em tempo - 16 de setembro de 2012

32
FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. MÁX.: 34 MÍN.: 25 TEMPO EM MANAUS ANO XXIV – N.º 7.766 – MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) constatam que os eleitores dos 5.568 municípios onde haverá disputa eleitoral vão escolher os futuros prefeitos entre os mais de 15.550 candidatos considerados aptos pela Justiça Eleitoral. Ao cargo de vereador são aproximadamente 450 mil concorrentes. Eleições 1 Às vésperas de sediar jogos da Copa de 2014, Manaus ainda vê, inerte, o futebol amazonenses com suas “bases” formadas em campinhos improvisados onde só é possível jogar no final de cada período da cheia. Pódio E4 e E5 Histórias de um futebol de várzea IMPROVISO 15 mil candidatos disputam eleição Dia a dia C2 Prostituição precoce entre adolescentes HOMOSSEXUALISMO ‘Chuvisco’, a arte de provocar sorrisos A história de uma família dedicada ao circo, com suas alegrias e dificuldades, é retratada por Nilton Gatica, o “Chu- visco”, que desde os 5 anos vive sob lonas, fantasias e mágicas para animar o público. Dia a dia C4 e C5 NO LÍBANO Política A5 Justiça proíbe a prática de ‘prefeito itinerante’ ESPERTEZA Saúde e bem-estar F1 Após perder perna, atleta é chance de ouro para o AM SUPERAÇÃO Economia B1 Preço do tijolo encarece mais de R$ 180 EM 1 ANO Revista Elenco de hoje traz um guia gastrômico com opções de restau- rantes locais e pratos como o ma- carrão francês, que alia ingredientes regionais como cupuaçu, castanha e açaí no recheio. Elenco 3 a 34 Guia de sabor para deixar o leitor com água na boca GASTRONOMIA DIEGO JANATÃ DIEGO JANATÃ RICARDO OLIVEIRA DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO Em discurso diante dos líderes políticos e religiosos do Líbano, Bento 16 defendeu a liberdade religiosa como “um direito funda- mental” da humanidade. Última Hora A2 Bento 16 defende liberdade

Upload: amazonas-em-tempo

Post on 14-Feb-2016

231 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

TRANSCRIPT

Page 1: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. MÁX.: 34 MÍN.: 25

TEMPO EM MANAUS

ANO XXIV – N.º 7.766 – MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) constatam que os eleitores dos 5.568 municípios onde haverá disputa eleitoral vão escolher os futuros prefeitos entre os mais de 15.550 candidatos considerados aptos pela Justiça Eleitoral. Ao cargo de vereador são aproximadamente 450 mil concorrentes. Eleições 1

Às vésperas de sediar jogos da Copa de 2014, Manaus ainda vê, inerte, o futebol amazonenses com suas “bases” formadas em campinhos improvisados onde só é possível jogar no fi nal de cada período da cheia. Pódio E4 e E5

Histórias de um futebol de várzea

IMPROVISO

15 mil candidatos disputam eleição

DIEGO JANATÃ

Dia a dia C2

Prostituição precoce entre adolescentes

HOMOSSEXUALISMO

‘Chuvisco’, a arte de provocar sorrisosA história de uma família dedicada ao circo, com suas alegrias e dificuldades, é retratada por Nilton Gatica, o “Chu-

visco”, que desde os 5 anos vive sob lonas, fantasias e mágicas para animar o público. Dia a dia C4 e C5

NO LÍBANO

Política A5

Justiça proíbe a prática de ‘prefeito itinerante’

ESPERTEZA

Saúde e bem-estar F1

Após perder perna, atleta é chance de ouro para o AM

SUPERAÇÃO

Economia B1

Preço do tijolo encarece mais de R$ 180

EM 1 ANO

Revista Elenco de hoje traz um guia gastrômico com opções de restau-rantes locais e pratos como o ma-carrão francês, que alia ingredientes regionais como cupuaçu, castanha e açaí no recheio. Elenco 3 a 34

Guia de sabor para deixar o leitor com água na boca

GASTRONOMIA

DIE

GO

JAN

ATÃ

DIE

GO

JAN

ATÃ

RICARDO OLIVEIRA

DIVULGAÇÃO

DIV

ULG

AÇÃOEm discurso diante dos líderes políticos e

religiosos do Líbano, Bento 16 defendeu a liberdade religiosa como “um direito funda-mental” da humanidade. Última Hora A2

Bento 16 defende liberdade

Capa DOMINGO 16_09.indd 3 15/9/2012 13:37:16

Page 2: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Segundo a Semmas, a espécie foi afetada por uma praga, por isso teve de ser derrubada. Corte deverá ser compensado

Largo de São Sebastiãoperde mangueira adulta

Uma das árvores adultas que com-põem o cenário do largo de São Se-

bastião, no centro da capi-tal amazonense, foi cortada, ontem pela manhã. A espécie se tratava de uma manguei-ra, localizada na lateral do Teatro Amazonas, próximo à rua José Clemente.

A retirada da mangueira foi solicitada pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC) à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), que autorizou o corte da espécie mediante uma medida compensatória de replantar 40 mudas de dois metros no centro his-tórico de Manaus.

O titular da SEC, Robério Braga, informou que a árvore teve de ser cortada porque estava com problemas. O se-cretário confi rmou que essa remoção será compensada com replantio em outros parques da capital amazo-nense, como por exemplo, o parque Senador Jeff erson Péres, também no Centro. “Vamos fazer uma ação de replantio como forma de re-compensar essa árvore que foi derrubada. Não vamos deixar árvores em condições perigosas nos espaços públi-cos”, acrescentou.

Secretaria não soube informar se mangueira era centenária

IONE MORENO

Robério Braga antecipou que na próxima quarta-feira (19) o replantio já irá começar pela praça do Congresso, em uma ação integrada da SEC com a Semmas. Outro trecho a ser benefi ciado com o im-plante de compensação, em seguida, deverá ser a avenida Eduardo Ribeiro. “Nós implantaremos plan-tas grandes, em uma ação integrada entre nós e a se-cretaria de meio ambiente

do município”, afi rmou.A assessoria da Semmas

informou, por meio da Se-cretaria Municipal de Co-municação (Semcom), que a árvore teve de ser corta-da porque estava infestada por uma praga que não tinha tratamento, por isso, não houve outra alternati-va a não ser o corte dela. A assessoria não soube infor-mar a idade da mangueira, apenas disse se tratar de uma árvore adulta.

Compensação começa quarta

Ação simula vazamento de óleo

Pipoca, serragem e outras substâncias biodegradáveis foram lançadas no rio Ne-gro, ontem, durante uma simulação de vazamento de combustíveis e outros ele-mentos químicos. A ação, realizada duas vezes ao ano, buscou treinar e qualificar a equipes de emergência do Grupo Chibatão.

O engenheiro de seguran-ça Marco Aurélio Melo ex-plicou que os treinamentos - que seguem a norma 351 da empresa – são necessá-rios para dar uma resposta mais rápida a fim de dimi-nuir os danos ocasionados pelo lançamento acidentais de produtos químicos no rio. A meta é que a ação seja realizada num prazo de 30 a 45 minutos. “O nosso interesse é desenvolver a atividade em tempo hábil e diminuir os danos causados pelos produtos a fim de não afetar a qualidade da água e a sociedade”, afirmou.

RIO NEGRO

Durante o treinamento, foram lançadas no rio pipoca e serragem

M. ROCHA

Papa defende liberdade religiosaEm discurso diante dos líderes

políticos e religiosos do Líbano, o papa Bento 16 defendeu, on-tem, a liberdade religiosa como “um direito fundamental”, após ter se reunido com eles no pa-lácio de Baabda.

“Viver sua própria religião sem colocar em perigo a vida e a liberdade deve ser possível para todos”, disse o pontífi ce, que chegou na última sexta-feira ao Líbano. Em sua opinião, “a liberdade religiosa tem uma dimensão social e política in-

dispensável para a paz. A busca da verdade não deve se impor pela violência, mas pela força da verdade, que é Deus”.

O papa, que terminou seu dis-curso com um “salam aleikum” (“que a paz esteja convosco”), defendeu uma sociedade plu-ral, de respeito mútuo e diá-logo contínuo. Já o presidente do Líbano, Michel Suleiman, ressaltou que no país todos entraram em um acordo para evitar as repercussões e pre-servar a estabilidade.

NO LÍBANO

Em situações de vazamen-to, uma equipe é acionada para lançar uma barreira de contenção. O equipamento é formado por uma lona com 20 centímetros de altura, com um sistema de boia. No treinamento foram usadas duas lonas com 15 metros de extensão.

Segundo o engenheiro a técnica garante a captação de 85% dos compostos lan-çados no rio. A ação do vento é um dos principais com-plicadores na contenção e colheita dos dejetos. “Os outros 15% são retiradas com a colocação da barreira novamente”, disse.

Garantia de 85% na captação

Papa Bento 16 chegou na última sexta-feira ao Líbano

HUSSEIN MALLA/AE

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para o palhaço Chovisco que, apesar das difi culdades, leva a sério o dom de ser artista circense e não deixa a magia do picadeiro morrer.

Chovisco

APLAUSOS VAIAS

Malha fiscalO pagamento se refe-

re ao 4º lote de restitui-ção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), exercício 2012, e resídu-os dos exercícios de 2011, 2010, 2009 e 2008, de declarações liberadas da malha fiscal.

AcessePara saber se a restitui-

ção será paga nesse lote, o contribuinte deve acessar o site (http://www.receita.fa-zenda.gov.br) ou ligar para o Receita Fone 146.

Eu prometoSe eleita, a candidata

a prefeita de Manaus, Va-nessa Grazziotin (PCdoB) pretende reduzir a taxa de esgoto na cidade de Manaus.

Atualmente essa taxa é de 100% sobre o valor da água. Ela ainda se compro-meteu a investigar quem deve ou não pagar a taxa, para combater possíveis co-branças de quem não possui o serviço.

Deu no NoblatO jornalista Ricardo No-

blat, de Brasília, garantiu em seu blog que em breve a presidente Dilma Rousseff vai gravar mais um filmeto para Vanessa dando a sua opinião a agressão sofrida pela candidata antes do debate da TV EM TEMPO.

Ovo ou cuspe?Segundo Noblat, quando

Dilma gravou para o pro-

grama eleitoral de Vanessa, “ainda estava de pé a versão de que a senadora fora al-vejada por um ovo”.

Agora o novo tex-to vai abordar o que o jornalista chama de “bata-lha do cuspe”.

Lei das FilasO deputado estadual Mar-

cos Rotta (PMDB) quer ree-ditar a Lei das Filas.

Para isso se reuniu com o diretor-presidente do Pro-con-AM, Guilherme Frederi-co, para discutir a confec-ção de um projeto de lei que unifica as legislações municipais — já em vigên-cia na capital e algumas cidades do interior.

Mais brandaRotta apresentou ao Pro-

con a minuta do projeto.E explicou que, ao ampliar

e reeditar a Lei das Filas para o âmbito estadual, incluiu no projeto uma pu-nição pecuniária em caso de uma segunda reincidên-cia, ao invés da suspensão de alvará, como trata a lei municipal.

Ninguém cumpreO problema é que a Lei

das Filas existe.Só que ninguém obede-

ce. Em alguns bancos de Manaus, por exemplo, o cliente fica até duas horas na fila. E aí, aonde está a punição?

Operação AmazôniaAs Forças Armadas vão

mobilizar um contingente

de 5 mil soldados na chama-da operação “Amazônia”.

A operação será realizada a partir de amanhã na foz do rio Amazonas, abrangendo os Estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Acre, além de exigir o desdobramento de tropas até outros pontos do país.

AlertaAs manobras estarão

sob o comando do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) e contará com a participação de in-tegrantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

O exercício tem por objeti-vo deixar as tropas prepara-das para, em caso e neces-sidade, entrar em ação.

Diga que ficoO candidato Luiz Navarro

soltou uma pérola que fun-diu a cabeça do eleitor.

Durante uma entrevista à rádio Amazonas FM, per-guntaram se ele vai cumprir seu mandato até o final ou se largará para se candida-tar a governador.

Navarro foi enfático:— Nunca fui de abando-

nar meus mandatos. Vou cumpri os 4 anos.

Quando foi?Foi aí que um jornalista

se tocou:— Ué, e o Navarro al-

guma vez se elegeu a um mandato político?

— Pode ter sido para presidente do sindica-to, ora bolas! – deduziu outro repórter.

Para a prefeitura que, ao interditar a Ponta Negra em pleno verão, deixou mais de 15 mil banhistas sem opção de lazer.

Prefeitura de Manaus

A partir de amanhã, a Receita Federal do Brasil vai depositar R$ 76.302.538,44 já acrescidos da Selic, na conta bancária de 79.523 contribuintes pessoas físicas domicilia-das na 2ª Região Fiscal, que é composta pelos Estados do Norte do país, com exceção do Tocantins.

No Estado do Amazonas será depositado um total de R$ 20.188.495,97 para 19.462 pessoas físicas.

Leão restitui R$ 20 bilhões para o Amazonas

RICARDO OLIVEIRA IONE MORENO

A02 - OPINIÃO - ÚLTIMA HORA.indd 2 15/9/2012 13:26:53

Page 3: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 A3Opinião

Editorial

Então é a isto que está reduzida a política amazo-nense, não por falta de assunto, mas por incapacidade de sustentar um diálogo sobre qualquer assunto. O que se pensava construir com o exercício do voto direto de dois em dois anos perdeu-se nos desvios imorais dos mensalões, mensalinhos e... ovadas. Ou cusparadas?

Há quem fale cuspindo sobre o eventual interlocutor, e quem, simplesmente, cospe sem falar com ninguém, por absoluta incapacidade de articular um monossílabo. E também quem se exercite quebrando ovos para saber se é assim mesmo que se fazem omeletes. Também se educa para a estupidez. Da mesma maneira como se desenvolve uma cultura da violência. Cultura e educação não são mais palavras de respeito, mas simples artesania de artefatos, ideias, modas, religiões, direitos que tanto podem servir ao quanto ao mal.

O problema é que, como já registrou um fi lósofo impor-tante do século 20, que não divorciava a teoria da prática – Jean-Paul Sartre – o inferno são os outros. Toda essa palhaçada em torno de um ovo sem casca, sem gema e sem clara ou de uma cusparada com o poder nunca dantes visto na realidade de deslocar um corpo humano para outras dimensões, demonstraram o quanto involuímos, como cida-dãos aos apenas animais humanos. De repente, é como se o Amazonas não tenha uma história que o sustente como parte da civilização ocidental.

Mais que de repente, os problemas, que não poucos da cidade, desaparecem das pautas de discussões, para que brilhe nas telhinhas ou nas telonas o simples desprezo pela condição humana, numa demonstração de que até a con-dição humana se tornou mercadoria, como se tornaram a cultura, a educação e todas as conquistas (hoje vergonhosas derrotas) que fi zeram do animal humano o mais bondoso e o perverso entre todos os seres vivos, com a desvantagem para os humanos de que os animais (simples animais) não são capazes de premeditar o crime. Num panorama assim, o que esperar da eleição de 7 de outubro? Um panorama assim abre as fronteiras para a invasão do autoritarismo e das ditaduras da barbárie que está tomando conta da cidade que todos juram amar. Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Era só o que faltava.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

O Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa-MCTI) participa da promoção “Viva uma aventura selvagem”, reali-zada pela TV EM TEMPO, filiada do SBT, por inter-médio da produção do programa “Aventura Sel-vagem”, cujo apresentador é Richard Rasmussem.

Durante o período de 2

“Aventura Selvagem Espe-cial Dia das Crianças” com os vencedores da promo-ção será realizada no Bos-que da Ciência do Inpa.

[email protected]

www.emtempo.com.br

Na rua São Benedito, bairro Morro da Liberdade, a sobrevivência desenvolve talentos em-preendedores insuspeitáveis para a sustentação do emprego e renda informais. Esse orelhão também serve como porto seguro para a churrasqueira que passou a noite alimentando quem adora comer na calçada, vendo o tempo passar.

Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galhinha?

João Santana, o marqueteiro das estrelas, é um exímio construtor de mitos. Não o único, porque não se pode deixar de lado o papel de Duda Mendonça na arquitetura do “novo” Lula que ganhou a eleição presiden-cial de 2002 depois de perder três. Mas Santana é mais sofi sticado, analítico, menos intuitivo. Maneja emoções como ninguém. É um ás no ofício de transformar percepções difusas em cenários reais.

Em outras palavras: sabe levar as pessoas a ver as coisas como quer que sejam vistas. Ciente desse talento, uma vez até revelou de público seu processo de criação. Foi em 2006, depois da espeta-cular reeleição de Lula em meio a escândalos que teriam derrubado qualquer um - mensalão e alopra-dos, para citar apenas dois -, numa entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, da “Folha de S. Paulo”.

Atribuiu em grande parte a vitória ao desenvolvimento da teoria do “fortão” e do “fraqui-nho”: uma figura dupla de fácil identificação no imaginário po-pular. O primeiro encarnaria o humilde que virou poderoso e o segundo faria às vezes de vítima do preconceito das elites.

Nas palavras de Santana, de-pois que se elegeu em 2002, Lula passou a representar para os mais pobres uma projeção de sucesso “É um deles e chegou lá”. O “for-tão”, que rompe barreiras. “Mas, quando Lula é atacado, o povão pensa que é um ato das elites para derrubar o homem do povo só porque é pobre”. Nessa hora, dizia o marqueteiro, “vira o bom e frágil que precisa ser amparado e protegido”. Dessa alternância se alimentaria o “caso de amor” entre Lula e o eleitorado. Teoria de êxito comprovado na prática.

Sobre a fi guração preparada para Dilma Rousseff , João Santa-

na não teorizou em entrevistas, mas não é difícil perceber que tipo de mito constrói: a presiden-te durona, trabalhadora, intole-rante com “malfeitos”, resistente a negociatas políticas, estadista que não mistura atos de governo com questões partidárias, muito menos eleitorais.

Deu certo. Dilma com isso agra-dou aos setores que renegavam os métodos de Lula sem perder apoio nas camadas encantadas com o “fortão” e o “fraquinho”.

O problema é que as agruras penais, políticas e eleitorais do PT estão levando Dilma a des-cer do pedestal. Obrigam-na, por exemplo, a ir ao horário eleitoral prometer ao eleitor benefícios em troca de votos para seus correli-gionários.

Vantagem tão indevida quan-to usar ministérios como moeda eleitoral ou fazer discurso de pa-lanque no espaço de comunicação da Presidência da República em data nacional. E quando a fábula afronta tão completamente a rea-lidade, não há talento que esconda do mito os pés de barro.

Mal contadoCelso Russomanno é sócio ma-

joritário de um belo bar a ser inaugurado logo após a eleição, à beira do lago Paranoá, em Brasília. Não pôs dinheiro no negócio e, segundo ele, pagará sua parte de R$ 1,1 milhão em trabalho. “Vou administrar”, informa. É de se perguntar ao líder das pesquisas em São Paulo: caso eleito, cuida da cidade ou toma conta do es-tabelecimento? Mas, o esquisito da história é mesmo o aumento de 100% entre 2010 e 2012 no patrimônio declarado à Justiça Eleitoral, tendo como justifi cativa o ganho futuro em negócio sem emprego presente de capital.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

Deu certo. Dilma com isso agradou aos setores que rene-gavam os métodos de Lula sem perder apoio nas cama-das encan-tadas com o “fortão” e o “fraquinho”

Pés de barro

a 16 de setembro, os jor-nais EM TEMPO e AGORA publicarão o cupom da pro-moção para que os parti-cipantes preencham corre-tamente com seus dados pessoais e respondam, no cupom, “Como seria a sua grande aventura” e deposi-tem em uma das urnas da promoção, disponíveis no Inpa e nas lojas Ramsons do Amazonas Shopping,

Uai Shopping, DB Cidade Nova e Eduardo Ribeiro.

Serão escolhidas cinco crianças para participar da gravação do progra-ma “Aventura Selvagem Especial Dia das Crian-ças”, que ainda poderão ganhar brindes.

O resultado da promo-ção será divulgado no dia 30 de setembro.

A gravação do programa

IONE MORENO

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

Os artigos assinados nesta página são de responsabilidade de seus autores e não refl etem necessariamente a opinião do jornal.

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

CENTRAL DE RELACIONAMENTOAtendimento ao leitor e assinante

ASSINATURA e

[email protected]

CLASSIFICADOS

3211-3700classifi [email protected]

www.emtempo.com.br @emtempo_online /amazonasemtempo /tvemtempo/

[email protected]

REDAÇÃO

3090-1010

[email protected]

CIRCULAÇÃO

3090-1001

Presidente: Otávio Raman NevesDiretor-Executivo: João Bosco Araújo

Diretor de RedaçãoMário [email protected]

Editores-ChefesAldisio Filgueiras — MTB [email protected] Náis Campos — MTB [email protected] Cabral — MTB [email protected]

Chefe de ReportagemMichele Gouvêa — MTB [email protected]

Diretor AdministrativoLeandro [email protected]

Diretor de Marketing/ComercialRenato [email protected]

Diretor de ArteKyko Cruz [email protected]

EM Tempo OnlineYndira Assayag — MTB [email protected]

A03 - OPINIÃO.indd 3 15/9/2012 10:54:11

Page 4: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

A juventude de nosso tempo não é pior nem melhor do que a ju-ventude de outras épocas. É simplesmen-te fruto da sociedade, das famílias e do am-biente que a educam. Mas é bombar-deada pelas tendências da cultura con-temporânea.

A autofl age-lação, porque necessaria-mente traz implícita uma atitude de autopunição e também porque é fonte de sofrimento e dor, tem por si mesma o efeito de neu-tralizar ou, pelo menos, de mitigar a ansiedade intensa e difusa”.

João Bosco

Araújo

Esta semana fi cará marcada na história da cidade. No dia 20 de setembro, quinta- feira, chegará a Manaus a cruz da Jornada Mundial da Juventude acompanhada do ícone de Nossa Senhora. Teremos três dias cheios de atividades que envolverão nossos jovens como preparação ao gran-de encontro de 2013 no Rio de Janeiro. A Jornada Mundial da Juventude é um acontecimento que reuniu nos países, onde houve, multidões que ultrapassaram 1 milhão de participantes. O mesmo se espera suceda no Brasil. A vinda do papa desperta não só curiosidade como busca de palavras da vida eterna.

Como nas demais jornadas mundiais, durante 1 ano antes de sua realização, a cruz, a mesma cruz de sempre, peregrina pelas dioceses e prelazias do país. É opor-tunidade para entusiasmar e preparar os jovens. Felizmente, a animação da juven-tude de Manaus já se revela nas mais de duas mil inscrições para o acontecimento. A chegada e a permanência da cruz em nossa cidade reforçarão a necessidade de todos, tanto dos que viajarem quanto dos que não o fi zerem, de acompanhar com orações e em pagamento dos dias do Rio de Janeiro.

Os jovens de nossos dias são apre-sentados de duas maneiras pelos meios de comunicação social. De um lado, as propagandas e as novelas apresentam-nos como padrões de beleza, de saúde de alegria. Conhecidos como sarados, desfi lam em passarelas de moda po-voam publicidade como instrumento de vendas, são caracterizados pela ousadia, coragem, generosidade, pelo espírito de aventura e gosto de correr risco. De outro lado, os noticiários falam deles como en-volvidos em violência ou comportamen-tos antissociais. A atuação de galeras povoa nossos jornais. A imensa maioria dos mortos no trânsito ou em crimes é constituída por pessoas com menos de 25 anos de idade. O outro lado da medalha também está aí: a maioria dos criminosos tem a mesma faixa etária.

Entretanto, nem todos os jovens se enquadram nesses dois perfi s. A maior parte deles se interessa pela vida e luta por ideais. A juventude de nosso tempo não é pior nem melhor do que a juven-tude de outras épocas. É simplesmente fruto da sociedade, das famílias e do ambiente que a educam. O que acontece de diferente é ser ela bombardeada pelas tendências da cultura contemporânea. Se nossos jovens vivem de emoções e fazem escolhas baseadas nelas, se têm medo de compromissos defi nitivos (ca-samento, profi ssão, projeto de vida), se acham tudo descartável (copos, talheres, amor, religião), é porque vivem entre pessoas que constroem dessa maneira suas existências.

Se nossos jovens centram suas neces-sidades quase unicamente em problemas e exigências pessoais, se aderem a um consumismo sem limites e fazem opção preferencial por futilidades, o motivo está no modo de encarar os valores da vida que nós, os adultos, lhes passamos. A presença da cruz é oportunidade de nos voltarmos com amor e compreensão para os jovens de Manaus.

PainelRENATA LO PRETE

Depois de apostar tudo na trinca Lula-Dilma Rous-seff -Marta Suplicy, a campanha de Fernando Haddad vai iniciar nova fase, de ressaltar os “atributos” do candidato. Os padrinhos vão continuar na propaganda para “endossar” feitos de Haddad, que repetirá que tem mais de 10 anos de experiência no setor público. A ideia é fazer um contraponto entre o petista e o líder nas pesquisas, Celso Russomanno (PRB), que será cobrado pelo candidato e por petistas por não ter propostas.

Wi-fi Russomanno es-palhou carros de som pela periferia prometendo in-ternet grátis. A propos-ta tem sido questionada pela dificuldade técnica de implantação.

Missão de paz Do pre-sidente do PRB, Marcos Pereira, bispo licencia-do da Universal, sobre a nota da Arquidiocese de SP que critica seu artigo sobre o “kit gay”: “Se o cardeal me convidar para um café, irei com o maior prazer. A democracia per-de se as divergências re-ligiosas contaminarem o debate político”.

Cataratagate A cam-panha de José Serra (PSDB) estuda pedir direito de res-posta na propaganda de Haddad devido ao progra-ma que acusou o tucano de ter ofendido o caminhoneiro José Machado, que deu de-poimento dizendo ter ca-tarata, diagnóstico que a prefeitura negou e exame posterior confi rmou.

Baião de dois O almoço de hoje de Lula e Haddad com governadores do Nor-deste tem duplo propósito: além de um aceno para o eleitorado nordestino de São Paulo, o intuito é reconstruir pontes de Lula com o PSB, diante do prognóstico nega-tivo para candidatos do PT na região.

Carona Além dos go-vernadores e de ministros nordestinos de Dilma Rous-seff , candidatos do Nordes-te devem usar o evento de hoje para captar imagens. Wellington Dias e Humberto Costa, em difi culdades em Teresina e Recife, devem aparecer.

Burocracia O governo vai criar o Conselho Olím-pico, presidido por Dilma Rousseff . Integrarão o novo órgão o ministro Aldo Re-

belo (Esporte), o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, além de Már-cio Fortes, pela Autoridade Olímpica, e Carlos Nuzman, pelo COB.

Linha... Relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG) pediu reunião com técnicos da Anatel para re-latar as difi culdades em analisar as quebras de si-gilo telefônico que chegam à comissão. O petista quer incluir em seu relatório fi nal proposta para acelerar o envio de documentos pelas operadoras.

... direta A CPI, que teve seus trabalhos suspensos até a eleição, recebeu me-nos da metade das quebras solicitadas. Entre os dados que não chegaram estão as do braço direito de Carli-nhos, Cachoeira Wladimir Garcez, e Lúcio Fiúza, ex-assessor do governador Marconi Perillo (GO).

Toga justa O clima es-quentou em jantar há alguns dias na casa do ministro João Otávio Noronha, do STJ. O novo corregedor do CNJ, Francisco Falcão, e o ministro aposentado César Asfor Rocha bateram boca sobre a atuação dos fi lhos de ambos como advogados no tribunal. Ameaçaram partir para a agressão e a turma do deixa-disso os separou.

Falta combinar O go-vernador Eduardo Campos (PSB-PE) já avisou ao líder Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) que ele terá seu apoio à presidência da Câmara desde que conven-ça a bancada socialista, que estuda lançar Júlio Delgado (MG).

Falta combinar 2 Já o prefeito Gilberto Kassab, segundo peemedebistas, só tratará do apoio do PSD a Alves após o perí-odo eleitoral.

Tiroteio

Marta Suplicy mudou o ‘toma lá da cá’ em tempos de campanha eleitoral: agora é o ‘me dá aqui que eu dou depois’.

Contraponto

Em meio ao recesso informal em Brasília, parlamentares têm se cruzado apenas no esforço concentrado do Congresso Nacional. Passando pelo plenário na semana passada, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) aproveitou para convidar Flexa Ribeiro (PSDB-PA) a participar de audiência pública a ser realizada na quinta-feira. O tucano recusou o convite, por ter que rodar o país nas eleições, e brincou com Rollemberg: - Você está para a política assim como Adão para o casamento: Adão estava na boa porque não tinha sogra e você aqui não tem que se preocupar com as eleições!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), sobre a indicação da senadora ao Ministério da Cultura após seu ingresso na campanha de Fernando Haddad.

A América tem um compromisso com a tolerância religiosa. Para mim, o vídeo é repugnante e conde-

nável. Nosso país tem uma longa tradição de liberdade de expressão que está protegida pela

Constituição

A revista “Veja”, recentemente, re-solveu revisitar um tema que há muito preocupa, intriga e desafia famílias, psi-cólogos e psiquiatras, que costumou-se designar como “autoflagelação” e que consiste, à primeira vista, numa conduta de agressão ao próprio corpo.

É um fenômeno que mais ocorre com jovens que atravessam o período da adolescência e que trazem caracterís-ticas muito próprias. Em primeiro lugar é uma ação muito bem controlada, mantida em um nível que não chega a constituir verdadeiramente um risco de vida para o jovem. Servindo-se de objetos cortantes, ou perfurantes e até de fogo, o próprio corpo é mutilado, mas sempre dentro de limites que eli-minam a possibilidade de tentativa de suicídio e ainda cuidando para que as partes atingidas possam ser mantidas ocultas, fora da percepção da família e de outras pessoas.

O que parece muito claro nesse pro-cesso é o fato de que sugere ser desen-cadeado por altíssimos e insuportáveis níveis de ansiedade. A autoflagelação, porque necessariamente traz implícita uma atitude de autopunição e também porque é fonte de sofrimento e dor, tem por si mesma o efeito de neutralizar ou, pelo menos, de mitigar a ansiedade intensa e difusa, sobretudo quando as suas origens e motivações escapam ao conhecimento e à consciência daquele a quem assola. Muitas vezes o nível da ansiedade sobe até o patamar de angústia, também difusa, que aquele que a vivencia ainda continua incapaz de vinculá-la a uma razão.

Em síntese, a dor do autoflagelar-se atua como uma espécie de catarse, com a propriedade de substituir, literalmente tomar o lugar do destempero psíquico. Quem não sabe que os mais velhos, quan-do acometidos de dores intensas, para as quais não possuíam remédios, por exemplo, uma dor de dente, utilizavam emplastros de pimenta sobre a pele, pois sabiam que a ardência da queimadura suplantaria a dor primária?

Porque desaconselhado e até proibido pelas autoridades da Igreja Católica, monges, padres e freiras abandonaram o uso do cilício e de qualquer outro meio de autoflagelo.

Quando ainda em uso, dois papéis eram cumpridos pelas sessões de flage-lação. Em primeiro lugar, castigava-se o próprio corpo pelo pecado praticado, ou intentado, contra o Criador. Nessa primeira dimensão atuava como peni-tência ou ritual de expiação.

Num outro plano, a dor e o sofrimento impingido vinham aliviar o mal-estar psicológico que se manifestava sob a forma de remorso, sentimento de culpa, ou seja, angústia. O jovem que se flagela é aquele que ainda não aprendeu a lidar com os seus fantasmas, com os seus conflitos e com a ansiedade e a angústia que a existência põe na sua vida. O que menos necessita é de recriminação e nenhuma compreensão, enquanto o que mais precisa é de apoio afetivo e de efetiva ajuda para melhor compreender a sua própria subjetividade.

Autofl agelação não é um fato novo entre humanos

Nossos jovens se preparam para a jornada mundial

Por conta própria

Refresco geopolítico

FrasesAcho que deveríamos deixar muito claro que para manter uma relação, uma amizade, uma aliança e o apoio financeiro dos Estados Unidos, o Egito

deve honrar seu tratado de paz com Israel

Mitt Romney, candidato republicano à Presidência norte-ameri-cana, disse, depois que manifestantes islâmicos invadiram e pro-testaram contra embaixadas dos EUA, que o país deveria adotar

uma posição mais dura com o Egito.

A Justiça chegará para aqueles que causarem danos aos americanos. Os quatro mortos na Líbia encarnavam o ideal americano e mos-traram ao mundo que não pensamos só nos nossos interesses, mas também dos países

onde estamos

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, qualifi-cou de “muito duras” as imagens dos protestos em embai-xadas americanas em quase 20 países da África e da Ásia, mas disse que se manterá firme ante à violência contra as

missões diplomáticas.

Hillary Clinton, secretá-ria de Estado americana, considerou repugnante o

filme que ofende a religião islâmica e provocou ataques às embaixadas americanas,

mas ressalvou que nada justifica a onda de violência

e defendeu a liberdade de expressão.

Diretor Executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom Luiz Soares Vieira

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

A04 - OPINIÃO.indd 4 15/9/2012 12:17:45

Page 5: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 A5Política

Supremo proíbe prática de ‘prefeito itinerante’Decisão da corte máxima saiu em 2 de agosto deste ano. Gestores somente podem ter dois mandatos consecutivos

A partir de agora a prá-tica do “prefeito iti-nerante”, aquele em que não satisfeito

com dois mandatos conse-cutivos, troca de domicílio eleitoral – geralmente para um município vizinho ao seu – se candidata a prefeito para concorrer ao pleito pela terceira vez e, em caso de eleito, realiza a esperteza de ter três mandatos conse-cutivos – é inconstitucional, está legalmente proibido pelo Supremo Tribunal Fe-deral (STF).

Na realidade, a proibição já existe e é prevista no parágrafo 5º do artigo 14 da Constituição Federal de 1988, que diz que presidente da República, governadores e prefeitos somente poderão ser reeleitos para um único período subsequente. A deci-são do Supremo, que saiu no dia 2 de agosto deste ano, apenas reforça a inconstitu-cionalidade do ato.

Além de ser aplicada em ní-vel nacional, a determinação também terá que ser adota-da nas instâncias inferiores quando se tratar de casos idênticos. Apesar de os minis-tros do STF já decidirem que

a prática é inconstitucional e fere a Carta Magna, ela não poderá retroagir para pre-feitos que hoje estão admi-nistrando cidades com três mandatos consecutivos.

No Amazonas, o ex-pre-feito de Tefé (a 525 quilô-metros de Manaus), Sidônio Trindade Gonçalves (PHS), é

o caso mais famoso de pre-feito itinerante. Audacioso, o ex-gestor chegou a ser eleito para o quarto man-dato consecutivo, quando já havia ultrapassado mais de uma década de mandato majoritário. Mas, antes de assumir a que seria sua quar-ta administração, ele teve o diploma de prefeito cassado pelo Tribunal Superior Eleito-

ral (TSE), em 25 de novembro de 2008.

Primeiro ele foi prefeito da vizinha Alvarães, a 538 qui-lômetros de Manaus, quando foi eleito no pleito de 1996 e reeleito em 2000. Após a reeleição, antes mesmo do final do mandato, se afastou da função para concorrer à Prefeitura de Tefé.

Em 2004, se elegeu para o terceiro mandato consecu-tivo no município de Tefé e, não satisfeito com a cobiça pelo poder, se candidatou à reeleição, se reelegendo mais uma vez, 12 anos de-pois de ter tido sua primeira administração pública.

Motivo da sentençaA decisão do STF foi toma-

da em julgamento de recurso de Vicente de Paula de Souza Guedes, prefeito de Valença, no Estado do Rio de Janei-ro que, após dois mandatos consecutivos na Prefeitura de Rio das Flores, município vizinho, foi eleito em 2008 para governar Valença.

Como a sentença não re-troage, Guedes não precisará deixar o cargo e deve termi-nar esse mandato sem di-reito a disputar a reeleição.

DEMOCRACIAPara o presidente da Associação Amazo-nense de Municípios, Jair Souto, a decisão do STF é um processo natural de amadureci-mento da democracia e que o controle tem que ser feito pelos eleitores

O ex-prefeito Sidônio Trindade Gonçalves (de pé), já tinha sido eleito para o 4º mandato em série

ARQUIVO EM TEMPO/DANILO MELLO

Conforme a assessoria de imprensa do Tribunal Regio-nal Eleitoral (TRE-AM), nas eleições municipais deste ano, não há registros de candidaturas indeferidas pela prática do “prefeito itinerante”. No entanto, candidatos à Prefeitura de Iranduba (a 27 quilômetros

de Manaus) e Itacoatiara (a 176 quilômetros da ca-pital), deputado estadual Francisco Souza (PSC) e ex-deputado estadual Nel-son Azêdo (PMDB), respec-tivamente, mudaram seus domicílios eleitorais, ambos de Manaus, para concorrer às eleições do Executivo

nessas cidades.Azêdo só foi liberado

para disputar as eleições em Itacoatiara, na segunda quinzena de agosto pelo pre-sidente do órgão, desembar-gador Flávio Pascarelli. Seu registro de candidatura ha-via sido impugnado pelo Mi-nistério Público Eleitoral.

Sem esse histórico neste pleito

A05 - POLÍTICA.indd 5 15/9/2012 12:21:11

Page 6: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Chalita sofre rejeição na própria Igreja Católica

Apresentado pelo PMDB como candidato dos cris-tãos à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita en-frenta resistência na pró-pria Igreja Católica. In-tegrantes do movimento carismático, do qual Chalita faz parte, acusam o peeme-debista de ter “se vendido” ao apoiar a eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República, acusada à época por grupos religiosos de ser favorável à descriminaliza-ção do aborto.

Fábrica de boatosEm 2010, Chalita, que era

do PSB, com passagem pelo PSDB, alegou que era “boato” a história de que Dilma é pró-aborto. Saiu queimado.

Aos negóciosO PMDB garante que pes-

quisas qualitativas internas mostram Gabriel Chalita em ascensão. Nos basti-dores, negocia apoio no segundo turno.

Prêmio de consolaçãoEm quarto nas pesquisas,

Chalita quer nada menos que a pasta da Educação para apoiar o petista Fernando Haddad. Dilma não gostou.

Regras do jogoCom Celso Russomanno

(PRB) à frente das pesquisas, Gabriel Chalita centrará fogo no tucano José Serra, de quem é mais fácil roubar votos.

Campos só discutirá co-mando Câmara em outubro

O governador de Pernam-buco e presidente do PSB, Eduardo Campos, só deci-dirá sobre lançar candidato à presidência da Câmara ou apoiar o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), após o resultado das eleições

municipais. Em conversa, há dias, com Júlio Delgado (MG), cotado para disputar o cargo, Campos disse que não é mo-mento para discutir o assun-to, até para “evitar desgaste maior” ao partido.

Vai dependerPara Eduardo Campos, o

PSB “não pode entrar no jogo já derrotado”, ainda mais se permanecer em rota de coli-são com o PT e PMDB.

De olhoTambém é cotado para

disputar o comando da casa o presidente do PSB de São Paulo, Márcio França, com apoio do PSD e PCdoB.

Troca de favoresO líder do PMDB, Henrique

Alves, obteve da presidente Dilma Rousseff compromis-so de apoiar sua candi-datura após apoiar o PT em Minas.

Apaixonados por BrasíliaO ministro Carlos Ayres

Britto, que é sergipano, a exemplo do paulista Cezar Peluso, escolheu viver a apo-sentadoria em Brasília. Mas a torcida é que ambos conti-nuem trabalhando, ao menos dando aulas.

FogueiraO governo do Pará está

em apuros com a Comissão da Verdade: não restou um só documento do antigo SNI na Agência Brasileira de In-teligência (Abin) no prédio que pegou fogo há dias, em Belém.

Folga para eleições Chefe da Casa Civil, a

ministra Gleisi Hoff mann (PT) tem aproveitado raras folgas que Dilma lhe dá no fi m de semana para subir em palanques no Paraná. Ela gravou mensagens de

apoio ao PT e PMDB.

Subindo em fl echaPara o presidente do

DEM, José Agripino (RN), o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) mu-dará a correlação de forças políticas após as eleições, fulminando a polarização PSDB-PT: “Ele é uma figura nacional e sem dúvida vai despontar”, aposta.

Rodízio esperadoA bancada de Minas Ge-

rais calcula que deverá perder cerca de seis depu-tados, hoje bem colocados na disputa por prefeituras municipais. As cadeiras são ocupadas por suplentes de partidos e coligações.

Mais do mesmoMulher de Zé Gerardo,

primeiro parlamentar con-denado pelo STF após a Constituição de 88, a de-putada estadual Inês Arru-da (PMDB) lidera a disputa em Caucaia, segundo maior curral eleitoral cearense.

ExpectativasO presidente do PMDB,

Vaudir Raupp (RO), acredita que a sigla elege, já no pri-meiro turno, os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro, de Boa Vista e Campo Grande e João Pessoa, Natal e Belém no segundo.

CaçambaCoerente a aprovação no Se-

nado da Proposta de Emenda à Constituição isentando impos-tos a produtos de reciclagem. Afi nal, em outubro, teremos uma avalanche de velhas caras com discurso novo.

Pergunta no ministérioA nova ministra da Cultura,

Marta Suplicy, vai fi nanciar projetos que ensinem a garo-tada a “relaxar e gozar”?

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Está tudo conforme planejado, caminhan-do bem”

PODER SEM PUDOR

Costa Rêgo governou Alagoas, nos anos 50, e não dava confi ança a ninguém, exceto ao garotinho Renato, fi lho do amigo e senador Fernandes Lima, que ganhou um olho de vidro após um acidente doméstico. Um dia passou a morar em Maceió uma bela francesinha, por quem Costa Rêgo se apaixonou exercitando seu francês. As visitas a ela eram frequentes e o falatório ganhava as ruas. Fernandes Lima decidiu advertir o amigo:

- O povo já está falando e isso não fica bem para o senhor.

- Ora, senador, o Renatinho não tem um olho de vidro?...- Tem...- Ele tem um olho de vidro porque gosta ou por necessidade?- Por necessidade, é claro – respondeu Fernandes Lima.O governador olhou o amigo fi xamente e sentenciou:- Deixe a francesa em paz. Ela é o meu olho de vidro.

O olhinho do governador

Amanhã começa o sexto capítuloO Supremo Tribunal Fede-

ral (STF) retoma, amanhã, o julgamento do mensalão, onde deverá começar a eta-pa do sexto capítulo da de-núncia do Ministério Público Federal (MPF), que trata de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de qua-drilha e lavagem de dinheiro dos partidos da base aliada do governo.

Também amanhã, os mi-nistros deverão discutir se promovem sessões ex-tras às quartas-feiras para dar mais agilidade ao jul-gamento. A proposta foi apresentada na última quinta-feira à noite pelo mi-nistro-relator Joaquim Bar-bosa. Segundo ele, a etapa que começa amanhã é a mais exaustiva.

Barbosa deve apresentar seu voto sobre lavagem de dinheiro envolvendo diri-gentes de partidos políti-cos, integrantes do PT e o ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto. No item sobre evasão de divisas e lavagem de dinheiro, os prin-cipais réus são o publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes.

MENSALÃO

Integrante do Conselho Nacional de Justiça, Bruno Dantas afi rmou que foram realizadas mais de 50 audiências públicas

Conselheiro ressalta democracia no novo CPC

O conselheiro Bruno Dantas destacou o caráter demo-crático do proces-

so de elaboração do Código de Processo Civil (CPC) na solenidade de abertura do Fórum Brasileiro de Direito Processual Civil, encerrado na última sexta-feira, em Brasí-lia. Para o conselheiro, que integrou a comissão de juris-tas responsável pelo primeiro anteprojeto do novo código, foram realizadas mais de 50 audiências públicas realizadas pelo Congresso Nacional para legitimar o texto do CPC com a participação da sociedade.

“O projeto do novo CPC vem sendo construído a muitas mãos. Ao longo dos últimos 3 anos, o texto recebeu contri-buições de toda a sociedade, não só dos operadores do direito. Além das audiências públicas, foram abertos ca-nais de comunicação com a sociedade nos portais do Se-nado Federal, da Câmara dos Deputados e do Ministério da Justiça, afi rmou aos demais integrantes da mesa, que in-cluíram os relatores do CPC no Senado e na Câmara, Val-ter Pereira e Sérgio Barradas Carneiro, respectivamente, além do secretário-geral do

Conselho da Ordem dos Advo-gados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho.

O texto do substitutivo do novo Código de Processo Civil deve ser lido na próxima sema-na, segundo Dantas. A expecta-tiva é que a comissão especial formada para analisar a propos-ta vote o texto após as eleições municipais e que o plenário da Câmara aprecie o novo CPC até o fi m do ano, de acordo com previsão do conselheiro.

Entre as qualidades no novo texto, o conselheiro ressaltou a racionalização da tramita-ção processual e a simplifi ca-ção dos procedimentos.

Bruno Dantas encerrou o Fórum Brasileiro de Direito Processual Civil, na sexta-feira, em Brasília

DIVULGAÇÃO/CNJ

MINISTRO CARLOS AYRES BRITTO, presidente do STF, sobre o julgamento do mensalão

A06 - POLÍTICA.indd 6 15/9/2012 12:23:51

Page 7: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 A7Com a palavra

No dia da eleição, nós vamos estar no ginásio Amadeu Tei-xeira e aqui, na sala da propaganda no TRE. E, a partir des-ses pontos estratégicos, nós vamos sair por toda a cidade, em equipe”

Ele é um instrumento novo, é claro que suscita umas dúvidas de interpreta-ção e eviden-temente que a pessoa que se sentir pre-judicada pela aplicação da norma da lei, ela vai ques-tionar isso judicialmente”

Alexandre NOVAES, Nara NEILA e Rogério VIEIRA

‘A legislação ELEITORAL ESTÁ mais restritiva’

A Comissão de Fiscalização da Propaganda Eleitoral das eleições deste ano, realizada pelo Tribunal Regional Elei-

toral (TRE-AM), está sob o comando de três jovens magistrados: Ale-xandre Henrique Novaes de Araújo, 42, Naira Neila Batista de Oliveira Norte, 38, e Rogério José da Costa Vieira, 46. Formados pela Universi-dade Federal do Amazonas (Ufam), o trio já trabalha há quase duas décadas no Judiciário amazonense, e, atualmente, dentre suas múltiplas atribuições atuam como juízes titu-lares das zonas eleitorais 40º (Ale-xandre Novaes); 62ª (Naira Norte) e 70ª (Rogério Vieira) da capital.

EM TEMPO - É a primeira vez que estão na linha de frente do processo eleitoral?

Alexandre Novaes - Sou juiz elei-toral e titular da 40ª Zona Eleitoral. Minha experiência como juiz é presi-dir eleições do interior, no município de Manacapuru, e atuei na capital como juiz auxiliar de juízes eleitorais, inclusive de juízes da propaganda, mas esta é a primeira vez que estou tendo a oportunidade de estar à frente de zona eleitoral na capital e de estar na Comissão de Fiscalização da Propaganda Eleitoral.

Naira Neila - Passei por cinco municípios durante o período em que estive no interior: Manicoré, Maués, Humaitá, Nhamundá e Beru-ri. Sou titular também da 62ª Zona Eleitoral. Já presidi todas as eleições no interior desde 1998, e em todas as comarcas por onde eu estive. Na capital é a primeira vez que estou à frente de uma zona eleitoral e a primeira vez que estou na coor-denação da propaganda eleitoral, mas na eleição de 2010 eu atuei no Juizado Criminal Eleitoral em que no dia da eleição todos os cri-mes eleitorais de menor potencial ofensivo, que eram flagrados, eram processados imediatamente.

Rogério Vieira - Não. Sou juiz desde 1993 e nesses anos todos deixei de fazer apenas uma eleição, sempre atuei ou na capital ou no in-terior, ou em substituição de colegas que estavam impedidos.

EM TEMPO - O nível de cons-cientização dos candidatos e ca-bos eleitorais relativo à postura neste pleito quanto à propaganda eleitoral, em comparação com as eleições anteriores, sofreu algu-ma mudança?

AN - Houve uma evolução. Apesar de ser relativamente jovem, sou da época em que nós tínhamos de tirar propaganda de poste, de passarela, dos lugares mais improváveis em uma época que não havia nenhum

tipo de controle em relação ao volu-me de som nos carros, com poluição sonora ou visual. Hoje a situação é bastante diferente, parte pelo vigor da legislação eleitoral que é bastante restritiva em matéria de propagan-da e por conta da fiscalização, que já é uma tradição do TRE-AM a constituição de Comissão de Fisca-lização. Cada ano a gente percebe que o que se produz em termos de fiscalização é aproveitado para as eleições subsequentes, cada vez há uma evolução.

NN - Quando ingressamos na ma-gistratura já havia sim, a legislação eleitoral, mas não era tão restritiva como é hoje, que é uma coisa boa. Porque, atualmente, essa atuação de forma geral faz com que os candidatos apresentem propostas com melhor conteúdo, além de uma simples propaganda visual. Com o evoluir da legislação os próprios candidatos começaram a se cons-cientizar. Então, eles não procuram fazer propagandas irregulares, eles procuram se informar para fazer propagandas dentro do que a le-gislação permite.

RV - Sim, porque houve uma mas-sificação da divulgação do que pode ou não, e comissão não descansa em atender a imprensa com a intenção de informar o que é vedado. Nossa fiscalização sai às ruas tentando fazer um trabalho pedagógico, de retirada da placa, o que causa certa dificuldade para o candidato entender. Eles vêm atrás, às vezes sabem que estão irregulares, mas assim mesmo tentam fazer aquela propaganda e dentro das nossas possibilidades a gente tem tido bom resultado. Os mecanismos que estão sendo postos para a Justiça Eleitoral ajudam.

EM TEMPO - Como será a atu-ação da coordenação nessas três últimas semanas que antecedem a eleição? Vai haver algum tipo de ação específica para o dia 7 de outubro?

AN - O enfoque maior para o dia da eleição vai ser o combate à boca de urna, porque embora essa situação exija atuação conjunta de todos os juízes das zonas eleitorais, e todos nós somos, temos atribuição além da propaganda. Nós temos a atribuição junto a nossa zona elei-toral. Os demais juízes das zonas eleitorais, eles também são juízes da propaganda nesse dia, porque são detentores do poder de polícia e no âmbito de sua jurisdição eleitoral podem exercer também.

NN - No dia da eleição nós vamos estar no ginásio Amadeu Teixeira, na avenida Constantino Nery, e aqui na sala da propaganda, no TRE. E, a partir desses pontos estratégicos, nós vamos sair por toda a cidade. A

equipe com todos os servidores que têm ampla experiência em fiscaliza-ção de propaganda com cada um de nós três, os coordenadores. Vamos estar em cada uma das fiscalizações, então, a programação para o dia da eleição é que nós vamos estar, antes do amanhecer até o término dos trabalhos, fazendo toda a fisca-lização que for necessária.

RV - Especificamente não tem uma ação. Todos os dias, dependendo das possibilidades de pessoal, a gente vai para a rua. Infelizmente ocor-re muitas denúncias vazias, de um candidato tentando afastar nossa fiscalização da localidade, ou, então, aquela que ele denuncia o outro candidato, por isso, nem sempre se pega no flagra.

EM TEMPO - Na avaliação dos senhores, na condição de juízes a aplicabilidade da Lei da Fi-cha Limpa (lei complementar nº 135/2010) está de fato vigorando nesta eleição municipal, tendo em vista que até o momento al-guns candidatos com requisitos para serem barrados continuam livres para a disputa?

AN - Ele é instrumento novo, é claro que suscita umas dúvidas de interpretação, ainda não chegaram a um consenso de alguns critérios de interpretação e evidentemente que a pessoa que se sentir preju-dicada pela aplicação da norma da lei, ela vai questionar isso judicial-mente e, dependendo da linha de argumentação, pode obter sucesso e reverter uma situação que, de início, seria de aplicação da lei em prejuízo daquela pessoa. É do re-gime democrático. Quem se sentir insatisfeito tem o acesso garantido constitucionalmente ao Poder Judi-ciário, que cabe dar a palavra final sobre a possibilidade ou não, de enquadramento daquele caso como sendo de ficha-suja.

NN - A nossa atribuição não en-volve o registro de candidaturas, quero deixar bem claro de início. A aplicação efetiva da Lei da Ficha Limpa é competência do juiz do pleito que julgou o expedido de re-gistro, mas como o TSE confirmou a constitucionalidade da lei, ela já passou a ser aplicada a partir destas eleições. Então, naturalmente que até o trânsito em julgado ninguém é considerado culpado e, eventu-almente se tiver algum candidato sub-judice, ele tem a garantia de seu direito ao registro e isso pode ser modificado posteriormente.

RV - Isso é pergunta que quem pode responder é o juiz do pleito, doutor Abraham Campos. Não vou emitir um parecer que pode ser contrário ao que ele tem aplicado. Estamos em uma eleição, que se entenda que somos um todo.

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

Sou da época em que nós tínhamos de tirar propaganda de poste, de passarela, dos lugares mais improváveis, em uma época que não ha-via nenhum tipo de con-trole em relação à polui-ção sonora ou visual”

FOTOS: DIEGO JANATÃ

A07 - POLITICA.indd 5 15/9/2012 12:27:34

Page 8: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Conflitos em pauta no STFO ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criou um projeto para a conciliação de conflitos da Federação, para examinar ações cíveis originárias em trâmite em vários Estados do Brasil, como os do Amazonas

O ministro Gilmar Mendes se reuni-rá no próximo dia 20, no Supremo

Tribunal Federal, (STF) com procuradores estaduais e re-presentantes da Advocacia-Geral da União (AGU), para dar início a um projeto-piloto de conciliação em processos que envolvam conflitos fede-rativos. A proposta é estabe-

lecer canais permanentes de comunicação entre as partes litigantes, visando à solução dessas controvérsias pela via conciliatória.

A ideia surgiu a partir da cons-tatação de que tramitam hoje, no STF, mais de 5 mil processos que tratam de conflitos entre entes da Federação – e envol-vem desde temas complexos, como propriedades em áreas

de fronteira, até causas mais simples, como execuções de dé-bitos de pequeno valor. “Grande parte desse contencioso po-deria ser reduzida ou evitada se contássemos, no âmbito da própria administração pública, com ambiente institucional em que se pudesse, por meio do diálogo, estabelecer uma cultura de consenso na solu-ção desses conflitos, de forma

muito mais célere, eficaz e econômica do que pela via judicial”, afirmou Mendes.

Para a primeira reunião, foram convidados os procu-radores-gerais dos Estados das regiões Norte e Cen-tro-Oeste, o consultor-geral da União, a secretária-geral de Contencioso da AGU, o procurador-geral federal, o diretor da Câmara de Conci-

liação e Arbitragem da AGU e o presidente da Associação Nacional dos Procuradores de Estado (Anape).

Além da carta-convite assi-nada pelo ministro Gilmar Men-des, o juiz Jurandi Borges Pi-nheiro, que atua como auxiliar no gabinete, fez contato direto com os convidados. “A informa-lidade é um dos componentes que favorecem a conciliação”,

explica o magistrado, que tem experiência em mutirões de conciliação na Justiça Federal no Rio Grande do Sul.

O projeto pretende exami-nar, inicialmente, as ações cíveis originárias em trâmite no gabinete de Mendes que envolvam os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Ron-dônia, Roraima e Tocantins, da Região Norte.

O ministro Gilmar Mendes ainda deve exa-minar, nesta primeira fase do projeto, ações dos Estados da Região Centro-Oeste, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além dos da Região Norte.

A ideia, porém, é en-volver todos os Estados da Federação.

Gilmar Mendes ob-serva que existem iniciativas de sucesso de conciliação, como a Câmara de Concilia-ção e Arbitragem da AGU, que atua na so-lução de controvérsias entre órgãos da admi-nistração federal.

“Existe ainda, con-tudo, bastante espaço para uma atuação mais criativa nesse campo”, defende o ministro. “Poderíamos pensar, aqui, em práticas con-ciliatórias também em relação a conflitos en-tre os diversos entes da Federação”.

O objetivo da con-vocação da primeira reunião é, além da re-moção de obstáculos e a abertura de canais de diálogo, dar início a um levantamento das matérias e pro-cessos passíveis de solução conciliada.

CadastroO juiz Jurandi Pinhei-

ro cita, como exemplo, as ações cíveis origi-nárias (ACOs) ajuiza-das por Estados con-tra sua inclusão, pela União, no Cadastro Informativo dos Débi-tos Não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) – um banco de dados de pessoas físi-cas e jurídicas em dé-bito para com órgãos e entidades federais.

Só no gabinete do ministro Gilmar Men-des, o juiz auxiliar iden-tificou 30 processos sobre inscrição no Ca-din. No STF, são 273, a maioria com decisão em caráter liminar.

Após o levantamento dos processos, o ga-binete espera definir métodos de trabalho e estabelecer algumas metas. No futuro, pen-sa-se em desenvolver mecanismos que, além de solucionar as deman-das existentes, possam também prevenir futu-ros litígios, evitando que sejam trazidos ao Supremo Tribunal Fe-deral (STF).

Experiências que fizeram sucesso

A08 - POLITICA.indd 6 15/9/2012 12:26:27

Page 9: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

EconomiaCa

dern

o B

[email protected], DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

Espera de atécinco meses por serviço

B5

Espera de atéEspera de atécinco meses cinco meses

Em menos de um ano, tijolo encarece R$ 180Embora as olarias não tenham alterado o preço do milheiro, lojas de material de construção revendem o produto a R$ 680

Mesmo com o preço estável nas olarias, o preço do milheiro do tijolo saltou, em menos

de 12 meses, da média de R$ 500 para R$ 680, nas lojas de material de construção em Manaus. A alta de 36% ocorre a quase um mês para completar 1 ano da inaugu-ração da ponte Rio Negro – apon-tada como solução logística para o escoamento das indústrias e, consequentemente, barateamen-to no valor do produto.

A presidente do Sindicato da Indústria de Olarias do Amazonas, Hyrlene Ferreira, garante que, nes-se período, não houve alteração signifi cativa no preço do milheiro do tijolo nas olarias de Iranduba e Manacapuru (a 39 e 86 quilô-metros de Manaus, respectiva-mente) que justifi que o reajuste nas vendas. Segundo ela, hoje, as indústrias praticam o preço médio de R$ 380.

Os empresários do ramo de material de construção da ca-pital amazonense justifi caram o

aumento devido ao custo alto da logística para fazer o transporte e a entrega do produto na capital. “Temos um custo elevado, incluin-do o frete, combustível e a mão de obra, para trazer o tijolo e deixar na casa do cliente”, explica a gerente administrativa da JLN Material de Construção, Socorro Lopes. O pre-ço do milheiro no estabelecimento custa hoje R$ 680.

Segundo Socorro, o preço alto não afetou as vendas da loja. “Não tenho do que reclamar”, frisa, ao ressaltar que vende 30 mil tijolos por semana.

Na loja Constrói, o preço do milheiro é de R$ 633, conforme o gerente Loris Edson Avi. Segundo ele, o frete e os gastos com trans-porte encarecem o produto.

De acordo com os empresários do segmento, o frete cobrado é de 12% em relação ao preço do milheiro, ou algo em torno de R$ 46 por mil unidades. “Além dos custos, as lojas colocam lucro de 30%. Todos esses fatores contri-buem para o preço alto do tijolo em Manaus”, justifi ca um empresário do ramo, que pediu para não ter o nome divulgado.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Faltam insumos para fabricar produtoEmpresários do setor oleiro

reclamam que estão sendo pre-judicados pela falta de maté-ria-prima para a produção de tijolos. Segundo eles, o principal gargalo é a obtenção da licença para extrair a argila necessária para a fabricação do insumo da construção civil.

Por causa do entrave na libe-ração da exploração da argila, algumas olarias foram obrigadas a parar a produção e reduzir o quadro de funcionários. “Paramos de produzir há três meses. Es-tamos vendendo apenas o que estava produzido anteriormente. Tínhamos 25 empregados e agora estamos apenas com oito”, afi rma Raimundo Nonato, funcionário da Cerâmica Ximenes, situada no km 41 da rodovia estadual Manoel Urbano (AM-070), que liga Manaus a Manacapuru.

Além da argila, outro proble-ma enfrentado pelas olarias é a difi culdade para obter madeira legalizada para fazer a lenha que será usada na queima dos tijolos. De acordo com os empresários, a madeira licenciada chega a valer até R$ 150 o metro cúbico, o que encarece os custos do setor, enquanto que a madeira ilegal

pode ser comprada por até R$ 25 o metro cúbico. “Se cobrassem R$ 60 pela madeira legalizada, estaria de bom tamanho”, destaca um empresário, que pediu para não ter o nome divulgado.

O gerente de produção da Cerâ-mica Montemar, Luciano de Souza, frisa que, devido a difi culdade de obtenção de madeira legalizada, a olaria tem usado os resíduos do Distrito Industrial, incluindo com-pensado e papelões, para poder fazer a queima dos tijolos.

Alternativas para construir Devido ao preço elevado do

tijolo, empresas da construção civil têm substituído o produ-to por outras matérias-primas, como o tijolo de cimento e o gesso acartonado. O superinten-dente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), Cláudio Guenka, enfatiza que as alternativas ado-tadas pelo setor têm onerado os custos das obras.

“O valor do tijolo comum está mais caro devido à falta de ma-téria-prima para a queima. A escassez resultou no encareci-mento na execução das obras”, ressalta Guenka.

DIEGO JANATÃ

B01 - ECONOMIA.indd 1 15/9/2012 01:01:47

Page 10: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

B02 - PUBLICIDADE.indd 2 15/9/2012 01:02:23

Page 11: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Gratuidade sem impacto para usuários do EstadoMoradores de Manacapuru e Iranduba não podem usufruir das ligações gratuitas, porque maioria dos orelhões está depredada

As ligações gratuitas em orelhões da Oi es-tão garantidas em 55 municípios amazonen-

ses, conforme a determinação da Agência Nacional de Tele-comunicações (Anatel), porém telefones mudos e depredados impedem os usuários de usu-fruir do benefício, concedido no último dia 27.

Em Manacapuru (a 86 qui-lômetros de Manaus), cinco de um total de dez telefones testados pelo EM TEMPO, as ligações grátis e sem cartão não puderam ser efe-tuadas, por conta dos apa-relhos defeituosos.

“Não adianta liberar os te-lefones para fazer ligações de graça se muitos aparelhos não funcionam. É difícil achar ore-lhão funcionando na cidade. A pessoa roda muito para achar um ou dois que deem para ligar. Às vezes, o telefone até funciona, mas não completa a ligação”, reclama a doméstica Marta Gonçalves, 37.

Em alguns casos, o telefo-ne está em bom estado de conservação, porém o usuário não consegue discar alguns

algarismos como é o caso do três, que é o dígito inicial dos números telefônicos. “Os te-lefones da nossa cidade não prestam. A pessoa não con-segue fazer uma ligação. E se alguém precisar ligar para a polícia ou para os bombeiros, como fica?”, indaga a autôno-ma Maria da Glória, 56, que tentou ligar de um orelhão situado na orla da cidade, em uma área próxima à praça da prefeitura, no Centro.

IrandubaEm Iranduba (a 39 quilôme-

tros de Manaus), a situação dos orelhões não é muito diferente. O radialista José Lima afirma que tem o costume de usar orelhões para “enviar” suas matérias para uma conhecida rádio de Manaus, da qual é correspondente na cidade.

Ele frisa que devido aos constantes problemas nos aparelhos, agora é obrigado a mandar sua produção por meio da internet, o que requer mais trabalho e tempo. “Não tem um telefone funcionando di-reito próximo a minha casa, no centro de Iranduba. Deixei de enviar matérias por orelhões por causa da precariedade do sistema”, ressalta.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Em Manacapuru, de um total de dez orelhões testados pelo EM TEMPO cinco não funcionavam

Para garantir que os usuários usufruam da gratuidade, a Oi co-municou, por meio da assessoria de impren-sa, que encaminhará equipes técnicas para verificar os orelhões em Iranduba e Mana-capuru. “Caso sejam constatados problemas nos tups (Terminais de Uso Público/orelhões), os reparos serão reali-zados”, frisa a nota.

A operadora salienta que, nos primeiros seis meses de 2012, foram danificados por atos de vandalismo em torno de 20% dos aproximados 13,5 mil orelhões insta-lados no Amazonas. Do total de orelhões que apresentam defeitos, 70% são em virtude de atos de vandalismo.

Vistoria para resolver problema

DIEGO JANATÃ

B03 - ECONOMIA.indd 3 15/9/2012 01:03:29

Page 12: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 B5

O Amazonas se movimenta na direção de implantar o primeiro parque tecnológico, uma intuição “interdisciplinar de produtos sus-tentáveis” de que tem falado o pesquisador Estevão Monteiro de Paula há mais de duas décadas. Um leitmotiv que remete à mesma movimentação que implantou a Universidade Livre de Manaus, no início do século 20. Viva a memória pulsante, um ingrediente decisivo para sedimentar a transformação! Olhar no retrovisor dessa estória, que precisa ser escrita com agá, é refl etir sobre as razões pelas quais temos adiado sua materia-lização. O Inpa, criado no bojo dos esforços globais de reconstrução e realinhamento estratégico do pós-guerra, nasceu e prospera com essa in quietação. Tratar do peixe da pesquisa de olho no gato da fabricação de produtos e res-postas a partir do monumental almoxarifado desta biodiversidade ignota. Um desafi o permanente e, infelizmente, motivo de constran-gimento e frustração insistente por seu adiamento sem razão. Essa mesma inquietação está na inven-ção do Centro de Biotecnologia da Amazônia, que ainda se arrasta à procura de um CNPJ que lhe defi na o modelo de gestão. Reféns de uma legislação desencontrada, co-ercitiva e estéril, parques, centros, institutos e fundações denunciam os estragos atávicos e perversos dessa protelação.

“Alguém tem que fazer”, pontifi -cou Odenildo Sena, titular de Ciên-cia e Tecnologia do Estado, após conhecer o TecnoPuc, o projeto que a PUC do Rio Grande do Sul tirou do papel há 10 anos, com 80 projetos, juntando o empreendedorismo do

setor privado com a base acadê-mica da inovação. Alguém “temos”, caro professor. Temos e podemos levar adiante a obviedade dessa equação, com “calma, luxo e volú-pia” como recomenda Baudelaire. Não com a calma dos pântanos mas a dos sábios, que conhecem a fecundidade da meditação que antecede as verdadeiras revolu-ções. O poder público bate recordes seguidos de arrecadação a partir do modelo zona franca. As empres as, com sua expertise de negócios, e no compasso de tanta espera, topam qualquer parada, se bem articulada e sedimentada. Sobra-lhes volúpia, falta, porém, a todos a segurança da regulação proativa e inteligente. Quanto à academia não lhe resta alternativa se não quiser perecer nas paralisações de quem não está sabendo fazer a hora. E se a PUC-RS, fi liada à Santa Madre, organização nã governamental melhor sucedida da História, soube avançar em Tecnologia da Informação, Eletro-eletrônica, Energia, Biotecnologia e Meio Ambiente, como explicar o adiamento de atores que tem à mão o luxo de um banco de germoplas-ma ímpar, com 20% dos princípios ativos da Terra pra fi nanciar tantas e incontidas intuições?

Nesta semana, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvi-mento Econômico voltou a fustigar o Brasil, por ocupar o 23º lugar no ranking de investimentos no ensino superior, entre 42 países fi liados/avaliados. É bem verdade que o país registrou o maior aumento de aporte na área educacional no perí-odo de 2000 a 2009. Mas investiu mal e pouco ainda, 5,55% do PIB, à vista de seu descaso histórico

com ensino e qualifi cação. E na comparação com países como a Austrália, a Finlândia, a Irlanda e a Suécia, ilhas de prosperidade numa Europa sacudida pela recessão... Mais da metade dos investimentos nesses países são dedicados à ino-vação tecnológica. Portanto, mais de 50% dos alunos frequentam a área de tecnologia. No Brasil, não passa m de 10% os investimentos de qualifi cação e presença dos estudantes neste setor.

Pra complicar, a academia em particular e a educação em geral se debatem em algumas e crôni-cas difi culdades. Muitos de nossos professores revelam limitações elementares, lacunas inaceitáveis de formação. Não sabem ler nem escrever com precisão. Cometem erros elementares de compreensão e ortografi a, não conseguem fugir do jargão estéril, “tipo”, para ex-plicar conceitos básicos de Ciência. Milhares foram formados exclusi-vamente por Ensino à Distância, para atender exigências federais, outros tantos por escolas caça-ní-quel - o pague e pegue seu canudo - e mais recentemente por privilé-gio de cotas, numa pressup osição de que rigor e qualidade presencial não são assim tão essenciais. No célebre quadro do vanguardista Matisse, denominado “Calma, Luxo e Volúpia”, em que ele homenageia o romantismo anarquista de Char-les Baudelaire, e seu “Convite à Viagem”, as pessoas se reúnem às margens plácidas, alegres, estimu-lantes e coloridas, de um caudaloso rio em movimento de comunhão dos bens que a natureza lhes pro-picia. Vale a pena revisitar Matisse e o eco de seu brado plástico neste beiradão promissor.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

A academia em parti-cular e a educação em geral se debatem em algumas e crônicas difi culda-des. Muitos de nossos professo-res revelam limitações elementares”

Comunhão de Bens - Parte II Espera de até cinco meses por serviçoPara vender, algumas concessionárias de oferecem inúmeras vantagens, mas é só o veículo apresentar problemas para a “dor de cabeça” começar

Embora para oferecer um veículo as conces-sionárias disponham de “1.001” facilida-

des, no período pós-venda não ocorre o mesmo em Manaus. Ao precisar dos serviços de as-sistência técnica, consumido-res amazonenses enfrentam até cinco meses de espera pelo conserto, por conta da falta de peças em estoques nas lojas autorizadas.

Insatisfeito com o serviço prestado por uma conces-sionária da Volkswagen em Manaus, o empresário Paulo Coimbra espera o veículo, uma Kombi, ser consertada há cinco meses. “O carro, que é de uso empresarial, foi batido no mês de março e logo em seguida foi encaminhado para a ofi cina da concessionária. Já faz quase seis meses que o carro está na ofi cina e ninguém me dá uma posição sobre o assunto”, reclama o empresário.

Coimbra diz que já foi à con-cessionária diversas vezes e alega descaso por parte dos funcionários do estabeleci-mento. “Primeiro me deram

um prazo de 30 dias para a chegada da peça. Depois mais 30 dias e até agora, nada. Chegaram a dizer que a empresa de seguro não tinha autorizado o reparo, sendo que dois dias depois de bater o veículo a seguradora deu o aval para o conserto. Hoje, eu é que tenho que correr atrás

de informações, pois nem um telefonema me dão para di-zer como está a situação do carro”, ressalta.

Com o carro parado, o em-presário teve que alugar ou-tro veículo para ser utilizado para cumprir os compromis-sos com os clientes. “Aluga-mos outra Kombi por R$ 1,7 mil. Esperávamos passar, no

máximo, um mês pagando o aluguel desse carro, mas esse valor já se transformou em R$ 8,5 mil. E, nesse caso, quem está pagando a conta sou eu”, reclama o empresário, que pretende entrar na Justiça para tentar reaver o dinheiro gasto com aluguel.

Na mesma situação fi cou o assessor parlamentar Valdir Frazão. “Meu carro foi batido e, na concessionária da Ford, me deram a previsão de que as peças chegariam no prazo de 15 dias. Dias depois, me ligaram e disseram que, como o veículo era lançamento, o material chegaria em um mês”, lembra o assessor.

Porém, as peças, segundo Frazão, demoraram dois me-ses para chegar a Manaus. “Sem contar que depois do conserto tive que voltar mais quatro vezes na concessioná-ria para fazer outros ajustes no veículo”, diz o assessor, ao salientar que os serviços custa-ram R$ 13 mil e só não amar-gou maiores prejuízos porque o carro fi cou em uso enquanto as peças não chegavam.

CaronaPara não ter que gastar com

táxi, a dentista Bárba-ra Ferreira apelou pela carona de amigos por quase 40 dias. “Meu carro, que tem garan-tia de 3 anos, apre-sentou problema na direção hidráulica e no painel recentemente. Fui à concessionária e, após vistoria, me in formaram que as peças chegar iam dentro de 15 dias. A peça chegou quase um mês depois”, destaca a dentista.

Bárbara considera a demora uma falta de respeito com o consumidor, pois o tratamento que recebeu durante a ven-da foi diferente do recebido no pós-venda. “Ao adquirir o carro me falaram que ele era nacional, que havia peças em estoque caso fosse necessá-rio e foram superatenciosos comigo, mas quando precisei não agiram da mesma forma”, lembra a dentista.

Tempo será reduzidoO Sindicato das Conces-

sionárias e Distribuidores de

Veículos Automotores do Amazonas (Sincodiv-AM) re-

conhece a demora da chegada de peças em Manaus e credita a lentidão aos problemas de logística que afetam o Estado. Segundo o sindicato, os produ-tos chegam à capital em um período médio de 22 a 25 dias, mas que pode ser estendido por conta da distância entre o Amazonas e os Estados onde estão as fabricantes de peças de veículos.

“Estamos estudando meios para reduzir esse tempo. A expectativa é de que o abaste-cimento de peças em Manaus ocorra entre 12 e 15 dias”, assegura o vice-presidente da Sincodiv, Antônio Silva, ao sa-lientar que grande parte das fabricantes de peças e veícu-los estão instaladas em Minas

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Espera de até cinco meses por serviçoPara vender, algumas concessionárias de oferecem inúmeras vantagens, mas é só o veículo apresentar problemas para a “dor de cabeça” começar

táxi, a dentista Bárba-ra Ferreira apelou pela carona de amigos por quase 40 dias. “Meu carro, que tem garan-tia de 3 anos, apre-sentou problema na direção hidráulica e no painel recentemente. Fui à concessionária e, após vistoria, me in formaram

Veículos Automotores do Amazonas (Sincodiv-AM) re-

conhece a demora da chegada de peças em Manaus e credita

Todo o serviço de assistência técnica, incluindo o atendimen-to aos proprietários de veículos, deve ser prestado em 30 dias. É o que assegura o Código de Defesa do Consumidor (CDC), conforme o Programa Estadual de Proteção e Orientação do Consumidor (Procon-AM).

“Depois desse prazo, o con-sumidor, caso se sinta lesado, deve procurar os órgãos de defesa para pedir providên-cias e até ser ressarcido, se-gundo prevê o CDC”, explica

o diretor-presidente do órgão, Guilherme Frederico.

Frederico ressalta que as re-clamações podem ser feitas direto no Procon, mas no caso de ressarcimento o consumi-dor terá de se dirigir à Justiça. “O cliente pode entrar com uma ação pedindo indenização por danos morais na Justiça. Ele só precisa apresentar os compro-vantes das despesas causadas para que o processo tenha andamento”, destaca.

O diretor-presidente do ór-

gão salienta, ainda, que o Procon tem recebido reclama-ções por conta da demora e considera a justificativa das concessionárias de que falta peças em Manaus irrelevante. “As empresas precisam ter consciência da importância de possuírem peças em es-toque, mas algumas ainda resistem por sair caro manter produtos parados. Isso não pode acontecer, pois quem sai prejudicado é o cliente”, acrescenta o dirigente.

Prazo é de 30 dias, afi rma Procon

MEDIDASegundo o Sinco-div-AM, um estudo é realizado para encon-trar meios de reduzir o tempo da chegada das peças, que hoje ocorre em um prazo de 12 a 15 dias, dependendo da localidade de origem

B04 E B05 - ECONOMIA.indd 4-5 15/9/2012 01:09:33

Page 13: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 B5

O Amazonas se movimenta na direção de implantar o primeiro parque tecnológico, uma intuição “interdisciplinar de produtos sus-tentáveis” de que tem falado o pesquisador Estevão Monteiro de Paula há mais de duas décadas. Um leitmotiv que remete à mesma movimentação que implantou a Universidade Livre de Manaus, no início do século 20. Viva a memória pulsante, um ingrediente decisivo para sedimentar a transformação! Olhar no retrovisor dessa estória, que precisa ser escrita com agá, é refl etir sobre as razões pelas quais temos adiado sua materia-lização. O Inpa, criado no bojo dos esforços globais de reconstrução e realinhamento estratégico do pós-guerra, nasceu e prospera com essa in quietação. Tratar do peixe da pesquisa de olho no gato da fabricação de produtos e res-postas a partir do monumental almoxarifado desta biodiversidade ignota. Um desafi o permanente e, infelizmente, motivo de constran-gimento e frustração insistente por seu adiamento sem razão. Essa mesma inquietação está na inven-ção do Centro de Biotecnologia da Amazônia, que ainda se arrasta à procura de um CNPJ que lhe defi na o modelo de gestão. Reféns de uma legislação desencontrada, co-ercitiva e estéril, parques, centros, institutos e fundações denunciam os estragos atávicos e perversos dessa protelação.

“Alguém tem que fazer”, pontifi -cou Odenildo Sena, titular de Ciên-cia e Tecnologia do Estado, após conhecer o TecnoPuc, o projeto que a PUC do Rio Grande do Sul tirou do papel há 10 anos, com 80 projetos, juntando o empreendedorismo do

setor privado com a base acadê-mica da inovação. Alguém “temos”, caro professor. Temos e podemos levar adiante a obviedade dessa equação, com “calma, luxo e volú-pia” como recomenda Baudelaire. Não com a calma dos pântanos mas a dos sábios, que conhecem a fecundidade da meditação que antecede as verdadeiras revolu-ções. O poder público bate recordes seguidos de arrecadação a partir do modelo zona franca. As empres as, com sua expertise de negócios, e no compasso de tanta espera, topam qualquer parada, se bem articulada e sedimentada. Sobra-lhes volúpia, falta, porém, a todos a segurança da regulação proativa e inteligente. Quanto à academia não lhe resta alternativa se não quiser perecer nas paralisações de quem não está sabendo fazer a hora. E se a PUC-RS, fi liada à Santa Madre, organização nã governamental melhor sucedida da História, soube avançar em Tecnologia da Informação, Eletro-eletrônica, Energia, Biotecnologia e Meio Ambiente, como explicar o adiamento de atores que tem à mão o luxo de um banco de germoplas-ma ímpar, com 20% dos princípios ativos da Terra pra fi nanciar tantas e incontidas intuições?

Nesta semana, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvi-mento Econômico voltou a fustigar o Brasil, por ocupar o 23º lugar no ranking de investimentos no ensino superior, entre 42 países fi liados/avaliados. É bem verdade que o país registrou o maior aumento de aporte na área educacional no perí-odo de 2000 a 2009. Mas investiu mal e pouco ainda, 5,55% do PIB, à vista de seu descaso histórico

com ensino e qualifi cação. E na comparação com países como a Austrália, a Finlândia, a Irlanda e a Suécia, ilhas de prosperidade numa Europa sacudida pela recessão... Mais da metade dos investimentos nesses países são dedicados à ino-vação tecnológica. Portanto, mais de 50% dos alunos frequentam a área de tecnologia. No Brasil, não passa m de 10% os investimentos de qualifi cação e presença dos estudantes neste setor.

Pra complicar, a academia em particular e a educação em geral se debatem em algumas e crôni-cas difi culdades. Muitos de nossos professores revelam limitações elementares, lacunas inaceitáveis de formação. Não sabem ler nem escrever com precisão. Cometem erros elementares de compreensão e ortografi a, não conseguem fugir do jargão estéril, “tipo”, para ex-plicar conceitos básicos de Ciência. Milhares foram formados exclusi-vamente por Ensino à Distância, para atender exigências federais, outros tantos por escolas caça-ní-quel - o pague e pegue seu canudo - e mais recentemente por privilé-gio de cotas, numa pressup osição de que rigor e qualidade presencial não são assim tão essenciais. No célebre quadro do vanguardista Matisse, denominado “Calma, Luxo e Volúpia”, em que ele homenageia o romantismo anarquista de Char-les Baudelaire, e seu “Convite à Viagem”, as pessoas se reúnem às margens plácidas, alegres, estimu-lantes e coloridas, de um caudaloso rio em movimento de comunhão dos bens que a natureza lhes pro-picia. Vale a pena revisitar Matisse e o eco de seu brado plástico neste beiradão promissor.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

A academia em parti-cular e a educação em geral se debatem em algumas e crônicas difi culda-des. Muitos de nossos professo-res revelam limitações elementares”

Comunhão de Bens - Parte II Espera de até cinco meses por serviçoPara vender, algumas concessionárias de oferecem inúmeras vantagens, mas é só o veículo apresentar problemas para a “dor de cabeça” começar

Embora para oferecer um veículo as conces-sionárias disponham de “1.001” facilida-

des, no período pós-venda não ocorre o mesmo em Manaus. Ao precisar dos serviços de as-sistência técnica, consumido-res amazonenses enfrentam até cinco meses de espera pelo conserto, por conta da falta de peças em estoques nas lojas autorizadas.

Insatisfeito com o serviço prestado por uma conces-sionária da Volkswagen em Manaus, o empresário Paulo Coimbra espera o veículo, uma Kombi, ser consertada há cinco meses. “O carro, que é de uso empresarial, foi batido no mês de março e logo em seguida foi encaminhado para a ofi cina da concessionária. Já faz quase seis meses que o carro está na ofi cina e ninguém me dá uma posição sobre o assunto”, reclama o empresário.

Coimbra diz que já foi à con-cessionária diversas vezes e alega descaso por parte dos funcionários do estabeleci-mento. “Primeiro me deram

um prazo de 30 dias para a chegada da peça. Depois mais 30 dias e até agora, nada. Chegaram a dizer que a empresa de seguro não tinha autorizado o reparo, sendo que dois dias depois de bater o veículo a seguradora deu o aval para o conserto. Hoje, eu é que tenho que correr atrás

de informações, pois nem um telefonema me dão para di-zer como está a situação do carro”, ressalta.

Com o carro parado, o em-presário teve que alugar ou-tro veículo para ser utilizado para cumprir os compromis-sos com os clientes. “Aluga-mos outra Kombi por R$ 1,7 mil. Esperávamos passar, no

máximo, um mês pagando o aluguel desse carro, mas esse valor já se transformou em R$ 8,5 mil. E, nesse caso, quem está pagando a conta sou eu”, reclama o empresário, que pretende entrar na Justiça para tentar reaver o dinheiro gasto com aluguel.

Na mesma situação fi cou o assessor parlamentar Valdir Frazão. “Meu carro foi batido e, na concessionária da Ford, me deram a previsão de que as peças chegariam no prazo de 15 dias. Dias depois, me ligaram e disseram que, como o veículo era lançamento, o material chegaria em um mês”, lembra o assessor.

Porém, as peças, segundo Frazão, demoraram dois me-ses para chegar a Manaus. “Sem contar que depois do conserto tive que voltar mais quatro vezes na concessioná-ria para fazer outros ajustes no veículo”, diz o assessor, ao salientar que os serviços custa-ram R$ 13 mil e só não amar-gou maiores prejuízos porque o carro fi cou em uso enquanto as peças não chegavam.

CaronaPara não ter que gastar com

táxi, a dentista Bárba-ra Ferreira apelou pela carona de amigos por quase 40 dias. “Meu carro, que tem garan-tia de 3 anos, apre-sentou problema na direção hidráulica e no painel recentemente. Fui à concessionária e, após vistoria, me in formaram que as peças chegar iam dentro de 15 dias. A peça chegou quase um mês depois”, destaca a dentista.

Bárbara considera a demora uma falta de respeito com o consumidor, pois o tratamento que recebeu durante a ven-da foi diferente do recebido no pós-venda. “Ao adquirir o carro me falaram que ele era nacional, que havia peças em estoque caso fosse necessá-rio e foram superatenciosos comigo, mas quando precisei não agiram da mesma forma”, lembra a dentista.

Tempo será reduzidoO Sindicato das Conces-

sionárias e Distribuidores de

Veículos Automotores do Amazonas (Sincodiv-AM) re-

conhece a demora da chegada de peças em Manaus e credita a lentidão aos problemas de logística que afetam o Estado. Segundo o sindicato, os produ-tos chegam à capital em um período médio de 22 a 25 dias, mas que pode ser estendido por conta da distância entre o Amazonas e os Estados onde estão as fabricantes de peças de veículos.

“Estamos estudando meios para reduzir esse tempo. A expectativa é de que o abaste-cimento de peças em Manaus ocorra entre 12 e 15 dias”, assegura o vice-presidente da Sincodiv, Antônio Silva, ao sa-lientar que grande parte das fabricantes de peças e veícu-los estão instaladas em Minas

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Espera de até cinco meses por serviçoPara vender, algumas concessionárias de oferecem inúmeras vantagens, mas é só o veículo apresentar problemas para a “dor de cabeça” começar

táxi, a dentista Bárba-ra Ferreira apelou pela carona de amigos por quase 40 dias. “Meu carro, que tem garan-tia de 3 anos, apre-sentou problema na direção hidráulica e no painel recentemente. Fui à concessionária e, após vistoria, me in formaram

Veículos Automotores do Amazonas (Sincodiv-AM) re-

conhece a demora da chegada de peças em Manaus e credita

Todo o serviço de assistência técnica, incluindo o atendimen-to aos proprietários de veículos, deve ser prestado em 30 dias. É o que assegura o Código de Defesa do Consumidor (CDC), conforme o Programa Estadual de Proteção e Orientação do Consumidor (Procon-AM).

“Depois desse prazo, o con-sumidor, caso se sinta lesado, deve procurar os órgãos de defesa para pedir providên-cias e até ser ressarcido, se-gundo prevê o CDC”, explica

o diretor-presidente do órgão, Guilherme Frederico.

Frederico ressalta que as re-clamações podem ser feitas direto no Procon, mas no caso de ressarcimento o consumi-dor terá de se dirigir à Justiça. “O cliente pode entrar com uma ação pedindo indenização por danos morais na Justiça. Ele só precisa apresentar os compro-vantes das despesas causadas para que o processo tenha andamento”, destaca.

O diretor-presidente do ór-

gão salienta, ainda, que o Procon tem recebido reclama-ções por conta da demora e considera a justificativa das concessionárias de que falta peças em Manaus irrelevante. “As empresas precisam ter consciência da importância de possuírem peças em es-toque, mas algumas ainda resistem por sair caro manter produtos parados. Isso não pode acontecer, pois quem sai prejudicado é o cliente”, acrescenta o dirigente.

Prazo é de 30 dias, afi rma Procon

MEDIDASegundo o Sinco-div-AM, um estudo é realizado para encon-trar meios de reduzir o tempo da chegada das peças, que hoje ocorre em um prazo de 12 a 15 dias, dependendo da localidade de origem

B04 E B05 - ECONOMIA.indd 4-5 15/9/2012 01:09:33

Page 14: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

B6 País MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Lei do Descanso esbarra na falta de motoristasDe acordo com o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro, existe o problema da falta de mão de obra

A lei n.º 12.619, já co-nhecida como Lei do Descanso, tem o potencial de criar

milhares de empregos para caminhoneiros em todo o país, mas esbarra em um problema de falta de mão de obra na profissão, diz o presidente do Movimento União Brasil Ca-minhoneiro (MUBC) e também profissional da área, Nélio Bo-telho. De acordo com ele, para que as transportadoras de car-ga atendam às exigências da legislação, elas teriam que triplicar a disponibilidade de motoristas. O MUBC estima em 2 milhões o número de caminhoneiros em atuação no país.

A lei determina que o moto-rista profissional deve cumprir um repouso diário de 11 horas, além de descanso de 30 minu-tos a cada 4 horas ininterruptas de direção. Botelho afirma que, para cumprir a determinação e ainda manter o mesmo volume de carga transportada diaria-mente, as empresas teriam de contratar motoristas auxiliares para as viagens. “Num trajeto de 3 mil quilômetros é preciso um revezamento de cinco ca-minhoneiros. Mas hoje temos um déficit em torno de 100 mil motoristas no mercado”, diz o presidente da entidade.

Além desse impedimento em cumprir a lei, o Movimento União Brasil Caminhoneiro lis-ta também a falta de pontos seguros nas rodovias brasi-leiras onde os caminhoneiros podem estacionar o veículo para descansar. “Teríamos que parar no mato e correr o risco de assalto ou de multa pela polícia”, afirma.

A fiscalização para o cum-

primento da lei começaria nesta terça-feira (11), mas foi adiada por 180 dias porque o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou uma resolu-ção que recomenda o procedi-mento somente nas rodovias que ofereçam pontos de pa-rada. A lista das estradas que atendem a esses critérios só deverá ser publicada daqui a seis meses. A lei determina que o motorista profissional deve cumprir repouso diário de 11 horas

EXIGÊNCIASSegundo presidente do MUBC, para que as transportadoras de carga atendam às exi-gências da legislação, elas teriam de triplicar a disponibilidade de motoristas. Hoje são cerca de 2 milhões

Para a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), todas as opera-ções de transporte so-frerão aumentos signifi-cativos, e inevitáveis, em seus custos pela queda na produtividade resul-tante das novas exigên-cias. Em estudo recente sobre os impactos da lei n.º 12.619, a entidade estima que o prazo de entrega das cargas vai aumentar, em média, 56%. O aumento médio do custo no cumprimen-to da legislação será de 14,98% para cargas fra-cionadas - mercadorias que não ocupam toda a capacidade do veículo - e 28,92% para o trans-porte que tome todo o espaço no caminhão. No caso do transporte de container, o preço do frete subirá 27,28%.

Operadoras sofrerãoreajustes

GERVÁSIO BAPTISTA/ABR

B06 - PAIS.indd 6 15/9/2012 01:12:41

Page 15: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

B7MundoMANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Satélite geostacionário brasileiro será compradoProcesso de aquisição será iniciado em outubro e, a meta, é que o equipamento entre em órbita até dezembro de 2014

O processo de compra do primeiro satéli-te geoestacioná-rio brasileiro deve

começar até outubro deste ano, segundo o secretário de Telecomunicações do Minis-tério das Comunicações, Ma-ximiliano Martinhão. A meta é que o equipamento entre em órbita até dezembro de 2014, prazo estabelecido em acordos internacionais.

Também presidente do Comi-tê Diretor do projeto, Martinhão reconheceu que colocar o satéli-te em órbita em dois anos “não será fácil”. Entre os desafios, ele cita a contração dos fabrican-tes. De acordo com o secretário, isso será feito “por um processo que leve em conta as especifi-cidades técnicas determinadas em um termo de referência”, excluindo a licitação.

“A partir do termo, para atender a demandas do setor de telecomunicação, do Plano Nacional de Banda Larga, e de defesa nacional, será contrata-da a empresa para a construção do satélite”, declarou, durante o Congresso Latino-Americano de Satélite, concluído no Rio na sexta-feira. O custo estimado incluindo o lançamento é R$ 720 milhões.

Responsável pelas escolhas técnicas, o representante da Telebras, Sebastião Neto, adiantou que o equipamento pesará até 6 toneladas e terá capacidade entre 50 e 60 giga-bytes por segundo (GB/s), acima da demanda atual de 35 GB/s. Com isso, segundo ele, atenderá às necessidades do país nos próximos dez anos.

Banda LargaDe acordo com o presidente

do comitê, o satélite geoesta-cionário é fundamental para atender a cerca de 1,2 mil municípios que ainda não têm banda larga por ques-tões geográficas, além de suportar a troca de dados da administração pública. Atualmente, para suprir a de-manda pública, o país contrata a tecnologia de satélite privados. “É mais vantajoso economica-mente e do ponto de vista do desenvolvimento de tecnologia nacional construir um satélite a continuar a contratar a ca-pacidade de serviços”, avaliou Martinhão. Segundo ele, com o equipamento, é esperado o barateamento de serviços de in-ternet, a atração de tecnologia e a cobertura de defesa em áreas de fronteira e no oceano. A compra e a fabricação do satélite geoestacionário, supervisionada pelo Ministério das Comunicações, será feita por Telebras e Embraer

DIVULGAÇÃO

B07 - MUNDO.indd 7 15/9/2012 01:11:23

Page 16: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

B08 - CALHAU.indd 8 15/9/2012 01:10:08

Page 17: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

Dia a diaCade

rno

C

[email protected], DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 (92) 3090-1041

‘Palhaçada’ repassada por gerações

RICARDO OLIVEIRA

Página C4 e C5

Desorganização social: a culpa é de quem, cidadão?Choque de ordem implantado na cidade há alguns meses parece estar longe de ser uma realidade no dia a dia da população

Dia a diaa diaaCade

rno

[email protected], DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 (92) 3090-1041

‘Palhaçada’ repassada por gerações

Nos últimos anos, es-forços de vários ór-gãos, de diversas es-feras, desenvolveram

ações voltadas para organi-zação da capital amazonense. Energias foram concentradas na organização do trânsito e na proibição da comercialização por ambulantes - de frutas e verduras sem o armazenamen-to devido. Porém não é difícil encontrar pessoas que insistem em executar tais práticas.

O centro da cidade retrata bem essa realidade. Nas ruas que dão acesso à feira da Manaus Moderna o desres-peito às leis de trânsito com o estacionamento irregular ou mesmo com a obstrução das calçadas por mercadorias de lojistas e a ocupação das ruas por vendedores ambulantes saltam aos olhos.

A rua Barão de São Domingos é exemplo disso. O vendedor de abacaxi, Robinson Silva, 28, disse que neste ano teve as mercadorias apreendidas duas vezes pela fi scalização. “A últi-ma vez que vieram e levaram meu material foi em fevereiro. O prejuízo foi numa faixa de R$ 500 e ainda levaram o car-rinho. Tive que pedir emprésti-mo para continuar trabalhando. Todo mundo sabe que é irregu-lar, mas precisamos ‘ganhar o pão’, ninguém está aqui porque quer”, alega. Com as vendas, ele chega a ter um lucro de até R$ 300 por mês.

Silva acredita que a melhor alternativa seria que o projeto do camelódromo deslanchasse para oferecer um local adequa-do aos ambulantes. “Se tivesse um local para nós irmos seria bom. Ninguém gosta de fi car aqui no sol, sem proteção. Aqui todo mundo se ajuda, se sabe-mos que tem fi scalização avisa-mos todo mundo”, revela.

Vendedor de churrasco na rua há 30 anos, nas proximidades da

Manaus Moderna, José Malcher, 47, diz que nunca teve a merca-doria apreendida nas fi scaliza-ções e apesar de estacionar o carrinho e alguns objetos na rua e na calçada acredita não atra-palhar a movimentação. “Nun-ca levaram minha mercadoria, uma vez uma fi scal chegou a conversar comigo, mas não le-vou. Eu conheço muita gente. Eles tiram mais os ambulantes que fi cam no meio da rua, eu não atrapalho aqui”, assegura.

Além dos ambulantes tam-bém não foi difícil encontrar as pessoas que alimentam essa

fatia de mercado. Ainda não era meio-dia, quando o churrasco do seu José já tinha terminado. “Aqui vai rápido, porque é o me-lhor churrasco de carne de sol que tem”, afi rma o vendedor.

O preço mais em conta tam-bém atraiu Maria Auxiliadora Costa, 63, na hora da escolha das frutas. “Compro nos carri-nhos porque as vezes sai mais em conta. No fi m do dia sempre tem promoção”, conta.

Competindo com os am-bulantes, alguns motoristas também contribuem para a desorganização da cidade, ao burlar as leis de trânsito, estacionando ou parando em locais proibidos. O caos é de-nunciado por guardadores de carro, motoristas de táxi-frete e de caminhões. O estaciona-mento em fi la dupla e a prática de parar para efetuar a carga e descarga são os principais motivos da desordem.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Do outro lado, os ór-gãos fi scalizadores se de-fendem e asseguram que as ações nunca deixaram de ser desenvolvidas, mas apontam a difi culdade de vencer as práticas abaste-cidas pela população.

“As fi scalizações não fo-ram suspensas. Continuam diárias no Centro. Antiga-mente chamávamos a im-prensa para fazer o registro e percebíamos que vazava a informação e os ambu-lantes sumiam. Isso tem que ser feito de surpresa e os que não têm cadastro tem a mercadoria apreen-dida”, assegura o secretário municipal de Produção e Abastecimento (Sempab), Rogério Vasconcelos.

Em 2012 foram reali-zadas 24 operações de retirada e reorganização dos ambulantes no Centro. Foram apreendidas tone-ladas de frutas e verduras e levadas ao aterro sanitá-rio, porque não foram com-provadas a procedência.

O diretor de operações do Instituto Municipal de En-genharia e Fiscalização do Trânsito de Manaus (Ma-naustrans), major Cleitman Coelho, informa que as ações de fi scalização e orientação no trânsito são realizadas diariamente na tentativa de organizar a cidade. “O trânsito é feito por todos: instituição pública e cida-dãos (condutores e pedes-tres). O Manaustrans desen-volve ações de fi scalização, engenharia (sinalização) e educação no sentido para conscientizar as pessoas a terem um melhor comporta-mento no trânsito e cumprir o que determina o Código de Trânsito Brasileiro”, aponta.

Conforme ele, o Manaus-trans realiza diariamente operações, tais como “Can-teiro” para coibir estaciona-mento em canteiros centrais; “Tranca Rua” para impedir que veículos fechem cru-zamentos; “Carreta” retirar carretas estacionadas inde-vidamente; “Calçada Livre”.

Atividades repressivas

O sociólogo Ademir Ra-mos acredita que a certeza da impunidade estimula os atentados e a falta de res-peito ao bem público. “A cidade é um refl exo do seu governante. Nesta relação quando o cidadão perce-be que o governante não tem credibilidade começa a violar os espaços públicos julgando-se proprietário do território. O cidadão comum aposta na impunidade para poder apropriar do bem público assim como o go-vernante que acredita que pode comprar a Câmara e tudo mais”, aponta.

Para o sociólogo o resul-tado dessa ação é o caos

total, com a ocupação de-sordenada, a falta de res-ponsabilidade no trânsito e a não proteção ao patrimônio material e imaterial. Tudo fruto da desmoralização e desobediência civil.

Mas, nem tudo está perdi-do. Para ele, esse é o momen-to de refl exão e uma nova atitude pode nascer após a escolha do próximo gestor. “É preciso chamar atenção no processo eleitoral. A elei-ção celebra um novo pacto com o novo gestor que vier, que deve ter credibilidade, le-gitimidade e ser reconhecido como pessoa de competên-cia e com habilidade para gerir a cidade”, fi naliza.

As ciências explicam

Hábito do “churrasquinho de gato” também prejudica a ordem

Aos ambulantes todo lugar é propício para exibir mercadorias

FOTO

S: D

IEG

O C

AJÁ

CAMELÓDROMOOs vendedores am-bulantes de frutas e verduras se mostram favoráveis em exercer suas atividades em um local diferenciado, distantes das ruas e avenidas movimenta-das no centro

C01 - DIA A DIA.indd 1 15/9/2012 01:58:17

Page 18: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Homossexualidade juvenil preocupa as autoridadesFalta de apoio familiar e o preconceito contra homossexuais estão levando número considerado de adolescentes à prostituição

Mais de 12% das travestis em Ma-naus são meno-res de idade. A

presidente da Associação de Gays, Lésbicas e Travestis do Amazonas (AGLT), Bruna La Close revelou que cerca de 60 dos 485 travestis que se prostituem nas ruas da capital têm menos de 18 anos. Ainda segundo a presidente, os me-nores já representaram quase metade da população da capi-tal nessa situação. “Hoje esse dado reduziu muito devido às nossas ações de combate a prostituição de menores, mas já registramos pelo menos 200 pessoas dentro desta es-tatística”, afirma.

Conforme Bruna, o pro-blema é uma consequência da falta de apoio da família desses adolescentes, que os expulsa de casa quando des-cobre sua homossexualidade. Sem perspectivas, eles têm de se prostituir para sobreviver. “Alguns não são aceitos e como não conseguem em-prego, acabam optando por se prostituírem”, explica.

A situação é caracterizada pelo Estatuto da Criança e

do Adolescente (ECA) como abuso e exploração sexual. É dever da família, da socieda-de e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimenta-ção, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liber-dade e à convivência familiar e comunitária, além de colo-cá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, cruelda-de e opressão, diz o texto.

A presidente afirma que a re-dução nos casos de prostitui-ção entre adolescentes só foi possível devido à ação intensa da associação em parceria com governo do Estado. “Nós orientamos os jovens sobre os riscos e os capacitamos para tentar encontrar traba-lho para eles longe das ruas. A Secretaria de Assistência So-cial e Cidadania (Seas) sempre nos apoia nessas questões”, ressalta Bruna.

De acordo com informações da Seas, não existe um pro-grama específico para o pú-blico travesti com menos de 18 anos, porém os menores nessa situação são acompa-nhados por meio das ações da secretaria.

WILLIAM GASPAREquipe EM TEMPO

Dados da Associação de Gays, Lésbicas e Travestis indicam que 12% dos travestis existentes em Manaus são adolescentes

Com apenas 16 anos, Wendy*, que vive apenas do dinheiro obtido com a venda de seu corpo, tra-balha há quase um ano na avenida Brasil, Com-pensa, Zona Oeste. Ela usa minissaia e anda com os seios despidos, a fim de chamar mais atenção e, consequentemente mais clientes. “Tem gente que vem aqui oferecendo R$ 100 ou R$ 200 para transar sem camisinha, ou ainda R$ 30 para eu usar droga junto. Pelo menos meta-de dos clientes quer fazer sexo sem camisinha. Eu não faço. A vida é o que conta né, amor?”, diz.

De acordo com ela, a rejeição do pai e a falta de

outras oportunidades fo-ram motivadores para que desse início à prostituição. “Meu pai era muito careta e me expulsou de casa quando soube que eu era gay. Como eu não consegui emprego em nenhum lugar por ser menor de idade, conheci umas amigas que me apresentaram essa op-ção”, explica.

Mesmo com lucros de cerca de R$ 2 mil por mês, Wendy afirma que abando-naria o estilo de vida que leva caso encontrasse ou-tra forma de sobrevivência. “O problema é que eu não sei fazer outra coisa, mas eu deixaria de me prosti-tuir se pudesse ter outra ocupação”, afirma.

Prostituição como opção

Especialista em ci-ência na área de psi-coterapia sexual e de casal, a psicóloga Ana Cláudia Alvim Simão diz que os jovens cujas famílias rejeitaram a sua orientação sexual durante a adolescência têm mais probabilida-de de sofrer problemas graves de saúde, po-dendo chegar a tentar o suicídio ou sofrer uma depressão.

“Jovens lésbicas, gays e bissexuais que reve-laram níveis elevados de rejeição familiar durante a adolescên-cia tem mais proba-bilidades de revelar tentativas de suicídio, elevados níveis de de-pressão e de usarem drogas ilegais”, afirma ela, ao ressaltar que esse público também é mais propício a rea-lizar sexo desprotegido. A especialista orienta o diálogo constante entre pais e filhos e pede o máximo de compreen-são dos responsáveis pelos menores.

Parada gayCom o tema “Ho-

mofobia tem solução: educação e criminali-zação”, o Movimento das Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis do Amazonas (LGBTs) realiza hoje, a 12ª Para-da do Orgulho LGBT, na alameda do Samba, ao lado do Sambódromo, Zona Centro-Sul.

Efeitos da rejeição familiar

Exclusão familiar é o motivo principal para a prostituição

ARQUIVOEMTEMPO/MARCELL MOTTA

DIEGO JANATÃ

C02 - DIA A DIA.indd 2 15/9/2012 01:56:08

Page 19: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Caos, abandono e lixo na orla da Manaus Moderna Entrada de dezenas de barcos municipais e interestaduais, o porto da Manaus Moderna apresenta riscos para à população

Muita sujeira, lama e caos. Com a vazante do rio Negro, antigos

problemas enfrentados pe-los manauenses na praia do porto da Manaus Moderna ressurgiram. O acúmulo de carros e embarcações desor-denados no local completam o cenário que representa o descaso da administração pública com a segurança e infraestrutura do lugar.

O primeiro problema come-ça nas escadarias que dão acesso à praia do porto. Quem tenta andar por elas, tem que tomar cuidado para não ser arremessado pelos carrega-dores que transitam pelo local sem olhar aonde vão. “Eles andam carregados de coisas e olhando para baixo sem pres-tar atenção em quem passa. Uma vez quase fui jogado na água”, recorda o vendedor de passagens, Arlindo Cruz.

Já nas areias da praia, ou na lama, de acordo com passa-geiros do porto, é impossível embarcar com os pés limpos. “Ainda tem um pouco de água por aqui, o que transforma todo o chão em um grande lamaçal. A gente escorrega e cai por aqui o tempo inteiro”, reclama o ambulante, Firmi-

no Gonçalves. Além disso, a presença de

muitos caminhões, que divi-dem espaço com as embar-cações, difi culta ainda mais o trânsito de passageiros no porto. “Entram carretas e car-ros aqui sem a menor restrição e com eles aqui tudo fi ca uma enorme bagunça. São pessoas descarregando, gente gritan-do, bêbados. Isso aqui é um caos”, acrescentou Firmino.

Outro grande problema en-frentado pelos frequentado-res do porto diz respeito à grande quantidade de lixo ao longo de toda a praia. “Somos nós mesmos que retiramos o lixo, mas nem sempre tem gente disposta a fazer isso, aí a bagunça fi ca ainda maior”, diz o capitão de embarcação, Renildo Neto.

Segundo o capitão, que atraca todos os dias a em-barcação no porto da Manaus Moderna, a limpeza pública não atua na área, por isso o cenário tão caótico. “Com esse abandono quem sofre são os usuários, que tem que conviver todos os dias com essa sujeira. Isso parece um chiqueiro”, esbraveja.

A reportagem do EM TEM-PO buscou informações sobre o assunto junto à Prefeitura de Manaus, mas até o fe-chamento desta edição não obteve retorno.

WILLIAM GASPAREquipe EM TEMPO

Falta de consciência ambiental pode ser observada por todo lado

Os problemas também são frequentes na rua Lou-renço da Silva Braga, onde está localizada a feira da Manaus Moderna, sobre-tudo, em consequência do trânsito desordenado no local e das constantes fi las duplas que se formam na via. Carretas e carros peque-nos brigam por espaço. Os caminhões querem descar-regar em horário de grande movimento e acabam atra-

palhando o trânsito.

InfraçõesO resultado da má-con-

duta dos motoristas pode ser visto todos os dias e nem mesmo a presença de seis agentes de trânsito parece inibir as infrações. “Os engarrafamentos es-gotam a paciência de quem precisa passar por aqui”, reclama o motorista, Fa-brício Nunes.

Trânsito caótico e barulhento

As rampas improvisadas também prejudicam o acesso dos usuários e limitam o ir e vir da população que utiliza a Manaus Moderna. Uma des-sas pessoas é a dona de casa Marina Mattos, que com os

pés sujos de lama escorregou pela rampa de ferro ao tentar acessar uma embarcação e quase caiu no rio. “Não dá para passar por aqui sem fi car com os pés escorregadios. Essas pontes são completamente

irregulares e não têm segu-rança nenhuma. Como não temos outra alternativa, nos sujeitamos”, reclama.

Quem teve um acidente pa-recido foi o carregador Pedro Antunes, que ao passar por

uma das pontes para em-barcar cerca de 50 quilos de farinha escorregou e derrubou todo o material na lama. “A rampa estava muito lisa e me desequilibrei, pelo menos não me machuquei”, resignou-se.

Perigo nas rampas que levam aos barcos

O trânsito de mercadorias e a desorganização do local fazem do porto um local inadequado para o embarque de passageiros

FOTOS: IONE MORENO

, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

C03 - DIA A DIA.indd 3 15/9/2012 01:32:37

Page 20: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 C5

‘Ser palhaço é um presente do meu pai’LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

Assim como os pais, a vida nômade fez com que Nilton se casasse e constituísse família com uma personagem do circo. A geração circense da família continua se renovando, já que “Chuvisco” tem duas fi lhas que o acompanham pela estrada

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

Nilton tentou enveredar por outras atividades, mas desisitiu e voltou ao mundo circense

Ofício passado de geração a geração, a arte do picadeiro, com suas alegrias e difi culdades, é retratada por Nilton Gatica, o “Chuvisco”, que desde os cinco anos de vida vive sob lonas, fantasias e mágicas para animar o público

“Chuvisco” aperfeiçoa, todos os dias, os números que foram ensinados pelo pai e pelos irmãos mais velhos

Maquiagem car-regada, nariz de palhaço, sapatos extravagantes ,

trejeitos desengonçados, vocabulário singelo e uma grande perspicácia em fa-zer sorrir, sejam adultos ou crianças, assim são os palha-ços e assim é a vida de Nilton Gatica, 24, o “Chuvisco”. Há 19 anos ele faz apresenta-ções em picadeiros de circos e garante que não trocaria a profi ssão, herdada do pai, por nada no mundo. Os anos de estrada como palhaço o fi -zeram enxergar que, mesmo fazendo muitas pessoas sor-rirem, a profi ssão de palhaço não é apenas de alegrias e mágicas, mas também de lágrimas e difi culdades.

Nascido no Rio de Janeiro e caçula de cinco irmãos, todos artistas circenses, apenas Nilton optou pela profissão de palhaço. “Chu-visco” aprendeu com o pai, o também palhaço Carlos Gatica, 80, mais conhecido como “Chirulita”, como viver dessa arte que cativa tan-to crianças quanto adultos. Nilton entrou pela primeira vez no picadeiro aos 5 anos de idade com o pai. “Nasci e me criei vivendo o dia a dia do circo. Meu pai e minha mãe foram artistas de picadeiro. Tudo que sei aprendi com meu pai, que é minha inspiração e meu ídolo. Ele (pai) começou a vida no circo

aos 32 anos no antigo cir-co Garcia, um dos maiores de época, vendendo doces durante as apresentações. Depois aprendeu a fazer os números e começou a fazer apresentações”, conta.

Assim como os pais, que se conheceram e se casa-ram no circo, Nilton também encontrou no picadeiro uma companheira para constituir família. “Chuvisco” é casado há 14 anos com a bailarina Aline Novaes, 23. O nômade casal tem duas fi lhas, Lívia Gatica, 5, e Lavínia Gatica, 7 anos. Mesmo tendo vivido quase todos os anos de sua

vida dentro do circo, aos 17 anos Nilton tentou trilhar um caminho diferente, longe do picadeiro e da vida nômade, sobretudo porque a fi lha mais velha estava prestes a nas-cer. Com o intuito de dar uma vida mais “normal” a fi lha e a esposa, Nilton seguiu para Poços de Caldas (MG), onde começou a ser padeiro.

“Quando deixei o circo passei um ano fora. Fui trabalhar em uma padaria onde passei alguns meses e depois fui para uma fábrica de gesso. Não aguentei e vi que minha vida era viver no picadeiro, transmitindo alegria para as crianças. Morro de vontade de fazer teatro, estou procurando até um lugar para estudar, mas não pretendo deixar o circo tão cedo”, ressalta.

Sem especialização ou com algum curso que lhe garanta subsídios técnicos, “Chuvisco” tem nas lições aprendidas com o pai, com os irmãos e em seus esfor-ços pessoais a base para a realização de seu trabalho de entretenimento. “Eu atualizo os números que meu pai e meus irmãos faziam e em cima deles vou criando coi-sas novas. A cultura circense é muito grande, o circo é uma cultura muito profunda, algo que vem de família. Nunca fiz um curso para aprimorar os conhecimentos na área, o que sei devo à minha fa-

mília. Sou muito feliz com a minha pro-

fissão”, afirma “Chuvisco”.

Não há desvanta-gens fi nanceiras

em se trabalhar no circo. O dinheiro é

bom, dá para man-ter a família e ter um pouco de luxo

“Chuvisco”,palhaço circense

A trupe de palhaços sur-giu no século 16, na Itália. O nome palhaço vem da palavra italiana pagliac-cio ou omino di paglia, que signifi ca homem de palha. Na Idade Média muitos artistas passaram a vagar pelas cidades apresentan-do números cômicos em feiras livres. Os melhores conseguiam empregos como os famosos bobos da corte, cuja função era animar o rei.

Quando surgiu, o palhaço era sempre uma pessoa humilde do campo, que chegava à cidade grande

e, muitas vezes, não conse-guia emprego. Com isso as pessoas passavam a morar na rua. As vezes embriaga-vam-se com cerveja, cuja espuma fi cava ao redor da boca, no que deu origem a maquiagem branca. De tanto tropeçar nas próprias pernas e cair com o nariz no chão, fi cavam com o nariz vermelho, por isso a cor do nariz que predomina até hoje. Como não tinham dinheiro para comprar rou-pas, ganhavam de outras pessoas, o que explica os tamanhos desproporcio-nais ao corpo.

Artistas surgiram para animar os dias do rei

A cabine com roupas, maquiagem e objetos que eram do pai, também palhaço, hoje acompanham “Chuvisco”

“Chuvisco” aperfeiçoa, todos os dias, os números que foram ensinados pelo pai e pelos irmãos mais velhos

apenas Nilton optou pela profissão de palhaço. “Chu-visco” aprendeu com o pai, o também palhaço Carlos Gatica, 80, mais conhecido como “Chirulita”, como viver dessa arte que cativa tan-to crianças quanto adultos. Nilton entrou pela primeira vez no picadeiro aos 5 anos de idade com o pai. “Nasci e me criei vivendo o dia a dia do circo. Meu pai e minha mãe foram artistas de picadeiro. Tudo que sei aprendi com meu pai, que é minha inspiração e meu ídolo. Ele (pai) começou a vida no circo

aprendidas com o pai, com os irmãos e em seus esfor-ços pessoais a base para a realização de seu trabalho de entretenimento. “Eu atualizo os números que meu pai e meus irmãos faziam e em cima deles vou criando coi-sas novas. A cultura circense é muito grande, o circo é uma cultura muito profunda, algo que vem de família. Nunca fiz um curso para aprimorar os conhecimentos na área, o que sei devo à minha fa-

mília. Sou muito feliz com a minha pro-

fissão”, afirma “Chuvisco”.

zeram enxergar que, mesmo

rirem, a profi ssão de palhaço não é apenas de alegrias e mágicas, mas também de

Segundo o palhaço, o dinheiro que ganha nas apresentações, cujo valor preferiu não revelar, dá para manter ele e a fa-mília. Ele garante que não há desvantagem fi nanceira em se trabalhar no circo. “Como qualquer negócio há difi culdades, mas nada que não dê para superar. Minha maior alegria é entrar no

picadeiro e ver os sorriso das crianças, com isso eu ganho meu dia. Às vezes eu estou triste, com algum problema na família, mas quando chega aqui na frente a alegria vem à tona, o astral é outro. O dinheiro que re-cebo é bom, dá para manter a família e ter um pouco de luxo. A nossa brincadeira é trabalhar ”, destaca.

Palhaçadas e trapalhadas rendem bom “dinheirinho”

Nem tudo é motivo de ale-gria na vida do palhaço “Chu-visco”. Segundo ele, a maior tristeza é viver longe dos pais que moram em Minas Ge-rais, no entanto, ele “mata” a saudade por telefone. Outra forma de diminuir a saudade é a mala cabine (espécie de camarim do palhaço), que era do pai, passou para os irmãos e agora está com ele. Na mala

ele guarda as fotos da família. “Aqui não é só alegria, no cir-co também tem coisas ruins. Não posso estar perto dos meus pais, mas estou perto das minhas fi lhas, da minha esposa e isso me deixa feliz. Quando estou me arrumando na mala-cabine lembro muito do meu pai, ele também a usou. Meu pai tem 80 anos, mas é um eterno palhaço”, fala.

“Número” mais sem graça é viver longe da família

Maior do que qualquer difi culdade é a saudade de estar longe da inspiração maior, o pai palhaço Os sorrisos das crianças a cada apresentação trazem alegria ao rosto do palhaço “Chuvisco”

A lona proteje seus objetos de trabalho e abriga a família

C04 e 05 - DIA A DIA.indd 4-5 15/9/2012 00:34:37

Page 21: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 C5

‘Ser palhaço é um presente do meu pai’LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

Assim como os pais, a vida nômade fez com que Nilton se casasse e constituísse família com uma personagem do circo. A geração circense da família continua se renovando, já que “Chuvisco” tem duas fi lhas que o acompanham pela estrada

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

Nilton tentou enveredar por outras atividades, mas desisitiu e voltou ao mundo circense

Ofício passado de geração a geração, a arte do picadeiro, com suas alegrias e difi culdades, é retratada por Nilton Gatica, o “Chuvisco”, que desde os cinco anos de vida vive sob lonas, fantasias e mágicas para animar o público

“Chuvisco” aperfeiçoa, todos os dias, os números que foram ensinados pelo pai e pelos irmãos mais velhos

Maquiagem car-regada, nariz de palhaço, sapatos extravagantes ,

trejeitos desengonçados, vocabulário singelo e uma grande perspicácia em fa-zer sorrir, sejam adultos ou crianças, assim são os palha-ços e assim é a vida de Nilton Gatica, 24, o “Chuvisco”. Há 19 anos ele faz apresenta-ções em picadeiros de circos e garante que não trocaria a profi ssão, herdada do pai, por nada no mundo. Os anos de estrada como palhaço o fi -zeram enxergar que, mesmo fazendo muitas pessoas sor-rirem, a profi ssão de palhaço não é apenas de alegrias e mágicas, mas também de lágrimas e difi culdades.

Nascido no Rio de Janeiro e caçula de cinco irmãos, todos artistas circenses, apenas Nilton optou pela profissão de palhaço. “Chu-visco” aprendeu com o pai, o também palhaço Carlos Gatica, 80, mais conhecido como “Chirulita”, como viver dessa arte que cativa tan-to crianças quanto adultos. Nilton entrou pela primeira vez no picadeiro aos 5 anos de idade com o pai. “Nasci e me criei vivendo o dia a dia do circo. Meu pai e minha mãe foram artistas de picadeiro. Tudo que sei aprendi com meu pai, que é minha inspiração e meu ídolo. Ele (pai) começou a vida no circo

aos 32 anos no antigo cir-co Garcia, um dos maiores de época, vendendo doces durante as apresentações. Depois aprendeu a fazer os números e começou a fazer apresentações”, conta.

Assim como os pais, que se conheceram e se casa-ram no circo, Nilton também encontrou no picadeiro uma companheira para constituir família. “Chuvisco” é casado há 14 anos com a bailarina Aline Novaes, 23. O nômade casal tem duas fi lhas, Lívia Gatica, 5, e Lavínia Gatica, 7 anos. Mesmo tendo vivido quase todos os anos de sua

vida dentro do circo, aos 17 anos Nilton tentou trilhar um caminho diferente, longe do picadeiro e da vida nômade, sobretudo porque a fi lha mais velha estava prestes a nas-cer. Com o intuito de dar uma vida mais “normal” a fi lha e a esposa, Nilton seguiu para Poços de Caldas (MG), onde começou a ser padeiro.

“Quando deixei o circo passei um ano fora. Fui trabalhar em uma padaria onde passei alguns meses e depois fui para uma fábrica de gesso. Não aguentei e vi que minha vida era viver no picadeiro, transmitindo alegria para as crianças. Morro de vontade de fazer teatro, estou procurando até um lugar para estudar, mas não pretendo deixar o circo tão cedo”, ressalta.

Sem especialização ou com algum curso que lhe garanta subsídios técnicos, “Chuvisco” tem nas lições aprendidas com o pai, com os irmãos e em seus esfor-ços pessoais a base para a realização de seu trabalho de entretenimento. “Eu atualizo os números que meu pai e meus irmãos faziam e em cima deles vou criando coi-sas novas. A cultura circense é muito grande, o circo é uma cultura muito profunda, algo que vem de família. Nunca fiz um curso para aprimorar os conhecimentos na área, o que sei devo à minha fa-

mília. Sou muito feliz com a minha pro-

fissão”, afirma “Chuvisco”.

Não há desvanta-gens fi nanceiras

em se trabalhar no circo. O dinheiro é

bom, dá para man-ter a família e ter um pouco de luxo

“Chuvisco”,palhaço circense

A trupe de palhaços sur-giu no século 16, na Itália. O nome palhaço vem da palavra italiana pagliac-cio ou omino di paglia, que signifi ca homem de palha. Na Idade Média muitos artistas passaram a vagar pelas cidades apresentan-do números cômicos em feiras livres. Os melhores conseguiam empregos como os famosos bobos da corte, cuja função era animar o rei.

Quando surgiu, o palhaço era sempre uma pessoa humilde do campo, que chegava à cidade grande

e, muitas vezes, não conse-guia emprego. Com isso as pessoas passavam a morar na rua. As vezes embriaga-vam-se com cerveja, cuja espuma fi cava ao redor da boca, no que deu origem a maquiagem branca. De tanto tropeçar nas próprias pernas e cair com o nariz no chão, fi cavam com o nariz vermelho, por isso a cor do nariz que predomina até hoje. Como não tinham dinheiro para comprar rou-pas, ganhavam de outras pessoas, o que explica os tamanhos desproporcio-nais ao corpo.

Artistas surgiram para animar os dias do rei

A cabine com roupas, maquiagem e objetos que eram do pai, também palhaço, hoje acompanham “Chuvisco”

“Chuvisco” aperfeiçoa, todos os dias, os números que foram ensinados pelo pai e pelos irmãos mais velhos

apenas Nilton optou pela profissão de palhaço. “Chu-visco” aprendeu com o pai, o também palhaço Carlos Gatica, 80, mais conhecido como “Chirulita”, como viver dessa arte que cativa tan-to crianças quanto adultos. Nilton entrou pela primeira vez no picadeiro aos 5 anos de idade com o pai. “Nasci e me criei vivendo o dia a dia do circo. Meu pai e minha mãe foram artistas de picadeiro. Tudo que sei aprendi com meu pai, que é minha inspiração e meu ídolo. Ele (pai) começou a vida no circo

aprendidas com o pai, com os irmãos e em seus esfor-ços pessoais a base para a realização de seu trabalho de entretenimento. “Eu atualizo os números que meu pai e meus irmãos faziam e em cima deles vou criando coi-sas novas. A cultura circense é muito grande, o circo é uma cultura muito profunda, algo que vem de família. Nunca fiz um curso para aprimorar os conhecimentos na área, o que sei devo à minha fa-

mília. Sou muito feliz com a minha pro-

fissão”, afirma “Chuvisco”.

zeram enxergar que, mesmo

rirem, a profi ssão de palhaço não é apenas de alegrias e mágicas, mas também de

Segundo o palhaço, o dinheiro que ganha nas apresentações, cujo valor preferiu não revelar, dá para manter ele e a fa-mília. Ele garante que não há desvantagem fi nanceira em se trabalhar no circo. “Como qualquer negócio há difi culdades, mas nada que não dê para superar. Minha maior alegria é entrar no

picadeiro e ver os sorriso das crianças, com isso eu ganho meu dia. Às vezes eu estou triste, com algum problema na família, mas quando chega aqui na frente a alegria vem à tona, o astral é outro. O dinheiro que re-cebo é bom, dá para manter a família e ter um pouco de luxo. A nossa brincadeira é trabalhar ”, destaca.

Palhaçadas e trapalhadas rendem bom “dinheirinho”

Nem tudo é motivo de ale-gria na vida do palhaço “Chu-visco”. Segundo ele, a maior tristeza é viver longe dos pais que moram em Minas Ge-rais, no entanto, ele “mata” a saudade por telefone. Outra forma de diminuir a saudade é a mala cabine (espécie de camarim do palhaço), que era do pai, passou para os irmãos e agora está com ele. Na mala

ele guarda as fotos da família. “Aqui não é só alegria, no cir-co também tem coisas ruins. Não posso estar perto dos meus pais, mas estou perto das minhas fi lhas, da minha esposa e isso me deixa feliz. Quando estou me arrumando na mala-cabine lembro muito do meu pai, ele também a usou. Meu pai tem 80 anos, mas é um eterno palhaço”, fala.

“Número” mais sem graça é viver longe da família

Maior do que qualquer difi culdade é a saudade de estar longe da inspiração maior, o pai palhaço Os sorrisos das crianças a cada apresentação trazem alegria ao rosto do palhaço “Chuvisco”

A lona proteje seus objetos de trabalho e abriga a família

C04 e 05 - DIA A DIA.indd 4-5 15/9/2012 00:34:37

Page 22: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

C06 - PUBLICIDADE.indd 6 15/9/2012 01:33:34

Page 23: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

‘Órfãos’ da Ponta NegraPrincipal espaço público e urbano de lazer, a praia ficará interditada pelas próximas semanas, enquanto recebe benfeitorias. O local tem sido palco de afogamentos, o que fez com que a medida fosse adotada, a fim de evitar maiores danos

Desde que foi reaberta à população, em junho deste ano, esse é o pri-meiro final de semana

em que os banhistas ficam sem acesso à praia da Ponta Negra, Zona Oeste. Interditada pela prefeitura para manutenção desde o último dia 13, a praia não receberá os mais de 15 mil banhistas que vinham frequen-tando, aos sábados e domingos, um dos principais pontos de lazer da cidade. Conforme o diretor-presidente do Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb), Manoel Ribeiro, o número de frequentadores na Ponta Ne-gra supera qualquer expectativa dos órgãos da prefeitura envol-vidos na obra de revitalização e administração do local.

Segundo o diretor-presiden-te, a média de banhistas por final de semana no período antes da interdição para revitalização da primeira fase da “Nova Ponta Negra” não ultrapassava três mil. Hoje, conforme Ribeiro, dia-riamente o complexo recebe em média cinco mil pessoas. Para impedir que alguns banhistas furem o bloqueio da interdição, a prefeitura vai reforçar, neste final de semana, o efetivo de segurança. A recomendação do Implurb é para que os banhistas não compareçam à praia.

Espaço de lazer“Órfãos” da praia, os banhis-

tas que redescobriram o espaço público terão que buscar alter-nativas para fugir dos dias de calor em Manaus. Para o taxista Raimundo Câmara, 51, com a interdição da praia a opção da família é ficar em casa. “Algu-mas vezes eu vou apenas deixar minha esposa e meus filhos na praia. Não é sempre que eles vão, mas as crianças gostam de ficar dentro água”, diz.

O acesso à diversão e la-zer gratuitos são destacados pela turismóloga e mestre em engenharia da produção, Karla Ribeiro, como os maiores atra-tivos para os frequentadores da praia. Ela explicou que o fato de o espaço ser um dos poucos com esse perfil no perímetro urbano, o acesso acaba sendo mais viável e resultando num público diferenciado num mes-mo cenário.

Karla destaca que foi duran-te a década de 60 que a praia passou a ser frequentada por banhistas, mesmo aquela épo-ca com tantas dificuldades de acesso. Durante as décadas de 70 e 80 havia uma grande participação do público ba-nhista, com abertura de uma via de acesso direta ao local (anteriormente o acesso só era feito de barco) e ainda com a implantação de uma linha de ônibus durante os finais de semana.

Dados da Prefeitura de Manaus, publicados num artigo intitulado “Praia da Ponta Negra: transforma-ções de um dos cartões-pos-tais da cidade de Manaus para a Copa de 2014”, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), revelam que foi em 1993 que ocorreu o processo de moderniza-ção do espaço urbano do bairro e a intervenção pai-sagística da praia da Pon-ta Negra, resultando num complexo turístico com o calçadão para pedestres, restaurantes, bares, qua-dras de esportes diversos e outras benfeitorias.

“Foi nessa década que as

pessoas passaram a fre-quentar menos o balneário. O acesso se restringiu muito ao calçadão”, relata Karla.

Segundo Karla o “boom” da “Nova Ponta Negra” e a redescoberta do comple-xo por parte da população ocorreu porque houve uma preparação do espaço, um reordenamento que atraiu de volta os frequentadores ao local.

“Estive lá há duas sema-nas, no domingo estava lo-tado de banhistas, não ima-ginava isso. Já estive durante à noite também. O que se percebe nitidamente é que a noite, o nível social é diferen-te”, afirma a estudiosa.

Complexo foi redescobertoMÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

O Implurb orienta os banhistas a evitarem ir ao balneário

Espaço de lazer urbano atrai público de 15 mil banhistas

FOTOS: IONE MORENO

C07 - DIA A DIA.indd 7 15/9/2012 01:29:20

Page 24: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

C08 - PUBLICIDADE.indd 8 15/9/2012 01:27:40

Page 25: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

PlateiaCa

dern

o D

MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1042

Ingressos atrasados emManaus

Plateia D8

DIV

ULG

Impressões estudantis sobre prédios históricos Projeto “Lugares que o dia não me deixa ver” prevê mapeamento de espaços do Centro por meio de fotografi as

O projeto “Luga-res que o dia não me deixa ver”, da Cia. de Ideias,

ganha um novo foco e vai além das manifesta-ções artísticas em frente às fachadas de prédios históricos do centro de Manaus. Paralelamente, o grupo pretende unir foto-grafi a, história e conheci-mento digital e levar esse conteúdo para as escolas públicas da cidade, incen-tivando alunos do ensino médio a resgatar a memó-ria do Amazonas por meio de trabalhos in loco. Para isso, é necessário um tra-balho conjunto do grupo artístico com as secreta-rias estaduais e munici-pais, junto com o curso de turismo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e deve começar já no próximo ano letivo.

O diretor da Cia. de Ideias, João Fernandes, afi rma que apesar do nome do projeto ser o mesmo, é outro olhar. “Queremos fa-zer com que os alunos des-pertem o interesse pelo resgate da memória do Amazonas, até porque eles não têm referências sobre o assunto”, conta. Ao in-vés de usar apenas alguns prédios, como acontece na intervenção artística, a ideia aqui é fazer um mapeamento do Centro, por meio de fotografi as feitas com câmeras de telefones celulares.

“Queremos fazer esse experimento com, a prin-cípio – até porque esse seria um projeto piloto – 20 alunos da rede pública, que atualmente cursam o ensino médio. Como o tra-balho vai ser desenvolvido no Centro, é interessante começar com escolas do bairro, até pela proximida-de que eles já têm”, revela o diretor. As crianças, com seus próprios aparelhos, iriam percorrer as ruas da região,fotografando as fachadas de prédios históricos que aguar-dam tombamento ou que

simplesmente precisam de reforma. Depois, eles retornariam para as sa-las de aula e, com ajuda de profi ssionais, fariam uma restauração digital nas imagens, para depois expor os trabalhos fi nais. “Gostaríamos muito, mas já que não temos recursos para restaurar de fato os prédios, pelo menos fa-ríamos essa mudança usando programas como Photoshop e Corel”, justi-fi ca João.

Dessa forma, os ado-lescentes participando do projeto também esta-riam se preparando para o mercado de trabalho, já estando em contato com programas e técnicas de manipulação de imagens. Professores de história dessas instituições tam-

bém participariam do es-tudo, contando a história do Amazonas por meio das imagens. João expli-ca, ainda, que já houve uma conversa prelimi-nar com a coordenação do curso de turismo da UEA, para fornecer mo-nitores para o programa, que acompanhariam os alunos nessas excursões pelas ruas do Centro.

“É um trabalho de apren-dizado mútuo para todos os envolvidos. Os alunos estariam aprendendo his-tória, técnicas de digita-lização e fotografi a, já os professores iriam ensinar o conteúdo com mais fa-cilidade, já que o interesse estaria aguçado, e os alunos da UEA ganhariam horas complementares, por esta-rem participando de uma atividade extracurricular”, ressalta João.

Mas para isso tudo ter iní-cio, é preciso primeiro uma conversa com a Secretaria Municipal de Educação (Se-med) e a Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc), para expor os planos de ação do projeto e

ter apoio. O segundo semes-tre deste ano está reservado para essa busca por apoios, permissões e parcerias, etapa que já está em andamento. No próximo ano letivo, no inicia-riam de 2013, começariam as ofi cinas com as teorias com

os alunos, para só depois vir a parte prática do “Lugares que o dia não me deixa ver”.

“Claro que queríamos tra-balhar com todos os alunos, mas neste primeiro momento uma turma com 20 adoles-centes seria ideal, até porque

é um projeto que duraria 1 ano”, avalia o diretor. “Depois das fotos já restauradas e do Centro já mapeado, fa-ríamos uma espécie de ex-posição dos trabalhos, onde já entra a parte artística do projeto”, completa.

Projeto precisa do apoio das secretarias

DESTAQUE “Lugares que o dia não me deixa ver”, da Cia. de Ideias, pretende unir fo-tografi a, história e conhecimento digital e levar esse conteú -do para as escolas públicas

VICTOR AFFONSOEspecial EM TEMPO

O diretor da Cia. de Ideias, João Fernandes, é o ideali-zador do projeto

D01 - PLATEIA.indd 1 15/9/2012 01:38:48

Page 26: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

>> Janeth Fernandes comemora seu aniversário hoje com almoço no Dguste, reunindo amigos.

>> Francisco Cruz foi reconduzido ao cargo de procurador-geral do Minis-tério Público do Estado do

Amazonas. O governador Omar Aziz o escolheu na tarde de sexta-feira para o cargo, à frente da gestão 2012-2014.

>> O superintendente da

Suframa, Thomaz Noguei-ra, abriu o ciclo de palestras do 1º Seminário Estadual de Gestão de Pessoas no

Setor Público, realizado an-teontem, no auditório da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, com o tema “O gestor público e as boas práticas na adminis-tração pública”.

>> A primeira edição da festa Seven Sunset aconte-ce neste domingo, a partir

das 16h, no bistrô Mon Plaisir, com a proposta de reunir música eletrônica de alta qualidade, ambien-te que destaca o pôr do sol na Amazônia e mui-ta animação ao som dos DJs Cezar Dantas, Stephan Mendonça e Alonso M.

>> O querido James Ba-

sílio, um dos amazonenses mais badalados de Miami, está em temporada local.

>> Dona Tarcila Pra-do de Negreiros Mendes está aniversariando neste domingo. Ela é uma das fi guras estimadas por esta coluna. Será cumprimenta-díssima hoje.

O francês Anthony e a linda amazo-nense Suelem Pinho – ela, top model disputadíssima em Paris – em seu casamento no meio da semana. A noiva usava modelo Lanvin

>> Objeto de desejo

Felipe e Larissa Carvalho Roque, na ceri-mônia religiosa de casamento na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré

. As novidades do iPhone 5 começaram a ser conhecidas (ou confi rmadas). Tim Cook, presidente da Apple, anunciou a nova geração do smartphone mais querido do mundo.

. Entre os itens que se destacam no iPhone 5 estão a tela de 4 polegadas (antes era de 3,5); o peso que diminuiu 28 gramas, para 112 g (redução de 20%); o suporte para conexão de dados via 4G/LTE; o processador Apple A6 (duas vezes melhor que o do iPhone 4S). A câ-mera também ganhou upgrade e agora é capaz de tirar fotos panorâmicas com até 28 megapixels; reconhecer rostos e tirar frames enquanto grava vídeos em formato HD de até 1.080p.

. No Brasil, a versão 5 do iPhone deve chegar em dezembro.

. No Brasil, a versão 5 do iPhone deve chegar em dezembro.

. O governo do Estado está ampliando o programa de qualifi cação profi ssional, em preparação para o período da copa do mundo de futebol de 2014, com o início de duas novas turmas no curso de idiomas destinado a funcionários de hotéis, bares e restaurantes de Manaus.

. A iniciativa é coordenada pelo Centro de Educação Tec-

nológica do Amazonas (Cetam), em conjunto com a câmara temática da copa social da Unidade Gestora do Projeto Copa (Ugp-Copa), e em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e o sindicato de hotéis, res-taurantes, bares e similares. Com 60 alunos, entre garçons, garçonetes, atendentes, caixa s, recepcionistas e gerentes, o curso teve início na terça-feira.

>> Qualifi cação. A recepção do casamento da bela

Maria Eugênia Lins e André Catun-da, no próximo dia 29 no Dulcila da Ponta Negra, deverá fi car registrada na história social da cidade.

. Reunindo 800 convidados, o evento terá cerimonial de Patrí-cia Marinho e projeto cenográfi co do arquiteto mineiro Luis Carlos Souza Campos, que virá a Ma-naus especialmente para produzir o evento, e inúmeros itens que farão da festa uma das maiores e mais chiques do ano.

. Os doces da noite desembarcarão da La Vie En Douce, de São Paulo. A mãe da noiva, a chiquérrima Maria do Carmo Seff air Lins de Albuquerque, usará modelo exclusivo assinado pela estilista Marie Toscano, que também vestirá a noiva num sensacional mo-delo nupcial. Festão como há muito tempo não se via em Manaus!

>> Detalhes

Kleyson Nascimento Barroso, pre-sidente da Apeam, Islene Botelho

Barroso, Oldeney Sá Valente e Tadeu Souza, no evento em co-

memoração ao 27º aniversário da Associação dos Procuradores do

Estado do Amazonas

>> Vitrine

CÉSAR CATINGUEIRADIVULGAÇÃO

D02 - PLATEIA.indd 2 15/9/2012 01:40:06

Page 27: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

O candidato à prefei-tura que dá conti-nuidade à série de entrevistas que o

EM TEMPO conduz sobre a cultura na cidade de Manaus é Artur Neto (PPS). O ex-se-nador acredita que a cultura não pode estar desconectada da educação e oferece, caso seja eleito, um investimento de base nas escolas, incluindo o programa Escola Viva, que disponibilizará a escola e seus instrumentos também no fi m de semana.

EM TEMPO - Qual sua opinião sobre os espaços culturais atualmente em uso na cidade?

Artur Neto - Primeiramente, é bom lembrar que uma polí-tica de cultura não se limita a calendários de eventos, proje-tos sazonais ou depósitos de memórias, entre outras mani-festações. Afi rmamos sempre que a cultura - aqui entendida fora da exclusividade artística - não pode estar desconectada da educação. E é por isso que a principal meta da nossa admi-nistração é oferecer educação que, do meu ponto de vista, começa desde o útero com os primeiros cuidados com as mães, passa pelo amparo à maternidade e à infância e ao oferecimento de boas escolas e oportunidades de qualifi cação. Esses passos, aliados ao ofere-cimento de infraestrutura com uma ampla rede de bibliote-cas públicas são fundamentais para o desenvolvimento social e econômico da capital. Sem que a população tenha acesso à leitura e à informação, não há o exercício da cidadania e tam-pouco exercício cultural. Avalia-mos que ainda existem poucos espaços de convivência cultural em Manaus e esse quadro pode ser alterado com baixo custo, ampliando também o ofereci-mento de eventos culturais em suas instalações.

EM TEMPO - O senhor pretende realizar progra-mações culturais nesses locais?

AN- A ideia, em nossa gestão, é ampliar o oferecimento de cultura e atividades culturais, então certamente mais pro-gramações serão realizadas, à medida que os planos de desenvolvimento e expansão de segmento forem sendo aplicados.

EM TEMPO - A prefeitura atualmente não administra nenhum museu. Isso conti-nuará assim na sua admi-nistração, caso ganhe?

AN - Na verdade, elabora-mos um plano para o segmento cultural que prevê a abertura de museus, sob a responsa-bilidade da prefeitura. Seriam pequenos museus temáticos, por exemplo, implantados com baixo custo, porém com alto po-tencial atrativo para o turismo. É preciso fi car bem claro que todas as iniciativas da minha gestão, em qualquer área, vão se pautar pelo que é exequível. Não vamos prometer o que não pode ser cumprido.

EM TEMPO - Projetos

como o Café Teatro e a Casa de Leitura Thiago de Mello, entre muitos outros, estão paralisados. Algum plano para mudar essa realidade nos próximos 4 anos?

AN - Vamos buscar informa-ções sobre o projeto do Café Teatro, que deveria ter sido instalado no prédio da antiga Câmara Municipal de Manaus, para saber o motivo da para-lisação. A partir daí, analisar a possibilidade de retomá-lo.

EM TEMPO - A “Virada Cul-tural”, evento que a Manaus-cult realizou duas vezes, teve bons resultados, mas obteve muita crítica, principalmen-te quanto à falta de respei-to, espaço e planejamento com as bandas e artistas locais. O evento continuará sendo realizado se o senhor se tornar prefeito?

AN - O que defendemos sem-pre é que os projetos em anda-mento na atual administração serão avaliados e aproveitados, à medida de sua geração de conhecimento e de oportunida-de para a cidade. É o caso, por exemplo, da Virada Cultural que,

em que pesem as críticas feitas às suas duas primeiras versões, é notadamente um evento de sucesso.

EM TEMPO - Quais são os projetos da atual gestão que terão continuidade?

AN - Eu já disse anteriormen-te que quero iniciar um novo ciclo. Um ciclo virtuoso para o progresso contínuo, onde uma administração não interrompa o que a outra começou. Só assim teremos a Manaus di-ferente que sonhamos e, para isso, convoco toda a população, para implantarmos, juntos, esse novo futuro, essa nova forma de administrar e viver esta cidade. Não tenho a pretensão de mu-dar nomes ou projetos por uma questão de vaidade. Apenas o que for bom será mantido e o que estiver ruim poderá ser corrigido, aprimorado e terá continuidade.

EM TEMPO - Quais proje-tos criados pelo senhor que poderão continuar na cidade após o fi m da gestão?

AN - Para começar, queremos fazer mudanças no segmento da cultura desde seu embasa-mento legal. Vamos defi nir leis a serem enviadas à Câmara Municipal e que norteariam a política para o setor. Essas leis poderão preconizar a conces-são de incentivos fi scais para a realização de projetos culturais, por exemplo, desafogando o poder público e estimulando a participação da sociedade organizada em escala cada vez maior. Seria a sociedade produzindo e consumindo cultu-ra, simultaneamente, fazendo girar a economia e repassan-do conhecimento. Além disso, temos projetos que preveem, por exemplo, a participação de grandes centros de conhe-cimento e informação, como as universidades e unidades educacionais de referência, em parcerias para formação de mão de obra qualifi cada no segmento artístico-cultural, ou ainda, a utilização das escolas e seus instrumentos também nos fi ns de semana, o chamado programa Escola Viva. Tam-bém propomos a revitalização do sítio histórico de Manaus,

cidade portuguesa e indígena, criando um corredor cultural, com ênfase nas artes plásticas, dança, música, gastronomia, artesanato entre outros bens, produtos e serviços culturais, etc. Esse conjunto, que é muito mais amplo, é um projeto de durabilidade longa.

EM TEMPO - Haverá pro-

gramação em datas come-morativas? (Réveillon, fes-tas juninas, aniversário de Manaus etc.)

AN - Sim. Vamos manter as já tradicionais festas de Manaus. Datas comemorativas como o Boi Manaus, o Carnaboi e o Réveillon não deverão sofrer alterações.

EM TEMPO - Todos os grandes festivais realizados em Manaus são em parceria com o governo do Estado, não com a prefeitura. Há pretensão de mudar isso?

AN - Nosso objetivo não é mudar, porém agregar, adicio-nar, somar, fazer parceria para que cada vez mais cidadãos tenham acesso à cultura. Dessa maneira, vamos também bus-car a parceria com o governo do Estado do Amazonas, na esfera cultural.

EM TEMPO - A atual ges-tão transformou a Secre-taria Municipal de Cultura em uma Instituição Cultural. Vai manter desta forma?

AN - Sobre a estrutura ge-rencial da cultura municipal - se em forma de fundação ou de secretaria - temos duas avaliações. A primeira é que uma fundação oferece muito mais fl exibilidade no momento da formação de parcerias e tem menos burocracia em to-dos os seus processos, porém vamos analisar isso também. A segunda avaliação é que não se pode fi car mudando as estruturas da administração municipal a cada gestor que assume. Muitos dos proble-mas da nossa cidade advêm dessa maleabilidade no teci-do administrativo, que gera e soterra estruturas sem que seus resultados possam ser avaliados. Na nossa gestão, isso vai acabar.

Queremos fazer mu-danças no segmento da cultura desde seu embasamento legal. Vamos defi nir leis a serem enviadas à Câ-mara Municipal e que norteariam a política para o setor. Essas leis poderão preconizar a concessão de incentivos fi scais para projetos culturais”

O que defen-demos sem-pre é que os projetos em andamen-to na atual administra-ção serão avaliados e aproveitados, à medida de sua geração de conheci-mento e de oportunidade para a cidade

FOTOS: MÁRIO OLIVEIRA

Entrevista ARTUR NETO‘Uma política de CULTURA NÃO SE LIMITA a calendários de eventos’

VICTOR AFFONSOEquipe EM TEMPO

Plateia

D03 - PLATEIA.indd 3 15/9/2012 01:54:34

Page 28: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Fotógrafos do Amazonas expõem no Rio de JaneiroProfissionais radicados na Região Norte revelam peculiaridades amazônicas em mostra no Oi Futuro Flamengo

Rio de Janeiro (RJ) – For-mado por fotógrafos radicados na Região Norte, o Coletivo

Amazonas apresenta a mos-tra “Olhar Sem Fronteiras”, que marca a 48ª edição do projeto Expofoto, no 8º nível do Oi Futuro Flamengo.

Criado em 2003, o projeto já reuniu artistas como Wal-ter Firmo, Aguinaldo Ramos, Américo Vermelho, Wilton Montenegro, Marcia Folleto, Renan Cepeda, Isabel Gouveia e Ana Branco. Nesta edição, as fotos ficam sendo exibidas continuamente até o dia 30 de setembro,.

O coletivo se prepara para expor imagens na oitava edi-ção do Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco, que acontece na cidade ho-mônima também no Rio de Janeiro, entre os dias 26 e 30 deste mês. Na ocasião, os também fotógrafos Ione Moreno e Alexandre Fonseca, fundadores do grupo Escrita da Luz, se juntarão ao grupo para expor seus trabalhos.

O Coletivo Amazonas é for-mado pelo editor e subeditor

de fotografia do EM TEMPO, Ricardo de Oliveira e Alberto César Araújo, além dos fo-tógrafos Alex Pazzuelo, Lula Sampaio, Maria di Andréa Hagge, Raimundo Valentim, Raphael Alves e Ruth Jucá. Os sete membros do coletivo têm em comum a mescla de elementos do fotojornalismo e da fotografia artística, tanto

sobre a floresta quanto pela paisagem urbana do Amazo-nas, e busca inspirar reflexões sobre a sustentabilidade e o desenvolvimento de comuni-dades ribeirinhas, principal-mente com imagens da última cheia que atingiu o Rio Negro, neste ano.

*O repórter viajou a con-vite do Oi Futuro

VICTOR AFFONSO*Especial Em Tempo

DESTAQUEO Coletivo Amazonas se prepara, agora, para expor imagens na oitava edição do Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco, que acontece na cidade homônima, no Rio de Janeiro

RICARDO OLIVEIRA

Ricardo Olveira, auto da fotografia, é um dos sete membros do Coletivo Amazonas que participa da mostra carioca

D04 - PLATEIA.indd 4 15/9/2012 01:44:39

Page 29: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Obra de Franz Schubert conduz recital intimista Músico amazonense, Roger Vargas, resgata no contrabaixo acústico obra composta para um instrumento antigo

O músico amazonen-se Roger Vargas faz recital de contra-baixo acústico, ao

lado da pianista russa Irina Kazak, colega de Orquestra Amazonas Filarmônica (OAF), no dia 23 de setembro, no Centro Cultural Palácio Rio Negro, às 17h. No repertório, destaca-se a execução dos três movimentos que com-põem a obra “Sonata em lá menor”, do compositor aus-tríaco Franz Schubert.

Segundo Vargas, a peça foi concebida para outro instru-mento, que não o contrabaixo, o que faz ampliar o grau de exigência técnica para a exe-cução da obra de Schubert. “Essa sonata foi composta para um instrumento antigo e praticamente esquecido, cha-mado arpeggione, que é da “família” do violoncelo, mas com características peculia-res. Então, transpor a obra é uma tarefa árdua”, diz. Roger Vargas admite que estuda a sonata desde 2009, quando teve a intenção de apresentá-la. “Desde esse tempo, assumi diversos outros compromis-sos, que me ocuparam bastan-te, mas nunca deixei de lado esse estudo”, afirma o músico, que entre 2010 e 2011 esteve atuando como integrante da Orquestra Municipal de Cam-pinas, em São Paulo.

Vargas lembra que a obra de Franz Schubert vem se configurando ao longo do tempo uma preferência dos violoncelistas. “Realmente, caiu no gosto deles, mesmo sendo muito diferente. Acho

que para todos, de fato, é um grande desafio”, comen-ta. Composta no século 19, a sonata é considerada uma das obras mais difíceis, tec-nicamente falando. “Uma das principais diferenças é ter que fazer o que foi criado para seis cordas, em apenas qua-tro”, diz o contrabaixista. Com esse caráter desafiador, atual-mente existem transcrições da sonata de Schubert para arranjos de violino, viola e até para violão (embora somente a parte do piano).

O recital de Roger Vargas tem duração prevista entre 50

minutos e uma hora. Somente a execução da obra completa de Franz Schubert consome perto de 30 minutos. Além disso, o evento conta com a participação especial do con-trabaixista, também da OAF, Silvanei Corrêa.

As apresentações isoladas de contrabaixo e piano, com Roger Vargas e Irina Kazak, acontecem desde 2002, quan-do o músico teve a ideia de for-mar plateia e criar uma série de apresentações que fossem gradativamente aumentando o nível de exigência técnica para suas execuções. “São até

duas apresentações anuais. Desde o início até agora, já interpretamos vários compo-sitores, como Domenico Dra-gonetti e Giovanni Bottesini, entre outros”, diz.

Antes de chegar a fazer parte de uma orquestra tra-dicional, Roger Vargas passou por diversos meios musicais, incluindo blues, jazz, rock e até heavy metal. O início da carrei-ra clássica do contrabaixista foi como bolsista da Orques-tra Jovem do Estado. Roger participou de bandas como “Veneno da Madrugada”, vol-tada ao blues, “All That Jazz” e do projeto “Blues na Floresta”, ao lado do saxofonista Ítalo Jimenez e do guitarrista Régis Gontijo. O projeto de pesquisa em música da UEA, encabeça-do pelo professor de música Marcio Passos, “Restauração e Apresentação de Obras Mu-sicais do Século 17, Tocadas no Amazonas”, também está no seu currículo.

A pianista Irina Kazak é formada pé pela Academia Rimsky-Korsakov de São Pe-tersburgo, na Rússia.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

SERVIÇORECITAL DE CON-TRABAIXO COM ROGER VARGAS

Quando:

Onde:

Quanto:

dia 23 de setem-bro, domingo, às 17hCentro Cultural Palácio Rio Negro (avenida Sete de Setembro, Centro)entrada gratuita

DESTAQUENo repertório do recital do dia 23 de setembro, destaca-se a execução dos três movimentos que compõem a obra “So-nata em lá menor”, do compositor austría-co Franz Schubert

O músico amazonense Roger Vargas é um dos recital marcado para o próximo dia 23

ARQUIVO EM TEMPO/GIOVANNA CONSANTINI

D05 - PLATEIA.indd 5 15/9/2012 01:46:53

Page 30: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Programação de TV

05h00 – Aventura Selvagem – reprise05h30 – Pesca Alternativa06h30 – Brasil Caminho-neiro07h00 – A Grande Ideia07h30 – VRUM08h00 – PGM Manazinha – local08h30 – Chaves09h00 – Sorteio Amazonas dá Sorte - local10h00 – Domingo Legal14h00 – Eliana18h00 – Vamos Brincar de Forca18h40 – Sorteio da Telese-na18h45 – Programa Sílvio Santos23h00 – De Frente com Gabi00h00 – Série: O Mentalista / The Mentalist01h00 – Série: Alvo Humano / Human Target02h00 – Série: Chase03h00 – Encerramento da Programação

SBT GLOBO

REDE TV

04h35 – Santa Missa em Seu Lar05h35 – Sagrado: Compacto – Diá-logo Interreligioso/Paz05h48 – Amazônia Rural06h18 – Pequenas Empresas, Gran-des Negócios06h55 – Globo Rural07h55 – Auto Esporte 08h30 – Esporte Espetacular(Stock Car – Campo Grande)11h30 – Aventuras do Didi12h05 – Os Caras de Pau12h55 – Temperatura Máxima. Filme: As Crônicas de Spiderwck15h00 – Futebol 2012: Campeona-to Brasileiro: Cruzeiro x Vasco da Gama17h00 – Domingão do Faustão19h45 – Fantástico22h10 – Domingo Maior. Filme: As Panteras – Detonando00h00 – Sessão de Gala. Filme: Transamérica01h45 – Corujão I. Filme: Uma Vida em Sete Dias03h28 – Série Americana04h15 – Festival de Desenhos

05h45 – Bíblia em Foco06h00 – Nosso Tempo06h30 – Desenhos Bíblicos08h00 – Record Kids09h00 – Bingo: Amazonas dá Sorte – local10h00 – Record Kids11h15 – Tudo é Possível – PGM14h00 – Top Model – HD15h00 – Programa do Gugu – PGM19h30 – Domingo Espetacu-lar - HD – PGM22h15 – Repórter Record – A Ilha do Abandono23h15 – Série: Todo Mundo Odeia o Chris (1ª Tempora-da) – HD00h15 – Programação IURD

TV CULTURA05h55 – Abertura da Estação / Hino Nacional06h00 – Via Legal06h30 – Brasil Eleitor07h00 – Palavras de Vida

08h00 – Santa Missa09h00 – Viola Minha Viola09h15 – Curta Criança09h30 – Nova Amazônia – local – reprise10h00 – Escola Pra Cachorro10h15 – Meu Amigãozão10h30 – A Turma do Pererê11h00 – ABZ do Ziraldo11h30 – Anima TV Tromba Trem11h45 – Anima TV Carrapatos e Catapultas12h00 – A Turma do Pererê13h00 – Dango Balango13h30 – TV Piá14h00 – Stadium 15h00 – Os Protetores do Planeta16h00 – Ver TV17h00 – De Lá Pra Cá17h30 – Cara e Coroa18h00 – Papo de Mãe19h00 – Conexão Roberto D’Ávila20h00 – Esportvisão21h30 – MPTV – Reprise – local22h00 – Roda Viva Amazonas – local ao vivo23h00 – Doc. Especial00h00 – Hino Nacional / Encer-ramento da Emissora

RECORD

BAND05h00 – Igreja Mundial06h30 – Santa Missa em Seu Lar

06h30 – Igreja Internacional da Graça – local07h30 – Igreja Internacional da Graça

– local08h55 – Break Obrigatório09h00 – TV Shopping Manaus – local10h00 – Show de Ofertas da Cidade – local10h30 – TV Kids – local11h00 – Igreja da Graça – local12h00 – Fique Ligado – local13h00 – Esporte Performance – local14h00 – Encircuito – reprise15h30 – Amazonas Mix – local16h00 – Break Obrigatório16h05 – TV Kids16h45 – Ritmo Brasil17h15 – O Último Passageiro18h30 – Super Bull Brasil19h30 – Saturday Night Live (reapre-sentação)21h00 – TV Shopping Manaus (reprise)22h00 – Cine Total 23h30 – Dr. Hollywood00h15 – É Notícia01h15 – Bola na Rede01h45 – Igreja Internacional da Graça – local

07h30 – Fé na Verdade08h30 – Desenho09h30 – Auto +10h00 – Infomercial11h00 – Fala Malafaia12h00 – Magazine da Liga UEFA12h30 – Gol, o Grande Mo-mento13h00 – Band Esporte Clube14h30 – Futebol 201216h50 – Terceiro Tempo19h00 – Um Tio da Pesada19h30 – Família Dinossau-ros20h00 – Polícia 24h21h00 – Pânico na Band00h00 – Canal Livre01h00 – Força Secreta01h30 – Show Business – reap.02h15 – Loucos ou Loucu-ras03h00 – Igreja Mundial

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Os deveres materiais que o casamento ou uma sociedade lhe obrigue devem ser tra-tados de modo inteligente. Não apenas os aceite, mas faça algo criativo com eles.

TOURO - 20/4 a 20/5Os afazeres de rotina, em casa e no trabalho, tendem a tirar um pouco da graça deste dia. Mas você precisa se organizar, mesmo que lhe custe esforço e austeridade.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6As ideias divergem entre você e a pessoa amada. Contudo, certas discordâncias podem ser saudáveis se bem vividas, ajudando a esclarecer e ordenar certos assuntos.

CÂNCER - 22/6 a 22/7As obrigações domésticas parecem pesadas e indigestas. Mas, afi nal, está cuidando de sua casa, do seu ambiente, e isso em si é bom, é algo que contribui a seu favor.

LEÃO - 23/7 a 22/8Bom momento para retomar contatos e conversas para resolver pequenos problemas. Você enxerga melhor as situações a sua volta e pode lidar com os obstáculos cotidianos.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Momento de dar direção positiva às fortes motivações que estão presentes em seu inte-rior, sem a agitação e tanto risco de explosões e outras manifestações tão impulsivas.

LIBRA - 23/9 a 22/0As emoções em relação à pessoa amada e aos amigos tendem ao ciúme e ao ressen-timento. Não permita que qualquer emoção assim vagueie por sua interioridade.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Fase de recolhimento emocional e tecer re-fl exões sobre as coisas que lhe incomodam. O mundo pode parecer pesado demais, o que é apenas uma impressão.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12Procure entender bem o que está se passando no trabalho e com os amigos, antes de acirrar os confl itos. Sua mente deve permanecer serena diante de provocações.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1É no trabalho que tende a sentir a pressão das obrigações e dos deveres. Mas procure cumpri-los com inteligência, leveza e criativi-dade, reorganizando o que lhe pressiona.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2Pensamentos tensos prejudicam sua dis-posição emocional. Você se torna muito crítico. É tempo de colocar ordem nos sen-timentos, mas não de constrangê-los nem sufocá-los.

PEIXES - 19/2 a 20/3Você precisa ser criativo na lida com o ines-perado e com as solicitações que o mundo lhe faça, ao invés de apenas se conformar e se resignar. Coloque ordem em sua mente.

CruzadinhasCinemaESTREIAResident Evil 516 anos. CAN/ALE. O terrível ví-rus desenvolvido pela Umbrella Corporation continua a causar estragos por toda a Terra, trans-formando as pessoas em zumbis famintos por carne humana. Alice é a última esperança da espé-cie humana. Cinemark 7 – 14h30, 16h50, 19h20, 21h40 (3D/dub/dia-riamente), 12h10 (3D/dub/sábado e domingo) e 0h (3D/dub/somente sex e sáb); Cinemas Amazonas 5 – 14h40, 17h, 19h10, 21h30 (dub/diariamente).

Vizinhos imediatos de ter-ceiro grau: 12 anos. EUA. Mo-radores de um vilarejo pacato, Evan, Bob, Franklin e Jamarcus estão revoltados com a onda de assassinatos que ocorre no local. Diante da imobilidade dos policiais, eles decidem formar uma patrulha de vizinhos para encontrarem o responsável pelos crimes. Mas eles mal sabem que existem alieníge-nas infi ltrados entre os cidadãos, e que a batalha para manter a paz na cidade será também um desafi o interplanetário. Cinemark 2 – 12h40, 14h50, 17h10, 19h30, 21h50 (dub/diariamente) e 0h10 (dub/somente sábado).

O Diário de Tati: Livre. BRA. Tati (Heloísa Périssé) escreve tudo no seu diário, onde conta detalhes do verão em que fi cou de recupe-ração na escola e suas tentativas de esconder da sua mãe o boletim. Durante esse período, a garota co-nheceu Anita, a nova e espirituosa namorada do seu pai. Foi neste verão também que ela sofreu por amor, pensando em Zeca, o rapaz mais bonito da escola. Tati tem muitas histórias para contar: suas neuroses, brigas com a mãe, as disputas com as amigas e um novo amor . Playarte 2 – 12h30, 14h30, 16h30, 18h30, 20h30 (diariamen-te) e 22h30 (sexta e sábado).

Ted: 16 anos. EUA. É Natal e o pequeno John tem apenas um pedido a fazer ao Papai Noel: que

REPRODUÇÃO

Projeto Dinossauro: 12 anos - Playarte 5 – 13h, 15h, 17h, 19h e 21h (dub/diariamente) e 23h (dub/sex e sab), Cinemark 3 – 13h20, 18h30, 20h30 (dub/diariamente).

O Legado Bourne: 14 anos - Cinemark 3 – 15h30, 22h30 (leg/diariamente).

ParaNorman 3D: 10 anos- Ci-nemark 4 – 13h40, 15h50, 18h (dub/diariamente) e 11h30 (dub/somente sab e dom).

Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros: 14 anos - Cinemark 1 – 13h10, 15h20, 17h40, 20h,

22h25 (dub/diariamente); Cinemas Amazonas 4 14h20, 16h35 (dub/diariamente);

Os Mercenários 2 – 16 anos: Playarte 3 – 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40 (leg/diariamente) e 23h50 (leg/sex e sáb); Playarte 6 – 12h, 14h10, 16h20, 18h30, 20h40 (dub/diariamente) e 22h50 (dub/sex e sáb); Playarte 7 -12h01, 14h11, 16h21, 18h31, 20h41 (dub/diariamente) e 22h51 (dub/sex e sáb); Cinemark 6 – 12h50, 15h10, 17h30 (dub/diariamente), 19h50 (dub/menos quinta-feira) e 22h10

(dub/menos quinta-feira) ; Cinemark 8 – 16h40 (dub/diariamente), 19h e 21h20 (dub/ menos sábado) e 23h50 (dub/somente sexta e sábado); Cine-mas Amazonas 4 – 18h50 e 21h10 (dub/diariamente).

Outback – Uma Galera Ani-mal – Livre: Playarte 1 – 12h50, 14h50, 16h50 e 18h50 (dub/dia-riamente).

Um Divã Para Dois – 12 anos: Playarte 8 – 16h e 20h20 (leg/dia-riamente).

Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo – 14 anos: Playarte

8 – 13h50, 18h10 (leg/diariamente) e 22h30 (leg/sex e sáb).

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge – 12 anos: Playarte 9 – 13h40, 16h55, 20h10 (dub/diariamente) e 23h25 (dub/sex e sáb).

A Era do Gelo 4 – Livre: Cine-mark 3 – 11h (dub/somente sábado e domingo).

As Aventuras de Agamenon, o Repórter – 14 anos: Cinemark 8 – 13h e 15h (diariamente).

CONTINUAÇÕES

seu ursinho de pelúcia, Ted, ganhe vida. O garoto fi ca surpreso ao perceber que seu pedido foi aten-dido e logo eles se tornam grandes amigos. John e Ted crescem juntos e o urso de pelúcia se torna bas-tante mal-humorado com a idade. Já adulto, John (Mark Wahlberg) precisa decidir entre manter a ami-zade de infância ou o namoro com Lori Collins (Mila Kunis). Cinemark 8 – 19h (dub/somente sábado) e 21h30 (dub/somente domingo).

E a vida continua: 10 anos. BRA. Ernesto (Luiz Bacelli) tem 50 anos e carrega consigo uma tragédia do passado, a qual esconde através de um sorriso bem-humorado. Ele conhece Evelina (Amanda Acosta), de 25 anos, ao ajudá-la na estrada, após o carro dela enguiçar. Ambos estão indo ao mesmo hotel e, aos poucos, constroem uma amizade sólida baseada também nas difi cul-dades enfrentadas ao longo da vida, já que Evelina está machucada emo-cionalmente devido à infi delidade do marido. Cinemark 5 – 12h55, 15h05, 17h20, 19h40, 22h (diariamente).Jorge & Mateus Direto de LondresLivre. BRA. A dupla Jorge & Mateus, no Royal Albert Hall, grava um DVD que promete ser histórico. O show, que acontece em Londres, será transmitido pela rede Cinemark. Então, se você não pode ir até Londres ver a dupla registrar esse momento importante. Cinemark 6 – 21h (somente quinta-feira).

D06 - PLATEIA.indd 6 15/9/2012 01:47:33

Page 31: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

>> Janete Fernandes ganha sessão pa-rabéns pela troca de idade hoje. Os cum-primentos da coluna.

>> Diversos setores do cooperativismo da Região Norte se reúnem nos dias 22 e 23 de novembro, para discutir o fortaleci-mento do sistema cooperativista no Brasil, no 2° Encontro do Sistema Cooperativista Amazonense e no 3° Simpósio das Unimeds dos Estados da Amazônia. As inscrições para participar do evento começam a partir desta segunda-feira no site www.unimedfama.com.br/sueama.

>> Neste domingo, a partir das 16h, será o lançamento da festa “Seven Sunset”, no bistrô Mon Plaisir. O line-up será composto pelos DJs Cezar Dantas, Stephan Mendon e Alonso M.

>> A Squalo Training, empresa de trei-namento e desenvolvimento corporativo especialista em Treinamento Experiencial ao Ar Livre da Região Norte, é uma das expositoras da 12ª Expo ABRH, dentro do Congresso Amazônico de Gestão de Pes-soas, que acontece nos próximos dias 20 e 21, no Tropical Hotel, evento promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Amazonas.

>> Nos dias 1º e 2 de outubro, as duas unidades da Cia Athletica (Studio 5 e Manauara) realizarão a campanha Zona Alvo, na qual professores da academia vão ensinar como manter a zona alvo e os batimentos cardíacos certos para deixar o treino mais efi caz.

>> O Sesc Amazonas, em parceria com o Cetam, está com inscrições abertas para o curso gratuito “Arte com Decupagem”. São 40 vagas, divididas nos turnos matutino e vespertino. Decupagem é a técnica de colagem de tecidos em caixas, vidros, latas,etc. Para se inscrever é necessário a carteira do Sesc atualizada, cópias do RG e CPF e a doação de uma lata de leite.

>> Vitrine

Muito bem-vindo à geografi a da cidade o templo dedicado ao Islã que foi inaugurado ofi cialmente esta semana na rua Ramos Ferreira. A mesquita da comunidade muçulma-na em Manaus é a primeira da capital e também a primeiro da Região Norte. Que seja abençoada, já que é mais uma “Casa de Deus”, que vem para somar às outras religiões que predominam na fé do povo amazonense.

>> Crescente vermelho

As irmãs Bianca e Bruna Gaiôso são as mais novas fi sioterapeutas da cidade. A dupla inaugura, em breve, no Parque das Laranjeiras, uma equipada clínica especia-lizada em fi sioterapia, estética e beleza

D7Plateia

Muito bem-vindo à geografi a da cidade o templo dedicado ao Islã que foi inaugurado ofi cialmente esta semana na rua Ramos Ferreira. A mesquita da comunidade muçulma-na em Manaus é a primeira da capital e também a primeiro da Região Norte. Que seja abençoada, já que é mais uma “Casa de Deus”, que vem para somar às outras religiões que predominam

Falando em fé, a comunidade judaica do Amazonas comemora (hoje) o Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico. A ceri-mônia religiosa acontecerá na sinago-ga Beth Yaacov Rebi Meir, localizada na rua Leonardo Malcher. Logo depois será servido um jantar comunitário no Clube Hebraica. A ação faz parte da

nova gestão liderada pela primeira mulher a presidir o Comi-tê Israelita do Amazonas, Anne Benchimol.

>> Shalom

Ana Lúcia Montenegro, Alexandre Prata e Denize Santana conferindo noite concor-rida no circuito sobrenomado da cidade

Ainda bem que depois dos reclames da imprensa, inclusive deste colunista, a empresa que esbura-cou a rua Maceió resolveu consertar o estrago e recapeou a via com asfalto de qualidade. É assim, denunciando, cutucando e às vezes “enchendo o saco”, que nós jornalistas defendemos a sociedade. Isso se chama imprensa livre.

>> Ainda bem

Ainda repercute nas redes sociais e rodas sobrenomadas o exce-lente trabalho feito pelos profi ssionais da TV EM TEMPO, leia-se Grupo Raman Neves de Comunicação, durante o último debate promovido pela emissora. De parabéns todos da equipe, inclusive os repórteres do jornal impresso que foram convidados a participar da rodada de perguntas. Pontos para o bom jornalismo!

>> Qualidade

As “Jornalettes” Andrea Renda, Isabelle Valois e Yndira Assayag estão bombando com o talk show musical “Dia de jornalista, vés-

pera de artista”, que vai acontecer dia 27, na Fellice. Competentes e talentosas, elas ganha-ram a simpatia de importantes empresas e institui-ções que estão apoiando a iniciativa, como a grife Via Uno, que calça as belas, e o salão D&A Hair, que assina o visual das artistas. O show tem ainda o patrocínio do Sesc Amazonas, Heineken/Coca-Cola, CDLM, rádio CBN e gráfi ca Ampla.

CÉSA

R CA

TIN

GU

EIRA

D07 - PLATEIA.indd 7 15/9/2012 01:42:47

Page 32: EM TEMPO - 16 de setembro de 2012

D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 16 DE SETEMBRO DE 2012

Manaus sem a venda deingressos para o ‘Planet’ Empresa Ingresso Rápido afirma que não há data definida para vender os bilhetes para o show da banda Planet Hemp

Apesar do anunciado, de que os ingres-sos para a turnê do Planet Hemp come-

çariam a ser vendidos na tarde da última quinta-fei-ra, Manaus integra a lista de cidades que ainda não abriram bilheteria virtual, pelo site do Ingresso Rá-pido. Florianópolis, Curitiba e São Bernardo do Campo também esperam a venda começar. O adiamento inde-finido preocupa fãs locais.

Apesar de constar no site que a venda para esses lu-gares por onde a banda ca-rioca passará começarão na próxima terça-feira, dia 18, a Ingresso Rápido informou, por meio do seu Serviço de Atendimento ao Consumi-dor (SAC), que ainda não há uma data exata defini-da. O site está esperando confirmação da produtora da turnê para só então dis-ponibilizar os ingressos, que nas outras capitais custam entre R$ 50 e R$ 240. Dos dez novos locais confirma-dos para receber os shows comemorativos da banda, apenas seis já contam com

ingressos à venda.A Na Moral Produções,

do Rio de Janeiro, é quem está organizando a turnê e é encabeçada pelo produtor musical Marcello Lobato, que foi empresário do Pla-net Hemp na década de 90 e hoje cuida da carreira de artistas como Marcelo D2 e Pitty. A reportagem ten-tou entrar em contato com Lobato tanto por telefone quanto via e-mail, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

FãsO receio por parte dos fãs

locais é que aconteça o mes-mo que ocorreu, para citar o exemplo mais recente, com o guitarrista Slash, que tinha uma apresentação agenda-da para fazer em Manaus neste ano mas teve o show cancelado por questões de logística. “Não só eu, mas todos os fãs do Planet Hemp em Manaus ficaram preo-cupados quando adiaram o início da venda dos ingressos para o dia 18. Liguei (para o Ingresso Rápido) mas a empresa não soube infor-mar nada sobre o evento”, afirma o Matheus Marinho, 21, estudante.

VICTOR AFFONSOEquipe EM TEMPO

O professor de in-glês Joshua Saunders, 26, acha difícil cance-larem Manaus da rota da turnê.

“Acho que o show do Planet Hemp cor-re bem menos risco de ser cancelado do que o do Slash, por exemplo, por ser uma banda nacional, então a logística é bem mais simples”, diz.

Ele lembra que es-cutava muito o grupo na sua adolescência, há mais de 12 anos. “Mes-mo correndo o risco (de cancelarem o show), vale a pena esperar e ver o que acontece, até devido ao valor ser mais barato”, celebra.

A banda se separou em 2001, mas já fez alguns show durante esse hiato.

‘Vale a pena esperar pelaapresentação’

Na foto, Marcelo D2 e BNegão em um dos primeiros ensaios para a turnê comemorativa

DIVULGAÇÃO

D08 - PLATEIA.indd 8 15/9/2012 01:41:19