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Entre o gueto e o hyper-guetoCultura e marginalização em contextos urbanos
O que é ficou das três últimas aulas?
O que diferencia as perspectivas dos três autores
analisados – Wirth, Hannerz e Wacquant?
O que nos dizem acerca do gueto?
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Entre o gueto e o hyper-guetoCultura e marginalização em contextos urbanos
Gerações
Marginalização
Informalidade
Bloqueamento
Estrutura familiar
Categorização
Disciplina
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(i) Bairros – entre "áreas morais", construção social e economia política
(ii) Guetos – entre adaptação, subcultura e condição social
(marginalidade)
(iii) Instituições (totais) – entre isolamento e contextualização
(história, economia e política)
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Instituições (totais) e marginalidades
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Instituições (totais) e marginalidades
Obras escolhidas:
Susana Pereira Bastos, 1997, O estado novo e o seus vadios
Manuela Ivone Cunha, 2002, Entre o Bairro e a Prisão: tráfico e
trajectos
Susana Durão, 2008, Patrulha e Proximidade: Uma etnografia da
polícia em Lisboa
Qual o seu lugar nos debates?
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Instituições (totais) e marginalidades
Instituições em pesquisas urbanas
Clubes - Cressey
Sindicatos - Epstein
Instituições totais?
Asilos, hospitais, prisões, fábricas
De localidades (bairros e guetos) a instituições fechadas
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Instituições (totais) e marginalidades
Contextos teórico-metodológicos
2ª Escola de Chicago ou neo-chicagoanos (pós-guerra) e
o interaccionismo simbólico (interacção como partilha de símbolos -
Interacção face a face e quotidiano - criação de sociedade e
instituições)
Marginalidade como anomia e subcultura à marginalidade
como reacção societal ("labelling theory")
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Instituições (totais) e marginalidades
Ideias centrais e contextos teóricos (cont.)
Marginalidade desorganização social das cidades (Chicago) –
Wirth
Marginalidade como subcultura – caracteristicas e
comportamentos em comum entre pessoas que se
encontram numa mesma situação (vs maioria) – Hannerz e o
gueto
Marginalidade como processo de rotulagem
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Instituições (totais) e marginalidades
Ideias centrais e contextos teóricos (cont.)
Marginalidade não é uma qualidade da acção mas sim um
processo de hetero-atribuição
"deviance is not a quality of the act the person commits, but rather a
consequence of the application by others of rules and sanctions to an
‘offender’. The deviant is one to whom that label has successfuly been
applied; deviant behaviour is behaviour that people so label."
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Instituições (totais) e marginalidades
Ideias centrais e contextos teóricos (cont.)
Foca processos de definição do desvio por parte de determinados
grupos
Reacções societais não como respostas mas como criadores e
produtores
Re-equacionar estudos do desvio: do desvio como dado e da
necessidade de explicar o desviante para o desvio como subjectivo, relativo
e em mudança
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Instituições (totais) e marginalidades
Ideias centrais e contextos teóricos (cont.)
4 questões centrais
(i) Problematizar as categorias associadas ao desvio – construção
(ii) Porquê criminalizar e estigmatizar determinados grupos?
(iii) Selecção e processamento dos desviantes
(iv) Efeitos das sanções e categorias – reforçar e criar desvio
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Instituições (totais) e marginalidades
Principais autores:
Herbert Blumer
Howard Becker
Erwing Goffman
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Instituições (totais) e marginalidades
Howard Becker
Outsiders (1963) – desvio social e as teorias da rotulagem
Desvio = acto colectivo que envolve quem o define num processo
que forma os seus próprios resultados (identidades, culturas e
legislações) – é um processo simbólico que envolve a
construção e aplicação de simbolos desviantes
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Instituições (totais) e marginalidades
Erwing Goffman
Análise dramaturgica da realidade social
A Apresentação do Eu na Vida de todos os Dias
Paradigma teatral aplicado ao desvio – Asylums (1963): a
carreira moral de um doente mental
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Instituições (totais) e marginalidades
Erwing Goffman (cont.)
Locus etnográfico = instituições totais
Instituições como espaços que produzem a marginalidade
que dizem combater
Revelar os mundos "subterrâneos" das instituições
Mundos informais e relação com a organização e controlo
A perspectiva dos reclusos, pacientes e trabalhadores
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Instituições (totais) e marginalidades
Erwing Goffman (cont.)
Características das Instituições totais
- Fechamento face ao exterior
- Ruptura das diferentes esferas da vida
- Actividades diárias por pessoas encaradas de igual modo
- Rotinização
- Rotinas ligadas aos objectivos da instituição
Controlo e organização total das necessidades humanas
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Instituições (totais) e marginalidades
Características das Instituições totais (cont.)
Divisão entre:
Grupo (alargado) controlado, "internados", pouco contacto com o
exterior
Grupo (pequeno) de supervisão, integrados no mundo exterior
Categorização mútua e preconceituosa / distância social = mundos
culturalmente distintos
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Instituições (totais) e marginalidades
Características das Instituições totais (cont.)
Ausência de pagamento pelo trabalho
Vida familiar inexistente (internados vs funcionários)
NB: "Em nossa sociedade (as instituições totais) são as estufas para
mudar pessoas; cada uma é um experimento natural sobre o que se
pode fazer ao eu"
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Instituições (totais) e marginalidades
Cinco tipos:
(i) cuidar de pessoas consideradas incapazes e inofensivas (orfãos, indigentes)
(ii) cuidar de pessoas incapazes de cuidar de si mesmas e ameaçadoras (não
intencional) para a comunidade (sanatórios)
(iii) proteger a comunidade de perigos intencionais (cadeias, penitenciárias)
(iv) realizar de modo mais adequado determinados trabalhos (quartéis, escolas
internas, esquadras)
(v) refúgio do mundo (abadias, conventos)
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Instituições (totais) e marginalidades
O mundo do internado (unidades modulares):
Reorganização do Eu: (i) Mortificação do eu
(aparência/conduta/tensão); (ii) Sistema de privilégios
(regras/prémios/castigos)
Estratégias de adaptação: (i) afastamento; (ii) intransigência; (iii)
colonização; (iv) conversão
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Instituições (totais) e marginalidades
O mundo do internado (unidades modulares):
Cultura do internado: (i) piedade de si mesmo; (ii) exílio; (iii)
distracção
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Instituições (totais) e marginalidades
O mundo dos dirigentes:
Gerir pessoas
Gerir relações dos internados com o exterior
Gerir a "humanidade" (perigosa) do internado
Criação de um mundo moral – comportamentos (in)correctos e
reaquaciona a natureza humana
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Instituições (totais) e marginalidades
Cerimónias institucionais (solidariedade, unidade e compromisso
em relação à instituição – dirigentes e internados)
Supressão aparente da divisão internados / dirigentes
Ex: (i) orgãos de divulgação (mundo local e externo); (ii) festa anual;
(iii) teatro (exibição) institucional (interna e externa); desporto (vs
outras instituições ou inter-institucionais)
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Instituições (totais) e marginalidades
Críticas centrais
Ignora pressões externas (formas de controlo e vigilância)
Ignora os laços com o exterior (acesso a recursos)
Mundos fechados, sem a história
Nega agência
Quais as diferenças entre esta abordagem e "O estado novo e
os seus vadios" + "Entre o bairro e a prisão"
+
Olhar o outro lado da institucionalização – a polícia