emílio, ou da educação

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EMÍLIO, OU DA EDUCAÇÃO. Jean-Jacques Rousseau.

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Education


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EMÍLIO, OU DA EDUCAÇÃO.

Jean-Jacques Rousseau.

Introdução

Em “Emílio, ou da Educação”, Rousseau acompanha o jovem

Emílio, como seu tutor, afim de lhe mostrar como se deve educar o

cidadão ideal. Para ele, o homem natural é tudo, é a unidade

numérica, que não possui relação consigo mesmo ou com seus

semelhantes. O homem civil não passa de uma unidade fracionária

presa ao denominador e cujo valor está relacionado com o todo,

que é o corpo social. A obra também, inclui alguns conselhos sobre

como lidar com as crianças.

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Educação Pública Versus Educação Doméstica

• A instituição pública não se relaciona aos

tradicionais colégios, pois segundo

Rousseau, a educação só serve para fazer

homens de duas caras, que tentam

subordinar os outros e no final, acabam

não subordinando nada, senão a si mesmos;

• A educação doméstica ou da natureza,

consiste em acompanhar a evolução do

homem natural, fazendo com que nada seja

feito.

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Homem Natural

Na ordem social, a educação só é útil na medida

em que a carreira acorde com a vocação dos

pais. Na ordem natural, sendo os homens todos

iguais, sua vocação comum é o estado do

homem. Que se destine o aluno à carreira

militar, advocacia, pouco importa. Antes da

vocação dos pais, a natureza chama-o para a vida

humana.

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Homem Civil

O homem civil nasce, vive e morre na

escravidão. Ao nascer, o envolvem em um

cueiro e ao morrer, o envolvem em um caixão.

Enquanto ele conserva sua figura humana, está

acorrentado à nossas instituições.

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A Criança e a Forma Como Era Tratada

• Ao nascer, as criança recebem uma “nova cadeia”. Elas são

enrolas em faixas e são deitadas com a cabeça imóvel e as

pernas alongadas. A criança então, faz esforços inúteis de se

libertar, fazendo com que lhes esgotem as forças ou que

tenham seu progresso atrasado.

• O costume da mãe desprezar seu principal dever, não

amamentando seus filhos é bem antigo. Essas crianças, eram

entregues a mulheres mercenárias, que eram conhecidas

como amas.

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A Criança e a Forma Como Era Tratada

• Sob o cuidado de suas amas, as crianças acabam

desenvolvendo um carinho especial por elas e da mesma

forma as amas desenvolviam amor pelas crianças, filhas de

suas senhoras.

• Para remediar tal inconveniente, era ensinado as crianças a

desprezar suas amas, as tratando como verdadeiras criadas.

Terminado seu serviço, a criança era retirada dos cuidados

das amas.

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A Criança e a Forma Como Era Tratada

• A mãe, enganava-se então, ao pensar que poderia substituir a

ama. Ao invés de ter um filho amoroso, ela tinha um filho

ingrato, que desprezava quem lhe deu a vida, tal qual quem

lhe deu o leite.

• O pai, com seus negócios, funções e deveres não participa

integralmente da educação dos filhos, pagando a outros

homens para prodigalizar os cuidados que lhe cabem. Os

governantes (tutores) cumprem tal função. No entanto não

são como mercenários, são como amigos do pai.

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A Criança e a Forma Como Era Tratada

Figura 1: Criança e sua ama deleite. Figura 2: Criança e seu tutor.

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A Criança e a Forma Como Era Tratada

• Quando essa criança, escrava e tirana cheia de conhecimentos

e desprovida de sentidos, igualmente débil de corpo e alma é

jogada no mundo mostrando seu orgulho e seus vícios faz

com que se deplorem a miséria e perversidades humanas.

• Esse homem formado de uma fantasia é diferente do homem

da natureza que é o homem tal qual veio ao mundo, que não

é largado, que tem como preceptores os próprios pais, pois o

homem natural quando pequeno será mais bem educado por

um pai judicioso e limitado do que pelo mais hábil preceptor

do mundo.

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Homem Natural X Homem Civil

• É importante a livre movimentação desde o nascimento;

• O vínculo com a mãe durante a amamentação é fundamental

no desenvolvimento da criança;

• O pai tem a responsabilidade de educar seus filhos;

• Deve-se permitir à criança, apenas aquilo que ela suporta, lhe

proporcionando aquilo que lhe falta e que não pode suprir

sozinha;

• Também deve-se proporcionar à criança, o que é útil a ela e

saber distinguir o que é de sua natureza e o que é de sua vontade

através da linguagem.11

Cidadão Ideal

• Rousseau cria um aluno imaginário, chamado Emílio,

que é órfão, mas mesmo que tivesse pais, deveria honrá-

los, obedecendo apenas seu preceptor.

• Emílio também não devia se separar de seu preceptor

sem consentimento, pois a partir do momento em que se

separassem, cada um construiria seu pequeno sistema

particular.

• Contudo, quando ambos percebem que devem passar a

vida juntos, importa-lhes fazerem se amar mutuamente.

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Cidadão Ideal

• Emílio é um menino sadio e normal. Seu preceptor não queria

ter que lidar com uma criança inútil a si mesma e aos outros,

que só se ocupasse em se conservar e cujo corpo prejudicasse

a educação da alma. É preciso que o corpo tenha vigor para

obedecer à alma.

• Com base nisto, o autor se posiciona contra a medicina,

afirmando que se trata de uma das artes mais perniciosas aos

homens. Para ele, os locais onde mais existem homens

saudáveis, são aqueles em que não há médicos.

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Cidadão Ideal

• Deste modo, o preceptor de Emílio não queria que

outros estragassem sua obra, educando-o sozinho. A

menos que sua vida se encontrasse em perigo evidente,

neste caso um médico não poderia fazer pior do que

matá-lo.

• Também era necessário que Emílio tivesse uma boa

ama, pois ele não deveria ter outra governante senão ela,

assim como não se deveria ter outro preceptor senão seu

governante.14

Cidadão Ideal

• Emílio foi habituado a conhecer diferentes objetos e

ruídos: começou com uma arma de fogo, depois uma

pistola, tiros de fuzil, bombas, canhões, até as mais

terríveis detonações.

• Emílio é criado no campo, pois desta forma poderá falar

um francês tão puro e bem articulado quanto seu

governante, já que ele se sente obrigado a se expressa

alto, para poder conseguir aquilo que quer.

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Conclusão

O que Rousseau nos mostra com esta obra, é que a educação do homem

começa com seu nascimento, antes de falar e de compreender, ele se

instrui. Desta forma, devemos deixar com que o bebê viva novas

experiências, pra que ele seja senhor de si mesmo, não tendo medo na

idade adulta de algo que conheceu na infância e fazendo sempre a sua

vontade logo que tenha uma.

O verdadeiro motivo das regras impostas por Rousseau, no método de

educação do homem, está em conceder às crianças mais liberdade

verdadeira, em deixá-las agirem por si mesmas, exigindo menos dos

outros. Assim, elas se acostumam desde cedo, a subordinar seus desejos a

suas forças e sentirão pouco a privação do que não estiver em seu poder.16

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ROUSSEAU, J. J. Emílio, ou Da Educação (Livro Primeiro). São Paulo:

Martins Fontes, 1995.

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