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VICTOR IURI DE CASTRO ALVES

Estratégias de Manejo integrado de Musca domestica

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

Centro de Ciências Biológicas e da SaúdeDepartamento de Biologia GeralLaboratório de Controle Biológico

VICTOR IURI DE CASTRO ALVES

Estratégias de Manejo integrado de Musca domestica em granja de aves de

postura

Montes Claros 2011

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Biologia Geral Laboratório de Controle Biológico

Estratégias de Manejo integrado de em granja de aves de

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VICTOR IURI DE CASTRO ALVES

Estratégias de Manejo integrado de Musca domestica em granja de aves de

postura

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Montes Claros como pré-requisito necessário para a conclusão do curso de Mestrado em Ciências Biológicas.

Montes Claros 2011

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A474e

Alves, Victor Iuri de Castro. Estratégias de manejo integrado de Musca domestica em granja de aves de postura [manuscrito] / Victor Iuri de Castro Alves. – Montes Claros, 2011. 57 f. : il. Inclui Bibliografia. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas - /PPGCB, 2011. Orientador: Prof. Dr. Henrique Maia Valério. Coorientador: Prof. Dr. Magno Augusto Zazá Borges. 1. Manejo integrado de pragas. 2. Controle - Musca domestica. 3. Indústria aviária. I. Valério, Henrique Maia. II. Borges, Magno Augusto Zazá. III. Universidade Estadual de Montes Claros. IV. Título.

Catalogação Biblioteca Central Professor Antônio Jorge

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Financiamento:

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Aos meus pais Raymundo de Castro (in memorian),

Vileide Alves e minha namorada e amiga Carla Godinho,

por terem me apoiado e por muito mais...

Dedico este trabalho

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Quanto mais brilhante você é, tão mais você tem a aprender.

Don Herold

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AGRADECIMENTOS

É muito bom passar por uma jornada destas e ter tanto a agradecer, e querer

a tantos homenagear... É muito bom dizer obrigado a tantas pessoas que, neste período

de mestrado, em que se é acometido de tantos surtos de tristeza, incapacidade, euforia,

incerteza, cansaço, alegrias,..., conseguiram se manter simplesmente presentes, do nosso

lado. Por isso, meus sinceros agradecimentos...

À Universidade Estadual de Montes Claros pelo acolhimento e pela maturidade que obtive nesses dois anos.

Ao Departamento de Biologia Geral pela oportunidade de realizar o curso de mestrado.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, pela concessão da bolsa de mestrado.

À granja Somai Nordeste LTDA pelo galpão cedido para os experimentos, bem como o inseticida triflumuron.

Ao veterinário Alberto Marcondes, ex-diretor geral da granja que sempre nos deu apoio ao projeto desde o início.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais - FAPEMIG pelo financiamento do projeto.

Ao professor Henrique Maia Valério pela orientação e apoio incondicional.

Ao professor Magno Augusto Zazá Borges pela co-orientação e pelos ensinamentos preciosos a minha formação.

Ao colega e amigo Lucas Danilo pelo grande apoio nas análises estatísticas.

Aos colegas e amigos Cleandson, Enila, Raquel, Fabiana pela ajuda nas coletas e triagem do material.

Aos meus colegas de mestrado sempre prestativos e motivadores.

Aos meus pais, Vileide e Raymundo pela orientação de vida, amor, dedicação, constante apoio e incentivo.

À minha grande amiga, namorada, Carla Godinho, não só pela atenção e carinho, mas também pela compreensão e pelo suporte nas horas difíceis.

Aos meus irmãos, Igor e Breno pelo carinho e torcida.

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SUMÁRIO

1 - Estratégias de controle na emergência da Musca domestica L. (Diptera: Muscidae) em granja de aves de postura. ................................... 10

1.2 - RESUMO ....................................................................................................... 10

1.3 - ABSTRACT ................................................................................................... 10

1.4 - INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11

1.5 - MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 15

1.5.1 - Área de Estudo ......................................................................................... 15

1.5.2 - Experimentos de campo ............................................................................ 18

1.5.3 - Coleta dos insetos que emergiram do esterco............................................ 20

1.5.4 - Análise estatística ..................................................................................... 21

1.6 - RESULTADOS .............................................................................................. 22

1.6.1 - Dípteros emergidos................................................................................... 22

1.6.2 - Microhimenópteros parasitóides emergidos .............................................. 23

1.6.3 - Artrópodes associados ao esterco ............................................................. 24

1.7 - DISCUSSÃO .................................................................................................. 25

1.7.1 - Dípteros emergidos................................................................................... 25

1.7.2 - Microhimenópteros parasitóides emergidos .............................................. 29

1.7.3 - Técnica de monitoramento de dípteros ...................................................... 30

1.8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 31

1.9 - CONCLUSÃO ............................................................................................... 32

1.10 - REFERÊNCIAS .......................................................................................... 32

2 - Estratégias de controle de moscas na artropodofauna associada a esterqueiras de granja de aves de postura. ................................................... 40

2.1- RESUMO ........................................................................................................ 40

2.2 - ABSTRACT ................................................................................................... 40

2.3 - INTRODUÇÃO ............................................................................................. 41

2.4 - MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 43

2.4.1 - Área de Estudo ......................................................................................... 43

2.4.2 - Experimentos de campo ............................................................................ 44

2.4.3 - Coleta dos artrópodes associados ao esterco ............................................ 45

2.4.4 - Análise estatística ..................................................................................... 47

2.5 - RESULTADOS .............................................................................................. 47

2.6 - DISCUSSÃO .................................................................................................. 49

2.7 - CONCLUSÃO ............................................................................................... 53

2.8 - REFERÊNCIAS ............................................................................................ 53

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1 - Estratégias de controle na emergência da Musca domestica L. (Diptera: Muscidae) em granja de aves de postura.

1.2 – RESUMO O objetivo desse trabalho foi observar a emergência de Musca domestica sob efeito de

três estratégias de controle (Biológica, cultural e química) em granja de aves de postura.

Os experimentos foram realizados numa granja de postura situada na BR 365 – km 14

do município de Montes Claros – MG, no período de agosto a setembro 2010. A granja

possui um total de 20 galpões, dos quais um foi selecionado para realização dos

experimentos. Desse galpão, foram selecionados três blocos para aplicação dos

tratamentos. Foram utilizados três tipos de estratégias de controle durante os

experimentos: (i) controle biológico, através do fungo Metarhizium anisopliae; (ii)

controle químico, através do inseticida triflumuron; e (iii) controle cultural feito com cal

virgem. sete tipos de tratamentos foram aplicados: 1: Metarhizium anisopliae; 2:

Triflumuron; 3: Cal; 4: Metarhizium anisopliae + triflumuron; 5: Metarhizium

anisopliae + Cal; 6: Triflumuron + Cal; 7: grupo controle. As coletas foram realizadas

semanalmente e foram utilizadas armadilhas de emergência para coleta dos dípteros. Em

todas as estratégias de controle utilizadas no experimento houve uma diminuição

significativa do número de moscas emergidas (p<0,001) nas pilhas de esterco em

relação ao grupo controle. Isso indica que todas as estratégia de controle adotadas são

eficazes e podem ser utilizadas na elaboração de um plano de manejo integrado de M.

domestica em granjas de aves de postura.

1.3 – ABSTRACT

The aim of this study was to observe the emergence of Musca domestica under the

effect of three control strategies (biological, cultural and chemical) in poultry laying.

The experiments were performed on a poultry facility located in BR 365 - km 14 the

municipality of Montes Claros - MG in the period from August to September 2010. The

poultry has a total of 20 layer-houses, of which one was selected for the experiments. In

these facilities, three blocks were selected for treatments application. We used three

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types of control strategies during the experiments: (i) biological control by Metarhizium

anisopliae, (ii) chemical control by insecticide triflumuron, and (iii) cultural control

made with lime. Seven types of treatments were applied: 1: Metarhizium anisopliae; 2:

triflumuron; 3: Lime, 4: triflumuron + Metarhizium anisopliae; 5: Metarhizium

anisopliae + Lime; 6: triflumuron + Lime; 7: control group. Samples were collected

weekly and were used emergence traps to collect the flies. In all the control strategies

used in the experiment there was a significant decrease in the number of emerged flies

(p <0.001) in the cones of manure in the control group. This indicates that all control

strategies are effective and can be used to control M.domestica in poultry laying.

1.4 - INTRODUÇÃO

A produção mundial de ovos em granjas avícolas vem apresentando grande

desenvolvimento ano após ano. Os dez maiores produtores mundiais de ovos produzem

juntos, mais de 42 milhões de toneladas de ovos. No topo dessa lista está a China, líder

isolada, responsável por 53,3% do volume de ovos produzidos (22,7 milhões de

toneladas), seguido pelos Estados Unidos e a Índia com 5,3 e 2,7 milhões de toneladas,

respectivamente. Nesse ranking, o Brasil aparece na sétima posição, com volume

correspondente a 4,3% do total produzido, correspondendo a 1,8 milhões de toneladas

(FAO, 2010).

GEDEN & J. HOGSETTE (2001) afirmam que a indústria de frangos deverá

continuar sua expansão, com uma parcela significativa dessa expansão impulsionada

pelas exportações. As exportações brasileiras de ovos somaram 27.721 toneladas em

2010. Entre os países os maiores compradores foram Angola, com 12.662 toneladas, e

Emirados Árabes Unidos, com 10.623 toneladas (UBABEF, 2010).

Esse grande desenvolvimento mundial da avicultura é resultado de práticas

intensivas de criação, aumentando o número de aves mantidas em regime de

confinamento e semi-confinamento (GUIMARÃES, 1985). Esse tipo de produção

resulta no acúmulo de grandes quantidades de esterco, principalmente em granjas de

postura (SILVEIRA et al., 1989). Este substrato constitui um excelente criadouro para

várias espécies de moscas de importância médico-veterinária e de saúde publica

(AXTELL, 1986; AXTELL & ARENDS, 1990; GEDEN & HOGSETTE, 2001) .

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Segundo GEDEN & HOGSETTE (2001), os principais dípteros causadores de

problemas em granjas de aves de postura são: Musca domestica (Linnaeus), Stomoxys

calcitrans (Linnaeus), Fannia canicularis (Linnaeus), F. femoralis (Stein), F.

benjamani, Ophyra leucostoma (Wiedemann), Hermetia illucens (Linnaeus). Moscas da

família Calliphoridae, que se desenvolvem, sobretudo em carniça, podem tornar-se um

problema em carcaças de aves ou ovos quebrados.

M. domestica é a principal praga encontrada em granjas avícolas (KEIDING,

1986; AXTELL & ARENDS, 1990; AXTELL, 1999). Esse díptero caracteriza-se por

ser uma espécie cosmopolita e possui alto poder reprodutivo e grande caráter

sinantrópico (capacidade de adaptar-se ao ambiente humano, incluindo seus animais)

(POLVONÝ, 1971; KEIDING, 1976 e 1986).

GREENBERG (1971, 1973), em seu trabalho clássico “Flies and Disease”

aponta M. domestica como um díptero de grande interesse sanitário por ser capaz de

transmitir protozoários, vermes intestinais, fungos e ser vetor potencial das principais

doenças bacterianas ao homem e animais. O potencial da mosca doméstica

atuando como um vetor de gripe aviária do subtipo H5N1 já foi constatado

(WANARATANA et al. 2011).

Além do grande número de patógenos que podem ser transmitidos pela mosca,

em granjas de postura seu número excessivo pode causar diversos problemas

econômicos à empresa. Nas instalações das aves, as moscas incomodam os

trabalhadores, dispersam-se para residências e empresas próximas à granja (gerando

disputas e processos judiciais), e muitas vezes constituem uma violação das leis locais e

regulamentos de saúde pública (AXTELL, 1999 ; GEDEN & HOGSETTE, 2001).

Outro problema causado pelo número excessivo das populações desses dípteros

nos aviários se relaciona ao hábito que possuem de defecar e regurgitar sobre as

superfícies. Com isso, deixam manchas nos equipamentos da granja, e nas instalações

luminosas, causam uma significativa redução no nível de iluminação.

Esse tipo de problema nos galpões pode impedir a certificação de sanidade de

órgãos fiscalizadores (MAPA, 2009). Devido a esses problemas, o controle das

populações de M. domestica se faz extremamente importante nesse tipo de sistema.

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O controle de M. domestica se dá basicamente utilizando-se estratégia de manejo

do esterco (Controle cultural). Essa estratégia baseia-se principalmente em manter o

esterco seco evitando atração das moscas e proporcionar condições para seu

desenvolvimento (AXTELL, 1999). O esterco com 50% de umidade ou menos, reduz a

capacidade para oviposição das moscas e desenvolvimento larval (KAUFMAN et al.

2000). Em granjas de aves de postura, a cal virgem é utilizada para reduzir a umidade

do esterco das aves. Segundo CRESPO & LECUONA (2002), a cal virgem diminui

consideravelmente os focos larvais e de umidade, importantes para o desenvolvimento

de M. domestica. Para o sucesso do MIP, práticas de controle cultural devem ser aliadas

a estratégias de controle biológico e químico (CRESPO & LECUONA, 2002).

Estratégias de manejo integrado de pragas (MIP) combinam táticas de controle

cultural, biológico e químico e podem ser integradas para um bem sucedido programa

de controle de moscas (AXTELL, 1986; AXTELL & ARENDS, 1990; KAUFMAN et

al., 2000)

O controle químico se dá pela a aplicação de inseticidas químicos, e é um dos

pilares do manejo de dípteros em granja (AXTELL, 1986). A utilização de inseticidas

químicos é feita geralmente de forma indiscriminada ou não-estratégica, acarretando

uma evolução de resistência mais rápida por muitas espécies de insetos (KEIDING,

1999). A M. domestica é uma espécie com grande capacidade de evoluir resistência aos

inseticidas, e os fatores que influenciam a evolução desta resistência são genéticos,

biológicos e operacionais (PINTO & PRADO, 2001).

O surgimento da resistência faz com que seja necessário o desenvolvimento de

novas classes de pesticidas, o que aumenta o preço final do controle químico

(KEIDING, 1999). Além disso, existe o risco de poluição ambiental e o aparecimento

de resíduos nos ovos e na carne das aves (RUTZ, 1981).

Além dos inseticidas tradicionais usados no controle de insetos-praga, outro

meio de controle de insetos-praga pode ser feito através de reguladores de crescimento

de insetos (IGRs). Estes são classes de inseticidas que foram desenvolvidas visando

serem compatíveis com as estratégias existentes em programas de MIP, uma vez que

cada componente do programa deve ter uma seletividade característica à espécie que é

alvo do controle (TUNAZ & UYGUN, 2004). IGRs são compostos que interferem no

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crescimento normal dos insetos, causando anomalias morfológicas e fisiológicas

(AWAD & MULLA, 1984). Podem inibir as mudas de larvas e de pupas e podem

reduzir a geração seguinte pela inibição da eclosão e/ou pela redução da oviposição.

Os IGRs que contém o ingrediente ativo triflumuron®, do grupo químico das

benzofeniluréias (SÁENZ-DE-CABEZÓN et al., 2006) foi produzido para o controle de

insetos de importância na saúde pública.

O triflumuron é um IGR de largo espectro que inibe a síntese de quitina,

interferindo no processo de muda dos insetos, resultando na sua morte (SULAIMAN et

al., 1994). De acordo com HOWARD & WALL, 1995, o triflumuron tem considerável

potencial como um agente de controle da M. domestica, devido seu efeito auto-

esterilizante nas fêmeas. Entretanto, não se conhece ao certo a amplitude de seu

espectro de atuação, podendo afetar insetos não-alvo. Além disso, uma má

administração pode levar o inseto-praga a evoluir resistência.

Para tentar solucionar os problemas de resistência e alto custo dos inseticidas, a

ideia de utilização de controle biológico visando o controle de pragas, vem sendo bem

aceita.

O Controle biológico em granjas pode ser feito estimulando a manutenção e o

desenvolvimento de uma população heterogênea de predadores, entomopatógenos e

parasitas no esterco de aves (AXTELL, 1986).

A utilização de inseticidas biológicos, através do controle microbiano, vem

crescendo devido ao fato de que estes meios de controle também não apresentam risco

de contaminação para o meio ambiente e para o homem e seus animais (ALVES, 1998).

O controle microbiano de insetos tem como finalidade reduzir as populações de

insetos-praga a níveis de danos não-econômicos. Dentre vários microrganismos

utilizados nesse tipo de controle, os fungos se destacam no uso como microrganismos

entomopatogênicos, pois diferentemente dos outros (vírus, protozoários, bactérias), são

os únicos que não necessitam serem ingeridos pelos insetos (ALVES, 1998).

No Brasil, uma das espécies de fungos entomopatogênicos mais utilizadas como

agente de controle biológico é Metarhizium anisopliae. Este fungo é considerado um

eficiente agente para o controle biológico de insetos pelo fato de possuir vários fatores

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de virulência, incluindo a produção de proteases, consideradas fundamentais no

processo de penetração através da cutícula do inseto (ALVES, 1998). Segundo SENNA-

NUNES et al. (2002), poucos estudos usando esse entomopatógeno são direcionados ao

controle biológico de moscas, principalmente, avaliando a ação destes sobre diferentes

formas evolutivas de dípteros.

No Brasil, poucos são os estudos utilizando essas três estratégias de controle de

forma consignada em campo. A maioria dos testes é realizada em laboratório,

averiguando o efeito de apenas uma estratégia de controle. Assim, o presente estudo

objetivou investigar o efeito de três estratégias de controle na emergência da M.

domestica em campo.

1.5 - MATERIAL E MÉTODOS

1.5.1 - Área de Estudo

Este estudo foi realizado na granja de aves de postura comercial, localizada no

município de Montes Claros/MG. A granja situa-se a 20 km de Montes Claros

(16º53’48” de latitude Sul e 43º56’58” de longitude oeste), numa altitude de 600 metros

e é considerada uma granja de grande porte (Figura 1). Atualmente, a granja permite

uma capacidade total de alojamento de cerca de dois milhões (2.000.000) de aves de

postura. As galinhas chegam a granja de postura com 18 semanas de vida, onde ficam

em produção até completarem 82 semanas. A capacidade de produção da empresa é

acima de 1.400.000 (um milhão e quatrocentos mil) ovos por dia destinados ao

consumo.

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Figura 1. Visão de satélite da granja em que foram realizados os experimentos. Em

destaque o galpão de estudo. Foto: Google Earth.

A granja possui um total de 20 blocos em suas dependências. Os blocos

possuem cerca de 120 m de comprimento e 160 m de largura e são divididos em 10

galpões. Cada bloco trata-se de uma construção independente com uma armação de

vigas de concreto e coberto por telhas de amianto. Em cada bloco ficam dispostos três

conjuntos de gaiolas de arame galvanizado suspensas, separadas por dois corredores de

0,5 m de largura pavimentados com concreto (Figura 2).

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Figura 2. Visão interna do um bloco do galpão em que são abrigadas as aves.

Foto: Alves (2010).

Os conjuntos das gaiolas estão distribuídos em dois degraus, sendo a fileira

interna a 0,5 m do chão, e a externa a 1 m do chão. Em cada fileira há um comedouro

feito de metal em que é oferecida a ração, e a água é distribuída por meio de um

encanamento com uma bica d’água para cada gaiola. As gaiolas pode-se abrigar de três

a quatro galinhas.

Sob as gaiolas, as galinhas depositam suas fezes formando grandes pilhas de

esterco (Figura 3). Esse esterco acumulado é retirado em intervalos de seis a oito meses.

A iluminação nos galpões é realizada através de lâmpadas de 60W e essas são acesas

conforme programa de iluminação progressiva nos meses de menos fotoperíodo .

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Figura 3. Visão externa do um bloco do galpão em que são abrigadas as aves. Foto:

Alves (2010).

1.5.2 - Experimentos de campo

O estudo foi realizado durante o período de agosto a setembro 2010. Para

realização dos experimentos de campo foi selecionado um (1) galpão da granja (Figura

1). Antes do início dos experimentos, o esterco existente nos blocos do galpão foi

removido e nenhum pesticida residual foi aplicado nas instalações dentro de período de

12 semanas antes do início do estudo. Esse mesmo procedimento foi adotado por

KAUFMAN et al., 2005, a fim de que nenhum tipo de produto anteriormente aplicado

pela empresa para tentativas de controle da M. domestica afetasse os grupos de insetos e

seus imaturos; e também para dar tempo do restabelecimento dos mesmos nas pilhas de

esterco.

Foram utilizados três tipos de estratégias de controle durante os experimentos:

(i) controle biológico, através do fungo Metarhizium anisopliae; (ii) controle químico,

através do inseticida triflumuron; e (iii) controle cultural feito com cal virgem. Com o

intuído de saber se havia sinergismo ou antagonismo entre os tratamentos, combinações

entre eles também foram feitas. Dessa forma, sete tipos de tratamentos foram obtidos: 1:

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Metarhizium anisopliae; 2: Triflumuron; 3: Cal; 4: Metarhizium anisopliae +

triflumuron; 5: Metarhizium anisopliae + Cal; 6: Triflumuron + Cal; 7: Área controle

(Figura 4).

Figura 4. Desenho esquemático das aplicações dos tratamentos no galpão.

Do galpão escolhido, foram selecionados três blocos para aplicação dos

tratamentos. Apenas as fileiras de esterco das extremidades desses blocos receberam as

aplicações, somando um total de seis pilhas de esterco aproveitadas. Cada uma dessas

pilhas de esterco se estendia por 100m de comprimento.

Em cada fileira de esterco foram delimitadas sete parcelas com a área de 10m2,

em que houve aplicação de um tratamento por parcela (Figura 4). Entre cada área de

aplicação havia intervalos de 5m, totalizando uma área de 600 m2 no experimento.

As aplicações dos sete tratamentos iniciaram-se duas semanas antes da primeira

coleta. Foram realizadas quatro aplicações nesse período nas áreas determinadas. O

fungo foi aplicado numa concentração de 1x108 esporos viáveis por mL. A formulação

do fungo encontrava-se inicialmente em suspensão concentrada emulsionável 1x1012

(Itaforte BioProdutos), em que foi diluída em água. Aplicou-se para o inseticida

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(Bayer®) uma dose de 20mL/L (dose indicada pelo fabricante). Para a aplicação do

inseticida e do fungo utilizou-se pulverizador de pressão acumulada de 5 litros. O cal foi

aplicado numa quantidade de 2kg/m2 (Quantidade utilizada na rotina da granja).

1.5.3 - Coleta dos insetos que emergiram do esterco

Foram realizadas 2 coletas semanalmente logo após o término das aplicações em

cada tratamento. Para tal, foram utilizadas armadilhas de emergência (Figura 5). Essa

armadilha consiste em uma estrutura piramidal com 50x50x50cm confeccionada com

vergalhões de ferro. Recobrindo os quatro lados da pirâmide havia uma capa

confeccionada com uma malha extremamente fina que impedia a dispersão dos insetos

adultos quando estes emergiam de suas fases imaturas no substrato, bem como para

evitar a entrada de outros artrópodes. No topo de cada armadilha havia um frasco

coletor posicionado em um ângulo de 40°. No interior desse recipiente foi colocada uma

solução de formol a 4% para conservação dos insetos capturados.

Figura 5. Armadilha de emergência instalada sobre as pilhas de esterco das aves.

Foto: (Alves, 2010)

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Para cada tratamento foi instalada uma armadilha de emergência, totalizando 42

armadilhas usadas por coleta. As armadilhas foram colocadas sobre as pilhas de esterco

e mantidas por um período de uma semana. Após esse período, os frascos coletores com

insetos capturados eram retirados das armadilhas e levados ao Laboratório de Controle

Biológico da Universidade Estadual de Montes Claros; e outros frascos eram colocados

para substituí-los e as armadilhas eram novamente instaladas para a próxima captura. As

pilhas de esterco apresentavam-se uniformemente secas e homogêneas, e a distribuição

das armadilhas foi feita de forma aleatória.

Todos os insetos coletados foram contados e identificados até a menor unidade

taxonômica possível. Estes insetos foram depositados na coleção entomológica do

laboratório.

1.5.4 - Análise estatística

Para verificar se o efeito dos tipos de tratamentos sobre o total de insetos

emergidos diferia entre si foram utilizados modelos lineares generalizados. Assim, para

cada variável resposta (M. domestica, outros dipteros e parasitóides) foi ajustado um

modelo. Com dados de contagem frequentemente é assumido a distribuição de erros

Poisson, contanto que não exista sobredispersão (caso em que a variância dos dados é

maior que a considerada pela distribuição Poisson). O fato da residual deviance ser

maior que os graus de liberdade residual indica sobredispersão e nesse caso é

apropriado a utilização da distribuição Quasipoisson (CRAWLEY, 2007). Todas as

variáveis respostas (total de M. domestica, outros dípteros e parasitóides) exibiram

sobredispersão e, portanto foi utilizada a distribuição Quasipoisson nos três modelos. A

significância dos modelos foi testada com a análise de deviance, utilizando o teste qui-

quadrado. O nível de significância considerado foi de 5%. As análises estatísticas foram

feitas no software R (R Development Core Team, 2011).

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22

1.6 - RESULTADOS

Foram coletados insetos das ordens Coleoptera, Dermaptera, Diptera,

Hymenoptera; e aracnídeos das ordens Acarina, e Pseudoescorpionida. A Tabela 1

mostra o resultado da análise que explica a emergência de M. domestica e Parasitóides.

1.6.1 - Dípteros emergidos

Foram coletados 3.386 dípteros a partir dos frascos coletores. M. domestica foi o

díptero mais abundante encontrado no experimento, com 1.708 espécimes capturados,

representando mais de 50% do grupo. Os outros dípteros capturados pertenciam

principalmente às famílias Drosophilidae, Fanniidae, Phoridae, Sarcophagidae,

Psycodidae e várias famílias acaliptradas. Por estarem em menor número e não serem

consideradas pragas importantes, estas famílias não entraram na análise estatística.

Em todas as estratégias de controle utilizadas no experimento houve uma

diminuição significativa do número de moscas emergidas (p<0,001) nas pilhas de

esterco em relação ao grupo controle (Figura 6). No grupo controle, a média de M.

domestica emergida foi de 124 moscas/m2 por armadilha. Isso é pelo menos três vezes

superior a média de M. domestica emergida nos outros grupos (Tabela 2).

Táxon Variável explicativa

G.L. Deviance G.L Deviance residual

P

Musca domestica Modelo nulo Tratamento

6 983.04 83 77

2378.7 1395.6

< 0.0001

Microhimenópteros Parasitóides

Modelo nulo Tratamento

6 28.592 83 77

553.84 525.25

0.703

Tabela 1. Resultado da análise de desvio do modelo linear generalizado que explica a emergência de Musca domestica e Parasitóides.

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Figura 6. Emergência de Musca domestica sob o efeito dos diferentes tratamentos usados no experimento.

1.6.2 - Microhimenópteros parasitóides emergidos Foram coletados 581 Microhimenópteros parasitóides no experimento. Esses

parasitóides pertenciam à superfamília Chalcidoidea, sendo que as principais famílias

encontradas foram Braconidae, Chalcididae e Pteromalidae. Devido ao fato de haver um

Tratamentos Número total de M. domestica coletadas em cada tratamento

Média de M. domestica por m2 em cada tratamento

Fungo 282 37

Inseticida 130 21,66

Cal 191 31,82

Fungo + Inseticida 143 23,82

Fungo + Cal 110 18,32

Inseticida+ Cal 107 17,82

Controle 745 124,16

Co F Ca F+I I F+Ca I+Ca

0

20

40

60

80

100

120

140

Média de Musca domestica emergidas

Tabela 2. Número total e média/m2 de Musca domestica coletadas sob efeito dos tratamentos.

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baixo número de espécimes capturados, as três famílias foram agrupadas para análise.

Esse grupo não respondeu significativamente a nenhum dos tratamentos (p=0.7),

portanto a emergência de parasitóides não foi afetada neste experimento em relação aos

controles (Figura 7).

Figura 7. Emergência de Parasitóides sob o efeito dos diferentes tratamentos usados no experimento.

1.6.3 - Artrópodes associados ao esterco

As armadilhas capturaram vários outros grupos de artrópodes que inicialmente

não eram esperados como insetos das ordens Coleoptera e Dermaptera. Estes insetos

provavelmente escalaram a armadilha e caíram no pote coletor. Por esse motivo, esses

grupos não entraram na análise estatística, sendo considerados acidentais. Além deles

Foram capturados 12 ácaros e 596 pseudoescorpiões. Estes artrópodes são foréticos em

moscas, e Todos os indivíduos desses grupos foram encontrados aderidos aos corpos de

M. domestica capturadas nos frascos coletores. O estudo dos efeitos dos tratamentos

F+I I+Ca Ca Co F I F+Ca

Méd

ia de parasitóides emergido

s

0

5

10

15

20

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aqui apresentados nesta artropodofauna associada foi realizado com metodologia

específica no próximo capítulo.

1.7 – DISCUSSÃO

1.7.1 - Dípteros emergidos

Houve uma redução significativa do número de moscas emergidas em todos os

tratamentos e combinações. Entretanto, cada estratégia de controle aplicada apresenta

suas vantagens e limitações.

O inseticida triflumuron confirmou sua eficácia contra o desenvolvimento de M.

domestica. HOWARD & WALL (1995), mostraram em estudos laboratoriais que para

doses acima de 1.0µg houve quase que 100% de inibição alcançada sobre eclosão de

ovos de M. domestica; a dose de 0.5µg permitiu sobrevivência de apenas 20% das

larvas e doses mais altas não permitiram formação de pupário; contudo, no controle,

89,1% ficaram aptas para empupação. Em outro teste em laboratório, Sulaiman et al.

(2008) também obtiveram bons resultados no controle de vários estágios larvais de M.

domestica utilizando triflumuron. Eles obtiveram inibição na emergência de adultos de

quase 100% em larvas de 1º, 2º e 3º estádios. Os autores recomendam triflumuron para

controle de M. domestica, especialmente em granjas de aves.

Atualmente, mesmo com excelentes resultados obtidos em laboratório, poucos

são os trabalhos publicados com experimentos realizados em campo utilizando IGRs,

como o triflumuron, em granjas de postura, sendo este um dos poucos feitos no Brasil.

Estudos de campo sempre que possíveis e bem desenhados são preferíveis aos estudos de laboratório ao

investigar os efeitos dos inseticidas sobre organismos não-alvo (STARK, 2005)

A eficácia do triflumuron em testes de campo, em pequena escala, foi

demonstrada por BATRA et al. (2005). Os autores conseguiram na dose mais alta

testada 100% de inibição em larvas de 3º estádio de Anopheles e Culex spp.

Mesmo com os resultados promissores obtidos no presente trabalho, é

importante a realização de mais estudos em campo. Os sistemas de criação de aves de

postura compartilham basicamente uma mesma estrutura, cada granja possui sempre

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suas particularidades como forma de manejo do esterco e também cuidados com

insetos-praga. Além disso, cada região diferencia-se em temperatura e umidade podendo

variar na dinâmica das populações dos insetos. Diante disso, torna-se imprescindível a

aumento do numero de trabalhos realizados em campo para se tentar chegar a um

padrão de controle de M. domestica em granjas de postura.

O triflumuron pode ser um bom aliado no controle de populações de M.

domestica em granjas de postura, mas seu uso do deve ser feito com cuidado por causa

da evolução de resistência nos insetos. Esse problema é recorrente em granjas, causado

pela má administração de inseticidas em tentativas equivocadas de controle de insetos-

praga que pode acelerar o processo de resistência conferida pelos insetos aos inseticidas

ao longo dos anos.

CETIN et al. (2009) testaram cinco IGRs em áreas de estufas de produção. Os

inseticidas tinham sido aplicados nas áreas estudadas por pelo menos seis a oito anos.

Os autores encontraram em duas áreas de testes uma resistência ao diflubenzuron (IGR

de atuação semelhante ao triflumuron) de 11,8 e 13,2 vezes maior que o controle. Em

outro estudo, POSPISCHIL et al. (1996) testaram várias classes de inseticidas contra

três populações de M. domestica com diferentes espectros de resistência. Os dípteros

foram bastante resistentes a organofosforatos, carbamatos e piretróides, com fator de

resistência chegando até mais de 6.600 vezes maior que a população susceptível padrão

da OMS. Além disso, foram testados os reguladores de crescimento triflumuron,

piriproxifen e ciromazina. Apenas a ciromazina obteve êxito no controle das populações

analisadas, não apresentando resistência cruzada (ISEKI & GEORGHIOU, 1986).

Em populações resistentes a inseticidas usados contra M. domestica, pode haver

uma amplitude de resistência cruzada entre IGRs e inseticidas tipicamente utilizados

(POSPISCHIL et al., 1996). PINTO & PRADO (2001) relatam resistência a ciromazina

em populações de M. domestica oriundas de Montes Claros, Petrópolis (RJ) e

Promissão (SP). Neste trabalho, a população de Montes Claros exibia uma resistência

11 vezes maior que a população susceptível padrão da OMS. Além desse resultado, a

granja de Montes Claros também apresenta um histórico de resistência a outras classes

de inseticidas. Entretanto, no presente estudo, o triflumuron foi bem sucedido no

controle das moscas, não apresentando resistência cruzada.

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Uma alternativa para tentar evitar a resistência seria a realização de rotação de

inseticidas. Isso evitaria o uso de um determinado inseticida por um tempo muito

prolongado, dificultando a fixação dos genes que conferem resistência (PLAPP, 1986).

Os inseticidas são importantes ferramentas do manejo integrado, mas as

estratégias de controle biológico devem ser incentivadas por causa do impacto

ambiental, custo, especificidade e desenvolvimento de resistência (ALVES, 1998).

Além disso, o fungo quando encontra um ambiente favorável, pode estabelecer-se e

desenvolver-se no local, permanecendo no mesmo por grandes períodos de tempo.

Nossos resultados demonstram que o fungo obteve a mesma eficiência que o

inseticida triflumuron. KAUFMAN et al. (2005), mostraram bons resultados com

Beauveria bassiana no controle de adultos de M. domestica, em que seu tempo de

permanência foi prolongado em relação a tratamentos com piretrina. Quando realizado

controle reforçado com o fungo, o avicultor chega a um ponto de poder parar o

tratamento, o que não ocorre com inseticidas tradicionais que necessitam sempre de

repetições. Isto é possível devido aos fungos serem aplicados no esterco, permitindo

controle antes do acasalamento e desenvolvimento dos ovos.

Em estudo de laboratório, SHARIFIFAR et al. (2011), testaram a virulência de

10 cepas de B. bassiana e M. anisopliae em larvas e adultos de M. domestica. Para B.

bassiana, a mortalidade de larvas e adultos ficou entre 50.4 a 94% e 60.4 a 99.0%,

respectivamente. Já para M. anisopliae sobre larvas e adultos de M. domestica ficou

entre 28.0 a 100.0% e 29.2 a 95.8%, respectivamente. A cepa Ma437C de M.

anisopliae, devido ao mais baixo valor da DL50 e DL90 e um tempo de letalidade mais

curto, foi a mais virulenta para larvas e adultos de M. domestica. Em outro teste de

laboratório, FERNANDES et al. (2010), mostraram que uma cepa selvagem de M.

anisopliae oriunda de Montes Claros foi bastante eficiente no controle in vitro de larvas

de M. domestica.

Mesmo sob condições de campo, os resultados do presente estudo confirmam a

eficácia de M. anisopliae no controle de populações de M. domestica, e pode ser

recomendado como agente de controle biológico de mosca, especialmente em

aplicações inundativas de conídios (GEDEN et al., 1993; KAUFMAN et al., 2005)

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FERNANDES (2010), testou duas cepas de M. anisopliae, uma comercial e

outra selvagem selecionada em laboratório, para controle de populações de M.

domestica em aviário em Montes Claros. O produto comercial não obteve um controle

positivo das moscas, enquanto o fungo de laboratório mostrou um discreto controle.

Nesses experimentos foram utilizadas as duas cepas na formulação de pó-molhável. De

maneira distinta, a cepa de M. anisopliae usada no presente estudo, encontrava-se na

formulação de suspensão concentrada em óleo emulsionável. Em testes de campo,

MILNER & STAPLES (1998) aplicaram M. flavoviride para controle de Phaulacridium

vittatum. As duas formulações que levavam óleo alcançaram mais de 90% de

mortalidade.

No ambiente, fatores abióticos como radiação solar, umidade relativa e

temperatura podem afetar a sobrevivência e capacidade de infecção do fungo

(BUGEME et al., 2008; INYANG et al., 2000). As formulações em óleo emulsionável

são as que melhor protegem contra os fatores anteriormente citados, principalmente

radiação solar (ALVES et al., 1998; HEDIMBI et al., 2008) e temperatura (DAOUST

& ROBERTS, 1983; MCCLATCHIE et al., 1994), além de diminuírem a evaporação.

Total essas vantagens propiciam o aumento da viabilidade do fungo. OLIVEIRA

(2009), avaliando a viabilidade de M. anisopliae proveniente de diferentes cepas

comerciais, mostrou que a viabilidade do fungo na forma de pó molhável (2 cepas) e

suspensão concentrada em óleo emulsionável (1 cepa) foi de 0,96% e 47,9%; e 91,2%,

respectivamente.

Os óleos usados nas formulações de micoinseticidas também podem melhorar a

dispersão do fungo no campo (ALVES, 1998). ALVES & OLIVEIRA (2001) relataram

que formulações à base de óleos puros espalharam-se num grau mais elevado devido à

baixa tensão superficial que apresentam. Os autores ainda explicam que formulações de

conídios com óleos emulsionáveis aumentam a afinidade de aderência e se espalham

melhor a cutícula de insetos; e um mesmo volume de formulação fúngica irá se espalhar

melhor que um volume equivalente de conídios formulados em água com Tween 80.

Assim como o fungo e o inseticida aplicados como estratégia de controle, a

adição da cal virgem IGR no esterco das aves obteve bons resultados no controle das

populações de M. domestica. Apesar de seu efeito benéfico empírico para o controle de

populações da mosca doméstica, praticamente não existem publicações científicas

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formais sobre esta prática. CRESPO & LECUONA (2002), em granja na Argentina,

mostraram que a cal virgem reduziu em 80% os focos úmidos no esterco das aves. Tal

como observado por outros autores, houve uma redução no número absoluto de adultos

de M. domestica associados ao esterco na granja aviaria quando cal virgem foi aplicada

isoladamente e quando associada a outros componentes nos demais tratamentos

testados.

Em programas de manejo de pragas, a cal virgem é um bom aliado no combate

dos dípteros, pois diminui muito os focos de umidade em que os dípteros se criam.

Diante disso, a cal deve ser recomendada no combate a M. domestica (ALBARRAK,

2009).

Na granja estudada no presente trabalho, a cal virgem é comumente usada para

controle de dípteros. Entretanto, para que esse controle seja satisfatório, deve-se fazer a

aplicação da cal pelo menos três vezes por semana (informação obtida na granja de

estudo). Isso costuma ser um processo bastante demorado e dispendioso, inclusive em

mão de obra. O excesso de manejo para adição da cal pode estressar os animais,

acarretando perdas na produção de ovos. Apesar de a cal virgem ser um produto muito

barato em comparação a outros meios de combate das moscas, sua aplicação acaba

encarecendo-o.

Todos os tratamentos em que foram feitas combinações entre o fungo, o

inseticida e a cal virgem, não houve resposta significativa. Diante disso, não se pôde

comprovar o efeito sinérgico ou antagônico nesses tratamentos.

1.7.2 - Microhimenópteros parasitóides emergidos

Nos tratamentos aplicados, não se constatou o efeito sobre os parasitóides

capturados. (CRESPO et al., 1998; CRESPO & LECUONA, 2002), realizaram em uma

granja de aves controle químico (IGR) e cultural (Cal virgem) para M. domestica aliado

a controle biológico com parasitóides durante cinco meses. Eles mostraram que apesar

da redução do número moscas com controle químico, o parasitismo foi prejudicado, o

que não aconteceu com o controle cultural.

Para uma melhor avaliação dos tratamentos utilizados nesse estudo,

experimentos de médio e longo prazo são necessários para se entender seus efeitos nas

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30

populações de microhimenópteros parasitóides, visto que estes insetos demoram em

média 25 dias para se desenvolver nos pupários de M. domestica.

1.7.3 - Técnica de monitoramento de dípteros

Técnicas de monitoramento de M. domestica são uma importante parte em

programas de manejo integrado de pragas em instalações (AXTELL, 1970). Entretanto,

um dos maiores desafios para implementar programas de MIP é o desenvolvimento de

métodos de monitoramento acurados..

Nos métodos atuais de monitoramento de moscas são usados cartões de dejetos,

”baited jug traps” (garrafas plásticas com iscas de feromônio) e cartões ou fitas colantes.

Apesar de darem rápida informação de abundância e padrão de distribuição das moscas

(HOGSETTE et al., 1993), são insatisfatórios para programas de MIP, pois aferem uma

relativa atividade das moscas dentro das unidades de produção (GEDEN &

HOGSETTE, J., 2001). LYSYK & AXTELL (1986) relatam que o posicionamento

dos cartões e armadilhas e as cores ou toxinas utilizados nelas pode afetar muito a

contagem obtida. Além disso, as moscas domésticas tentem a evitar o repouso em áreas

de vento forte, e isso tem um efeito substancial no uso de cartões de dejetos (GEDEN et

al., 1999). Essas variações dificultam a mensuração de populações de moscas em

instalações avícolas.

KAUFMAN et al. (2005), utilizaram fitas adesivas e cartões de dejetos para

mensurar população de M. domestica em granja avícola. Os autores relatam que os

dados da fita adesiva não foram uma medida adequada para mensurar as populações de

adultos da mosca doméstica devido a problemas metodológicos, portanto, não foram

incluídos na análise. Cartões de dejetos apresentam problema metodológico devido ao

fato de que uma mesma mosca pode defecar e regurgitar no cartão mais de uma vez, e

dessa forma, mascarar os resultados.

No presente trabalho propõe-se uma alternativa para os métodos atuais de

monitoramento, a utilização de armadilhas de emergência diretamente sobre o esterco

acumulado das gaiolas. As armadilhas de emergência são mais comumente usadas em

estudos de espécies aladas que emergem do solo, água, detrito e vegetação baixa, e

assim exigem uma área completamente fechada em que o inseto está se desenvolvendo

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(MARTIN, 1977), não sofrendo ação do meio externo. Dessa forma, conseguem-se

obter resultados mais precisos de riqueza e abundância dos espécimes estudados. Em

relação aos dípteros, as armadilhas de emergência têm sido usadas em estudos com

culicídeos e dípteros de esterco bovino (IWASA et al., 2005; WALTON, 2009).

Atualmente, não existem estudos com armadilhas de emergência atuando na

mensuração de populações de dípteros em esterqueiras de granjas de aves de postura. Os

resultados obtidos aqui demonstram a capacidade da metodologia utilizada de captar as

diferenças na emergência de moscas no esterco, mesmo trabalhando em uma área

reduzida.

As armadilhas de emergência proporcionam uma nova medida de infestação, o

número de moscas produzidas por metro quadrado de esterco. Este tipo de medida

facilita projeções e pode proporcionar a determinação de um limiar de dano econômico

e guiar futuros estratégias de controle.

1.8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todas as estratégias de controle testadas demonstraram-se eficazes no combate

às populações de M. domestica nesse experimento. Entretanto, cada um deles apresenta

pontos negativos e positivos:

• Os IGRs conferem um controle rápido do inseto praga, além de serem específicos

(MIAN & MULLA, 1982; MULLA, et al., 1986). Contudo, se forem administrados

de maneira equivocada, o inseto-praga pode evoluir resistência ao inseticida, sendo

que o custo para desenvolvimento de novas classes de inseticidas é muito alto.

• O custo para desenvolvimento de micoinseticidas à base de fungos

entomopatogênicos, como M. anisopliae, é bem mais baixo em relação ao

desenvolvimento de novos inseticidas químicos. Além disso, podem ser tão

eficientes no controle de pragas quanto inseticidas químicos convencionais (FILHO

et al., 2009). Entretanto, os micoinseticidas não se adaptam facilmente a qualquer

tipo de ambiente.

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• A cal virgem utilizada no controle cultural tem um custo bastante baixo, porém

requer muita mão-de-obra para sua aplicação e várias repetições semanais.

A decisão de quais estratégias devem ser utilizadas pelo avicultor no combate as

populações de M. domestica dependerá do custo dos insumos e mão-de-obra requerida.

De qualquer maneira, independente do fator econômico, o manejo a ser empregado

sobre M. domestica deve ser realizado de maneira equilibrada sem que afete outros

organismos não-alvo e o ambiente.

O local em que foi realizado o presente estudo encontra-se em uma região de

clima semi-árido, apresentando uma longa estação seca durante o ano. As estratégias de

controle usadas nesse experimento devem ser usadas em ambientes diferentes para

verificar se os resultados encontrados seguem um mesmo padrão.

1.9 – CONCLUSÃO

As três estratégias para controle de M. domestica adotadas no estudo são

eficazes no combate as populações desse díptero em granjas de aves de postura.

Estudos mais longos se fazem importantes para saber os efeitos das estratégias

de controle utilizadas sobre as populações de Microhimenópteros parasitóides.

A armadilha de emergência é uma ferramenta eficaz e precisa no monitoramento

de M. domestica em granjas de aves de postura.

1.10 - REFERÊNCIAS

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40

2 - Estratégias de controle de moscas na artropodofauna associada a esterqueiras de granja de aves de postura.

2.1- RESUMO

O objetivo desse trabalho foi observar a ação de estratégias de controle biológico, químico e

cultural em organismos não-alvo em esterqueiras de granja de aves de postura. Os

experimentos foram realizados numa granja de postura situada na BR 365 – km 14 do

município de Montes Claros – MG, no período de agosto a setembro 2010. A granja

possui um total de 20 galpões, dos quais um foi selecionado para realização dos

experimentos. Desse galpão, foram selecionados três blocos para aplicação dos

tratamentos. Foram utilizados três tipos de estratégias de controle durante os

experimentos: (i) controle biológico, através do fungo Metarhizium anisopliae; (ii)

controle químico, através do inseticida triflumuron; e (iii) controle cultural feito com cal

virgem. sete tipos de tratamentos foram aplicados: 1: Metarhizium anisopliae; 2:

Triflumuron; 3: Cal; 4: Metarhizium anisopliae + triflumuron; 5: Metarhizium

anisopliae + Cal; 6: Triflumuron + Cal; 7: grupo controle. As coletas foram realizadas

semanalmente. A extração dos artrópodes do esterco foi feita através de Funil de

Berlese-Tullgren. Foram extraídos dos funis de Berlese insetos pertencentes às ordens

Coleoptera e Dermaptera e aracnídeos das ordens Acarina e Pseudoscorpionida.

Nenhuma estratégia de controle usada no experimento apresentou efeito negativo

(P>0,05) em nenhum dos grupos de artrópodes que foram extraídos do esterco.

Experimentos de longa duração em campo são importantes, pois permitem o

entendimento mais amplo da ação das estratégias de controle ao longo do tempo sobre

os organismos não-alvo no esterco das aves de postura.

2.2 - ABSTRACT

The aim of this study was to observe the emergence of Musca domestica under the

effect of three control strategies (biological, cultural and chemical) in poultry laying.

The experiments were performed on a poultry facility is located in BR 365 - km 14 the

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41

municipality of Montes Claros - MG in the period from August to September 2010. The

poultry has a total of 20 layer-houses, of which one was selected for the experiments. In

this house, three blocks were selected for treatments application. We used three types of

control strategies during the experiments: (i) biological control by Metarhizium

anisopliae, (ii) chemical control by insecticide triflumuron, and (iii) cultural control

made with lime. Seven types of treatments were applied: 1: Metarhizium anisopliae; 2:

triflumuron; 3: Lime, 4: triflumuron + Metarhizium anisopliae; 5: Metarhizium

anisopliae + Lime; 6: triflumuron + Lime; 7: control group. The extraction of

arthropods from manure was made by Berlese-Tullgren funnel. Were extracted from

Berlese insects belonging tothe orders Coleoptera and Dermapteraand arachnids of the

order Acarina and Pseudoscorpionida. No control strategy used in the experiment

showed a negative effect (P> 0.05) in all groups of arthropods that were extracted from

manure. Long-term experiments in the field are important because they allow the

comprehensive understanding of the action of the control strategies over time on non-

target organisms in the manure of poultry laying.

2.3 - INTRODUÇÃO

Em sistemas de criação de aves poedeiras, várias moscas de importância

médico-veterinária e de saúde pública se criam no esterco acumulado sob as gaiolas

(SILVEIRA et al., 1989), sendo a Musca domestica a principal praga habitando esse

sistema (AXTELL, 1999; AXTELL & ARENDS, 1990; KEIDING, 1986).

Como forma de minimizar esse problema, várias práticas de controle de moscas

tem sido feitas, principalmente o uso de inseticidas químicos. A maior parte dos

inseticidas sintéticos é tóxica para todos os animais, inclusive para os seres humanos.

Alguns são persistentes no ambiente e, através da magnificação trófica, ameaçam

organismos que não são alvos do controle (TUNAZ & UYGUN, 2004). STARK (2005)

sustenta que inseticidas, por definição, são concebidos para matar seres vivos. Como tal,

sempre que inseticidas são aplicados para matar uma praga em particular, há o efeito

potencial de danos para os organismos não-alvo. Estes danos podem resultar na

mortalidade (efeitos letais) ou se um indivíduo sobrevive à exposição, efeitos subletais

podem ser manifestados. Efeitos subletais incluem a redução do número de

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descendentes produzidos ao longo da vida, esterilidade, perda de peso ou a incapacidade

de ganho de peso, redução do tempo de vida, câncer, mutações, mudanças

comportamentais, entre outros. Mais de um efeito subletal pode ocorrer após a

exposição a pesticidas.

Esse tipo de situação pode ocorrer sobre a fauna de artrópodes em esterqueira de

granjas avícolas, já que vivem em associação nesse ambiente. LEGNER (1971) diz que

a utilização de inseticidas pode levar à destruição da importante e rica fauna de

artrópodes que se criam no esterco.

A artropodofauna presente no esterco tem importante atuação na predação

dessas moscas, contribuindo de forma eficaz como os componentes biológicos nos

programas de manejo integrado de pragas (MIP). Entre esses artrópodes, encontram-se

muitos dermápteros (LANGSTON & POWELL, 1975), coleópteros (GEDEN &

AXTELL, 1988; MEYER et al., 1990; MULLENS et al., 1996), ácaros (AXTELL,

1968; LEGNER, 1971; MULLENS et al., 1996; RODRIGUEIRO & PRADO, 2004) e

pseudoescorpionídeos (PINTO et al., 2005).

Os predadores são mais abundantes próximos da crista e ligeiramente abaixo da

superfície, nas áreas com maior probabilidade de ocorrência de ovos e larvas de

primeiro instar de moscas. Essa fauna associada, segundo LEGNER & BRYDON

(1966), é responsável pelo declínio das populações de M. domestica, chegando ao ponto

em que apenas 1% atingem a fase de pupa em relação ao total do número de ovos

depositados.

Estudos avaliando o uso de predadores e parasitóides em condições artificiais e

de campo enfatizam a importância desse grupo na implantação de programas de manejo

integrado de pragas (LEGNER, 1971). O MIP integra várias técnicas de controle

disponíveis, visando minimizar os danos ao ambiente causados pelo uso indiscriminado

de inseticidas, e encorajando mecanismos de controle natural (FAO, 2008).

O controle biológico representa uma das modalidades do MIP, consistindo no

fenômeno natural de regulação do número de plantas e animais por inimigos naturais

(predadores, parasitas ou parasitóides e patógenos), os quais constituem os agentes de

mortalidade biótica. Dentre as estratégias do MIP, o controle biológico assume

importância cada vez maior, constituindo um dos pilares de sustentação de qualquer

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programa de MIP. Além disso, é importante como medida de controle para manutenção

das pragas abaixo do nível de dano econômico, junto a outros métodos, como o cultural,

que podem ser harmoniosamente integrados com métodos químicos (PARRA et al.,

2002).

Atualmente, são escassos os estudos do efeito de programas de MIP sobre a

artropodofauna de esterqueiras de granja de postura. Mais estudos são necessários para

avaliar a ação de estratégias de controles biológico (através de entomopatógenos),

químico e cultural nesses grupos de insetos em campo.

As razões para a falta de estudos de campo são muitas, mas para a maior parte, os estudos de

campo são de conduta muito mais difícil e cara em relação aos estudos de laboratório. No entanto, estudos

de campo, sempre que possíveis e bem desenhados, são preferíveis aos estudos de laboratório por

investigar os efeitos dos inseticidas sobre organismos não-alvo (STARK, 2005) em condições naturais.

Dessa forma, o objetivo desse estudo foi mostrar os efeitos de estratégias de controles biológico,

químico e cultural em organismos não-alvo em esterqueiras de granja de aves de

postura.

2.4 - MATERIAL E MÉTODOS

2.4.1 - Área de Estudo

Este estudo foi realizado na granja de aves de postura Somai Nordeste S/A,

localizada no município de Montes Claros/MG. A granja situa-se a 20 km de Montes

Claros (16º53’48” de latitude Sul e 43º56’58” de longitude oeste), numa altitude de 600

metros e é considerada uma granja de grande porte. Atualmente, a granja permite uma

capacidade total de alojamento de cerca de dois milhões (2.000.000) de aves de postura.

As galinhas chegam a granja de postura com 18 semanas de vida, onde ficam em

produção até completarem 82 semanas. A capacidade de produção da empresa é acima

de 1.400.000 (um milhão e quatrocentos mil) ovos por dia destinados ao consumo.

A granja possui um total de 20 galpões em suas dependências. Os galpões

possuem cerca de 120 m de comprimento e 160 m de largura e são divididos em 10

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blocos. Cada bloco trata-se de uma construção independente com uma armação de vigas

de concreto e coberto por telhas de amianto. Em cada bloco ficam dispostos três

conjuntos de gaiolas de ferro suspensas, separadas por dois corredores de 0,5 m de

largura pavimentados com concreto.

Os conjuntos das gaiolas estão distribuídos em dois degraus, sendo uma fileira

mais interna a 0,5 m do chão, e a outra mais externa a 1 m do chão. Em cada fileira há

um comedouro feito de metal em que é oferecida a ração, e a água é distribuída por

meio de um encanamento com uma bica d’água para cada gaiola. Dependendo do

tamanho das gaiolas pode-se abrigar de três a quatro galinhas.

Sob as gaiolas, as galinhas depositam suas fezes formando grandes pilhas de

esterco. Esse esterco acumulado é retirado em intervalos de seis a oito meses. A

iluminação nos galpões é realizada através de lâmpadas de 60W e essas são acesas as 3

da manhã para melhor desempenho das aves para postura.

2.4.2 - Experimentos de campo O estudo foi realizado durante o período de agosto a setembro 2010. Para

realização dos experimentos de campo foi selecionado um (1) galpão da granja. Antes

do início dos experimentos, o esterco existente nos blocos do galpão foi removido e

nenhum pesticida residual foi aplicado nas instalações dentro de período de 12 semanas

antes do início do estudo. Esse mesmo procedimento foi adotado por KAUFMAN et al.

(2005), a fim de que nenhum tipo de produto anteriormente aplicado pela empresa para

tentativas de controle da M. domestica afetasse os grupos de insetos e seus imaturos; e

também para dar tempo do restabelecimento dos mesmos nas pilhas de esterco.

Foram utilizados três tipos de estratégias de controle durante os experimentos:

(i) controle biológico, através do fungo Metarhizium anisopliae; (ii) controle químico,

através do inseticida triflumuron; e (iii) controle cultural feito com cal virgem. Com o

intuído de saber se havia sinergismo ou antagonismo entre os tratamentos, combinações

entre eles também foram feitas. Dessa forma, sete tipos de tratamentos foram obtidos: 1:

Metarhizium anisopliae; 2: Triflumuron; 3: Cal; 4: Metarhizium anisopliae +

triflumuron; 5: Metarhizium anisopliae + Cal; 6: Triflumuron + Cal; 7: Área controle.

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Do galpão escolhido, foram selecionados três blocos para aplicação dos

tratamentos. Apenas as fileiras de esterco das extremidades desses blocos receberam as

aplicações, somando um total de seis pilhas de esterco aproveitadas. Cada uma dessas

pilhas de esterco se estendia por 100m de comprimento.

Em cada fileira de esterco foram medidas sete parcelas com a área de 10m2, em

que houve aplicação de um tratamento por parcela. Entre cada área de aplicação havia

intervalos de 5m, totalizando uma área de 600 m2 no experimento.

As aplicações dos sete tratamentos iniciaram-se duas semanas antes da primeira

coleta. Foram realizadas quatro aplicações nesse período nas áreas determinadas. O

fungo foi aplicado numa concentração de 1x108 esporos viáveis por mL. A formulação

do fungo encontrava-se inicialmente em suspensão concentrada emulsionável 1x1012

(Itaforte BioProdutos), em que foi diluída em água. Aplicou-se para o inseticida

(Bayer®) uma dose de 20mL/L (dose indicada pelo fabricante). Para a aplicação do

inseticida e do fungo utilizou-se pulverizador de pressão acumulada de 5 litros. O cal foi

aplicado numa quantidade de 2kg/m2 (Quantidade utilizada na rotina da granja).

2.4.3 - Coleta dos artrópodes associados ao esterco

As coletas foram realizadas semanalmente durante um período de duas semanas,

logo após o término das aplicações dos tratamentos. Nessas coletas a intenção foi a

coleta dos artrópodes associados às pilhas de esterco das aves. Em cada tratamento foi

retirada uma amostra de esterco com o volume de aproximadamente 1 litro (Figura 1).

Imediatamente após a coleta, as amostras do esterco foram encaminhadas ao

Laboratório de Controle Biológico do Departamento de Biologia Geral da Universidade

Estadual de Montes Claros para a extração dos artrópodes.

Para a extração dos artrópodes associados ao esterco, foi utilizado o método do

Funil de Berlese-Tullgren. O material coletado foi acondicionado nos funis de Berlese

com lâmpadas de 40 W e distantes 5 cm da superfície das amostras (Figura 2). As

amostras permaneceram sob luz contínua por 48 horas para que sofressem ação do

gradiente de temperatura. Dessa forma, os artrópodes reagiam ao calor, movendo-se

para baixo, e caiam em um frasco coletor contendo solução preservativa contendo

etanol 70%.

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Após a extração, todos os artrópodes coletados foram contados e identificados

até a menor unidade taxonômica possível. Estes artrópodes foram depositados na

coleção entomológica do Laboratório de Controle Biológico da Unimontes.

Figura 1 - Amostra retirada das pilhas de esterco com o volume de

aproximadamente 1 litro.

Figura 2 - Material coletado e acondicionado em funis de Berlese para extração

dos artrópodes do esterco.

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2.4.4 - Análise estatística

Para verificar se o efeito dos tipos de tratamentos sobre a abundância dos

artrópodes (Coleoptera, Dermaptera, Pseudoescorpionida e Acarina), diferia entre si

foram utilizados modelos lineares generalizados. Com dados de contagem

frequentemente é assumido a distribuição de erros Poisson, contanto que não exista

sobredispersão (caso em que a variância dos dados é maior que a considerada pela

distribuição Poisson). Quando a residual deviance é maior que os graus de liberdade

residual há sobredispersão e nesse caso é apropriada a utilização da distribuição

Quasipoisson (CRAWLEY, 2007). Todas as variáveis respostas exibiram

sobredispersão e, portanto foi utilizada a distribuição Quasipoisson em todos os

modelos. A significância dos modelos foi testada com a análise de deviance, utilizando

o teste qui-quadrado. As análises estatísticas foram realizadas no software R (R

Development Core Team, 2011).

2.5 - RESULTADOS

Os funis de Berlese se mostraram eficientes na extração dos artrópodes das

amostras de esterco das aves. Após as 48 horas, foi verificado que não havia artrópodes

nas amostras. MARTIN (1977) afirma que funis de Berlese podem ser usados com

sucesso para extração de artrópodes de vários ambientes, incluindo esterco.

Foram extraídos dos funis de Berlese 359.126 artrópodes, sendo estes insetos

pertencentes às ordens Coleoptera (25.572), Dermaptera (5.131) e aracnídeos

pertencentes às ordens Acarina (310.480) e Pseudoscorpionida (17.943). Nenhuma

estratégia de controle usada no experimento apresentou efeito negativo (P>0,05) em

nenhum dos grupos de artrópodes que foram extraídos das pilhas de esterco (Figura 10).

A Tabela 1 mostra o resultado da análise que explica a extração dos artrópodes pelos

funis de Berlese.

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Figura 10 - Efeito dos tratamentos sobre os grupos de artrópodes coletados na granja.

Taxon Variável explicativa

G.L. Deviance G.L

residual Deviance residual

P

Coleoptera Modelo

nulo

Tratamento 6 1393.2

83

77 12190 10796

0.122

Pseudoscorpionida Modelo

nulo

Tratamento 6 986.74

83

77

12369 11383

0.374

Dermaptera Modelo

nulo

Tratamento 6 1197

83

77

7690.5 6493.5

0.078

Acarina

Modelo nulo

Tratamento 6 70876

83

77

568345

497468 0.176

Tabela 3 - Resultado da análise que explica a extração dos artrópodes pelos funis de Berlese.

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2.6 - DISCUSSÃO

O esterco de aves de postura, em boas condições de umidade, fornece um habitat

desejável para predadores benéficos de M. domestica (KAUFMAN et al., 2000). Além

disso, existem outros insetos que são importantes para manutenção do esterco das aves.

Os ácaros que habitam esterqueiras de aves de postura são aracnídeos que

desempenham um importante papel na predação de ovos e larvas de M. domestica

(AXTELL, 1963; JESUS & RUEDA, 1992). Esses artrópodes dispersão por forésia e o

transportador mais comum é a própria M. domestica (AXTELL, 1986; AXTELL &

ARENDS, 1990). Podem se prender ao corpo das moscas conseguinte a emergência das

mesmas das esterqueiras. Isso pode facilitar a predação de ovos da mosca no momento

da postura. As três principais famílias de ácaros encontradas naturalmente em esterco de

aves de postura são Urupodidae, Macrochelidae e Parasitidae (AXTELL, 1986) e a

espécie dominante é Macrocheles muscadomesticae (Acarina: Macrochelidae)

(RODRIGUEIRO, 2003).

Nas condições experimentais testadas no presente estudo, o inseticida

triflumuron não afetou as populações de ácaros. Em estudos sob condições de

laboratório, MOHSEN et al. (1986) mostraram que os IGRs diflubenzuron e metopreno

foram eficazes contra M. domestica, mas não afetaram M. muscadomesticae. Em outro

estudo de laboratório, DOWNING et al. (1990) obtiveram resultado parecido com

aplicações de triflumuron sob o ácaro Dermatophagoides farinae. Esses resultados

indicam que o triflumuron pode ter ação seletiva sobre populações de ácaros, visto que

os ácaros possuem um ciclo de desenvolvimento rápido (TUCCI & GUIMARAES,

1998).

O fungo M. anisopliae também não afetou as populações de ácaros.

CAVALCANTI et al. (2008) avaliaram o efeito dos fungos entomopatogênicos

Beauveria bassiana e Lecanicillium sp. sobre populações de ácaros benéficos

(predadores) e pragas de cafeeiros. Os fungos causaram 70-100% de mortalidade nos

ácaros-praga e não afetaram os ácaros predadores. Os resultados mostram que fungos

entomopatogênicos podem ser seletivos a ácaros. Entretanto, vários autores utilizam M.

anisopliae como ferramenta de controle de carrapatos, sendo uns com mais sucesso no

controle que outros (SMITH et al., 2000; BROOKS et al., 2004; NCHU et al., 2009;

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2010; SUN et al., 2011), inclusive com suscetibilidade diferencial entre espécies de

ácaros e o entomopatógeno (KIRKLAND et al., 2004).

Outro aracnídeo que não sofreu efeito negativo do inseticida e do fungo testados

no presente estudo foi o grupo dos pseudoescopionídeos. Entretanto, na literatura, não

existem testes com esses grupos sob efeito de estratégias de controle em MIP. No

Brasil, os pseudoescorpiões são um dos predadores mais encontrados em esterco de

aves (PINTO et al., 2005) e são de grande importância em sistemas de criação de aves

de postura, pois se alimentam principalmente de ovos e larvas de primeiro estádio de M.

domestica (PECK & ANDERSON, 1969). O pseudoescorpião Withius piger

(Pseudoescorpionida: Withiidae), é a principal espécie desse grupo encontrado em

granja de postura (PINTO et al., 2005). Na literatura, são escassas as publicações a

respeito do potencial forético e predatório dos pseudoescorpiões no controle de

populações de moscas, principalmente em estratégias de controle em programas de

MIP. Na Amazônia, diversos insetos já foram encontrados em associação com

pseudoescorpiões, inclusive dípteros da família Tabanidae (AGUIAR & BUHRNHEIM,

1998). ANDRADE & GNASPINI (2002) testaram com sucesso o potencial predatório e

forético de Maxchernes iporangae, um pseudoescorpião de cavernas, contra Drosophila

sp. A elevada densidade desses aracnídeos no esterco das aves observada no presente

estudo pode apontá-los como possíveis agentes de controle biológico de dípteros

muscóides associados ao esterco de granjas avícolas.

Os dermápteros encontrados no esterco das aves são insetos que possuem um

grande potencial na predação de larvas de M. domestica. Em estudos de laboratório,

ALVES et al. (2008) (dados não publicados) mostraram a capacidade predatória de

Euborellia sp. sobre larvas de M. domestica. Em larvas de 1º e 2º estádios do díptero, o

número de larvas predadas aumentou em função do número de larvas oferecidas, até

atingir um platô de 75 larvas de 1º estádio e sete larvas de 2º estádio por dermáptero em

12 horas. Segundo GUIMARÃES et al. (1992), Euborellia annulipes (Dermaptera:

Anisolabididae) possui capacidade de atuar no controle de moscas que se desenvolvem

no esterco de galinhas, podendo estar envolvida no controle biológico de ácaros

hematófagos. Não existem publicações formais do efeito de MIP sobre dermápteros.

Esse inseto exibe um ciclo de desenvolvimento curto (PINTO et al., 2005), em que não

foi verificada a ação do inseticida em campo. Isso pode indicar um efeito seletivo sobre

os dermápteros. Assim como no triflumuron, M. anisopliae parece ter exercido uma

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ação seletiva sobre esses insetos, não apresentando diferença significativa em relação ao

grupo controle.

Os coleópteros que vivem no esterco das aves também exibem capacidade

predatória a ovos e larvas de M. domestica. Os principais coleópteros encontrados em

granjas avícolas são Carcinops sp. e Alphitobius diaperinus.

Em aviários do mundo inteiro destaca-se Carcinops pumilio (Erichson, 1834)

(Histeridae), um dos principais artrópodes predadores de dípteros muscóides que se

desenvolvem em fezes de galinhas poedeiras (GEDEN & AXTELL, 1988;

STOFFOLANO & GEDEN, 1987). Em aviários norte-americanos, esse coleóptero é

considerado um dos predadores mais eficientes na redução de populações de M.

domestica, devido à sua alta capacidade predatória de ovos e larvas de M. domestica

(KAUFMAN et al., 2000), distribuição e abundância no esterco (AXTELL, 1986).

Segundo (GEDEN & AXTELL, 1988), as larvas de 2º ínstar e os adultos predam,

respectivamente, 26 e 48/49 imaturos de M. domestica por dia. No Brasil, a espécie

predominante é Carcinops troglodytes (BICHO & RIBEIRO, 2005; LOPES et al., 2006,

2007; PINTO et al., 2007).

Outra espécie com grande destaque encontrada em granjas de aves de postura é

A. diaperinus (Panzer, 1797) (Tenebrionidae). Esse coleóptero muitas vezes apresenta

importância econômica, pois pode ser vetor de doenças relacionadas às aves (CASAS et

al., 1972; DESPINS et al., 1994). Além disso, podem constituir alimento alternativo

para aves de corte acarretando perda de peso pela ave (AXTELL & ARENDS, 1990).

Contudo, exibem características benéficas como alterações físicas no esterco das aves.

Isso acontece pelo processo de tunelamento realizado pelas larvas de A. diaperinus em

que formam galerias (WILSON & MINER, 1969), promovendo aeração e secagem do

substrato, dificultado o desenvolvimento das moscas (DESPINS et al., 1988). Estudos

em laboratório já mostraram que adultos de A. diaperinus exibem capacidade predatória

contra larvas de M. domestica (DESPINS et al., 1988).

CHERNAKI-LEFFER et al. (2011), testaram a suscetibilidade de larvas de A.

diaperinus de duas granjas do Brasil ao inseticida triflumuron. As populações testadas

foram similares ao grupo controle. Esse resultado pode explicar o fato de não ter havido

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efeito negativo do triflumuron sobre as populações de coleópteros coletados das

esterqueiras no presente estudo.

Assim como para os resultados obtidos com o inseticida triflumuron, não se

pode comprovar a suscetibilidade de A. diaperinus ao fungo M. anisopliae. Rohde et al.

(2006), em testes de laboratório, aplicaram concentrações variáveis de 105 a 109

conídios/mL de M. anisopliae sobre larvas e adultos de A. diaperinus. As concentrações

abaixo de 109 mataram menos de 25% das larvas. Para adultos causou mortalidade

apenas nas concentrações 108 e 109 conídios/mL e ainda assim, inexpressivas (5% e

3,4%, respectivamente). A ocorrência dessa suscetibilidade do coleóptero ao fungo já

havia sido comprovada por ALVES et al., (2004). Estudos mais prolongados de MIP em

coleopteros de esterqueiras de aves de postura devem ser feitos devido seu ciclo de

desenvolvimento ser mais demorado.

Atualmente não existem publicações sobre o efeito da cal virgem sobre as

populações de insetos e aracnídeos que vivem no esterco de aves de granjas de postura.

Contudo, pelos resultados obtidos nestes experimentos, a cal não afeta essas populações

bem como não afeta o hábitat em que elas vivem.

Estudos de campo sobre os efeitos das estratégias de MIP sobre os artrópodes

que habitam o esterco de aves de postura são importantes. Esses indivíduos apresentam

características benéficas para o controle da M. domestica, e devem ser inseridos

adicionalmente como parte das próprias estratégias de controle. Segundo STARK

(2005), programas de controle de praga em larga escala oferecem condições ideais para

avaliar os efeitos em organismos não-alvo.

Diante disso, os resultados encontrados nesse estudo são importantes em relação a práticas do

MIP, uma vez que praticamente não existem publicações sobre os impactos desse tipo

de intervenção sobre as populações de inimigos naturais de M. domestica. Um manejo

de pragas eficaz e que conserve os inimigos naturais do inseto-praga é uma parte

significativa das necessidades operacionais da indústria avícola.

Esse é um estudo inicial que visa conhecer os efeitos das estratégias de controle

além da praga-alvo. No entanto, estudos mais longos (médio e longo prazo) são

importantes para reconhecer os efeitos letais e subletais nos artrópodes não-alvo que

vivem nas esterqueiras de granjas de aves de postura.

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53

2.7 - CONCLUSÃO

As estratégias de controle adotadas nesse experimento não afetaram as

populações de artrópodes que vivem em esterqueiras da granja de aves de postura.

Contudo, experimentos de longa duração em campo são importantes, pois permitem o

entendimento mais amplo da ação das estratégias de controle ao longo do tempo.

2.8 - REFERÊNCIAS

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