epistemologia genética desenvolvimento mental na criança jean piaget construções cognitivas
TRANSCRIPT
Epistemologia GenéticaDesenvolvimento Mental na Criança
Jean Piaget
Construções Cognitivas
TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO
JOHN DEWEY – ESTADUNIDENSE – FILÓSOFO E EDUCADOR 1859 __________________________________ 1952 MARIA MONTESSORI – ITALIANA - MEDICINA 1870 ____________________________1952
OVIDE DECROLY – BELGA - MEDICINA 1871 ____________________ 1932 HENRI WALLON – FRANCÊS – FILOSOFIA, MEDICINA 1879 __________________________________1962 CÉLESTIN FREINET – FRANCÊS – PROFESSOR DO PRIMÁRIO 1896 ____________________________________ 1966 JEAN PIAGET – SUÍÇO – BIOLOGIA E FILOSOFIA 1896 ________________________________________________ 1980 LEV VYGOTSKY - BIELO-RUSSO – DIREITO, MEDICINA, HISTÓRIA E FILOSOFIA 1896 ______________________1934 PAULO FREIRE – BRASILEIRO - DIREITO 1921 __________________________________________ 1997 EMÍLIA FERREIRO – ARGENTINA - PSICOLINGUISTA 1939 __________________________........
Jean Piaget
Biografia de Jean Piaget
Definiu a si mesmo como: “antigo-futuro filósofo que se transformou em psicólogo e investigador da gênese do conhecimento”
1965 - “Sabedoria e ilusões da filosofia”
Nessa publicação fala dos rumos tomado pelas ciências cujas fronteiras ao
longo dos tempos têm por um lado a verificação e a especulação
“Epistemologia: estudo do grau de certeza do conhecimento científico em seus diversos ramos, especialmente para apreciar seu valor para o espírito
humano” (Bueno, 1976)
Porque Epistemologia Genética: “estudo da passagem dos estados inferiores do conhecimento aos estados mais complexos ou rigorosos”
Piaget propõe retornar às fontes ou gêneses do conhecimento aos quais a
epistemologia só conhece os estados superiores
Epistemologia na Filosofia
História do pensamento científico
Epistemologia Genética de Piaget
estudo experimental do desenvolvimento da inteligência do nascimento à
adolescência
Matéria interdisciplinar que se ocupa com todas as ciências
Jean Piaget
Nasceu em Neuchâtel – Suíça – 09/08/1896
11 anos – 1º trabalho observação de um pardal albino publicado em revista de História Natural
15 aos 18 anos – publicou artigos sobre moluscos; resultaram num convite para ser curador no Museu de História Natural
Estudos de Lógica e Religião – interesse pela Epistemologia que se somaram à formação sólida em Ciências naturais (Biologia) e na Filosofia
19 anos – Bacharel em Ciências Naturais
21 anos – Doutor em Filosofia – apresentando tese sobre moluscos
Após doutorado - Zurich – contato com as idéias de Freud – método clínico
França – trabalhou com Binet – 1º teste de inteligência
1º teste de inteligência
visão psicométrica (QI): mensuração de diferenças individuais através de testes
Interesse de Piaget
respostas erradas consistência para as crianças de uma faixa etária
idéia central para sua teoria as crianças mais novas têm inteligência qualitativamente diferente das mais velhas
a maneira de pensar é diferente
1921 – assumiu como diretor de Pesquisa do Instituto Jean-Jacques Rousseau
1936 – livros baseados na observação de seus 3 filhos, durante dois anos junto com sua esposa
Seis Estudos de Psicologia
Edição de 1984
O Desenvolvimento Mental da Criança
Inteligência humana como sistema cognitivo
Aberto se alimenta pela ação e percepção do sujeito
&
Fechado não é uma página em branco; tem capacidade de organização
desenvolvimento cognitivo
contato do sistema cognitivo com informações do meio & processo de reestruturação interna para equilíbrio
O Desenvolvimento Psíquico
Semelhanças entre a vida psíquica e a vida do corpo
Tendência para o equilíbrio
Vida psíquica Vida do corpo
Evolui na direção de um equilíbrio final
Conclusão do crescimento e maturidade dos órgãos
O Desenvolvimento Psíquico
Diferenças entre a vida psíquica e a vida do corpo
Equilíbrio com evoluções diferentes
Vida psíquica Vida do corpo
Funções superiores da Inteligência, afetividade tendem a um equilíbrio
móvel
Forma final de equilíbrio estática
e instável; evolução ascendente e regressiva
Equilibração Progressiva
passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior
Inteligência, vida afetiva e relações sociais
Equilibração: estabilidade, ajustamento, flexibilidade, mobilidade
Aspectos complementares do processo de equilibração
Funções constantes & Estruturas variáveis
Equilibração = Funções constantes & Estruturas variáveis
Aspectos Complementares do Processo de Equilibração1. Mecanismos Funcionais Constantes
necessidade ação
Necessidade
Manifestação de um desequilíbrioAlgo fora da pessoa ou na pessoa
se modificaReajustamento da conduta em
função da mudança
Ação
MovimentoPensamentoSentimento
(exterior ou interior)
Equilibração = Funções constantes & Estruturas variáveis
1. Mecanismos Funcionais Constantes
necessidade ação
A ação acaba quando há satisfação da necessidade e a organização mental é reestabelecida
A cada instante a ação é desequilibrada palas transformações que aparecem no mundo (exterior e interior) e cada nova conduta vai
funcionar para reestabelecer o equilíbrio e para tornar esse mais estável que o do estágio anterior a essa perturbação
Ação Humana = movimento contínuo e perpétuo de reajustamento ou equilibração
os interesses de uma criança dependem do conjunto de suas noções adquiridas e das disposições afetivas
Equilibração = Funções constantes & Estruturas variáveis
1. Mecanismos Funcionais Constantes
Forma Geral das Necessidades e Interesses
1º incorporar as coisas e pessoas às atividade própria do sujeito assimilar o mundo exterior às estruturas
ex.: mamar no seio, depois mamar na mamadeira
2º reajustar as estruturas já construídas em função das transformações ocorridas
acomodar as estruturas já construídas aos objetos externosex.: do uso da mamadeira para o uso da colher
vida mental e orgânica assimilar progressivamente o ambiente por meio das estruturas ou órgãos psíquicos ampliando cada vez mais o raio
de ação
Equilibração = Funções constantes & Estruturas variáveis
1. Mecanismos Funcionais Constantes
A função da assimilação em todos os níveis de pensamento
incorporar o universo a si próprio
a estrutura da assimilação vai variar desde as formas de incorporação sucessivas da percepção e do movimento até as operações superiores
assimilando os objetos, a ação e o pensamento são obrigados a se acomodarem a esses objetos, ao reajuste
Adaptação = Equilíbrio das Assimilações e Acomodações
Equilibração = Funções constantes & Estruturas variáveis
Aspectos Complementares do Processo de Equilibração
2. Estruturas Variáveis
Estrutura: inteligência é afetada por fatores hereditários e psicológicos
Estrutura hereditária Estrutura Psicológica
Estruturas físicas, reações comportamentais automáticas
Nos primeiros dias de vida os reflexos são modelados pela
experiência ambiental
É composta por uma série de esquemas integrados
Equilibração = Funções constantes & Estruturas variáveis
2. Estruturas Variáveis (continuação)
Esquema: padrão de comportamento ou ação que se manifesta com ordem e coerência e que descreve um tipo regular de ação que a criança
aplica aos vários objetos(Exemplo: esquema de sucção)
Os esquemas mais evoluídos envolvem mais do que um reflexo(Exemplo: chupar o dedo)
Estruturas variáveis: formas sucessivas de equilíbrio que marcam as
diferenças de um nível de conduta para outro (do lactente à adolescência)
Organizam a atividade mental sob um duplo aspecto
Motor ou intelectual - dimensão individual Afetivo - dimensão social, interindividual
Equilibração = Funções constantes & Estruturas variáveis
Seis períodos do desenvolvimento que marcam o aparecimento das estruturas sucessivamente construídas
1º sensório-motora 2º pré-operacional 3º operações concretas
4º operações formais
Até os 2 anos
Antes da linguagem e do pensamento
2 a 7 anos 7 a 12 anos Acima de 12 anos
Reflexos, mecanismos
hereditários e 1as nutrições
Inteligência intuitiva, sentimentos
interindividuais espontâneos e das relações sociais de
submissão ao adulto
1ª infância
Começo da lógica dos sentimentos
morais e sociais de cooperação
Operações intelectuais abstratas
Formação da personalidade
Inserção afetiva e intelectual na sociedade
dos adultos
1os hábitos motores e percepções organizadas e sentimentos organizados
Inteligência prática regulações afetivas elementares e 1as fixações exteriores
da afetividade
Equilibração = Funções constantes & Estruturas variáveis
2. Estruturas Variáveis (continuação)
Em cada estágio aparecem estruturas originais diferentes das anteriores
O essencial das construções sucessivas permanece nos próximos estágios como subestruturas para novas características
Forma Geral do Equilíbrio
O Desenvolvimento Mental, com sua organização progressiva, é
entendida como uma adaptação sempre mais precisa à realidade
Períodos do Desenvolvimento Mental 1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Extraordinário desenvolvimento mental, mas pela falta de linguagem poucos davam atenção
Período decisivo para a evolução psíquica da centração
(egocentrismo radical) para uma revolução copérnica em miniatura
Assimilação sensório-motora do mundo exterior pela criança
Sob duplo aspecto: inteligência e vida afetiva
3 estágios distintos: reflexos; organização das percepções e hábitos; e, inteligência sensório-motora
Observações no final da apresentaçãoObservações no final da apresentação
1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Inteligência – subestágio dos reflexos
Vida mental no exercício de aparelhos reflexos com tendências instintivas
Esses reflexos não correspondem a uma passividade mecânica
manifestam uma atividade verdadeira que atesta a assimilação
sensório-motora precoce (generalização da atividade)
1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Inteligência – subestágio da organização das percepções e hábitos
Os exercícios reflexos tornam-se mais complexos pela integração dos hábitos e percepções organizados
Ponto de partida de novas condutas adquiridas com a ajuda da experiência
Esquemas sensório-motores
Um ciclo reflexo como ponto de partida cujo exercício não apenas repete,
mas incorpora novos elementos, totalidades organizadas mais amplas; se o resultado for interessante (assimilável) o sujeito o reproduz em
novos movimentos
Forma mais evoluída de assimilação
1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Inteligência – subestágio da inteligência sensório-motora
A inteligência aparece bem antes do pensamento interior que supõe o emprego de signo verbais (linguagem interiorizada)
Inteligência totalmente prática não utiliza palavras e conceitos, mas percepções e movimentos como esquemas de ação
Condições para a construção dos atos de inteligência sensório-motora
As condutas precedentes se multiplicam até o ponto de ser maleável para registrar os resultados da experiência (reações circulares)
Varia com intenção movimentos e gestos que conduziram resultado interessante explorando o ambiente
Os “esquemas de ação” tornam-se suscetíveis de se coordenarem entre si (conceito sensório-motor), tal como depois farão os conceitos do
pensamento, buscando a generalização
1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Finalidade do desenvolvimento intelectual
Transformar a representação das coisas
inverter a indissociação primitiva
A consciência começa por um egocentrismo inconsciente e integral e a
inteligência sensório-motora levam à construção de um universo objetivo; corpo apenas um entre outros
Processos que caracterizam a revolução intelectual do período
Construção das categorias práticas de objeto e de espaço; da causalidade e do tempo
1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Finalidade do desenvolvimento intelectual – construção de categorias
Objeto prático nos primeiros meses o lactente não percebe objetos reconhece quadros sensoriais familiares.
1º ano os objetos são procurados depois que saem do campo de percepção; começo da exteriorização do mundo material
Saída do egocentrismo integral para o universo exterior
Espaço prático solidária com a construção do objeto; inicialmente há espaços não coordenados entre si e relacionados aos diferentes
domínios sensoriais.
2º ano se conclui um espaço geral que compreende os objetos em relação entre si e na sua totalidade e o próprio corpo.
Deve-se à coordenação de movimentos.
1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Finalidade do desenvolvimento intelectual – construção de categorias
Causalidade primeiro ligada à atividade em seu egocentrismo; relação entre um resultado empírico e uma ação que o atraiu.
No início repete um esquema causal para agir à distância sobre qualquer coisa (causalidade mágica).
2º ano a criança já reconhece as relações de causalidade dos objetos entre si, objetivando e espacializando as causas
Tempo paralela à causalidade; relação entre o tempo dos eventos tem relação com a coordenação entre as ações dos objetos
1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Vida afetiva
É falso e superficial separar sentimentos e pensamento como compartimentos distintos
Conduta foco necessário para entender a vida mental concebida como fortalecimento do equilíbrio.
Supõe instrumentos ou técnicas (movimentos e inteligência) mas implica também em modificações e valores finais (sentimentos)
1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Vida afetiva– subestágio dos reflexos
Impulsos instintivos elementares e emoções primárias
Proximidade das emoções com o sistema fisiológico das atitudes e posturas
Vida afetiva– subestágio da organização das percepções e hábitos
Sentimentos elementares, afetos perceptivos ligados à própria atividade do sujeito (agradável e desagradável)
Lactente se interessa por seu corpo, seus movimentos e pelos resultados destas ações “narcisismo” sem Narciso
1º sensório-motora – recém-nascido e lactente
Vida afetiva – subestágio da inteligência sensório-motora
Objetivação dos sentimentos e sua projeção sobre outras atividades que não apenas as do “eu” “escolha do objeto”
Correlação com a construção do objeto
(“eu” como pólo interior da realidade em oposição ao pólo externo e objetivo)
E objetos ativos vivos e conscientes (outras pessoas)
Sentimentos interindividuais
Períodos do Desenvolvimento Mental 2º Pré-operacional – 1ª Infância
Grande Evento - aparecimento da linguagem
Criança agora é capaz de reconstituir suas ações passadas por narrativas,
antecipar ações futuras pela representação verbal
Resultado 3 conseqüências para desenvolvimento mental
Início da socialização da ação – troca da criança com outros indivíduos Gênese do pensamento – pela interiorização da palavra
Interiorização da ação – antes perceptivo e e motor agora no plano intuitivo (experiências mentais)
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Linguagem e Socialização da Ação
Criança inicia a troca e a comunicação com os outros linguagem
Linguagem X Relações Interindividuais
Aparece sob forma definida X imitação dos gestos corporais e exteriores
construção consciente
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Linguagem e Socialização da AçãoFunções elementares
Subordinação e coação espiritual do adulto sobre a criança – “eu ideal”
adulto x “eu” da criança
Trocas - Intercomunicações da criança formulando e narrando (memória) ações transformando condutas em pensamento. Monólogo
infantil nos momentos de socialização, brincadeiras com regras
Crianças fala para si mesma – diferente da vida adolescente e adulta os monólogos são auxiliares da ação imediata
Análise da Linguagem espontânea – condutas sociais ainda não são socializações profundas – criança ainda centralizada, indiferenciação
em relação aos outros
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Linguagem e Gênese do Pensamento
Linguagem
Permite à criança contar suas ações reconstruindo o passado, antecipar as futuras, e mesmo substituir as ações pala palavra sem nuca as
realizar
Veículo de conceitos e noções que pertencem a todos e reforça a ligação entre o pensamento individual com o sistema de pensamento
coletivo
Pensamento como a conduta global ainda por assimilação egocêntricaPensamento egocêntrico no jogo simbólico
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Linguagem e Gênese do Pensamento
O pensamento egocêntrico no jogo simbólico
Jogo atividade inicial que ativa e reforça a aprendizagemNo sensório-motor puro exercício; pré-operacional tem regras envolve
imaginação e imitaçãoFunção satisfação do desejo infantil pela transformação do real
Jogo simbólico como uma assimilação deformada da realidade. A
linguagem intervém no pensamento imaginativo através da imagem ou símbolo
Signo ou símbolo em Piaget – é individual e elaborado sem o recurso dos outros e compreendido pelo indivíduo (lembranças e estados íntimos e pessoais) por isso esse jogo seria um pólo egocêntrico do pensamento
2º Pré-operacional – 1ª InfânciaLinguagem e Gênese do Pensamento
Pensamento intuitivo forma mais adaptada ao real que a criança desta fase conhece. Mantém de certa maneira a experiência e
coordenação da fase anterior, mas as reconstitui e antecipa devido à representação
Pensamento da criança é espontâneo – faz perguntas abundantes quase ao mesmo tempo que fala
“Onde?” “O que é?” “Por quê?”
Sentido geral dos “porquês” – indiferenciado no caminho entre a causa e um fim. Torna-se obscuro aos adultos porque a pergunta também é
dirigida a fenômenos que ocorrem ao acaso
A criança procura “a razão de ser” das coisas não há acaso na natureza
2º Pré-operacional – 1ª InfânciaLinguagem e Gênese do Pensamento
Assimilação do mundo às atividades que desenvolve – indiferenciação entre o”eu” infantil e o mundo externo
Pensamento da criança ainda apresenta egocentrismo – esquemas práticos transferidos para o novo plano se prolongando sob as formas seguintes.
Finalismo – razão causal e final das coisas Animismo infantil – tendência da criança de conceber as coisas como
vivas e dotadas de intenção Artificialismo – as coisas do mundo seriam construídas pelo homem
ou por força divina
Pensamento da Criança X Pensamento dos Primitivos
As leis do desenvolvimento mental serviriam para o homem em todo o tempo e em todas épocas, bastando ter passado pela infância – haveria
sempre um pensamento infantil
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Intuição
A criança afirma suas conjecturas sem nunca provar que está correto
O egocentrismo como dificuldade de diferenciar o ponto de vista próprio e o dos outros
Não sabe definir conceitos que emprega e os objetos são definidos pelo uso
A criança já seria lógica com relação a ação e manipulação?
- Inteligência prática prolonga a inteligência sensório-motora e prepara as noções técnicas adultas. Há adiantamento nas ações e não nas palavras
- Na perspectiva experimental (não-verbal) a crianças raciocinará de forma pré-lógica usando a intuição
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Intuição
Definição: interiorização das percepções e movimentos como imagens representativas e experimentais que prolongam os esquemas sensório-
motores
Primado das percepções se sobrepõe às operações racionais que necessitam da noção de conservação e reversibilidade (Exemplo p.34)
O que falta para esse pensamento ser lógico?
Falta prolongar a ação já conhecida pela criança (sujeito) nos dois sentidos
Reversibilidade
2º Pré-operacional – 1ª Infância
IntuiçãoO que falta para esse pensamento ser lógico?
Falta prolongar a ação já conhecida pela criança (sujeito) nos dois sentidos
Reversibilidade
Intuição primária – um esquema prático transposto como ato de pensamento. Mas é uma característica positiva. Prolongando a ação interiorizada, com
mobilidade reversível pode se transformar em operação
Intuição articulada – ultrapassa a forma de intuição anterior na dupla direção de antecipar as conseqüências da ação e reconstituir os estados anteriores. Mas
permanece a irreversibilidade porque ainda depende da sua perspectiva perceptiva
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Vida Afetiva
No nível do desenvolvimento afetivo são 3 as novidades essenciais
Regularizações de interesses e valores – ligadas aos pensamentos intuitivos em geral
Relações afetivas interindividuais – afeições, simpatias e antipatias ligados à socialização das ações
Sentimentos morais instintivos – provenientes das relações entre adultos e crianças
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Vida Afetiva
Regularizações de interesses e valores – ligadas aos pensamentos intuitivos em geral
Interesse prolonga a necessidade, orientação própria a todo ato de assimilação mental. No pensamento intuitivo os interesses se multiplicam e vão dando
lugar a uma dissociação progressiva entre os mecanismos energéticos (ligados ao interesse) e aos valores que o mesmo interesse produz
Aspectos complementares do interesse regula a energia & implica um sistema de valores (interesses) que se diferenciam determinando finalidades
mais complexas para a ação
Interesses e valores relacionados à própria atividade influenciam sentimentos de autovalorização porque registra resultado da atividade
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Vida Afetiva
Relações afetivas interindividuais – afeições, simpatias e antipatias ligados à socialização das ações
Constituídas pelos múltiplos valores (interesses). Graças à linguagem e aos signos verbais é possível fazer as trocas, a comunicação entre a criança e o ambiente
Desenvolvimento de um jogo de simpatias para quem faz parte dos seus interesses Crianças e seus pais – amor pelos pais não se explica pelos laços hereditários, os valores infantis são moldados pelos pais. No início as valorizações são unilaterais
relacionadas com o respeito, origem dos sentimentos moraisPrimeira moral da criança é a obediência e o primeiro critério de bem é a vontade dos
pais. Valores morais são normativos e heterônoma
Pseudomentira – deformação da realidade para a subverter aos interesses da própria criança. Aceita, no entanto a repreensão e a punição das mentiras
2º Pré-operacional – 1ª Infância
Vida Afetiva
Sentimentos morais instintivos – provenientes das relações entre adultos e crianças
Primeiros valores são moldados na regra recebida, graças ao respeito unilateral. Regra que é seguida ao pé da letra e não na sua essência
Para que os mesmos valores se organizem em um sistema coerente e geral os sentimentos morais deverão ter certa autonomia, sendo necessário que o
respeito se torne mútuo
Períodos do Desenvolvimento Mental
3º Operacional Concreto – Infância
Coincide com início da escolarização modificação decisiva no desenvolvimento mental
Progressos da Conduta e da Socialização
Duplo progresso concentração individual & colaboração efetiva na vida comunitária
Ação individual: começo de reflexão (deliberação interior X conduta social interiorizada); conversão do egocentrismo social e intelectual importante para
inteligência e afetividade Inteligência – início das construções lógicas;
Afetividade – moral de cooperação e autonomia pessoal - vontade
Relações interindividuais: capaz de cooperar; dissociação; diálogo; mudança nas atitudes sociais
Jogos com regras: duplo progresso – lei única diante todos e “ganhar” com sentido coletivo
3º Operacional Concreto – Infância
Progressos do Pensamento
Declínio das formas egocêntricas de causalidade e representação do mundo e aparecendo novas formas de explicação corrigindo as anteriores
Relações de causa e efeito por identificação (forma mais simples) – redução das matérias umas às outras – identificação - hilozoísmo X animismo infantil
Assimilação egocêntrica se transformando em assimilação racional mais
complexa que identificação – explicações atomísticas – criança não generaliza (só após 11 anos) – Exemplo do açúcar dissolvido na água
O todo é explicado pela composição das partes – operações de divisão ou adição; princípios de conservação; operações em sistemas fechados e coerentes -
invariantes
Comentário sobre Tales de MiletoComentário sobre Tales de Mileto
Comentário sobre PitágorasComentário sobre Pitágoras
3º Operacional Concreto – Infância
Progressos do Pensamento
Noções de permanência substância, peso e volume Elaboração das noções de conservação: explicação causal por
composição partitiva – jogo de operações coordenadas em sistemas e conjuntos reversíveis (identidade não é o mais importante) Resultados das operações: corrigir a intuição perceptiva e
transformando as relações imediatas num sistema coerente de relações objetivas
Noções de tempo (velocidade e espaço) formação por coordenação de operações análogas (sistemas coerentes e ligados): acontecimentos
colocados em ordem de sucessão e simultaneidade das durações (intervalos entre os acontecimentos)
Velocidade noção racional (relação tempo/espaço) elaborado 8 anosEspaço início da construção racional após 7 anos
3º Operacional Concreto – Infância
As Operações Racionais
Operações uma ação qualquer (com origem motora, perceptiva ou intuitiva) que tem por raízes esquemas sensório-motores, experiências afetivas
ou intuitivas e que se transformam em operação por constituir sistemas de conjuntos passíveis de composição e revisão (sem isolamento) – Exemplo dos
bastões (p. 49) Pensadores (p.18)
Método operatório supõe operação inversa – operações de seriação (comprimentos e matéria) 7 anos; seriação por pesos (tamanhos
iguais); seriação dos volumes (por imersão) 12 anos
Operações lógicas dos sistemas de classificações ligadas à reversibilidade do pensamento - encaixar as partes no todo ou destacar as partes em relação
ao todo
Antes dos 7 anos há dificuldade de comparar classes com subclasses
3º Operacional Concreto – Infância
As Operações Racionais
Construção do número e das operações aritméticas 1ª infância números são intuitivos a série indefinida e as operações (soma e multiplicação) após 7
anos
Motivo: número é um composto de operações precedentes e supõe construção prévia. Número inteiro: coleção de unidades iguais entre si e ao mesmo
tempo uma série ordenada (cardinal e ordinal)
relações termo a termo: permanecem intuitiva na 1ª infância e só se tornam operações numéricas quando a criança é capaz de fazer a seriação de fichas
e o encaixamento das partes nos todos (classes), elabora os números
Conclusão Geral o pensamento se torna lógico pela organização de sistemas de operações que obedecem às leis de conjunto comuns
3º Operacional Concreto – Infância
As Operações RacionaisLeis de Conjunto Comuns nos Sistemas de Operações
1. Composição 2 operações de um conjunto se compõem e resultam numa operação do conjunto
1+1=2; 2+2=4
2. Associatividade as operações podem se associar de todas as maneiras2+(3+4)=(2+3)+4
3. Identidade a operação direta e seu inverso dão uma operação nula ou idêntica
+1-1=0; +2-2=0, etc
4. Reversibilidade para cada elemento do grupo há apenas 1 elemento, chamado inverso que combinado com o 1º resulta no elemento identidade
+1 inverte-se em -1; +2 inverte-se em-2, etc
3º Operacional Concreto – Infância
As Operações Racionais
Conclusões importantes
As noções e relações não se constituem de forma isolada, são organizações de conjuntos nas quais todos os elementos são solidários e se equilibram
entre si
A assimilação operatória assegura um equilíbrio superior porque a reversibilidade traduz um equilíbrio permanente entre a assimilação das
coisas pela mente e a acomodação da mente às coisas
Criança se liberta do egocentrismo inconsciente pra a grupar as relações, a mente atinge um estado de coerência e não-contradição
3º Operacional Concreto – Infância
Afetividade, vontade e sentimentos morais
Novos sentimentos aparecem por uma organização da vontade que integra melhor o “eu” e regula a vida afetiva
mútuo respeito: origem no respeito unilateral, mas organizado em função da cooperação entre as crianças
conduz a novos sentimentos morais: Sentimento de regra que agora é comum e construído em acordoHonestidade necessária entre os jogadores: mentira agora é grave
Sentimento de justiça: distributiva, com igualdade estrita, retributiva (intenção)
Lógica de valores e ou ações entre indivíduos: os sentimentos são sistemas racionais de valores pessoais agrupados segundo uma “escala”
Vontade equilíbrio final no campo afetivomoral - sentimentos morais autônomos
3º Operacional Concreto – Infância
Afetividade, vontade e sentimentos morais
Confusão conceitual acerca da vontade
redução à energia do sujeito ato intencional
Vontade regulação da energia onde não se segue a tendência interior e forte (prazer), mas reforça a tendência superior e frágil (dever)
Problema que interessa à Psicologia do Desenvolvimento: educação da vontade; como tornar o sentimento de dever mais forte do que o
sentimento de prazer, graças à vontade?
Mantém a regulação reversível
Períodos do Desenvolvimento Mental
4º Operações Formais – Puberdade
Piaget afirma que não pretende descrever a fase a partir de algumas perturbações, mas manter foco no pensamento e na vida afetiva
Os poderes multiplicados dos adolescentes perturbam a afetividade e o pensamento, mas depois os fortalecem
4º Operações Formais – Puberdade
O Pensamento e suas Operações
Criança Adolescente
Passagem do pensamento concreto para o lógico-dedutivo
O pensamento da criança se afasta do real porque ela substitui os objetos
ausentes pela representação viva equivalendo ao real; não raciocinam sobre sentenças verbais, recaindo na intuição pré-lógica
Não constrói sistemas, pensa concretamente sobre cada problema de acordo com seu aparecimento na
realidade
Interesse por problemas inaturais; há facilidade de elaborar teorias
abstratas
4º Operações Formais – Puberdade
O Pensa mento e suas Opera ções
Problemas de a ritmética crianças sentem muitas dificuldad es porqu e manipu lam ob jeto s p ara raciocinar . Enu nciado s v erb ais são difíceis p orq ue estão ligad os às hip óteses, não são con creto s 12 a no s – op erações ló gicas, através da lín gu a, são tran spo stas do p lano d a manip ulação co ncreta para o plano das id éias
(p alav ras, símbo lo s matemáticos) sem ap oio d a percep ção , experiên cia ou crença. As co nclusõ es são válidas, in depen den te da realidad e
Co ndiçõ es para construção do pensamento fo rmal ex ecu tar em pen samento ações po ssíveis ao s o bjetos, refletindo essas operaçõ es ind epend ente do s o bjeto s, su bstitu ind o-os po r prop osições (líng ua); ap ós o início d esse p ensamen to se torn a p ossível a con stru ção d e sistemas e teo rias
Ló gica da s relaçõ es (cria nça) Lóg ica de pro po sições (adolescente)
4º Operações Formais – Puberdade
O Pensamento e suas Operações
Novo Poder pensamento livre do real
Livre atividade da reflexão espontânea
Egocentrismo adolescente intelectual e comparável às crianças dos períodos anteriores; crença na onipotência da reflexão; o “eu” forte reconstrói o Universo
O equilíbrio é atingido quando a reflexão compreende que sua função não é contradizer, mas adiantar e interpretar a experiência
4º Operações Formais – Puberdade
Afetividade da Personalidade no Mundo Social dos Adultos
Dupla conquista personalidade e inserção na sociedade adulta
Personalidade e Adolescência começa no final da infância pela organização autônoma das regras, valores e vontade; hierarquizando as
tendências segundo a moralPersonalidade existe desde que se forma “um programa de vida” como
fonte de disciplina para a vontade e para cooperação, necessita reflexão livreDesequilíbrio: egocentrismo adolescente – pela personalidade em
formação coloca-se em igualdade com os adultos, sentindo-se diferente – incompreensão e messianismo
Descobre em certo sentido, o amor ama através do romance
4º Operações Formais – Puberdade
Afetividade da Personalidade no Mundo Social dos Adultos
Vida Social
Fase Inicial de Interiorização Fase Positiva
Adaptação à sociedade quando ao adolescente se transforma de reformador em realizador
Adolescente anti-social
Medita sobre a sociedade que interessa e quer reformar
desprezo pela sociedade real
Sociedades dos adolescentes
Jogo coletivo que a escola não sabe aproveitar
reorganizações positivas para mudança do real - grandes
entusiasmos coletivos
Conclusão sobre o Desenvolvimento Mental
Unidade dos processos – sistema de operações universo prático e sensorial universo concreto reconstrução do universo
inteligência prática-sensorial pensamento concreto pensamento hipotético-dedutivo
Elaboração intelectual - As construções sucessivas descentralizam a criança do seu ponto de vista imediato para situá-lo em coordenação mais ampla de
relações e noções
Afetividade – liberta-se progressivamente do “eu” para se submeter às leis da cooperação. Desencadeia as ações (atribui valor às atividades e regula a energia)
Fornece meios e esclarece fins à inteligência
Egocentrismo primitivo submissão ao adulto 1as trocas cooperação com as outras crianças cooperação social
Tendência das Atividades Humanas
Razão forma superior de equilíbrio inteligência & afetividade
Anexos explicativos
Nicolau Copérnico
1473-1543
Inicia o heliocentrismo demonstra que os planetas têm 2
movimentos, sobre si e sobre o sol
Teoria oposta ao geocentrismo afirmado por séculos pela Igreja
Católica e em 2 textos de Ptolomeu (astrônomo,
matemático, geógrafo do século II d.C.)
o Almagesto e o Livro de Geografia
Tales de Mileto
Mais antigo filósofo grego e como outros procurava qual ou
quais as coisas que têm existência em si
Buscou o princípio de todas as coisas (ser em si) água
hilozoísmo: hilo- elemento de composição da matéria; zoísmo – conjunto de caracteres que coloca por exemplo, o ser vivo entre os
animais
Escola de Mileto
Primeiro filósofo grego que afirmou: o princípio de tudo, o verdadeiro ser,
é algo que não está acessível aos sentidos: o número
as coisas escondem dentro de si números e se diferenciam umas das outras quantitativa e numericamente
a coisa realmente existente é algo não material
Pitágoras
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: FENAME, 1975.
MACEDO, Rosa Maria Stefanini. Piaget, vida e obra. IN: A epistemologia genética; Sabedoria e ilusões da filosofia; Problemas de epistemologia genética. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Coleção Os Pensadores)
MORENTE, Manuel Garcia. Fundamentos de Filosofia: lições preliminares. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1966
PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1984.