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Escola e Cidadania
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Secundária A
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Silv
eira
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Abram Aspas
Abri aspas,
E comecei por te citar…
Os teus medos, as tuas esperanças,
E aquilo…
Senti-me histérico, psicótico,
Enquanto proferia o por ti proferido,
O por ti pensado, transmitido,
Tudo o que me contaste e que
agora faz parte de mim!
Éramos meras crianças em banco
de jardim,
Com ideias e sentimentos em flor.
Os nossos pais idealizavam o nosso futuro,
Mas ali ia-se transformando o nosso
presente…
Agora, já passados quase 30 anos, ainda
me lembro de ti,
De quando vieste viver para Coimbra,
De quando as mãos entrelaçámos pela
primeira vez.
Sinto saudades desses tempos, dessa
pureza.
Sinto saudades da nossa ingenuidade e de
te ver.
Admirado via-te, apaixonado, admirava-te.
Nunca te vou esquecer,
Fechei aspas!
Francisco Afonso, 12ºT2
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Imagens
Não imagino o que possa ser.
Talvez seja imaginação,
Concretamente existo.
Diferente a cada fracção
E vou-me multiplicando consoante as
vontades.
Não tenho uma imagem real de mim,
Dos meus defeitos ou virtudes,
Das minhas capacidades ou limitações.
Apenas sei, e disto tenho a certeza,
Que em nada me pareço comigo mesmo.
Francisco Afonso, 12ºT2
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Amizade Especial
Naquele dia especial
Quando eu olhei para ti
Soube que eras “o tal”
E por ti me apaixonei.
O meu amor te declarei
Em muitas cartas sem fim
Só nunca saberei
Se um dia me amaste assim.
Se me amaste só Deus sabe
E o teu coração também,
Só espero que nunca acabe
Esta amizade que nós temos.
Esta nossa amizade
É brilhante como o ouro,
Como “amor” ou como amigo
És o meu maior tesouro.
Se é tua decisão
Ficares sempre meu amigo,
Como tua amiga te digo:
Quero ficar contigo.
Se algum dia precisares
Vem depressa, eu estou aqui
E vê com os teus próprios olhos
Do que eu sou capaz por ti!
Maria João Antunes, 12ºPAP
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Sem ti!
Sem ti!
Esta minha vida,
Lágrima sofrida.
Estrada sem fim,
Planta sem raiz.
Sem ti,
Sonho falhado.
Verdade impossível,
Pecado sonhado.
Sem ti,
Triste
Distante e oculta,
Vazia e escura.
Sem ti, nada tem sentido
Sem ti!
Maria João Antunes, 12ºPAP
Poem
ário
ES
AR
S
2010
A música e eu
Na música
Expresso-me
À música
Entrego-me
A música é uma melodia
Cheia de Magia
Que me inspira
Dia-a-dia
A música
É o meu ser
Sem ela, como posso viver?
Beatriz Clérigo, 8ºF
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Manhã após a noite
Corro sozinha
Num lugar desconhecido, escuro e só.
O meu coração é silencioso com o meu
olhar,
Observando as árvores e a lagoa iluminada
pelo luar.
Fujo assustada, das derradeiras memórias
Que me levarão um dia ao Inferno.
Fujo, sem conseguir limpar o sangue
Das minhas mãos, boca e alma
Fujo, talvez de mim mesma e do cheiro a
ferrugem que paira no ar,
Fujo, da noite escura que se instalou
No meu coração…
Paro de repente e agora espero,
Espero para esquecer,
Espero que o sangue seque,
Espero que este escorra das minhas
mãos, boca e alma também,
Espero por mim,
Espero que o vento limpe o ar.
Respiro fundo…
Espero que amanheça no meu
coração.
Inês Montalvo, 8ºE
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Sexta-feira, 13 de Agosto
Acordo com o som estridente do meu despertador
Bolas! – exclamo.
Saio a correr, não completamente pronta
E alguém me dá um forte encontrão,
Lindo, ficou o espelho partido, no chão!
Um pequeno gato preto corria na minha direcção
E para me desviar atravessei um escadote
Ufa! Já deixei de acreditar na sorte!
Após perder o autocarro e apanhar uma molha
Ao atravessar a estrada,
Comecei a correr até que esbarrei em alguém,
Alguém que salvou o dia,
Alguém que tornou aquela maldita sexta-feira
O dia mais feliz da minha vida…
Inês Montalvo, 8ºE
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Poeta escondido
Sinto-me mal, não sei o que se passa
comigo
Quero ter vontade de fazer algo mas
simplesmente não consigo
Não sei se já é de manhã, estou
fechado na escuridão
Há uma voz que soa no meu ouvido
dizendo que estou na solidão
Sinto-me fraco, esfomeado, mas sem
vontade de comer
Algo me diz para me levantar e começar
a escrever
Já que não faço nada vou expandir as
minhas ideias então
Surge algo como uma fonte enorme de
inspiração
Mas que é isto dentro de mim que me
consome por completo
O que escrevo não está mal, mas algo
não está certo
Estou de peito aberto e abraço com
alma a poesia
Sinto algum amor a pairar neste ar de
nostalgia
Já não controlo aquilo que escreve
esta caneta
Escreve mas que não seja algo que
me comprometa
Sinto que há mais alguém aqui
presente
Olho em redor e estou só com a
minha mente
Está escrito no papel sentimentos de
um poeta
Maneira de pensar e ideias
defendidas de um profeta.
Ricardo Ribeiro, 10ºT3
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Viver a vida – lições de vida
Saber viver a vida
Relembrar as saídas há muito
esquecidas
Saber aproveitar as boas coisas
proporcionadas no momento
Ir sair com os amigos para algum
festival ou evento
Curtir a batida sentir a balada
Ser mais que comum e convidado de
festa privada
Beber até cair, não me lembrar nada
Controlar os ânimos para não fazer a
cena errada
Curtir a vida não é só sair à noite e
aparecer de madrugada
Toda gente tem fé que vais ser alguém,
não uma promessa falhada
Pode-se curtir mas com
responsabilidade
Há aquele que sai de casa mas não
volta a entrar
Embebedou-se, teve um acidente pouco
provável que volte andar
Incapacitado ficou essa é a verdade
Isto também é uma vida em forma de
lição
Sê verdadeiro contigo mesmo porque a
realidade poucos te mostrarão
Não sou nem mais nem menos que
qualquer irmão
Apenas um poeta que se exprime em
forma de canção.
Ricardo Ribeiro 10ºT3
Poem
ário
ES
AR
S
2010
A Vida
Vira as costas à tristeza
E segue o teu caminho
Vais ver quanta beleza
Consegues descobrir sozinho
Se te prenderes ao teu passado mais escuro
Por quanto tempo lá ficarás?
Luta, levanta a cabeça e segue em frente
Só assim vencerás…
Se o medo te inundar a alma
E a tua melhor amiga for a solidão
Olha o luar numa noite calma
E dá asas à tua imaginação
Quando te sentires só
E vires a vida a fugir por entre os dedos
Lembra-te que a angústia não tem dó
E enfrenta os teus medos…
Catarina Rodrigues, 8ºF
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Drama do Amor
Aroma do amor,
Drama do amador
Amar!? Oh! O mar!
Faz o amo dar
Amor à Mara
A dama, que ele tanto ama.
Mora em Roma
Onde o ar sabe a amora.
Ora, a Dora má
Adora a sua rã
Armada em dó da ama
Faz outro grande drama!
Nina Lozovan, 11ºH1
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Espelho Meu I
Olho para o espelho
Tudo muda,
Muda o tempo, o lugar,
A disposição das coisas.
Eu mudei!
Tornei-me em algo que não queria,
Algo que me mete impressão
Só de olhar.
O corpo que eu sempre vi e que amava
Desapareceu, foi-se!
Para ocupar o seu lugar, veio algo
Devastador, algo que me deita abaixo.
Com o corpo, foi-se o brilho no olhar,
Os sorrisos e os sonhos.
O tal brilho que eu sempre amei
E que sempre cuidei.
Foi-se tudo! Num abrir e fechar de olhos.
Vieram as lágrimas, os gritos, a revolta!
E finalmente, os porquês?
Vontade de partir o espelho aos bocados!
Partir e não poder voltar a ver o reflexo.
Mas ele continua lá.
Cláudia Almeida, 12ºH1
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Espelho Meu II
O meu reflexo está presente em todo o lado.
Vejo olhares por onde passo.
Perguntas que eu não quero e nem tenho
resposta
Tudo o que eu sei é que queria ser normal,
Voltar a ser o que era!
Percorro o espelho, assusto-me com o que
vejo.
No meu olhar, vejo uma escuridão,
No meu rosto, um sorriso disfarçado.
Antigamente, gostava do que via.
Queria dizer que o espelho mente,
Mas não o faz,
Diz a verdade nua e crua!
E ela dói!
Sinto aquela vontade de querer e não ter a
força para lutar,
Querer e não ter a capacidade de dar a volta
por cima.
Tenho medo de que aconteça algo que
faça com que já não haja mais dias
seguintes.
Medo, de não dizer a quem mais eu
gosto, o quão importantes são para
mim.
Medo de falhar.
Afinal, espelho meu, espelho eu,
haverá alguém mais bela do que eu?
Há. Eu pelo menos não te consigo
enfrentar.
Cláudia Almeida, 12ºH1
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Fuga
Apetece-me fugir
Para sul ou até para o deserto
Só para poder desistir
Da infelicidade que está por perto
Procuro a felicidade
Que não aparece
Busco-a com vontade
Mas julgo que já não me apetece
Cruzar mares e rios
Para poder escapar a tudo
Passar por lugares sombrios
Que existem no mundo
Para a frente é o caminho
Conhecer nova gente
Tratá-las com carinho
Não me sai do pensamento
Sonho com o impossível
Mas sonhar
É incrível
E nunca quero parar.
João Leitão, 12ºT3
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Anjo
És um Anjo que caiu dos céus
E para ti só tenho um desejo
Que depois de tratares os véus
Me possas dar um beijo
O meu coração é teu
Ficarmos juntos para sempre
É apenas um sonho meu
E não há ninguém que me lembre
Dava-te o mundo
Meu anjo perfeito
Fecha os olhos por um segundo
E diz-me se sou o teu Eleito
Espero que fiques perdida
E que fiques na terra
Durante toda a tua vida
Vais travar muita guerra
És dona do meu coração
Por isso, aperta o cinto que vamos
voar
Por favor, afasta-me da maldição
De não te amar.
João Leitão, 12ºT3
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Amar
Amo-te mais do que
Possas entender
Mais do que possas atingir
Porque amar não é querer
Amar é conseguir.
É sermos um só
É conseguir acreditar
Que apesar de todas as
diferenças
Ainda podemos amar.
É passar momentos
É recordar emoções
É partilhar momentos
É ouvir ambos os corações.
É estar sempre feliz
E nunca sozinho
É receber amor e
Muito, muito carinho.
Haverá definição para amar?
Talvez sim, talvez não…
Será deixar de pensar
E ouvir o coração?
Bruna Martins, 10ºT2
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Tempo
Foi apenas uma ilusão
Que bateu à porta do coração
Coração que não tinha tempo p’ra amar
E agora está sozinho a navegar
Pelo mar do tempo eu vou
O tempo aqui parou
Desde que o sol deixou de brilhar
E a estrela de cintilar…
Tu eras para mim
O meu porto de abrigo
Eu saberia ao certo que estava aí sempre um
amigo
Para estender a mão se eu dela precisasse
E para cantares ao meu ouvido se eu da letra da
nossa canção não me lembrasse
Tu serás a doce lembrança
De um dia de inverno
O nosso amor irá para sempre ser eterno
Daniela Lima, 12ºT2
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Ao Senhor do Clarinete
O dia já ia longo,
E quando me vias chegar,
Um grande sorriso me esperava,
Era a tua forma de me cumprimentar!
Sentada no banco do jardim,
Contigo gostava de estar,
Passavamos um pouco a
(des)conversar
E tu dizias:
- Palerma não é assim,
Já estás a inventar!
Da escala musical gostavas de me falar,
O senhor do clarinete,
Alguma coisa me ensinou,
E além de tudo gostava de me ouvir
cantar!
Hoje fica a saudade,
E a lembrança das belas
tardes que tinha quando tu
estavas,
Enquanto criança!
Daniela Lima, 12ºT2
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Destino Traiçoeiro
Desisti de te ver,
Desisti de te encontrar.
Tenho esperança de puder dizer
Que ao pé de ti quero estar.
Tenho medo de te perder,
Tenho medo de não te voltar a encontrar,
Tenho medo de não saber
Do que de ti posso esperar!
A verdade, verdadeira
É que onde tu estás eu nunca estou
Pois parece que para nos separar
O destino se encarregou!
Mónica Nunes, 12ºT2
Poem
ário
ES
AR
S
2010
Mulher Simples
Pequena e humilde habitação
Tudo simples, limpo e de agradável aconchego
É como um espelho do ser que em vão
Passa os dias na sua rotina de sossego.
Criança, mulher, mãe, companheira…
É a garra da personalidade forte
Em que, por vezes, a vida lhe tira a sorte
Dum descanso em paz de vida alheia.
Mónica Nunes, 12ºT2
Poem
ário
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S
2010
Chuva
Esconde-se o Sol,
Numa noite sem lua.
A luz do candeeiro apaga,
Enquanto ele passa na rua.
De cabeça baixa, ele prossegue,
Está habituado à escuridão.
Brilham os seus trajes negros,
Negros, como o seu coração.
A luz continua a desvanecer,
Mas ele não parece querer parar,
Mantém a sua suave passada,
Com chuva fraca no olhar.
E ele continua, sozinho,
A rua escura, deserta.
Apenas eu o contemplo,
Com a minha porta aberta.
Tento chama-lo,
Mas ele não consegue ouvir.
Continua isolado,
Sem se distrair.
Abstraído de tudo o resto,
Ele viaja no seu pequeno mundo,
Sem falar e sem escutar,
O mudo som de cada segundo.
O seu olhar mantém-se claro,
Sendo agora a única luz visível.
A sua cor de mel apaixona,
E mostra uma felicidade inatingível.
Coxeando, dirige-se a mim.
Agarra-se a minha mão,
Sinto o frio dos seus dedos
E ouço a sua fraca oração.
Fitando-me, ele vai embora,
Parece estar a morrer,
Mas nunca se queixa,
Da dor que começo a reconhecer.
E ele que rasteja, sou eu.
Aquele que tenho vindo a matar,
Sou eu, a parte que me falta,
Está agora no chão a rastejar.
Os meus joelhos cederam,
Não o consigo perseguir,
Nos nossos olhos chove forte,
Percebo que ele vai partir.
Grito pelo seu perdão,
Por ter abandonado a sua alegria,
Por me agarrar à tristeza,
E não deixar nascer o dia.
Largo os meus sonhos.
Digo-me adeus.
Olho por mim,
E sofro por erros meus.
Ninguém pode parar a chuva,
Mas a chuva todos pode parar.
Ele cai no chão, seus olhos
vazios,
Dando aos vivos, um corpo para
enterrar.
No meu rosto, uma lágrima por
chorar.
Chuva, do meu olhar.
João Filipe Oliveira, 12ºH1
Poem
ário
ES
AR
S
2010