Esse projeto propõe que os efeitos da água pluvial poluída, dos vazamentos nas redes de esgoto e do despejo não monitorado e ilegal de esgoto possam ser controlados e suavizados de três maneiras. A primeira e mais simples, mas também a mais destrutiva em relação à comunidade existente, propõe cumprir a legislação e deixar livre a faixa de 50 metros entre a favela e as fontes naturais de recursos hídricos. Essa faixa já existe em áreas protegidas pela companhia elétrica, mas em outras só pode ser conquistada por meio da remoção dos moradores.

A esperança é que a vegetação possa, de maneira natural, diminuir a velocidade da água que a atravessa ou que se infiltra no solo, tornando-a limpa. Isso, porém, pode funcionar apenas em áreas com quantidades relativamente pequenas de fluxo de água pluvial, não sendo estratégia eficaz quando grandes quantidades escorrem para as valas. Nessas áreas, uma faixa não edificante de 50 metros seria pequena para resolver o problema, criando apenas uma ilusão de responsabilidade ecológica. Em vez de ser um quintal desordenado, a orla é a nova identidade do Cantinho do Céu, um dos poucos bairros da região metropolitana de São Paulo que possui uma relação íntima com a água e, como tal, sente a responsabilidade de protegê-la e celebrá-la.

PROPOSTA: LIMPEZA DE WETLANDSSITuAçÃO ATuAL: LIMPEZA DE WETLANDS

PVC COM FECHAMENTO

SuPORTE DE ARAME

REDE DE PROTEçÃO FINA

ESTRuTuRA COM TABOA

COMPOSTAGEM

FLORES

ESquEMA IDEALIZADOA SuPERVISÃO DA áGuA PLuVIAL COMEçA COM A REDuçÃO DAS FONTES LOCAIS. PRáTICAS ATuAIS DE COLETA DA áGuA PLuVIAL DOS TELHADOS PARA uSOS ESPECíFICOS, E NÃO-POTáVEIS DEVEM SER ESTIMuLADAS. MéTODOS DE BAIxO CuSTO PARA PEquENAS áREAS VERDES PODEM SER ESTuDADOS PARA RETER A áGuA PLuVIAL E RESFRESCAR AS CASAS DuRANTE O VERÃO. PRáTICAS ATuAIS DE CONSTRuçÃO DEVEM TORNAR ESTES TERRAçOS VERDES VIáVEIS, POIS AS PREOCuPAçõES COM A ESTRuTuRA E IMPERMEABILIZAçÃO NÃO PODEM SER SOLuCIONADAS COM PROPOSTAS PLANEJADAS PARA OuTROS CLIMAS E CuLTuRAS.

O ESCOAMENTO DOS TELHADOS à MONTANTE DAS BACIAS é COLETADO EM PEquENOS PARquES PúBLICOS, CADA quAL COM A PLANTAçÃO DE uM TIPO ESPECíFICO DE áRVORE FRuTíFERA. A áGuA PLuVIAL, PORTANTO, NÃO é MuITO CONTAMINADA PELOS POLuENTES E AS FRuTAS PODEM SER CONSuMIDAS COM SEGuRANçA. ESSES POMARES PODEM OFERECER A CADA SEGMENTO DA FAVELA uMA IDENTIDADE, ALéM DE ESPAçO RECREATIVO PARA JOGOS E LAZER PARA OS ADuLTOS. AS FRuTAS DE VáRIOS TIPOS, ExISTENTES POR TODA A FAVELA, ESTIMuLAM A INTERAçÃO ENTRE AS COMuNIDADES. O ExCEDENTE DA PRODuçÃO PODE SER COMERCIALIZADO NO CALçADÃO Ou NO COMéRCIO LOCAL.

NAS MARGENS DA áGuA, MuITAS ESTRATéGIAS PODEM SER uSADAS PARA IMPEDIR O FLuxO DA áGuA PLuVIAL. ALGuMAS áREAS PODEM SER ExPLORADAS PARA REPLANTIO COM ESPéCIES NATIVAS PARA REDuZIR A EROSÃO E AuMENTAR A INFILTRAçÃO DA áGuA PLuVIAL.

A úLTIMA ETAPA NA REDuçÃO DA áGuA PLuVIAL CONSISTE EM DIMINuIR O ExCESSO DE POLuENTES NO RESERVATóRIO, ONDE SÃO CuLTIVADAS ATRAVéS DAS PLANTAS. uM SISTEMA DE BALSAS FLuTuANTES é POSICIONADO, A PARTIR DA RETENçÃO DE JACINTOS D´áGuA, ONDE SÃO CuLTIVADAS FLORES AquáTICAS, uSANDO OS POLuENTES DO RESERVATóRIO COMO FERTILIZANTES. ESSAS PLANTAS VÃO EMBELEZAR TODA A áREA E FORNECER uM PRODuTO RENTáVEL PARA ALGuNS MORADORES.

RuAS COM DECLIVIDADES MEDIAS E COM POTENCIAL DE ESCOAMENTO TAMBéM MEDIANO, SÃO TRANSFORMADAS EM VIAS DE MÃO úNICA, REDuZINDO O ACESSO DE VEíCuLOS E FuNCIONANDO COMO SISTEMA DE DRENAGEM ECOLóLICO PARA A RETENçÃO DA áGuA PLuVIAL.ELAS PODEM RECEBER PLANTAS COMuNS, DEPENDENDO DA PREFERêNCIA LOCAL. ALéM DISSO, AS SEMENTES PODEM SER DOADAS E AS TéCNICAS ENSINADAS, PARA ESTIMuLAR A PLANTAçÃO IDEAL.

RuAS SITuADAS NOS TOPOS DOS CuMES E PARALELAS àS CuRVAS DE NíVEL SÃO PROMOVIDAS A RuAS DE MÃO DuPLA. ESTRATéGIAS PARA REDuZIR A VELOCIDADE DOS VEíCuLOS E DESVIAR A áGuA PLuVIAL AINDA DEVEM SER PLANEJADAS, ASSIM COMO ESFORçOS PARA TORNá-LAS RuAS ARBORIZADAS, PROTEGENDO AS PLANTAS COM TRELIçAS VERTICAIS, JARDINEIRAS ETC.

RuAS íNGREMES, COM ALTO POTENCIAL DE ESCOAMENTO, SÃO FECHADAS PARA O TRáFEGO DE VEíCuLOS E TRANSFORMADAS EM PEATONAIS, INSTALANDO-SE uM VALO DE DRENAGEM CENTRAL COM VEGETAçÃO, PARA CuLTIVAR FLORES Ou áRVORES PARA SOMBRA.

NA REGIÃO ONDE AS CONSTRuçõES SE APROxIMAM DA ORLA, OS SISTEMAS DE COLETA DA áGuA PLuVIAL PODEM SER INTEGRADOS AO CALçADÃO, DESENVOLVENDO-SE TAMBéM O COMéRCIO Aí, ASSIM COMO A NAVEGAçÃO NA REPRESA. quANDO A INDúSTRIA DE FLORES SE ESTABELECER E SuAS CONDIçõES MELHORAREM, PODEM SER INTRODuZIDOS OS SERVIçOS DE BALSA DE SÃO PAuLO PARA O CALçADÃO, TRAZENDO VISITANTES PARA A FAVELA. ELES PODERÃO TOMAR uM REFRIGERANTE à TARDE ENquANTO COMPRAM FLORES Ou ARTIGOS DA PRODuçÃO LOCAL.

NAS MARGENS, ExISTEM MuITAS ESTRATéGIAS PARA IMPEDIR O FLuxO DA áGuA PLuVIAL. quANDO é DISPONIBILIZADO O ESPAçO SuFICIENTE, JARDINS TROPICAIS SÃO CONSTRuíDOS PARA O CuLTIVO DE FLORES, INICIATIVA LuCRATIVA PARA A COMuNIDADE. ESSE CuLTIVO TEM A VANTAGEM DE PERMITIR quE AS PLANTAS POSSAM SER REMOVIDAS DO LOCAL; PROBLEMAS TóxICOS, ASSOCIADOS AOS PROJETOS DE AGRICuLTuRA uRBANA, PODEM SER EVITADOS.

SISTEMA DE ENSEADA: uNIDADES MODuLARES

CORTE DO CALçADÃO COM OS ESPAçOS PúBLICOS

uTILIZAçÃO DE ILHAS FLuTuANTES

ATIVIDADES CuLTuRAIS AO LONGO DO CALçADÃO

ILHAS FLuTuANTES PRóxIMAS AO CALçADÃO

uSOS RECREATIVOS NO CALçADÃO

CORTE DO CALçADÃO COM IMPLANTAçÃO DE NOVAS RESIDêNCIAS E O NOVO CALçADÃO

DADOS AGRICOLAS: PRODuçÃO DE FLORES MONTAGEM DE ILHAS: uNIDADES MODuLARES

PLANTA DA ENSEADA: EMPREGO DE ILHAS FLuTuANTES