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Entertainment & Humor


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Entrevista com Rita Vilela no jornal I - 14 de setembro de 2014

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Page 1: Entrevista com Rita Vilela

Qual foi o primeiro livro que leu? O que recorda dele? Não me lembro nada dele, nem sequer do título. Que livro o obrigaram a ler na esco-la que achou insuportável? Não é bonito dizer mal do trabalho dos meus colegas de profissão, espe-cialmente daqueles que já morre-ram há muito tempo. Que obra proibida leu às escondi-das? Só digo se prometerem não contar a ninguém. Que livro gostaria de ter escrito? Um bestseller internacional… o tipo de livro que me permitiria dedicar- -me à escrita a tempo inteiro. Qual a obra que releu mais vezes? “As 7 Cores de Oníris”. Foi o meu pri-meiro livro e antes que ganhasse coragem para o enviar para uma edi-tora andei dois anos a relê-lo e a melhorá-lo. Neste processo, alguns capítulos terão sido lidos mais de 20 vezes. Que livro nunca conseguiu acabar de ler? Uma vez tentei ler um livro de fan-tasia em inglês e não consegui… o meu inglês é fraco e estava sempre a perder-me. Qual foi o livro que leu mais depres-sa e em quanto tempo? Não sei responder, normalmente quando leio um livro que me agarra entro num universo paralelo onde o tempo para. Mas uma coisa sei, quan-do uma história mexe comigo (este-ja a lê-la ou a escrevê-la) é difícil afas-tar-me dela, não sossego enquanto não chego ao fim. Costuma ler todos os dias? Em que local e em que horário? Leio onde calha e quando tenho tem-po. Mas com uma profissão em horá-rio completo e só dispondo do pós- -laboral para escrever e desenvolver todas as actividades de suporte à escrita, o tempo que resta para a lei-tura de lazer acaba por ser reduzi-do. Matava para escrever como que escri-tor? Gosto de escrever como Rita Vilela, tenho imenso prazer nisso… e, o que

é fabuloso, nem preciso de matar ninguém. Qual é o melhor título de um livro que já leu? O primeiro título que me ocorreu quando li esta pergunta foi “Sei lá”, porque não faço a mínima ideia da resposta. Eleger o melhor é sempre tão difícil e tão injusto… mas, para não desperdiçar tão boa oportunida-

de, posso dizer que gosto bastante destes títulos: “Os Descendentes de Merlin”, “As 7 Cores de Oníris”, “O Construtor de Futuros”, “O Tempo da Princesa”, “A Vingança da Lua” ou o “Curso de Coragem para Meni-nos com Medo”. De que romance alterava o final e porquê? Alterava de todos os que acabam mal… Gosto de finais felizes! Vai parar a uma ilha deserta e encon-tra o pior livro imaginável. Como se chama? O pior livro imaginável seria uma obra não ilustrada em grego ou man-darim. Num local onde só temos um livro por companhia, o pior cenário seria não perceber nada do que está lá escrito. A bebida ideal para acompanhar uma boa leitura? Quem tem sede quando está mergu-lhado num bom livro? Eu não. Mas gosto de sumos de fruta acabados de fazer, ligam bem com livros, filmes e outras actividades lúdicas. E e-books? Compra ou é fiel ao papel? Para escrever já não dispenso o com-putador. Para ler, continuo fiel ao papel. Em miúda sonhou ser igual a que personagem literária? Lembro-me que quando li “Os Cin-co” queria ser a Zé, com a leitura de “O Circo Galiano” desejei trabalhar num circo... em cada livro entrava na história dentro da pele de uma das personagens e, se a história era boa, apetecia-me continuar lá, no meio da aventura. Foram tantas per-sonagens… e ainda são! De que livro tirava o seu epitáfio, e porquê? Escrever um epitáfio é como dar a moral no fim da história… e uma his-tória nunca tem uma só “moral”. Se tivesse de escolher um livro para reti-rar o meu epitáfio, usaria o “Livro em branco”, prefiro que cada um tire as suas próprias conclusões. Quem escolhia para escrever a sua biografia? Se a minha vida desse uma boa his-tória escrevia-a eu, não gostaria que mais ninguém o fizesse.