escola superior batista do amazonas curso de …

43
ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA THAMARA ANDRELINY ANDRADE GOMES AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA QUALITATIVA DE CARNE RESFRIADA E CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS EM UM AÇOUGUE DE MANAUS/AM MANAUS 2018

Upload: others

Post on 05-Oct-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

1

ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

THAMARA ANDRELINY ANDRADE GOMES

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA QUALITATIVA DE CARNE RESFRIADA

E CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS EM UM AÇOUGUE DE

MANAUS/AM

MANAUS

2018

Page 2: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

2

THAMARA ANDRELINY ANDRADE GOMES

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA QUALITATIVA DE CARNE BOVINA

RESFRIADA E CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS EM UM AÇOUGUE

DE MANAUS/AM

Orientador (a): Ma. Vanessa Maria

Machado Ale

MANAUS

2018

Trabalho monográfico de

conclusão de curso como

requisito parcial para obtenção

de grau de Bacharel. Escola

Superior Batista do Amazonas.

Curso de Graduação em

Medicina Veterinária.

Page 3: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

3

Gomes, Thamara Andreliny Andrade

G633a Avaliação microbiológica qualitativa de carne bovina resfriada e

condições higiênico-sanitárias em açougue de Manaus/AM / Thamara Andreliny

Andrade Gomes. -- Manaus: [S.n.], 2018.

43p.

Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) – Escola

Superior Batista do Amazonas (ESBAM).

Orientadora: Profᵃ. Ma. Vanessa Maria Machado Ale

1. Medicina veterinária – Carne bovina – Higiene-sanitária 2. Carne

bovina – Contaminação 3. Açougues – Manaus (AM) 4. Carne – Inspeção

– Manaus (AM) I. Título

CDD – 636.0894

FICHA CATALOGRÁFICA

Bibliotecária Responsável: Sônia Maria Monteiro Rodrigues – CRB/11ª – 366

Page 4: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

4

Trabalho monográfico de conclusão de curso

como requisito parcial para obtenção de grau de Bacharel. Escola Superior Batista do Amazonas.

Curso de Graduação em Medicina Veterinária

Orientador (a): Ma. Vanessa Maria Machado Ale

Page 5: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

5

Dedicatória

Ao melhor homem, avô e pai Sr. José da Conceição.

Page 6: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

6

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar como sempre, a Deus pois sem ele não somos nada.

A minha mãe e melhor amiga, Ivelize Andrade que nunca mediu esforços para sempre

me proporcionar a melhor educação possível.

Aos meus queridos avô e avó, José e Otília Gomes por serem meus parceiros e melhores

segundos pais do mundo.

A minha tia Ivania Gomes, por ter me oferecido um amor imenso de mãe desde o

momento do meu nascimento até os dias de hoje.

Ao meu lindo e inteligente namorado, William Schultz por ser meu melhor amigo,

companheiro de vida e por nunca permitir que eu desanimasse.

Aos meus lindos e queridos amigos de vida, Sabrinna Rebelo e Yan Lucas, por serem

exemplos extraordinários para mim e pela linda história que temos juntos.

Ao amigo que foi certamente um presente de Deus, Paulo Roberto, que sempre foi como

um pai, irmão mais velho e que apesar de tudo nunca desistiu de mim.

A minha linda, excelente professora, orientadora e amiga Vanessa Ale, por todos os

ensinamentos e conselhos, sem você minha graduação não seria a mesma.

As queridas professoras Aline Rondon e Jandiara Kelly, pela amizade e transmissão de

conhecimentos sempre dada de maneira maravilhosa e brilhante.

A toda equipe da Clínica Veterinária Polivet pelos 3 anos de muito aprendizado em

especial aos Doutores Cristian Aguilera e Silas Alencar pela paciência e por serem

brilhantes veterinários.

As técnicas do Laboratório Multidisciplinar da Esbam, Cláudia e Fernanda pela paciência

e amizade.

Page 7: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

7

A toda equipe da Casa Vet Pet Shop e Consultório pelos 6 meses de muita experiência e

carinho.

E a todos que de alguma forma contribuíram para mais esta vitória, o meu muito obrigada.

Page 8: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

8

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1

1

1.1

1.2

1.2.1

1.3

1.4

1.4.1

1.4.2

1.4.3

1.5

REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 9

Importância da carne bovina.................................................................. 9

Microrganismos indicadores................................................................... 9

Coliformes termotolerantes e totais...................................................... 10

Salmonella sp............................................................................................10

Legislações vigentes.................................................................................11

Estrutura, equipamentos e utensílios................................................... 12

Higiene dos manipuladores................................................................... 13

Armazenamento da carne..................................................................... 14

Sistemas e documentos que contribuem para um alimento seguro... 14

2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 16

CAPÍTULO 2

Avaliação microbiológica qualitativa de carne bovina resfriada e

condições higiênico-sanitárias em um açougue de Manaus/Am ......... 18

ANEXOS................................................................................................. 36

Page 9: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

9

1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 Importância da carne bovina

Conforme descrito por Sarcinelli; Venturine; Silva (2007), o Brasil está entre os

países que se destacam como grandes produtores de carne bovina. Sua composição

envolve, proteínas, vitaminas do complexo B, minerais, lipídeos e água. Seu valor

nutricional está na qualidade e quantidade destes componentes, que dentre eles podem-se

destacar os aminoácidos, vitaminas e minerais como ferro e zinco oferecendo os

principais nutrientes para uma dieta balanceada. Justamente por se tratar de um alimento

bastante nutritivo pode oferecer, quando não obtido, processado ou manipulado em

condições adequadas, a saúde do consumidor infecções e intoxicações alimentares.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016 o

rebanho bovino contava com 218,23 milhões de cabeças e no terceiro trimestre de 2017

foram abatidos aproximadamente 7,98 milhões de bovinos sob serviço de inspeção

sanitária, contribuindo com o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em

5,7%.

Tendo em vista que os produtos cárneos são consumidos em grande escala,

Franco; Landgraf (2010) citam que, estando microrganismos uma vez presentes nos

alimentos podem levar graves riscos à saúde sendo estes microrganismos genericamente

conhecidos como “patogênicos” que poderão atingir tanto os seres humanos como os

animais. Portanto se faz necessário mais estudos e análises microbiológicas não só da

carne bovina como também de outros produtos de origem animal.

1.2 Microrganismos indicadores

Os microrganismos indicadores são utilizados para avaliar a qualidade

microbiológica dos alimentos, indicando a presença de patógenos alimentares de origem

fecal. Os coliformes termotolerantes e totais são de extrema importância por se tratarem

de microrganismos causadores de toxinfecção, colocando em risco a saúde do consumidor

(CARVALHO, 2017). Complementando Carvalho (2017), Franco e Landgraf (2010)

afirmam que o achado destes microrganismos é um apontador de que as condições

Page 10: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

10

higiênicas sanitárias pelas quais o produto foi sujeitado, permitiriam a contaminação por

patógenos.

1.2.1 Coliformes termotolerantes e totais

Conforme Jay (2005) os coliformes são bastonetes, não formadores de esporos,

gram-negativos que podem fermentar a lactose em 48 horas e são produtores de colônias

escuras com brilho metálico. São representados geralmente, por quatro gêneros,

Citrobacter, Enterobacter, Escherichia e Klebsiella todos pertencentes a família

Enterobacteriaceae. A facilidade com que estas bactérias podem ser cultivadas e

diferenciadas é o que faz deste grupo indicadores excelentes de qualidade sanitária além,

da capacidade de fermentar a lactose com a produção de gás ser uma característica

suficiente para determinações presuntivas.

De acordo com Silva et al. (2010), podem ser diferenciados da seguinte forma, o

grupo de coliformes totais são enterobactérias aptas a fermentação da lactose produzindo

gás dentro de 24 - 48 horas a uma temperatura de 35°C já, os coliformes termotolerantes

antes nomeados de coliformes fecais pois acreditava-se que este grupo compreendia

somente bactérias de origem fecal, foi atualmente alterado pois foram incluídas bactérias

de origem não fecal, podendo fermentar a lactose a 44,4 - 45,5°C em 24 horas. Além de

que segundo a RDC n° 12 de 2 de janeiro de 2001 a denominação de “coliformes a 45° C

é equivalente à denominação de “coliformes de origem fecal” e de “coliformes

termotolerantes”.

1.3 Salmonella sp.

Como afirma Damer (2014) as bactérias do gênero Salmonella sp. são

pertencentes a família Enterobacteriaceae, são bacilos gram-negativos, anaeróbios

facultativos, não formadores de esporos e na maioria das espécies são móveis através de

flagelos peritríquios exceto, S.gallinarum e S.pulorum.

Segundo Quintiliano et al. (2008) podem ser patogênicas aos animais e humanos,

seu hábitat principal, já que são bactérias entéricas, é o trato intestinal dos animais que

por esta razão a maior parcela do contágio se dá pelo alimento contaminado por fezes

sendo a carne bovina, produtos avícolas como carne e ovos, leite e vegetais os veículos

básicos para que ocorra a transmissão. A temperatura ideal para multiplicação da

Salmonella sp. é 35 - 37º C, sendo a mínima de 5º C e a máxima 47º C.

Page 11: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

11

As infecções provocadas pelas bactérias deste gênero são universalmente

consideradas as causas mais importantes de doenças transmitidas por alimentos e a maior

parte das espécies são patogênicas ao homem (GERMANO; GERMANO, 2015).

A salmonelose que acomete o homem se divide em três grupos, sendo febre tifoide

causada pela S. typhi e S. paratyphi são causadoras das febres entéricas e as salmoneloses

são causadas pelas demais espécies. (FRANCO; LANDGRAF, 2010).

Alguns autores como Shinohara et al. (2008) citam que dentre os sintomas estão

dores abdominais, diarreia, febre baixa e vômito, sendo raro os casos clínicos fatais nos

homens, a sintomatologia começa entre 12 a 36 horas podendo durar até 72 horas e muita

das vezes não necessita de tratamento com antibióticos.

Rall et al. (2009) afirmam que as enfermidades originadas por esta bactéria em

carne bovina podem estar relacionadas com as precárias condições higiênico sanitárias de

abatedouros, etapas de abate, transporte, manipulação e armazenamento do produto

cárneo.

De acordo com Flores e Melo (2015) as principais estratégias de prevenção devem

ser: seleção da matéria-prima, utensílios e equipamento cuidadosamente higienizados,

provimento de água potável e um adequado sistema de tratamento de lixo e esgoto, além

da adoção de boas práticas de fabricação (BPF) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de

Controle (APPCC), palestras sobre higiene e prevenção aos trabalhadores e por fim o

afastamento dos portadores sintomáticos da área de produção.

1.4. Legislações vigentes

Tais requisitos serão avaliados de acordo com a resolução RDC n° 275 de 21 de

outubro de 2002 que estabelece Procedimentos Operacionais Padronizados que devem

contribuir para a garantia das condições higiênico-sanitárias necessárias ao

processamento/industrialização de alimentos, juntamente com o auxílio do Código

Sanitário de Manaus que é formado pela lei n° 392/97 de 27 de junho de 1997 que dispõe

sobre a legislação sanitária, epidemiológica para o controle de zoonoses e de saúde do

trabalhador em Manaus.

Page 12: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

12

1.4.1 Estrutura, equipamentos e utensílios

O teto, assim como as paredes do estabelecimento devem ter o acabamento liso,

em cor clara, impermeável, de fácil limpeza e, quando for o caso, desinfecção. Em

adequado estado de conservação (livre de trincas, rachaduras, umidade, bolor,

descascamentos e outros), (BRASIL, 2002).

As janelas com superfície lisa, de fácil higienização, ajustadas aos batentes, sem

falhas de revestimento com telas milimétricas de proteção contra insetos e roedores

(BRASIL, 2002). Iluminação e ventilação adequadas.

Lavatórios em condições de higiene, dotados de sabonete líquido inodoro

antisséptico ou sabonete líquido inodoro e antisséptico, toalhas de papel não reciclado ou

outro sistema higiênico e seguro de secagem e coletor de papel acionados sem contato

manual.

Equipamentos e utensílios devem ser feitos de material não contaminante,

resistentes à corrosão, de tamanho e forma que permitam fácil higienização: em adequado

estado de conservação e em número suficiente e apropriado ao tipo de operação utilizada

(BRASIL, 2002).

Todo o equipamento, inclusive o tendal, será de aço inoxidável ou de outro

material previamente aprovado pelo órgão técnico; o tendal será instalado a uma altura

mínima, de modo que as carnes a serem dependuradas para desossa ou pesadas não entrem

em contato com o piso do estabelecimento. Os utensílios e instrumentos serão de aço

inoxidável, sendo desaconselhável o uso de machados e machadinhas, permitida a

utilização de bandejas de material impermeável de cantos arredondados (MANAUS,

1997).

Os balcões de alvenaria serão de material liso, resistente e impermeável, de cor

clara, desprovidos de molduras, e terão a altura mínima de um metro, devendo assentar

diretamente sobre o piso, em base de concreto. Os balcões pré-fabricados serão de aço

inoxidável ou outro material previamente aprovado pelo órgão técnico, obedecendo às

demais especificações previstas neste artigo (MANAUS, 1997).

Os tampos das mesas destinadas ao corte de carne deverão ser de material

apropriado, impermeável e mantidas, constantemente, em perfeito estado de higiene e

Page 13: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

13

conservação. É obrigatória a limpeza e higienização diária dos açougues e

estabelecimentos congêneres e de todos os seus equipamentos, utensílios e instrumentos

(MANAUS, 1997).

1.4.2 Higiene dos manipuladores

Devem fazer o uso de uniformes de trabalho, limpos, de cor clara, adequados e

exclusivos à atividade que desempenha. Juntamente com o uniforme fazer o uso de

Equipamento de Proteção Individual (EPI) tais como, avental, botas ou sapato fechado,

luvas, redes e máscaras (BRASIL, 2002). Os manipuladores devem ter asseio pessoal,

apresentando-se com uniformes compatíveis à atividade, conservados e limpos. Os

uniformes devem ser trocados, no mínimo, diariamente e usados exclusivamente nas

dependências internas do estabelecimento. As roupas e os objetos pessoais devem ser

guardados em local específico e reservado para esse fim (BRASIL, 2004).

Os manipuladores que apresentarem lesões e ou sintomas de enfermidades que

possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos devem ser afastados

da atividade de preparação de alimentos enquanto persistirem essas condições de saúde

(BRASIL, 2004).

Os manipuladores devem lavar cuidadosamente as mãos ao chegar ao trabalho,

antes e após manipular alimentos, após qualquer interrupção do serviço, após tocar

materiais contaminados, após usar os sanitários e sempre que se fizer necessário. Devem

ser afixados cartazes de orientação aos manipuladores sobre a correta lavagem e

antisepsia das mãos e demais hábitos de higiene, em locais de fácil visualização, inclusive

nas instalações sanitárias e lavatórios (BRASIL, 2004).

Os manipuladores não devem fumar, falar desnecessariamente, cantar, assobiar,

espirrar, cuspir, tossir, comer, manipular dinheiro ou praticar outros atos que possam

contaminar o alimento, durante o desempenho das atividades (BRASIL, 2004).

Os manipuladores devem usar cabelos presos e protegidos por redes, toucas ou

outro acessório apropriado para esse fim, não sendo permitido o uso de barba. As unhas

devem estar curtas e sem esmalte ou base. Durante a manipulação, devem ser retirados

todos os objetos de adorno pessoal e a maquiagem (BRASIL, 2004).

Page 14: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

14

1.4.3 Armazenamento da carne

As carnes em geral e as vísceras serão mantidas em frigoríficos ou em vitrinas

frigorificadas. Os açougues serão dotados de geladeiras comerciais ou câmaras

frigoríficas, com temperatura não superior a zero grau centígrado, equipadas com estrados

de material apropriado e destinadas, exclusivamente, à conservação das carnes

(MANAUS, 1997).

Os balcões serão equipados com vitrinas frigorificadas, com altura de um metro e

temperatura nunca superior a sete graus centígrados, onde serão expostas,

obrigatoriamente, as carnes destinadas à venda (MANAUS, 1997).

1.5 Sistemas e documentos que contribuem para um alimento seguro

De acordo com Silva Junior (2014) doenças transmitidas por alimentos (DTAs)

nada mais são do que episódios clínicos em consequência de ingestão de alimentos e/ou

água contaminados que possam estar contaminados pela presença de microrganismos de

potencial patogênico e perigos físicos ou químicos.

Atualmente, há uma grande preocupação quanto à segurança alimentar de

produtos que sofreram alguma etapa de industrialização para chegar à mesa do

consumidor, exatamente pelo receio que estes alimentos levem à casos de DTAs.

Para Franco; Landgraff (2008), um alimento seguro é aquele em que possíveis

contaminantes que levem perigo a saúde pública estejam ausentes ou abaixo dos limites

de risco em sua composição.

Para que se evitem casos de DTAs os estabelecimentos que lidem com

industrialização, manipulação ou armazenamento de produtos de origem animal podem e

devem implementar sistemas que irão de forma considerável diminuir ou até mesmo

impedir que tais enfermidade sejam transmitidas à população, são eles manuais de

Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs) e Boas Práticas de Fabricação (BPF)

que compõem o sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).

Tais documentos devem estar acessíveis de todos os funcionários e autoridades de

inspeção.

Os POPs devem conter as instruções sequenciais de operações e a frequência de

execução, especificando o nome, o cargo e ou função dos responsáveis pelas atividades

Page 15: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

15

dos seguintes itens, higienização das instalações, equipamento e móveis; controle de

vetores e pargas urbanas; higienização do reservatório e higiene e saúde dos

manipuladores. Devem ser aprovados, datados e assinados pelo responsável do

estabelecimento (BRASIL, 2002).

Como dito por Veronezi; Caveião (2015), as Boas Práticas de Fabricação são um

conjunto de procedimentos que, aplicados ao manuseio de alimentos, ajustam as

empresas e estabelecimentos do setor alimentício a normas higiênico sanitárias

adequadas e aumentam a segurança e satisfaçam dos consumidores. As Boas Práticas

se constituem em controle de saúde dos funcionários; controle de água para consumo;

regras para visitantes; controle das matérias primas, adequação estrutural do

estabelecimento; manipulação e processamentos nas etapas básicas de preparação

(recebimento, armazenamento, distribuição e transporte), (BRASIL, 1993).

Estes sistemas englobam o controle higiênico das operações e o Sistema APPCC

define os controles críticos com ênfase ao controle sanitário dos alimentos.

Page 16: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

16

2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento Técnico sobre

padrões microbiológicos para alimentos. Resolução RDC n.12, de 02 de janeiro de

2001.

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 216, de 15 de

setembro de 2004.

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 275, de 21 de

outubro de 2002.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 1.428, de

26 de novembro de 1993. Regulamento técnico sobre as inspeções sanitárias, boas

práticas de produção/prestação de serviços e padrão de identidade e qualidade na

área de alimentos. Brasília, Diário Oficial da União, 2 dez. 1993.

CARVALHO, Lorena de Souza. Avaliação microbiológica da carne bovina moída

comercializada na cidade de manaus/am. Manaus: Escola Superior Batista do

Amazonas - ESBAM, 2017. CD-ROM.

DAMER, Juliana Raquel da Silva et al. Contaminação de Carne Bovina Moída Por

Escherichia coli e Salmonella Spp. REVISTA CONTEXTO & SAÚDE. v. 14 n. 26 p.

20-27. 2014.

FLORES, A. M. P. C.; MELO, C. B. Principais bactérias causadoras de doenças de

origem alimentar*. Rev. Bras. Med. Vet., 37(1):65-72, jan/mar 2015. Disponível em : <

http: // www.rbmv.com.br/pdf_artigos/18-05-2015_18-26RBMV105.pdf> . Acesso em:

9 mar. 2018.

FRANCO, B. D. G. M; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo:

Editora Atheneu, 2010.

GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Higiene e vigilância sanitária de

alimentos: qualidade das matérias-primas, doenças transmitidas por alimentos,

treinamento de recursos humanos. – 5.ed. ver. e atual. – Barueri, SP : Manole, 2015.

IBGE. Estatística da produção pecuária. Disponível em: <

ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Pecuaria/Fasciculo_Indicadores_IBGE/abate-leite-couro-

ovos_201701caderno.pdf jun 2017.> Acesso em : 12 mar. 2018

JAY, James M. Microbiologia de alimentos/ James M. Jay; trad. Eduardo Cezar Tondo...

{et al.} – 6.ed. – Porto Alegre : Artmed, 2005.

Page 17: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

17

MANAUS, Departamento de Vigilância à Saúde. Código Sanitário de Manaus, de 2 de

setembro de 1997 – Lei 392/97.

QUINTILIANO, C.R., SANTOS, T.A., PAULINO T.S.T., SCHATTAN, R.B.,

GOLLUCKE, A.P.B. & BOITAGO, A.P. Avaliação das condições higiêncio-sanitárias

em restaurantes, com aplicação de ficha de inspeção baseada na Legislação Federal,

RDC, 216/2004. Rev. Hig. Alim., 22:25-30, 2008.

RALL, V.L.M.; MARTIN, J.G.P.; CANDEIAS, J. M. G.; CARDOSO, K.F.G.; SILVA,

M.G.; RALL, R.; ARAÚJO JÚNIOR J.P. Pesquisa de Salmonella e das condições

sanitárias em frangos e linguiças comercializados na cidade de Botucatu. Brazilian

Journal of Veterinary Research And Animal Science, São Paulo, v. 46, n. 3, p. 167-174,

2009.

SARCINELLI, M. F.; VENTURINI, K. S.; SILVA, L. C. Características da carne

bovina. Boletim Técnico - PIE-UFES:00807, Espiríto Santo, 20, agosto. 2007.

Disponível em: <

http://www.agais.com/telomc/b00907_caracteristicas_carnesuina.pdf>. Acesso em: 30

mar. 2018.

SHINOHARA, N. K. S. et al. Salmonella spp., importante agente patogênico

veiculado em alimentos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 1675-1683, 2008.

SILVA JUNIOR, Eneo Alves da. Manual de controle hihiênico sanitário em serviços

de alimentação/ Eneo Alves da Silva Jr. – 7.ed.- São Paulo: Livraria Varela, 2014.

SILVA, N. et al. Manual de Métodos de Análise Microbiológica de Alimentos e Água.

4. ed. São Paulo: Varela, p. 632, 2010.

VERONEZI, C. ; CAVEIÃO, C.; A importância das boas práticas de fabricação na

indústria de alimentos. Revista Saúde e Desenvolvimento/ vol.8, n.4/ jul-dez. 2015.

Page 18: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

18

CAPÍTULO 2

Avaliação microbiológica qualitativa de carne bovina resfriada e condições

higiênico-sanitárias em um açougue de Manaus/Am

Thamara Andreliny Andrade GOMES¹, Vanessa Maria Machado ALE², Aline Christien

de Figueiredo RONDON ³, Haruo TAKATANI4

RESUMO

O Brasil está entre os países que se destacam como grandes produtores de carne bovina e

uma parcela significativa de sua população é carnívora e faz o consumo deste produto. A

carne bovina quando processada e manipulada de forma errônea ao contrário do que a

legislação recomenda, pode torna-se um meio de cultura excelente para possíveis

patógenos podendo assim ser transformada em um veículo transmissor de doenças à

população consumidora. O Objetivo deste trabalho é avaliar a qualidade microbiológica

de 10 amostras de carne bovina, vendidas no centro de Manaus, durante o mês de abril de

2018 assim como, realizar checagem de temperatura dos balcões com vitrines frigoríficas,

câmara frigorífica e inspeção visual do açougue em questão através de um “checklist” de

Boas Práticas higiênico sanitárias baseado no roteiro de inspeção do Código Sanitário de

Manaus sob a lei nº 392 de 27 de junho de 1997. A partir do momento da coleta, as

amostras foram identificadas, armazenadas em caixa térmica e encaminhadas ao

Laboratório Multidisciplinar da Escola Superior Batista do Amazonas - ESBAM. De

cada 200 gramas coletadas, 25 gramas foram submetidas à análise para Salmonella sp.

como aconselha a RDC n° 12 de janeiro de 2001 que consta o regulamento técnico sobre

os padrões microbiológicos para alimentos, foi também realizada análise para pesquisa

de coliformes totais e termotolerantes. Todas as amostras apresentaram resultados

insatisfatórios. A contaminação encontrada nas amostras do açougue inspecionado indica

que a carne bovina ali processada, manipulada e armazenada não está em condições

higiênico-sanitárias ao consumo humano.

Palavras-chave: Contaminação, boas práticas sanitárias alimento, manipulação.

ABSTRACT

Qualitative microbiological evaluation of cooled beef and hygienic-sanitary

conditions in a butcher's shop in Manaus / Am

Brazil is among the countries that stand out as major producers of beef and a significant

Page 19: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

19

portion of its population is large and makes consumption of this product. Bovine bovine

when improperly processed and manipulated contrary to the literature is recommended

may become an excellent culture medium for possible infections and thus may be a

transmitter of diseases of the consumer population. This work is evaluated by the

microbiological quality of 10 beef samples sold in the center of Manaus during the month

of April 2018, as well as checking the temperature of the counters with refrigerated

display cabinets and a cold room and visual inspection of the butcher in question through

a "checklist" of Good Sanitary Hygiene Practices based on the inventory code of Manaus,

under no. 392 of June 27, 1997. forwarded to the Multidisciplinary Laboratory of the

Baptist High School of Amazonas - ESBAM. From every 200 grams collected, 25 grams

were submitted to Salmonella sp. "How is the DRC No. 12 of January 2001, which is the

second technician for the microbiological standards for food and has been carried out an

analysis for coliform and thermotolerant research, all as unsatisfactory result units. causes

of consumption of beef that is processed and stored under hygienic-sanitary conditions

for human consumption

Key words: Good sanitary practices, contamination, food, handling.

INTRODUÇÃO

Como afirma o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de

Origem Animal (BRASIL, 2017) carne, são as massas musculares e os demais tecidos

que as acompanham, incluída ou não a base óssea correspondente, procedentes das

diferentes espécies animais, julgadas aptas para o consumo pela inspeção veterinária

oficial. Prandl et al. (1994) citam que a carne bovina é basicamente composta em média

por, 75% de água, 19% de proteínas, 2,5% de gordura, 1,2% de carboidratos, 1,65% de

nitrogênio residual e 0,65% de cinzas além de sua composição poder variar de acordo

com a idade, sexo, raça, manejo e espécie. Complementando o autor acima citado, Bridi

(2014), comenta que as proteínas são de extrema importância para o crescimento,

desenvolvimento e manutenção do organismo humano e tal produto de alto valor

nutricional oferece oito aminoácidos essenciais à nutrição humana são eles a valina,

treonina, metionina, fenilalanina, leucina, lisina, lisoleucina e histidina.

Page 20: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

20

Devido aos benefícios que a ingestão da carne bovina oferece é de extrema

importância que este produto seja comercializado de acordo com os parâmetros higiênico-

sanitários que a legislação exige, pois, uma vez que estas regras não são seguidas podem

haver casos graves de doenças transmitidas por alimentos na população consumidora.

Tendo em vista que os produtos cárneos são consumidos em grande escala

conforme Franco; Landgraf (2008) citam que, estando microrganismos uma vez presentes

nos alimentos podem levar graves riscos à saúde sendo estes microrganismos

genericamente conhecidos como “patogênicos” que poderão atingir tanto os seres

humanos como os animais.

Para Barros et al. (2007), a maioria dos casos de contaminação microbiana de

carnes bovinas provém da pele e trato gastrointestinal dos animais, provavelmente

oriundo de falhas operacionais que ocorrem nas primeiras etapas do processo de abate

são eles, a esfola e evisceração. Borch; Arinder (2002) destacam que pode haver ainda

contaminação cruzada oriunda de equipamentos, manipuladores e do próprio

estabelecimento.

Conforme Flores; Melo (2015), as doenças transmitidas por alimentos,

conhecidas como DTA’s, estão ligadas a uma série de sinais clínicos que tem origem no

aparelho gastrointestinal, podendo sofrer variação de acordo com a quantidade de toxina

ingerida e estado imune do indivíduo que podem afetar principalmente gestantes, idosos

e crianças com consequências perigosas ou levar à morte.

Assim este trabalho teve como objetivo submeter à avaliação microbiológica a

carne bovina comercializada em um açougue no centro de Manaus e realizar inspeção

visual no estabelecimento em questão afim de checar se o mesmo, está de acordo com a

Page 21: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

21

legislação municipal vigente pois, ambos fatores podem refletir negativamente na

qualidade da carne.

MATERIAL E MÉTODOS

Localização do açougue

O açougue em questão fica localizado na região central da cidade próximo a

conhecidíssima “Feira da Banana”, local de intenso comércio barqueiro por onde é a

entrada de abastecimento alimentício na cidade de mercadorias como a grande variedade

de hortifrúti, carne bovina e pescado assim como também é a saída para exportação destes

produtos para o interior do Amazonas.

Coleta das amostras

O estudo foi realizado durante o mês de abril de 2018. Foram adquiridas 10

amostras de carne bovina dentre as que estavam expostas nos balcões com vitrines

frigoríficas para a venda e conforme recomenda a RDC n° 12 de janeiro de 2001 foram

coletadas 200 gramas de carne para cada amostra. Após a aquisição, as amostras foram

acondicionadas em sacos plásticos esterilizados e identificados com o número de 1 a 10

com data, hora e local, armazenados em uma caixa de isopor térmica, sendo levadas ao

Laboratório Multidisciplinar da Escola Superior Batista do Amazonas – ESBAM para

serem realizadas as análises microbiológicas descritas abaixo. Também foi realizada a

aferição de temperatura dos balcões com vitrine frigorífica e câmara frigorífica através

de um termômetro digital infravermelho (ST-400, Incoterm®, Porto Alegre, Brasil). O

estabelecimento contava com a presença de 2 vitrines frigoríficas e uma câmara

frigorífica, as vitrines frigoríficas foram nomeadas de X e Y para melhor entendimento,

para complementar o “checklist” de Boas práticas higiênico sanitárias, escrito com base

no Código Sanitário de Manaus sob a lei nº 392 de 27 de junho de 1997, feito para o

Page 22: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

22

estabelecimento em questão. Acrescentando mais informações além dos resultados

obtidos nas análises microbiológicas.

Determinação de coliformes termotolerantes e totais

Para realização das análises, foram pesados 25 gramas de cada amostra e

homogeneizadas em 225 ml de água peptonada, obtendo-se as diluições 10-¹ e 10-². No

teste presuntivo utilizou-se a técnica Presença - Ausência (PA) com o Caldo Lactose

dissolvidos em água destilada numa série de três tubos contendo 9 ml de Caldo Lactose,

e foram inoculados 1ml da diluição com tubo de Durham invertido. Estes tubos foram

incubados a 37 °C por 48 horas. Os tubos positivos (com presença de gás) foram

submetidos ao teste de confirmação em Caldo E.coli (EC) para a presença de coliformes

termotolerantes e o Caldo Verde Brilhante (VB) para presença de coliformes totais. De

cada tubo positivo, transferiu-se 1 ml para tubos contendo EC os quais foram incubados

a 45 °C por 48 horas. E transferiu-se 1ml para o caldo VB, porém este foi incubado a uma

temperatura de 37 °C por 48 horas.

Análise para Salmonella sp.

Para pesquisa de Salmonela sp foram utilizadas as diluições em duplicata,

inoculando-se em Água Peptonada tamponada, como teste presuntivo para Salmonella.,

com leitura após 24 horas, logo em seguida inoculou-se a amostra por estrias em placa de

petri com Agar Salmonella – Shigella (SS), onde as mesmas ficaram incubadas a 35 °C

por 24 horas onde após a incubação foram observados os resultados.

Page 23: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

23

RESULTADOS

A inspeção visual feita no local foi realizada através de um “checklist” de Boas

práticas higiênico sanitárias, escrito com base no Código Sanitário de Manaus sob a lei nº

392 de 27 de junho de 1997. O resultado obtido está transcrito nas tabelas abaixo.

Perguntas Respostas

Boas condições higiênico sanitárias ? Não

Tendal em aço inoxidável ou outro material previamente aprovado pelo órgão

técnico?

Não

O tendal está instalado numa altura que impeça que as carnes não entrem em

contato com o piso do estabelecimento?

Não

Realizada limpeza e higienização diária, ou quando se faz necessário, de

todos os seus equipamentos, utensílios e instrumentos?

Não

Produtos de limpeza, e outros potencialmente tóxicos, são armazenados em

local separados dos alimentos?

Sim

Existe pia com sabão e papel para higiene das mãos? Sim

Janelas, portas e aberturas protegidas com telas milimétricas? Não

Ausência de vetores ou pragas urbanas? Não

Perguntas Respostas

Manipuladores usam EPIs (uniforme, avental, botas, luvas, sapato fechado,

capas)?

Não

Os cabelos estão protegidos por toucas ou redes? Não

Manipuladores mantém o asseio corporal e do vestuário? Não

Funcionários que trabalham no interior de câmaras frias usam vestimentas

adequadas?

Não

Tabela 1. Higiene, equipamentos e instalações.

Tabela 2. Manipuladores

Page 24: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

24

Lava as mãos com água e sabão antes do início das atividades e sempre que

necessário?

Não

Utilizam luvas de malha de aço quando do corte de carnes? Não

Perguntas Respostas

As carnes são mantidas em geladeiras ou balcão frigorífico em temperatura

até 7°C ou sob congelamento (-18°C)?

Não

A geladeira, freezer ou balcão estão em bom estado de conservação, limpos e

organizados?

Não

As carnes permanecem fora do contato direto com o gelo? Sim

A porta da câmara fria está totalmente vedada e em perfeito estado de

conservação?

Não

A câmara fria possui termômetro para o controle da temperatura? Sim

A porta da câmara possui dispositivo de segurança que permite sua abertura

pelo lado interno?

Não

A câmara é revestida de material liso, resistente, impermeável e em bom

estado de conservação?

Não

Após a realização do “checklist”, pôde-se constatar que o açougue em questão não

cumpriu com 80,95% dos itens observados e somente 19,05% dos itens estavam de acordo

com a legislação vigente.

Aferição da temperatura das vitrines frigoríficas e câmara frigorífica

A temperatura da vitrine X que segundo a proprietária foi adquirida há poucos

meses era de 20,3 °C e a temperatura da vitrine Y que já estava no açougue há anos foi

de 6,4 °C.

Tabela 3. Armazenamento.

Page 25: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

25

A temperatura aferida da câmara frigorífica em A foi de 5,0 °C, porém a indicação

no visor externo em B era de 6,6 °C.

Análise para Samonella sp.

Após o período de incubação de 24 horas foi detectada a presença de Salmonella

sp. em 100% das amostras plaqueadas. Foram observadas colônias incolores com o centro

negro resultante da produção de gás H₂S (sulfeto de hidrogênio). Organismos não

fermentadores de lactose crescem como colônias incolores sem centros negros e já os

X Y

A B

Figura 2. Aferição da temperatura das vitrines frigoríficas.

Figura 3. Aferição da temperatura da câmara frigorífica.

Page 26: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

26

fermentadores de lactose crescem com pouca cor com centros negros. Foram encontrados

os mesmos resultados nas amostras em duplicata.

AMOSTRA RESULTADO

1 Presente

2 Presente

3 Presente

4 Presente

5 Presente

6 Presente

7 Presente

8 Presente

9 Presente

10 Presente

Tabela 4. Resultado para análise equivalente à Samonella sp.

sp.

Page 27: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

27

Figura 4. Presença de Salmonella sp. em todas as amostras.

Determinação de coliformes totais e termotolerantes

AMOSTRA RESULTADO C.

TOTAIS

RESULTADO C.

TERMOTOLERANTES

1 Presente Presente

2 Presente Presente

3 Presente Presente

4 Presente Presente

5 Presente Presente

6 Presente Presente

7 Presente Presente

8 Presente Presente

9 Presente Presente

10 Presente Presente

Tabela 5. Resultado para análise para coliformes totais e termotolerantes.

Page 28: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

28

Logo após o período de incubação de 48 horas foi detectada a presença tanto de

coliformes totais como também a presença de coliformes termotolerantes em 100% das

amostras através da presença de gazes no interior dos tubos de Durham.

DISCUSSÃO

“Checklist” de boas práticas higiênico sanitárias

Assim como o açougue estudado não realizava constantemente a higienização dos

instrumentos e local, o piso não era limpo e ainda era possível enxergar manchas escuras

tanto no chão como nas paredes, possíveis infiltrações de água. A parede de todo o

açougue é de cor branca, porém seu material estava em péssimo estado de conservação.

Utensílios usados para o corte da carne como bandejas eram de plástico e era possível

observar o acúmulo de sangue e fragmentos de carne em sua superfície, porém eram de

cantos arredondados. Demais utensílios como facas, bancadas e mesas era de aço

inoxidável, contudo não eram higienizados regularmente, Soto et al. (2005) executou

estudo em 4 açougues de supermercados na cidade de Ibiúna-SP onde também identificou

falhas na limpeza e desinfecção das instalações de todos os locais, assim como Matos et

al. (2012) afirmou que nenhum dos 20 supermercados inspecionados realizavam

corretamente as técnicas de limpeza das instalações e equipamentos ao contrário do

A

B

C

Figura 5. A. Teste presuntivo caldo lactose; B. Caldo E.C; C. Caldo verde brilhante.

Page 29: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

29

trabalho realizado por Silva et al. (2013) que observou 71,4% dos locais em boas

condições higiênico sanitárias

Existe pia para higienização das mãos, porém ela estava em mal estado de

conservação e por fim não era destinada somente a higiene das mãos. Quanto a lavagem

das mãos onde a legislação estabelece que os lavatórios devem ser de uso exclusivo para

esta atividade em um estudo por Matos et al. (2012), onde foram avaliados 20

supermercados selecionados de forma aleatória no município de Santo Antônio de Jesus-

BA, foram encontrados resultados parecidos que no qual 90% dos locais não possuíam

pia para higienização das mãos e dos 10% dos estabelecimentos que possuíam, como o

açougue estudado não eram de exclusividade para esta prática. A ausência desta atividade

pode comprometer a qualidade do produto final.

No decorrer da visita ao açougue era visível a presença de sangue e fragmentos de

carne no chão assim como a presença de moscas que também foi descrita por Carvalho et

al. (2017) em 17% dos estabelecimentos entre eles feiras, açougues e supermercados de

Manaus-AM e ainda contrariando o Art. 328, Lei 392/97 Decreto 3910/97 do Código

Sanitário de Manaus.

Só havia um funcionário no açougue e este não fazia o uso de EPI´s, ou seja, não

usava, uniforme, avental, botas ou sapato fechado, luvas, touca ou máscara. Quanto a

falha na higiene pessoal e ao não uso de EPI´s deste trabalho, foi visualizado em 60% dos

comércios estudados por Matos et al. (2012) onde os manipuladores deixavam a desejar

em relação ao seu asseio pessoal e 50% dos locais os funcionários não estavam

devidamente aparamentados. Quando não cumprido da forma correta o uso dos

uniformes, este pode levar à contaminação da carne e transmitir doenças tanto aos

manipuladores como também aos clientes.

Page 30: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

30

Assim como este açougue em um estudo feito em 20 açougues em Tailândia-PA

em seu mercado municipal, realizado por Pereira (2009) constatou-se que existia a falta

de higiene em 100% dos locais visitados além da evidente desorganização e os produtos

estavam em exposição a vários tipos de contaminação.

A temperatura da carne deve ser mantida abaixo de 7 °C nas vitrines frigoríficas,

neste estudo apenas a vitrine Y estava de acordo com o que a legislação recomenda,

porém em péssimo estado de conservação pois eram cobertos por ferrugem e mal

higienizados, ou seja 50 %, semelhante ao observado por Oliveira et al. (2008) em

supermercados de João Pessoa-PB que 57% dos locais armazenavam a carne em

temperaturas acima de 7 °C. A temperatura aferida da câmara frigorífica em A foi de 5,0

°C, porém a indicação no visor externo em B era de 6,6 °C no entanto ambas de acordo

com a legislação vigente do Código Sanitário de Manaus, decreto 3910/97.

O tendal de dentro da câmara frigorífica era feito de ferro envelopado por papel

adesivo de cor clara e estava coberto por ferrugem o que contraria o recomendado pelas

normas que dever ser deito de aço inoxidável ou outro produto aprovado pelo órgão

técnico. O tendal das vitrines frigorificas eram de alumínio, porém não era higienizado

constantemente. A carne armazenada na câmara frigorífica estava em contato direto com

o solo e envolta por um pano conhecido como estopa, contrariando os Art. 64, 367, 370

e 376 do Código Sanitário de Manaus Lei 392/97 Decreto 3910/97.

Não existe no açougue Manual de Boas Práticas de Fabricação e nem

Procedimentos Operacionais Padronizados, os POPs mesmo resultado encontrado por

Matos et al. (2012) no município de Santo Antônio de Jesus-BA. Documentos estes que

são de extrema importância para a jornada dos funcionários para que seja feita a garantia

da higiene e produção de alimentos seguros.

Page 31: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

31

Salmonella sp.

O padrão exigido pela RDC n° 12 de janeiro de 2001, é que esta bactéria esteja

ausente em 25 gramas em carnes resfriadas, ou congeladas, “in natura” de bovinos, suínos

e outros mamíferos.

De acordo com Almeida et al. (2010) a presença de Salmonella sp. encontrada nas

amostras deste estudo possivelmente está ligada a contaminações no momento do abate,

processamento e embalagem da carne. Quanto mais vezes a carne é manipulada mais

chances ela possui de ser contaminada.

Em um estudo feito por Almeida et al. (2010) em 15 açougues da cidade de

Diamantina-MG foi detectada a presença de Salmonella sp. em 20% das 15 amostras de

carne bovina moída.

Em 60 amostras de carne bovina coletadas por Soares et al. (2015) em diferentes

estabelecimentos de oito municípios do Rio Grande do Norte, apenas 5 amostras (8,3%)

tiveram a presença deste patógeno contrariando este estudo que no qual 100% das

amostras apresentaram-se em desacordo com o padrão exigido pela Anvisa (2001).

Coliformes termotolerantes e totais

A legislação brasileira RDC n° 12 de 2001, não estabelece limites para tolerância

para estes grupos de coliformes para carne bovina in natura, entretanto a presença destes

podem indicar contaminação por origem fecal além de serem microrganismos indicadores

Page 32: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

32

excelentes quando produtos são submetidos a análise microbiológica pois, sua presença

pode levar à episódios de doenças transmitidas por alimentos à população, as conhecidas

como DTA’s e à potencial deterioração do alimento e ainda deve ser levado em conta que

quando altos níveis deste grupo são encontrados, é uma indicação que as condições

higiênico sanitárias estão insatisfatórias.

Como este estudo, Silvestre et al. (2014) detectaram a presença de coliformes a

45°C em 100% de 35 amostras coletadas no município de Alexandrina-RN como também

no estudo feito por Lundgren et al. (2009) em 10 amostra de carne bovina in natura

oriundas de feiras livres e mercados públicos de João Pessoa-PB. A presença de

coliformes termotolerantes estavam em 100% dos exemplares coletados.

Em relação a análise de coliformes totais, em termos de comparação, estudos

feitos por Becker; Kiel (2011) em supermercados de Cascavel-PR, que no qual 5 amostras

de carne bovina in natura foram submetidas a esta mesma análise e 73% (3,65) dos

exemplares apresentaram resultados significativos para estes potenciais patógenos.

Page 33: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

33

CONCLUSÕES

Produtos cárneos estão frequentemente associados a casos de DTA’s, talvez pela

condição que sua composição oferece por ser um meio excelente para o crescimento

microbiano, além disso quando não adotados pelos manipuladores, certos cuidados de

higiene como uma rotina de boas práticas sanitárias, que o estabelecimento em questão

parece não possuir, podem ser encontrados resultados semelhantes ao deste trabalho,

indicando que o estabelecimento avaliado não é mantido em condições higiênico

sanitárias adequadas.

Page 34: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

34

BIBLIOGRAFIA CITADA

ALMEIDA, A.C.; SOUZA, R.M.; PINHO, L.; SOBRINHO, E.M.; SILVA, B.C.M.

Determinação de perigos microbiológicos em carnes bovinas resfriadas provenientes

de abates clandestinos e comércio ilegal. Acta Veterinária Brasílica, v. 4, n. 4, p. 278-

285, 2010.

BARROS, M.F.A. et al. Identifi cation of main contamination points by hygiene

indicator microorganisms in beef processing plants. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, v.27, n.4, p.856862, 2007. Disponível em:

<Http://dx.doi.org/10.1590/S010120612007000400028>. Acesso em: 8 fev. 2018. doi:

10.1590/ S0101-20612007000400028.

BECKER, A.K.; KIEL, G.. Análise microbiológica de carne bovina in natura

comercializada em supermercados de Cascavel–PR. Revista Thêma et Scientia–Vol,

v. 1, n. 2, p. 149, 2011.

BORCH, E.; ARINDER, P. Bacteriological safety issues in beef and ready-to-eat

meat products, as well as control measures. Meat Science, v.62, n.3, p.381-390, 2002.

Disponível em: <http:// dx.doi.org/10.1016/S0309-1740(02)00125-0>. Acesso em: 8 set.

2011. doi: 10.1016/S0309-1740(02)00125-0.

BRASIL. – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento Técnico sobre

padrões microbiológicos para alimentos. Resolução RDC n.12, de 02 de janeiro de

2001.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regulamento da

Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). Decreto

Nº 9.013, de 29 de março de 2017.

BRIDI, Ana Maria. O Consumo de carne bovina e saúde humana: convergências e

divergências. In: OLIVEIRA, R. L.; BARBOSA, M. A. A. F. Bovinocultura de corte.

Salvador: EDUFBA, 2014. p. 3-4. Disponível em: < http: // www.uel.br/grupo-pesquisa/

gpac/pages/producao-cientifica/capitulo-de-livro>. Acesso em: 10 mar. 2018.

CARVALHO, Lorena de Souza. Avaliação microbiológica da carne bovina moída

comercializada na cidade de manaus/am. Manaus: Escola Superior Batista do

Amazonas - ESBAM, 2017. CD-ROM.

FLORES, A. M. P. C.; MELO, C. B. Principais bactérias causadoras de doenças de

origem alimentar*. Rev. Bras. Med. Vet., 37(1):65-72, jan/mar 2015. Disponível em: <

http: // www.rbmv.com.br/pdf_artigos/18-05-2015_18-26RBMV105.pdf> . Acesso em:

9 mar. 2018.

Page 35: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

35

FRANCO, B. D. G. M; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo:

Editora Atheneu, 2008.

LUNDGREN, P.U; SILVA, J.A; MACIEL, J.F; FERNANDES, T.M. Perfil da

Qualidade Higiênico-sanitária da Carne Bovina Comercializada em Feiras Livres e

Mercados Públicos de João Pessoa/PB Brasil. Alim. Nutr., Araraquara ISSN 0103-

4235, v.20, n.1, p. 113-119, jan./mar. 2009.

MANAUS, Departamento de Vigilância à Saúde. Código Sanitário de Manaus, de 2 de

setembro de 1997 – Lei 392/97.

MATOS, V. S. R. ; GOMES, A.P.P. ; SANTOS, V. A. ; FREITAS F. ; SILVA, I. M. M.

Perfil sanitário da carne bovina in natura comercializada em supermercados. Rev

Inst Adolfo Lutz. 2012; 71(1):187-92

OLIVEIRA, S.; SILVA, J. A; MACIEL, J. F., AQUINO, J. S. Avaliação das condições

higiênico-sanitárias de carne bovina comercializada em supermercados de João

Pessoa. Alim Nutr. 2008;19(1):61-6.

PEREIRA, J. B. Avaliação das boas práticas em açougues no mercado municipal de

Tailândia - PA. 2009. 37f. Monografia (Especialização em Higiene e Inspeção em

Produtos de Origem Animal) –Universidade Castelo Branco, Belém, 2009.

PRÄNDL, O.; FISCHER, A.; SCHMIDHOFER, T. SINELL, H.J. Tecnología y higiene

de la carne. Zaragoza: Ed. Acribia, 1994.

SILVA, G.R; BARROS, M.L.G; BARBOSA, M.V.F; SIQUEIRA, M.G.F.M;

OLIVEIRA, A.E; LINS, L.F; MOURA, A.P.B.L. Percepção do conceito de higiene e

segurança alimentar dos manipuladores de produtos cárneos de mercado público,

Recife-PE, Acta veterinária Brasílica, v.7, 2013.

SILVESTRE, M.K.; ABRANTES, M.R.; PAIVA, W.S.; SOUZA, Ê.S.; SILVA, J.B. A.

Avaliação da qualidade da carne bovina in natura comercializada no município de

alexandria-RN. Acta Veterinaria Brasilica, v. 7, n. 4, p. 327-331, 2014.

SOARES, K. M. P.; SILVA, J. B. A.; SOUZA, L. B. S.; MENDES, M. R. A. ;

CAMPELO, M. C. S. ; SOUZA, A. S. Qualidade microbiológica de carne bovina

comercializada na forma de bife. R. bras. Ci. Vet., v. 22, n. 3-4, p. 206-210, jul./dez.

2015.

SOTO, F. R. M.; RISSETO, M. R.; CAZOLLA, C. P. B.; ALVES, L. C. R. ; BALIAN,

S. C., MALDONADO, A. G., Proposta e análise crítica de um protocolo de inspeção

e de condições sanitárias em supermercados do município de Ibiúna- SP. Rev Bras

Epidemiol. 2006:9(2):235-41.

Page 36: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

36

ANEXOS

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

ISSN 0044-5967

Como parte do processo de submissão, os autores devem verificar a

conformidade da submissão em relação a todos os itens listados a

seguir. Submissões que não estejam de acordo com as normas são

devolvidas aos autores.

1. O tamanho máximo de um arquivo individual deve ser 2 MB.

2. O manuscrito deve ser acompanhado de uma carta de submissão

indicando que: a) os dados contidos no trabalho são originais e

precisos; b) que todos os autores participaram do trabalho de forma

substancial e estão preparados para assumir responsabilidade pública

pelo seu conteúdo; c) a contribuição apresentada à Revista não foi

previamente publicada e nem está em processo de publicação, no todo

ou em parte em outro veículo de divulgação. A carta de submissão

deve ser carregada no sistema da Acta Amazonica como "documento suplementar".

3. Os manuscritos devem ser escritos em inglês. A veracidade

das informações contidas numa submissão é de responsabilidade exclusiva dos autores.

4. A extensão máxima para artigos e revisões é de 30 páginas (ou

7500 palavras, excluindo a folha de rosto), dez páginas (2500

palavras) para Notas Científicas e cinco páginas para outros tipos de contribuições.

5. Os manuscritos formatados conforme as Instruções aos Autores são

enviados aos editores associados para pré-avaliação. Neste primeiro

julgamento são levados em consideração a relevância científica, a

inteligibilidade do manuscrito e o escopo no contexto amazônico.

Nesta fase, contribuições fora do escopo da Revista ou de pouca

relevância científica são rejeitadas. Manuscritos aprovados na pré-

avaliação são enviados para revisores (pelo menos dois), especialistas

de instituições diferentes daquelas dos autores, para uma análise mais detalhada.

6. A aprovação dos manuscritos está fundamentada no conteúdo

científico e na sua apresentação conforme as Normas da Revista.

Page 37: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

37

7. Os manuscritos que necessitam correções são encaminhados aos

autores para revisão. A versão corrigida deve ser encaminhada ao

Editor, via sistema da Revista, no prazo de DUAS semanas. Uma carta

de encaminhamento deve ser também carregada no sistema da

Revista, detalhando as correções efetuadas. Nessa carta,

recomendações não incorporadas ao manuscrito devem ser

explicadas. Todo o processo de avaliação pode ser acompanhado no endereço, http://mc04.manuscriptcentral.com/aa-scielo.

8. Seguir estas instruções para preparar e carregar o manuscrito:

a. Folha de rosto (Title page): Esta página deve conter o título, nomes

(com último sobrenome em maiúscula), endereços institucionais

completos dos autores e endereço eletrônico do autor correspondente.

Os nomes das instituições não devem ser abreviados. Usar um asterisco (*) para indicar o autor correspondente.

Carregar este arquivo selecionando a opção: "Title page"

b. Corpo do manuscrito (main document). O corpo do manuscrito deve

ser organizado da seguinte forma: Título, Resumo, Palavras-Chave,

Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões,

Agradecimentos, Bibliografia Citada, Legendas de figuras e Tabelas.

Além do “main document” em inglês, o manuscrito deve ter “Titulo, Resumo e Palavras-chave” em português ou espanhol .

Carregar este arquivo como "Main document".

c. Figuras. São limitadas a sete em artigos. Cada figura deve ser

carregada em arquivo separado e estar em formato gráfico (JPG ou

TIFF). Deve ser em alta qualidade e com resolução de 300 dpi. Para ilustrações em bitmap, utilizar 600 dpi.

Carregar cada um destes arquivos como "Figure".

d. Tabelas. São permitidas até cinco tabelas por artigo. Utilizar espaço

simples e a função "tabela" para digitar a tabela. As tabelas devem ser

inseridas ao final do corpo do manuscrito (main document), após as legendas das figuras.

9. As Notas Científicas são redigidas separando os tópicos: Introdução,

Material e Métodos, Resultados, Discussão e Conclusões em

parágrafos, mas sem incluir os títulos das seções. Os outros tópicos

da Nota Científica devem seguir o formato do artigo completo. São

permitidas até três figuras e duas tabelas. Carregar as diferentes partes do manuscrito como descrito no Item 8.

10. Nomes dos autores e endereço institucional completo, incluindo

endereço electrónico DEVEM ser cadastrados no sistema da Revista no

ato da submissão.

11. IMPORTANTE: Os manuscritos não formatados conforme as Normas da Revista NÃO são aceitos para publicação.

Page 38: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

38

FORMATO E ESTILO

12. Os manuscritos devem ser preparados usando editor de texto (e.g.

doc ou docx), utilizando fonte "Times New Roman", tamanho 12 pt,

espaçamento duplo, com margens de 3 cm. As páginas e as linhas devem ser numeradas de forma continua. Para tabelas ver Item 8d.

13. Título. Justificado à esquerda, com a primeira letra maiúscula. O título deve ser conciso evitando-se o uso de nomes científicos.

14. Resumo. Deve conter até 250 palavras (150 palavras no caso de

Notas Científicas). Iniciar o Resumo com uma breve introdução, logo

a seguir informar os objetivos de forma clara. De forma sucinta

informar a metodologia, os resultados e as conclusões enfatizando

aspectos importantes do estudo. O resumo deve ser autossuficiente

para a sua compreensão. Os nomes científicos das espécies e demais

termos em latim devem ser escritos em itálico. Siglas devem ser

evitadas nesta seção; porém, se necessárias, o significado deve ser incluído. Não utilizar referências bibliográficas no resumo.

15. Palavras-chave. Devem ser em número de quatro a cinco. Cada

palavra-chave pode conter dois ou mais termos. Porém, não devem ser repetidas palavras utilizadas no título.

16. Introdução. Enfatizar o propósito do trabalho e fornecer, de forma

sucinta, o estado do conhecimento sobre o tema em estudo.

Especificar claramente os objetivos ou hipóteses a serem testados.

Esta seção não deve exceder de 35 linhas. Não incluir resultados ou

conclusões e não utilizar subtítulos na Introdução. Encerrar esta seção com os objetivos.

17. Material e Métodos. Esta seção deve ser organizada

cronologicamente e explicar os procedimentos realizados, de tal modo

que outros pesquisadores possam repetir o estudo. O procedimento

estatístico utilizado deve ser descrito nesta seção. O tipo de análise

estatística aplicada aos dados deve ser descrita. Procedimentos-

padrão devem ser apenas referenciados. As unidades de medidas e as

suas abreviações devem seguir o Sistema Internacional e, quando

necessário, deve constar uma lista com as abreviaturas utilizadas.

Equipamento específico utilizado no estudo deve ser descrito (modelo,

fabricante, cidade e país de fabricação, entre parênteses). Por

exemplo: "A fotossíntese foi determinada usando um sistema portátil

de trocas gasosas (Li-6400, Li-Cor, Lincoln, NE, USA)". Material

testemunho (amostra para referência futura) deve ser depositado em

uma ou mais coleções científicas e informado no manuscrito. NÃO

utilizar sub-subtítulos nesta seção. Utilizar negrito, porém não itálico ou letras maiúsculas para os subtítulos.

18. Aspectos éticos e legais. Para estudos que exigem autorizações

especiais (e.g. Comitê de Ética/Comissão Nacional de Ética em

Pesquisa - CONEP, IBAMA, SISBIO, CNPq, CNTBio, INCRA/FUNAI,

EIA/RIMA, outros) informar o número do protocolo e a data de

aprovação. É responsabilidade dos autores o cumprimento da

legislação específica relacionada a estes aspectos.

Page 39: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

39

19. Resultados. Os resultados devem apresentar os dados obtidos com

o mínimo julgamento pessoal. Não repetir no texto toda a informação

contida em tabelas e figuras. Não apresentar a mesma informação

(dados) em tabelas e figuras simultaneamente. Não utilizar sub-

subtítulos nesta seção. Algarismos devem estar separados de

unidades. Por exemplo, 60 °C e NÃO 60° C, exceto para percentagem (e.g., 5% e NÃO 5 %).

Unidades: Utilizar unidades e símbolos do Sistema Internacional e

simbologia exponencial. Por exemplo, cmol kg –1 em vez de

meq/100g; m s–1 no lugar de m/s. Use espaço no lugar de ponto entre

os símbolos: m s–1 e não m.s–1; use “–” e não “-” para indicar número

negativo. Por exemplo: –2 no lugar de -2. Use kg e não Kg; km no lugar de Km.

20. Discussão. A discussão deve ter como alvo os resultados obtidos.

Evitar mera especulação. Entretanto, hipóteses bem fundamentadas

podem ser incorporadas. Apenas referências relevantes devem ser incluídas.

21. Conclusões. Esta seção (um parágrafo) deve conter uma

interpretação sucinta dos resultados e uma mensagem final que destaque as implicações científicas do trabalho.

22. Agradecimentos devem ser breves e concisos. Incluir

agência(s) de fomento. NÃO abreviar nomes de instituições.

23. Bibliografia Citada. Pelo menos 70% das referências devem ser

artigos de periódicos científicos. As referências devem ser

preferencialmente dos últimos 10 anos, evitando-se exceder 40

citações. Esta seção deve ser organizada em ordem alfabética e deve

incluir apenas citações mencionadas no manuscrito. Para referencias

com mais de dez autores, relacionar os seis primeiros seguido de et

al. Nesta seção, o título do periódico NÃO deve ser abreviado. Observar

os exemplos abaixo:

a) Artigos de periódicos:

Villa Nova, N.A.; Salati, E.; Matsui, E. 1976. Estimativa da

evapotranspiração na Bacia Amazônica. Acta Amazonica, 6: 215-228.

Artigos de periódicos que não seguem o sistema tradicional de

paginação:

Ozanne, C.M.P.; Cabral, C.; Shaw, P.J. 2014. Variation in indigenous

forest resource use in Central Guyana. PLoS ONE, 9: e102952.

b) Dissertações e teses:

Ribeiro, M.C.L.B. 1983. As migrações dos jaraquis (Pisces:

Prochilodontidae) no rio Negro, Amazonas, Brasil. Dissertação de

Mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/ Fundação Universidade do Amazonas, Manaus, Amazonas. 192p.

Page 40: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

40

c) Livros:

Steel, R.G.D.; Torrie, J.H. 1980. Principles and procedures of

statistics: a biometrical approach. 2da ed. McGraw-Hill, New York,

633p.

d) Capítulos de livros:

Absy, M.L. 1993. Mudanças da vegetação e clima da Amazônia durante

o Quaternário. In: Ferreira, E.J.G.; Santos, G.M.; Leão, E.L.M.;

Oliveira, L.A. (Ed.). Bases científicas para estratégias de preservação

e desenvolvimento da Amazônia. v.2. Instituto Nacional de Pesquisas

da Amazônia, Manaus, Amazonas, p.3-10.

e) Citação de fonte eletrônica:

CPTEC, 1999. Climanalise, 14: 1-2 (www.cptec.inpe.br/products/climanalise). Acesso em 19/05/1999.

f) Citações com mais de dez autores:

Tseng, Y.-H.; Kokkotou, E.; Schulz, T.J.; Huang, T.L.; Winnay, J.N.;

Taniguchi, C.M.; et al. 2008. New role of bone morphogenetic protein

7 in brown adipogenesis and energy expenditure. Nature, 454:1000-

1004.

24. Citações de referencias no texto. As referências devem seguir

ordem cronológica. Para duas ou mais referências do mesmo ano citar conforme a ordem alfabética. Exemplos:

a) Um autor: Pereira (1995) ou (Pereira 1995).

b) Dois autores: Oliveira e Souza (2003) ou (Oliveira e Souza 2003).

c) Três ou mais autores:

Rezende et al. (2002) ou (Rezende et al. 2002).

d) Citações de anos diferentes (ordem cronológica):

Silva (1991), Castro (1998) e Alves (2010) ou (Silva 1991; Castro 1998; Alves 2010).

e) Citações no mesmo ano (ordem alfabética):

Ferreira et al. (2001) e Fonseca et al. (2001); ou (Ferreira et al. 2001;

Fonseca et al. 2001).

FIGURAS

25. Fotografias, desenhos e gráficos devem ser de alta resolução, em

preto e branco com alto contraste, numerados sequencialmente em

algarismos arábicos. NÃO usar tonalidades de cinza em gráficos de

dispersão (linhas ou símbolos) ou gráficos de barra. Em gráfico de

dispersão usar símbolos abertos ou sólidos (círculos, quadrados,

Page 41: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

41

triângulos, ou losangos) e linhas em preto (contínuas, pontilhadas ou

tracejadas). Para gráfico de barra, usar barras pretas, bordas pretas,

barras listradas ou pontilhadas. Na borda da área de plotagem utilizar

uma linha contínua e fina, porém NÃO usar uma linha de borda na área

do gráfico. Em figuras compostas cada uma das imagens individuais

deve ser identificada com uma letra maiúscula posicionada no canto superior direito, dentro da área de plotagem.

26. Evitar legendas desnecessárias na área de plotagem. Nos títulos

dos eixos ou na área de plotagem NÃO usar letras muito pequenas (<

tamanho 10 pt). Nos eixos usar marcas de escala internas. NÃO usar

linhas de grade horizontais ou verticais, exceto em mapas ou

ilustrações similares. O significado das siglas utilizadas deve ser

descrito na legenda da figura. Cada eixo do gráfico deve ter o seu título

e a unidade. Evitar muitas subdivisões nos eixos (cinco a seis seriam

suficientes). Em mapas incluir escala e pelo menos um ponto cardeal.

27. As figuras devem ser elaboradas de forma compatível com as

dimensões da Revista, ou seja, largura de uma coluna (8 cm) ou de

uma página 17 cm e permitir espaço para a legenda. As ilustrações

podem ser redimensionadas durante o processo de produção para

adequação ao espaço da Revista. Na figura, quando for o caso, a escala

deve ser indicada por uma barra (horizontal) e, se necessário, referenciadas na legenda da figura. Por exemplo, barra = 1 mm.

28. Citação de figuras no texto. As figuras devem ser citadas com letra

inicial maiúscula, na forma direta ou indireta (entre parêntesis). Por

exemplo: Figura 1 ou (Figura 1). Na legenda, a figura deve ser

numerada seguida de ponto antes do título. Por exemplo: "Figura 1.

Análise...". Definir na legenda o significado de símbolos e siglas

usados. Figuras devem ser autoexplicativas.

29. Figuras de outras autorias. Para figuras de outras autorias ou

publicadas anteriormente, os autores devem informar explicitamente

no manuscrito que a permissão para reprodução foi concedida.

Carregar no sistema da Revista (não para revisão), como documento

suplementar, o comprovante outorgado pelo detentor dos direitos autorais.

30. Adicionalmente às figuras inseridas no sistema em formato TIFF

ou JPG, os gráficos preparados usando Excel ou SigmaPlot podem ser

carregados como arquivos suplementares (selecionando a opção Not

for review).

31. Ilustrações coloridas. Fotografias e outras ilustrações devem ser

preferencialmente em preto e branco. Ilustrações coloridas são

aceitas, mas o custo de impressão é por conta dos autores. Sem custo

para os autores, podem ser usadas ilustrações em preto e branco na

versão impressa e coloridas na versão eletrônica. Nesse caso, isso

deve ser informado na legenda da figura. Por exemplo, adicionando a

sentença: " this figure is in color in the electronic version". Esta última

informação é para os leitores da versão impressa.

Page 42: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

42

Os autores podem ser convidados a enviar uma fotografia colorida,

para ilustrar a capa da Revista. Nesse caso, não há custos para os

autores.

TABELAS

32. As tabelas devem ser organizadas e numeradas sequencialmente

com algarismos arábicos. A numeração e o título (legenda) devem

estar em posição superior à tabela. A tabela pode ter notas de rodapé.

O significado das siglas e dos símbolos utilizados na tabela

(cabeçalhos, etc.) devem ser descritos no título. Usar linhas

horizontais acima e abaixo da tabela e para separar o cabeçalho do corpo da tabela. Não usar linhas verticais.

33. As tabelas devem ser elaboradas em editor de texto (e.g. doc ou

docx) e não devem ser inseridas no texto como imagem (e.g. no

formato JPG).

34. A citação das tabelas no texto pode ser na forma direta ou indireta

(entre parêntesis), por extenso, com a letra inicial maiúscula. Por

exemplo: Tabela 1 ou (Tabela 1). Na legenda, a tabela deve ser

numerada seguida de ponto antes do título: Por exemplo: "Tabela 1. Análise...". Tabelas dever ser autoexplicativas.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

1. A Acta Amazonica pode efetuar alterações de formatação e

correções gramaticais no manuscrito para ajustá-lo ao padrão editorial

e linguístico. As provas finais são enviadas aos autores para a

verificação. Nesta fase, apenas os erros tipográficos e ortográficos

podem ser corrigidos. Nessa etapa, NENHUMA alteração de conteúdo

pode ser feita no manuscrito. Se isso for necessário o manuscrito deve retornar ao processo de avaliação.

2. A Acta Amazonica não cobra taxas para publicação.Além disso, não

há pagamento de taxa para submissão e avaliação de manuscritos.

Informações adicionais podem ser obtidas por e-

mail [email protected]. Para informações sobre um determinado manuscrito, deve-se fornecer o número de submissão.

3. As assinaturas da Acta Amazonica (versão impressa) podem ser

pagas com cheque ou vale postal. Para o exterior, a assinatura

institucional custa US$ 100,00 e a assinatura individual US$ 75,00.

Para contato: [email protected]. Tel.: (55 92) 3643-3643 ou fax: (55

92) 3643-3029.

Page 43: ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS CURSO DE …

43