eficiência energética em...
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Fact
ose
Tend
ênci
as
Relatório Síntese
Eficiência Energética em Edifícios
Realidades empresariais e oportunidades
Introdução 1
Temos o prazer de apresentar o relatório do primeiroano do projecto Eficiência Energética em Edifícios doWorld Business Council for Sustainable Development.Dez empresas com sede em seis países, investigarame sintetizaram dados excepcionais reflectindo mais de100 mil milhões de metros quadrados de espaço edois terços da procura de energia a nível mundial. Oresultado é uma panorâmica mais detalhada doestado actual da procura de energia no sector daconstrução, do que alguma vez foi compilado. Acimade tudo conclui que todos os participantes podemreduzir imediatamente a procura de energia mundiale reduzir as emissões de carbono utilizando astecnologias e o conhecimento que hoje estãodisponíveis.
O trabalho durante o próximo ano vai centrar-se emedifícios de energia zero e na aplicação desta aosedifícios mundiais. O objectivo é realizar a primeiraabordagem quantitativa de sempre, no que pode serconcretizado economicamente para reduzir a procuraenergética e as emissões de CO2 nos edifícios duranteas próximas duas décadas. Nós esperamos umresultado persuasivo.
Na terceira e última fase do projecto, vamo-nosempenhar na acção, com o objectivo de levar asempresas do sector à construção de edifícios deenergia zero e estimular outros em todo o mundo, ajuntarem-se a este esforço. Esperamos que o nossotrabalho inspire a discussão a nível mundial e que emúltima análise, provoque uma alteração profunda naforma como os edifícios são concebidos econstruídos.
Intr
od
uçã
o
K.R. den Daas Vice-President Executivo, Philips Lighting
Jean-François Cirelli Chairman e CEO, Gaz de France
Pierre Gadonneix Chairman e CEO, EDF
Charles O. Holliday, Jr. Chairman e CEO, DuPont
George David Chairman e CEO, UTC
Bruno Lafont Chairman e CEO, LAFARGE
Björn Stigson President, WBCSD
Tsunehisa Katsumata Presidente e CEO, TEPCO
Shosuke Mori Presidente e Director, Kansai
Álvaro Portela CEO, Sonae Sierra
Lorenzo H. Zambrano Chairman e CEO, CEMEX
2 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
04 O desafio urgente O Desafio urgente da eficiência energética
06 A visão Edifícios com consumo zero de energia
08 Oportunidades para as empresas
09 Eficiência energética em edifícios emtodo o mundo
10 Crescimento energético alarmante
12 Segmentar o mercado da construção
13 Utilização da energia emedifícios
14 Um sector complexo
16 Barreiras dentro daindústria
18 Conhecimento dosprofissionais nas questõesrelacionadas com aconstrução
08
09
04
06
Agradecimentos
Este relatório foi desenvolvido por representantes dasempresas do Grupo de Trabalho do projecto, lideradopor Bill Sissom da United Technologies Corp. (UTC) e porConstant Van Aerschot da Lafarge com apoio editorialde Roger Cowe da Context. O director de projecto éChristian Kornevall do WBCSD. Estamos gratos peloapoio e colaboração de muitas pessoas, em especialaqueles que foram anfitriões e ajudaram a realizar oseventos de Berkeley, Frankfurt, Zurique, Pequim eBruxelas. As principais contribuições para este relatóriodas empresas do grupo de trabalho do projecto são:
UTCBill SissonKelly Speakes
CEMEXJavier Vazquez
DuPontMaria Spinu
EDFLouis-Jacques Urvoas, Dominique Glachant
Gaz de FranceVirginie Quilichini
TEPCOTetsuya Maekawa
ArcelorMittal, ITT e Rio Tinto também contribuiram para o projecto EEE.
KansaiShintaro Yokokawa
PhilipsHarry VerhaarFloriaan Tasche
Sonae SierraRui Campos
LAFARGEConstant van Aerschot
Indíce 3
19 Consciência e envolvimento
20 Barreiras ao progresso
21 Falta de liderança
22 Alcançar a mudança, com base em políticas orientadas
25 Eficiência energética em edifíciosem todo o mundo
26 Encorajar a interdependência comuma abordagem holística
29 Eficiência energética em edifíciosem todo o mundo
30 Fornecer informaçãofinanceira e mecanismos
32 Alterar ocomportamento
34 Conclusões e passosseguintes
36 Acerca do projecto
28
32
09
12
Factos e TendênciasEficiência Energética em Edifícios
Este relatório resume o primeiro ano de trabalho do projecto Eficiência Energética em Edifícios (EEE) – um projecto do
WBCSD co-produzido pela Lafarge e a United Technologies Corporation. Apresenta um esboço do desafio que a utilização
de energia em edifícios enfrenta e uma abordagem preliminar do modo em como encarar este desafio. A próxima fase do
projecto vai desenvolver essas ideias. (Ver página 36 para mais detalhes do projecto. O relatório completo e informação de
apoio estão disponíveis em http://www.wbcsd.org/web/eeb).
Este relatório tem como objectivo estimular o debate mais alargado possível do caminho a seguir para concretizar a visão
do EEE de edifícios com consumo zero de energia. Por favor participe no blog de EEE em www.eeb-blog.org ou envie os
seus contributos para o director de projecto, Christian Kornevall, em [email protected].
32
4 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
O d e s a f i o u r g e n t e d a
Os edifícios são responsáveis pelo menos por 40% da energia
utilizada na maioria dos países. O cenário absoluto está a crescer fortemente, como é exemplo
o desenvolvimento rápido de construção em países como a China e a Índia. É essencial agir
agora, pois os edifícios podem dar um grande contributo para a regressão das alterações
climáticas e utilização energética.
O progresso pode começar imediatamente, pois existe actualmente o conhecimento e a
tecnologia para reduzir a utilização de energia nos edifícios, enquanto ao mesmo tempo se
melhora os níveis de conforto. As barreiras de comportamento, organizacionais e financeiras
colocam-se no caminho da acção imediata e três abordagens podem ajudar a ultrapassá-las:
apoio à interdependência, valorização da energia e a transformação de comportamentos.
Este relatório sintetiza as conclusões do primeiroano do projecto factos e tendências relativamenteà eficiência energética em edifícios. Este relaciona as ideias já existentes a partir dediálogos com as partes interessadas duranteconferências, workshops e fóruns e um estudo demercado que mede a percepção das partesinteressadas sobre edifícios sustentáveis em todo omundo. O relatório estabelece uma base nosfactos e tendências actuais que serão utilizadosnos próximos meses para o planeamento decenários, avaliação e hierarquização de acções quevisam o consumo energético nos edifícios. Noúltimo ano deste projecto (meados de 2009), esteirá transformar os compromissos em acçõesatravés das múltiplas partes interessadasenvolvidas no sector de construção, incluindo asdo próprio projecto.
O projecto EEE abrange 6 países ou regiões quesão, em conjunto, responsáveis por dois terços daprocura de energia a nível mundial, incluindopaíses desenvolvidos e em desenvolvimento e umavariedade de climas: Brasil, China, Europa, Índia,Japão e Estados Unidos. O projecto juntouempresas líder do sector da construção1 (verpáginas 36-37) para abordar este importanteassunto. Este grupo uniu especialistas isolados parao desenvolvimento de uma perspectiva transversalà indústria da eficiência energética e para aidentificação de abordagens que podem serutilizadas para transformação do desempenhoenergético.
Muitas organizações, públicas e privadas, estão atrabalhar na construção sustentável. Este projectotem como objectivo complementá-las fornecendouma perspectiva empresarial e desenvolvendo umaacção prática para os proprietários, reguladores,fornecedores de energia e abastecedores deprodutos e serviços para o sector da construção.
eficiência energéticaAbordagem para ultrapassarbarreiras
Apoiar a interdependênciaadoptando uma abordagemholística, abordagens integradasentre as partes interessadas quegarantam a responsabilidade e“accountability” partilhada paraum melhor desempenhoenergético nos edifícios e nassuas comunidades.
Tornar a energia mais valiosapara aqueles que estão maisdirectamente envolvidos nodesenvolvimento, operação eutilização dos edifícios.
Transformar o comportamentoeducando e motivando osprofissionais envolvidos nosector da construção para alteraro seu rumo para uma eficiênciaenergética nos edifícios.
Megatendências urbanas de crescimento em 2001
Índia 1951
Beijing
Tianjin Dalian
O desafio urgente da eficiência energética 5
6 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
A v i s ã o :
edifícios com consumo zero de energia
• Reduzir a procura
de energia
nos edifícios
utilizando, por
exemplo,
equipamentos que
sejam mais
eficientes.
• Produção local de
energia
a partir de fontes
renováveis ao
contrário do
desperdício de
recursos
energéticos.
• Partilhar energia
criar edifícios que
possam produzir
um excesso de
energia para
alimentar uma
rede inteligente de
infra-estruturas.
Existem três grandes abordagens para a neutralidade energética:
Sumário
É necessário uma acção urgentepara reduzir a utilização deenergia.
Podemos hoje melhorardrasticamente a eficiênciaenergética com as tecnologiasexistentes.
As empresas que cedo secomprometem com eficiênciaenergética em edifícios podemganhar vantagens de mercado.
A visão do projecto EEE é um mundo no qual os edifícios
existentes têm um consumo zero de energia. É ambicioso, mas a ambição é necessária
para conseguir o importante progresso no que respeita às alterações climáticas e á
utilização de energia.
O progresso tem de ser feito agora se queremos melhorar rapidamente a eficiência energética
dos edifícios novos e dos já existentes. Existem exemplos de que isto está e pode ser
concretizado – ver EEE em todo o mundo nas páginas 9, 25 e 29. Existem muitos objectivos
ambiciosos; por exemplo, o governo do Reino Unido prevê até 2016, reduções drásticas de
consumo de energia com o objectivo de todas as novas habitações no país serem livres de
carbono.
O lucro da eficiência em edifícios é provavelmente capaz de
proporcionar grandes reduções no consumo de energia e
em maioria dos casos é a opção mais económica. Um
estudo da Mckinsey3 estimou que as medidas de redução da
procura sem custos na rede, podem quase reduzir para
metade o crescimento esperado na procura por electricidade
a nível mundial.
O Fourth Assessment Report do Painel Intergovernamental
para as Alterações Climáticas (IPCC) estima que em 2020 as
emissões de CO2 a partir da utilização de energia em
edifícios podem ser reduzidas em 29% sem custos para a
rede.
“Um edifício tem umlongo ciclo de vida,logo o seu efeito sobreo ambiente é um longoe contínuo problema aconsiderar”
ONG, China2
Jacq
ues
ferr
ier
Sobre a visão do EEE
• O que é a energia
zero?
Significa que os
edifícios como um
todo (e não cada
edifício
individualmente)
podem produzir
tanta energia quanta
a utilizada ao longo
de um ano.
• Porquê energia e
não carbono?
A maior utilização de
combustíveis não
fósseis (solar e eólica)
vai influenciar as
alterações climáticas
e a segurança
energética, sendo
também vital a
redução do consumo
de energia.
• Porquê a utilização
de energia no local
e não energia
primária?
Este projecto foca a
procura de energia
nos edifícios e na
acção entre a cadeia
de valor dos edifícios,
em vez da produção
e transporte de
energia.
• O que se entende por
eficiência energética?
A eficiência envolve a
redução do consumo de
energia para níveis
aceitáveis de conforto,
qualidade do ar e outros
requisitos ocupacionais,
incluindo a energia
utilizada de materiais para
e na construção.
A visão: edifícios com consumo zero de energia 7
2 3
4
7 8
Sul
Credit: Roland Hatz
1 Conduta terrestre paraabsorção e tratamentode ar
2 Sistemas de ventilaçãopara recuperação de calor
3 Bomba de calorgeotérmica
4 Troca de calor com o solo
5 Betão oco com condutasde ar para rentabilizar amassa termal
6 Sistema solar efotovoltaico paraaquecimento de águapara a produção deelectricidade – espaçoentre a fachada e calhade betão oco, aberto noVerão para permitir aventilação
7 Tanque de água quente
8 Tanque de areia grossacom água da chuva esistema colector
9 Sistema de distribuição deágua da chuva nãopotável para lavagem,jardinagem e sanitários
10 Bacia de água paraarrefecimento da fachadasul no Verão através daevaporação.
8 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
A necessidade de uma melhor eficiência energética apresenta
riscos e oportunidades para as empresas do sector da construção que procuram entrar no
mercado. Na opinião deste projecto, as primeiras empresas a entrar podem ganhar vantagens,
mas existem riscos, especialmente no que diz respeito ao timing de entrada no mercado.
O p o r t u n i d a d e s
para as empresas
Riscos de mercadoO timing e o andamentocrescente da procura poreficiência energética são incertose coloca em grande risco aentrada no mercado. É esperadoque a procura aumente àmedida que as pessoas setornam mais conscientes daimportância da utilização deenergia em edifícios. A propostade valor vai continuar adesenvolver-se, se forem dadasas estruturas adequadas demercado e instrumentos. Aquestão chave é quão rápidoestas alterações irão ocorrer.
Riscos operacionaisAs empresas necessitam decapacidades técnicas paraelaborar propostas atractivas ede eficiência energética a umcusto apropriado. O estudo depercepção deste projectodescobriu que existe nomercado uma falta generalizadade conhecimento pessoal eempresarial e uma relutânciageneralizada para inovar.
Avaliação estratégica4
Existem potenciais vantagenspara as empresas que entramem primeiro lugar no mercadoda eficiência energética. Oscompetidores subsequentesenfrentarão barreiras no acesso aespecialistas, o que pode resultarnum nível mais baixo decompetição do que no mercadodominante. Por outro lado, istoirá afectar o equilíbrio da energiapara benefício dos fornecedorese não dos consumidores devidoao número relativamente baixode fornecedores com experiênciatécnica necessária. A eficiênciaenergética pode perder valor sea procura em escritórios e lojasdecrescer devido ao aumento dotrabalho em casa e compras on-line.
“Espero que a indústria vejaisto como uma oportunidadee não como algo que vamosimpor”.
Comissário da UE para a Energia Andris PiebalgsCitação no Fórum do EEE em Bruxelas
Ocondomínio sueco Bo01 (a primeira fasede desenvolvimento do Porto Ocidental)foi concluído em 2001. Foi concebido
com um ambiente urbano sustentável, incluindofornecimento de energia 100% renovável,aumento da biodiversidade e um sistema degestão de resíduos criado para utilização do lixoe esgotos como fonte de energia.
As casas são construídas para minimizar oaquecimento e o consumo de electricidade. Osedifícios bem isolados com janelas de baixaenergia diminuem a necessidade deaquecimento e o equipamento eléctricoinstalado é altamente eficiente. Cada unidade éconcebida para utilizar não mais do que 105kWh/m2/ano, incluindo electricidadedoméstica.wed slightly bourgeois sh
Europe SuéciaVästra Hamnen Residencial 2001 105kWh/m2/year
Eficiência en
ergética em
edifícios em
todo m
und
o
Västra Hamnen (Porto ocidental), Malmo, Suécia
Eficiência energética em edifícios em todo o mundo 9
10 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
C r e s c i m e n t o
O WBCSD identificou os edifícios como um dos cinco maiores
utilizadores de energia e onde são necessárias as megatendências para poder transformar a
eficiência energética. Estes contribuem com 40% do consumo da energia primária5 na maioria
dos países abrangidos por este projecto, estando este a aumentar. A Agência Internacional de
Energia (AIE) estima que as tendências actuais na procura de energia para edifícios vão
impulsionar cerca de metade dos investimentos fornecidos de energia até 20306.
Se o consumo de energia em edifícios na China e na Índia aumentar para os níveis actuais dos
EUA, o consumo destes países pode ser cerca de quatro e sete vezes maior do que é hoje,
respectivamente. A figura 1 mostra uma projecção com base nos sensos de população actual
combinado com a utilização de energia actual per capita com base nos níveis do Japão e EUA –
o que pode ser considerado o melhor e o pior dos cenários. As setas indicam o nível de
consumo em 2003. Isto evidência o facto de que o consumo de energia crescerá
drasticamente se não houver uma acção que melhore substancialmente a eficiência energética.
O boom de construção, em especial na China, está a aumentar significativamente a procura de
energia, mas o desenvolvimento económico e outros factores estão a acrescer o desafio, pois
estes também aumentam a procura de energia em edifícios.
Figura 1: Melhor e pior projecção na procura
de energia local.7
A escala do património actual em diversospaíses ou regiões, resume-se à ocupaçãocomercial e residencial, como é demonstradona Figura 2.8 O mercado de propriedades naChina é particularmente notável e está acrescer rapidamente; a China está aacrescentar 2 mil milhões de metrosquadrados por ano, o equivalente a um terçoda área de construção existente no Japão9.Significa que a China está a construir oequivalente à área de construção do Japãoem cada três anos.
Figure 2: Espaço terrestre existente para
construção (2003)10
Existem grandes diferenças de espaço porpessoa entre regiões (ver Figura 3), emespecial o grande aumento de espaçohabitacional per capita nos EUA. As diferençassão menos notadas nos edifícios comerciais, àexcepção da China, que actualmente utilizamuito menos espaço comercial per capita doque em outras regiões. Isto tem implicaçõessignificativas na utilização de energia,assumindo que a procura de espaço na Chinaavança aos níveis da Europa e Japão, senãomesmo dos EUA.
energético alarmanteSumário:
A utilização de energia emedifícios vai crescerrapidamente sem melhoriasem eficiência energética.
O mercado da construção temmuitos segmentos com umagrande variedade decaracterísticas.
A utilização de energia emedifícios é conduzida pelademografia, desenvolvimentoeconómico, estilos de vida,alterações das fontes deenergia e tecnologia.
A grande maioria do consumode energia ocorre enquantoum edifício é ocupado.
“Os edifícios e aconstrução são umdos sectorescausadores deemissões que sãona realidade umproblema para asalteraçõesclimáticas.”
Jornalista. Internacional
0
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
30,000
35,000
Pior projecção de estudo Níveis per capita nos EUA
Melhor projecção de estudo Níveis per capita no Japão
UE-15ÍndiaChinaBrasil
Proc
ura
anua
l de
ener
gia
(TW
h) Nível de 2003
Projecção de 2050 com base em:
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Comercial
Residencial
EUAJapãoUE-15China
Espa
ço t
erre
stre
(m
il m
ilhõe
s m
2 )
Utilização, 84% (aquecimento, ventilação, aquecimento de água e electricidade)
Manutenção e renovação, 4%
fabrico, transporte e construção, 12%
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Comercial
Residencial
JapãoEuropa (OCDE)
EUABrasilÍndia*
2030
200
3
China*
2030
200
3
2030
200
3
2030
200
3
2030
200
3
2030
200
3
Milh
ares
de
Twh
* Energia utilizada a partir de fontes identificadas
Crescimento energético alarmante 11
0
20
40
60
80
100Comercial
Residencial
EUAJapãoUE-15China
Espa
ço t
erre
stre
por
pes
soa
(m2)
0
20%
40%
60%
80%
100%calor
electricidade
biomassa
gás natural
petróleo
carvão
EUAJapãoUE-15ÍndiaChinaBrasil
Figura 4: Projecção de energia em edifícios por região
- 2003 / 203012
Este relatório e este projecto centram-se na procura de energia
em edifícios (energia no local). As fontes de energia variam
substancialmente (ver Figura 5), com uma significativa
quantidade de carvão e biomassa a serem queimados na China
e na Índia, mas com uma maior quantidade de electricidade a
ser utilizada noutros países. Esta variação contribui com grandes
diferenças no consumo de energia primária (ver Figura 6)
devido à procura acrescida de produção de energia eléctrica e
distribuição. O desenvolvimento e urbanização estão associados
ao aumento de utilização de electricidade, o que aumentará
significativamente a procura de energia primária na China e na
Índia. A Figura 6 salienta a escala de procura de energia
primária pelos espaços comerciais nos EUA.
Figura 7: Ciclo de vida da utilização de energia15
A utilização final varia com o sector, região e clima. Por
exemplo, a refrigeração é o maior utilizador de energia do
sector alimentar, enquanto a venda de produtos não
alimentares utiliza substancialmente mais energia na iluminação
do que qualquer outro sector. Os sector alimentar e a venda
alimentar são sub-sectores de alta intensidade, mas a grande
necessidade de espaços para escritórios torna-se provavelmente
o maior utilizador energético. A utilização de energia varia entre
os edifícios residenciais, mas o aquecimento de espaços e de
água são componentes importantes em maioria das regiões.
Isto é verdadeiro para os EUA apesar da vasta utilização de
energia para arrefecimento de espaços nos Estados mais
quentes.
Figura 6: Energia primária (2003) 14
Mais de quatro quintos da utilização energética local ocorre na
fase operacional do tempo de vida de um edifício, como
demonstra a figura 7. A proporção de energia incorporada nos
materiais e na construção vai aumentar se a eficiência
energética operacional aumentar e se o tempo de vida de um
edifício diminuir.
Figura 3: Espaço terrestre para edifícios por pessoa (2003)11
A utilização de energia para edifícios nos EUA é
substancialmente mais elevada do que em outras regiões e a
tendência é continuar (ver Figura 4). O consumo na China e
Índia vai continuar a crescer, no entanto, o consumo de energia
nos edifícios na China vai aproximar-se ao da Europa até 2030,
enquanto que a Índia irá ultrapassar o Japão. Se esta tendência
actual continuar, a utilização de energia em edifícios comerciais
na China será mais do dobro durante este período. O consumo
de energia na Europa Ocidental aumentará apenas
moderadamente e permanecerá uniforme no Japão. A utilização
de energia em edifícios crescerá no Brasil, mas permanecerá
baixo relativamente às outras regiões em 2030.
Figura 5: Fontes de energia locais (2003)13
0
2,000
4,000
6,000
8,000
10,000
12,000Comercial
Residencial
EUAJapãoUE-15China ÍndiaBrasil
Prim
ária
AEC
(TW
h)
12 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
Segmentar o mercado da construçãoO projecto do EEE está a desenvolver
uma base de dados de informação,
correspondente à natureza de cada sub-
sector e às suas características de
utilização de energia que serão utilizadas
na próxima fase do projecto para a
criação de cenários. A maior distribuição
por tipo de propriedade é entre o
comercial e o residencial. Mas existem
diferenças significativas entre os sub-
sectores comerciais (tais como escritórios,
espaços comerciais, bancos e hotéis).
Estes outros atributos são também
importantes:
• Edifícios novos versus edifícios
existentes
• Rural versus urbano
• Países desenvolvidos versus países em
desenvolvimento
• Variações climáticas – humidade,
chuva e temperatura.
BedZEDSurrey, Reino Unido
Centro Comunitário Kunming, China
Centro ComercialPortugal
Zonas climáticas mundiais
Edifício FederalSão Francisco
Hearst Magazine TowerNova Iorque
CA Academy of SciencesEUA
Utilização de energia em edifícios 13
Utilização de energia em edifíciosOs factores de eficiência energética em
edifícios variam de acordo com a
geografia, clima, tipo de construção e
localização. A distinção entre os países
desenvolvidos e em desenvolvimento é
importante, assim como o contraste
entre a adaptação existente de edifícios e
as novas construções. Em todos os casos
existem diferentes padrões de qualidade
do edifício. É vital que a eficiência
energética seja transversal a todos os
níveis e não seja restrita a propriedades
mais sofisticadas.
Esta complexidade significa que é
impossível desenvolver uma simples
solução para todos os mercados e todas
as culturas. Em vez disso, o projecto da
EEE tem como objectivo identificar
abordagens, factores de mercado e
iniciativas políticas que em conjunto
consigam os resultados necessários. Estes
serão desenvolvidos na próxima fase do
projecto.
As alterações climáticas vão aumentar as
necessidades energéticas locais à medida
que as pessoas procurarão manter os
níveis de conforto em condições mais
extremas. As outras tendências chave
são:
• Demografia
• Desenvolvimento económico
• Alterações do modo de vida
• Tecnologia e a difusão de novos
equipamentos
Eco-cityDongtan, China
Desenvolvimento urbano
Solar technology flexiblesheets Japão
Cosmo City África do Sul
EcoVillageAustrália
City Hall Londres, Reino Unido
Transport Hub Xizhimen, Pequim, China
14 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
Autoridades locais
Financiadores de capital Promotores Agentes Proprietários Agentes Utilizadores
Designers Engenheiros EmpreiteirosFornecedores de materiais e
equipamentos
U m
O mercado da construção é diverso e complexo. A relação
comercial entre os muitos especialistas envolvidos é complexo e crítico no despoletar da acção
em eficiência energética.
O sector é caracterizado pela fragmentação entre as secções da cadeia de valor e a não
integração entre elas.
Mesmo os maiores protagonistas são pequenos e relativamente locais pelos standards
empresariais internacionais, com a excepção dos fornecedores de materiais e equipamentos.
A figura 8 mostra as relações comerciais mais significativas na cadeia de abastecimento da
construção. A complexidade da interacção entre estes participantes é uma das maiores
barreiras à eficiência energética em edifícios.
Sumário
O sector é caracterizado pelafragmentação dentro dassecções da cadeia de valor e anão pela integração entre elas.
Os incentivos para reduzir autilização de energia sãonormalmente divididos entre osdiferentes intervenientes e nãopor aqueles que podem poupara maior parte através daeficiência energética.
“Um arquitecto por si sónão pode fazer nadasustentável. Ele necessitade engenheiroselectrotécnicos,engenheiros deestruturas, todos estesprofissionais atrabalharem emconjunto.”
Arquitecto, Brasil
As autoridades locais influenciam acadeia de valor através dodesenvolvimento de políticas deconstrução para as suas áreas. Estasregras são frequentemente umcompromisso entre os altos níveis dedesempenho energético e asconsiderações relacionadas com oscustos.16
Os financiadores de capital,concedendo empréstimos ouinvestimentos, estão cada vez maispreocupados com o risco e retorno. Elesconsideram frequentemente apenas umcurto período de tempo, em que podemreduzir a utilização de energia a umfactor relativamente menor na tomada dedecisão.
Os promotores são os actores principais
na construção comercial e são
frequentemente especuladores, o que
inevitavelmente resulta num foco a curto
prazo no valor financeiro dos edifícios. Os
responsáveis pelo desenvolvimento
especulativo estarão apenas interessados na
Figura 8: Cadeia de valor complexa
sector complexo
Responsabilidades profissionais e de mercado
(lacunas funcionais)
Processo de construção(descontinuidades
de gestão)
Design preliminar
+ =Design detalhado
Desenhos de trabalho
Encarregado (oferta)
Planeamento e cronograma
Construção
ComissariadoArq
uite
ctur
aEs
trut
ura
Mec
anis
mos
Eléc
tric
os
Ilhas operacionais (coordenação ineficaz;
comunicação pobre)
Um sector complexo 15
A figura 9 ilustra o poder de decisão das“ilhas”, que são típicas deempreendimentos comerciais. A primeirapirâmide descreve as várias disciplinastécnicas envolvidas no sector daconstrução. A segunda pirâmide descreveo processo de distribuição da construção.Como combinação das duas primeiras, aterceira pirâmide salienta a ineficácia dacoordenação que existe devido às lacunasfuncionais e descontinuidades de gestão.Existem muitas vezes longos atrasos nafase de concepção, devido a problemasligados à permissão para planeamento,financiamento do projecto ou contratoscom inquilinos para propriedadescomerciais.
Uma integração mais vertical na cadeiade abastecimento pode melhorar aeficiência energética em edifícios. Mas osprojectos de construção e designcompletamente integrados (distintos)têm mais custos de implementação.18
Muitos proprietários acreditam mais nacompetição do que na cooperação,resultando em ofertas mais baixas noprocesso de proposta.As funções isoladas e a coordenaçãoineficaz entre os participantes têm duasconsequências importantes:
• Incentivos para reduzir a utilizaçãode energia são normalmentedivididos entre diferentespersonagens e não adequadasaqueles que podem investir ebeneficiar de medidas de poupançade energia.
• Existe normalmente poucaoportunidade para os utilizadoresdarem feedback através do mercado aospromotores ou criadores.
eficiência energética se for um factorsignificativo na decisão de compra. Poroutro lado, os promotores que detêmpropriedades para receber rendimentosde inquilinos têm uma visão a longoprazo, o que pode tornar osinvestimentos em poupanças de energiamais atractivos. Mas estes podem não sercapazes de colher os benefícios de taisinvestimentos,
na medida que as poupanças em energiavão para o ocupante mesmo que opromotor incorra no custo deinvestimento. Isto enfraquece o incentivoaos investimentos em eficiênciaenergética.
Os responsáveis pelo desenvolvimentoencarregam os designers (ouarquitectos), engenheiros e empresas deconstrução que têm conhecimentostécnicos, incluindo na eficiênciaenergética. Mas a sua influência nasdecisões chave pode ser limitada, emespecial se estes não trabalharem emconjunto de uma forma integrada.O papel dos agentes pode serimportante. Frequentemente, ocupamum lugar entre os promotores e os
inquilinos e entre proprietários eocupantes. Geralmente, os seus interessesfinanceiros são de curto prazo.
Os proprietários podem arrendar os seusedifícios, tornando desta forma os seusinteresses diferentes dos utilizadoresfinais. Alguns proprietários compram paravender (e obtêm um retorno de capital);outros compram para arrendar (comoum investimento) ou para ocuparem.Este último grupo considera oinvestimento com retorno ao longo devários anos.
Os utilizadores finais estão normalmentena melhor posição para beneficiar daspoupanças energéticas, mas poderão nãoestar na posição para fazer osinvestimentos necessários. Isto tambémdepende dos acordos financeiros entre osproprietários, agentes e utilizadores, oque pode incluir uma taxa fixa deenergia, independente do consumo.
Figura 9: Personagens e práticas no mercado da construção17
16 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
“Eu penso queos agentesimobiliários nãosabem nadaacerca daeficiênciaenergética. Epenso que osbancos são umabarreira, porqueeles não a estãoa exigir paraconceder osempréstimos.”
ONG, EUA
Barreirasd e n t r o d a i n d ú s t r i a
Sumário:
Os profissionais da construçãotendem a subestimar acontribuição da energia dosedifícios para as alteraçõesclimáticas e a sobrestimar oscustos para a poupança deenergia.
Falta conhecimento eexperiência aos profissionais daconstrução.
O nosso estudo encontrouquatro deficiências chave:conhecimento pessoal, aceitaçãoda comunidade empresarial,convicção empresarial ecompromisso pessoal.
Existe falta de liderança naconstrução sustentável.
O progresso na eficiência energética depende de que as pessoas do sector
da construção estejam cientes da importância desta questão e que sejam capazes e tenham vontade
de agir. A consciência é alta em muitos países abrangidos por este projecto, mas existem barreiras
significativas que impedem o envolvimento generalizado.
O comissariado do projecto do EEE, identificou sérias falhas no conhecimento relativamente à
eficiência energética entre os profissionais da construção, bem como uma falta de liderança ao longo
de toda a indústria.
A pesquisa investigou percepções da sustentabilidade em relação aos edifícios, incluindo a utilização
de termos “ecológico” e “sustentável”. A palavra “sustentável” tende a ser mais proeminente na
Europa, enquanto “ecológico” é mais adequado à Ásia, em especial no Japão. Independentemente do
termo utilizado, os custos de energia e a sua utilização foram as prioridades mais significativas para os
profissionais da construção. Os outros objectivos em destaque foram o bem-estar dos ocupantes e
produtividade, a conservação da água e redução dos riscos provenientes do aumento dos custos da
energia. Os potenciais valores de revendas e os benefícios na reputação para as empresas foram
classificados como os mais baixos dentro dos principais factores apontados.
Participante CépticoA empresa está altamente motivada pela RSE…
…mas individualmente não está convencida
Precisa de argumentos claros para o PORQUÊ
Consciente81%
A considerar34%
Envolvido16%
LíderCom vontade de conduzir/adoptar atitude
de liderança
Acredita na economia, no impacte climático e
nos incentivos regulatórios
Consciente87%
A considerar46%
Envolvido22%
Não disponivelPoucos níveis de conhecimento e pessimismo acerca da capacidade de.
Não disponível para as questões ambientais
Inquilino mais empresarial
Consciente45%
A considerar13%
Envolvido5%
Entusiasta não informadoPessimista acerca da economia, o impacte
climático e incentivos.
Não sabe como se envolver
Passivo relativamente ao ambiente
Consciente72%
A considerar21%
Envolvido5%
alto
baixo
baixo Compromisso pessoal alto
Como
educar
Como
educar
Melhorar o ambiente
empresarial de apoio
Convencido
porque
Convencido
porque
Conhecimento
pessoal
Figura 10: Segmentos de atitude entre os profissionais da construção19
Detalhes técnicosO Lippincott Mercer elaborou umapesquisa qualitativa e quantitativa(conduzida pelo GfK) para o projectoEEE. Foi criado como instrumento demedição para os níveis actuais de apoioentre os líderes, decisores políticos e asempresas que financiam, criam,constroem e ocupam os edifícios. Mediu:
• A percepção de edifícios “sustentáveis”
e “ ecológicos”, incluindo um estudo
sobre esta terminologia.
• O nível de entendimento e nível de
maturidade deste conceito
• A prontidão para a adopção de práticas
da construção sustentável e os
constrangimentos que os profissionais
enfrentam, tais como, investidores,
arquitectos e empreiteiros.
A pesquisa abrangeu oito países – Japão,China, Índia, Brasil, EUA, Espanha, Françae Alemanha – e analisou as percepções eatitudes relativas à construção sustentávelem geral.
Pesquisa qualitativafoi conduzida por três grupos:
• Líderes de opinião – arquitectos,
jornalistas, ONG’s e universitários
• Reguladores – decisores políticos,
políticos e reguladores
• Comunidade financeira – analistas,
financiadores, empresas de
investimento
Os investigadores conduziram entrevistas
com 45 pessoas entre Outubro de 2006
e Janeiro de 2007. As entrevistas
abrangeram atitudes relativas à
construção sustentável, barreiras e o
papel do projecto de EEE para conduzir a
mudança.
Pesquisa quantitativa questionou três sub-grupos de
profissionais da construção:
• Técnicos e promotores – incluindo
arquitectos, engenheiros, construtores
e empreiteiros
• Agentes e senhorios profissionais,
incluindo proprietários de edifícios
empresariais
• Inquilinos empresariais
Os investigadores entrevistaram 1423
pessoas entre Novembro de 2006 e
Fevereiro de 2007, utilizando um
questionário telefónico.
A pesquisa não incluiu senhorios de casas
particulares.
Segmentos comportamentaisO estudo identificou quatro segmentoscomportamentais entre os profissionaisda construção (ver figura 10). Asegmentação foi feita com base noconhecimento pessoal e na extensão da
convicção pessoal ou de compromissopara com a construção sustentável. Cadacaixa da figura mostra as característicasdos segmentos incluindo o nível deconsciência e envolvimento naconstrução sustentável. (Estas figuras são
relativas à convergência de aquisição dafigura 13). As caixas também indicam osrequisitos chave para mover os grupospara um quadrante líder.
Barreiras dentro da indústria 17
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
Japão
Índia
China
Brasil
EUA
Espanha
Alemanha
França
Total 19%
22%
23%
30%
12%
19%
20%
20%
15%
35% 40% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
17%
12%
17%
22%
16%
19%
16%
28%
11%
Japão
Índia
China
Brasil
EUA
Espanha
Alemanha
França
Total
18 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
As pessoas reconhecem que os edifícios sustentáveis são
importantes para o ambiente, mas subestimam a contribuição dos edifícios para os níveis de
emissão de gases com efeito de estufa (ver figura 11), que é actualmente cerca de 40%.
Também sobrestimam o custo (ver figura 12), que é normalmente abaixo dos 5% nos países
desenvolvidos, apesar de possivelmente ser mais alto na China, Brasil e Índia.
“Eu nem sequer sei seos projectos quefinanciamos sãosustentáveis – eu sóme interesso pelorisco.”
Financiador, Europa
Conhecimento dos profissionais
Pergunta
d a s q u e s t õ e s r e l a c i o n a d a s c o m a c o n s t r u ç ã o
“Que percentagem pensa que os edifícioscontribuem para o aumento das emissões deCO2 - Directa ou indirectamente?”
“Quanto mais, pensa que custará um edifíciosustentável certificado relativamente a umedifício normal?”
Figura 11: Estimativa da contribuição dos edifícios para o total de emissões.
Figura 12: Estimativas de custo para um edifício sustentável certificado
“Eu diria, que a faltade um profundoconhecimento éuma barreira, masnão uma falta deconsciência. 100%dos promotores nosEUA ouviram falarda construçãosustentável.”
Político, EUA
Pergunta
A consciência pelas questões ligadas ao ambiente em edifícios é
relativamente elevada em todos os mercados. Mas na maioria dos mercados os números
decrescem drasticamente em questões ligadas ao envolvimento na construção sustentável. Por
norma, apenas um terço daqueles que dizem que estão conscientes, consideram o
envolvimento na construção sustentável e apenas um terço deste grupo mais pequeno
estiveram na realidade já envolvidos (11% do total). A figura 13 mostra as percentagens
daqueles que estão conscientes, que o estão a considerar e os que estiveram envolvidos.
Também indica as percentagens em cada uma destas fases. Por exemplo, em França 32%
daqueles que estão conscientes consideraram a construção sustentável e 30% daqueles que já
a consideraram estiveram envolvidos, o que significa que apenas 8% dos inquiridos têm
experiência directa.
Em suma, apenas 13% dos inquiridos já estiveram envolvidos na construção sustentável, apesar
deste cenário variar entre os 45% na Alemanha e apenas 5% na Índia e de 20% entre os
promotores a apenas 9% entre proprietários e inquilinos.
Consciência e envolvimento
Consciente
83%
98%
87%
79%
82%
83%
13%
64%
27%
67%
28%
28%
27%
43%
5%
13%
Françe
Alemanha
Espanah
EUA
Brasil
China
Índia
Japão
8%
45%
9%
10%
9%
16%
3%
5%
Tem em consideração Esteve envolvido
“Qual o seu nível de consciência no que respeita à construção sustentável? 20”
Figura 13: Consciência e envolvimento dos profissionais da construção20
(Números arredondados ao número inteiro mais próximo)
Estudo de percepção 19
20 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
Importância de cada barreira na influência das circunstâncias
Impacte
Conhecimento pessoal
Aceitação da comunidade empresarial
Ambiente empresarialde suporte
Compromisso pessoal
Impacte climático positivo
Exigências económicas
Envolvimento pragmático
Atracção do edifício
Impacte de melhoria (1 ponto) no factor de resultados das circunstâncias
-0.5 0.0 0.5
Um estudo qualitativo revelou que as pessoas acreditam que os
financiadores e que os promotores são as principais barreiras a abordagens mais sustentáveis
na cadeia de valor dos edifícios.
O estudo quantitativo identificou oito factores que influenciam a tomada de decisão na
construção sustentável (ver figura 14). Quatro destes são as principais barreiras de uma maior
importância e adopção pelos profissionais da construção e são os mais significativos na
influência aos inquiridos no que respeita à construção sustentável:
• Conhecimento pessoal – se as pessoas entendem como melhorar o desempenho ambiental
de um edifício e onde recorrer para obter um bom concelho.
• Aceitação da comunidade empresarial – se as pessoas na comunidade empresarial nos
seus mercados vêem a construção sustentável como uma prioridade.
• Um ambiente empresarial de apoio – se as pessoas pensam que os seus líderes
empresariais os apoiam nas decisões para construir sustentavelmente.
• Compromisso pessoal – se a acção no ambiente é importante para eles como pessoas
singulares.
“A maior barreira éque os investidorestêm a autoridade natomada de decisãofinal nos edifícios esob as circunstânciasactuais, eles têmperseguido amaximização dolucro. A opção daconstruçãosustentável entra emconflito com amaximização doslucros.”
Universitário, Japão
Barreirasa o p r o g r e s s o
Figura 14: factores que influenciam a adopção de práticas de construção sustentável
Quando questionados acerca da sua responsabilidade na condução
da mudança, poucos decisores vêm a sua tarefa como de liderança para acções rumo à
construção sustentável (ver figura 15). As respostas sugerem alguma vontade para a adopção
de novas práticas, mas também sugerem o conservadorismo com o qual o sector da
construção é identificado.
Falta de liderança
All respondents
Imp
acteConduzir/liderar adopção
Adopção progressiva depráticas à medida em que
estas forem experimentadase testadas
Adopção progressiva depráticas à medida que
se tornam indústrias padrão
Apenas adoptar práticasà medida que os clientes
as solicitarem
Apenas adoptar práticas à medida que os
regulamentos as exijam.
Percentagem de inquiridos0% 25% 50%
Figura 15: Falta de liderança
Estudo de percepção 21
Pergunta
“O que é que vê como função da sua empresa para a adopção depráticas de construção sustentável?”
22 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
O conhecimento, a tecnologia e a aptidão estão já disponíveis mas
não estão a ser utilizadas para atingir uma redução drástica de utilização de energia em
edifícios. As páginas anteriores mostraram que o progresso é dificultado por barreiras na forma
de estruturas e práticas da indústria, falta de conhecimento e apoio dos profissionais e a falta
de liderança.
Sumário
A tecnologia está disponível,mas as empresas têm de serapoiadas por políticasapropriadas e regulamentadas.
Existem três abordagens quepodem ajudar a quebrar asbarreiras: uma abordagemholística na concepção,mecanismos financeiros e derelacionamento e alteraçõescomportamentais.
“É necessáriopara o Estadodeterminar queos edifícios maisecológicos têmde receber maisajuda financeira.Então, omercado irá deencontro a isto.”
Arquitecto, Espanha
Politicas e Regulamentos
As políticas e regulamentos apropriados são
essenciais para alcançar as alterações do
mercado. As alterações climáticas foram
descritas como “a maior e mais vasta variação
de mercado alguma vez vista” por Sir
Nicholas Stern no seu relatório de 2006
encomendado pelo governo do Reino Unido.
Ele concluiu que são necessários vários tipos
de intervenções pelos governos para corrigir
esta falha do mercado:
• Estabelecer um preço ao carbono,
através de impostos, comércio ou
regulamentações.
• Políticas tecnológicas que apoiem a
inovação para tecnologias baixas em
carbono.
• Remoção de barreiras à alteração de
comportamentos, por exemplo, através
da informação e estabelecimento de
normas.
As empresas da indústria da construção
necessitam de uma politica de suporte e
estruturas regulatórias para atingirem
melhorias em eficiência energética. Isto é
suportado pelos resultados obtidos pelo
projecto “liderança industrial” que revelam
que muitos profissionais da indústria da
construção apenas adoptam novas práticas se
estas forem requeridas por regulamentação
(ver figura 15).
Os governos precisam de se concentrar nas
abordagens mais eficientes e de custo eficaz.
Um estudo efectuado pelo Sustainable
Buildings and Construction Initiative da UNEP
(SBCI) constatou que os instrumentos mais
eficazes conseguem poupanças para a
sociedade e que são necessários conjuntos de
medidas que combinem diferentes
elementos.21 O estudo identificou políticas
que tiveram sucesso na redução de emissões
e na eficácia de custos. A tabela 1 mostra os
instrumentos com mais sucesso em cada uma
das quatro categorias.
Os governos nos países abrangidos por este
projecto introduziram códigos de construção
e outras políticas relevantes, como mostra a
tabela 2. Mas existe muito para ser feito para
estimular um melhor desempenho
energético.
Não é função deste projecto definir detalhes
políticos, mas identificar áreas chave onde
iniciativas políticas podem ajudar a influenciar
uma concepção holistica, tomada de decisão
financeira e comportamentos.
A l c a n ç a r a m u d a n ç a , c o m b a s e e m
políticas orientadas
Brasil Medidas para melhorar a eficiência de equipamentos de iluminação
China Rotulagem obrigatória de energia para aparelhos domésticos, divulgando e actualizando a rotulagem de energia voluntária
União Europeia “Passaporte de energia” na construção requerida pela Directiva de Desempenho Energético em Edifícios
Índia Normas de eficiência e novas obrigações na rotulagem energética para novos aparelhos e equipamentos.
Japão Standards de topo de eficiência para equipamentos
EUA Programas de eficiência energética para empresas de serviços
Exemplos de acções governamentais em complemento aos códigos de construção
Instrumentos de controlo e regulatórios
Equipamenos standard Alto Alto
Rotulagem obrigatória e programas de certificação Alto Alto
Obrigatoriedade e cotas de eficiência energética Alto Alto
Programas de gestão de serviços Alto Alto
Instrumentos económicos com base no mercado
Contratação do desempenho energético Alto MédioAlto
Instrumentos fiscais e incentivos
isenção de impostos e reduções Alto Alto
Apoio, informação e acção voluntária
certificação voluntária e rotulagem MédioAlto Alto
Programas públicos de liderança MédioAlto Alto
Efic
ácia
par
a a
redu
ção
de e
mis
sões
Efic
ácia
de
cust
o
Alcançar a mudança, com base em políticas orientadas 23
Tabela 1: Instrumentos de politicas eficazes
Tabela 2: Acção dos governos para além dos códigos de construção22
Figura 16: Níveis da UE para eficiência energética e impacte ambiental 23
Nível de Eficiência Ambiental Nível de Impacte Ambiental (CO2)
O nível de eficiência energética é uma medida do total deeficiência de uma habitação. Quanto maior o nível maiseficiente energeticamente é a habitação e mais baixa é aconta da electricidade.
O nível de impacte ambiental é a medida do impacte deuma habitação em termos de emissões dióxido de carbono(CO2). Quanto maior for o nível, menor o impacte noambiente.
24 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
Políticas para uma organizaçãoestruturada de apoio às empresas
Dada uma política organizativa de
apoio, existem três abordagens que
podem ajudar a quebrar as barreiras:
uma abordagem de concepção
holística, mecanismos financeiros e
alteração de comportamentos. Estes
podem mudar a forma como o
mercado e as pessoas singulares
respondem, aumentando o valor de
mercado da eficiência energética em
edifícios e permitindo aos “silos”
isolados na indústria da construção a
trabalhar para lá das fronteiras e
aumentar o foco na eficiência
energética de várias formas:
• A comunidade financeira vai
apoiar investimentos em eficiência
energética.
• A comunidade de designers vai
desenhar soluções
energeticamente eficientes.
• A comunidade dos materiais e
equipamentos vão oferecer
produtos e serviços que suportem
economicamente estas soluções
• Os proprietários e operadores vão
suportar e valorizar as operações
de eficiência energética
• As empresas de energia vão
suportar a distribuição inteligente
e o conteúdo sustentável de
energia para e a partir dos
edifícios.
Estes elementos separados necessitam
trabalhar em conjunto para maximizar
o potencial de cada um, apoiado por
politicas e regulamentos eficazes como
mostra a figura 17.
ContextopolíticoEm linha com os interesses
empresariais, uma política mais eficaz
para a eficiência energética deve
abranger o seguinte:
• Planeamento urbano (ver página 26)
• Códigos de construção mais
eficazes para reforçar os
standards técnicos necessários
• Informação e comunicação para
superar a falta de conhecimento e
para salientar o desempenho
energético de edifícios individuais;
uma combinação de esquemas
voluntários e obrigatórios está já
emergir, por exemplo: esquemas
de rotulagem voluntária, tais
como o CASBEE (Japão), o LEED
(EUA) e o passaporte de energia
nos edifícios (UE).
• Incentivos que incluem benefícios
fiscais, para incentivar a eficiência
energética em equipamentos para
edifícios, materiais e consumo dos
ocupantes.
• Preço da energia com o objectivo
de: ser valorizada pelos
utilizadores, de desassociar o
retorno do volume de energia
abastecida e para incentivar a
produção local e renovável; por
exemplo os consumidores de
electricidade na Alemanha
recebem créditos por energia
abastecida à rede a partir da
produção local a uma taxa quatro
vezes o custo da electricidade que
utilizam da rede.
• Execução, medição e verificação
para garantir que as políticas e
regulamentos (incluindo os
códigos de construção) sejam
eficazes e que apoiem as medidas
de mercado, tal como as trocas de
comerciais.
Abordagem holistica
Financiamento Comportamento
Políticas e regulamentação
Figura 17: Três abordagens numa organização de suporte
ORETREAT faz parte do TERI’s GualPahari Campus, a cerca de 30 km asul de Deli. Demonstra a utilização
eficiente dos recursos naturais,tecnologias limpas, energias renováveis egestão eficiente de resíduos. O centro deformação de 3000 m2 é independente darede de sistema de electricidade dacidade. O pico de abastecimento deelectricidade é apenas de 96 kW,comparado com um pico convencionalde 280 kW. Existem três aspectosimportantes no design:
• A funcionalidade do edifício e o modoem como a energia é utilizada.
• Conceitos passivos que minimizam aprocura de energia, tais como aorientação solar, gradeamentos parasombra, isolamento e paisagem.
• O tratamento de espaços e ailuminação que são viabilizados atravésde sistemas de eficiência energéticautilizando fontes de energia renovável.
Ásia ÍndiaTERI RETREAT Training center 2000 96kWh/m2/ano
Eficiência En
ergética em
edifícios em
todo o m
und
o
TERI RETREAT, Gurgaon, India
Vários conceitos de concepção passivaresultaram na redução docondicionamento de espaços em 10-15%:
• O edifício está orientado ao longo doseixos Este e Oeste para ter o máximode exposição a Norte e a Sul.
• Para o isolamento dos telhados éutilizado betão vermiforme e mosaicochinês branco para acabamentos.
• Para isolamento das paredes é utilizadopoliestireno expandido.
• Parte do edifício é embutido no solopara estabilizar a temperatura interna.
• Os aparelhos para sombra e as janelasforam criadas para cortar o sol de Verãoe permitir a entrada de sol no Inverno.
• Foram concebidas clareiras naturaisutilizando clarabóias especialmenteconcebidas.
• A paisagem afecta a direcção do vento• Árvores de folha caduca são utilizadas
na parte sul do edifício para criarsombra durante o Verão, mas quepermite a entrada de sol no Inverno.
Eficiência energética em edifícios em todo o mundo 25
Produção - matérias primas - Fabrico - especificações
Fim de vida- Reciclagem- Resíduos
Construção - emissões - poluição - segurança
Utilização - Energia - Consumo de água - Saúde - Segurança
Esperança de vida e energia incorporada
E n c o r a j a r a i n t e r d e p e n d ê n c i a c o m u m a
A abordagem holística começa no planeamento inicial, tem em
conta o ciclo de vida completo e abrange os processos integrados do design de edifícios.
Esta abordagem é essencial para maximizar o potencial de tecnologias individuais e inovação.
Começa ao nível do planeamento da comunidade de edifícios para ganhar eficiência a uma
maior escala do que seria conseguido em edifícios individuais e a integrar outras utilizações de
energia, tal como o transporte. O planeamento inicial considera a integridade da comunidade
bem como dos edifícios singulares. Estão a ser criados novos centros urbanos, a partir de
rascunhos com um planeamento totalmente sustentável como o Dougtan perto de Changai,
China e o Songdo na Coreia. Mas muitas das cidades existentes e em rápido crescimento têm
pouco espaço de manobra devido a constrangimentos existentes. Neste caso, o planeamento
inicial tem de ser implementado dentro do ambiente urbano existente.
Nos edifícios individuais, a eficiência é melhorada com um maior grau de colaboração entre
especialistas nas fases mais prematuras do processo de concepção. A integração ajuda a
adoptar abordagens, tecnologias e materiais que podem reduzir significativamente a utilização
de energia em edifícios de formas economicamente mais atractivas. Os custos podem ser
minimizados com esta abordagem holística para a concepção integrada e para a inovação.
abordagem holísticaSumário
A eficiência energética emedifícios deve começar na fasede planeamento das cidades.
A abordagem holística deveconsiderar a utilização deenergia ao longo de todo o ciclode vida do edifício.
A concepção holística combinacomponentes e tecnologiasdiferentes num edifício atravésda abordagem integrada aocontrário de elementosespecíficos ou individuais.
O “envelope”24 do edifício écrítico para a conceito daeficiência energética, integrandosombra, orientação, luz do dia,ventilação e materiaisapropriados.
A concepção deve incluirprodução local de energia apartir de energias renováveis oude outro modo os recursos serãodesperdiçados.
Figura 18: Fontes de impactes ambientais em cada uma das fases do ciclo de vida dos edifícios
26 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
Encorajar a interdependência com uma abordagem holística 27
Impa
cte
Baix
oA
lto
Desempenho Edifício
Custo e ruptura
Concepção primária Concepção Construção Operação
Fonte: Solidar, Berlim, Alemanha
Tempo
Figura 19: Os benefícios da integração prematura
Concepção integrada dos edifícios
“Hoje, é possível, combase noposicionamentogeográfico do edifício,o tipo de construção,pensar na espessuradas paredes,isolamento, tudoisso…é possível aplicartécnicas que nospermitam gastarmenos energia”
ONG, Brasil
A abordagem holística consideraos impactes durante a vida de umedifício específico oucomponentes, em vez de secentrar em apenas uma fase,como a construção, utilização oudeposição.
Tal abordagem ao ciclo de vidapode ser aplicada a um materialou componente específico, a umelemento de um edifício (parede,janela ou equipamento), umedifício por inteiro ou até a umacidade. Na prática, ajuda aestreitar o âmbito das variáveis aserem optimizadas. Por exemplo,o Building Research Establishmentdo Reino Unido foca-se naenergia, materiais, consumo deágua e emissões do ar e da água.Uma abordagem similar foitomada em França com as Fichesde declárations environnementaleset sanitaires” (ver www.inies.fr)
A pegada ecológica do sector daconstrução tem de serconsiderada em todas as fases,como mostra a figura 18.
Cerca de 84% do total de energianum edifício é geralmenteconsumida durante a fase deutilização, assumindo um períodode vida do edifício de mais de 50anos. A esperança de vida doedifício é importante, assim comoo impacte da energia incorporada(utilizada na extracção,processamento e transporte dosmateriais e na construção) serámais significativa se o período devida do edifício for mais pequeno.O desafio para reduzir anecessidade energética dosedifícios durante a fase deutilização é evitar o aumento deutilização de energia noutrasfases.
O tempo de vida dos edifícios temvindo a decrescer e esta tendênciatem de ser revertida para alastrara energia incorporada durante umperíodo mais longo de tempo. Avida de um edifício pode serprolongada utilizando sistemas emateriais de construção com altaqualidade, antecipando eplaneando a manutenção ereparação, planeando aflexibilidade para que asalterações de utilização sejampossíveis durante o tempo de vidados edifícios.
Muitos profissionais estão envolvidos emdiferentes fases do projecto de design e énecessário ter em conta diversos factores:o clima, o modelo de construção, níveisde conforto, materiais e sistemas, saúde esegurança dos ocupantes. Muitosprojectos seguem uma abordagemsequencial, finalizando uma fase antes deiniciar outra, com as estruturas alinhadascom esta abordagem linear ecompartimentação. Os designersnecessitam de ser capazes de levar a cabointeracções extra, revisitando fasesanteriores, para optimizar muitos factorese introduzir a inovação de custo eficaznuma fase mais prematura.
Um processo integrado de design (IDP –Integrated Design Process) envolve todosos participantes da fase de criaçãoprematura do projecto. Os workshopsmulti-disciplinares juntam proprietários,arquitectos, engenheiros e outros. Elescooperam através das diferentesespecialidades ao contrário detrabalharem em “silos” tradicionais queenvolvem pouca comunicação entreespecialistas e resultados abaixo doóptimo em edifícios.
O IDP consegue melhorar o desempenhoem edifícios com baixos custos e poucasalterações que possam perturbar as fasesmais avançadas do projecto. A figura 18mostra que quanto mais cedo ocorrer oIDP, maior o impacte no desempenho dosedifícios e mais baixo o impacte noscustos.
28 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
O desempenho dos edifíciosdepende não apenas dodesempenho de elementosindividuais, mas também emcomo eles se comportam comosistemas integrados. O“envelope” dos edifícios éparticularmente importante. É oponto de partida da eficiênciaenergética em edifícios e éfundamentalmente determinadopela quantidade de energianecessária para aquecimento,arrefecimento e ventilação.Especificamente, determina oquão hermético é o edifício,qual a quantidade de calor queé transmitido através de pontestermais (que rompe oisolamento e permite ao calorfluir para dentro ou para fora) equanta luz natural e ventilaçãopode ser utilizada. Considerar oequipamento e as infra-estruturas é tambémimportante, enquanto o designagrega todas as influências naeficiência energética.
PassivHausO PassivHaus, que teve início na Alemanha em 1991, desenvolveu umaabordagem que pode reduzir as necessidades energéticas de um edifício em umvinte avos do normal, mas fornecendo ainda condições de conforto. Existemmais de 6000 edifícios que vão de encontro aos padrões do PassivHaus –escritórios, bem como apartamentos e casas, edifícios novos erestaurados/renovados.
1. Design2. Envelope do edifício3. Equipamento - iluminação - Aquecimento e arrefecimento - Aparelhos e equipamento de escritório - Automatização dos edifícios4. Infra-estruturas
1+2+3+4
1+2+3
3+4
3
Outros e ajustamento 21%
Aquecimento de água 10%
IT e equipamentos de escritórios 14%
Iluminação 18%
HVAC 37%
Existem cinco elementos chavepara o PassivHaus:
• O “envelope” – todos oscomponentes devem estar bemisolados
• Hermético – Pôr fim a fugasde ar através de juntas nãoseladas
• Ventilação – utilização de umsistema mecânico comrecuperação de calor para que oar quente que deixa o edifícioaqueça o ar frio que entra.
• Pontes termais – eliminar aperda de calor de pontos malisolados, nas janelas, portas eoutras partes do “envelope”
• Janelas – minimizar a perda decalor no Inverno e o ganhosde calor no verão.
Design de componentes
Figura 20: Impactes do design na utilização energética23
A figura 19 ilustra a inter-relação entreestas quatro influências essenciais emeficiência energética e osconsumidores de energia chave. Ográfico mostra que maioria dascategorias de utilização de energia sãoafectadas por mais de uma influência.Por exemplo, todos os quatroelementos afectam as necessidadesenergéticas para aquecimento,ventilação e ar condicionado (HVAC).
ACasa do Conselho 2 (Council House2 – CH2) é um edifício de dezandares de escritórios do
secretariado da cidade de Melbourne. Orés-do-chão está reservado para lojas etem estacionamento subterrâneo e foioficialmente inaugurado em Agosto de2006. O CH2 foi concebido para copiar aecologia do planeta, utilizando o ciclonatural de energia solar de 24 horas, luznatural, ar e água da chuva para energia,calor, arrefecimento e abastecimento deágua para o edifício.
A fachada norte tem 10 condutas escurasque absorvem o calor do sol. O arquente sobe, levando o ar não frescopara cima e para fora do edifício. Afachada sul tem condutas coloridas queabsorvem o ar fresco do telhado e odistribuem pelo edifício abaixo. Afachada oeste tem persianas de madeirareciclada que se movem de acordo coma posição do sol e são abastecidas deenergia de painéis fotovoltaicosinstalados no telhado.
Austrália MelbourneCasa do Conselho 2 Edifício de escritórios 2006 35kWh/m2/ano
Eficiência en
ergética em
edifícios em
todo o m
und
o
Council House 2, Melbourne
As tecnologias utilizadas incluem:
• Tectos ondulados de betão altamentetermal que melhoram a circulação doar, arrefecimento e luz natural e quereduzem a procura por energia em 14% no Verão.
• Células fotovoltaicas que abastecemde energia a fachada de persianas.
• Painéis solares no telhado paraaquecimento de água.
• Controle de luminosidade através detodo o edifício.
• Torres inundadas que arrefecem aágua e o ar utilizando baixasquantidades de energia.
• Um telhado com espaços verdes queproduz oxigénio.
• Turbinas de vento que purificam o ardurante a noite e produzemelectricidade durante o dia.
• Sombra no exterior e interior doedifício e janelas para arrefecimento dobetão dos tectos.
O edifício consome aproximadamente 35kWh/m2/ano. Comparado com o edifíciodo Conselho anterior (1970), aspoupanças são iguais a:
• 82% de consumo de electricidade• 87% de consumo de gás• 72% de abastecimento de água
• As poupanças de 1,196 milhões dedólares por ano, incluindo 272,366dólares em electricidade, gás e água.
O CH2 vai cobrir o investimentosustentável de 9,330 milhões de dólaresnuma década.
Eficiência Energética em edifícios em todo o mundo 29
0
5
10
15
20
25
Custos totais
Custos de energia
AltoMédioBaixo
30 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
As considerações financeiras são críticas para a promoçãoimobiliária e investimento, mas parecem estar a limitar o avanço da eficiência energética. Isto éverdadeiro para maioria dos grandes projectos de desenvolvimento, bem como eminvestimentos mais pequenos para melhorias em edifícios individuais, incluindo projectos deeficiência energética.
As pressões financeiras têm-se tornado mais poderosas, em especial nos EUA, devido aoaumento dos bens imobiliários como uma classe de investimentos a par de outros títulosfinanceiros e um declínio no número de edifícios ocupados e de proprietários. Os proprietáriosestão na melhor posição para tomar decisões de investimento a longo prazo nos seus edifícios.Eles tendem a ter uma perspectiva a longo prazo e estão em posição para beneficiaremdirectamente das poupanças de energia. Isto é aplicável aos proprietários que vão ocupar umedifício novo, bem como para propriedades já ocupadas considerando o ajuste. Por outro lado,o horizonte dos investidores tende a ser mais pequeno. Isto aumenta a importância para osseus cálculos de investimento no valor residual da propriedade quando vendem, comparadocom o retorno operacional durante o seu tempo de propriedade. Em qualquer caso, os custosde energia estão normalmente camuflados nos custos operacionais e não são consideradospela maioria dos investidores.
Existe alguma evidência que um edifício eficiente pode criar uma recompensa e isto podeaumentar a consciência sobre as alterações climáticas e a expectativa do aumento dos custosde energia leva as pessoas e as organizações a darem mais valor à eficiência energética. Umestudo da McGraw-Hill26 reportou que os profissionais estão na expectativa que os edifíciosecológicos atinjam uma média em valor de 7,5% quando comparados com edifícios standard,a par de um retorno de investimento de 6,6%. Espera-se que as rendas médias aumentem 3%.Nos EUA, os edifícios com desempenho mais elevado em energia estão a tornar-sefinanceiramente mais atractivos devido aos mercados das energias renováveis (em 20 Estadosem 2007) e créditos em eficiência energética (10 Estados).
Sumário
A energia constitui uma pequenaproporção no custo na maioriadas tomadas de decisão nacadeia de valor dos edifícios.
O custo da eficiência energéticaé geralmente sobrestimada.
Faltam muitas vezes dadosfiáveis
Um modelo mais sofisticado dagestão de risco pode sernecessário para avaliar osinvestimentos em eficiênciaenergética.
Novos modelos de negóciopodem ajudar a aumentar o focona eficiência energética econduzir ao investimento.
“Os investidores eos responsáveispelodesenvolvimentoinvestiriam comagrado emedifíciossustentáveis se fortornado claro quea construção deedifíciossustentáveis criaalto valorpatrimonial nofuturo e podetambém contribuirpara o lucro.”
Universitário, Japão
Importância do custo daenergiaA energia é normalmente uma pequena proporçãodo total de custos da ocupação dos edifícios. Osgestores de bens imobiliários no semináriofinanceiro do EEE, em Zurique, afirmaram que oscustos de energia foram demasiado baixos paraserem um condutor para a eficiência energética (verfigura 20). Por exemplo, num edifício de escritóriossofisticados na Alemanha, o aquecimento e aelectricidade somam menos de 5% do total decustos operacionais do edifício, incluindo aluguer emanutenção (cerca de 1,1 € por cada 23,3 €gastos).
A necessidade de edifícios de escritórios sofisticadosvai fazer decrescer no futuro a importância doscustos de energia. Os edifícios de alta qualidade têmcustos operacionais e energéticos mais altos, mas aproporção energética diminui relativamente aototal, como mostra a figura 21.
Figura 21: Energia e total de custos por qualidade de montagem27.Com base em 397 edifícios com 6 milhões de m2 em 2006
F o r n e c e r
informação financeira e mecanismos
Fornecer informação financeira e mecanismos 31
O custo para alcançara eficiência energéticaO estudo da EEE (referenciado naspáginas 16 e 17) nota que os custosnecessários para atingir edifícios mais“verdes” serão significativamente maiselevados do que o custo actual. Apercepção média foi de um acréscimo de17%, mas o estudo de custo daspropriedades actuais mostraram cenáriosmais baixos. Para propriedadescomerciais, o Instituto Fraunhofermostrou que a procura em energia emnovos escritórios pode ser reduzida em50% quando comparado com o stockexistente nos edifícios, sem aumento doscustos de construção.28
O Conselho americano de Green Buildingexecutou inúmeros estudos e concluiuque o custo para conseguir a certificaçãosob o sistema Leadership in Energy andEnvironomental Design (LEED) encontra-seentre os zero e os 3%, enquanto o custopara conseguir o nível mais alto do LEED(platina) constitui um acréscimo demenos de 10%. Estes cenários sãoapoiados por um estudo de 40 edifíciosde escritórios e escolas americanas queencontraram acréscimos de custossubstancialmente mais baixos do quepreviam as estimativas dos profissionaisrevelados nesta investigação do projecto(16% para os EUA)29.
Um estudo mais abrangente efectuadopela Davis Langdon Adamson, umaempresa de gestão de serviços daconstrução confirmou estas conclusõesmas com uma importante advertência: olocal e o clima são mais importantes doque o nível de eficiência energética noscustos finais. O inquérito foi feito a maisde 600 projectos em 19 Estados dos EUAe examinou o impacte dos custos nalocalização e clima. A figura 22 mostra ocusto adicional necessário para ir deencontro a um nível LEED relevante.
Esta análise mostra que as variações entreos acréscimos ou custos em diferenteslocais pode ser mais pronunciado do queno diferencial de custos entre os níveis dedesempenho ambiental
As relações comerciais apropriadas podemaumentar o foco dos custos energéticos eevitar o problema da divisão de incentivos.As ESCOs são um exemplo disso.As ESCOs encarregam-se dos contratos dedesempenho energético – um acordo como proprietário que cobre os custosrelacionados com o financiamento e agestão da energia.
Os investimentos iniciais e os custos dociclo de vida são da responsabilidade dasESCOs. Estas empresas actuam geralmentecomo responsáveis pelo desenvolvimentode um vasto leque de tarefas e assumemos riscos técnicos e de desempenhoassociados ao projecto. Uma ESCOdesenvolve, instala e financia projectoscriados para fornecer energia a um custo e
nível contratual, normalmente durante 7-10 anos. A sua compensação pode estardirectamente ligada à quantidade deenergia que é na realidade poupada.
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%Platina
Ouro
Prata
Houston, TXBoston, MADenver, COMerced, CASão Francisco, CAUCSB, CA
Acr
ésci
mo
de
cust
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caliz
ação
e n
ível
de
LEED
Empresas de Serviço Energético (ESCOs – Energy Service Companies)
A adaptação de eficiência energética emedifícios existentes pode também ser decusto efectivo. A investigação do IEA emapartamentos de luxo na União Europeiaconcluiu que as poupanças substanciais emenergia podem ser conseguidas em climasquentes e frios, com poupançassignificativas na rede.30 Cerca de 80% deenergia para aquecimento foi poupado nosedifícios menos eficientes, com um total de28% em poupanças energéticas. O estudorevelou que a adaptação foimaioritariamente de custo efectivo quandoconduzida como parte de uma reabilitação.
InformaçãoEmbora os custos de energia sejam umapequena parte do total dos custos deocupação, eles são os mais importantespara ganhar eficiência energética. Muitasvezes não se presta muita atenção ásoportunidades rentáveis de poupançasenergéticas devido à informaçãoinadequada de custos. Apesar do interesseestabelecido pelos gestores de bensimobiliários em eficiência energética, umestudo de 2007 concluiu que apenas doisterços das empresas registaram os dadosem energia e apenas 60% registaram oscustos em energia.31 Apenas 30% dosgestores dos bens imobiliários ou gestoresde recursos reclamaram ter incluídorequisitos de eficiência energética empropostas. A investigação pelo ConsórcioFinanceiro Green Building nos EstadosUnidos indica que os proprietários e ospromotores muitas vezes não fornecem aosavaliadores dados suficientes que lhespermita uma avaliação cuidadosa dos
custos e benefícios das estratégias deeficiência energética. É muita a confiançanos custos iniciais, no capital inicialnecessário, em vez da avaliação de custosno ciclo de vida e retorno do investimento.
Os gestores de energia e os decisores deinvestimento necessitam desenvolver umametodologia e linguagem comum paravalorizar projectos de eficiência energéticade uma forma semelhante a outrosinvestimentos. Um modelo financeiro degestão de risco pode32 identificar:
• Elementos de consumo de energiadirectamente afectados por alteraçõesdentro das instalações (volatilidadesintrínsecas), que inclui o risco do volumeenergético, desempenho de risco activoe incerteza de risco da energia de base.
• Os riscos de consumo energético foradas instalações que podem sercircunscritos (volatilidades extrínsecas),que inclui risco no preço da energia,risco no custo de mão de obra, risco nataxa de juro e de moeda.
Tal gestão de risco pode permitir aosespecialistas em eficiência energética eaos decisores de investimento a trocarema informação que necessitam paraexpandir o investimento em projectos deeficiência energética em edifícios.
Figura 22: Acréscimo de custo por localização e nível de eficiência energética
A energia tem importantes aspectos simbólicos e comportamentais
que podem ter tanto impacte no consumo como nos equipamentos energeticamente
eficientes.33 Na mente de muitas pessoas, o racionamento de energia tem uma simbologia
negativa visto ser sinal de tempos difíceis, enquanto que o consumo energético é sinal de
prosperidade. Poupar energia tem portanto, uma conotação ambígua.
Nos países em desenvolvimento, a utilização de energia pode ser um símbolo de progresso e
de abundância; o reconhecimento social pode vir a partir do consumo indo de encontro à
poupança de energia. Nos países desenvolvidos, é um bem que é dado como garantido e essa
insignificância pode levar ao desperdício inconsciente.
O tipo de vida ou hábitos podem aumentar o consumo de energia. Por exemplo, as pessoas
tendem a preferir vivendas a apartamentos. As casas também estão a aumentar, com menos
pessoas por apartamento. Na UE, o número de habitações duplicou, tanto quanto a população
entre 1960 e 1990.34
Compra e utilização dosequipamentosExistem dois aspectos distintos no
comportamento energético: a compra de
equipamentos eficientes e a utilização
eficiente de energia.
Na Europa e EUA o mercado dos
electrodomésticos sofreu uma alteração
durante a última década. Apesar do preço de
equipamentos de eficiência energética,
ocorreu um aumento repentino da venda de
electrodomésticos eficientes durante os anos
noventa.35 Este movimento súbito é devido à
tendência das pessoas comprarem cada vez
mais equipamentos à medida que estas ficam
mais ricas: máquinas de lavar louça,
equipamento de jardim, televisões extra e
outros consumíveis electrónicos.36
Barreiras para a comprae utilização de eficiênciaenergéticaA transição para a utilização eficiente da energia
é difícil porque requer grandes alterações nos
hábitos, variando entre o desligar dos
electrodomésticos quando não estão a ser
utilizados, à compra de aparelhos eficientes.
O equilíbrio entre as soluções técnicas para a
eficiência energética e as acções humanas
para a eficiência energética necessita de ser
ponderada sistema por sistema. As acções de
poupança de energia podem ser influenciadas
por diversos factores. O custo é importante,
em especial o custo da energia como parte
do total das despesas, mas a informação tem
que estar disponível para estimular a acção.
Os factores culturais, educacionais e sociais,
incluindo a preocupação pelo ambiente,
também influenciam a atitude das pessoas.
As pessoas podem não comprar
equipamentos eficientes devido a:
• Falta de informação do desempenho dos equipamentos
• Falta de preocupação acerca da eficiênciaenergética – os consumidores tendem a termais preocupações relativamente aodesempenho técnico, conforto e designestético
• Diferença de custo entre equipamentoscomuns e de eficiência energética – porexemplo, tem havido relativamente poucacompra de lâmpadas de baixo consumo,possivelmente devido ao seu elevado custo.
Sumário
O comportamento dosocupantes de um edifício podeter um grande impacte tanto noconsumo de energia como naeficiência dos equipamentos.
O comportamento dosutilizadores é influenciado porfactores económicos, sociais epsicológicos que influenciam acompra dos equipamentos e autilização de energia.
A utilização da energia édeterminada pelainformação/consciência e custosde energia, juntamente comfactores sociais, educacionais eculturais.
O efeito repercussivo limita aspotenciais poupanças emenergia substituindo o novoconsumo por alguma energiapoupada.
Alterar o comportamento
“A cultura e a Éticasão consideraçõesimportantes”
Citação do Prof. Jiang Yi, daUniversidade de Tsingua no Fórum
de EEE em Pequim
32 Factos e Tendências EEE Relatório Síntese
Alguns factores sociais, culturais epsicológicos impedem os utilizadores defazerem poupanças em energia, comomostra a tabela 3. A figura salienta que aspessoas normalmente percebem o que époupar energia e sabem como fazê-lo.Muitos também não o fazem pelo custo eesforço. Mas 36% não querem perder oconforto; 25% pensam que as suasacções são apenas uma gota no oceano;outros 25% dizem que não a podemsuportar e 22% dizem que é um esforçogrande demais.
A percepção é importante. As pessoaspodem não ter um entendimento precisodo esforço necessário para se conseguir aeficiência energética e as vantagensresultantes em termos de consumoenergético. Por outras palavras, estaspodem sentir que será necessário umgrande esforço para tão pouco retorno.Estas barreiras ao comportamentoenergeticamente eficiente estão ligadas atrês questões:
• Falta de consciência e informação noconsumo e custo de energia – aspessoas normalmente não estãoconscientes de que estão a desperdiçarenergia – que os impede de secomportarem com eficiência.
• Hábitos – as pessoas têm o hábito dedeixar as luzes acesas, a não ajustaremo aquecimento e a utilização de fornosapesar destes consumirem mais energiado que os microondas.
• O efeito ricochete – a redução daspoupanças em energia, porque apoupança leva a actividade adicionalatravés de maior utilização de ummesmo produto, tal como conduzir umcarro mais eficiente por mais tempo,ou deixar as luzes acesas porque estassão de baixo consumo – é altamentereconhecido mas a sua magnitudevaria, por exemplo:37
• Aquecimento de espaços: 10-30%• Arrefecimento de espaços: 0-50%• Iluminação: 5-20%• Aquecimento de água: 10-40%• Carros: 10-30%
Completa-mente Talvez sim Nem sim
nem não Talvez não De formanenhuma
Não quer perder conforto 3,5% 32,2% 5,2% 29,8% 29,3%
Seria uma gota no oceano 2,4% 23,1% 3,7% 26,4% 44,5%
Não tem meios financeiros 1,7% 23,3% 5,2% 30,4% 39,4%
Requer demasiados esforços 1,9% 19,4% 4,8% 30,8% 43,1%
Não sabe o que é necessário 3,3% 15,7% 4,7% 33,4% 42,9%
Não vê a utilidade 0,5% 3,5% 0,4% 23,5% 72,1%
Tabela 3: razões para não ter feito quaisquer poupanças em energia (Bélgica, 1 000 habitações)
Remover as barreiras
Os consumidores tendem a querertecnologias mais fáceis de utilizar eincentivos económicos, como porexemplo bónus para a redução deutilização de energia. Mas ocomportamento de eficiência energéticapode tornar-se quase automático quandocoincidirem as tendências do modo devida, as tecnologias de eficiênciaenergética e os comportamentos.38 Istoenfatiza a importância do modo de vida ecomportamentos no consumo energético.
O desafio é afectar permanentemente ocomportamento. A informação e aeducação são elementos chave paratransformar o conhecimento em acção.Isto inclui campanhas publicitárias emeficiência energética, rotulagem emaparelhos, avisos sobre equipamentos deeficiência energética ou desempenho,educação nas escolas e a utilização detecnologias de informação tais comocontadores de consumo. Oaconselhamento a especialistas duranteauditorias pode ser necessário para ajudaras pessoas a tornarem-se conscientes depossíveis poupanças em energia e paramedir o impacte do seu comportamento.
Os aparelhos para medir o consumoenergético e que forneçam um feedbackimediato ajudam a reduzir o consumoenergético nas habitações em 20%.39 Ofeedback directo e imediato revela aligação entre as acções e os seus impactes.Os consumidores bem informadosescolhem acções para poupar energiacom o mínimo impacte no seu conforto. Apercepção de conforto é importante: temde existir um equilíbrio entre a poupançade energia e a percepção de qualquerperda de conforto.40
Alterar o comportamento 33
34
A tecnologia hoje disponível pode conseguir melhorias drásticas na
eficiência energética dos edifícios, mas as falhas de mercado e as barreiras comportamentais
estão a bloquear o progresso de uma visão de EEE com consumo zero de energia. O desafio
nesta primeira fase tem sido compreender estes impedimentos. Na próxima fase, o projecto irá
explorar caminhos para ultrapassá-los e desenvolver um mapa com medidas práticas que as
empresas podem implementar.
Complexidade esegmentaçãoA indústria da construção e o mercado
são altamente complexos. Vão ser
necessárias diferentes abordagens para
segmentos diferentes e sub-sectores.
Cada sub-sector (p.e. escritórios,
hospitais, comércio, apartamentos,
vivendas) pode ter características
particulares e o projecto vai desenvolver
análises específicas do sector na próxima
fase. Nesta fase, as conclusões são
relacionadas com o mercado da
construção, como um todo.
Utilizar menos, fazermais, partilharExistem três elementos chave para atingir
a energia zero:
• Utilizar menos energia
• Criar mais energia (localmente)
• Partilhar a energia excedente
(através de redes inteligentes)
Os ganhos mais significativos a longo
prazo vão surgir através da utilização de
menos energia.
Riscos eOportunidadesExistem riscos operacionais e de
mercado, mas também existem
oportunidades para as empresas. Vai
existir uma procura muito grande de
eficiência energética, mas o timing e a
proposta de valor são incertos. As
empresas que entram no mercado de
eficiência energética em edifícios poderão
ganhar vantagens por serem os
primeiros.
Conclusõese p a s s o s s e g u i n t e s
2007
Fase 1Utilizar a análise de cenários paraavaliar as opções de caminhos paraedifícios de consumo de energia zero
Fase 2Avaliar as alterações necessárias na política,tecnologia (design holístico), financiamento ecomportamentos que têm impacte nosresultados dos modelos de negócio
35
BarreirasO estudo de percepção do EEE encontrougrandes níveis de consciência no querespeita à construção sustentável, masbaixos níveis de conhecimento específicoe envolvimento. Foram identificadas trêsbarreiras para a implementação:
• Falta de informação acerca dautilização de energia em edifícios ecustos
• Falta de liderança dos profissionais ehomens de negócio do sector
• Falta de conhecimento e deexperiência pelo facto de terem sidoenvolvidos poucos profissionais naconstrução sustentável.
Alavanca para amudançaSão necessárias políticas eregulamentações apropriadas para garantirque as condições certas estão reunidaspara o mercado trabalhar com eficácia.Dada uma política de trabalho apropriada,existem três alavancas empresariais, quepodem ajudar a remover as barreiras daeficiência energética em edifícios:
• Adoptar uma abordagem holística.Isto é essencial para integrar tecnologiasindividuais e a inovação.
• Tornar a energia em edifícios maisvaliosa desenvolvendo incentivos,novos relacionamentos comerciais emecanismos financeiros e informaçãomais clara acerca do desempenhoenergético de um edifício.
• Educar e motivar os profissionais daconstrução e os utilizadores de forma adesencadear comportamentos querespondam mais prontamente àsoportunidades de mercado e quemaximizem o potencial das tecnologiasexistentes.
Próximos passosNa próxima fase, o projecto EEE vaiexplorar a forma como estas alavancaspodem ser desenvolvidas. Em primeirolugar, o grupo vai criar cenários paraavaliar os caminhos que levam aoconsumo de zero energia. Isto vai ajudar aidentificar as alterações necessárias para aabordagem à indústria da construção,financiamento e comportamentos quecriem as alavancas necessárias. O EEE vaientão desenvolver um plano de acçãopreliminar que será utilizado parainfluenciar os decisores políticos e aspartes interessadas. Estes passos sãomostrados na figura abaixo. Na fase final,o plano vai levar a um apelo à acção poraqueles que estão envolvidos com aindústria da construção.
>2008
Fase 3DRAFT do plano de acção preliminar quesalienta as acções críticas a tomar em cadasector da construção da cadeia de valor.
Fase 4Criar um plano capaz de influenciar decisorespolíticos e outras partes interessadas queatinja os objectivos do EEE.
Acercad o p r o j e c t o
A Lafarge e a United Technologies Corporation lideram o projecto
EEE e 8 empresas constituem o grupo de trabalho. Eles adoptaram uma abordagem
multifacetada para compreender e analisar questões, que incluem várias audições e reuniões
com especialistas. Isto inclui levar a cabo um estudo de percepção para identificar as atitudes,
conhecimento e compreensão entre os profissionais e líderes de opinião, bem como a
36
CEMEXA CEMEX trabalha emconjunto com os seus clientese comunidades para fornecersoluções integradas deconstrução sustentável quecontribuem para baixar ototal o total de emissões degases com efeito de estufa(GEE), estas soluçõesconsistem em: financiamento,design, planeamento, bemcomo outros produtos.Oferecem aos seus clientesprodutos práticos e aplicáveis,que são: economicamenteviáveis, que podem serutilizados em larga escala,que são duráveis, que têmmelhores propriedades deisolamento, que fornecemconforto e que reduzem oconsumo de energia paraaquecimento e arrefecimento.
A CEMEX também contribuipara a redução de emissõesde GEE, nas unidades deprodução de cimento; de1990 a 2006 conseguiram11% de redução nas emissõesde CO2. O objectivo é reduzirem mais de 25% em 2015.
DuPontA DuPont está comprometidacom o crescimentosustentável. Acreditam que oque é bom para as empresasé também bom para oambiente e para as pessoasem todo o lado. A DuPonttem tomado acções parareduzir as emissões de gasescom efeito de estufa (GEE)nas próprias actividadesdesde 1991. Durante esteperíodo, reduziram asemissões globais de GEE em72% enquanto se poupouenergia em quase 3 milmilhões de dólares.
Em 2015, a DuPont vaireduzir ainda mais asemissões de GEE pelo menosem 15% os níveis de 2004.Também estãocomprometidos com ascrescentes receitas deprodutos que criam eficiênciaenergética e/ou que reduzemsignificativamente as emissõesde gases com efeito de estufados seus clientes.
EDFO Grupo EDF é umfornecedor Europeu deenergia que tem um longocompromisso para com odesenvolvimento sustentável.A EDF está a aumentarsignificativamente osinvestimentos em energiasrenováveis (eólica, solar,hídrica) para melhorar nofuturo o seu perfil de baixocarbono. Isto requer uminvestimento de três milmilhões de dólares de umprograma de cinco anos querequer um investimento totalde 40 mil milhões de dólares.Um terço dos seus gastosanuais em ID está relacionadocom o trabalho em ambiente.A EDF também ofereceserviços comerciais emeficiência energética, taiscomo, isolamento, energiasolar e da madeira, bombasde calor.
Gaz de FranceA maior empresa europeia deenergia, a Gaz de Franceproduz adquire, transporta,distribui e vende gás natural,electricidade e serviçosrelacionados para os seusclientes residenciais,empresariais e de governolocal. A sua ambição é serlíder de mercado na Europa.A sua estratégia é desenvolveruma estratégia ambiciosa demarketing, procurar umabastecimento e políticas deaquisição que garantam acompetitividade do Grupo,que confirmem a sua posiçãocomo gestor de benchmark deinfra-estruturas e que acelereo crescimento lucrativo naEuropa.
A Gaz de France alinha a suaestratégia com uma políticade desenvolvimentosustentável concreta eambiciosa. O seu modelo decrescimento é concebido combase na sensibilidade paracom os clientes e numdiálogo construtivo com osseus colaboradores eparceiros.
Na Europa, a Gaz de Franceopera a maior rede detransmissão de gás natural;gere a maior rede dedistribuição de gás natural;está no topo dos maioresabastecedores de gás natural.
LAFARGELíder mundial em materiais de construção, a Lafarge foi atrás doseu objectivo no contexto de uma estratégia de desenvolvimentosustentável durante muitos anos, incorporando preocupaçõeseconómicas, sociais e ambientais.
A Lafarge foi capaz de atingir uma redução de 14,2% nas suasemissões de CO2, de forma a cumprir com o seu compromissovoluntário de reduzir as emissões de CO2 do grupo todo em 20%.
A Lafarge é a única empresa no sector de materiais de construçãoque está listada em 2007 nas “100 empresas globais maissustentáveis do mundo”.
United TechnologiesA United Technologies, uma empresa de tecnologiadiversificada com sede em Hartford, Connecticut, tem medidoo seu progresso ambiental durante mais de uma década eestabelece regularmente objectivos agressivos para reduzirimpactes. De 1997 a 2006 a empresa reduziu o seu consumode energia, em BTU’s, em 19 por centro enquanto a empresaduplicou em tamanho. Também investe em projectos deconservação de energia e em sistemas de co-geração emmuitas das suas unidades globais, incluindo o edifício Leed Goldpara as suas actividades na Otis na China.
prontidão de adopção de práticas mais sustentáveis. O projecto centra-se inicialmente em questões verticais:
energia, materiais, equipamento e tópicos mais vastos como o financiamento, desenvolvimento e operação. Depois
desenvolvem ideias e material nas quatro áreas da política, inovação, financiamento e comportamento. Uma
importante questão neste projecto é chegar às partes interessadas no sector da construção, tais como líderes
empresariais, entidades governamentais e organizações não governamentais. O Fórum efectuado na China foi
organizado em conjunto com a Agência Internacional de Energia. Mais de 150 pessoas participaram num workshop
e em sessões plenárias de dois dias, ajudando-nos a entender as questões da eficiência energética em edifícios
específicos da China. Ocorreu um segundo fórum em Bruxelas em Julho de 2007 centrado em como conduzir
investimentos em eficiência energética em edifícios existentes.
37
KansaiA Kansai Electric Power está apromover activa eestrategicamente medidaspara reduzir gases com efeitode estufa, como umaempresa líder deelectricidade. Conseguir umautilização mais eficiente daenergia do lado da procura éum dos elementos maisimportantes destas medidas.
Para os clientes empresariais,a Kansai introduziuequipamentos como o Eco Icee o Eco Ice Mini, sistemas dearmazenamento termal paraar condicionado, que têmuma excelente eficiênciaenergética e que ajudam aconseguir uma excelenteconservação da energia emedifícios.
Para clientes domésticos, paraalém dos aquecedoreseléctricos de água, que sãoaparelhos típicos que utilizamenergia eléctrica de noite(fora das horas de grandeconsumo), a Kansaipopularizou o sistema debomba de calor paraaquecimento de água, o Eco-Cute, que pode utilizar trêsvezes a energia deaquecimento por unidade deelectricidade consumida.
A Kansai tambémdisponibiliza uma variedadede informação relacionadacom a conservação deenergia para ajudar osclientes a conseguir maioreficiência na utilização deenergia.
PhilipsA sustentabilidade é parteintegrante da forma como aPhilips faz negócio. De facto,a Philips tem uma longahistória na criação desoluções de eficiênciaenergética para muitasaplicações de iluminação –incluindo aplicações parailuminação de ruas, escritóriose lojas. Em 1980 foram aprimeira empresa a produziruma lâmpada de baixoconsumo para utilizaçãodoméstica. Desde 1994,colocaram as melhoriasambientais dos produtos nocoração da sua empresa emprogramas de melhoriaambiental e no processo decriação de um produto.
A Philips é líder reconhecidono desempenho ambiental ena sustentabilidade, como éevidenciado pelos rankings doDow Jones Sustainability Índex,as 100 empresas maissustentáveis do mundo e oFTSE4 GOOD Index.
Sonae SierraA Sonae Sierra tem sidopercursora das boas práticasambientais como um dos seusvalores empresariais e tem aolongo dos anos, feito esforçossignificativos para melhorarneste aspecto crítico nodesempenho da empresa. Em2005 foram a primeiraempresa de imóveis naEuropa a conseguir acertificação da ISO 14001através de toda a empresa.Em 2006, conseguiram acertificação em mais oito doscentros sob gestão e ambosos locais de construção dosprojectos finalizaram-se nomesmo ano. É também aprimeira empresa portuguesaneste sector a iniciarvoluntariamente a gestão dasemissões de GEE, reduzindo25% do consumo deelectricidade por m2 noportfólio agregado da Sierranos últimos cinco anos econsequentemente asemissões de GEE.
TEPCOA TEPCO, o maiorabastecedor de electricidadee uma das melhores ESCO’sdo Japão, tem sido activa napromoção da eficiênciaenergética em casas, edifícioscomerciais e fábricas. ATEPCO detém muitos edifícioseficientes incluindo umaadaptação, que marca umadécada, de um escritório quereduziu mais de 30% doconsumo de energia eemissões de CO2 do que umedifício normal. As principaistecnologias para a eficiênciaenergética em edifícios são asbombas de calor earmazenamento termal, quevão continuar a desempenharum papel essencial parareduzir as emissões globais deCO2.
N o t a s
1 Para o projecto da EEE, a“The Building Industry”cobre todos edifícios etodos aqueles que estãoenvolvidos na cadeia devalor - desde osarquitectos eproprietários aosocupantes.
2 As citações são do estudode percepção doprojecto do EEE.
3 Enkvist, Per Anders,Tomas Nauclér e JerkerRosander “ A Cost curvefor greenhouse gasreduction” The McKinseyQuarterly Número 1.2007
4 Os factores destaavaliação são com baseno Five Forces deMichael Porter – verhttp://www.quickmba.com/strategy/porter.shtml.
5 Energia primária inclui aenergia necessária paraproduzir, transmitir edistribuir a electricidade,bem como a energiaconsumida directamenteno local.
6 Agência Internacional deEnergia, World EnergyOutlook 2006.2006
7 Agência Internacional deEnergia e análise TIAX .EUA Census 2006.
8 Dados para a Índia eBrasil não estãodisponíveis num formatocomparável.
9 Ministro da ConstruçãoChinês representante daChina no Fórum da EEE.
10 US Energy InformationAdministration. AnnualEnergy Outlook 2006.2006
IAgência Internacional deEnergia “Light’s Labour’sLost – Policies for Energyefficient Lighting 2006.
Price e al. “SectoralTrends in Global EnergyUse and Greenhouse GasEmissions” LawrenceBerkeley NationalLaboratory. 2006.
Yamashita, Yukari“Residential Statistics inJapan”, Institute ofEnergy Economics Japan.2001.
11 US Energy Information.Annual Energy Outlook2006. 2006
Agência Internacional deEnergia “Light’s Labour’sLost – Policies for Energyefficient Lighting 2006.
Price e al. “SectoralTrends in Global EnergyUse and Greenhouse GasEmissions” LawrenceBerkeley NationalLaboratory. 2006.
Yamashita, Yukari“Residential Statistics inJapan”, Institute ofEnergy Economics Japan.2001.
Censos EUA 2006.
12 EUA Energu InformationAdministration.International EnergyOutlook 2006. 2006
13 Agência Internacional deEnergia. “ EnergyStatistics And EnergyBalances”. 2003.
Agência Internacional deEnergia. “EnergyTechnology Perspectives2006: Scenarios andStrategies to 2050.”2006
14 Agência Internacional deEnergia “Energy Statisticsand Energy Balances”.2003
TIAX análise com base noIEA “Energy TecnologyPerspectives 2006:Scenarios and Strategiesto 2050” 2006
15 Buildings & Environment,Vol 32, No.4, pp 321-329. 1997.
16 Reed, John H., KatherineJohnson, Jeff Riggert eAndrew Oh. “Who Playsand Who decides,”Innovologie. .Relatóriodo Departamento deEnergia dos EUA: DE-AF26-02NT20528 .2004,página xiii.
17 Mattar, S.G. “Buildabilityand Building EnvelopeDesign”. Preceedings,Second CanadianConference on BuildingScience and Technology,Waterloo, Nov. 1983.
18 Reed, John H., KatherineJohnson, Jeff Riggert eAndrew Oh. “Who Playsand Who decides,”Innovologie. .Relatóriodo Departamento deEnergia dos EUA: DE-AF26-02NT20528 .2004
19 Fonte das figuras 10-15:Lippincott Research.
20 Os resultados no Japãosão particularmenteinteressantes – 13% deconsciência emconstrução sustentávelcomparado com umamédia de outras regiõesde 84%. Isto é estranhodado que a utilização deenergia nos edifícios é amais baixa dos paísesdesenvolvidos.
21 UNEP SBCI, citação noFórum de Bruxelas
22 IEA. World EnergyOutlook 2004. 2004
23 www.ecorating.co.uk
24 O envelope é a estruturaque inclui o espaçointerno e o separa doexterior.
25 Departamento deEnergia dos EUA. 2004Buildings EnergyDatabook. 2004.
26 McGraw-HillConstruction. GreenBuilding SmartMarketReport 2006. 2005
27 Jones La Salle GmbH.CREIS.
28 Herkel et al. EnergyEfficient Office Buildings –Results and Experiencesfrom a research anddemonstration program inGerman. BuildingPreformance Congress2006. Verwww.enbaumonitor.de
29 Greg Katz, CapitalE,Economic Costs andbenefits os GreenBuildings.
30 Agência Internacional deEnergia. Folhetosinformativos. “High-riseRefurbishment The EnergyEfficient Upgrade of Multi-Story Residences in theEuropean Union”. 2006
31 CoreNet Global 2007.
32 Millsa, Evan, SteveKromerb, Gary Weissc ePaul A. Mathew. “FromVolatility to value:analysing and managingfinancial andperformance risk inenergy savings projects”.Energy Policy. Vol. 34,issue 2, pp.188-199.Janeiro 2006.
33 Anna-Lisa Linden et al.”Efficient and inefficientaspects of residentialenergy brhaviour : whatare the poicicyinstruments for change?” Energy Policy. Volume34, issue 14, pp 1918-1927. Setembro 2006.
34 La RevueDurable.No2.Novembro-Dezembro 2002.
35 Waide (2001). Proceedingsof the 2001 ECEEE SummerStudy on Energy Efficiency,Vol 2. Paris: EuropeanCouncil for an Energyefficient Economy.
36 Pers. Comm. Com gavinKillip, EnvironmentalChange Institute, Oxford,mentioning the “40%House” relatórioefectuado por BrendaBoardman.
37 UK Energy Research Centre.International EnergyAgency e InternationalResource Group.
38 Anna-Lisa Linden et al.”Efficient and inefficientaspects of residentialenergy behaviour : whatare the policy instrumentsfor change ?” EnergyPolicy. Volume 34, issue14, pp 1918-1927.Setembro 2006.
39 George, Karen, LynnFryer Stein. In-HomeDisplay Units, Tools forConservation andDemand response.Energy insights. 2005
40 Ueno, Tsuyoshi (CentralResearch Institute ofElectric Power Industry),Kiichiro Tsuji(Universidade de Osaka)e Yukio Nakano (CentralResearch Institute ofElectric Power Industry).Effectiveness ofDisplaying EnergyConsumption Data inResidential Buildings: ToKnow Is to Change”.American Council for anEnergy- EfficientEconomy (ACE3)Summer Sessionproceedings. 2006.
O World Business Council for Sustainable Development(WBCSD) é uma coligação de 180 empresasinternacionais, unidas pelo compromisso partilhado paracom o desenvolvimento sustentável através de trêspilares: crescimento económico, equilíbrio ecológico eprogresso social. Os membros são oriundos de mais de30 países e 20 grandes sectores industriais. Beneficiamtambém de uma Rede Global de mais de 50 conselhosempresariais nacionais e regionais e organizaçõesparceiras.
A missão é assegurar a liderança empresarial comocatalisadora para a mudança rumo ao desenvolvimentosustentável. É também apoiar a licença empresarial paraoperar, inovar e crescer, num mundo cada vez maismoldado pelas questões do desenvolvimento sustentável.
Os objectivos incluem: Liderança empresarial – ser líder na promoçãoempresarial do desenvolvimento sustentável;
Desenvolvimento de políticas - participar nodesenvolvimento de políticas para criar as condiçõesestruturais ideais, para as empresas darem umacontribuição efectiva para o desenvolvimentosustentável;
O Business Case - desenvolver e promover o businesscase para o desenvolvimento sustentável;
Melhores práticas - mostrar a contribuição empresarialpara o desenvolvimento sustentável e partilhar asmelhores práticas entre os membros;
Alcance global – contribuir para um futuro sustentávelnas nações em desenvolvimento e aquelas que seencontram em transição.
Acercad o W B C S D
O BCSD Portugal - Conselho Empresarial para oDesenvolvimento Sustentável é uma associação sem finslucrativos, criada em Outubro de 2001, por iniciativa dasempresas Sonae, Cimpor e Soporcel, associadas aoWBCSD - World Business Council for SustainableDevelopment, em conjunto com mais 33 empresas deprimeira linha da economia nacional. Actualmente, aorganização conta com 101 membros, representandomais de 20 áreas de negócio
A missão A missão principal do BCSD Portugal é fazercom que a liderança empresarial seja catalisadora de umamudança rumo ao desenvolvimento sustentável epromover nas empresas a eco-eficiência, a inovação e aresponsabilidade social.
Os objectivos: • Divulgação e promoção do desenvolvimento
sustentável;• Disponibilização aos membros de serviços e ferramentas
de implementação;• Acompanhamento das políticas públicas;• Promoção da divulgação das boas práticas das
empresas-membro.
Acercad o B C S D P o r t u g a l
Aviso legalEste relatório é publicado em nome do WBCSD. Tal comooutras publicações do WBCSD, é resultado de um esforçocolectivo do secretariado e executivos de várias empresasmembro. Um grande número de membros reviu a publicação,garantindo assim que o documento representa grande maioriadas opiniões dos membros do WBCSD. Não significa, contudo,que todas as empresas membro partilhem das ideias aquiexpostas.
Créditos fotográficosPágina 1 LAFARGE Página 4 K. Marius Gnanou, F.Moriconi-Ébrard Página 7 Roland Hartz Página 8 Shell solar Página 9Elsamu Página 12 Climate zones Kottek, M.J. Grieser, C.Beck B.Rudolf F. Rubel 2006 Página 12 CA academy Agaharn, HertTower Robert Newell Niesen, BedZed Hillfire, Federal buildingSan Francisco Formwerks, Community Center Kunming ChinaShigeru Ban Página 13 Urban development UN 2002 F. Krass R.Spohner, Transport hub China Tresuresthouhast, DongtanArup, Cosmo city South Africa LAFARGE Página 25 TERI retreatíndia TERI Página 28 Passivhaus Garrick Jones Página 29Council House 2 Australia Ben Roberts.
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