale Coast
ChapadaDiamantinaChapada Diamantina
Caminhos do
JiquiriçáPathways to Jiquiriçá
Vale doSão FranciscoSão Francisco River Valley
Caminhosdo Sudoestedo SudoesteSouthwestern Bahia
Lagos e Canyons doSão FranciscoSão Francisco Lakes and Canyons
Pathways to the Sertão
CaminhosCaminhosdo Sertãodo Sertão
Forte de São Marcelo - Salvador
32
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Rica em tradições e festas populares, a Baía de Todos-os-
Santos é um verdadeiro caldeirão cultural que combina, de
maneira singular, elementos afro-brasileiros, europeus e
indígenas. Gastronomia, música, teatro e vasto patrimônio
histórico são algumas das atrações dessa zona turística,
que abriga também belezas naturais, como ilhas cobertas
de vegetação nativa e manguezais preservados. A própria
Baía, que empresta o nome ao Estado, destaca-se como
elemento de integração e acesso, oferecendo excelentes
condições de navegação e lazer.
A Baía de Todos-os-Santos é atendida pelo Aeroporto
Internacional de Salvador, o quinto maior do país, com
mais de 7 milhões de embarques e desembarques em
2009, e por um aeroporto para aviões de pequeno porte,
em Itaparica. Possui um porto marítimo para passageiros,
em Salvador, e terminais para a ligação de ferries-boats
entre Salvador e Itaparica. Conta também com serviços
regulares de transporte rodoviário. Esta zona turística é foco
principal do projeto piloto de desenvolvimento do turismo
náutico em execução pela SETUR e MTur.
Mariscada
Convento Ordem Terceira - Cachoeira
Artesanato - Marogojipinho
Regata Aratu - Maragojipe
Ilha de Bom Jesus dos Passos
33
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Costa dos Coqueiros
Formada por municípios localizados ao norte da capital
baiana (Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada,
Itanagra, Jandaíra, Lauro de Freitas e Mata de São João), a
Costa dos Coqueiros é uma das zonas turísticas mais
procuradas do Estado, abrigando destinos conhecidos
como Guarajuba, Itacimirim, Praia do Forte, Imbassaí,
Costa do Sauípe e Mangue Seco.
Atendida pelo Aeroporto Internacional de Salvador e pela
Estrada do Coco e Linha Verde, a Costa dos Coqueiros
possui fácil acesso, sendo servida por diversas opções
de voos. Conta com suprimento de energia elétrica, água
potável, saneamento e telecomunicações, e vem atraindo
empreendimentos hoteleiros de alto padrão, sobretudo
resorts de bandeiras internacionais que já disponibilizam
dois campos de golfe de 18 buracos, com perspectivas
de novos empreendimentos que irão transformar esta
zona no principal destino de golfe no país. Em suas
pequenas vilas praianas encontram-se pousadas,
restaurantes, lojas e outros serviços de apoio ao turismo.
Além dos vastos coqueirais que adornam seus quase 200
quilômetros de litoral, a Costa dos Coqueiros é rica em
paisagens deslumbrantes, emolduradas por rios, lagoas,
pequenas cachoeiras e manguezais, formando um rico e
diversificado ecossistema.
Hotel Vila Gallé - Guarajuba
Hotel Iberostar - Praia do Forte
Restaurante Japonês - Praia do Forte Vila da Praia do Forte
Hotel Grand Palladium - Imbassaí
34
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Costa do Dendê
Localizada ao sul de Salvador, em área contígua à Baía de
Todos-os-Santos, a Costa do Dendê é composta pelos
municípios de Cairu, Camamu, Igrapiúna, Ituberá, Maraú,
Nilo Peçanha, Presidente Tancredo Neves, Taperoá e
Valença. Como o próprio nome sugere, aqui se concentra a
cultura do dendê, palmeira que dá origem a um dos
ingredientes mais simbólicos da culinária baiana — o
azeite de dendê. Devido ao seu litoral recortado onde se
sobressai a Baía de Camamu, a Costa do Dendê apresenta
condições ideais para a prática de uma variedade de
atividades náuticas direcionadas ao lazer e ao esporte.
Repleta de praias desertas, arquipélagos, relíquias do
patrimônio histórico e pequenos povoados, a região
preserva paisagens naturais intocadas, além de
significativas manifestações folclóricas, produção
artesanal e variada gastronomia relacionada principalmente
aos frutos do mar. Entre os cenários naturais, destacam-se
mais de 100 km de praias, três grandes ilhas e a península
de Maraú, entre a baía e o Oceano Atlântico.
O Aeroporto de Valença permite a operação de aeronaves
tipo Boeing-737, existindo, ainda, pistas de pouso para
monomotores em Morro de São Paulo e na península de
Maraú. Outras modalidades de transporte como o rodoviário
e o marítimo são também oferecidos com regularidade na
região, que conta, em diversas localidades, com serviços de
energia elétrica, água potável, saneamento e tele-
comunicações.Barra Grande - Península de Maraú
Península de Maraú - Camamu
Morro de São Paulo - Cairu
35
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Costa do Cacau
Compreendendo os municípios de Canavieiras, Ilhéus,
Itabuna, Itacaré, Pau Brasil, Santa Luzia, Una e Uruçuca,
essa região tornou-se mundialmente famosa por
intermédio das histórias de amor e aventura contadas por
Jorge Amado.
Produtora do fruto que dá origem ao chocolate, a Costa do
Cacau, que por longo período se destacou pela riqueza e
prosperidade, ainda hoje abriga considerável patrimônio
arquitetônico dos tempos áureos da lavoura cacaueira. O
modelo de exploração do cacau — que utilizava a
vegetação nativa para fornecer sombra aos cacauais —
contribuiu também para a preservação de significativos
remanescentes de Mata Atlântica, hoje inseridos em
diversas unidades de conservação ambiental criadas na
região. Além de 200 km de praias de areias claras e águas
mornas, o cenário da região é complementado por rios,
lagoas, cachoeiras e cavernas. Preserva, também,
tradições populares diferenciadas. Os aeroportos de
Ilhéus e Comandatuba (particular) têm capacidade para
receber aeronaves do tipo Boeing-737, e o de Canavieiras
permite a operação de aviões de pequeno porte.
A região conta ainda com o Porto Marítimo de Ilhéus e
com rodovias pavimentadas que atendem a diversas
localidades vizinhas. São oferecidos serviços regulares
de energia elétrica, água potável, saneamento e
telecomunicações.
Aeroporto de Ilhéus
Ilha de Comandatuba - Una
Praia da Engenhoca - Itacaré
36
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Costa do Descobrimento
Considerada berço da história e civilização brasileiras, a
Costa do Descobrimento — formada pelos municípios de
Belmonte, Eunápolis, Itabela, Porto Seguro e Santa Cruz
Cabrália — oferece um conjunto inigualável de atrativos
históricos e naturais. Segundo maior destino turístico do
Estado, possui a mais extensa rede hoteleira da Bahia. A
região abriga preservado conjunto histórico-arquitetô-
nico que remonta aos primórdios da história do Brasil,
além de ecossistemas e paisagens des-lumbrantes,
dentre as quais se destacam praias, falésias, manguezais,
rios e remanescentes de Mata Atlântica. Nessa região,
encontram-se três parques nacionais - o do Desco-
brimento, o do Monte Pascoal e o do Pau Brasil - além de
áreas de proteção ambiental e reservas indígenas. O
artesanato indígena e tradições como o reisado, os bailes
pastoris, a puxada do mastro e os mandus são elementos
preservados da rica e diversificada cultura local.
A Costa do Descobrimento possui um aeroporto
internacional, localizado em Porto Seguro, além de
rodovias pavimentadas que ligam as principais
localidades da região e permitem a oferta regular de
serviços de transporte aéreo e rodoviário. É abastecida de
energia elétrica, água potável, saneamento e
telecomunicações, em diversas localidades.
Recife de Fora - Porto SeguroCentro Histórico - Porto Seguro
Reserva Jaqueira - Porto Seguro
Aeroporto de Porto Seguro
Hotel Terra Vista - Trancoso
37
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Costa das Baleias
Composta pelos municípios de Alcobaça, Caravelas,
Itamaraju, Mucuri, Nova Viçosa, Prado e Teixeira de
Freitas, a Costa das Baleias tem como principal atração
turística o fenômeno anual de migração das baleias
jubarte, que pode ser observado no Parque Nacional
Marinho de Abrolhos.
A esse belo espetáculo, aliam-se a extensa e diversa
geografia submarina da região, ideal para a prática do
mergulho e de outros esportes náuticos, além de outras
unidades de conservação terrestres e de tradições
folclóricas de influência portuguesa. A região conta ainda
com outros atrativos, como o Parque Nacional do
Descobrimento, a Barra do Cahy — local onde a
esquadra de Cabral fez o seu primeiro desembarque para
abastecimento de água — e o Museu Ecológico Franz
Krajcberg, um espaço cultural que se localiza em Nova
Viçosa. A Costa das Baleias dispõe de infraestrutura
básica que inclui aeroportos em Caravelas e Teixeira de
Freitas (para aeronaves de pequeno porte), rodovias,
serviços de energia elétrica, abastecimento de água e
telecomunicações, além de empresas que atendem ao
turismo náutico e ao ecoturismo.
Arquipélago de Abrolhos
Ilha Redonda - Abrolhos
Casas da Marinha, Ilha de Santa Bárbara - Abrolhos
Farol de Abrolhos
38
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Chapada Diamantina
Dividida em quatro circuitos — Chapada Norte
(municípios de Andorinha, Bonito, Caém, Campo
Formoso, Jacobina, Jaguarari, Miguel Calmon, Morro do
Chapéu, Ourolândia, Piritiba, Saúde, Senhor do Bonfim,
Utinga e Wagner); Circuito do Ouro (Abaíra, Érico
Cardoso, Iramaia, Jussiape, Livramento de Nossa
Senhora, Paramirim, Piatã, Rio de Contas, Rio do Pires e
Souto Soares); Circuito do Diamante (Andaraí, Ibicoara,
Iraquara, Itaetê, Lençóis, Mucugê, Nova Redenção,
Palmeiras e Seabra); e Chapada Velha (Barra do Mendes,
Brotas de Macaúbas, Central, Gentio do Ouro, Ipupiara e
Xique-Xique) — a Chapada Diamantina é a mais extensa
zona turística da Bahia. Localizados na região central da
Bahia, os municípios compreendidos nesses circuitos
têm a sua história relacionada a momentos importantes
da vida nacional, como a exploração do garimpo do ouro
e diamantes nos séculos XVII, XVIII e XIX.
O cenário dessa região, mundialmente famosa por sua
rica biodiversidade, é formado por paisagens de relevo
montanhoso, quedas d'água, lagos subterrâneos, além de
um grande número de nascentes, corredeiras, cânions e
cavernas que a tornam um excelente local para a prática
do turismo de aventura, esportes radicais e do turismo
ecológico. Sua principal atração é o Parque Nacional da
Chapada Diamantina.
É atendida pelo Aeroporto de Lençóis, com capacidade
para a operação de aeronaves do porte de um Boeing-
737, e cortada por rodovias pavimentadas até as
principais áreas naturais. Possui serviços regulares de
transporte aéreo e rodoviário e serviços de energia
elétrica, água potável e telecomunicações, em diversas
localidades.
Três Morros - Palmeiras
Cachoeira Véu da Noiva - Itaitú
Poço Encantado - Iraquara
Centro Histórico - Lençóis
39
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Pela sua dimensão, a Zona Turística da Chapada
Diamantina está subdividida em quatro Circuitos:
Tem como principais atrativos o rico patrimônio histórico,
o Parque Nacional da Chapada Diamantina, o Vale do
Capão, além das relíquias dos tempos de opulência do
garimpo de diamantes, cachoeiras e rios. Principal
destino: Lençóis.
Abriga grande diversidade de atrativos naturais,
históricos e culturais, como cachoeiras, piscinas
naturais, corredeiras, cavernas calcárias e pinturas
rupestres. Destaque para a Gruta da Mangabeira.
Principal destino: Rio de Contas.
Possui geografia peculiar, com grutas, cachoeiras e rios
protegidos por unidades de conservação, além de sítios
arqueológicos, tradições culturais e gastronomia típica
regional. Pela sua altitude mais elevada, apresenta baixas
temperaturas. Principais destinos: Jacobina e Morro do
Chapéu.
Além de atrativos naturais, a região preserva
características históricas e costumes que se manifestam
nas festas regionais tradicionais. Principal destino:
Gentio do Ouro.
- Circuito do Diamante
- Circuito do Ouro
- Circuito da Chapada Norte
- Circuito da Chapada Velha
Cachoeira do Payayás - Saúde
Morro do Pai Inácio - Palmeiras
40
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Vale do São Francisco
Caracterizada pela influência do Rio São Francisco, essa
zona turística é formada pelos municípios de Casa Nova,
Curaçá, Juazeiro, Remanso e Sobradinho, tendo como
principais atrativos o Enoturismo e as atividades ligadas à
pesca e aos esportes náuticos em geral, e as usinas
hidrelétricas que compõem parte do conjunto de produção
energética da CHESF.
A região, além de possuir o maior rebanho de caprinos de
todo o Brasil, vive um período de desenvolvimento
baseado na irrigação, que trouxe, entre outros benefícios,
as videiras, que produzem vinhos de qualidade
reconhecida internacionalmente, com a particularidade de
produzir duas safras de uvas por ano. A SETUR considera
importante o desenvolvimento do segmento do
Enoturismo nessa região, promovendo a visitação de
vinícolas que colocam a região em condições de oferecer
este atrativo em pleno sertão brasileiro.
Um dos produtores locais é a Vinícola Ouro Verde,
pertencente ao Miolo Wine Group, localizada no município
de Casa Nova a, aproximadamente, 60 km de Juazeiro,
que, em 2008, inaugurou um complexo Enoturístico
aberto à visitação, compreendendo cantina, cave
subterrânea e sala de degustação, dentre outras
instalações. Outro importante atrativo é a maior represa do
mundo, conhecida como Lago do Sobradinho, com um
espelho de água de 4 mil quilômetros quadrados e
capacidade de armazenamento de 34 bilhões de metros
cúbicos de água oriunda do Rio São Francisco. As
condições naturais favoráveis incentivaram a prática de
esportes náuticos, especialmente vela,
. A pesca do surubim é outra atividade
de lazer que atrai pescadores amadores e profissionais,
além de ser uma importante atividade econômica.
A infraestrutura básica do Vale do São Francisco inclui o
aeroporto de Petrolina (cidade pernambucana separada
da baiana Juazeiro pelo Rio São Francisco), rodovias e
ser-viços de energia elétrica, saneamento e te-
lecomunicações.
hobbie-cat, laser,
windesurfe e jet-ski
Lago do Sobradinho - Sobradinho
Rio São Francisco - Juazeiro
41
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Canyons e Lagos do São Francisco
Abrangendo os municípios de Abaré, Glória, Paulo
Afonso, Rodelas e Santa Brígida, dentre os principais
atrativos desta zona turística merecem destaque o maior
cânion natural navegável do mundo, com paredões de
mais de cem metros de altura, represas e usinas
hidrelétricas. A esses atrativos somam-se características
fisiográficas que permitem a prática de diferentes
modalidades de esportes radicais (rapel, ,
tirolesa, e , asa-delta e escaladas,
entre outros), os quais vêm gerando um fluxo turístico
significativo para a região.
O Complexo da Companhia Hidrelétrica do São
Francisco—CHESF é um dos grandes atrativos do
município de Paulo Afonso, mas não o único. O visitante
ainda pode passear de catamarã pelo cânion do São
Francisco e visitar um museu a céu aberto, com mais de
100 sítios arqueológicos de pinturas rupestres datadas de
9 mil anos.
Outro atrativo é a Cachoeira de Paulo Afonso, formada por
diversas quedas de água que se espalham pelas rochas de
granito, recortada em plataformas assemelhando-se a
imensos degraus, onde se destaca o Véu de Noiva. Vale
ressaltar que, com a construção das usinas, as águas que
formam a cachoeira foram represadas, e, em épocas
programadas, as comportas da barragem são abertas,
num espetáculo de impressionante beleza.
A infraestrutura básica dos Canyons e Lagos do São
Francisco inclui o aeroporto de Paulo Afonso, rodovias e
serviços de energia elétrica, saneamento e teleco-
municações.
canyoning
bungie-jump base-jump
Rio São Francisco - Paulo Afonso
Mirante - Cachoeira de São Francisco
Cânions São Francisco - Xingó
42
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Caminhos do Oeste
Localizada ao oeste do Rio São Francisco, essa região é
composta por dois circuitos – o Rio Grande (Barra,
Barreiras, Formosa do Rio Preto, Luis Eduardo
Magalhães, Riachão das Neves, Santa Rita de Cássia e
São Desidério), e o circuito do Rio Corrente (Bom Jesus
da Lapa, Correntina, Ibotirama, Santana, Santa Maria da
Vitória e São Félix do Coribe). Considerada atrativa por
suas paisagens características do cerrado, essa zona
turística vem apresentando expressivo crescimento
econômico, impulsionado por avanços sensíveis em seu
segmento agroindustrial, notadamente a produção de
grãos. É considerada também uma das mais ricas em
recursos hídricos do Nordeste do Brasil, com destaque
para os rios Branco, Corrente, de Ondas e Grande.
A essas características, soma-se um potencial turístico
que se revela na presença de serras, cachoeiras,
cavernas, rios com corredeiras e praias fluviais,
favorecendo o desenvolvimento do segmento de natureza
em suas diferentes modalidades.
Conta com aeroportos em Barreiras e Bom Jesus da Lapa,
uma extensa malha rodoviária ligando as principais
localidades da região com as capitais Salvador e Brasília,
além de serviços de energia elétrica, saneamento e
telecomunicações.
Cachoeira Acaba Vida - Barreiras
Cachoeira do Redondo - Barreiras
Igreja Matriz - Monte Santo
Rio Corrente - Correntina
43
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Caminhos do Jiquiriçá
Localizada a cerca de 150 km a oeste de Salvador, essa
zona turística é dividida em dois circuitos: Vale do
Jiquiriçá (Amargosa, Cravolândia, Elísio Medrado, Itiruçu,
Jiquiriçá, Laje, Milagres, Santa Inês, São Miguel das
Matas e Ubaíra), e Recôncavo Sul (Castro Alves,
Conceição do Almeida, Cruz das Almas, Dom Macedo
Costa, Itatim, Santa Terezinha, Santo Antônio de Jesus,
São Felipe e Varzedo).
Contando com belas cachoeiras, rios, serras, flora e fauna
exuberantes, esta zona turística desperta o interesse de
visitantes que buscam contato com a natureza, seja para
simples contemplação, seja para a prática de esportes de
natureza, como cavalgadas, , canoagem e pesca.
São importantes atrativos, ainda, o patrimônio histórico-
cultural, o rico artesanato da região e o turismo rural.
A região possui rodovias pavimentadas interligando suas
principais localidades, além de serviços regulares de
transporte rodoviário, energia elétrica, água potável e
telecomunicações.
trekking
Praça Lourival Monte - Amargosa
Catedral Nossa Srª. do Bom Conselho - Amargosa
44
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Caminhos do Sertão
Abrangendo os municípios de Araci, Banzaê, Candeal,
Canudos, Cipó, Euclides da Cunha, Feira de Santana,
Itapicuru, Monte Santo, Nova Soure, Ribeira do Pombal,
Serrinha, Teofilândia, Tucano e Uauá, essa zona turística
tem forte vocação para o turismo religioso e histórico-
cultural, notadamente nos municípios de Monte Santo e
Canudos, que foram palco de um movimento social
liderado por Antônio Conselheiro — episódio que
culminou com a chamada “Guerra de Canudos”, cuja
importância histórica motivou a criação do Parque
Histórico de Canudos. O termalismo é outro forte atrativo
da região, especialmente em Cipó e Tucano, onde estão
localizadas duas estâncias hidrominerais.
A região possui acessos pavimentados entre as principais
localidades, além de serviços regulares de transporte
rodoviário, energia elétrica, água potável e tele-
comunicações.
Caldas do Jorro - Tucano
Igreja Matriz Nossa Srª. da Conceição e Santíssimo Coração de Deus - Monte Santo
Parque Histórico de CanudosParque Estadual de Canudos
Entrada do Parque
45
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Caminhos do Sudoeste
A mais nova zona turística do Estado da Bahia já desponta
com a adesão dos municípios de Iguaí e Vitória da
Conquista e a expectativa de um crescimento
significativo em um futuro breve. Existem atrativos
naturais em toda a região como rios, cachoeiras, grutas e
serras, além de parques municipais e áreas de
preservação ambiental que colaboram para um turismo
sustentável e ecológico. Já é sede de eventos de
relevância como o Festival de Inverno (música
brasileira), São João e exposições agropecuárias.
Mantém uma gastronomia regional diferenciada e
manifestações culturais que remetem à formação ibérica
e afrodescendente, como folguedos populares, ternos de
reis e bumba-meu-boi. Situada estrategicamente entre
as Zonas Turísticas da Chapada Diamantina e da Costa do
Cacau, tem uma boa infraestrutura de acesso, com ae-
roporto regional servido por voos diários, e rodovias
estaduais e federais, além de uma oferta significativa de
serviços turísticos, como agências de viagens e de
receptivo, hotelaria qualificada, hotéis-fazenda, na zona
rural, bares e restaurantes.
Festival de Inverno - Vitória da Conquista
Iguaí
Cachoeira - Iguaí
46
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Diagnóstico do Turismo Baiano
Em 2008 o Governo do Estado da Bahia contratou a FIPE
para detalhar a caracterização do turismo no Estado. Esse
trabalho foi realizado através de 16 mil entrevistas diretas
junto aos turistas domésticos e internacionais em visita
às regiões turísticas baianas. As entrevistas foram
realizadas em sete momentos, ao longo do ano, buscando
abranger os diversos movimentos sazonais do turismo no
Estado, inclusive nas épocas de festas juninas, festas
religiosas e Carnaval.
A seguir são apresentados os resultados do perfil dos
turistas, a caracterização de suas viagens e suas opiniões
sobre os destinos visitados no Estado da Bahia com base
nesta pesquisa.
Há uma predominância do gênero masculino (56,3%)
entre os turistas do Estado da Bahia. A média etária é de
36,2 anos, destacando-se as faixas etárias de 25 a 31
anos (24,7%) e 32 a 40 anos (21,2%). Há uma pequena
participação de turistas na faixa dos 60 anos ou mais, que
demonstra a necessidade de uma atuação mais focada
nessa faixa populacional que tem, normalmente, um
poder aquisitivo de bom padrão e maior disponibilidade
de tempo para viagens em períodos de baixa estação.
Quanto ao grau de instrução, a pesquisa evidencia que a
grande maioria dos visitantes do Estado possui de nível
médio completo (46,2%) a superior completo (40,0%).
Quanto à ocupação, os assalariados são predominantes
entre os turistas que visitam o Estado da Bahia,
representando 37,2%. Profissionais liberais / autônomos
(21,7%) e estudantes (10,9%) também representam uma
parcela importante da demanda.
A renda média mensal individual dos turistas que vi-
sitaram a Bahia, indicada na pesquisa, foi de R$ 3.357,06.
Nota-se claramente na pesquisa uma grande incidência
de viagens motivadas por lazer, somando 37,2% do total.
Negócios ou trabalho (18,5%), vista a amigos e parentes
(16,8%) e festas juninas (16,7%) também tiveram inci-
dências bastante expressivas.
Perfil dos Turistas
Características das viagens
Faixa E tária (em % )*
Fai xa Etária Tot al
16 a 24 19,7
25 a 31 24,7
32 a 40 21,2
41 a 50 20,1
51 a 59 8 ,8
60 anos ou mais 5 ,5
To tal 100 ,0
Méd ia (e m ano s) 36,2
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do TurismoReceptivo na Bahia 2009- Total com eventos
Principal Ocupação Profissional (em %)
Ocupação Profissional Total
Assalariado 37,2
Profissional Liberal / Autônomo 21,7
Estudante 10,9
Empresário 8,1
Aposentado / Pensionista 4,6
Do Lar 3,7
Desempregado 1,7
Mercado Informal 1,2
Outros 11,0
Total 100,0
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do TurismoReceptivo na Bahia 2009- Total com eventos
Principal Motivação da Viagem (em %)*
Motivações Total
Lazer 37,2
Negócios ou trabalho 18,5
Visitar amigos e parentes 16,8
Festas Juninas 16,7
Saúde 3,6
Eventos Religiosos 2,3
Intercâmbio / Estudos 1,8
Carnaval 1,5
Congressos / Feiras ou convenções 1,1
Outros 0,6
Total 100,0
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do TurismoReceptivo na Bahia 2009- Total com eventos.
47
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Quanto aos motivos relacionados ao lazer, sobressaem os
atrativos naturais como principais interesses da maior
parte dos turistas em viagem a lazer, representando mais
de 82% desse total. Este resultado demonstra a
necessidade de maiores investimentos em atrativos
culturais que se constituem em forte componente do
produto Bahia, sem, no entanto, representarem ainda fator
indutor de viagens.
A média de permanência dos turistas que visitam a Bahia
é de 5,8 pernoites, destacando-se as classes de 1 ou 2
pernoites (31,4%) e de 3 ou 4 pernoites (31,0%).
Este índice de estada na Bahia evidencia que a grande
maioria dos turistas não visitou ou não tinha pretensão de
visitar outras cidades do Estado durante a viagem,
representando 73,7% dos entrevistados na pesquisa.
O índice demonstra também a importância de trabalhar os
roteiros integrados para aumentar a taxa de permanência
média do turista na Bahia.
O quadro abaixo apresenta as principais localidades
mencionadas pelos turistas que visitaram ou pretendiam
visitar outros lugares da Bahia.
Quanto aos meios de transporte utilizados nos
deslocamentos, o rodoviário através de ônibus de linha
(35,2%), seguido por automóvel próprio (20,6%), são os
meios de transporte mais utilizados pelos visitantes da
Bahia, seguidos por voo regular (17,6%) e transporte
hidroviário (12,1%).
Principal InteresseaLazer (em%)*
Interesse Total
Atrativosnaturais 82,2
Patrimônio cultural 5,0
Ecoturismo 4,9
Diversão noturna 4,5
Turismoétnico-afro 0,9
Esportes 0,4
Compraspessoais 0,3
Outros 1,8
Total 100,0
*Dados referentes somente às etapas tradicionaisFonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do TurismoReceptivo na Bahia 2009 – Total com eventos
Permanência Média (em %)
Classes de Pernoites Total
1 ou 2 Pernoites 31,4
3 ou 4 Pernoites 31,0
5 a 7 Pernoites 21,9
8 a 15 Pernoites 11,1
16 Pernoites ou mais 4,7
Total 100,0
Média (em pernoites) 5,8
*Dados referentes somente às etapas tradicionaisFonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do TurismoReceptivo na Bahia 2009 – Total com eventos
Outras cidades da Bahia que visitou e visitará(em %)*
Nome Total
Salvador 8,7
Porto Seguro 3,3
Itacaré 2,7
Ilhéus 1,9
Morro de São Paulo 1,4
Camaçari 1,3
Feira de Santana 1,2
Cairu 1,0
Praia do Forte 1,0
Itabuna 1,0
Outros (215 municípios) 16,6
Total 40,1
*Dados referentes somente às etapas tradicionaisFonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do TurismoReceptivo na Bahia 2009 – Total com eventos
Principal Meio de Transporte na Viagem (em %)
Meiode Transporte Total
Ônibus de linha 35,2
Automóvel próprio 20,6
Voo regular 17,6
Transporte hidroviário 12,1
Ônibus fretado 2,8
Voo charter / fretado 2,7
Automóvel alugado 1,2
Motos 0,1
Outros 7,7
Total 100,0
*Dados referentes somente às etapas tradicionaisFonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do TurismoReceptivo na Bahia 2009 – Total com eventos
48
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Os meios de hospedagem prevalecentes são a casa de
amigos e parentes, representando 42,4% do total. Hotel
(21,6%) e pousada (18,1%) também têm incidências
bastante significativas. Estes números são decorrentes
dos fluxos internos onde a visita a parentes e amigos
representa um alto índice de motivação de viagens.
Observa-se pela pesquisa que 45,0% dos turistas da Bahia
são influenciados na sua decisão de viagem por
comentários de amigos e parentes e que 39,1% já
conheciam o local ou evento, demonstrando assim uma
ainda baixa taxa de visitantes que decidem a viagem a
partir de outros agentes de promoção.
Quanto aos meios utilizados para a decisão da viagem,
nota-se claramente a importância da Internet como veículo
de propaganda do Estado da Bahia. Entretanto, apesar da
importância da Internet na decisão de viagem, observa-se
que os seus serviços são pouco utilizados pelos turistas.
Meio de hospedagem é o item mais consultado (12,4%),
enquanto transporte é o item mais comprado via Internet
(7,9%). O gasto médio total realizado pelos turistas da
Bahia na localidade visitada é de R$ 854,99.
O gasto per capita é de R$ 254,70 e o gasto per capita dia é
de R$ 43,78. O valor informado na pesquisa Brasil, em
2007, indica um valor de R$ 58,60/per capita/dia como o
gasto médio do turista doméstico no Brasil, portanto
acima do valor registrado na Bahia, o que indica a
necessidade de maiores investimentos em qualificação do
produto para atrair um público mais exigente e com maior
potencial de gasto.
Principal Meio de Hospedagem na Viagem (em %)
Meio de Hospedagem Total
Casa de amigos e parentes 42,4
Hotel 21,6
Pousada 18,1
Imovel alugado 4,2
Imovel próprio 3,7
Resort 3,1
Camping 1,4
Albergue 1,3
Pensão / Hospedaria 0,7
Flat / Apart 0,6
Rancharia 0,0
Outros 2,8
Total 100,0Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia2009 - Tota l com eventos
Se Lazer ou Eventos, Principal Fator de
Influência (em %)
Fator de Influência Total
Comentários de amigos e parentes 45,0
Já conhecia o local / evento 39,1
Propaganda 7,2
Agência de Viagens 3,5
Estande em evento 0,0
Outros 5,3
Total 100,0Fonte: Pesquisa de Car acterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia2009 - Tota l com eventos
Se Propaganda, Principal Veículo de
Influência na Decisão (em %)
Veículo de Propaganda Total
Internet 50,1
Revista 21,1
Televisão 15,5
Folheto 4,4
Outdoor 2,6
Jornal 2,3
Rádio 1,4
Cartaz ou Pôster 0,02
Outros 2,5
Total 100,0Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia2009 - Total com eventos
Serviços de Internet (em %)*
Serviços Consul tou Rese rvou Comprou Não
Pacote 6,7 1,4 2,1 91,6
Transporte 8,9 4,1 7,9 87,2
Hospedagem 12,4 4,8 4,2 84,1
Aluguel de Ve ículos 2,4 0,4 0,6 96,4
Atrativos e Passeios 6,8 0,3 0,5 92,0
Outros 0,9 0,1 0,1 97,8* Dados Referentes a s Etapas Tra dicionais, Ca rna val e Eventos ReligiososFonte: Pesquisa de Ca racterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Tota l comeventos
Gasto Médio no Local (em R$)
Gasto Médio Total
Gasto Médio 854,99
Gasto Médio per capita 254,70
Gasto médio per capita dia 43,78
Fonte: Pesquisa de Ca racterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia2009 - Tota l com eventos
49
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Nota-se que a maior parte dos itens de infraestrutura e
serviços turísticos foi bem avaliada por grande parte dos
turistas, com destaque à hospitalidade/povo, meios de
hospedagem e bares/restaurantes, considerados bons ou
muito bons por mais de 90% dos visitantes. Esta tabela
evidencia a necessidade de ampliar os investimentos,
principalmente em Limpeza Pública, por parte dos
municípios visitados, seguidos por Terminal Rodoviário,
Segurança Pública e Sinalização Urbana/Turística. Quanto
à avaliação do Carnaval da Bahia foram considerados
bons ou muito bons pela grande maioria dos turistas que
participaram dos mesmos, com destaque para animação
(99,0%), ritmos/musicalidade (97,8%), trios elétricos
(97,6%) e bandas (97,5%). Embora não seja pre-do-
minante, vale a pena destacar que os itens com maiores
incidência de avaliações negativas foram a
higiene/limpeza dos alimentos e bebidas (39,6%) e os
espaços dos eventos (19,1%).
Avaliação Geral (em %)
Itens AvaliadosMuito Bom Bom Ruim Muito Ruim Positiva Negativa
(1) (2) (3) (4) (1)+(2) (3)+(4)
Hospitalidade / Povo 54,5 42,3 2,5 0,7 96,8 3,2
Informações turísticas 19,7 60,1 15,8 4,5 79,8 20,2
Guias de turismo 24,2 59,5 13,4 2,9 83,7 16,3
Meios de hospedagem 38,4 54,2 6,1 1,3 92,7 7,3
Bares / Restaurantes 28,2 64,0 6,5 1,3 92,2 7,8
Comércio / Compras 20,3 67,5 11,2 0,9 87,9 12,1
Comunicações 12,2 69,4 13,6 4,7 81,6 18,4
Sinalização urbana / Turística 8,2 63,9 21,4 6,5 72,1 27,9
Segurança pública 9,1 62,8 21,4 6,7 71,9 28,1
Limpeza pública 10,2 55,4 24,5 9,9 65,5 34,5
Terminal rodoviário 7,1 64,2 16,8 12,0 71,2 28,8Fonte: Pesquisa Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Total comeventos
Avaliação Carnaval (em %)
Itens AvaliadosMuito Bom Bom Ruim Muito Ruim Positiva Negativa
(1) (2) (3) (4) (1)+(2) (3)+(4)
Animação 67,1 31,9 0,8 0,2 99,0 1,0
Arquibancada 28,4 61,5 9,0 1,1 89,9 10,1
Blocos 53,2 43,2 3,3 0,3 96,4 3,6
Camarotes 59,2 35,5 3,8 1,5 94,7 5,3
Decoração 34,1 55,1 7,8 2,9 89,3 10,7
Espaço 26,4 54,6 15,1 3,9 80,9 19,1
Fantasias / Abadás 31,2 59,6 8,4 0,8 90,8 9,2
Higiene / Limpeza (alimentos e bebidas) 12,8 47,6 27,7 11,9 60,4 39,6
Participação popular 50,3 45,9 3,1 0,7 96,2 3,8
Ritmos / Musicalidade 66,1 31,7 1,7 0,5 97,8 2,2
Trios elétricos 66,6 31,0 2,2 0,2 97,6 2,4
Bandas 64,6 32,9 2,2 0,3 97,5 2,5
Clubes / Espaços privados 51,8 43,0 3,9 1,2 94,9 5,1Fonte: Pesquisa Caracteri zação e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Total comeventos
Opiniões sobre o destino turístico visitado
50
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Todos os itens foram considerados bons ou muito bons
pela grande maioria dos participantes, destacando-se
decoração (94,5%), trio de forró (93,9%) e iluminação do
evento (93,4%).
Todos os itens dos eventos religiosos foram consi-
derados bons ou muito bons por pelo menos 87% dos
turistas que participaram dos mesmos, com destaque
para a programação religiosa (97,6%) e decoração
(97,3%). A maior parte dos turistas da Bahia teve suas
expectativas correspondidas (46,6%) ou superadas
(36,9%), totalizando mais de 83% do total. Observa-se
nitidamente a intenção de retorno para todas as
localidades da Bahia pela maioria dos turistas do Estado,
representando 92,6% do total.
Avaliação Eventos Juninos (em %)
Itens AvaliadosMuito Bom Bom Ruim Muito Ruim Positiva Negativa
(1) (2) (3) (4) (1)+(2) (3)+(4)
Decoração 34,3 60,2 4,2 1,3 94,5 5,5
Espaço 27,5 62,8 7,9 1,8 90,3 9,7
Qualidade do som 24,4 64,9 8,8 1,9 89,3 10,7
Iluminação do evento 24,0 69,4 5,8 0,8 93,4 6,6
Organização 21,8 66,4 9,7 2,1 88,1 11,9
Animação 30,5 59,2 8,6 1,7 89,7 10,3
Atrações musicais tradicionais 19,3 64,3 13,0 3,4 83,6 16,4
Atrações musicais eletrônicas 15,6 63,7 16,4 4,3 79,3 20,7
Barracas de comidas típicas 19,3 63,5 13,4 3,7 82,9 17,1
Concurso de quadrilha 20,6 64,3 11,0 4,1 84,9 15,1
Programação religiosa 20,1 63,9 12,3 3,8 83,9 16,1
Trança - fitas 11,4 71,7 11,1 5,7 83,1 16,9
Trio de forró 23,7 70,1 5,1 1,0 93,9 6,1
Show de espadas 33,0 41,8 8,5 16,7 74,8 25,2Fonte: Pesquisa Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009- Total com eventos
Avaliação Eventos Religiosos (em %)
Itens AvaliadosMuito Bom Bom Ruim Muito Ruim Positiva Negativa
(1) (2) (3) (4) (1)+(2) (3)+(4)
Decoração 5,6 91,7 2,7 0,0 97,3 2,7
Espaço 5,7 88,6 5,0 0,7 94,4 5,6
Iluminação 3,9 92,2 3,8 0,2 96,1 3,9
Programação Religiosa 34,2 63,4 2,1 0,3 97,6 2,4
Animação Paralela 21,3 65,9 12,4 0,5 87,1 12,9
Fonte: Pesquisa Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Total com eventos
Expectativa da Viagem(em %)
Expectativa Total
Superou / Está Melhor 36,9Correspondeu / Permanece Igual 46,6Decepcionou / Está Pior 10,5Não sabe 6,0
Total 100,0Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento Receptivo na Bahia2009 - Total com eventos.
Intenção de Retorno à Localidade (em %)*
Intenção de Retorno
Sim 92,6
Não 4,0Não sabe 3,4
Total 100,0
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento Receptivo naBahia 2009 - Total com eventos.
51
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
A pesquisa também detectou que mais de 94% dos
visitantes recomendariam o local visitado a outras
pessoas.
O fluxo turístico para a Bahia distribui-se nas suas 13
zonas turísticas conforme o gráfico informa. Observa-se
que a grande concentração (35%) está na ZT Baía de
Todos-os-Santos, sobretudo em razão da localização
nesta zona da capita, Salvador, principal atrativo e portão
de entrada do Estado.
Pela dimensão dos seus fluxos turísticos receptores, além
de Salvador, a cidade de Porto Seguro permite estimativa
desagregada; desta forma, a capital baiana atrai 28,8% do
fluxo turístico doméstico com destino ao Estado,
enquanto Porto Seguro responde por 10,8% desse total.
Fluxo Turístico Receptor Doméstico por Zona Turística
Baía de Todos os Santos
35%
Caminhos do Oeste
7%
Caminhos do Sertão
5%
Chapada Diamantina
2%Costa das Baleias
5%
Costa do Cacau
4%
Costa do Dendê
2%
Costa do Descobrimento
11%
Costa dos Coqueiros
5%
Lagos do São Francisco
1%
Vale do Jiquiriçá
0,4%
Nenhuma
23%
Fluxo turístico receptor doméstico por regiões turísticas
Baía de Todos os Santos
Caminhos do Oeste
Caminhos do Sertão
Chapada Diamantina
Costa das Baleias
Costa do Cacau
Costa do Dendê
Costa do Descobrimento
Costa dos Coqueiros
Lagos do São Francisco
Vale do Jiquiriçá
Nenhuma
Participação das regiões turísticas no fluxo turístico receptordoméstico da Bahia
Região Turística %
Baía de Todos-os-Santos 35,1Caminhos do Oeste 7,0
Caminhos do Sertão 5,1Chapada Diamantina 1,5
Costa das Baleias 5,0Costa do Cacau 3,8
Costa do Dendê 1,9Costa do Descobrimento 10,8
Costa dos Coqueiros 5,3Lagos do São Fransisco 1,3
Vale do Jiquiriçá 0,4Nenhuma 22,8
Total 100,0
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento Receptivo na Bahia2009 - Total com eventos.
Fluxo turístico doméstico por regiões turísticas
52
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Importância do Turismo na Economia Baiana
Embora ainda não se disponha de uma metodologia
eficaz para avaliação do impacto do turismo na economia
baiana, estima-se uma participação do turismo no PIB
estadual em torno dos 6% (base em 2005). No Estado da
Bahia, o setor emprega diretamente 90.000 trabalhadores
e dispõe de um parque hoteleiro de aproximadamente
72.000 quartos e 194.000 leitos.
Apesar do impacto estimado de 6%, percebe-se ainda
uma importante lacuna a ser preenchida, que é o fomento
à capacidade do turismo em impactar positivamente
outros setores da economia baiana associados a essa
atividade, a exemplo de hortifruticultura, fabricação e
comercialização de móveis, bebidas, gêneros alime-
ntícios em geral, roupa de cama e mesa, artesanato,
dentre outros, fortalecendo, ,desta forma, a economia
local a partir de uma maior integração da cadeia produtiva
do turismo. Por esta razão, essa integração representa um
dos eixos desta estratégia.
Feira do Caxixi - Nazaré
Produção de cachaça no interior da Bahia
53
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Quanto aos temas relacionados ao Meio Ambiente,
ressalte-se a necessidade crescente de proteção dos
principais ativos paisagísticos, indutores de visitação, e a
garantia de uma legislação eficaz e ao mesmo tempo
transparente o suficiente para não afastar aqueles que
pretendem investir em equipamentos turísticos que vão
gerar emprego e renda, além de reforçar a inovação e
requalificação do produto Bahia.
A Segurança Pública garante a tranquilidade e
integridade física daqueles que nos visitam. Nos
aspectos referentes às áreas de Indústria, Comércio e
Agricultura, estas se relacionam à necessidade da
integração econômica que vai fortalecer os resultados do
turismo a partir da ampliação da sua produção associada
na Bahia. Por fim, aqueles vinculados à infraestrutura,
educação e trabalho garantem a mobilidade e a qualidade
de vida além da educação e capacitação das populações
dos destinos turísticos.
O turismo na Bahia será referência nacional e
internacional pela qualidade dos produtos e serviços
oferecidos aos visitantes, capaz de interagir com os
demais setores da economia estadual, assegurando a
inclusão das comunidades locais, protegendo o
patrimônio natural e cultural, para garantir a prática de um
modelo de desenvolvimento sustentável.
Visão de Futuro
54
Turistas no Porto de Salvador
Disk Bahia Turismo
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
FUNDAMENTOS PARA A ESTRATÉGIA
Composição da Estratégia
A base da Estratégia Turística que se denomina “O
Terceiro Salto” do turismo baiano está na convergência
de três eixos fundamentais: Inovação do Produto
Turístico, Qualificação dos Destinos e dos Serviços e
Integração Econômica.
A convergência desses três eixos constitui-se num
reforço ao conceito de sustentabilidade do turismo,
complementando, desta forma, os critérios tradicionais
adotados da Proteção ao Meio Ambiente, da Inserção das
Comunidades no processo de desenvolvimento turístico
e da ampliação dos resultados econômicos para o setor
público e privado, direta e indiretamente envolvidos com
a atividade turística. Por outro lado, esses três eixos
correspondem as três grandes lacunas do turismo na
Bahia: deficiências na qualidade dos serviços,
necessidade de novos produtos turísticos e a existência
de parques hoteleiros desvinculados da economia
regional.
A garantia da sustentabilidade pretendida pelo Governo
da Bahia está intimamente associada a procedimentos de
consolidação de novos modelos de governança
baseados nos processos de gestão participativa, que
promovam uma cada vez maior transparência
administrativa e descentralização das decisões
relacionadas à atividade turística.
A necessidade de ampliar os benefícios do turismo às
comunidades receptoras, atuando como atividade
promotora de inclusão social e redução da pobreza,
também se constitui em princípio a ser perseguido pelo
Governo da Bahia na sua estratégia de desenvolvimento
turístico.
Para atingir esses objetivos, o Governo da Bahia entende
que, através da interiorização da atividade, realizada de
forma planejada em regiões de alto potencial para o
turismo, estará promovendo cada vez mais geração de
emprego e renda para a Bahia e reduzindo os fluxos
migratórios para regiões mais densamente povoadas.
A transversalidade das ações do Governo em prol do
desenvolvimento turístico é uma premissa essencial ao
sucesso de implementação de qualquer estratégia
relacionada a esta atividade. Este fato se deve à
multissetorialidade do turismo que, para que se
obtenham resultados concretos, requer a participação e
interação de diversos setores governamentais. Entende-
se, dentre as áreas de governo que necessitam interagir,
aquelas vinculadas à Segurança Pública, Cultura e Meio
Ambiente, como também pelas de Infraestrutura,
Trabalho, Esportes, Educação, Indústria, Comércio e
Agricultura.
Vale um registro especial à atividade da promoção
cultural no Estado pela sua capacidade de promover
experiências positivas nos visitantes atraídos à Bahia pela
sua rica diversidade cultural. Fato semelhante ocorre
com as atividades esportivas geradoras de fluxo turístico
para o Estado.
Princípios Norteadores
Principais Premissas
55
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
DIRETRIZES ESTRATÉGICAS
Eixo Estratégico Inovação
As diretrizes aqui apresentadas estão embasadas na
territorialidade, espaço físico onde ocorre o fenômeno
turístico, e nos modelos de governança, que vão
assegurar a visão no prisma das diretrizes traçadas
através dos eixos. Os programas que perpassam os três
eixos são: da Regionalização, da Gestão Participativa e do
Turismo Sustentável.
Dentro do eixo estratégico Inovação, a SETUR tem em
curso três programas:
O Programa de Desenvolvimento de Novos Produtos tem
por finalidade a criação, formatação e gestão de novos
produtos turísticos com vistas a estabelecer um
calendário turístico para a Bahia, acrescentando novas
alternativas de oferta e demanda turística ao já
consolidado calendário cultural do Estado. A proposta de
promover eventos especiais nos períodos considerados
de baixa estação atende ainda a uma reivindicação do
trade para minimizar os efeitos da sazonalidade em seus
respectivos negócios.
Nesse contexto já estão inseridos os eventos “São João
da Bahia” e o “Espicha Verão – Praia 24 horas”, além do
“GP Bahia de ”, que se constituem em
oportunidades de geração de emprego e renda para o
trade turístico, empregados do setor e para a população
local de forma geral.
O foco principal dessas ações visa inserir a Bahia como
opção de visitação em períodos de baixo fluxo,
interiorizar a oferta turística, fomentar a geração de
emprego e renda e oferecer nível de excelência no
atendimento ao turista, inclusive com a customização de
alguns serviços, a exemplo daqueles vinculados a
eventos técnico-científicos que reúnem um número
expressivo de participantes.
Em 2008, a SETUR e a Bahiatursa resolveram investir na
promoção do São João como um novo produto turístico.
As edições posteriores de 2009 e 2010 representaram a
consolidação deste já importante produto do portifólio do
turismo baiano. Os resultados foram expressivos para as
duas semanas de festas realizadas em Salvador – na
tradicional e atraente área do Centro Histórico – e nas
cidades que são os principais portões de entrada de
turistas para o Estado. Além disso, a SETUR e a Bahiatursa
realizaram convênios com cerca de duzentos municípios
baianos para apoio à realização dos festejos, com
resultados expressivos, constatados pelo saldo positivo
obtido pela iniciativa privada envolvida nesse segmento
econômico.
Programa de Desenvolvimento de Novos Produtos
Stock Car
- Projeto São João da Bahia
Projeto São João da Bahia - Pelourinho,Salvador
56
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Projeto Espicha Verão
GP Bahia de – Turismo Esportivo
O “Espicha Verão – Praia 24 Horas” lançado pela SETUR e
a Bahiatursa, em 2008, tem como principal objetivo a
atração de turistas e o prolongamento da sua
permanência na Bahia, após o Carnaval. Além disso, o
projeto fomenta a cadeia produtiva do turismo, através da
geração de negócios, emprego e renda, e ajuda a
promover talentos artísticos locais, agregando, desta
forma, novos valores à produção cultural baiana.
Concebido originalmente para cobrir as lacunas do
calendário “encurtado” de festejos populares do verão
2008, tendo em vista o Carnaval em determinados anos
ocorrer no início do mês de fevereiro, o “Espicha Verão –
Praia 24 Horas” obteve sucesso crescente nas edições
posteriores de 2009 e 2010. No ano de 2009, o projeto
chegou ao interior, com edições nas cidades de Ilhéus,
Porto Seguro, Lençóis e Itacaré. O modelo turístico-
cultural do evento, voltado para o foco no visitante e no
trade turístico, além do ineditismo e sucesso do projeto,
rendeu à Bahiatursa o Prêmio Top de Marketing da ADVB
Nacional. Pesquisa de satisfação realizada pela SETUR
durante o evento apontou um índice de satisfação do
público de 95%.
-
O Turismo Esportivo apresenta-se como mais um vetor de
inovação da Bahia. Iniciativa vitoriosa, como a criação do
GP Bahia de Stock Car, que gerou cerca de três mil
empregos em cada edição de 2009 e 2010, e que tem
garantido contratualmente que será realizado na Bahia até
2014.
Além da , Salvador sedia outros importantes
eventos esportivos ao longo do ano, como campeonatos
de surf e de . Outros destinos da Bahia, a
exemplo da Chapada Diamantina e dos Cânions do São
Francisco, também são palcos frequentes de eventos de
esporte de aventura, como a canoagem.
Stock Car
Stock Car
mountain bike
Palco flutuante - Praia do Porto da Barra, Salvador
GP de Stock Car
Campeonato de Surf - Itacaré
Praia 24h
57
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Bahia Mostra Bahia / Salão Estadual de Turismo
O projeto Bahia Mostra Bahia representa uma
oportunidade para os destinos turísticos apresentarem e
comercializarem seus produtos (artesanato, culinária e
cultura) e serviços (hospedagem, passeios). A
promoção, realizada em parceria com o SEBRAE, tem os
seguintes objetivos: incrementar o fluxo turístico intra-
Bahia; promover os diversos destinos baianos em
Salvador; gerar espaço na mídia para os produtos
turísticos baianos; promover o intercâmbio comercial
entre as agências de turismo de Salvador e as agências de
receptivo dos diversos destinos da Bahia; e propiciar aos
gestores das Zonas Turísticas e trade local a oportunidade
de apresentarem seus destinos e comercializarem seus
produtos. Em 2009, foram realizadas três edições do
Bahia Mostra Bahia: Costa dos Coqueiros (17 de
dezembro de 2008 a 17 de janeiro de 2009); Baía de
Todos-os-Santos (4 de fevereiro a 8 de março); e Vale do
São Francisco (15 a 17 de outubro).
A partir de 2011 este evento passará a integrar o
calendário anual, quando se transformará no Salão
Estadual de Turismo, oportunidade em que, além de
propiciar a comercialização de produtos turísticos junto
às operadoras, permitirá também uma maior divulgação
dos destinos baianos no mercado interno, que tem em
Salvador seu principal emissor.
Ainda no Eixo Estratégico Inovação, a SETUR e a
Bahiatursa estão elaborando novos roteiros turísticos,
priorizando ações de interiorização, entendendo que
cada vez mais as pessoas buscam satisfazer seus
interesses específicos em viagens de lazer: seja a
apreciação de sítios históricos, roteiros musicais ou
mesmo curtir a viagem com pessoas da sua faixa etária. A
Bahia oferece diversos roteiros, segmentados por
categorias, a exemplo de roteiros Históricos, da Melhor
Idade, Musicais, Infantis e para Jovens.
Em parceria com o Programa de Regionalização do MTur
e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo
Sul da Bahia (IDES), os órgãos governamentais já
começaram a articular e implantar novos roteiros
agroecoturísticos nos municípios de Ituberá, Nilo
Peçanha e Igrapiúna, todos localizados na ZT Costa do
Dendê. Outro exemplo é o da Rota da Independência, que
alia o conhecimento sobre a história da Bahia à cultura
peculiar do Recôncavo Baiano.
Programa de Desenvolvimento de Novos Roteiros
Renda de Bilro - Produção Artesanal
58
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Programa de Desenvolvimentode Novos Segmentos
Característica essencial à Inovação é a ação de fortalecer
segmentos importantes da atividade turística que
encontram na Bahia as bases necessárias para a sua
transformação de potencial em produto efetivo.
O turismo náutico envolve uma série de atividades
socioeconômicas e se caracteriza pela utilização de
embarcações náuticas com a finalidade de movimentação
turística. Os turistas com embarcações próprias são os
que mais gastam com alimentação, compras, passeio e
lazer, de um modo geral. Também geram postos de
trabalho ao contratar serviços de embarcação e
marinheiros. A operação de empreendimento náutico
envolve diversas respon-sabilidades e questões
administrativas, tais como, segurança, acesso, plano de
emergência, resgate de barcos, terminais de passageiros,
coordenação de competições, regatas e festividades,
manutenção, seguros, treinamento de marinheiros,
escola de velas e outros ofícios náuticos, previsão do
tempo, tábuas de marés, etc.
A Bahia se destaca com um grande e variado estoque de
recursos naturais favoráveis às práticas recreativas do
lazer náutico. O Estado detém a maior extensão de litoral
do Brasil e ainda desfruta de duas grandes baías, mais que
propícias ao turismo e aos esportes náuticos. A Baía de
Todos-os-Santos, em especial, e a Baía de Camamu, mais
ao Sul, constituem-se baías de lazer comparáveis às
melhores do mundo, com características que as colocam
entre os espaços mais privilegiados do turismo náutico na
costa sul-americana.
Ciente desse potencial, a SETUR firmou convênio com o
Ministério do Turismo para elaborar o Plano Estratégico
do Turismo Náutico na Baía de Todos-os-Santos, com o
objetivo principal de transformar essa região na porta de
entrada do turismo náutico internacional para o Brasil. O
plano foi concluído e publicado em 2010, encontrando-
se agora a SETUR incumbida da sua implementação. A
parceria com o MTur pretende gerar, como des-
dobramento, a implantação do Centro de Excelência
Náutica, que irá capacitar a mão de obra necessária para
receber e trabalhar nos barcos que já existem e naqueles
que passarão a navegar pela Bahia.
- Turismo Náutico
Regata Aratu - Maragojipe, Baía de Todos-os-Santos
59
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
As regatas internacionais são outro nicho de atuação no
turismo náutico, de enorme significado para a Bahia.
Salvador já é ponto de passagem, ou destino final, de
diversas regatas, há mais de uma década, a exemplo da
, dentre
outras.
A pesca esportiva é outro significativo ramo para o
desenvolvimento náutico, sendo que esta atividade pede
uma atenção especial na busca pela sustentabilidade do
segmento. De acordo com o plano elaborado, no Brasil a
pesca esportiva conta com aproximadamente 10 milhões
de praticantes e uma forte presença de produtos
estrangeiros, principalmente frutos da queda nos preços
dos equipamentos, que, entre 1997 e 1998, registraram
uma redução média de 30%.
O turismo náutico em embarcações alugadas (moda-
lidade de charter) vem se popularizando nos últimos anos
e atraindo uma camada da população de poder aquisitivo
mais baixo, que não teria condições de comprar seu
próprio barco. Os gastos deste segmento concentram-se
nos serviços oferecidos do destino, já que na maioria das
vezes eles pernoitam no barco.
Outros importantes segmentos vinculados à atividade
náutica mereceram atenção especial do plano através de
ações focadas em novos investimentos nos seguintes
serviços: construção de marinas, implantação de
estações náuticas, escolas e centros de prática para
mergulho, windsurfe, remo e cruzeiros marítimos.
Neste último item, o objetivo é o de transformar a cidade
de Salvador numa importante base para a indústria de
cruzeiros marítimos, através da oferta de infraestutura
adequada para as operações de embarque e
desembarque no porto de Salvador. Esta modalidade
oferece ainda a oportunidade de ampliar as vantagens
econômicas da atividade pelo fato de permitir aos turistas
que embarcam e desembarcam a opção de ampliar a sua
estada na Bahia através de roteiros complementares aos
cruzeiros marítimos.
A indústria de cruzeiros marítimos, segundo o relatório da
2015, crescerá 25% no período 2010-
2015, agregando em 2015 mais 4,5 milhões de
passageiros, com referência ao volume atual. O Caribe
continuará sendo o principal destino mundial desta
atividade; entretanto, novos portos irão surgir no mercado
de cruzeiros para atender, principalmente, os mercados
de origem norte-americana, com 13,1 milhões de
passageiros, seguido pela Europa, com 4,4 milhões de
passageiros, sendo 1/3 da Grã-Bretanha.
Segundo a ABREMAR (Associação Brasileira de
Representantes de Empresas Marítimas) os 20 navios
que virão ao Brasil para a temporada de cruzeiros 2010-
2011 representam 10% da frota atual em operação no
mundo, que é de 200 transatlânticos. Dados da
ABREMAR revelam ainda que nos últimos 10 anos foram
construídos 118 navios e mais 26 serão entregues até
2012. Esses navios conduziram uma média anual de 13,4
milhões de turistas, sendo 716.900 (5,35%) na costa
brasileira.
Como se pode observar no Quadro abaixo, o volume de
passageiros que circulou no Porto de Salvador atingiu no
verão 2009/2010 o expressivo número de 292.030
turistas, em 143 atracações, demonstrando o potencial
baiano nessa atividade.
Jacques Vabre, Rallye Les Îles du Soleil, Clipper, Hong
Kong Challenge, Transat 6.50 Charente Maritime Deloitte Hospitality
NÚ M ERO DE PASS AGE IRO S E ATRAC AÇÕ ES D E CRU ZE IRO S MARÍTIM O SPo rto de Salvado r
Tem por ad a A tracação Passageiros
200 3/20 04 71 52 .0 42200 4/20 05 57 54 .8 10200 5/20 06 71 70 .7 15200 6/20 07 86 11 5.54 8200 7/20 08 94 10 5.19 9200 8/20 09 1 04 21 3.06 4200 9/20 10 1 43 29 2.03 0
Fonte: SINDETUR, 2010
60
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Turismo Étnico (Afro e Indígena)
A Bahia foi o primeiro estado brasileiro a estruturar o
segmento do turismo étnico através de projeto
apresentado ao Ministério do Turismo em 2007. Esta
vertente do turismo étnico-afro parte da compreensão da
ancestralidade do povo baiano, sua mistura de raças e de
culturas, que se traduz hoje pela inigualável
musicalidade, alegria e simpatia do baiano. O Estado
vem atraindo o interesse da população norte-americana
afrodescendente, que encontra na Bahia não apenas um
viés ainda preservado de suas raízes, mas também do
europeu e asiático, que se interessam por história e
cultura.
No caso do mercado norte-americano, este segmento é
considerado como a principal motivação de viagem,
razão do crescimento daquele mercado para Salvador,
como confirma a pesquisa FIPE, onde os Estados Unidos
assumem o primeiro lugar no ranking de países
emissores de turistas para a Bahia, facilitado pela
operação do voo direto e diário Miami-Salvador da
American Airlines, iniciado em novembro de 2008.
Neste segmento vale destacar ainda a divulgação do
Turismo Étnico em eventos internacionais como o
Festival Hollywood on the Beach, o 40º Festival de
Música e Herança Africana de New Orleans, Brasil Fest
Atlanta 2010 e o National Black Arts Festival, em Atlanta
nos Estados Unidos; bem como o apoio a eventos
nacionais e locais, como o VIII Encontro Cultural e
Internacional de Capoeira Mangangá e a Festa da
Irmandade da Boa Morte, em Cachoeira. Ainda na linha
de fortalecimento desse segmento, foi criado um
calendário específico de turismo étnico e elaborados
roteiros integrados de turismo étnico na Bahia,
Pernambuco e Alagoas.Olodum - Bloco de matriz africanaOlodum - Bloco de matriz africana
OrixásOrixás
Receptivo em reserva indígena - Porto SeguroReceptivo em reserva indígena - Porto Seguro
61
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Capoeira da Bahia - Turismo GLS
A capoeira está presente em mais de 150 países, através
de grupos com aulas ministradas em grande parte por
capoeiristas baianos, que funcionam como embaixadores
culturais da Bahia. Essas academias, escolas e grupos de
capoeira realizam encontros anuais na Bahia, com
duração média de sete dias. Nesses encontros, mestres
das academias do exterior retornam às suas academias de
origem, trazendo consigo seus novos discípulos, ávidos
pelo conhecimento das raízes da capoeira, para qualificar
e incrementar seu aprendizado, gerando assim um fluxo
turístico focado nesta atividade.
Esses turistas, adeptos da capoeira, costumam ter uma
estada média de 15 dias em Salvador e posteriormente
propagam e multiplicam o conhecimento adquirido.
Nesse sentido, para conhecer esta demanda, a SETUR
realizou um mapeamento completo dos grupos de
capoeira nos âmbitos estadual, nacional e internacional.
Paralelamente, vem empreendendo ações para instalação
do Escritório Internacional da Capoeira e Turismo, que
funcionará em Salvador, no Forte de Santo Antônio. Além
do Carmo, denominado Forte da Capoeira, com o
objetivo estabelecer um canal permanente entre as
academias, associações, grupos e escolas de capoeira e
o trade turístico da Bahia, qualificando e garantindo
instrumentos de comunicação e promoção que viabilizem
as operações turísticas como forma de estímulo ao
turismo étnico-afro no Estado.
Pesquisas mostram que o segmento GLS é um dos mais
promissores para o turismo. É um público que viaja em
média quatro vezes ao ano, com uma taxa de permanência
maior e gasto médio cerca de 30% superior ao registrado
nos demais segmentos. Cerca de US$ 54 bilhões são
movimentados anualmente pelo segmento nos Estados
Unidos. No Brasil, embora ainda não se disponha de
estatísticas precisas, percebe-se que há cada vez mais
operadoras especializadas nesse mercado, embaladas
por sua crescente profissionalização.
Atenta a esse novo movimento do mercado, para o qual o
Ministério do Turismo identifica Salvador – juntamente
com as cidades do Rio de Janeiro, Florianópolis e São
Paulo – como um destino potencial, a SETUR e a
Bahiatursa estão empreendendo ações no sentido de
tornar a Bahia o principal polo turístico gay-friendly do
Brasil.
A partir da parceria firmada com o Grupo Gay da Bahia –
GGB, foram estabelecidas algumas ações positivas, como
a capacitação para qualidade no atendimento ao público
GLS, cuja turma piloto atendeu a 44 pessoas, entre
taxistas, funcionários de hotéis e restaurantes, e outro
formatado para agentes da Delegacia de Proteção ao
Turista.
A Bahiatursa elaborou um roteiro específico para esse
segmento, para ser operacionalizado pelas agências de
viagens em Salvador, com guias credenciados e
capacitados no segmento GLS.
Ações promocionais voltadas ao público GLS foram
realizadas pela Bahiatursa nas cidades norte-americanas
de São Francisco, Nova York e Miami, tendo como
parceiras a International Gay & Lesbian Travel Association
– IGLTA, a American Airlines e a operadora Prime Travel.
Grupo de Capoeira Ginga Mundo
62
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Turismo Religioso
No interior do Estado, os destaques são a Festa de Nossa
Senhora da Boa Morte, em Cachoeira; Festa de Nosso
Senhor Bom Jesus, em Bom Jesus da Lapa; Romaria de
Canudos, em Canudos; e a Romaria da Serra de Piquaraçá,
em Monte Santo. Juntas, essas festas são responsáveis
pela atração de aproximadamente 1,5 milhão de turistas.
Vale ainda ressaltar que somente a Festa da Boa Morte,
pelos seus aspectos étnicos, recebe visitantes
estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos.
Na capital, além das igrejas tradicionais como a do Nosso
Senhor do Bonfim, o ponto de grande atratividade de
turistas é o Memorial de Irmã Dulce. Em janeiro deste ano,
o Vaticano concedeu a Irmã Dulce o título de Venerável
Dulce, ato este que demonstra a possível beatificação da
freira. Desde aquele período foi identificado um
significativo aumento no número de visitantes ao Memorial
Irmã Dulce.
Aliado ao turismo étnico, o turismo religioso se desenvolve
de forma complementar, já que um dos principais
elementos da cultura religiosa baiana é o sincretismo.
Além dos períodos festivos que ocorrem no verão, onde se
destaca a tradicional “Lavagem do Bonfim”, a Bahia conta
com seus famosos terreiros de Candomblé que recebem
inúmeros visitantes, adeptos ou não da religião de origem
africana, atuando como excepcional fator de atração pelo
que representam na cultura e religiosidade baiana.
Festa da Boa Morte - Cachoeira
Cortejos de baianas na Lavagem do Bonfim - Salvador
63
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Enoturismo - Turismo Rural
As ações focadas no desenvolvimento do enoturismo na
região do Vale do São Francisco foram iniciadas em
outubro de 2008, a partir da inauguração do receptivo da
Vinícola Ouro Verde, no município de Casa Nova.
Diversas ações promocionais e de sensibilização foram
realizadas na região, muitas em parceria com o SEBRAE,
com as vinícolas e o apoio do trade local. Além disso, a
SETUR e a Bahiatursa vêm atuando de forma integrada
com o estado de Pernambuco, empreendendo esforços
para a consolidação do Enoturismo que, inclusive, já
resultou na publicação do Roteiro Integrado Águas e
Vinhos do São Francisco.
Os investimentos realizados pela SETUR e a Bahiatursa no
segmento turismo rural integram-se às ações do Comitê
Gestor e Câmara Técnica do Turismo Rural do Estado da
Bahia. Em parceria com o SEBRAE, INCRA, Empresa
Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA e a
ABATTUR, a SETUR vem promovendo visitas técnicas às
propriedades de turismo rural instaladas no Recôncavo
Baiano. Foram também instalados Grupos de Trabalho,
com a participação da SETUR, para criação do Estatuto da
Câmara de Turismo Rural, definição dos indicadores de
desempenho das ações da Câmara e organização do
Seminário Estadual de Turismo Rural.
Hotel Fazenda Colibri - Amargosa
Fazenda Progresso - IbicoaraVinícola Ouro Verde - Casa Nova
Sede da Fazenda Ouro Verde - Casa Nova
64
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Parrerais dominam a paisagem na região
- Programa de Desenvolvimento de Novos Serviços
- Sistema Integrado de Informação Turística
Além dos produtos que integram o eixo de Inovação, há
uma preocupação da SETUR, em sua ação estratégica, em
inovar nos serviços prestados ao turista, visando ampliar a
tipologia da informação, facilitando o seu acesso através
do uso da Internet. Os projetos que compõem esse
programa são os seguintes:
Depois de implantar em 2007 e 2008 o Serviço de
Atendimento ao Turista – SAT e o Disque Bahia Turismo, e
reformular o Portal de Internet, a SETUR e a Bahiatursa
lançaram o Sistema Integrado de Informações Turísticas,
que visa oferecer um atendimento amplo ao turista que
visita a Bahia, abrangendo os níveis presencial,
eletrônico e digital.
Atuando de forma integrada, o sistema fornece
informações sobre acessos, hotéis, bares e restaurantes,
além de indicadores e estatísticas dos 156 municípios
turísticos do Estado. O sistema atende ainda à demanda
por informações acadêmicas, solicitadas por estudantes,
professores e pesquisadores da área.
No nível presencial, estão à disposição dos visitantes
quatro postos de informação na capital e oito no interior,
além das unidades do SAT, que concentram em um só
local a prestação dos serviços mais procurados pelos
visitantes. O Disque Bahia Turismo - DBT, o maior call
center de turismo do país, oferece ao turista informações
por telefone durante 24 horas, em três idiomas, enquanto
no nível digital, o portal www.bahia.com.br e os sites
institucionais da SETUR e da Bahiatursa possibilitam o
fornecimento de informações a distância. O Sistema
Integrado possibilita a alimentação de informações por
todos os atendentes dos postos, SATs e do DBT, além de
unificar e padronizar a informação armazenada no portal e
nos sites institucionais.
Disque Bahia Turismo, a maior Call Center de Turismo do Brasil
Serviço de Atendimento ao Turista - Pelourinho, SalvadorServiço de Atendimento ao Turista - Pelourinho, Salvador
65
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Serviço de Atendimento ao Turista - SAT
- Postos de Informações Turísticas
- Disque Bahia Turismo
O Serviço de Atendimento ao Turista – SAT é um novo
conceito de atendimento, que tem como objetivo a
ampliação e inovação dos serviços oferecidos nos Postos
de Informações Turísticas, garantindo uma prestação de
serviços de receptivo de excelência. O SAT funciona
como um balcão informativo, onde o turista pode obter
informações turísticas sobre os destinos da Bahia, mapas
e folheteria. É um serviço bem mais completo que os
postos de informação e funciona de forma interligada ao
Disque Bahia Turismo.
No contexto da política de relacionamento com o turista,
inserem-se também os postos de informações
presenciais na capital e no interior. O desempenho na
área de informações ao turista demonstra a importância
desses equipamentos para o atendimento e o
relacionamento direto com o turista.
Os postos atualmente em operação estão localizados no
Aeroporto Internacional de Salvador, no Pelourinho e na
Estação Rodoviária de Salvador. A Bahiatursa pretende
ampliar esta ação reativando em convênio com as
Prefeituras Municipais a implantação e operação de 23
postos de informações turísticas no Estado.
O Disque Bahia Turismo é um serviço oferecido pela
SETUR e a Bahiatursa com a finalidade de auxiliar o turista
a conhecer, através de ligação telefônica, as alternativas
para desfrutar de todos os prazeres de que o Estado
dispõe. O visitante pode obter diversas informações, a
exemplo de hotéis, restaurantes, programação de
cinema, teatro, shows, festas populares e ainda telefones
e endereços de farmácias, hospitais e outros serviços de
saúde e órgãos de segurança pública.
O serviço, que dispõe de informações em português,
inglês e espanhol, ajuda os turistas na sua localização
geográfica e no acesso aos meios de transporte para
deslocamentos, dentro e fora do Estado. Oferece também
informações dos 156 municípios das 13 regiões
turísticas.
SAT - Aeroporto
SAT - Praia do Forte
66
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Portal de Internet
- Sites Institucionais
Roteiros, hotéis, horários de voos, eventos, informações
turísticas e acadêmicas, tudo isso está disponível,
diretamente ou através de links, no por tal
www.bahia.com.br. O novo portal oficial de turismo da
Bahia funciona como centro aglomerador e distribuidor de
conteúdo vinculado ao turismo da Bahia. Trata-se, na
verdade, de um instrumento de informação, comunicação
e marketing, com foco total nos seus públicos diversos –
população local, turistas nacionais e internacionais,
investidores, estudantes, pesquisadores e comunidades
específicas - que oferece um manancial grande de
informações de fácil e rápido acesso.
Ele atua como ponto de partida para busca de informações
de diversos tipos e congrega 24 subsites de conteúdos
próprios e específicos, agrupados por zonas turísticas,
temas, segmentos e serviços, que estão dentro do
domínio da SETUR e da Bahiatursa. Os dados estão
organizados sob a forma de informações sobre as fontes
de informações (metadados), que visam garantir que os
mecanismos de busca possam oferecer ao usuário, de
forma mais precisa, as informações desejadas.
Desenvolvido em linguagem de fácil assimilação, o portal
possui um grande volume de informações nos idiomas
português, inglês e espanhol. Conta também com novos
recursos multimídia em áudio, slides e fotografias. No
interior do material jornalístico disponibilizado é possível
visualizar galerias fotográficas do Flickr, entrevistas
sonoras, apresentações em PowerPoint e vídeos. Essas
ferramentas têm como objetivo melhorar a acessibilidade
do internauta comum e também facilitar o trabalho da
imprensa convencional e especializada.
Diferente do portal www.bahia.com.br , que tem
como finalidade principal a promoção da Bahia co-
mo destino turístico, os sites institucionais da
SETUR (www.turismo.ba.gov.br) e da Bahiatursa
(www.bahiatursa.ba.gov.br) são permanentemente
revistos e alimentados para oferecer aos seus
públicos informações da esfera governamental,
baseadas no conceito de comunicação pública.
Portal de Internet: www.bahia.com.br
Site institucional: www.turismo.ba.gov.br
67
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Sites temporários
- Redes Sociais
Para segmentar e dar mais visibilidade a produtos
turísticos, como o São João da Bahia, o Carnaval e o
Espicha Verão, a SETUR e a Bahiatursa optaram por criar
hot sites (sites temporários) específicos, que podem ser
acessados diretamente ou através do portal
www.bahia.com.br. Trata-se de uma estratégia que visa
possibilitar um relacionamento direto com o público
interessado pelo produto e também com os órgãos de
imprensa, uma vez que nesses ambientes são
disponibilizadas notícias e fotografias de alta resolução.
São exemplos os hotsites: www.saojoaobahia.com.br,
www.caranaval.bahia.com.br e www.espichaverao.com.br .
Para atrair a atenção do público para os instrumentos de
informação, a SETUR e a Bahiatursa utilizam, como
ferramenta de marketing, a inclusão dos espaços virtuais
nos principais sites de relacionamento, como Orkut,
Twitter, MySpace, Facebook e Flickr. Essas redes sociais
têm se mostrado importantes indicadores do interesse do
público, possibilitando o direcionamento e a
segmentação cada vez maior da difusão de informações.
Além disso, vem sendo utilizado um sistema de
newsletter, que possibilita ao usuário receber boletins
informativos sobre o segmento turístico do seu interesse.
Hotsite Carnaval
Página Turismo Bahia no Flicker
Página Turismo Bahia no TwitterHotsite São João da Bahia
68
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Eixo Estratégico Qualificaçãodos Serviços e do Destino
Este segundo eixo possui três vertentes de atuação: a
primeira está relacionada à atração de fluxos de turistas
com maior poder aquisitivo, com foco na qualificação,
ampliando assim o índice de gasto médio do turista,
produzindo um maior efeito multiplicador. Este objetivo
tem a ver com a segunda vertente, que é a atração de
investimentos turísticos mais sofisticados, a exemplo de
hotéis de alto padrão, pousadas de charme, marinas,
campos de golfe e outros atrativos vinculados a esse
segmento.
A terceira vertente relaciona-se à capacitação pro-
fissional e empresarial dos serviços turísticos e visa
melhorar a qualidade dos serviços turísticos através da
oferta de cursos voltados à capacitação profissional e
empreendedorismo, promovendo uma maior empre-
gabilidade e geração de renda às populações locais dos
destinos turísticos. Neste eixo, são desenvolvidos quatro
programas:
O Programa de Qualificação dos Serviços Turísticos,
desenvolvido pela SETUR, tem por objetivo a capacitação
dos recursos humanos envolvidos nessa atividade,
valorizando a cultura do turismo para os destinos
turísticos do Estado. As atividades realizadas buscam
também enfatizar a importância das ações e a
contribuição da comunidade para tornar o destino mais
competitivo, diferenciado e propulsor de desenvol-
vimento econômico e social. O programa é desenvolvido
através de duas fontes de financiamento: Programa de
Desenvolvimento do Turismo - Fortalecimento das Zonas
Turísticas – Prodetur Nordeste II, Prodetur Nacional e o
Programa de Qualidade dos Serviços Turísticos –
Qualificação Profissional e Empresarial do Mtur.O
Programa de grande peso na inclusão social, abrange
dois projetos, dirigidos a públicos específicos:
Até 2007 os investimentos nessa área eram inferiores a
500 mil reais por ano. Entre 2007 e 2010 cerca de 20
milhões de reais foram destinados à qualificação
profissional e empresarial, o que significa uma
decuplicação dos investimentos no setor. Através do
Prodetur Nordeste II, a SETUR vem atuando em ações de
qualificação profissional e empresarial, contando com o
SEBRAE para a execução desse projeto. Esta vertente do
programa corresponde à modalidade Formação de
Gestores do Turismo e tem como finalidade capacitar os
empresários para tornar a Bahia um destino turístico
altamente competitivo, diferenciado, capaz de adotar
novas ferramentas que vão influir no gerenciamento dos
empreendimentos e, consequentemente, na qualidade
dos serviços turísticos oferecidos.
A SETUR vem realizando seminários Turismo Com
Qualidade, focados em segmentos específicos, tais
como: A&B, meios de hospedagem, agências de viagens
e transportes/operadoras de turismo, além de trabalhos
concentrados, como na área do Pelourinho e Santo
Antônio Além do Carmo, considerando sua importância
estratégica para o turismo baiano.
Programa de Qualificação dos Serviços Turísticos
- Projeto de Qualificação Profissional e Empresarial
Qualificação profissional
69
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Outra ação desse projeto é o Clube da Excelência do
Turismo, que contempla a promoção através grupos de
empreendedores e gestores de negócios turísticos, que,
em encontros temáticos quinzenais, com quatro horas de
duração, discutem temas como liderança, gestão de
pessoas, legislação trabalhista, gestão de processos,
gestão financeira, marketing, responsabilidade social,
empresarial, dentre outros assuntos vinculados à
qualidade de serviços.
Abrange vários projetos de caráter especial com foco na
qualidade de serviços: “Bahia é Muito Mais Verão”,
“Turismo Étnico-afro”, “Projeto Olá! Turista” e “Guias do
Carnaval”.
O projeto beneficia 12 municípios e abrange cursos
voltados para polícia turística, taxistas, monitores
turísticos, donos e funcionários de barracas de praia,
bares e restaurantes, baianas do acarajé, motoristas e
cobradores de ônibus, ambulantes, frentistas de postos de
combustível e pessoas que trabalham em operadoras de
eventos (segurança, caixa, barman, apoio).
Este projeto tem por objetivo realizar pesquisa de
demanda e promover a qualificação de profissionais e
empresários da região do Recôncavo Baiano, com foco no
turismo étnico-afro, no mercado de trabalho e na
identificação de iniciativas empreendedoras para
orientação do setor de turismo étnico-afro baiano. Este
projeto tem como público alvo, adultos e
afrodescendentes que atuam em áreas da cadeia produtiva
do turismo, especialmente do turismo étnico-afro.
O projeto Olá! Turista, desenvolvido pelo Ministério do
Turismo em parceria com a Fundação Roberto Marinho,
tem a finalidade de capacitar 80 mil pessoas em todo o
Brasil para a Copa de 2014, através da oferta de cursos de
inglês ou espanhol online, para quem trabalha
diretamente no atendimento ao turista. A Bahia,
juntamente com o Rio de Janeiro, é piloto deste projeto.
O projeto Guias e Monitores do Carnaval tem o objetivo de
qualificar e estruturar o serviço de receptivo na cidade de
Salvador, através do treinamento e contratação de
profissionais capazes de fornecer informações seguras e
precisas sobre o destino Bahia, durante o período do
Carnaval, agregando informações específicas sobre o seu
funcionamento - acessos, programação, serviços
públicos de saúde e segurança, dentre outras. Além de
ampliar o número de profissionais no atendimento
presencial e via call center, a SETUR e a Bahiatursa
estenderam o serviço para os municípios de Ilhéus e Porto
Seguro e instrumentalizaram os profissionais com
ferramentas de comunicação, como rádio-escuta e
celulares.
- Projetos de Qualificação Especial
Bahia é Muito Mais Verão
Turismo Étnico-afro
Guias e Monitores do Carnaval
Olá! Turista
70
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Programa de Cadastramento e Fiscalização
Programa de Qualificação do Destino Bahia
A fiscalização e controle de qualidade dos equipamentos
e serviços turísticos é também uma das atribuições da
SETUR e da Bahiatursa, conforme estabelece convênio
firmado pelos órgãos estaduais com o MTur. Essas ações
são realizadas, periodicamente, em todo o Estado, junto
às agências de viagem e turismo, operadoras,
transportadoras turísticas, meios de hospedagem,
empresas organizadoras de eventos, guias de turismo e
turismólogos.
O Programa contempla três atividades distintas: Censo
Turístico, Cadastramento de Equipamentos Turísticos e a
Fiscalização dos Serviços Turísticos.
O programa de Qualificação do Destino Bahia tem a
finalidade de qualificar o turismo baiano, elevando-o a
um novo patamar de competitividade, através da
mensuração da atividade e do fornecimento de
informações ao mercado para a atração de investimentos
privados em áreas turísticas. Este programa envolve dois
grandes projetos: Projeto de Pesquisas e Estudos
Econômicos e o Projeto de Atração de Investimentos
Privados.
Tem a finalidade de levantar informações e indicadores
estatísticos que subsidiem os investidores na decisão de
instalar equipamentos turísticos na Bahia. Além de
contratar pesquisas de turismo receptivo e de atração de
fluxo a institutos de pesquisas reconhecidos nacional e
internacionalmente, a SETUR seguirá investindo em
pesquisas próprias de avaliação da qualidade dos
produtos e serviços e dos índices de satisfação do
público que comparece aos eventos e utiliza os serviços
turísticos na Bahia. Essas sondagens têm por finalidade
identificar os problemas, para possibilitar ações que
qualifiquem os destinos turísticos baianos.
Este projeto pretende a futura implantação de um
Observatório Econômico de Turismo, como um espaço
virtual (www.observatoriodeturismobahia.com.br) que
vai oferecer informações de mercado atualizadas,
baseando-se em análise de séries históricas e da
previsão de tendências socioeconômicas, subsidiando,
desta forma, a gestão pública e privada da atividade
turística no Estado.
Trará ainda análises e comparações do movimento de
embarques e desembarques dos aeroportos, ocupação
hoteleira e comentários sobre editoriais e matérias da
imprensa nacional e internacional sobre turismo. Além
disso, contará com uma biblioteca virtual, onde poderão
ser encontrados artigos, monografias, dissertações e
teses sobre o turismo na Bahia e assuntos correlatos.
Tem o objetivo de desenvolver atividades relacionadas à
captação de investimentos privados para o incremento do
setor de turismo, através da participação em eventos
nacionais e internacionais; onde são divulgadas as
oportunidades de investimento no Estado, além do
receptivo a investidores, orientando-os quanto às
necessidades prévias à implantação de seu negócio. O
projeto inclui ainda a divulgação do potencial turístico do
estado em publicações especializadas.
Vale ressaltar que neste projeto estão envolvidos todos os
aportes de investimentos, desde as médias e pequenas
empresas até os grandes empreendimentos, pela sua
importância estratégica em “ancorar” um novo destino e
induzir a geração de micros e pequenos negócios
turísticos, que, por conseguinte, representam também
um forte efeito multiplicador.
- Projeto de Pesquisas e Estudos Econômicos
- Projeto de Atração de Investimentos Privados
71
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Programa de Implantaçãode Infraestrutura Turística
As participações da SETUR nas intervenções em
infraestrutura pública têm papel importante para a
definição da qualidade dos destinos turísticos baianos,
vinculadas a propiciar melhores condições de vida às
populações residentes nessas áreas. Os recursos desse
programa são provenientes do Ministério do Turismo,
agentes de financiamento nacional e internacional,
emendas parlamentares, Orçamento Geral da União e do
Tesouro Estadual e estão voltados para o fortalecimento
do turismo no Estado.
As infraestruturas podem ser agrupadas conforme suas
características e contribuição ao processo de desen-
volvimento turístico da Bahia:
· Implantação e requalificação de equipamentos
turísticos;
· Recuperação do patrimônio físico-cultural;
· Urbanização de áreas turísticas;
· Saneamento (abastecimento de água, esgotamento
sanitário e coleta/tratamento de resíduos sólidos);
· Transporte (acessos rodoviário, marítimo e aéreo);
· Sinalização turística.
O Prodetur NE II/BA, voltado para a melhoria das
condições institucionais e de infraestrutura para a
expansão e a qualificação da atividade turística no Estado
da Bahia, encontra-se em sua fase final. Os recursos do
programa, no entanto, não se mostraram suficientes para
atender às demandas da SETUR, e a sua ampliação está
ocorrendo através da identificação de outras fontes de
financiamento e parcerias que possam contribuir na
melhoria da infraestrutura turística da Bahia.
A Bahia está participando do Prodetur Nacional onde, em
sua Carta-consulta, prioriza a zona turística Baía de
Todos-os-Santos, tendo como propósito principal a
preparação dessa região para o desenvolvimento de
diversos segmentos do turismo e sua consolidação como
destino competitivo no mercado nacional e internacional.
O programa base deste eixo estratégico é o Programa de
Integração Econômica que visa incentivar a produção
associada ao turismo a partir de arranjos produtivos
compatíveis com a vocação regional, fortalecendo a
atividade do turismo na matriz econômica do Estado. Este
programa abrange três grandes projetos: Projeto de
Pesquisa da Produção Associada ao Turismo, Projeto de
Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Turismo e
Projeto de Fomento aos Arranjos Produtivos Locais.
Todos com foco na geração de emprego e distribuição da
renda gerada pela atividade turística.
- Prodetur Nordeste II
- Prodetur Nacional
Eixo Estratégico Integração Econômica
Igreja Rosário dos Pretos - Salvador
72
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
É prática vigente na atividade econômica do turismo no
Estado, sobretudo nos grandes hotéis e naqueles
localizados fora da capital, a aquisição de grande parte
dos insumos, materiais e equipamentos fora do Estado da
Bahia. Este plano tem como meta criar as condições
necessárias ao fortalecimento de uma rede produtiva nas
zonas turísticas e no entorno dos parques hoteleiros da
região, incluindo desde o fornecimento de recursos
humanos qualificados para construção, manutenção e
operação dos empreendimentos, passando pela oferta
local de produtos para os empreendimentos turísticos,
até materiais para construção, móveis e decoração,
cestas de consumo (alimentos, artesanato e outros itens
regionais).
Como praticamente todas as ações da SETUR, aquelas
executadas nesse eixo são transversais e integradas a
outras secretarias do Governo: Indústria e Comércio,
Agricultura, Educação, Cultura, além do SEBRAE,
Desenbahia e BNB que são parceiros essenciais para
atingir os objetivos. Há também uma transversalidade
interna atrelada às ações relacionadas aos outros eixos do
Terceiro Salto. O enoturismo, desenvolvido na zona
turística do São Francisco, é um exemplo: um novo
produto que já nasce associado à produção, no caso de
uvas e vinho. No turismo étnico, outro exemplo, com o
estímulo à produção artesanal e semi-industrial, design e
moda.
Consta deste projeto a realização de Pesquisa da Cesta de
Consumo nos destinos turísticos e da produção local
(Produção Associada ao Turismo) que é o passo inicial
para gerar subsídios à articulação dos órgãos
governamentais para apoio à implantação de
empreendimentos privados mais integrados às
economias locais, além de gerar informações aos
diversos órgãos governamentais para a atração de
investimentos públicos e privados para as regiões. A
pesquisa tem como objetivo principal realizar um
diagnóstico da estrutura da oferta dos bens e serviços
turísticos e da produção local de 11 Polos Turísticos do
Estado. Esse diagnóstico será feito através do
dimensionamento e análise das principais características
dos equipamentos e empreendimentos turísticos
existentes.
No caso específico dos meios de hospedagem, será feito
também um diagnóstico da estrutura e dimensão do
conjunto de insumos e de outros meios de produção
consumidos por essa atividade, com identificação da
localidade dos seus fornecedores diretos. Como se trata
de uma pesquisa inédita para o setor de turismo no Brasil,
a SETUR realizou uma amostra-piloto na localidade de
Praia do Forte, município de Mata de São João. Essa
amostra foi realizada com vistas a subsidiar a elaboração
do Termo de Referência para contratação de empresa
especializada que realizará uma pesquisa mais
abrangente e num universo maior, alcançando as onze
zonas turísticas da Bahia. O resultado dessa pesquisa-
piloto já indicou a urgência desse projeto, uma vez que
apontou elementos de grande impacto econômico,
como, por exemplo, a compra em outros estados da
quase totalidade dos frutos do mar consumidos nos
hotéis daquela localidade.
Projeto de Pesquisa da ProduçãoAssociada ao Turismo
Artesanato de Palha - Canudos
73
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Projeto de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva
Projeto de Fomento aos Arranjos Produtivos Locais
Nas palavras de Porter (1991, p. 33-44) a cadeia de
valores ou cadeia produtiva pode ser entendida como
“[...] um sistema de atividades interdependentes, [...]
uma reunião de atividades que são executadas para
projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu
produto”. Ela ocorre tanto no âmbito da empresa como no
âmbito de um setor, representada por um conjunto de
empresas. A ideia de cadeia de valor (value chain)
proposta por Porter pretende ser “uma forma sistemática
para exame de todas as atividades executadas por uma
empresa e a forma como elas interagem e criam, em
maior ou menor grau, as vantagens competitivas”.
Com este conceito, o projeto visa incentivar a produção
regional associada ao turismo e o desenvolvimento de
negócios nos diversos municípios das zonas turísticas,
proporcionando o crescimento das oportunidades de
emprego e a geração de renda, a partir de processos
produtivos que sejam compatíveis com a vocação
regional. A proposta é fomentar toda produção associada
ao setor de turismo, com vista a alcançar três grandes
objetivos: inserir o turismo na matriz econômica do
Estado; incluir a população local no sistema de geração
de riqueza proporcionado pelo turismo; e implantar
empreendimentos privados mais integrados às eco-
nomias locais.
Este projeto visa incentivar a produção regional em itens
que tenham associação com a atividade do turismo,
desenvolvendo novos negócios nos diversos municípios
das zonas turísticas, proporcionando o crescimento das
oportunidades de emprego, fomentando o empreen-
dedorismo e a geração de renda, a partir de processos
produtivos que sejam compatíveis com a vocação
regional.
A proposta visa alcançar três grandes objetivos: fortalecer
a participação do turismo na matriz econômica do Estado;
incluir a população local no sistema de geração de
riqueza proporcionado pelo turismo; e incentivar a
implantação de empreendimentos privados mais
integrados às economias locais.
Este projeto promove ainda a articulação entre os agentes
econômicos, políticos e sociais, localizados num mesmo
território, mas que ainda não apresentam vínculos
consistentes de articulação, interação, cooperação e
aprendizagem. Nessa articulação estão incluídas
empresas produtoras de bens e serviços finais,
fornecedores de insumos e equipamentos, prestadores
de serviços, comerciantes, clientes e também outras
instituições públicas e privadas, voltadas para a formação
e treinamento de recursos humanos, pesquisa,
desenvolvimento e engenharia, além de promoção e
financiamento.
Cabe assinalar que esta é também uma diretriz proposta
pelo Ministério do Turismo, por entender que o turismo se
constitui em importante vetor de desenvolvimento
socioeconômico. Diversas iniciativas de organização e
articulação da produção em Arranjos Produtivos Locais
(APLs) têm sido realizadas na Bahia, sendo algumas
relacionadas ao turismo. O fortalecimento de APLs de
Turismo na Zona Turística Baía de Todos-os-Santos,
associado às demais ações previstas no âmbito do
Prodetur Nacional, contribuirá para a melhoria da
qualidade dos produtos e serviços turísticos dessa
região, como também ampliar e diversificar a base
produtiva local. Essa diversificação, além de atender às
demandas do turismo, também suprirá a população
residente, oferecendo produtos e serviços antes
inexistentes na área.
74
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
PROMOÇÃO E MARKETING DA BAHIA
Este é um capítulo essencial no desenvolvimento da
estratégia que vem sendo trabalhada pela SETUR,
principalmente através da Bahiatursa, pois representa a
forma e o processo de comunicação e marketing para a
atração de fluxos turísticos para o Estado. Este papel,
historicamente, vem sendo realizado pela Empresa de
Turismo da Bahia S.A. - Bahiatursa, órgão responsável
pela promoção do turismo baiano, atuando de forma
sincronizada com os princípios definidos pelo Governo
do Estado e a EMBRATUR, na sua macro política turística
e dentro do novo marco conceitual desta Estratégia,
estruturada pelas características de qualidade, inovação
e integração econômica, cuja aplicação tem, entre
outros, o objetivo de consolidar o posicionamento de
destaque da Bahia no competitivo e dinâmico cenário do
turismo nacional e internacional.
Ações promocionais junto aos principais polos
emissores articulam-se com a comunicação voltados,
ambos, para os setores profissionais e o público final.
Assim, vêm sendo criadas campanhas e peças
promocionais inovadoras, com o olhar voltado a novos
produtos e novos públicos, buscando explorar
fortemente a diversidade turística da Bahia , valorizando a
preservação de suas tradições, seu patrimônio cultural e
natural, ao tempo em que destaca novos produtos e novos
serviços.
A estratégia promocional adotada está refletida e
percebida no selo promocional utilizado em todas as
incursões de promoção regional, nacional e
internacional:
Desta forma, as ações promocionais, nos mais diversos
mercados, estão pautadas no vetor estratégico de
exploração da diversidade de opções e destinos que a
Bahia oferece, baseadas nos critérios de segmentação
geográfica, psicológica e comportamental que, somadas
a determinadas motivações de viagem, demonstram ser
fatores decisivos de influência sobre a demanda.
A configuração territorial já consolidada da divisão do
Estado em Zonas Turísticas permite uma maior
visibilidade mercadológica, na medida em que amplia o
leque de opções de produtos e roteiros e permite uma
identificação facilitada, possibilitando a descentralização
e diversificação da oferta existente.
As ações de divulgação e promoção do turismo na Bahia
continuarão a ser pautadas também considerando a
segmentação psicológica e comportamental, através do
posicionamento específico, para o qual se tem o
mapeamento de motivações de viagem que influenciam a
decisão de compra das pessoas por um determinado
destino turístico: Sol & Praia, História & Cultura,
Ecoturismo, Esporte & Aventura, Negócios & Eventos,
Turismo Rural, Turismo Náutico,Turismo Étnico, Turismo
de Pesca, Turismo de Saúde, Turismo GLS, Turismo
Religioso, dentre outros.
Bahia é muito mais!
Pelourinho - Salvador
75
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Nos temas de marketing do produto Bahia, a estratégia
indica ainda a importância de sintonia estratégica a partir
de indicadores de cenários futuros, associados, por
exemplo, ao crescimento dos dos
mercados estáveis como Estados Unidos e Europa, que
hoje se encontram na faixa 45-65 anos de idade, dispondo
de uma maior quantidade de tempo livre dedicado a
viagens com foco em destinos e produtos associados à
qualidade de vida que enfatizem o sonho da eterna
juventude.
A segmentação dos produtos ofertados, bem como a
definição da estratégia do marketing a ser adotada para
cada segmento, tende também a ser cada vez mais
orientada a segmentos de faixa etária. Como exemplo,
investir-se em mídia com foco na Geração Y (menos de 30
anos) como mercado-alvo, poderá fidelizar clientes ao
longo de mais tempo, desde que se inove em produtos
com foco em interesses que possam também atrair os
demais segmentos. A seguir, na tabela abaixo, apresenta-
se esta segmentação de acordo com nomenclatura usada
para cada faixa etária, considerando-se um horizonte de
cinco anos, 2010-2015.
A diversidade de destinos que a Bahia possui permite
também uma estratégia de foco em destinos específicos
para uma determinada faixa etária, como já ocorre, por
exemplo, com os jovens estudantes que acorrem a Porto
Seguro nos períodos de feriados prolongados. Fato
semelhante acontece no Carnaval de Salvador que atrai
um determinado segmento mais interessado nos blocos
carnavalescos que em outros produtos disponibilizados
pelo destino.
O turismo de negócios e eventos constitui-se em um
importante fator corretivo da questão da sazonalidade
sofrida pelos destinos turísticos. Além disso, os eventos
têm uma comprovada eficácia na ação de divulgar e
consolidar a imagem das cidades-sede onde se realizam,
apresentando um efeito multiplicador extremamente
favorável para as mesmas. As ações de captação de
eventos são realizadas em parceria com os
de Salvador, Costa dos Coqueiros, Porto Seguro e
Ilhéus.
O Governo do Estado administra, através da Bahiatursa,
espaços imprescindíveis ao desenvolvimento do
segmento do turismo de negócios e eventos: Centro de
Convenções da Bahia (Salvador), Centro de Convenções
Luís Eduardo Magalhães (Ilhéus) e Centro Cultural e de
Eventos do Descobrimento (Porto Seguro). Embora os
indicadores dos últimos anos para a realização de eventos
nos centros geridos pela Bahiatursa apresentem números
significativos que apontam para o crescimento do setor,
os dados operacionais não acompanham exatamente este
cenário. O efeito do tempo, a necessidade de
modernização das instalações e serviços, a política
tarifária e a difícil logística para gerenciamento dos
centros por um órgão público, representam entraves
importantes a resultados economicamente viáveis.
baby-boomers
Convention
Bureaux
Captação de Eventos
SEGMENTOS DE GERAÇÃO
IDADES
2010 2015
Maduros >65 >70
Baby Boomers 45-64 51-69
Geração X 30-44 37-50
Geração Y <30 <36
Fonte: Deloitte Research. 2009
Centro de Convenções - Ilhéus
76
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Diante disso, a Bahiatursa, com o objetivo de identificar o
modelo mais adequado para a gestão de tais
equipamentos a partir de estudo contratado a empresa de
consultoria, já iniciou um processo de terceirização da
sua administração, como saída mais viável para otimizar o
uso e os resultados comerciais dos três centros. Neste
sentido, algumas ações já foram empreendidas, tais
como a realização de cinco audiências públicas – três em
Salvador, uma em Porto Seguro e uma em Ilhéus – para
discussão com os segmentos interessados, visando à
definição das características que irão compor os termos
de referência dos respectivos editais.
Com relação especificamente ao Centro de Convenções
da Bahia, importantes intervenções físicas foram
realizadas no sentido de promover a requalificação desse
equipamento. Tais intervenções envolveram reformas em
diversos pontos, modernização dos serviços oferecidos e
de equipamentos instalados.
Centro Cultural e de Eventos - Porto Seguro
Centro de Convenções - Salvador
Pavilhão de feiras e eventos - Centro de Convenções, Salvador
77
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Promoção Nacional
Promoção Internacional
No que se refere à promoção nacional, a Bahiatursa vem
desenvolvendo um trabalho baseado num amplo
relacionamento institucional com todos os repre-
sentantes do trade turístico nacional, instituições
turísticas, empresas aéreas, operadores turísticos,
agentes de viagens, empresas de viagens e incentivos,
organizadores e promotores de eventos, hoteleiros e
demais prestadores de serviços turísticos.
Além da participação nos tradicionais eventos de
calendário, como ABAV, Salão Nacional de Turismo,
Festival de Turismo de Gramado dentre outros, uma
ferramenta de promoção e capacitação do destino Bahia,
se destaca: a realização de workshops nos principais
mercados emissores de turistas para a Bahia,
denominados Ponto de Encontro Bahia, é encarada na sua
estratégia como ação resultante de parcerias esta-
belecidas com companhias aéreas voltadas para o
público profissional – agentes, operadores, hoteleiros –,
além da imprensa, que, ao associar-se a representantes
do trade local, possibilita a otimização de redes de
relacionamento, e, como consequência, a realização de
novos negócios. Outro aspecto positivo dessa estratégia é
o desenvolvimento de pontos de venda mais eficientes,
pois a metodologia desse formato de workshop permite
capacitar também os vendedores e os gerentes de
Desenvolvimento de Produtos das Operadoras, que,
quando treinados, e com maior especialização do produto
Bahia, têm mais condições para formatação de pacotes
turísticos para a Bahia, incrementando as vendas.
No mercado internacional, a presença da Bahia em
significativos espaços de promoção e comercialização de
produtos turísticos gera oportunidades de promoção do
destino Bahia, onde o público participante é formado por
profissionais, empresas operadoras e companhias
aéreas. Esta presença nos eventos é resultante, em muitas
oportunidades, de parcerias com a EMBRATUR,
companhias aéreas, principalmente aquelas que operam
voos internacionais em cidades baianas, dentre outros. O
Programa de Promoção Internacional do Destino Bahia
está priorizando a diversificação da oferta turística, com
foco na exclusividade, hospitalidade, diversidade natural
e cultural, como as manifestações culturais, as festas
populares, a música etc., possibilitando a viabilização
das economias locais, resgatando as várias formas das
culturas e dos seus importantes valores intangíveis, além
de estimular a participação efetiva das comunidades.
ABAV - Rio de Janeiro
Expo Itália Real Estate - Milão, Itália
78
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Nesta linha de ação, os objetivos específicos são os
seguintes:
Aumentar a competitividade do destino Bahia, captando
turistas de maior poder de gasto e, consequentemente,
ampliando a receita proveniente da atividade;
Desenvolver ações para a captação e a ampliação de
voos regulares e charters ;
Ter como referência as diferenças culturais, a
diversidade natural do destino Bahia, para o desen-
volvimento de novos projetos, roteiros turísticos,
publicidade e relações públicas;
Valorizar a realização de parcerias público-privadas,
nacionais e internacionais, contribuindo para a melhoria
da qualidade dos processos de atendimento e da
realização das ações promocionais.
O Programa de Promoção Internacional do Destino Bahia
está sendo desenvolvido em conformidade com o modelo
adotado pela EMBRATUR, onde o primeiro passo é o de
harmonizar a estratégia da Bahiatursa aos compromissos
com o Plano Aquarela, priorizando as seguintes ações:
Inovar nas técnicas de promoção, publicidade e relações
públicas;
Atuar efetivamente para viabilizar o acesso internacional
ao destino Bahia;
Diversificar a oferta turística;
Apoiar os eventos culturais e de outros segmentos de
interesse turístico;
Inserir a identidade cultural nos projetos e ações
promocionais;
Ampliar e disponibilizar as informações sobre o destino
Bahia ;
Promover a capacitação da cadeia de distribuição;
Desenvolver parcerias com os setores público e privado;
Promover a participação do trade turístico nas decisões
de apoio às promoções.
É importante ressaltar que essas estratégias englobam
atividades que têm forte vinculação com a dimensão
cultural, com o patrimônio natural, incluindo bens
públicos materiais e imateriais, e que estão fortemente
vinculadas aos valores e elementos que representam a
identidade de cada região ou localidade da Bahia. Tanto os
elementos da gastronomia, da hospitalidade, do
artesanato, das festas populares, quanto as demais
expressões da identidade cultural local estão sendo
fortemente valorizados na promoção dos destinos
turísticos internacionais. Essas características são a
essência da imagem da Bahia, que tem no turismo uma
das melhores oportunidades de fazer com que a sua
identidade cultural seja agregadora de valor aos produtos
e serviços.
Os mercados prioritários para as ações promocionais
internacionais estão ajustados àqueles que representam
os principais emissores de fluxo, segundo pesquisa FIPE
de 2008: EUA, França, Itália, Portugal, Alemanha,
Espanha, Argentina, Inglaterra, Chile e Suíça.
Elemento importante nas decisões estratégicas de
promoção vincula-se à existência de ligações aéreas em
operação e aquelas outras que a Bahia necessita
desenvolver através da captação de voos charters e
regulares. A Bahia recebe (novembro de 2010) cerca de
trinta voos semanais regulares e outros charters,
procedentes de diferentes mercados, como EUA, França,
Alemanha, Argentina, Chile, Itália, Portugal e Espanha.
Nos períodos de alta estação – especialmente durante o
verão – a quantidade de aeronaves se multiplica, com a
chegada dos voos charters de temporada.
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79
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Publicidade
A comunicação de peças promocionais para uso
profissional e a mídia destinada ao público final
convergem em temas centrais cujos títulos “Viver Bahia”,
“Bahia é muito mais!” e “Viaje pelo mundo chamado
Bahia”, compõem os principais eixos de propaganda da
Bahia. Faz também parte desta estratégia a ampliação dos
serviços para trabalhar a comunicação de forma
tridimensional, ou seja: interno-administrativo,
institucional e mercadológico, integrando todos os
serviços de comunicação – Assessoria de Imprensa,
Publicidade e Propaganda, Relações Públicas,
Publicações, Pesquisas e Comunicação Digital - da
SETUR e da Bahiatursa, dentro de diretrizes e políticas
estabelecidas no Planejamento Estratégico de
Comunicação. Porém, a proposta é que o eixo central da
comunicação esteja na Comunicação Mediada por
Computador e Internet.
A SETUR e a Bahiatursa seguirão investindo em novos
produtos de comunicação, como newsletters dirigidos a
públicos específicos, publicações mais adequadas às
necessidades de promoção da Bahia, elaboração da
Revista Viver Bahia, totalmente redigida e editada pelo
setor interno de Comunicação, além da manutenção do
Portal de Turismo, o www.bahia.com.br, que tem como
foco principal a oferta de informações diferenciadas,
serviços online e interatividade com os públicos da área
de turismo.
Anúncio de Revista
Site de Verão 2011
Revista Viver Bahia
Newsletter Stock Car Newsletter Verão 2010
80
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Estudo da Deloitte indica a existência de 1,5 bilhão de
usuários conectados na Internet, o que a consolida como
importante ferramenta de marketing. Web sites como
TripAdvisor serão cada vez mais utilizados pelos
consumidores e pelos ofertantes de produtos, estes com a
perspectiva também de usar as informações como
feedback para ajustes nos seus negócios. Ressalta ainda
que redes como Facebook e Twitter crescerão cada vez
mais como forma de pesquisa pré-viagem, pois um em
cada cinco viajantes já se utiliza dessas formas de
pesquisa antes da decisão de viajar.
Constitui-se em importante estratégia da divulgação do
produto Bahia a publicação de matérias específicas que
apresentem as diversas alternativas oferecidas pela Bahia
ao mercado. Com este objetivo, a SETUR e a Bahiatursa
promovem a realização de , visitas técnicas de
jornalistas, que geram oportunidades de aproximação e
conhecimento desses formadores de opinião, aos
atrativos e serviços turísticos oferecidos pela Bahia.
Os resultados dessas ações são avaliados a partir do
aumento do número de matérias veiculadas sobre a Bahia,
do aumento das vendas de pacotes turísticos,
consolidando assim a Bahiatursa ao seu papel de órgão
oficial de promoção do turismo do Estado.
No que se refere à comunicação, a SETUR atua no apoio à
realização de eventos comemorativos, como o Dia da
Baiana, Dia do Hoteleiro, Dia do Agente de Viagem,
produzindo newsletters direcionadas a públicos
específicos, tanto interno quanto externo.
A Bahiatursa, nesta estratégia, atua ainda no planejamento
e operacionalização das ações de receptivos especiais,
desenvolvidos em resposta a demandas de apoio
apresentadas por congressos e em eventos especiais
realizados ou apoiados pela Bahiatursa. Folhetos, vídeos,
campanhas publicitárias, voltados para eventos
específicos e de forma coordenada com as operadoras
locais, nacionais e internacionais, têm apresentado bons
resultados e representam uma tendência estratégica a ser
ampliada. Os novos produtos como a e o
Espicha Verão foram grandemente beneficiados com a
veiculação simultânea de anúncios institucionais e com
propaganda veiculada pelos promotores, patrocinadores
ou interessados nos eventos.
Relacionamento com a imprensa
Comunicação Dirigida
press trips
Stock Car
E-mail Marketing
Site Stock Car Bahia
Sala de Imprensa no Carnaval de Salvador
81
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
PROGRAMAS TRANSVERSAISAOS EIXOS ESTRATÉGICOS
Programa de Regionalização
Programa de Gestão Participativa
Além dos programas e projetos tratados neste documento
existem outros três programas que são transversais aos
eixos apresentados nesta estratégia, e se traduzem em
programas que tratam da Regionalização, da Gestão
Participativa e do Turismo Sustentável.
Tem o objetivo de integrar territorialmente os produtos
turísticos ofertados ao mercado, promovendo a sua
integração e a participação das instâncias de governança
do turismo nas decisões políticas e governamentais.
Como mencionado, este programa envolve os três eixos
da estratégia: Inovação, Qualificação dos Serviços/Des-
tinos e Integração Econômica.
Estes objetivos estão vinculados às necessidades de
conferir mais qualidade ao produto turístico; de
diversificar a oferta turística; de estruturar os destinos
turísticos; de ampliar e qualificar o mercado de trabalho;
de aumentar a inserção competitiva do produto Bahia,
ampliando o seu consumo no mercado nacional e
internacional; de aumentar a taxa de permanência e do
gasto médio do turista.
As atividades deste programa estão relacionadas à
Sensibilização e Mobilização dos atores dessas Regiões
Turísticas – Estudo de Competitividade dos Destinos
Indutores, Roteirização Turística – Apoio na construção
dos roteiros junto aos atores envolvidos, Oficinas de
fortalecimento das instâncias de governança e reuniões
dos Conselhos dos Polos, acompanhamento do Projeto
SIGEOR e formatação do roteiro integrado de Turismo
Étnico Bahia, Pernambuco e Alagoas. Esses são
exemplos de atividades que visam fortalecer o conceito
de que o turismo, ocorrendo de forma estruturada nas
regiões, vai ampliar o seu benefício socioeconômico, a
partir da inclusão de um maior número de municípios no
processo de desenvolvimento turístico da Bahia.
A Bahiatursa, como interlocutora do PRT – Roteiros do
Brasil, no âmbito estadual, busca consolidar sua posição
como parceira institucional, através da articulação,
implementação e execução dos módulos operacionais:
Sensibilização, Mobilização, Institucionalização das
Instâncias de Governança Regionais, Elaboração de um
Plano Estratégico de Desenvolvimento, Implementação
do Plano Estratégico, Promoção e Comercialização dos
Produtos Turísticos, Roteirização Turística, Sistema de
Informações Turísticas e Sistema de Monitoria e
Avaliação do Programa, nas regiões turísticas do Estado.
A proposta de gestão descentralizada contida no PNT
2007-2010 e reforçada no PNT 2011-2014 vem
fomentando a consolidação de uma rede de entidades e
instituições, em todo o território nacional, envolvendo o
poder público nas três esferas de governo, a iniciativa
privada e o terceiro setor.
Esse universo de agentes relacionados ao turismo tem
promovido a realização de diversos fóruns de discussão e
deliberação sobre a Política Nacional do Turismo e seus
desdobramentos, nas diferentes escalas territoriais do
país. Através do Conselho Nacional de Turismo, do Fórum
Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de
Turismo e dos Fóruns e Conselhos Estaduais de Turismo
nas 27 Unidades da Federação, representantes de
diversas instituições brasileiras vêm participando desse
processo da gestão descentralizada.
Algumas questões relevantes que vão definir as ações
deste programa na Bahia dizem respeito à necessidade do
envolvimento das comunidades na proteção ambiental
dos seus ativos naturais e de sua cultura, tangível e
intangível.
82
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
A proposta é a de fomentar a tomada local de decisões
relativas a esses temas, através de instituições
estruturadas e capacitadas, que sejam representativas das
comunidades locais na área de influência, além da
participação de membros da comunidade que possam
servir como defensores de questões de seu interesse.
Trata-se da democratização de oportunidades e be-
nefícios e a configuração de um novo modelo de
implantação de projetos, centrados em co-respon-
sabilidade, organização e participação comunitária,
aprofundando e valorizando a arquitetura institucional da
gestão descentralizada do turismo, implantada pelo
Governo Federal. O fortalecimento da gestão dos mu-
nicípios turísticos do Estado é uma outra ação importante
que se alinha tanto à regionalização como à interiorização,
visto que um município, com a sua gestão fortalecida (nos
âmbitos operacional, organizacional e de susten-
tabilidade), tem maior possibilidade de se articular junto
aos parceiros governamentais e não-governamentais a
favor do desenvolvimento do turismo sustentável local e
na criação de roteiros competitivos.
A SETUR vem coordenando trabalhos com vistas a
implantar em municípios pilotos do Estado o Sistema de
Gestão Municipal do Turismo, que prevê a imple-
mentação do Plano de Fortalecimento Municipal para a
Gestão do Turismo e do Patrimônio Natural e Cultural –
PMGT, que, por sua vez, está inserido nos procedimentos
de execução do Prodetur/NE II.
O fortalecimento das Instâncias Regionais de Governança
do Turismo deve-se às ações de continuidade do MTur,
através do órgão oficial de Turismo – Bahiatursa como
interlocutora do PRT no Estado. Hoje se percebe
amadurecimento e comprometimento dessas instâncias,
no que tange às discussão e parcerias do setor público,
privado e terceiro setor na execução das propostas e
projetos para a sustentabilidade do turismo nas regiões.
Outro fator de sucesso observado são as reuniões
periódicas e parcerias, onde são definidas as
responsabilidades e identificado o papel a ser
desempenhado por cada um dos participantes.
Instância criada com o objetivo de descentralizar as ações
definidas na Política Nacional de Turismo e ordenar as
demandas dos estados e municípios. Na Bahia, é
composto por membros indicados e eleitos do Poder
Público Federal, Estadual e Municipal, Comunidade
Científica, Setor Privado e Terceiro Setor, em um total de
80 titulares e 38 suplentes, o que indica uma forte
presença do setor do turismo.
O Fórum Estadual, presidido pelo Secretário de Turismo,
constitui-se num poderoso instrumento de participação,
acompanhamento e controle social das atividades
governamentais no turismo, bem como instância de
validação e articulação do turismo da Bahia, comum às
instâncias federais de governança na área. Os temas que
vêm sendo discutidos versam sobre a articulação do
turismo com os setores da segurança pública, combate à
exploração sexual de crianças e adolescentes, turismo
para a terceira idade, qualificação profissional e
empresarial, terceirização dos Centros de Convenções,
dentre outros que necessitam de articulação
interinstitucional para que possam promover o ganho de
competitividade que a SETUR busca na sua estratégia.
Fórum Estadual de Turismo da Bahia
83
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Conselhos dos Polos Turísticos
Outro importante espaço de discussão e exercício de um
modelo de gestão participativa se constitui nos
Conselhos dos Polos Turísticos, onde a participação alia-
se à co-responsabilidade entre a sociedade civil
organizada, trade turístico e governos federal, estadual e
municipal. Estas estruturas de governança contam com a
participação média de 35 titulares e 25 suplentes em cada
Conselho, onde exercem atividades de planejamento,
deliberação e viabilização das ações que têm como foco o
desenvolvimento do turismo sustentável nos municípios
integrantes dessas regiões, inclusive apoiando e
acompanhando a execução das ações do Prodetur NE II.
Os Conselhos e Câmaras que operam na Bahia são os
seguintes:
Conselho do Polo do Descobrimento (Câmara Técnica
de Turismo Costa das Baleias e Câmera de Turismo da
Costa do Descobrimento)
Conselho do Polo Litoral Sul: (Câmara Técnica de
Turismo Costa do Cacau e Câmara de Turismo da Costa do
Dendê)
Conselho do Polo Chapada Diamantina (Câmara
Técnica do Circuito do Diamante)
Conselho do Polo de Turismo Salvador e Entorno
(Câmara Técnica de Turismo Costa dos Coqueiros e
Câmara de Turismo Baía de Todos-os-Santos)
Câmara Técnica Turismo Vale do São Francisco
Conselho de Turismo Caminhos do Oeste (Câmara
Técnica de Turismo do Circuito Rio Corrente e Câmara
Técnica de Turismo do Circuito do Rio Grande)
Conselho de Turismo Caminhos do Sertão
Conselho de Turismo Caminhos do Jiquiriçá
Conselho de Turismo Lagos e Cânions do São Fran-
cisco.
O terceiro programa transversal desta estratégia
representa a síntese daquilo que se busca alcançar, ou
seja, a criação e operacionalização de modelos
diferenciados de desenvolvimento turístico, firmemente
embasados no conceito da sustentabilidade social,
econômica e ambiental.
Juntar aos clássicos predicados de preço, qualidade,
marca e localização, a sustentabilidade entrará cada vez
mais forte como item para tomada de decisão na escolha
do destino/produto. A percepção da marca tem sido mais
frequentemente influenciada pela experiência do que pe-
lo produto; entretanto, as marcas focadas no estilo de vida
e no selo verde são aquelas com tendência a serem cada
vez mais percebidas pelo mercado.
O turismo acontece em um determinado espaço
geográfico, o principal objetivo do consumo turístico.
Dentre esses espaços geográficos, os diferenciais
oferecidos pela natureza, costumes, cultura, arquitetura,
gastronomia, hábitos, podem ter a capacidade de atrair
visitantes e com isso atender às necessidades dos turistas
para as regiões receptoras. Neste caso, é o consumidor
que se desloca para o produto a ser consumido.
A proteção e a conservação ambiental, a valorização dos
costumes locais e o respeito às comunidade receptoras
vão garantir a sustentabilidade da atividade, e, para que
esses objetivos sejam atendidos, é imprescindível a
participação do Estado como interlocutor e agente
formador das estruturas de governança local que, em
última instância, deverão ser assumidas e geridas pelas
comunidades locais, com a participação dos
empreendedores e do terceiro setor, valorizando a prática
do planejamento da atividade turística.
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Programa de Turismo Sustentável
84
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Desta forma, podem estar assegurados os benefícios da
atividade turística como agente contribuidor para a
preservação da fauna e da flora, aperfeiçoando o processo
de planejamento e o gerenciamento ambiental,
incrementando novas fontes de renda e garantindo a
realização de atividade econômica, inclusive naquelas
legalmente protegidas. Turistas e comunidades pouco
conscientizadas, aliadas a uma frágil estrutura de
governança, costumam ocasionar um subaproveitamento
do potencial turístico, normalmente relacionado à baixa
participação dos habitantes locais e à divulgação
inadequada do destino.
Na Bahia, essa interação entre turismo e meio ambiente
está marcada pela contribuição da área de turismo à
implantação de mais de dez Áreas de Proteção Ambiental
em locais de interesse turístico, todas dispondo de
zoneamento e plano de manejo.
A participação efetiva e frequente dos seus representantes
nos conselhos gestores dessas APAs facilita a
compreensão dos projetos turísticos que são
apresentados para obtenção de anuência com outros
conselheiros, informa e esclarece aos demais par-
ticipantes a importância dos projetos turísticos na
construção da economia sustentável. Também facilitam a
relação empresarial para elaboração dos estudos de
restrição ambiental, impacto ambiental, localização em
áreas de proteção ambiental, dentre outras ações.
Em 2009, a Secretaria de Turismo passou a participar do
Conselho Estadual do Meio Ambiente – CEPRAM, o que
tem contribuído para agilizar o processo de licenciamento
de empreendimentos turísticos com o acompanhamento
realizado desde a entrada do pedido de licenciamento, no
Instituto de Meio Ambiente, até a concessão das licenças.
Além disso, o convívio com outros conselheiros tem
contribuído para a quebra de preconceitos sobre a ação
do turismo no meio ambiente e a sua sustentabilidade.
Importante ainda ressaltar que essa participação contribui
para a melhoria da qualidade social, ambiental e
econômica dos projetos, que são fundamentais para o
sucesso dos empreendimentos focados no turismo
sustentável.
APA, Seringueiras - Ituberá
APA do Pratigi
Pratigi
85
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
PROGRAMAS ESPECIAIS
Complementando este arcabouço da Estratégia Turística
da Bahia para o período 2007-2016, definiu-se reservar
um capítulo especial à realização no Brasil de dois
importantes megaeventos esportivos, a Copa do Mundo
FIFA 2014, antecipada pela Copa das Confederações em
2012, e os Jogos Olímpicos de 2016, ambos repre-
sentando oportunidades que promoverão uma grande
visibilidade na mídia internacional ao país em seus
diversos aspectos, bem como uma oportunidade de se
estruturar o seu potencial e produtos turístico-culturais
representados, sobretudo, pelas suas singularidades.
Outro aspecto importante resultante da realização desses
eventos é a melhoria da infraestrutura pública, prin-
cipalmente nos temas relacionados a transportes
públicos e mobilidade urbana, na implantação de novas
arenas esportivas e na ampliação da oferta de
equipamentos privados voltados para hospedagem, lazer
e entretenimento. Desta forma, os ganhos para a atividade
turística se constituirão numa fantástica oportunidade de
promoção internacional, mas também em um valioso
legado pela realização desses eventos no Brasil.
As ações previstas no âmbito do Estado da Bahia para a
sua preparação como uma das sedes da Copa do Mundo
da FIFA Brasil 2014™vinculam-se a uma Secretaria
Especial que, em articulação com os diversos órgãos dos
governos municipal, estadual e federal, assume o
planejamento e coordenação das atividades necessárias à
sua realização.
Segundo projeções da SETUR, com base nos
prognósticos do MTur e FIPE para a Copa do Mundo 2014,
a capital baiana deverá receber nos meses de junho e
julho de 2014 um fluxo de aproximadamente 800 mil
turistas, distribuídos em 80% nacionais e 20%
estrangeiros, que projetam uma receita turística para o
Estado de cerca de R$ 1 bilhão, nos dois meses
analisados.
Nas questões referentes à atividade turística, a Secretaria
de Turismo e a Bahiatursa estão trabalhando em quatro
vertentes: infraestrutura pública, investimentos privados,
qualificação dos serviços turísticos e ações de marketing
e promoção.
Para atender de forma mais eficaz a realização da Copa do
Mundo da FIFA Brasil 2014™ algumas intervenções em
infraestrutura necessitam ser realizadas. Num primeiro
momento, essa vertente está priorizando as ações de
implantação de infraestrutura turística em Salvador e em
toda a extensão da zona turística da Baía de Todos-os-
Santos e Costa dos Coqueiros, em função da proximidade
desses destinos com a capital baiana, uma das sedes da
Copa.
Podem-se citar como exemplos de intervenções que
devem ser priorizadas: a conclusão das obras de
requalificação da Feira de São Joaquim, ampliação das
ações de revitalização do Centro Histórico de Salvador e a
urbanização da praça e da área de entorno da Basílica do
N.S. do Bonfim.
Como reforço ao desenvolvimento do turismo, a SETUR,
através do Programa Prodetur Nacional, promove no
período 2011-2014 a implementação das ações previstas
no recém-elaborado Planejamento Estratégico de Tu-
rismo Náutico na Baía de Todos-os-Santos, além de
outras intervenções em infraestrutura. Estas infraestru-
turas, além de atenderem às necessidades da Copa do
Mundo 2014, se constituirão em ações com potencial de
desencadear a atração de novos inves-timentos privados
e melhoria de qualidade de vida para as populações
locais.
Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014
Infraestrutura Pública
86
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Nova Arena da Fonte Nova
- Estruturas de Transporte
Referência especial faz-se à construção da nova Fonte
Nova, principal palco da Copa 2014 na cidade de
Salvador, com previsão de conclusão das obras para
dezembro de 2012, com condições de atender à Copa das
Confederações, prevista para 2013.
Salvador foi a primeira das cidades-sede a lançar o edital
de licitação, em 15 de outubro de 2009, e anunciado em
dezembro do mesmo ano um consórcio de empresas
privadas como ganhador da licitação, a quem cabe
também administrar a Nova Fonte Nova, em regime de
concessão, no modelo Parceria Público-Privada (PPP),
por 35 anos. A estimativa de investimentos é de R$ 600
milhões, sendo que R$ 400 milhões serão tomados pelo
Estado junto ao BNDES, e os recursos complementares
serão captados de outras instituições empresariais e do
próprio consórcio.
A capacidade do estádio para a Copa será de 50.433
lugares, onde o setor VIP tem 880 assentos, os camarotes
têm 1.127 assentos e a imprensa ocupará 3.950 cadeiras
(durante a Copa do Mundo), assim a capacidade,
descontando-se VIP e imprensa, é de 44.476 lugares,
onde 3.157 são assentos de hospitalidade.
O projeto arquitetônico da Fonte Nova preservará o
formato de ferradura, em três níveis de arquibancadas
com assentos cobertos, 45 mil cadeiras regulares, 93
camarotes, restaurante panorâmico com vista para o
estádio e para o Dique do Tororó, com 1.275 m² e 1.971
vagas de estacionamento. Sua estrutura abrigará também
o Museu do Futebol, Fun Shop, Business Lounge, sala de
imprensa, 31 quiosques, 11 elevadores e 58 sanitários.
Neste segmento, o Estado da Bahia está programando a
realização das ações a seguir discriminadas que se
constituirão em melhorias nos aspectos relacionados à
mobilidade dos turistas e da população local.
- Ampliação do Terminal de Passageiros e implantação da
segunda pista do Aeroporto Internacional de Salvador;
- Dragagem nos terminais adjacentes aos armazéns 1,2 e
3 do Porto de Salvador para possibilitar ampliar a ca-
pacidade de ancoragem de transatlânticos;
- Articulação das estações do Metrô com as áreas
hoteleiras e praças de esporte, através de ônibus e vans;
- Ampliação das marinas e outras estruturas de apoio à
atividade náutica;
- Implantação em Salvador de uma Base de Charters
Marítimos;
- Extensão da duplicação da Linha Verde (Estrada BA-001
de ligação de Salvador com a Costa dos Coqueiros) da
Praia do Forte até o município de Esplanada;
- Articulação com a iniciativa privada para a garantia de
transporte rodoviário intermunicipal de qualidade ligando
Aeroporto / Costa dos Coqueiros / Centro de Salvador /
Municípios do Recôncavo;
- Articular com órgãos das prefeituras de Salvador e das
cidades do entorno da capital para fortalecer a
fiscalização de serviços de transporte;Foto: Nova Fonte Nova, investimento estimado em R$ 591 milhões.
87
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Implantar os trechos rodoviários que vão permitir a
complementação da via de contorno da Baía de Todos-os-
Santos, como alternativa ao sistema existente
para acesso à Ilha de Itaparica, região do Recôncavo e a
Costa do Dendê.
- Melhoria dos sistemas de sinalização turística e de
estradas para Salvador e cidades do entorno.
Nessa vertente, a SETUR está atuando em dois nichos: na
atração de empreendimentos privados qualificados para o
Estado e no apoio e articulação junto aos órgãos
financiadores para abertura de linhas especiais para
ampliação e requalificação dos empreendimentos já
implantados. Estas ações visam requalificar a oferta
existente e ampliar com novos produtos a serem
oferecidos ao público visitante durante o período da
Copa, posicionando assim o destino como previsto nos
eixos estratégicos da Inovação e Qualificação.
A cidade de Salvador dispõe de 408 meios de
hospedagem, 15.215 quartos e 34.792 leitos, segundo
levantamento da Bahiatursa em março de 2008. Nas
cidades ao longo da Costa dos Coqueiros, devido à
proximidade com a capital, acrescentam-se mais 15 mil
leitos que poderão ser utilizados para hospedagem
durante a Copa do Mundo. Ademais se registra a
existência de 12 mil leitos em projeto ou construção até
2014. No geral, portanto, a oferta de leitos poderá
alcançar um total de 61.792 unidades para 2014.
Ressalte-se ainda a existência de mais 26 mil
apartamentos hoteleiros em planejamento, que, parte
deles, poderá estar concluída antes da Copa se os
investimentos forem concretizados. A visão do setor
hoteleiro é a de trabalhar em ações voltadas a melhorias
nos equipamentos existentes e não na construção de
novas unidades, haja vista a oferta ser em número
suficiente para atender à demanda gerada pela Copa do
Mundo da FIFA Brasil 2014™, entretanto é necessário
acelerar essas ações de retrofit dos meios de
hospedagem, sobretudo daqueles localizados em
Salvador, em operação a mais tempo quando
comparados aos equipamentos da Costa dos Coqueiros,
por exemplo.
A cidade de Salvador e os destinos localizados na Costa
dos Coqueiros e Baía de Todos-os-Santos serão objeto de
ações focadas na ampliação da oferta de equipamentos
de lazer e entretenimento, visando oferecer alternativas a
vários segmentos de público. Isso propicia o aumento da
receita através de maior permanência do turista.
Durante a realização dos jogos da Copa do Mundo da FIFA
Brasil 2014™ serão implantados dez “Fan Parks”, sendo
cinco em Salvador (Aeroclube Plaza Show, Praça Castro
Alves, Bairro das Cajazeiras, Península de Itapagipe e
Periperi) e cinco em localidades turísticas do Estado
(Praia do Forte, Porto Seguro, Ilhéus/Itacaré, Morro de
São Paulo e Lençóis). A criação da Cidade da Música
também propiciará a expansão da oferta de eventos neste
segmento e compõe importante ação desta estratégia
turística, constituindo-se em mais um .
ferry-boat
fun park
Investimentos Privados
- Infraestrutura Hoteleira
- Equipamentos de Lazer e Entretenimento
Praça Castro Alves
88
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Qualificação dos Serviços Turísticos Ações de Marketing e Promoção
Para que os investimentos realizados em função da Copa
2014 tenham o máximo de retorno, é preciso assegurar
que os milhões de turistas que vêm ao Brasil transformem-
se em multiplicadores das experiências positivas
vivenciadas. A busca permanente pela excelência em
serviços é, portanto, o grande desafio para a Copa de 2014.
O Ministério do Turismo vem realizando programas como o
“Bem Receber Copa”, que tem como objetivo capacitar o
setor de turismo para atingir padrões internacionais de
qualidade nos serviços turísticos, focando em pessoas,
empresas e destinos; e o “Olá!Turista”, este oferecendo
gratuitamente cursos de inglês e espanhol pela Internet.
Por sua vez, a SETUR, em consonância com as ações do
Ministério do Turismo e com as exigências da FIFA para a
Copa de 2014, vem desenvolvendo e criando
Projetos/Programas que visam garantir que o Estado da
Bahia estará eficientemente preparado para sediar este
megaevento. Um desses Programas é o “Boas-Vindas
Copa do Mundo FIFA Brasil 2014”, que além de qualificar
os profissionais de turismo em línguas estrangeiras, com
foco introdutório sobre a Copa do Mundo, sua organização
e seu legado para o Brasil, tem ainda um conteúdo que
permite que profissionais como garçons, cozinheiros,
recepcionistas, camareiras, caixas e artesãos adquiram
conhecimento, numa carga horária de 200 horas, sobre
Qualidade no Atendimento, Ética Profissional, Equidade,
Turismo Sustentável, conhecimentos específicos de cada
área, conhecimentos complementares básicos como
Inglês e Informática. A meta é qualificar 4.300
profissionais.
Em paralelo à Qualificação Profissional, o Estado
desenvolve o Programa de Qualificação Empresarial, com
a expectativa de atender 660 micros, pequenas e médias
empresas, dotando-as de novas ferramentas gerenciais
que contribuirão para a sua maior integração econômica
com a atividade turística.
O foco inicial dessas ações está dirigido aos principais
mercados nacionais e internacionais emissores de turistas
para a Bahia, que tenham voo direto para o mercado sul-
americano, em função da proximidade, e em especial para
os países que mantêm laços culturais com a Bahia, como é
o caso de Portugal e Espanha, cuja população de
descendentes de imigrantes é significativa. Quando
ficarem definidos os países que participarão da Copa do
Mundo da FIFA Brasil 2014™, as ações de marketing e
promoção também serão direcionadas a esses mercados,
inclusive ampliando a realização de “ ” e
“ ” para jornalistas especializados em turismo e
esportes, além das operadoras dos países participantes da
Copa.
Na área nacional, a ação de capacitação dos agentes de
viagem do destino Bahia será utilizada de forma mais
intensa no período pré-Copa. A Bahiatursa realizará
periodicamente o Ponto de Encontro Bahia, com
a participação do público especializado, onde serão
disponibilizados aos agentes e operadores de diversas
cidades do país informações qualificadas sobre acessos,
atrativos turísticos, meios de hospedagens, etc.
Na área internacional, a estratégia de capacitação e
promoção do destino é o Festival Gastronômico, já
utilizada com sucesso e que será intensificada para a Copa
2014.
presstrips
famtours
workshop
89
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Essa atividade é realizada em parceira com o trade local
de cada país, onde o evento será realizado, onde o agente
e o operador têm a oportunidade, em um ambiente
descontraído, de conhecer mais sobre o destino,
degustando da sua culinária, vivenciando elementos da
cultura e recebendo informações qualificadas sobre a
Bahia.
Em especial para a Copa de 2014, a Bahiatursa criou,
juntamente com o Rio de Janeiro e Amazonas, o Roteiro
Integrado Rio/Bahia/Amazonas, que proporciona uma
facilidade extra ao mercado internacional, ofertando três
aspectos peculiares e distintos do destino Brasil. É o
primeiro roteiro integrado para a Copa 2014, onde serão
criados pacotes especiais contemplando esses três
estados.
Considerando que entre um jogo e outro da Copa de 2014
disponibiliza-se em média cinco dias de intervalo para
uma mesma seleção, outros dois roteiros importantes
estão sendo estruturados: o Bahia Regional, com outros
estados do Nordeste, articulado com a CTI Nordeste, e o
Roteiro Bahia, que incentivará os turistas a circularem
pelos destinos baianos, desfrutando dos seus atrativos.
Para esse último torna-se necessário uma reformulação
da abrangência da malha aérea regional.
O material promocional específico para a Copa 2014 será
elaborado em consonância com as definições dos
segmentos e mercados a serem trabalhados, conhecidos
a partir dos sorteios dos países e suas respectivas sub-
sedes.
Além das quatro vertentes acima discriminadas
(Investimentos Públicos, Investimentos Privados,
Qualificação dos Serviços Turísticos e Ações de
Marketing e Promoção), duas outras ações pontuais serão
objeto de intervenção da SETUR, de forma direta e
articulada com outros órgãos de Governo, com vistas à
realização da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™:
Interiorização das Ações de Turismo - Fortalecer as
ações de interiorização em função dos principais
mercados emissores e aqueles que só serão conhecidos
quando os países participantes da Copa estiverem
definidos. Essa ação terá como objetivo investir no
aumento da permanência do turista no Estado, oferecendo
ainda opções de roteiros adequados ao perfil dos
visitantes que estarão distribuídos nas diversas cidades-
sede da Copa no país, atraindo-os em roteiros de visita à
Bahia.
Requalificação do Centro Histórico de Salvador –
Através da valorização dos monumentos, intervenções
públicas em infraestrutura e incentivo ao setor privado
para novos investimentos que possam gerar interesse de
visitação, oferta de serviços de transporte turístico
específico, estabelecimento de circuitos turísticos
culturais e históricos integrados às principais
concentrações hoteleiras e facilidades oferecidas aos
visitantes dos cruzeiros marítimos que estarão em maior
número, durante a Copa, visitando os pontos turísticos da
região.
Como continuidade à realização da Copa 2014, as ações
que estão previstas na estratégia focada naquele evento
serão também replicadas, em muitos aspectos, para atrair
turistas internacionais que demandarão a cidade do Rio de
Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos no ano de 2016.
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XXXI Jogos Olímpicos – Rio 2016
90
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Os Jogos Olímpicos de 2016, segundo previsão do
Ministério do Turismo, deverão promover a entrada de um
número de turistas estrangeiros no Brasil em 10% a 15%
superior ao do ano anterior, 2015, o que transforma este
evento numa oportunidade para a Bahia aumentar o seu
fluxo internacional a partir de uma estratégia de
marketing, promoção e comercialização, associada ao
destino Rio de Janeiro, cidade-sede das Olimpíadas.
Nos aspectos referentes ao marketing e à publicidade da
Bahia, entende-se que a utilização da mídia digital será,
de forma mais intensa, importante ferramenta para a Bahia
promover os seus destinos. Por conseguinte, estruturar e
alimentar constantemente os seus portais na Internet com
conteúdos adequados aos interesses da demanda gerada
pelos jogos olímpicos, sobretudo enfatizando aspectos
peculiares da cultura baiana, associada, quando possível,
a eventos de caráter esportivo, será uma ação estratégica
a ser perseguida nos períodos que antecedem a realização
dos jogos. Neste aspecto, a capoeira surge como um
importante elemento de atração, exatamente pelo fato de
associar estas duas externalidades - esporte e cultura, e
de a Bahia ser o berço desta hoje internacional prática
desportiva.
A Bahia foi escolhida uma das quatro sub-sedes para
receber os torneios de futebol, dividindo a respon-
sabilidade para os jogos feminino e masculino com as
cidades de Belo Horizonte, Brasília e São Paulo, além do
Rio Janeiro, que abrigará a decisão do ouro olímpico nas
modalidades.
O cumprimento das exigências do Comitê Olímpico
Internacional (COI) foi dado com a aprovação da Lei
11.472, pela Assembleia Legislativa do Estado,
garantindo itens relacionados às demandas do COI, como
a proteção da marca das Olimpíadas a ser comercializada
durante o evento e a adequação da cidade ao fluxo de
veículos e pessoas.
Entre as condições que fundamentaram a escolha de
Salvador pelo Comitê Olímpico Brasileiro, está a
infraestrutura a ser herdada com a Copa de 2014 e a
possibilidade de abrigar a Copa das Confederações em
2013.
91
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
CONCLUSÃO
O cumprimento desta Estratégia Turística da Bahia, segundo
quadriênio do Terceiro Salto do Turismo da Bahia, está
condicionado à concretização da transversalidade que
percorre os diversos segmentos institucionais do Governo
do Estado. Necessário reconhecer o turismo como um vetor
econômico capaz de gerar emprego e renda numa
velocidade maior e com custos menores que muitas outras
atividades. Para isso, no entanto, é indispensável a
articulação interinstitucional acima referida.
Internamente e com o objetivo de fortalecer as ações
institucionais, está em curso um plano de revisão estrutural-
administrativo da Secretaria de Turismo e da Bahiatursa,
visando à agilidade necessária desses organismos para
atender aos requisitos que irão consolidar a Bahia na visão
de tornar-se o primeiro destino turístico de lazer do país.
Essa reestruturação deverá, também, atender às novas
responsabilidades ligadas à regulação e fiscalização do
setor definidos pela Lei Geral do Turismo, sancionada pela
Presidência da República, em 2009. Com objetivos e metas
estabelecidas no plano de ação do turismo, a SETUR tem
como prioridades para o período 2011-2016 a solidificação
da atividade turística na matriz econômica do Estado,
materializado a partir das suas políticas públicas e de um
importante marco regulatório pela aprovação da Lei Estadual
de Turismo, em fase de discussão com o trade e organismos
interessados nessa atividade.
Abrangendo os grandes temas a serem trabalhados de forma
a atender aos interesses da atividade turística, esta Estratégia
destacaria os seguintes:
• Melhorar a qualidade da Segurança Pública nos destinos
turísticos;
• Melhorar as infraestruturas rodoviária, aeroportuária e
hidroviária que dificultam ações de interiorização e a
integração dos municípios;
• Criar uma política de incentivo ao empreendedorismo para
o pequeno e médio investidor na área de turismo,
fortalecendo a sua integração econômica;
• Trabalhar na criação de Arranjos Produtivos Locais que
permitam a integração dos grandes parques hoteleiros com
a economia da região na qual estão localizados;
• Implantar novos equipamentos turísticos e qualificar os
existentes visando atrair novos visitantes e mantê-los por
mais tempo na Bahia, reduzindo ao mínimo os efeitos
negativos da sazonalidade;
• Articular as diretrizes e políticas públicas relacionadas a
alguns segmentos turísticos, a exemplo do turismo náutico,
rural, étnico e cultural;
• Investir em programas de capacitação de mão de obra,
ampliando as oportunidades de emprego e garantindo a
qualidade dos serviços ofertados;
• Fomentar a estruturação e capacitação da gestão pública
dos municípios turísticos;
• Criar ou fortalecer as instâncias colegiadas executivas nas
regiões turísticas para permitir a maximização dos
resultados dos programas e investimentos turísticos,
incentivando ações consorciadas;
• Melhorar a acessibilidade e mobilidade de pessoas com
deficiência e da Terceira Idade;
• Inserir o turismo na matriz curricular das escolas públicas.
Outras questões relevantes relacionam-se a temas
ambientais e de preservação do patrimônio cultural baiano
quanto à necessidade do envolvimento das comunidades
receptoras para fomentar a tomada local de decisões nesses
temas, ou seja, liderança e participação de membros da
comunidade que possam servir como defensores de
questões de seu interesse.
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
92
Por fim, mas não menos importante, é a democratização
de oportunidades e benefícios através da configuração de
modelos de governança para implantação de projetos
centrados em co-responsabilidade, organização e
participação empresarial e comunitária, aprofundando e
valorizando a arquitetura institucional da gestão
descentralizada do turismo, implantada pelo Governo
Federal.
As perspectivas decorrentes desta nova estratégia podem
ser assim resumidas:
• O fortalecimento dos novos destinos baianos a partir
da descentralização territorial do turismo, propiciando o
desenvolvimento socioeconômico de regiões deprimidas
economicamente;
• A estruturação do turismo náutico diversificando a
oferta turística existente, inovando na oferta de produtos e
alavancando novos investimentos;
• A consolidação do destino turístico Bahia no mercado
internacional tradicional: Europa, EUA, Argentina ,Chile e
a abertura de novos mercados internacionais,
principalmente os emissores sul-americanos, a exemplo
da Colômbia, Venezuela, Peru e Equador;
• O incremento no uso das redes sociais, mídia e
comunicação digital na promoção do destino Bahia;
• A atração qualificada de novos investimentos e
melhoria dos equipamentos turísticos existentes;
• O incremento do número de voos para os destinos
baianos, sobretudo Salvador, Porto Seguro, Ilhéus e
Lençóis, principais portões de entrada aérea no Estado;
• A transformação da Copa do Mundo da FIFA Brasil
2014™ e os XXXI Jogos Olímpicos - Rio 2016 em
oportunidades de viabilizar a melhoria da qualidade da
infraestrutura e serviços do turismo baiano, assegurando
uma maior visibilidade para a Bahia no mercado
internacional.
• Numa perspectiva de médio e longo prazo, dar atenção
especial a novos mercados emissores, como o
escandinavo e o chinês.
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
REFERÊNCIAS
- Plano Nacional do Turismo 2011-2014; MTur, 2010
- Caracterização e Dimensionamento do Turismo
Receptivo na Bahia – FIPE, 2009
- Anuário Estatístico do Turismo, Ministério do Turismo,
2010
- Plano Estratégico do Turismo Náutico na Baía de
Todos-os-Santos, SETUR, 2010
- Relatório Deloitte Hospitality 2015
(www.deloitte.co.uk/hospitality2015)
- PORTER, Michael. Vantagem Competitiva: criando e
sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro:
Campus, 1991.
- Sites: www.travelodge.co.uk ; www.channels.nl ;
www.worldsitehotels.com .
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
APÊNDICE
Lista das Regiões Turísticas do Estado da Bahia e seus respectivos Municípios2010
Regiões Municípios
Baía de Todos-os-Santos
1. Aratuípe2. Cachoeira3.4. Itaparica5. Jaguaripe6. Madre de Deus7. Maragojipe8. Muniz Ferreira9.10. Nazaré11. Salinas da Margarida12. Salvador13. Santo Amaro14. São Félix15. São Francisco do Conde16. Saubara17. Vera Cruz
Candeias
Muritiba
Chapada Diamantina
Circuito da Chapada Norte1. Andorinha2. Bonito3. Caém4. Campo Formoso5. Jacobina
7. Miguel Calmon8. Morro do Chapéu9. Ourolândia10. Pindubaçu11. Piritiba12. Saúde13. Senhor do Bonfim14. Utinga15. Wagner
6. Jaguarari
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Circuito do Diamante
Circuito do Ouro
Chapada Velha
1. Andaraí2. Ibicoara3. Iraquara4. Itaetê5. Lençóis6. Mucugê7. Nova Redenção8. Palmeiras9. Seabra
1. Abaíra2. Érico Cardoso3.4. Jussiape5. Livramento de N. Senhora6. Paramirim7. Piatã8. Rio de Contas9. Rio do Pires10. Souto Soares
1. Barra do Mendes2. Brotas de Macaúbas3.4. Gentio do Ouro5. Ipupiara6. Xique-Xique
Iramaia
Central
Chapada Diamantina
Costa das Baleias
1. Alcobaça2. Caravelas3.4. Mucuri5. Nova Viçosa6. Prado7. Teixeira de Freitas
Itamaraju
Costa do Cacau
1. Canavieiras2. Ilhéus3. Itabuna4. Itacaré5. Pau Brasil6. Santa Luzia7. Una8. Uruçuca
Regiões Municípios
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
1. Camaçari2. Conde3. Entre Rios4. Esplanada5. Itanagra6. Jandaíra7. Lauro de Freitas8. Mata de São João
Costa dos Coqueiros
Circuito do Vale do Jiquiriçá
Circuito Recôncavo Sul
1. Amargosa2. Cravolândia3. Elísio Medrado4.5. Jiquiriçá6. Laje7. Milagres8. Mutuípe;9. Santa Inês;10. São Miguel das Matas11. Ubaíra
1. Castro Alves2. Conceição do Almeida3. Cruz das Almas4. Dom Macedo Costa5.6. Santa Terezinha7. Santo Antônio de Jesus8. São Felipe9. Varzedo
Itiruçu
Itatim
Costa do Dendê
1. Cairu2. Camamu3. Igrapiúna4. Ituberá5. Maraú6. Nilo Peçanha7. Presidente Tancredo Neves8. Taperoá9. Valença
Costa do Descobrimento
1. Belmonte2. Eunápolis3. Itabela4. Porto Seguro5. Santa Cruz Cabrália
Caminhos do Jiquiriçá
Regiões Municípios
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Circuito do Rio Grande
Circuito do Rio Corrente
1. Barra2. Barreiras3. Formosa do Rio Preto4. Luis Eduardo Magalhães5. Riachão das Neves6. Santa Rita de Cássia7. São Desidério
1. Bom Jesus da Lapa2. Correntina3. Ibotirama4. Santana5. Santa Maria da Vitória6. São Félix do Coribe
Caminhos do Oeste
Lagos e Canyons do SãoFrancisco
Caminhos do Sertão
1. Araci2. Banzaê3. Candeal4. Canudos5. Cipó6. Euclides da Cunha7. Feira de Santana8. Itapicuru9. Monte Santo10. Nova Soure11. Ribeira do Pombal12. Serrinha13. Teofilândia14. Tucano15. Uauá
1. Abaré2. Glória3. Paulo Afonso4. Rodelas5. Santa Brígida
Vale do São Francisco
1. Casa Nova2. Curaçá3. Juazeiro4. Remanso5. Sobradinho
Caminhos do Sudoeste 1. Iguaí2. Vitória da Conquista
Regiões Municípios
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Livro editado pela Secretaria de Turismo do EstadoTiragem: 1.000 exemplares
Impressão e acabamento: Gráfica QualigrafSalvador, janeiro de 2011
Sistema Integrado de Informações TurísticasDisk Bahia Turismo:
www.bahia.com.brwww.turismo.ba.gov.br
(71) 3103 3103