especial mpb: mpb faz sucesso no mundo da cana
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16 Setembro · 2015
Luciana Paiva, Clivonei Roberto e Leonardo Ruiz
Cada vez mais se encontra área com plantio de MPB no mundo da cana
SISTEMA DE MUDA PRÉ-BROTADA (MPB) RECOLOCA A AGROINDÚSTRIA
CANAVIEIRA NA ROTA DA PRODUÇÃO DE MUDA DE CANA
SADIA, GERANDO CANAVIAIS MUITO MAIS PRODUTIVOS
MPB faz sucesso no mundo da cana
ESPECIAL MPB
No final de agosto, o secretário de
Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, Arnaldo Jar-
dim, anunciou a inclusão do sistema de
produção de Mudas Pré-Brotadas na linha
de crédito de Sementes e Mudas, com ju-
ros subsidiados por meio do Fundo de Ex-
pansão do Agronegócio Paulista (Feap),
visando desenvolver e fomentar o setor.
Para atender essa nova demanda, a
Secretaria de Agricultura ampliou o teto
de financiamento da linha de R$ 100 mil
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para R$ 200 mil e o prazo de cinco para
seis anos, incluindo a carência de até dois
anos. Os beneficiários são os produtores
rurais (pessoa física e pessoa jurídica) e
podem ser financiáveis todos os itens ne-
cessários para estrutura, assim como para
aquisição das mudas e sementes, desde
que sejam parte do mesmo projeto. O teto
de financiamento é de até R$ 200 mil por
produtor e a taxa de juros de 3% ao ano,
com o bônus de adimplência 2,25%.
Ao abrir espaço para o sistema MPB,
a Secretaria da Agricultura do Estado de
São Paulo reconhece a importância dessa
nova tecnologia para o desenvolvimento
do setor sucroenergético. Uma ferramenta
que usinas e produtores têm se esforçado
para ter acesso.
Cássio Teixeira: resultado surpreendentemente bom, apesar da crise”
“O resultado tem sido surpreendente-
mente bom, mesmo nesse cenário de di-
ficuldade, os negócios com o AgMusa se-
guem acelerados. Não temos ex-clientes
AgMusa, pois mesmo aqueles que utiliza-
ram o sistema para teste, passaram a ado-
tá-lo em maior escala”, diz Cássio Teixeira,
gerente de Marketing para a América Latina
Biofábrica AgMusa presente nos canaviais
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de Especialidades da Basf. A empresa ofe-
rece o sistema AgMusa de mudas sadias,
um pacote tecnológico que disponibiliza:
orientação no preparo do solo, no manejo,
fornecimento da muda pré-brotada, reali-
zação do plantio e assistência técnica.
Cássio diz que o sistema veio para fi-
car, mas ressalta que precisa ser a produ-
fazer a extração de gemas próxima ao ta-
lhão, onde a cana será plantada. O equipa-
mento já se encontra em mais de 10 uni-
dades sucroenergéticas.
A prática da meiosi MPB com outra
cultura, na opinião de Cássio, represen-
ta a opção mais rentável para o setor. O
problema é que não é uma operação fácil,
ção de mudas sadias. “Não adianta produ-
zir mudas sem sanidade, o diferencial está
justamente na formação de viveiros e ca-
naviais livres de pragas e doenças.” A Basf
tem investido fortemente nesta tecnolo-
gia, desenvolveu até mesmo a biofábrica
móvel AgMusa, um equipamento patente-
ado pela empresa e que tem o objetivo de
exige planejamento para cuidar de duas
culturas – a cana e aquela que está fazen-
do a meiosi – para gerar mudas suficien-
te para cobrir as linhas da meiosi, além de
investimento em agricultura de precisão.
“Para quem tem estrutura, e sabe plane-
jar, a meiosi é fantástica”, observa Cássio.
O plantio das mudas AgMusa é ou-
Desenvolvimento de tecnologia para plantio das mudas AgMusa será foco da Basf
ESPECIAL MPB
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tra linha em constante evolução. E a Basf
vem trabalhando no aprimoramento das
plantadoras. Cássio informa que o plantio
de mudas visando áreas comerciais será
o principal foco do sistema AgMusa nos
próximos dois anos.
MPB possibilita
aumento rápido de áreas
com boas variedades
Para Hermann Hoffmann, coordena-
dor do Programa de Melhoramento Gené-
tico de Cana-de-açúcar da Ridesa/ UFSCar
(programa da Universidade Federal de São
Carlos, pertencente à Rede Interuniversi-
tária para o Desenvolvimento do Setor
Sucroenergético), a tecnologia das mu-
das pré-brotadas possibilita a formação
de mudas com qualidade, trazendo vanta-
gens como sanidade, atualização mais rá-
pida de boas variedades e certeza de que
se está plantando a identidade varietal de-
sejada. Outro ponto positivo, destaca Her-
mann, é a possibilidade de replantio de
áreas comerciais, desde que não se tenha
problema de doenças.
“Esta tecnologia é uma ótima estra-
tégia para aumento rápido de áreas com
boas variedades, independente se já é
uma variedade muito plantada ou não.
Em MPB, não notamos nenhuma varieda-
de que não seja viável. O importante é que
Para Hermann, MPB oferece a possibilidade de replantio de áreas comerciais, desde que não se tenha problema de doenças
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seja um bom material, com resistência a
doenças”, diz.
Segundo Roberto Chapola, pesqui-
sador da Ridesa/UFSCar, o MPB é uma tec-
nologia interessante em diversos aspec-
tos. “Mas acho que a principal vantagem
é a sanidade. O plantio de mudas sadias é
o primeiro passo para a obtenção de boa
produtividade.”
Nas unidades onde o MPB está sen-
do implantado, diz Chapola, a velocida-
de de multiplicação de materiais tem sido
notadamente superior ao sistema tradi-
cional de plantio.
Pelo sistema convencional de plan-
tio, as variedades RB, desenvolvidas pela
Ridesa, são as mais plantadas tanto no es-
tado de São Paulo, que é o maior produtor
nacional, como em âmbito nacional, ocu-
pando cerca de 70% dos canaviais. No en-
tanto, segundo algumas informações di-
vulgadas, as RBs estão entre as preferidas
também no sistema de MPB.
De acordo com levantamento divul-
gado em agosto deste ano pela Syngen-
ta, cinco das seis variedades mais solicita-
das em 2014, tanto na tecnologia Plene PB
como na tecnologia Plene Evolve, são da
família RB.
Inclusive alguns materiais antigos
continuam entre os mais plantados do país
e o sucesso verificado nos campos con-
vencionais também ocorre nas áreas plan-
tadas com tecnologias de MPB. Hermann
Variedades mais solicitadas no Plene Evolve (mudas desenvolvidas para viveiros pré-primários)
ESPECIAL MPB
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lembra que a variedade RB 85 5156 con-
tinua entre as mais plantadas porque não
apresenta problema de sanidade. Já falan-
do em MPB, no ranking 2014 de varieda-
des mais pedidas do Plene PB, divulgado
pela Syngenta, esta variedade é a quinta
mais solicitada. No Plene Evolve, é o ter-
ceiro material mais pedido pelos clientes
da tecnologia.
Outra variedade RB que se man-
tém entre as preferidas dos produtores de
cana é a RB 86 7515. Ela teve decréscimo
de área plantada no último ano no siste-
ma de plantio convencional, mas continua
sendo muito utilizada principalmente em
ambientes restritivos. Na tecnologia Ple-
ne, a 7515 também é muito plantada. No
ranking 2014 do Plene PB, este material
foi o segundo mais pedido. Já consideran-
do as variedades mais plantadas no Plene
Evolve, a RB 86 7515 foi a 13ª mais solici-
tada em 2014.
Para Chapola, as variedades RB es-
tão sendo bem plantadas - tanto no sis-
tema tradicional como no de MPB – por-
que possuem excelentes características
agroindustriais e resistência às principais
doenças da cultura.
“Mas a escolha por uma varieda-
de não deve ser baseada em sua idade,
mas sim na qualidade do material gené-
tico. Por exemplo, a RB 86 7515 continua
como uma das variedades mais planta-
das porque tem excelente desempenho
Variedades mais solicitadas no Plene PB (mudas pré-germinadas)
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em ambientes restritivos, possui alta pro-
dutividade e riqueza em sacarose, é muito
resistente às ferrugens e ao carvão, além
de ser tolerante à seca”, destaca Chapola.
O grande norte dos programas de
melhoramento genético da RIDESA é a
busca por variedades com alta produtivi-
dade e resistência às principais doenças,
destaca Chapola. “Não creio que a esco-
lha por uma variedade ou outra será base-
ada no método de plantio utilizado, mas
sim no que a variedade ‘entrega’ ao pro-
dutor”, frisa o pesquisador, acrescentando
que as novas variedades da Ridesa, a se-
rem lançadas ainda em 2015, apresentam
bom desempenho em MPB.
MPB agiliza a adoção
de novas variedades
O Instituto Agronômico (IAC) é pio-
neiro no sistema MPB. O pesquisador
Mauro Alexandre Xavier, um dos respon-
sáveis pelas pesquisas na área, diz que o
setor de produção de cana no Brasil está
atualmente se estruturando para um im-
portante avanço na utilização de novas
variedades. Dentro desse contexto, o sis-
tema MPB é uma das “tecnologias e ino-
vações” que possibilitam a multiplicação
de forma rápida de novos pacotes varie-
tais. Essa dinâmica, segundo ele, é de pe-
culiar importância, pois permitirá que os
ganhos genéticos dos programas de me-
lhoramento rapidamente sejam converti-
dos em ganhos econômicos, contribuindo
para alavancar o setor de produção.
Xavier observa que a taxa de reno-
vação dos canaviais atualmente ocorre na
média de 10 a 15%. Portanto é necessá-
rio para a atualização do plantel varietal
Roberto Chapola: “o importante é o que a variedade entrega para o produtor”
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“O MPB permite a incorporação rápida desses ganhos genéticos, tornando o setor mais produtivo”, diz Xavier
de um robusto e criterioso planejamento
na formação de áreas de multiplicações,
os chamados viveiros. Esse planejamen-
to inicia-se pela recuperação da “cultura”
de formação, manejo e utilização de ma-
terial de propagação de qualidade. “Esse é
o processo em curso atualmente, a partir,
por exemplo, da utilização do MPB. Dentro
dessa base acreditamos que o MPB tem
evoluído e contribuído com a proposta de
fortalecimento da base do processo.”
O pesquisador explica que as insti-
tuições e empresas de desenvolvimento
de variedades estão realizando melhora-
mento genético. “O MPB permite a incor-
poração rápida desses ganhos genéticos,
tornando o setor mais produtivo.”
Xavier salienta que a seleção de no-
vas cultivares na visão da equipe de me-
lhoramento do Programa Cana IAC conti-
nuará focada na indicação regionalizada,
com peso especial para os atributos bio-
métricos associados à adaptação ao pro-
cesso de mecanização, manutenção da
população de colmos, tolerância a pragas.
Enfim, uma robusta caracterização fenotí-
pica amparada em uma ampla rede de ex-
perimentação. O MPB nesse caso é um dos
veículos que terá o papel de conduzir em
alta velocidade o principal insumo bioló-
gico do processo, as modernas variedades.
Sobre o desempenho dessas novas
variedades no sistema MPB, Xavier diz que
de forma geral, independente da sigla da
variedade, o MPB permite “zerar” o jogo
no seu estágio inicial, ou seja, interfere
positivamente no momento da implanta-
ção de uma nova área de cana-de-açúcar.
“Logicamente se há novas opções de va-
riedades ‘modernas’, é natural que o sis-
tema seja indicado para
estabelecer estratégias
que possibilitem agre-
gar ganhos oriundos de
todos os programas de
melhoramento em ati-
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vidade atualmente no Brasil. Portanto, é
um sistema que, de certa forma, inclui to-
das as instituições e empresas de desen-
volvimento de variedades e permite que o
setor sucroenergético seja o principal be-
neficiado em utilizar os produtos melho-
rados”, observa.
Para o futuro, analisa o pesquisador,
a expectativa é que haja um amplo esforço
de todo o setor em busca de novos siste-
mas de produção, em que o MPB seja ape-
nas uma engrenagem, contribuindo em
uma etapa na base do processo, o que na-
turalmente abre oportunidade de agregar
os diversos desdobramentos ao longo do
ciclo de produção.
Multiplicação só com cana
com muda com sanidade
A Syngenta também investe forte
em sua plataforma de tecnologia de plan-
tio Plene para os produtos Plene Evolve
(mudas desenvolvidas para viveiros pré
-primários) e Plene PB (mudas pré-germi-
nadas). Leandro Amaral, diretor de Marke-
ting Cana-de-açúcar da Syngenta, diz que
disponibilizam diversas variedades prove-
nientes do CTC, IAC, Ridesa, e muitas de-
las com propostas interessantes de ganho
de ATR ou de produtividade.
“Sabemos que introduzir uma nova
variedade de cana leva um tempo, devido
a característica da cultura. Tem que plan-
Meiosi é a opção mais rentável para o setor, mas precisa de planejamento e estrutura
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tar, esperar nove meses para colher, para
expandir a área, para plantar de novo, e
a muda pode acelerar esse processo. En-
tão, se o produtor tiver o entendimen-
to do tipo de solo, condições agronômi-
cas da propriedade dele e introduzir uma
nova variedade que vai ter melhor resul-
tado para aquela situação, os ganhos de
produtividade e ATR serão diretos. O se-
tor está começando a ficar consciente, e
está percebendo que o Plene PB é a me-
lhor tecnologia pra fazer esse processo de
mudança”, observa Amaral.
De acordo com ele, as usinas es-
tão buscando variedades precoces, para
começar a safra e otimizar o ganho de
ATR, pois o setor vive um ATR médio me-
nor do que nos outros anos. Outro pon-
to é a substituição de variedades tradicio-
nais que estão com alguma deficiência de
doenças. “O setor tem testado novas va-
riedades para entender o comportamento
desses novos materiais que são lançados
todos os anos. Para saber se respondem
nos ambientes específicos, conhecer seu
manejo.”
Sobre o futuro do sistema, Amaral
conta que já se visualiza que não será mais
multiplicado cana que não seja através de
muda de qualidade. “Isso vai trazer um ga-
nho significativo. Em vez de os institutos
mandarem cana para o produtor, a gente
mandaria a muda com todas as caracterís-
ticas de qualidade. Já iniciamos esta con-
versa para que isso passe a acontecer.”
Crise atrapalha maior
adoção do sistema MPB
Na opinião de Antonio de Padua Ro-
drigues, diretor técnico da Unica (União
da Indústria de Cana-de-açúcar), hoje o
MPB é uma grande aposta do setor sucro-
energético. “Já tem usi-
na com mais de 2 mil
hectares plantados. Já é
realidade.”
Porém, observa
que falta dinheiro para
as usinas e produto-
res mudarem o cana-
vial que têm e aderirem
a esta tecnologia. “O se-
Leandro Amaral com Plene Evolve e Plene PB
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tor tem que voltar a renovar para ter MPB.”
Padua salienta que já faz alguns anos que
o índice de reforma está abaixo do espe-
rado. “Chegamos a ter 18%, 19% de re-
forma. Mas hoje estamos na faixa de 14%
na média. Tem usina reformando no índi-
ce normal e tem usina fazendo nada.” Para
o Diretor Técnico da Unica, na temporada
2015/16 será difícil para o setor retomar
as melhores médias de renovação do ca-
navial. “Vai depender do cenário de pre-
ço dos produtos. Mas pelo andar da car-
ruagem, a média de reforma do canavial
pode ficar igual ou inferior à registrada no
último ciclo”, comenta Padua.
Assim, o sistema MPB é sucesso no
mundo da cana, mas também depende
que o setor esteja capitalizado para se tor-
nar top 10.
Plantio mecanizado de Plene PB. A Syngenta também investe no aprimoramento de equipamento para plantio das mudas
Menor renovação de canavial reduz o ritmo do plantio do sistema MPB
ESPECIAL MPB
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ESPECIAL MPB
Clivonei Roberto
A Coplana incentiva a formação de viveiros de MPB
DESDE SEU LANÇAMENTO, O PROGRAMA MAIS CANA
IMPLANTOU OITO POLOS REGIONAIS DE PRODUÇÃO DE MPB
Com MPB é muito Mais cana
Uma importante iniciativa para au-
mentar a adesão dos produtores
de cana às Mudas Pré-brotadas
e ampliar o acesso a esta tecnologia é o
Programa “Mais Cana, Mais Produtivida-
de no Canavial”, lançado em março des-
te ano pela Coplana (Cooperativa Agroin-
dustrial), pela Socicana (Associação dos
Fornecedores de Cana de Guariba) e pelo
Instituto Agronômico (IAC) da Secretaria
de Agricultura e Abastecimento do esta-
do de São Paulo.
O presidente da Coplana, José An-
tonio de Rossato Junior, informa que a
iniciativa prioriza capacitação e tecno-
logia. “Por meio da capacitação de re-
curso humano e fomento à produção
de mudas de qualidade, incluindo crité-
rios para a escolha da variedade e o sis-
tema MPB, acreditamos na instalação de
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canaviais com alto padrão de sanidade e
produtividade.”
Entre as ações para o aumento da
produtividade, está o incentivo à produ-
ção de mudas, uma prática que se perdeu
ao longo dos anos por parte de muitos
produtores. Para isso, o primeiro pas-
so foi a implantação dos Polos Regionais
de MPB. Por este modelo, a equipe téc-
nica da cooperativa fornece assistência
ao produtor, que pode implantar viveiros
para uso próprio e também adotar a pro-
dução de mudas como uma atividade co-
mercial. O foco central do Programa Mais
Cana é o aumento da produtividade e da
longevidade do canavial.
Desde seu lançamento, o Progra-
ma Mais Cana implantou oito Polos Re-
“A iniciativa prioriza capacitação e tecnologia”, informa Rossato
Cerimônia de lançamento do Programa “Mais Cana, Mais Produtividade no Canavial”
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gionais de produção de MPB, que foram
instalados de acordo com diferentes cri-
térios, como perfil de manejo e represen-
tação de uma macrorregião estratégica
dentro da área da cooperativa.
Além dos polos de MPB, o Programa
Mais Cana tem outros projetos, como a
elaboração da carta de solos. “A iniciativa
e que isso o auxilie em vários aspectos,
como em recomendação de variedades,
na adoção da agricultura de precisão, no
avanço da taxa variável para aplicação de
corretivos e fertilizantes etc.”
A Coplana tem um total de 1.165
cooperados, que produzem cerca de 6,5
milhões de toneladas de cana por safra
ESPECIAL MPB
visa mapear e classificar os solos de toda
as áreas dos cooperados”, conta Rossato.
Na primeira etapa, este projeto visa co-
brir uma área de 22.500 hectares, sen-
do que aproximadamente a metade já foi
mapeada até o momento.
“O objetivo é que o produtor conhe-
ça o ambiente de produção de sua área
em uma área aproximada de 85 mil hec-
tares. O objetivo da carta de solos é ma-
pear as áreas de cultivo de todos os coo-
perados da entidade.
Polos de MPB: dos viveiros
às áreas comerciais
Rossato relata que, para viabilizar a
Os produtores participaram de cursos sobre o sistema MPB promovidos pelo IAC
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implantação dos Polos Regionais de MPB
da Coplana, os produtores dos oito po-
los selecionados, e suas respectivas equi-
pes, foram treinados pelo IAC, tanto no
Centro de Cana do Instituto, em Ribeirão
Preto, como na propriedade do próprio
produtor. “Receberam uma formação in-
tensiva relacionada à produção do MPB.”
Os polos estão nas cidades de: Dumont,
Guariba, Jaboticabal, Monte Aprazível,
Palestina, Pindorama (Apta), Pradópolis e
Taquaritinga.
Cada polo recebeu quatro varieda-
des desenvolvidas por três progrramas: do
IAC, as variedades IACSP95-5000, IAC91-
1099, IACSP97-4039 e IACSP95-5094; da
RIDESA (Rede Interuniversitária para o
Desenvolvimento do Setor Sucroenergé-
tico), as variedades RB975952, RB985476,
RB975201 e RB975242; e do CTC (Centro
de Tecnologia Canavieira), as variedades
CTC 9001, 9002, 9003, e CTC25.
“Estes oito cooperados (polos) fize-
ram o plantio dessas mudas, desenvolvi-
das por estes três programas de melho-
ramento de cana. As mudas recebidas
foram certificadas quanto à pureza, ge-
nética e sanidade.”
Atualmente os cooperados estão re-
cebendo um kit de pré-brotação de mu-
das do IAC, composto por ferramen-
tas utilizadas na produção das mudas. “A
partir dos viveiros instalados, os produ-
tores estão utilizando os kits para extra-
írem as gemas e, assim, darem origem à
produção própria do MPB”, explica Ros-
sato. Depois de produzidas as mudas de
MPB, os produtores irão alocar estes ma-
teriais em áreas de reforma do canavial –
seguindo o mapeamento feito pela car-
ta de solos.
“O objetivo é viabilizar áreas comer-
ciais com o MPB”, frisa Rossato. Ele pon-
tua que possivelmente alguns polos não
conseguirão produzir MPB para a totali-
dade de suas áreas comerciais. “Mas será
uma questão particular de cada produtor
definir o salto que vai querer dar em ter-
mos de aumento de produção de MPB. Se
vai utilizar esta tecnologia para cobrir a
totalidade das áreas de reforma, ou se vai
continuar plantando parte da lavoura no
sistema convencional.”
Rossato lembra que o produtor terá
de reservar parte de suas áreas comerciais
plantadas com MPB para retroalimentar a
própria produção de mudas sadias.
E para a viabilização do plantio de
áreas comerciais dos polos de MPB, a me-
canização desta operação será crucial. Por
isso, a Coplana está atenta às opções que
existem no mercado de máquinas eficien-
tes para a realização deste plantio. “Preci-
samos utilizar uma transplantadora para
plantar em grandes áreas.”
Para ele, a evolução da tecnologia
será infinita. Atualmente, o presidente da
cooperativa diz que a equipe do IAC está
pesquisando novos substratos para usar
na produção das mudas. “É tecnologia que
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não vai parar de evoluir e isso é muito sa-
lutar. Vai de cada um conseguir acompa-
nhar este processo e não se acomodar.”
Produtores viveiristas
Rossato salienta que a expectativa é
de que vários modelos de negócio sejam
derivados deste programa de polos de
MPB. “Podemos ter produtores assumindo
o papel de viveirista. Alguém que seja pro-
vedor de MPB para outros produtores que
não conseguirem produzir toda muda que
precisarem ou que não querem produzir a
própria muda. Aí a Coplana e o IAC entram
como certificadores deste viveirista.”
Mas no mercado hoje existem gran-
des empresas que produzem e oferecem
para o produtor mudas pré-brotadas. Por
isso, vale a pena o produtor de cana pro-
duzir a própria muda? “Ao criarmos este
programa, estamos indo ao encontro da
missão da cooperativa que é desenvolver
o produtor de forma sustentável e fazer
com que ele melhore sua produção incor-
porando tecnologia”, sublinha Rossato.
A proposta do Programa Mais Cana
com relação ao MPB não deixa nada a de-
sejar com relação às mudas pré-brotadas
disponíveis no mercado, afirma Rossato.
Para ele, podem existir particularidades
que diferenciam as tecnologias, especial-
mente quanto ao tratamento fitossani-
tário, mas o protocolo de produção das
mudas sadias utilizado no Programa Mais
ESPECIAL MPB
Os polos do programa Mais Cana receberam quatro variedades desenvolvidas pelo IAC, RIDESA e CTC
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Cana é praticamente o mesmo.
Se o produtor tiver interesse em
adotar a tecnologia de mudas pré-brota-
das, é importante ter diferentes opções,
inclusive produzir a própria muda.
Tecnologia desperta
interesse dos produtores
Segundo Rossato, o interesse dos
cooperados quanto à viabilização do MPB
é crescente. “O feedback dos produtores
é maravilhoso. Até agora todos reconhe-
cem que o olhar para mudas de cana mu-
dou completamente. Eles sabem que o
plantio do canavial com esta tecnologia
parte de um material isento de pragas e
doenças, o que é fundamental para bus-
car a cana de 3 dígitos.”
E muitos produtores de cana estão
ansiosos para utilizar mudas pré-brota-
das em suas áreas. Rossato afirma que
tem surgido demanda de cooperados
querendo adquirir mudas de MPB para
plantio em área comercial. “Dizem que
não estão no polo de MPB, mas querem
mudas para fazer o transplantio direto
Rossato salienta que a tecnologia do MPB não vai parar de evoluir. Por exemplo, a equipe do IAC está pesquisando novos substratos para utilizar na produção das mudas
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em área comercial, abrindo ainda espaço
para meiosi, cantose.”
Mas junto com a proposta de ade-
são ao MPB vem também todo um paco-
te de tarefas que se deve seguir. E não é
nada desconhecido. Ao plantar uma área,
o produtor tem como ponto de partida
uma muda com sanidade e pureza varie-
tal, mas depois disso tem que fazer a li-
ção de casa, o que é importante porque o
obriga a resgatar outras práticas agronô-
micas que são essenciais para que se te-
nha excelência na operação. Afinal, não
é só plantar MPB e pronto! Precisa, por
exemplo, alocar o material em ambiente
correto, realizar a assepsia de máquinas e
ferramentas de trabalho, cuidar de ervas
daninhas. “O alicerce estará pronto para
depois colher os frutos, em forma de pro-
dutividade e maior rentabilidade.”
1º Dia de Campo dos
polos de produção de MPB
A Coplana vai organizar, em 12 de
novembro, o 1º Dia de Campo dos polos
de produção de MPB. “Nesta ocasião, fa-
remos a difusão junto aos cooperados do
trabalho realizado até agora nestes oito
polos de MPB. Também teremos a pre-
sença do Secretário de Agricultura do es-
tado, Arnaldo Jardim, que apresentará ao
produtor a linha de financiamento do go-
verno estadual para produção de mudas
pré-brotadas.” Também haverá no Dia de
Campo uma exposição de transplantado-
ras de mudas pré-brotadas.
A Coplana está atenta às opções que existem no mercado de máquinas eficientes para a realização do plantio de MPB
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ESPECIAL MPB
MPB amplia foco na produtividadePRODUTOR RECEBEU UM DOS PRIMEIROS POLOS DE MPB DO
PROGRAMA MAIS CANA DESENVOLVIDO PELA COPLANA
Na fazenda de Bonaccorsi, as mudas pré-brotadas recebem irrigação para garantir o pegamento
Clivonei Roberto
Produtor de cana-de-açúcar em Luiz
Antônio, SP, e fornecedor de maté-
ria-prima para a Central Energética
Moreno, Rogério Consoni Bonaccorsi re-
cebeu um dos primeiros polos de MPB do
Programa Mais Cana. Ele cultiva uma área
de 550 hectares.
Buscar a alta produtividade já é uma
constante para este produtor. Nesse sen-
tido, ele utiliza diferentes práticas que lhe
asseguram uma produção superior à re-
gistrada na região. Deverá fechar a safra
2015/16 com média de 102 t/ha, com ATR
médio de 138 kg.
DIV
ULG
AÇ
ÃO
BO
NA
CC
OR
SI
“Hoje já estou com viveiro de variedades pré-brotadas, e fazendo multiplicação
de materiais”, relata Bonaccorsi
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Atualmente, uma de suas apostas
para continuar elevando a produtivida-
de agrícola de suas áreas é a produção de
mudas de cana em viveiros formados com
a tecnologia MPB. Ele fez o curso do Cen-
tro de Cana do IAC (Instituto Agronômico),
em Ribeirão Preto, e plantou suas primei-
ras mudas pré-brotadas em 2013. Ou seja,
antes mesmo do lançamento do Programa
Mais Cana. Mas a sua participação no pro-
grama da Coplana o ajudou a aperfeiçoar
o sistema de MPB que já vinha executando.
“Hoje já estou com viveiro de varie-
dades pré-brotadas, e fazendo multiplica-
ção de materiais”, relata Bonaccorsi. Por
Bonaccorsi participou de curso de produção de MPB realizado pelo IAC
DIV
ULG
AÇ
ÃO
BO
NA
CC
OR
SI
As mudas se desenvolvendo na estufa: controle de sanidade
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ESPECIAL MPB
isso, ele tem satisfação de dizer: “eu mes-
mo produzo minhas mudas”.
Este poderá ser um segredo para ter
boa produtividade? Ele ainda não sabe
afirmar. “Ainda não tive lucro com o MPB,
porque tudo o que tenho até agora são
viveiros e minha primeira área comer-
cial plantei faz pouco mais de quatro me-
ses.” Só terá resposta de retorno financei-
ro do uso da tecnologia daqui a cerca de
um ano, quando colherá sua primeira área
plantada a partir de mudas tiradas de um
viveiro formado com MPB.
As mudas são podadas e ganham resistência antes do plantio
Plantio manual de MPB para formação de viveiro
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Mas observando a área, segundo ele,
é possível verificar que a cana teve exce-
lente brotação e está muito boa, com vi-
gor e sanidade. “A primeira área em que
plantei viveiro já multipliquei, foi muito
bom. A brotação é ótima.”
Bonaccorsi sabe que a garantia da
sanidade, tanto dos viveiros como da la-
voura, exige muito trabalho, planejamen-
to e atenção. “Já estamos cuidando da sa-
nidade dos maquinários da fazenda, para
não disseminar pragas e doenças. Todo
implemento é desinfectado.”
Ele também já está estudando for-
mar viveiro de cana com MPB em sistema
de Meiosi. “Está na minha pauta, devo fa-
zer a partir do próximo ano.”
Quantidade de perfilhos na cana de MPB de Bonaccorsi
42 Setembro · 2015
ESPECIAL MPB
Sistema MPB faz sucesso na VirálcoolTECNOLOGIA DE MUDAS
PLENE ADOTADA PELA
VIRALCOOL ESTÁ
CUMPRINDO SUA
PROPOSTA DE CANA
SADIA E MAIOR TAXA
DE MULTIPLICAÇÃO
Plene foi a tecnologia de mudas pré-brotadas adotada pela Viralcool
para a formação de viveiros de mudas sadias
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A Usina Viralcool, localizada no mu-
nicípio paulista de Pitangueiras,
também adotou o sistema de for-
mação de viveiros com mudas pré-brota-
das (MPB). Esse sistema tem se apresenta-
do como a melhor opção para a formação
de viveiros, pois possibilita redução do
tempo para utilização da cana-muda, fa-
cilita a adoção de novas variedades com
maior potencial, além da sanidade das
mudas que são produzidas em viveiros e,
por isso, não carregam consigo doenças e
pragas, facilmente disseminadas no plan-
tio tradicional.
O gerente agrícola da unidade, Fábio
Toniello, conta que o primeiro campo, de
dois hectares, foi plantado com Plene PB
da Syngenta, em novembro de 2014. A va-
riedade utilizada foi a RB86 7515. Os pro-
fissionais da Virálcool compararam a cana
produzida neste campo com a cana resul-
tante do plantio convencional com trata-
mento térmico realizado pela empresa. Na
área com Plene PB, após 195 dias de plan-
tio, a diferença em tonelada de cana por
hectare foi de 8,6% superior à convencio-
nal. Outro destaque ficou por conta do
número de gemas, que chegou a quase
um milhão por hectare.
Texto: Leonardo Ruiz Fotos: Arquivo CanaOnline
Avaliações/Biometria
Plene PBConven-cional
Gemas/m 150,11 100,54Gemas/ha 1.000.728 644.785Inviáveis/m 2,51 5,76Inviáveis/ha 16.706 36.920Gemas/ha (%) 98,35% 94,58%Inviáveis (%) 1.65% 5,42%Colmos/m 10,28 9,80Falhas (195 DAP) 0,00% 3,80%TCH (estimado) 86,96 80,04
Toniello conta que já foram retiradas
as mudas desse primeiro viveiro. “A partir
dele, conseguimos realizar o plantio de 15
hectares que serão colhidos no ano que
vem”. Porém, o gerente agrícola já nota si-
nais positivos nesse jovem canavial. “O vi-
gor dessa cana está excelente. Além dis-
so, realizamos um levantamento de carvão
em duas áreas, e a plantada a partir do vi-
veiro de MPB registrou bem menos ‘chi-
O gerente agrícola da Viralcool,Fábio Toniello: “resultado excelente”
44 Setembro · 2015
ESPECIAL MPB
cotes’ do que a do plantio comercial”. A
intenção da empresa, segundo Toniello, é
de aproveitar essa área para recolher ain-
da mais mudas. “A ideia é fazer muda da
muda e aproveitar toda a sanidade que
esse material pode nos proporcionar.”
Além desse primeiro viveiro, mais
dois, com a extensão de cinco hectares
cada, foram criados no início de 2015. Na
área plantada manualmente com Plene PB
em fevereiro deste ano, a variedade utili-
zada foi a RB 96 6928. Nela, os resultados
também foram animadores. Na avaliação
após 30 dias, a taxa de pegamento foi de
100%, com uma média de 2,03 plantas/m.
Com 60 dias, o canavial continuava sem
falhas e com 32,03 perfilhos/m. Ao final,
com 120 dias, o Plene não apresentava fa-
lhas e marcava 18,05 perfilhos/m contra
16,21 perfilhos/m provindos de outra tec-
nologia. A diferença foi de 11,3% em TCH.
Já na outra área, foi usado o Plene
A taxa de pegamento no campo de Plene Evolve, após 30 dias, foi de 98,31%. A média de plantas/m foi de 1,45
Todos os campos de Plene na Viralcool registraram pegamento de praticamente 100%, mesmo sem irrigação e com baixa pluviosidade
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Evolve. A implantação desse viveiro acon-
teceu em março deste ano e foi utilizada a
variedade RB85 5156. Após 30 dias, a taxa
de pegamento foi de 98,31%, com uma
média de 1,45 plantas/m. Após 60 dias, a
média de perfilhos era de 18,69 por metro
e 1,7% de falhas. Já na avaliação realizada
com 110 dias, a plataforma Plene registra-
va média de 18,05 perfilhos/m e apenas
1% de falhas. Para efeitos de comparação,
o plantio convencional com tratamento
térmico da empresa atingiu 16,21 perfi-
lhos/m e 31% de falhas. A diferença tam-
bém foi de 11,3% em TCH.
Implantando MPB
sem irrigação
A orientação é que, após o transplan-
tio das mudas sadias, é imprescindível que
o produtor realize a irrigação da área para
garantir a qualidade do desenvolvimento
das plantas, o que varia de acordo com o
solo e as condições climáticas. Além dis-
so, realizar a irrigação da área plantada
traz outros benefícios, como a eliminação
de bolsões de ar no solo, compactação da
terra no pé da muda na medida certa e
precisão na oferta da água.
Porém, a Viralcool não quis saber do
assunto e resolveu, mesmo em um perío-
do seco, implantar viveiros de Plene sem
se preocupar com a irrigação, apostan-
do apenas na boa vontade de São Pedro.
“Plantamos com as previsões de chuva
debaixo do braço e acabamos acertan-
do”. Segundo Toniello, todos os campos
registraram pegamento de praticamente
100%, mesmo sem irrigação e com baixa
pluviosidade. “Os viveiros pegaram mes-
mo na seca. Em janeiro, por exemplo, cho-
veu apenas 70 mm, enquanto o normal é
300 mm”.
O diretor de marketing cana-de-açú-
car da Syngenta, Leandro Amaral, expli-
ca que a empresa realiza extensa pesquisa
em germinação de toletes, sendo que são
utilizados hormônios, produtos químicos
e um manejo muito específico para que a
muda possa proporcionar essa ampla re-
sistência para o produtor. “Dessa forma, é
possível passar por um longo período de
seca, como o vivido pela Viralcool, sem
que a muda sofra.” Segundo ele, a taxa de
pegamento, mesmo em condições adver-
46 Setembro · 2015
sas, é de 98%. “Com o Plene, é possível so-
breviver ao estresse hídrico e ainda garan-
tir produtividade lá na frente.”
Amaral ressalta, ainda, que os ga-
nhos proporcionados pela plataforma são
muitos, podendo chegar a 30% na taxa de
multiplicação em relação aos viveiros e in-
cremento de produtividade entre 20% e
30%. “Além da produtividade, existem ou-
tros ganhos decorrentes do Plene, como
o fato de a unidade poder aumentar seu
percentual de variedades precoces, otimi-
zando, dessa forma, o ATR (Açúcar Total
Recuperável)”.
Dia de Campo
E toda essa experiência da Viralco-
ol com o Plene pode ser conferida em um
Dia de Campo realizado pela Syngenta no
início de setembro. Segundo o diretor de
marketing cana-de-açúcar da companhia,
o objetivo do evento foi apresentar para
produtores e cooperativas os resultados
do trabalho de produção de mudas com
sanidade, por meio do plantio de viveiros
com Plene PB e Plene Evolve, já que ain-
da existem muitos produtores céticos em
relação a essas novas formas de se fazer
cana-de-açúcar. “Nosso intuito foi trazer
e provocar uma discussão de tecnologias
que irão melhorar o resultado agronômi-
co do setor canavieiro”.
A Syngenta aproveitou o Dia de Cam-
po para demonstrar, pela primeira vez, seu
ESPECIAL MPB
Dia de Campo da Syngenta reuniu produtores e cooperativas para apresentar os resultados do plantio de viveiros com Plene PB e Plene Evolve
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novo equipamento voltado para a cobri-
ção de área com falhas no canavial. Com
este desenvolvimento, a intenção da com-
panhia é manter a produtividade dos ca-
naviais, postergar as reformas, aumentar o
rendimento das operações, principalmen-
te colheita, ao repor as falhas do canavial,
especialmente em cana-soca. Para fazer
essas operações, a empresa desenvolveu
e instalou neste equipamento uma série
de pequenos processos. “Uma máquina
como essa é interessante porque em cana
-planta é fácil fazer o replantio com uma
muda pré-brotada usando a matraca, o
que não acontece em uma área de cana-
soca, por conta da compactação superfi-
cial que o sulco apresenta”, explica o por-
ta-voz da empresa.
Equipamento para replantio de falhas
Leandro Amaral, diretor de marketing cana-de-açúcar da Syngenta, ao lado do novo equipamento para o replantio em área com falhas no canavial