efeitos do envelhecimento em parÂmetros cardiovasculares e de … · agradeço primeiramente à...
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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento
EFEITOS DO ENVELHECIMENTO EM PARÂMETROS CARDIOVASCULARES E DE
ESTRESSE OXIDATIVO EM RATAS SUBMETIDAS À PRIVAÇÃO DOS HORMÔNIOS
OVARIANOS: PAPEL DO TREINAMENTO FÍSICO
Danielle da Silva Dias
São Paulo
2012
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento
EFEITOS DO ENVELHECIMENTO EM PARÂMETROS CARDIOVASCULARES E DE
ESTRESSE OXIDATIVO EM RATAS SUBMETIDAS À PRIVAÇÃO DOS HORMÔNIOS
OVARIANOS: PAPEL DO TREINAMENTO FÍSICO
Danielle da Silva Dias
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado
em Ciências do Envelhecimento da Universidade
São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção
do título de Mestre em Ciências do
Envelhecimento.
Linha de Pesquisa: Aspectos biológicos e
funcionais do envelhecimento.
Orientador: Prof. Dr. Bruno Rodrigues
Co-Orientatora: Profa. Dra. Kátia De Angelis
São Paulo
2012
Dias, Danielle da Silva
D541e Efeitos do envelhecimento em parâmetros cardiovasculares e de
estresse oxidativo em ratas submetidas à privação dos hormônios
ovarianos: papel do treinamento físico / Danielle da SilvaDias. - São
Paulo, 2012.
f.106 ;30 cm
Orientador:Bruno Rodrigues
Co-Orientadora: Kátia De Angelis
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,
2012.
1. Envelhecimento. 2. Estresse Oxidativo. 3. Menopausa – Aptidão
física. I. Rodrigues, Bruno. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa
de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento. III.
Título.
CDD – 616.1
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca
da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecário: Ricardo de Lima - CRB 8/7464
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais Valdeci Dias (in memoriam) e Maria da Trindade Silva.
Dedico também aos meus chatinhos , lindos e irmãos preferidos, Michel, Juninho e Felipe.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus por ter me concedido trilhar o caminho percorrido até aqui.
À TODOS meus familiares, mas um agradecimento especial a minha mãe que me deu suporte e me
suportou nas horas mais chatas e também engraçadas lá na cozinha de casa... só nós
entenderemos...(risos). Obrigada por existir e nunca me deixar desanimar!
Ao meu irmão mais velho Michel, que sempre diz o que eu preciso ouvir, seja um conselho ou uma
bronca e sempre está ao meu lado quando eu mais necessito.
Ao meu irmão Junior, meu chato preferido, não é de muitas palavras, mas seu sorriso maroto me
encanta todos os dias!
Ao caçula mais reclamão da terra! Mas que faz tudo que eu peço, até etiquetas para eppendorfs.
(risos). Obrigada lindos!
Ao meu Orientador Prof. Bruno Rodrigues que não teve escolhas, assumiu o papel de ¨pai de
aluguel¨. Não deu para dizer não (risos)... Muito obrigada pelo pouco tempo que fui sua orientanda,
mas que com certeza foi um prazer enorme.
À melhor co-orientadora do mundo! Profa Kátia De Angelis. A grande maestra e mentora de todo
esse trabalho. Lembro que uma vez ela disse lá na graduação ainda: Alguém sabe o significado da
palavra aluno? significa sem luz. Eu me pergunto, e o significado da palavra professora? significa
aquele que ensina. E nesses 5 anos você me ensinou e como ensinou muito. Me ensinou que
devemos amar o que fazemos, sempre sorrir, que chorar faz parte e que tudo dá certo no final!
Muito obrigada Profa por ensinar essa aluna maluca aqui!
Aos amigos mais que especiais, que são verdadeiros irmãos e psicólogos, vocês deveriam investir
nessa carreira (risos), só vocês na minha vidinha: Taise Teixeira, Tamiris Oliveira, Tamara Distassi,
Tatiana Rezende e Nilton Santos. Sei que nossa amizade será eterna, eu sinto isso, muito obrigada à
vocês. Vocês terão que me aguentar muitooo! Hahaha
Aos amigos do Acampamento Ranieri e da Associação Hebraica que me fazem ser criança por
alguns dias, Neto Bezerra, Natalia Neves, Juliana Feitosa, Camilinha Kohatsu, Guilherme Rocha,
Lucy, Tato, Caio Guicharte, Iuri, Matan, Thiago “Caçapava” e Mario “DJ Frika” .
Aos Amigos e Colegas de Laboratório. Vamos ver se não me esqueço de ninguém... Nathalia
Bernardes, a mais amada, fofa e querida do lab, Iris Sanches, minha co-co eterna em assuntos
acadêmicos e pessoais, ah obrigada por me apresentar a técnica de pomodoro (como otimizar seu
tempo no estudo) (risos), Janaina Brito a mais pentelha e autêntica. Espelho-me muito nas
características de cada uma... obrigada pelas conversas, conselhos e amizade. Não poderia deixar de
agradecer também à Michelle Sartori, Christiane Malfitano e Jaqueline Freire, Renata Palma,
Morgana Busin e aos homens: Filipe Conti, Sebastião de Brito pelo “papo cabeça”, Romilson
Nascimento, o papai mais babão, Alexandre Rocha, Guilherme Lemos, Hugo Garcia e Thayguara
Falcão. Obrigada por compartilhar comigo os momentos de seriedade e os momentos não muitos
sérios, momentos de TPM, esses foram muitos, mas que com toda certeza ficarão sempre na minha
memória.
Ao Laboratório do Movimento Humano e aos alunos Leandro Yanase, Camilla Grans e Catarina
Andrade.
Aos queridos professores do Mestrado: Marcelo de Almeida Buriti, Carla Witter, Ana Martha,
Romeu Rodrigues, Marcos Luengo e Rogério Brandão. Obrigada pelo incentivo e ensinamentos.
Aos alunos da turma preferida do mestrado em ciências do envelhecimento, Sueli Vitorino, Gleice
Branco, Nathaly Dahalib, Geovana Castrezano, Gleice 2, Elisabete Montovão, Hisabel, Kilze
Malaquias, Débora Luise, Renatta e Carlos Treff pelos momentos mais divertidos, interessantes,
prazerosos e saborosos vividos naquelas salas, só nós para sabermos o que foram esses momentos..
obrigada.
Aos funcionários da Universidade São Judas Tadeu, André , Graça e também a Fátima do centro de
pesquisa que é um amorzinho e sempre me ajudou em muitas coisas. Um agradecimento especial a
bioterista mais legal e mais linda, Maria Leide ¨a Leidoca¨ que cuida dos ratinhos e ratinhas com
todo amor e carinho do mundo, mas de mim nem tanto...(risos). Minhas ratas também agradecem.
Obrigada Leidoca!
Ao Laboratório de Hipertensão experimental do Incor e a Profa Maria Cláudia Irigoyen que não
tenho palavras para demonstrar toda a admiração que sinto, meus olhos disseram tudo lá em
Winston-Salem (risos). Sou eternamente Grata.
Espero que eu tenha lembrado todos. Enfim, muito, muito obrigada à todos vocês que diretamente
ou indiretamente estiveram e fizeram parte desse projeto. (choro)
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Peso corporal inicial e final dos grupos de ratas adultas controles
sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas
sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias
(VOS).......................................................................................................... Pg 22
Tabela 2 Velocidade máxima no teste de esforço inicial e final dos grupos de ratas
adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias
(OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS)....................................................................................... Pg 23
Tabela 3 Pressão arterial sistólica (PAS), Pressão arterial Diastólica (PAD),
Pressão arterial média (PAM) e Frequência cardíaca (FC) de ratas
adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias
(OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS)....................................................................................... Pg 27
Tabela 4 Sensibilidade dos pressorreceptores pela Resposta taquicárdica e
Resposta bradicárdica dos grupos de ratas adultas controles sedentárias
(CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).................. Pg 28
Tabela 5 Lipoperoxidação de membranas avaliada pelas substâncias reativas ao
ácido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido cardíaco dos grupos de ratas
adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias
(OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS)....................................................................................... Pg 30
Tabela 6 Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase
(SOD) e da glutationa peroxidase (GPx) no tecido cardíaco dos grupos
de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas
sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS).......................................................... Pg 31
Tabela 7 Lipoperoxidação por substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS) no tecido renal dos grupos de ratas adultas controles
sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas
sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias
(VOS)......................................................................................................... Pg 31
Tabela 8 Concentração da catalase (CAT) e atividade da superóxido dismutase
(SOD) e da glutationa peroxidase (GPx) no tecido renal dos grupos de
ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas
sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS)......................................................... Pg 32
Tabela 9 Lipoperoxidação de membranas avaliada pelas substâncias reativas ao
ácido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular (gastrocnêmio) dos
grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas
ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).............................................. Pg 33
Tabela 10 Concentração da catalase (CAT) e atividade da superóxido dismutase
(SOD) e da glutationa peroxidase (GPx) no tecido muscular dos grupos
de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas
sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS)......................................................... Pg 34
Tabela 11 Velocidade máxima no teste de esforço inicial e final dos grupos de ratas
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e ratas velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT)............................................................ Pg 36
Tabela 12 Pressão arterial sistólica (PAS), Pressão arterial Diastólica (PAD),
Pressão arterial média (PAM) e Frequência cardíaca (FC) dos grupos de
ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e ratas velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT)............................................................ Pg 38
Tabela 13 Sensibilidade dos pressorreceptores para as respostas taquicárdicas e
respostas bradicárdicas dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS) e ratas velhas ooforectomizadas treinadas (VOT)........ Pg 40
Tabela 14 Lipoperoxidação por Quiluminescência (QL) e pelas substâncias
reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido cardíaco dos grupos
de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT)............................................................. Pg 42
Tabela 15 Concentração da Catalase (CAT) e atividade da Superóxido dismutase
(SOD) e da Glutationa Peroxidase (GPx)no tecido cardíaco dos grupos
de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT)............................................................. Pg 43
Tabela 16 Lipoperoxidação por Quiluminescência (QL) e pelas substâncias
reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido renal dos grupos de
ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e ratas velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT)............................................................. Pg 43
Tabela 17 Concentração da Catalase (CAT) e atividade da Superóxido dismutase
(SOD) e da Glutationa Peroxidase (GPx) no tecido renal dos grupos de
ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT)............................................................ Pg 44
Tabela 18 Lipoperoxidação por Quiluminescência (QL) e pelas substâncias
reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular dos grupos
de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e ratas velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT)............................................................. Pg 45
Tabela 19 Concentração da Catalase (CAT) e atividade da Superóxido dismutase
(SOD) e da Glutationa Peroxidase (GPx) no tecido muscular dos grupos
de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT).................................................. .......... Pg 46
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
Figura 1 Foto mostrando ratos submetidos a protocolo de treinamento físico em
esteira ergométrica na USJT........................................................................ Pg 13
Figura 2 Aparelhos utilizados para determinação dos níveis de glicemia e
triglicérides sanguíneos................................................................................ Pg 14
Figura 3 À esquerda: posição anátomo-cirúrgica da canulação de artéria e veia
femoral. No centro e à direita: o feixe vásculo nervoso, composto pela
veia femoral esquerda, artéria femoral esquerda e nervo femoral
esquerdo; esquema da canulação................................................................. Pg 15
Figura 4 Fotografia mostrando o sistema de registro de pressão arterial. Pg 16
Figura 5
Registro da pressão arterial e freqüência cardíaca antes e após a
administração de drogas vasoativas, onde se observa a resposta reflexa
dos pressoreceptores.................................................................................... Pg 17
Figura 6 Peso corporal inicial e final dos grupos de ratas adultas controles
sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas
sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; ¥ p<0,05 vs. Peso corporal
inicial............................................................................................................ Pg 23
Figura 7 Velocidade máxima no teste de esforço inicial e final dos grupos de ratas
adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias
(OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS). p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; ¥ p<0,05 vs. TE
inicial............................................................................................................ Pg 24
Figura 8 Glicemia dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas
ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS)............................................. Pg 25
Figura 9 Triglicérides sanguíneos dos grupos de ratas adultas controles sedentárias
(CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) p<0,05 vs.
CS; # p<0,05 vs. OS..................................................................................... Pg 26
Figura 10 Pressão arterial média (PAM) dos grupos de ratas adultas controles
sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas
sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
p<0,05 vs. CS; † p<0,05 vs. VC.................................................................. Pg 27
Figura 11 Sensibilidade dos pressorreceptores avaliadas pelas respostas
taquicárdicas dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS),
adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles
(VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS). p<0,05 vs. CS; #
p<0,05 vs. OS............................................................................................... Pg 28
Figura 12 Sensibilidade dos pressorreceptores avaliadas pelas respostas
bradicárdicas dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS),
adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles
(VC), velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS). p<0,05 vs. CS; #
p<0,05 vs. OS............................................................................................... Pg 29
Figura 13 Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) do tecido cardíaco
dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas
ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS). p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs.
OS................................................................................................................. Pg 30
Figura 14 Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) do tecido renal dos
grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas
ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS). p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs.
OS................................................................................................................. Pg 32
Figura 15 Figura 15: Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) do
tecido muscular dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS),
adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles
(VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS). p<0,05 vs. CS; #
p<0,05 vs. OS............................................................................................... Pg 33
Figura 16 Peso corporal inicial e final dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT)................ Pg 35
Figura 17 Velocidade máxima no teste de esforço inicial e final dos grupos de ratas
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas
treinadas (VOT). p<0,05 vs. VOS; ¥ p<0,05 vs. TE inicial........................ Pg 36
Figura 18 Glicemia dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS)
e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT)............................................... Pg 37
Figura 19 Triglicérides sanguíneos dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT). p<0,05
vs. VOS........................................................................................................
Pg 37
Figura 20 Pressão arterial média (PAM dos grupos de ratas velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas
(VOT). p<0,05 vs. VOS............................................................................... Pg 39
Figura 21
Frequência cardíaca (bpm) dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT). p<0,05
vs. VOS........................................................................................................ Pg 39
Figura 22 Sensibilidade dos pressorreceptores avaliadas pelas respostas
taquicárdicas dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias
(VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT). p<0,05 vs. VOS....... Pg 40
Figura 23 Sensibilidade dos pressorreceptores avaliadas pelas respostas
bradicárdicas dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias
(VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT). p<0,05 vs. VOS..... Pg 41
Figura 24 Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido cardíaco
dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT). p<0,05 vs. VOS................................ Pg 42
Figura 25 Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido renal dos
grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT). p<0,05 vs. VOS................................. Pg 44
Figura 26 Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular
dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT). p<0,05 vs. VOS................................. Pg 45
LISTA DE ABREVIATURAS
CAT: Catalase
CS: adultas Controles Sedentárias
DCV: Doença Cardiovascular
DTNB: Ácido Ditionitrobenzóico
ERO: Espécies Reativas de Oxigênio
EPM: Erro Padrão da Média
EPM: Erro padrão da média
FC: Frequência cardíaca
GPx: Glutationa Peroxidase
OS: Adultas Ooforectomizadas sedentárias
OT: Adultas Ooforectomizadas treinadas
PA: Pressão arterial
PAD: Pressão arterial diastólica
PAM: Pressão arterial média
PAS: Pressão arterial sistólica
QL: Quimiluminescência
SBR: Sensibilidade barorreflexa
SOD: Superóxido Dismutase
t-BOOH: Hidroperóxido de Tert-Butil
TBARS: Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico
VC: Velhas controles sedentárias
VOS: Velhas ooforectomizadas
VOT: Velhas ooforectomizadas treinadas
RESUMO
O envelhecimento e a privação dos hormônios ovarianos são associados com aumento do risco
cardiovascular. Por outro lado o treinamento físico aeróbio tem sido recomendado na prevenção
e tratamento de várias condições fisiopatológicas. Neste sentido, o objetivo do presente estudo
foi investigar os efeitos do envelhecimento em parâmetros cardiovasculares e de estresse
oxidativo em ratas submetidas à privação dos hormônios ovarianos, bem como o papel do
treinamento físico nesta condição. Foram utilizadas 16 ratas adultas e 24 ratas velhas Wistar
divididas em 5 grupos (n=8 em cada grupo): adultas controle (CS); adultas ooforectomizadas
sedentárias (OS); velhas sedentárias controle (VC); velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS);
e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT). A ooforectomia foi realizada pela retirada bilateral
dos ovários. O treinamento foi realizado em esteira rolante durante 8 semanas. A pressão arterial
(PA) e a frequência cardíaca (FC) foram avaliadas pelo registro direto da PA através de um
sistema de aquisição de dados.A sensibilidade barorreflexa (SBR) foi avaliada pelas respostas
taquicárdicas (RT) e bradicárdicas (RB). O perfil oxidativo foi avaliado pela medidas de
lipoperoxidação por Quiluminescência iniciada por tbooh (QL) e pelas substâncias reativas ao
ácido tiobarbitúrico (TBARS) e pela determinação das enzimas antioxidades catalase (CAT),
superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidades (GPx) nos tecidos ventricular (VE),
muscular e renal. O peso corporal foi maior nas ratas velhas (VC e VOS) e nas adultas
ooforectomizadas (OS) em relação ao grupo CS. Observou-se aumento da capacidade física no
grupo VOT em relação ao grupo VOS. Os triglicérides sanguíneos foram maiores nos grupos
VC e VOS quando comparado ao grupo CS e o grupo VOT apresentou valores reduzidos desse
parâmetro em comparação ao grupo VOS. O envelhecimento induziu aumento da PA
diastólica. Houve aumento da PAM no grupo OS (124±1,3 mmHg) em relação ao grupos CS
(110±2,8mmHg). O grupo VOS (130±5,05 mmHg) apresentou valores maiores quando
comparado aos grupos CS e VC (116±2,5 mmHg), no entanto, o grupo VOT (112±2,7 mmHg)
diminuiu os valores de PAM quando comparado ao grupo VOS. Não houve diferença na FC
entre os grupos sedentários, todavia o treinamento físico promoveu bradicardia de repouso
(VOT: 344±3,8 vs. VOS: 384±10,7 bpm). A SBR estava atenuada nos grupos OS e VC em
relação ao grupo CS. Nas RB e RT houve um prejuízo adicional no grupo VOS (-0,68±0,06 e -
1,07±0,12 bpm/mmHg) quando comparado ao grupo OS (-1,10±0,11 e -2,09±0,19 bpm/mmHg).
O grupo VOT (-1,49±0,14 e -3,16±0,35 bpm/mmHg) apresentou atenuação do prejuízo nas
respostas RB e RT em relação ao grupo VOS. O TBARS no VE foi maior no grupo OS
(3,92±1,19 µmol/mg proteína) comparado com os grupos CS (2,88±1,13 µmol/mg proteína),
VC (2,15±0,56 µmol/mg proteína) e VOS (2,33±0,40 µmol/mg proteína). A CAT no VE estava
reduzida no grupo OS quando comparado ao CS e a GPx estava reduzida no grupo VOS em
relação aos grupos OS e VC. O grupo VOT reduziu os valores de TBARS e de QL (VOT: 1666
±223 vs. VOS: 2080±223 cps/mg proteína), além de aumentar a CAT no VE. No tecido renal o
TBARS estava aumentado nos grupos OS (3,04±0,13 µmol/mg proteína) e VOS (2,81±0,08
µmol/mg proteína) quando comparado com o grupo CS (1,69±0,09 µmol/mg proteína) e VC
(2,30±0,07 µmol/mg proteína). A CAT estava reduzida após a ooforectomia nos grupos OS e
VOS em relação aos grupos CS e VC. O grupo VOS apresentou redução da SOD quando
comparado com o grupo OS. O grupo VOT apresentou redução no TBARS renal quando
comparado ao grupo VOS. O treinamento físico induziu aumento dos valores das enzimas CAT,
SOD e GPx em relação ao grupo VOS no tecido renal. No tecido muscular, o grupo OS
(5,64±0,74 µmol/mg proteína) e VOS (3,52±0,35 µmol/mg proteína) apresentaram aumento do
TBARS quando comparado ao seus grupos controles (CS: 2,35±0,27 e VC: 1,88±0,25 µmol/mg
proteína). A GPx estava diminuída no grupo OS e VOS em relação aos grupos CS e VC. A QL
e o TBARS estavam reduzidos e a GPx aumentada no tecido muscular do grupo VOT em
relação ao grupo VOS. Concluindo, tais achados demonstram que o envelhecimento em ratas
induziu prejuízo metabólico, na capacidade física e cardiovascular, associado à redução da SBR
e aumento da lipoperoxidação em tecido renal. A privação dos hormônios ovarianos em ratas
promoveu prejuízo cardiovascular e na SBR (exacerbados pelo envelhecimento), acompanhadas
de aumento da lipoperoxidação de membranas e de uma forma geral prejuízo nas enzimas
antioxidantes nos tecidos cardíaco, renal e muscular. Entretanto, o achado mais importante do
presente estudo foi o efeito benéfico do treinamento físico nas ratas velhas submetidas à
privação dos hormônios ovarianos, evidenciado por melhora cardiovascular associada a
aumento da SBR, redução da lipoperoxidação de membranas e aumento das enzimas
antioxidantes nos tecidos avaliados.
ABSTRACT
Aging and ovarian hormone deprivation are associated with increased cardiovascular risk. On the
other hand, the aerobic exercise training has been recommended in the prevention and treatment of
various pathophysiological conditions. In this sense, the objective of this study was to investigate
the effects of aging on cardiovascular and oxidative stress parameters in female rats submitted to
ovarian hormone deprivation, as well as the role of exercise training in this condition. Sixteen adult
female Wistar rats and 24 aged Wistar rats were divided into five groups (n = 8 in each group):
adult control (CS), ovariectomized sedentary (OS), aged sedentary control (VC), aged
ovariectomized sedentary (VOS) and aged ovariectomized trained (VOT). Ovariectomy was
performed by bilateral ovaries removal. The exercise training was performed on a treadmill for 8
weeks. Blood pressure (BP) and heart rate (HR) were evaluated by recording direct through a PA
system for data acquisition. The baroreflex sensitivity (SBR) was evaluated by tachycardic (RT)
and bradycardic (RB) responses. The oxidative profile was evaluated by measurement of lipid
peroxidation (chemiluminecencia initiated by tbooh (CL) and by thiobarbituric acid reactive
substances (TBARS) and determination of catalase (CAT), superoxide dismutase (SOD) and
glutathione peroxidases (GPx) antioxidades enzymes in ventricular (LV), muscle and renal tissues.
Body weight was higher in aged rats (VC and VOS) and in ovariectomized (OS) as compared to CS
group. The physical capacity was increased in VOT group compared to the VOS group. Blood
triglycerides were higher in VC and VOS groups when compared to CS group; and VOT group
showed reduced values of this parameter compared to the VOS group. The diastolic AP was
increased by aging. There was a mean AP (MAP) increase in the OS group (124 ± 1.3 mmHg)
compared to CS group (110 ± 2.8 mmHg). The VOS group (130 ± 5.05 mmHg) had higher MAP
values compared to the CS and VC group (116 ± 2.5 mmHg), however, the VOT group (112 ± 2.7
mmHg) reduced this values when compared to VOS group. There was no difference in HR among
sedentary groups, however physical training induced resting bradycardia (VOT: 344 ± 3.8 vs. VOS:
384 ± 10.7 bpm). The SBR was attenuated in the OS and VC groups compared the CS group. There
were an additional loss in The BR and the TR in the VOS group (-0.68 ± 0.06 and -1.07 ± 0.12
bpm/mmHg) compared to OS group (-1.10 ± 0, 11 and -2.09 ± 0.19 bpm/mmHg). The VOT group
(-1.49 ± 0.14 and -3.16 ± 0.35 bpm/mmHg) showed attenuation of these impaired responses in
relation to the VOS group. The TBARS in LV was higher in the OS group (3.92 ± 1.19 µmol/mg
protein) compared with the CS group (2.88 ± 1.13 µmol/mg protein), VC (2.15 ± 0.56 µmol/mg
protein) and VOS (2.33 ± 0.40 µmol/mg protein). The CAT in LV was reduced in the OS when
compared to CS group and the GPx was reduced in the VOS group in relation to OS and VC
groups. The VOT rats reduced TBARS and QL (VOT: 1666 ± 223 vs. VOS: 2080 ± 223 cps/mg
protein), and increased CAT in LV. In the renal tissue, the TBARS was increased in OS groups
(3.04 ± 0.13 µmol/mg protein) and VOS groups (2.81 ± 0.08 µmol/mg protein) when compared to
the CS group (1.69 ± 0.09 µmol/mg protein) and VC (2.30 ± 0.07 µmol/mg protein). The CAT was
reduced after ovariectomy in the OS and VOS groups compared to CS and VC groups. The VOS
group presented a reduction in SOD compared to SO group. The VOT group showed a reduction in
renal TBARS when compared to VOS. Physical training induced an increase in the levels of CAT,
SOD and GPx in relation to the VOS group in renal tissue. In muscle tissue, the SO group (5.64 ± 0,
74 µmol/mg protein) and VOS (3.52 ± 0.35 µmol/mg protein) showed an increase in TBARS when
compared with their control groups (CS: 2.35 ± 0.27 and VC: 1.88 ± 0.25 µmol/mg protein). The
GPx was decreased in the VOS and OS group when compared to CS and VC groups. QL and
TBARS were reduced and GPx were increased in muscle tissue in VOT group compared to VOS
group. In conclusion, these findings demonstrate that the aging in rats induced metabolic, physical
capacity and cardiovascular impairments associated with reduced BRS and increased lipid
peroxidation in renal tissue. The ovarian hormones deprivation in rats promoted cardiovascular and
SBR impairments (exacerbated by aging), accompanied by increased membrane lipid peroxidation
and a general impairment in antioxidant enzymes in heart, renal and muscle tissues. However, the
most important finding of this study was the beneficial effects of exercise training in aged rats
submitted to ovarian hormone deprivation, demonstrated by cardiovascular improvement associated
with SBR increase, reduction in membrane lipid peroxidation and increase in antioxidant enzymes
in studied tissues.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVATURAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1
1.1.Envelhecimento e doença cardiovascular.................................................................. 1
1.2.Doença cardiovascular e menopausa.......................................................................... 4
1.3. Treinamento Físico e doença cardiovascular............................................................. 5
2. OBJETIVOS................................................................................................................... 9
2.1. Objetivo Geral............................................................................................................ 9
2.2. Objetivos Específicos................................................................................................. 9
3. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................... 10
3.1 Animais e Grupos....................................................................................................... 10
3.2 Sequência Experimental............................................................................................. 11
3.3 Ooforectomia Bilateral................................................................................................ 12
3.4 Teste de Esforço Máximo........................................................................................... 12
3.5 Treinamento Físico..................................................................................................... 13
3.6 Determinação dos Níveis de Glicose e Triglicérides Sanguíneos.............................. 13
3.7 Avaliações Hemodinâmicas Sistêmicas...................................................................... 14
3.7.1. Canulação............................................................................................................. 14
3.7.2 Registro de Pressão Arterial e Frequência Cardíaca............................................. 15
3.7.3 Avaliação da Sensibilidade dos Pressorreceptores............................................... 16
3.8 Eutanásia dos Animais................................................................................................. 18
3.9 Estresse Oxidativo e Enzimas Oxidantes.................................................................... 18
3.10 Análise dos Dados .................................................................................................... 21
4. RESULTADOS .............................................................................................................. 22
4.1 Protocolo 1................................................................................................................
4.1.1 Peso Corporal.......................................................................................................... 22
4.1.2. Capacidade Física................................................................................................... 23
4.1.3 Avaliações Metabólicas........................................................................................... 24
4.1.3.1 Glicemia............................................................................................................. 24
4.1.3.2 Triglicerídeos..................................................................................................... 25
4.1.4 Avaliações Cardiovasculares................................................................................... 26
4.1.4.1. Pressão Arterial e Frequência Cardíaca............................................................ 26
4.1.4.2 Avaliação da Sensibilidade dos Pressorreceptores.............................................. 28
4.1.5 Avaliações de Estresse Oxidativo.......................................................................... 29
4.2 Protocolo 2.................................................................................................................... 35
4.2.1. Peso Corporal.......................................................................................................... 35
4.2.2 Capacidade Física.................................................................................................... 35
4.2.3 Avaliações Metabólicas........................................................................................... 36
4.2.3.1 Glicemia............................................................................................................. 36
4.2.3.2 Triglicerídeos..................................................................................................... 37
4.2.4 Avaliações Cardiovasculares................................................................................... 38
4.2.4.1. Pressão Arterial e Frequência Cardíaca............................................................ 38
4.2.4.2 Avaliação da Sensibilidade dos Pressorreceptores............................................... 40
4.2.5. Avaliações de Estresse Oxidativo...................................................................... 41
5. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 47
5.1. Protocolo 1............................................................................................................ 47
5.2. Protocolo 2............................................................................................................ 54
6. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 66
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 67
8. ANEXOS......................................................................................................................... 85
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Envelhecimento e doença cardiovascular
O envelhecimento populacional e a longevidade são crescentes tanto em países
desenvolvidos como em países em desenvolvimento. Esse aumento pode ser, em parte, explicado
pela diminuição da mortalidade e consequentemente o aumento da expectativa de vida, além da
diminuição na taxa de fecundidade (PAPALÉO NETTO,1996).
No Brasil, o aumento no número de idosos (PAPALÉO NETTO,1996) é acompanhado pelo
aumento significativo da prevalência de doenças crônicas, dentre elas as DCV que são a primeira
causa de morte entre os sexos em todas as regiões do país (TIMERMAN et al., 2001; BRANDÃO
et al., 2003). Em relatório mais recente da American Heart Association foi observado em mais de
80 milhões de americanos que uma pessoa em cada três possuía algum tipo de doença
cardiovascular (DCV), sendo esta responsável por quase 900 mil mortes (ROSAMOND et al.,
2008).Além disso, essas doenças que normalmente perduram por alguns anos, requerem expressiva
utilização dos serviços de saúde, acarretando em um maior gasto com a saúde pública (VERAS,
2003;PAIXÃO Jr.& REICHENHEIM, 2005).
A maior incidência de DCV em idosos provavelmente está associado ao processo de
envelhecimento, porque neste período o sistema cardiovascular sofre uma série de alterações tais
como diminuição do desempenho cardíaco, da distensibilidade da aorta e das grandes artérias,
hipertrofia e dilatação do ventrículo esquerdo e disfunção dos mecanismos neuro-humorais de
controle cardiovascular, fatores que em conjunto estão normalmente associados ao desenvolvimento
de hipertensão, doença coronariana e insuficiência cardíaca (NETTO, 2004; IRIGOYEN et al.,
2000; WICHI et al., 2009; MOSTARDA, et al., 2009).
Estudos vêm demonstrando que a hiperatividade do sistema nervoso simpático aumenta o
risco cardiovascular, ao passo que uma função vagal preservada ou aumentada tem sido considerada
um fator de proteção cardiovascular (TASK FORCE, 1996; KLEIGER et al., 1987). Vários
trabalhos experimentais e clínicos têm evidenciado que a disautonomia está presente em uma série
2
de doenças, tais como, a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, o diabetes e a síndrome
metabólica (IRIGOYEN & KRIEGER, 1998; ZANCHETTI & MANCIA, 1991; LA ROVERE et
al., 1998; EWING et al., 1980; VINIK et al., 2003; DE ANGELIS et al., 2004; FARAH et al.,
2007).No envelhecimento, estudos têm demonstrado redução na atividade parassimpática para o
nodo sino-atrial aumento na atividade simpática para o coração e para o sistema vascular, além de
disfunção do barorreflexo (MARK, 1995; ECKBERG,1971; WERNER et al., 1995).
Em nosso grupo, temos evidenciado a importância das alterações no controle autonômico no
desenvolvimento das disfunções cardiovasculares relacionadas ao desenvolvimento das DCV em
ratos machos hipertensos, com insuficiência cardíaca, diabéticos ou velhos (DE ANGELIS et al.,
2006; BERTAGNOLLI et al., 2008; RABELO et al., 2001; DALL´AGO et al., 2007; DE
ANGELIS et al., 2001; WERNER, et al. 1995; DE ANGELIS et al, 1997). Dessa forma,
considerando a relação entre disautonomia e DCV tanto em estudos clínicos quanto experimentais,
intervenções no sentido de detectar, prevenir e/ou atenuar a disfunção autonômica cardiovascular
tem sido vistas como novas e/ou importantes estratégias no manejo das DCVs (LA ROVERE et al.,
2002).
Além disto, o declínio nas funções fisiológicas que levam à morbidade e mortalidade no
envelhecimento tem sido também associado com aumento no estresse oxidativo (AMES, 1993,
ASGHAR et al., 2007; SONG et al., 2009). As espécies reativas de oxigênio (ERO) são substâncias
que apresentam alta reatividade para outras biomoléculas, principalmente lipídios e proteínas das
membranas celulares e para o DNA. Todas as células aeróbias possuem mecanismos para combater
os efeitos agressivos das ERO, que incluem as enzimas superóxido dismutase (SOD), a catalase
(CAT) e a glutationa peroxidase (GPx) e o sistema não enzimático (DORMANDY, 1978; SIES,
1986).As ERO promovem estresse oxidativo quando as defesas antioxidantes da célula são
insuficientes para deter a produção pró-oxidante (NORDMANN, 1994).
Um número crescente de trabalhos tem demonstrado o papel fundamental do estresse
oxidativo na patogênese das DCVs (CAI& HARRISON, 2000). A geração de ERO em maiores
3
quantidades causa uma diminuição do óxido nítrico (NO) biodisponível, o que induz prejuízo na
função endotelial e cardíaca (PANZA et al., 1990). O NO pode ser destruído pelo radical
superóxido e protegido por mecanismos antioxidantes como a enzima SOD (RUBANYI &
VANHOUTE, 1986; GRYGLEWSKI et al., 1986). A disfunção da vasodilatação dependente do
endotélio, associadas ao aumento do estresse oxidativo, particularmente com a maior produção do
radical superóxido, tem sido observada em pacientes com hipertensão, hipercolesterolemia,
diabetes, fumantes, e até mesmo no processo fisiológico do envelhecimento (BERRY et al., 2001;
CAI & HARRISON, 2000; ORIEN et al., 1999).
É importante destacar que em trabalhos de nosso grupo a redução do estresse oxidativo e o
aumento das enzimas antioxidantes foram correlacionados com melhora em parâmetros
cardiovasculares e autonômicos, como a sensibilidade dos pressorreceptores, em ratos machos com
insuficiência cardíaca, hipertensos ou velhos (DE ANGELIS et al., 1997; RABELO et al., 2001;
BERTAGNOLI et al., 2006). Mais recentemente, em função do aumento da prevalência de DCV no
sexo feminino (NATIONAL CENTER FOR HEALTH STATISTICS, 1997; MOSCA et al., 2007)
temos estudado o papel do sistema nervoso autônomo no controle cardiovascular em ratas fêmeas
adultas saudáveis (BRITO et al., 2008;SANCHES et al., 2009) e submetidas à privação dos
hormônios ovarianos (IRIGOYEN et al., 2005; SOUZA et al., 2007; HEEREN et al., 2009; FLUES
et al., 2010; FLORES et al., 2010). Resultados do nosso grupo sugerem a importância da função
autonômica no manejo do risco cardiovascular no sexo feminino, bem como o estresse oxidativo
como um possível mecanismo associado às disfunções cardiovasculares no sexo feminino. Todavia,
são escassos na literatura estudos da regulação cardiovascular em ratas fêmeas velhas,
principalmente após a privação dos hormônios ovarianos.
4
1.2 Doença cardiovascular na menopausa
Na faixa etária dos 45 a 64 anos, a morte devido às doenças cardiovasculares é maior em
homens do que em mulheres. Porém, após os 65 anos, a mortalidade das mulheres por doenças
cardiovasculares ultrapassa à dos homens em até 22% (NATIONAL CENTER FOR HEALTH
STATISTICS, 1997). Neste contexto, desde 1984, a doença cardiovascular no sexo feminino se
tornou mais evidente quando comparada ao sexo masculino, observando-se em ambos os sexos um
aumento exponencialmente com o avanço da idade (EVANGELISTA&MCLAUGHLIN, 2009).
Essa diferença em mortalidade cardiovascular entre os sexos pode ser devida a diversos
fatores, entre eles diferenças na modulação autonômica cardiovascular. Estudos clínicos e
experimentais parecem concordar que o sexo feminino, antes da privação dos hormônios ovarianos,
possui maior predomínio vagal e maior sensibilidade dos pressorreceptores e, portanto, maior
proteção cardiovascular em relação ao sexo masculino (KUO et al., 1999; HUIKURIet al., 1996;
GREGOIRE et al., 1996; LEINWAND, 2003). Entretanto, é importante enfatizar que essa proteção
autonômica cardiovascular apresentada pelo sexo feminino é atenuada após a privação dos
hormônios ovarianos (KUO et al., 1999). Considerando esses achados, pode–se supor que a
disautonomia cardiovascular esteja relacionada à equivalência nas taxas de eventos cardiovasculares
entre os sexos após o advento da menopausa (BRENNER, 1988; NCEP, 2001; SINAGRA &
CONTI, 2007). Deve-se enfatizar ainda que no climatério é comum se observar na mulher, além de
aumentado risco de doenças cardiovasculares, redução na capacidade de exercício, na força
muscular e na massa óssea, aumento do peso corporal e da prevalência de diabetes (SOWERS &LA
PIETRA, 1995).
Considerando que a taxa de mortalidade devido a doenças cardiovasculares aumentou de 10
para 25% nos anos 60 e 70 em mulheres (CASTANHO et al., 2001) é eminente a necessidade da
busca de alternativas terapêuticas para a prevenção e o tratamento da doença cardiovascular na
mulher. Neste sentido, vale destacar que apesar não existir um modelo considerado ideal de
menopausa em ratos, já que ratas velhas (>18 meses) se mantém ciclando, a maior parte dos
5
investigadores têm usado ratas fêmeas adultas jovens (6-12 semanas) que são submetidas à retirada
bilateral dos ovários (ooforectomia) avaliando os efeitos da privação dos hormônios ovarianos de 3
a 5 semanas após o procedimento cirúrgico (MOIEN-AFSJHARI et al., 2003). Em nosso grupo,
demonstramos que as ratas com aproximadamente 9-10 semanas de vida submetidas à ooforectomia
apresentavam, após 9 semanas de acompanhamento (18 semanas de vida), aumento do peso
corporal, da pressão arterial e redução da sensibilidade dos pressoreceptores. Essas alterações
cardiovasculares foram correlacionadas ao aumento do estresse oxidativo (desbalanço entre a
produção de radicais livres e as defesas antioxidantes) no coração (IRIGOYEN et al., 2005;
SOUZA et al., 2007). Todavia, esse modelo de avaliação dos efeitos da ooforectomia ao utilizar
ratas adultas não permite avaliar os efeitos do envelhecimento presentes na mulher na menopausa.
Assim, no presente projeto propomos a avaliação dos efeitos da privação dos hormônios ovarianos
não só em ratas adultas, mas também em ratas velhas, o que permitirá uma melhor compreensão dos
efeitos do envelhecimento, da menopausa e de sua associação no aumento do risco cardiovascular
no sexo feminino. Além disto, cabe lembrar que atualmente os efeitos de proteção cardiovascular
através da terapia hormonal são controversos (WRITING GROUP FOR THE WOMEN`S
INITIATIVE INVESTIGATORS, 1996). Em contrapartida, os benefícios obtidos através da
atividade física regular vêm cada vez mais reforçando a importância desta abordagem na prevenção
e no tratamento de doenças (PEDERSEN & SALTIN, 2006; MOSCA et al., 2007).
1.3 Treinamento físico e doença cardiovascular
O sedentarismo tem sido demonstrado como um importante fator de risco cardiovascular na
sociedade moderna, sendo no Estado de São Paulo mais prevalente (69%) do que o fumo (38%), a
hipertensão (22%), a obesidade (18%) e o alcoolismo (8%) (REGO et al., 1990). Neste aspecto, a
inatividade física, que é mais prevalente entre as mulheres após a menopausa (SOWERS &LA
PIETRA, 1995), duplica o risco de doença coronariana, efeito esse similar em magnitude ao do
tabagismo e hipertensão (NIEMAN, 1999).
6
As alterações morfológicas e funcionais no sistema cardiovascular, no equilíbrio glicêmico e
no controle autonômico com o avanço da idade resultam em diminuição da capacidade de realizar
atividade física com o avanço da idade tanto em homens quanto em mulheres (HOSSACK et al.,
1982). Dessa forma, a recomendação de exercício tem sido sugerido para promoção da saúde e
prevenção de doenças, tanto para adultos com a idade entre 50-64 quanto para adultos com mais de
65 anos que apresentam alguma doença crônico degenerativa ou limitações funcionais (NELSON et
al., 2007).
De uma forma geral, o exercício físico induz vários benefícios, tais como: aprimoramento na
função cardiovascular e respiratória, redução nos fatores de risco para doença arterial coronariana
(DAC), redução na morbimortalidade, melhora na aptidão física geral, diminuição da ansiedade e
depressão. Somado a isso, o treinamento físico pode proporcionar sensações de bem-estar, melhora
do desempenho nas atividades laborativas, além de ser utilizado na reabilitação física e metabólica
(ALMEIDA, 2007; ACSM, 2003).
Há evidências de que os efeitos agudos ou crônicos do exercício físico trazem benefícios
cardiovasculares, metabólicos, autonômicos e psicológicos, fato esse que tem levado muitos
investigadores a sugeri-lo como uma conduta não farmacológica importante na prevenção e no
tratamento da hipertensão arterial, mesmo em diferentes situações associadas, como na insuficiência
cardíaca, no diabetes, na resistência à insulina e na obesidade (ACSM, 2003; FORJAZ et al., 2003;
IRIGOYEN et al., 2003; RONDOM & BRUM, 2003; WILLIAMS et al., 2002; MACDONALD et
al., 2000; GORDON et al., 1997; TIPTON, 1991; WALLBERG et al., 1988; JENNINGS et al.,
1986).
O treinamento físico pode provocar alterações cardiovasculares e autonômicas importantes,
tais como bradicardia de repouso (NEGRÃO et al., 1992; DE ANGELIS et al., 1997, 1999, 2004;
KATONA et al., 1982; FRICK, 1967), redução da pressão arterial (PA) em indivíduos idosos
(HASKELL, 2007)e em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) (SILVA et al., 1997;
BERTAGNOLLI et al., 2006), melhora da sensibilidade dos pressoreceptores em sujeitos
7
normotensos (MC`DONALD et al., 1993; BARNEY et al., 1988, DE ANGELIS et al., 2004;
NEGRÃO et al., 1992; BEDFORD & TIPTON, 1987) e em ratos SHR e diabéticos (SILVA et al.,
1997; BERTAGNOLLI et al., 2006; HARTHMANN et al., 2007). Além disto, estudos
demonstraram adaptações das enzimas antioxidantes e redução do estresse oxidativo em resposta ao
treinamento físico (JI & FU, 1992; MARGARATIS et al., 1997; VENDITTI & DI MEO, 1997; DE
ANGELIS et al., 1997; IRIGOYEN et al., 2005; BERTAGNOLLI et al., 2006).
Apesar dos vários trabalhos evidenciando os benefícios do treinamento físico, a maioria
desses estudos foram realizados em amostras do sexo masculino. Em estudos mais recentes tem
sido demonstrado que treinamento físico aeróbio pode induzir melhora no perfil metabólico e
lipídico, reduzir a inflamação e as moléculas de adesão (WEGGE et al., 2004) e aumentar a
variabilidade da frequência cardíaca (VFC) (JURCA et al., 2004) em mulheres menopausadas
(ASIKAINEN et al., 2004), bem como melhorar a resposta da insulina estimulada pelo teste de
tolerância a glicose em ratas ooforectomizadas (LATOUR et al., 2001). Um trabalho de nosso
laboratório evidenciou que o treinamento físico aeróbio em um modelo experimental de menopausa
em ratas adultas (~18 semanas de idade) induziu aumento da capacidade aeróbia, redução do peso
corporal, da PA e da FC de repouso e melhora na sensibilidade dos pressorreceptores associada à
redução no estresse oxidativo e ao aumento nas defesas antioxidantes no tecido cardíaco
(IRIGOYEN et al., 2005). Melhora cardiovascular também foi observada em camundongas
knockout para o receptor LDL-colesterol ooforectomizadas após treinamento físico (HERREN et
al., 2009), em ratas ooforectomizadas treinadas e submetidas à terapia de reposição de estradiol
(FLUES et al. 2010), ratas infartadas treinadas (FLORES et al., 2010) ou em ratas diabéticas
ooforectomizadas (SOUZA et al., 2007), sendo que neste último estudo observamos redução da
mortalidade após o período de treinamento físico.
Considerando o importante papel da disautonomia como fator de risco de doença
cardiovascular, bem como o possível envolvimento do estresse oxidativo nesta disfunção,
intervenções que reduzam o estresse oxidativo e/ou melhorem a função autonômica tem sido
8
vistas como potenciais estratégias no manejo do risco cardiovascular. Vale lembrar que o
treinamento físico dinâmico aeróbio em situações fisiológicas e fisiopatológicas em modelos
animais (ratos machos e mais recentemente em fêmeas ooforectomizadas) melhora a regulação
autonômica cardiovascular, possivelmente por redução do estresse oxidativo (DE ANGELIS et
al, 1997, IRIGOYEN et al, 2005, BERTAGNOLLI et al., 2006). Todavia, deve-se considerar que
a maior parte dos trabalhos publicados na literatura com relação aos efeitos autonômicos do
treinamento físico em animais e humanos, assim como todos os nossos estudos citados acima, foi
realizada em amostras do sexo masculino, normalmente em idade reprodutiva. Além disto,
conforme comentado anteriormente os estudos publicados pelos diferentes grupos de pesquisa
submeteram ratas à cirurgia de ooforectomia com idade em torno de 2-3 meses, ficando a dúvida
se a privação dos hormônios ovarianos em ratas velhas (com mais de 18 meses) induziria efeitos
semelhantes, ou se o processo natural de envelhecimento agravaria as disfunções decorrentes da
ooforectomia. Neste sentido, o presente projeto visa avaliar os efeitos do envelhecimento em
parâmetros cardiovasculares e de estresse oxidativo em ratas submetidas à privação dos
hormônios ovarianos, bem como o papel do treinamento físico nesta condição.
9
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral do presente estudo foi investigar os efeitos do envelhecimento em parâmetros
cardiovasculares e de estresse oxidativo em ratas submetidas à privação dos hormônios ovarianos,
bem como o papel do treinamento físico nesta condição.
2.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos do presente estudo foram avaliar:
1) os efeitos da privação dos hormônios ovarianos em ratas adultas e em ratas velhas na pressão
arterial, na frequência cardíaca, na sensibilidade dos pressorreceptores e em parâmetros de estresse
oxidativo (protocolo 1).
2) os efeitos do treinamento físico em ratas velhas submetidas à privação dos hormônios ovarianos
na pressão arterial, na frequência cardíaca, na sensibilidade dos pressorreceptores e em parâmetros
de estresse oxidativo (protocolo 2).
10
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas
Tadeu sob parecer A003/2010 (Anexo 1).
3.1 AMOSTRA
Foram utilizadas 16 ratas Wistar com 3 meses de idade (adultas) e 24 ratas Wistar com
aproximadamente 18 meses(velhas) no início do protocolo, provenientes do biotério da
Universidade São Judas Tadeu. Os animais foram mantidos em gaiolas, contendo no máximo 4
animais em cada uma, em ambiente com temperatura controlada (220 - 24
0C) e com luz controlada
em ciclo de 12 horas (claro – escuro, invertido). Água e comida foram oferecidas de modo irrestrito,
sendo que a dieta foi normoprotêica (12% de proteínas).
Para cumprir os objetivos propostos, este trabalho foi dividido em 2 protocolos.
PROTOCOLO 1
Para avaliar os efeitos da privação dos hormônios ovarianos em ratas adultas e em ratas
velhas na pressão arterial, na frequência cardíaca, na sensibilidade dos pressorreceptores e em
parâmetros de estresse oxidativo foram comparados os seguintes grupos (n=8 em cada grupo):
Grupo de ratas adultas controle (CS): ratas com 3 meses de idade no início do protocolo que
foram acompanhadas durante 9 semanas.
Grupo de ratas velhas sedentárias controle (VC): ratas com 18 meses de idade no início do
protocolo que foram acompanhadas durante 9 semanas.
Grupo de ratas adultas ooforectomizadas sedentárias (OS): ratas com 3 meses de idade no início
do protocolo que foramsubmetidas a ooforectomia e acompanhadas durante 9 semanas.
11
Grupo de velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS): ratas com 18 meses de idade no início do
protocolo que foramsubmetidas a ooforectomia e acompanhadas durante 9 semanas.
PROTOCOLO 2
Para investigar os efeitos do treinamento físico aeróbio em ratas velhas submetidas à
privação dos hormônios ovarianos na pressão arterial, na frequência cardíaca, na sensibilidade dos
pressorreceptores e em parâmetros de estresse oxidativo, foram avaliados os seguintes grupos (n=8
em cada grupo):
Grupo de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS): ratas com 18 meses de idade no
início do protocolo que foram submetidas a ooforectomia e acompanhadas durante 9 semanas.
Grupo de ratas velhas ooforectomizadas treinadas (VOT): ratas com 18 meses de idade no início
do protocolo que foram submetidas a ooforectomia e após uma semana foram submetidas a
treinamento físico em esteira ergométrica rolante durante 8 semanas.
3.2 SEQUÊNCIA EXPERIMENTAL
Os grupos experimentais seguiram a sequência experimental descrita no quadro abaixo
Quadro 1: Sequência experimental do projeto.
Dia
1
Dia
2-6
Dia
7
Dia
8 e 36
Dia
74-75
Dia
75...
Dia
76...
Dia
77...
Ooforectomia Bilateral X
Adaptação à esteira X
Teste de esforço máximo X X
Início do Programa de
treinamento físico X
Término do Programa de X
12
treinamento físico
Avaliações Hemodinâmicas
Sistêmicas X
Eutanásia X
Estresse e Enzimas Oxidativas X
3.3 OOFORECTOMIA BILATERAL
As ratas foram anestesiadas (i.p.) com cloridrato de cetamina (50mg/Kg, Ketalar, Parke-
Davis) e cloridrato de xilazina (12mg/Kg, Rompum, Bayer) e colocados em decúbito dorsal para
que se realize uma pequena incisão (1 cm) em paralelo com a linha do corpo na pele e na
musculatura no terço inferior na região abdominal. Os ovários foram localizados e foi realizada a
ligadura dos ovidutos, incluindo os vasos sangüíneos. Os ovidutos foram secionados e os ovários
removidos. A musculatura e a pele foram suturadas e uma dose de antibiótico foi administrada
(Benzetacil, 40 000 U/Kg, i.m) (LATOUR et al., 2001; IRIGOYEN et al., 2005).
3.4 TESTE DE ESFORÇO MÁXIMO
Todos os animais estudados foram submetidos a um teste de esforço máximo em esteira
ergométrica (após adaptação de no mínimo 5 dias a 0,3 km/h durante 10 minutos) no início, no
meio e no final do programa de treinamento físico. Este teste serviu de base para prescrição do
treinamento físico para os grupos treinados bem como pode evidenciar melhora na capacidade de
exercício após o período de treinamento físico. O teste consistiu em colocar o animal correndo na
esteira a 0,3 km/h por 3 minutos, sendo esta carga incrementada em 0,3 km/h a cada 3 minutos até
que o animal atingia a exaustão (BROOKS & WHITE, 1978; RODRIGUES et al., 2007). O tempo
de teste e a velocidade da última carga foram anotados e serviram para fazer a média de capacidade
de exercício de cada grupo.
13
3.5 TREINAMENTO FÍSICO
Os grupos treinados foram submetidos a um protocolo de treinamento físico em esteira
ergométrica com velocidade e carga progressiva durante 8 semanas (40-70% da velocidade máxima
de corrida) 1 vez por dia, 5 dias por semana, conforme descrito no quadro abaixo (IRIGOYEN et
al., 2005; SOUZA et al., 2007) (Quadro 2) (Figura 1). Além disto, estudo mostrou que existe
correlação entre a velocidade do teste de esforço e o consumo de oxigênio para ratos machos
(RODRIGUES et al., 2007).
Quadro 2: Exemplo de protocolo de
treinamento físico
Semana Duração
(min)
Velocidade
(Km/h)
1ª 15 – 23 0,3 – 0,5
2ª 23 – 50 0,3 – 0,7
3ª 47 – 55 0,3 – 0,7
4ª 55 – 60 0,3 – 0,7
5ª 60 0,3 – 0,9
6ª 60 0,3 – 0,9
7ª 60 0,3 – 0,9
8ª 60 0,3 – 0,9
Figura 1: Foto mostrando ratos submetidos
a protocolo de treinamento físico em esteira
ergométricanaUSJT.
14
3.6 DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE GLICEMIA E TRIGLICÉRIDES
SANGUÍNEOS.
Ao final do protocolo os animais foram submetidos a jejum de 4 horas e, após
isto foi retirada uma gota de sangue da cauda para análise da glicemia pelo glicosímetro
(Accucheck, Roche) e uma gota para medida dos triglicerídeos sanguíneos pelo
aparelho Accutrend GTC, Roche (Figura 2).
Figura 2: Aparelhos utilizados para determinação dos níveis de glicemia e triglicérides sanguíneos
Identificação da Fase do Ciclo Estral
A caracterização de cada fase do ciclo será baseada na proporção de três tipos de
células na secreção vaginal: epiteliais, corneificadas e leucócitos segundo Marcondes e
colaboradores (2002). A secreção vaginal será coletada com uma pipeta plástica com
10µL de solução salina introduzida superficialmente na vagina da rata e será colocada
em uma lâmina de vidro para a observação em um microscópio ótico. Tal procedimento
será realizado nos grupos não ooforectomizados no dia das avaliações hemodinâmicas e
do sacrifício dos animais a fim de garantir que tais procedimentos seja realizados nas
fases não ovulatórias do ciclo estral das ratas.
3.7 AVALIAÇÕES HEMODINÂMICAS SISTÊMICAS
3.7.1.Canulação
15
As cânulas foram confeccionadas com tubos de Policloreto de Vinila (Abbott)
equivalente ao polietileno PE10 e PE50. Estas foram soldados por aquecimento e logo
após, as cânulas foram preenchidas com solução fisiológica e mantidas ocluídas com
pinos de aço inoxidável (DE ANGELIS et al.,1999; DE ANGELIS et al., 2000a;
IRIGOYEN et al., 2005).
No dia anterior aos registros diretos de pressão arterial e freqüência cardíaca, os
ratos foram anestesiados (i.p.) com cloridrato de cetamina (50mg/Kg, Ketalar, Parke-
Davis) e cloridrato de xilazina (12mg/Kg, Rompum, Bayer) e colocados em decúbito
dorsal. Foi realizada uma pequena incisão na região femoral para implantação de uma
cânula no interior da aorta abdominal e na veia cava inferior, através da artéria e veia
femoral esquerdas, para registro direto da pressão arterial e para administração de
drogas, respectivamente. Após a correta e firme implantação das cânulas na artéria e na
veia, as extremidades mais calibrosas das cânulas foram passadas subcutaneamente,
exteriorizadas no dorso da região cervical e fixadas com fio de algodão na pele.(Figura
3).
Figura 3: À esquerda: posição anátomo-cirúrgica da canulação de artéria e veia femoral. No centro e à
direita: o feixe vásculo nervoso, composto pela veia femoral esquerda, artéria femoral esquerda e nervo
femoral esquerdo; esquema da canulação.
3.7.2.Registro de pressão arterial
16
Para realização das avaliações hemodinâmicas sistêmicas, a cânula arterial foi
conectada a uma extensão de 20 cm (PE-50), permitindo livre movimentação do animal
pela caixa, durante todo o período do experimento. Esta extensão foi conectada a um
transdutor eletromagnético (Kent Instruments, EUA) que, por sua vez, estava conectado
a um pré-amplificador (Stemtech, EUA). Sinais de pressão arterial foram gravados
durante um período de 30 minutos em um microcomputador equipado com um sistema
de aquisição de dados (Windaq, DATAQ Instruments, Akron, OH, EUA), permitindo
análise dos pulsos de pressão, batimento-a-batimento, com uma freqüência de
amostragem de 2000 Hz por canal, para estudo dos valores de pressão arterial sistólica
(PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM) e freqüência
cardíaca. Os valores de freqüência cardíaca foram derivados do sinal pulsátil da pressão
arterial.(Figura 4).
Figura 4: Fotografia mostrando o sistema de registro de pressão arterial.
A análise dos sinais de PA foi feita utilizando-se programa comercial associado
ao sistema de aquisição. Este programa permite a detecção de máximos e mínimos da
curva de pressão batimento-a-batimento, fornecendo os valores de PAS e PAD pela
integral da área sob a curva no tempo. A FC foi determinada a partir do intervalo entre
dois picos sistólicos. Os resultados foram apresentados em valores médios e desvios
padrões dos períodos em que os dados foram analisados para PA e FC. As planilhas de
17
dados obtidas foram analisadas em programa comercial para análise (Excel 5.0), onde se
calcularam a média e desvio padrão de PAM, PAS, PAD e FC para cada animal.
3.7.3 Avaliação da Sensibilidade dos Pressorreceptores
Após o registro da pressão arterial e da freqüência cardíaca, uma extensão de
aproximadamente 20 cm (PE10) foi conectada na cânula venosa para posterior injeção
de drogas vasoativas.
A fenilefrina (Sigma Chemical Company, St. Louis, MO, EUA), um potente
estimulador 1 cuja ação predominante ocorre nas arteríolas periféricas causando
vasoconstrição, foi usada para provocar aumento da pressão arterial. Esse aumento da
pressão arterial é seguido de bradicardia reflexa comandada pelos pressorreceptores.
O nitroprussiato de sódio (Sigma Chemical Company, St. Louis, MO, UA), um
potente vasodilatador tanto de arteríolas como de veias e cuja ação ocorre por meio da
ativação da guanilato ciclase e aumento da síntese de 3’, 5
’- guanosina monofosfato
(GMP cíclico) na musculatura lisa de vasos e outros tecidos foi usado para provocar
queda da pressão arterial. Essa queda é seguida por uma resposta taquicárdica reflexa
comandada pelos pressorreceptores.
Após os animais terem permanecido em condições de repouso por 15 minutos, a
sensibilidade dos pressoreceptores foi testada através da infusão de doses crescentes de
fenilefrina e de nitroprussiato de sódio. Para avaliação da sensibilidade dos
pressorreceptores, o pico máximo ou mínimo da PAM foi reduzido dos valores de PAM
do período controle. Da mesma forma, a variação máxima da FC foi reduzida dos
valores de FC do período controle, imediatamente antes da infusão das drogas, para
posterior quantificação das respostas. A sensibilidade barorreflexa foi avaliada pelo
18
índice calculado através divisão da variação da FC pela variação da PAM (DE
ANGELIS et al., 1997; 1999; IRIGOYEN et al., 2005) (Figura 5).
Figura 5:Registro da pressão arterial e freqüência cardíaca antes e após a administração de drogas
vasoativas, onde se observa a resposta reflexa dos pressoreceptores.
3.8. EUTANÁSIA DOS ANIMAIS
No dia seguinte ao término das avaliações hemodinâmicas, os animais de ambos
os grupos foram sacrificados por decapitação e os órgãos foram retirados e congelados
Amostras de coração, rim e gastrocnêmio foram retiradas e utilizadas para analisar o
estresse oxidativo e as enzimas oxidantes.
3.9. MEDIDAS DE ESTRESSE OXIDATIVO E ENZIMAS ANTIOXIDANTES
Preparação dos Tecidos. O coração foi coletado e homogeneizado durante 30
segundos em um homogeneizador Ultra-Turrax, com KCl 1,15% e fluoreto de fenil
metil sulfonila (PMSF), na concentração de 100mmol/L em isopropanol e na quantidade
de 10 L/mL de KCl adicionado. Em seguida, os homogeneizados foram centrifugados
PA e FC basais
Nitroprussiato
de Sódio
PA e FC
PA e FC basaisPA e FC
Fenilefrina
19
por 10 minutos a 3000rpm, em centrífuga refrigerada entre 0 e 4°C (Eppendorf, 5804-
R), e o sobrenadante foi congelado em freezer a -70°C para as dosagens (LLESUY et
al., 1985).
Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS) - Para que ocorra a
reação, adicionou-se, a 0,25mL de homogeneizado, 0,75 mL de ácido tricloroacético
(TCA) a 10%(P/V), que tem a função de desnaturar as proteínas presentes e acidificar o
meio de reação. Essa mistura foi então agitada e centrifugada durante 3 minutos a 1000
g. Foi retirado 0,5mL do sobrenadante e a este foi adicionado 0,5mL de ácido
tiobarbitúrico (TBA) 0,67% (P/V), que reagiu com os produtos da lipoperoxidação
formando um composto de coloração rosada. A mistura foi incubada por 15 minutos a
100ºC e em seguida foi resfriada no gelo. Em seguida, foi realizada a leitura da
absorbância a 535 nm em espectrofotômetro (BUEGE & AUST, 1978).
Medida de Lipoperoxidação (LPO): Quimiluminescência iniciada por t-
BOOH (QL) - O método consiste em adicionar um hidroperóxido orgânico de origem
sintética (o hidroperóxido de tert-butil – t-BOOH) ao homogeneizado de tecido,
avaliando-se a capacidade de resposta produzida pela amostra. A quimiluminescência
foi medida em um contador beta (TriCrab 2800TR, PerkinElmer) com o circuito de
coincidência desconectado e utilizando o canal de trítio. As determinações foram
realizadas em câmara escura, em frascos de vidro mantidos na penumbra para evitar a
fosforescência ativada pela luz fluorescente. O meio de reação no qual foi realizado o
ensaio consiste em 3,5 mL de uma solução tampão de fosfatos 20 mmol/L, contendo
KCl 140 mmol/L (pH 7,4), à qual foram adicionado 0,5 mL de homogeneizado. Após
esse momento, foi realizada uma leitura inicial, considerada como a emissão basal de
luz pelo homogeneizado. O hidroperóxido de tert-butila foi usado na concentração de
20
400 mmol/L, dos quais foram adicionados 30 L no meio de reação para obter-se uma
concentração final de 3 mmol/L. Foi medida a emissão de luz e desta foi descontada a
emissão basal do homogeneizado para fins de cálculo (GONZALES-FLECHA et al.,
1991).
Catalase (CAT)-A taxa de decomposição do peróxido de hidrogênio é
diretamente proporcional à atividade da CAT. Desta forma, o consumo de H2O2 pode
ser utilizado como uma medida de atividade da enzima CAT. O ensaio consiste em
medir a diminuição da absorbância a 240nm, comprimento de onda onde há a maior
absorção pelo peróxido de hidrogênio, utilizando-se cubetas de quartzo. Para a
realização das medidas foi usada uma solução tampão constituída de fosfatos a 50
mmol/L em pH 7,4. Foram adicionados 9 L deste tampão e 10 L de amostra de tecido
na cubeta do espectrofotômetro, sendo esta mistura descontada contra um branco de
tampão fosfato. A seguir foram adicionados 35 L de peróxido de hidrogênio (0,3
mol/L) e foi monitorada a diminuição da absorbância no espectrofotômetro (Biospectro)
(BOVERIS & CHANCE, 1973).
Superóxido Dismutase (SOD)- A técnica utilizada está baseada na inibição da
reação do radical superóxido com o piragalol. Uma vez que não se consegue determinar
a concentração da enzima nem sua atividade em termos de substrato consumido por
unidade de tempo, se utiliza a quantificação em unidades relativas. Uma unidade de
SOD é definida como a quantidade de enzima que inibe em 50% a velocidade de
oxidação do detector. A oxidação do pirogalol leva à formação de um produto colorido,
detectado espectrofotometricamente a 420 nm (Biospectro) durante 2 minutos. A
atividade da SOD é determinada medindo-se a velocidade de formação do pirogalol
oxidado. No meio de reação, foram utilizados 20 L de homogeneizado, 973 L de
tampão Tris-Fosfato a 50 mmol/L (pH 8,2), 8 L de pirogalol a 24 mmol/L, 4 L de
21
CAT a 30 mol/L. Esta curva obtida foi utilizada como branco. Foi também feita uma
curva padrão utilizando três concentrações distintas de SOD (0,25U, 0,5U e 1U), através
da qual foi obtida a equação da reta para realização dos cálculos.
Glutationa Peroxidase (GPx) - Como a GPx catalisa a reação de
hidroperóxidos com glutationa reduzida (GSH) para formar glutationa oxidada (GSSG)
e o produto da redução do hidroperóxido, a atividade da enzima pode ser determinada
medindo-se o consumo de NADPH na reação de redução acoplada à reação da GPx. A
atividade da GPx foi medida em um espectrofotômetro (Biospectro). Foi monitorada a
diminuição de absorbância do NADPH a 340 nm. Na cubeta do espectrofotômetro,
foram adicionados 330 L de tampão, 50 L do homogeneizado (amostra), 500 L de
NADPH, 10 L de azida sódica, 50 L de GSH e 10 L de GR. Foi registrada a
absorbância por um período de aproximadamente 2 minutos, para obtenção da linha de
base. Após esse momento, foram adicionados 50 L de hidroperóxido de tert-butila, e a
diminuição da absorbância devida ao consumo de NADPH foi monitorada por mais 3
minutos (FLOHÉ & GUNZLER, 1984).
3.10 ANÁLISE DOS DADOS
Os resultados são apresentados como média erro padrão da média. O teste de
análise de variância (ANOVA) dois caminhos foi devidamente aplicado para análise dos
dados, seguido do post hoc de Student Newmann Keuls no protocolo 1. No protocolo 2
os dados foram comparados por ANOVA (peso corporal e TE) e pelo test t de Student.
Valores de p<0,05 foram considerados significantes.
22
4. RESULTADOS
4.1 PROTOCOLO 1
4.1.1 Peso Corporal
A seguir são apresentados os resultados dos grupos estudados com relação ao peso
corporal. Não houve diferença significante entre os grupos de ratas adultas (CS e OS)
no início no protocolo e o mesmo foi observado entre grupos de ratas velhas. No
entanto, as ratas velhas apresentaram maiores valores de peso corporal quando
comparado com as ratas adultas no início do estudo.
No final do protocolo os grupos de ratas adultas (CS e OS) apresentaram aumento
de peso corporal em relação ao peso corporal inicial. Os grupos OS, VC e VOS
apresentaram maior peso corporal quando comparados aos valores observados no grupo
CS. Não houve diferença significante entre os grupos de ratas velhas ao final do
protocolo. (Tabela 1, Figura 6).
Tabela 1: Peso corporal inicial e final dos grupos de ratas adultas controles sedentárias
(CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
Peso inicial (g) 225±4,47
238,38±4,62
283,75±6,35*# 286,56±7,17*#
Peso final (g) 266±4,31¥ 294,06±7,68¥ 292,19±8,60* 292,86±2,84*
Dados representam média±erro padrão.*p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; ¥ p<0,05 vs. Peso
corporal inicial.
23
Figura 6: Peso corporal inicial e final dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas
ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS) *p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; ¥ p<0,05 vs. Peso corporal inicial.
4.1.2 Capacidade de Exercício
Para avaliação da capacidade física, todos os grupos realizaram o teste de esforço
(TE) no início e ao final do protocolo. No TE inicial os grupos de ratas adultas (CS e
OS) apresentaram desempenhos semelhantes e os grupos de ratas velhas apresentaram
menor capacidade de exercício quando comparado aos grupos CS e OS.
No TE final observou-se diminuição da capacidade física no grupo OS quando
comparado ao grupo CS e a ele mesmo no início do protocolo. Além disso, os grupos
VC e VOS apresentaram diminuição da capacidade física quando comparados com o
grupo CS (Tabela 2, Figura 7).
Tabela 2: Velocidade máxima no teste de esforço inicial e final dos grupos de ratas
adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas
sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
Velocidade máxima inicial (km/h) 1,67±0,07 1,57±0,09 1,11±0,04*# 1,11±0,06*#
Velocidade máxima final (km/h) 1,73±0,05 1,16±0,16*¥ 1,11±0,09* 1,11±0,04*
Dados representam média±erro padrão* p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; ¥ p<0,05 vs. TE
inicial.
* # # ¥ ¥ * * *
24
Figura 7: Velocidade máxima no teste de esforço inicial e final dos grupos de ratas adultas controles
sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS)* p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; ¥ p<0,05 vs. TE inicial.
4.1.3 AVALIAÇÕES METABÓLICAS
4.1.3.1 Glicemia
A avaliação da glicemia foi realizada ao final do protocolo e não houve
diferença estatisticamente significante entre os grupos CS:89±1,56, OS: 89±1,56, VC:
88±1,92, VOS: 85±2,2 mg/dl (Figura 8).
* # # * * * * ¥
25
Figura 8: Glicemia dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas
sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
4.1.3.2 Triglicérides Sanguíneos
Os valores de triglicérides sanguíneos ao final do protocolo foram maiores no
grupo VC (173±13,4 mg/dl) quando comparado ao grupo CS (93± 4,05 mg/dl). O
grupo VOS (196±17,5 mg/dl) apresentou valores maiores de triglicérides quando
comparados aos grupos CS (93±4,05 mg/dl) e OS (120±17,34 mg/dl) (Figura 9)
26
Figura 9: Triglicérides sanguíneos dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas
ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS) * p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS.
4.1.4 AVALIAÇÕES CARDIOVASCULARES
4.1.4.1 Pressão Arterial e Frequência Cardíaca
A ooforectomia induziu aumento dos valores da PAS no grupo OS quando
comparado ao grupo CS, VC e VOS. A associação do envelhecimento com a privação
dos hormônios ovarianos induziu aumento desses valores no grupo VOS quando
comparado ao grupo CS , OS e VC, ou seja, a privação dos hormônios em ratas velhas
induziu aumento adicional nesse parâmetro (Tabela 3).
A ooforectomia induziu aumento da PAD nos grupos OS e VOS quando
comparado ao grupo CS. O envelhecimento aumentou os valores de PAD quando
comparado ao grupo CS (Tabela 3).
A privação dos hormônios ovarianos induziu aumento da PAM no grupo OS
quando comparado ao grupo CS e VC. Não houve diferença significante entre o grupo
* *
#
27
VC e o grupo CS, ou seja, o envelhecimento não alterou os valores de PAM. O grupo
VOS apresentou valores maiores quando comparado com os grupos CS e VC (Tabela
3, Figura 10).
Não houve diferença estatisticamente significante na FC entre os grupos (Tabela
3).
Tabela 3: Pressão arterial sistólica (PAS), Pressão arterial Diastólica (PAD), Pressão
arterial média (PAM) e Frequência cardíaca (FC) de ratas adultas controles sedentárias
(CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
PAS (mmHg) 126±4,3 143±2,4* 129±3,2# 155±5,5*#†
PAD (mmHg) 95±2,4 106±2,1* 104±7,2*# 111±3,4*
PAM (mmHg) 110±2,8 124±1,3* 116±2,5# 130±4,0*†
FC (bpm) 364±3,8 381±4,3 375±15,1 384±10,7
Dados representam média±erro padrão.* p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; † p<0,05 vs.
VC.
28
Figura 10: Pressão arterial média (PAM) dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas
ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas
sedentárias (VOS). * p<0,05 vs. CS; † p<0,05 vs. VC.
4.1.4.2. Avaliação da Sensibilidade dos Pressorreceptores
A sensibilidade dos pressoreceptores foi avaliada através de respostas
bradicárdicas e taquicárdicas reflexas. Nas respostas taquicárdicas houve diminuição
sensibilidade nos grupos OS VC e VOS quando comparado ao grupo CS. Além disso,
houve um prejuízo adicional nessa resposta no grupo VOS quando comparado ao grupo
OS. (Tabela 4, Figura 11).
Tabela 4: Sensibilidade dos pressorreceptores pela Resposta taquicárdica e Resposta
bradicárdica dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas
ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
Resposta taquicárdica (bpm/mmHg) -3,7±0,30 -2,1±0,19* -1,7±0,11* -1,1±0,12*#
Resposta bradicárdica (bpm/mmHg) -1,3±0,12 -1,1±0,11 -0,8±0,07* -0,7±0,06*#
Dados representam média±erro padrão. * p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS.
* *
* #
29
Figura 11: Sensibilidade dos pressorreceptores avaliadas pelas respostas taquicárdicas dos grupos de
ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).* p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS.
De forma semelhante, houve diminuição da sensibilidade dos pressorreceptores
para resposta bradicárdica nos grupos, VC e VOS quando comparado ao grupo CS.
Além disso, houve um prejuízo adicional nas respostas bradicárdicas no grupo VOS
quando comparado ao grupo OS (Tabela 4, Figura 12).
Figura 12: Sensibilidade dos pressorreceptores avaliadas pelas respostas bradicárdicas dos grupos de
ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC), velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) * p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS.
4.1.5. AVALIAÇÃO Do ESTRESSE OXIDATIVO
A lipoperoxidação de membranas foi avaliada nos tecidos cardíaco, renal e
muscular através da técnica das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS).
* #
*
30
A ooforectomia no grupo de ratas adultas (OS) induziu aumento do TBARS no
tecido cardíaco. Os grupos VC e VOS evidenciaram diminuição desses valores quando
comparados com as ratas adultas submetidas à privação dos hormônios ovarianos.
Tabela 5: Lipoperoxidação de membranas avaliada pelas substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico (TBARS) no tecido cardíaco dos grupos de ratas adultas controles
sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
TBARS (µmol/mg proteína) 2,88±1,13 3,92±1,19* 2,15±0,56# 2,33±0,40#
Dados representam média±erro padrão. * p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS.
Figura 13: Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) do tecido cardíaco dos grupos de ratas
adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) * p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS.
Em relação às enzimas antioxidantes no tecido cardíaco, a ooforectomia induziu
no grupo OS uma redução na concentração da catalase (CAT) em relação aos demais
grupos avaliados. A atividade da superóxido dismutase (SOD) foi maior nos grupos VC
e VOS em comparação ao grupo CS. Além disso, o grupo de ratas velhas submetidas à
*
# #
31
privação dos hormônios ovarianos demonstrou um prejuízo na atividade da glutationa
peroxidase (GPx) quando comparado aos grupos OS e VC.
Tabela 6: Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD) e
da glutationa peroxidase (GPx) no tecido cardíaco dos grupos de ratas adultas controles
sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
CAT (nmol/mg proteína) 0,80±0,04 0,56±0,03* 0,88±0,05# 0,91±0,03#
SOD (USOD/mg proteína) 15,72±0,58 17,15±0,34 19,00±0,93* 19,79±1,29*
GPx (µmol/min/mg proteína) 32,03±2,84 39,34±2,10 38,15±0,95 29,21±1,64#†
Dados representam média±erro padrão.* p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; † p<0,05 vs.
VC
A análise da lipoperoxidação no tecido renal evidenciou maiores valores de
TBARS em todos os grupos experimentais quando comparados ao grupo CS. O
envelhecimento associado à ooforectomia promoveu aumento do TBARS em relação ao
grupo VC (Tabela 7, Figura 22).
Tabela 7: Lipoperoxidação por substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
no tecido renal dos grupos de ratas adultas controles sedentárias (CS), adultas
ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias controles (VC) e velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
TBARS (µmol/mg proteína) 1,69±0,09 3,04±0,13* 2,30±0,07*# 2,81±0,08*†
Dados representam média±erro padrão. * p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; † p<0,05 vs.
VC.
32
Figura 14: Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) do tecido renal dos grupos de ratas
adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) * p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS.
No tecido renal, a concentração da CAT estava reduzida após a ooforectomia no
grupo OS e VOS em relação ao grupo CS e VC. Já na atividade da SOD, o grupo VOS
apresentou redução desta enzima quando comparado com o grupo OS. Não foram
observadas diferenças na atividade da GPx (Tabela 8).
Tabela 8: Concentração da catalase (CAT) e atividade da superóxido dismutase (SOD)
e da glutationa peroxidase (GPx) no tecido renal dos grupos de ratas adultas controles
sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
CAT (nmol/mg proteína) 1,72±0,13 0,98±0,07* 1,64±0,11# 1,25±0,07*†
SOD (USOD/mg proteína) 9,48±0,52 10,76±0,56 9,40±0,18 8,03±0,25#
GPx (µmol/min/mg proteína) 42,68±3,00 42,48±0,77 43,05±2,56 45,24±2,41
Dados representam média±erro padrão.* p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; † p<0,05 vs.
VC.
*
*#
* †
33
A lipoperoxidação (TBARS) no tecido muscular estava aumentada nos grupos
submetidos a privação dos hormônios ovarianos (OS e VOS) em relação aos grupos CS
e VC (Tabela 9, Figura 23).
Tabela 9: Lipoperoxidação de membranas avaliada pelas substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular (gastrocnêmio) dos grupos de ratas adultas
controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas
sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
TBARS (µmol/mg proteína) 2,35±0,27 5,64±0,74* 1,88±0,25# 3,52±0,35*†
Dados representam média±erro padrão. * p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; † p<0,05 vs.
VC.
Figura 15: Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) do tecido muscular dos grupos de ratas
adultas controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas sedentárias
controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) * p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS.
Todos os grupos demonstraram um aumento da concentração da CAT em
relação ao grupo CS no tecido muscular. Não foram encontradas diferenças na atividade
da SOD nos grupos estudados. No entanto, a atividade da GPx estava diminuída após a
*
# * †
34
privação dos hormônios ovarianos no grupo de ratas adultas em comparação ao grupo
CS e VC. As ratas velhas com privação dos hormônios ovarianos apresentaram valores
menores em relação ao grupo VC (Tabela 10).
Tabela 10: Concentração da catalase (CAT) e atividade da superóxido dismutase
(SOD) e da glutationa peroxidase (GPx) no tecido muscular dos grupos de ratas adultas
controles sedentárias (CS), adultas ooforectomizadas sedentárias (OS), velhas
sedentárias controles (VC) e velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS).
Grupo
Variável CS OS VC VOS
CAT (nmol/mg proteína) 0,09±0,01 0,14±0,01* 0,15±0,01* 0,17±0,02*
SOD (USOD/mg proteína) 22,04±2,68 27,11±1,08 23,92±1,72 19,76±1,43
GPx (µmol/min/mg proteína) 46,68±4,74 31,12±3,89* 50,85±2,35# 35,84±4,95†
Dados representam média±erro padrão. Catalase (CAT), Superóxido dismutase (SOD) e
Glutationa Peroxidase (GPx) no Gastrocnêmio.* p<0,05 vs. CS; # p<0,05 vs. OS; †
p<0,05 vs. VC.
35
4.2 PROTOCOLO 2
4.2.1 Peso Corporal
A seguir são apresentados os resultados dos grupos estudados neste protocolo com
relação ao peso corporal. Não houve diferença estatisticamente significante nos grupos
no início (VOS: 286,56±7,17 vs, VOT: 301,43±1,96 g) e no final início (VOS:
292,86±2,84 vs, VOT: 291,92±5,62 g) do protocolo (Figura 16).
Figura 16: Peso corporal inicial e final dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e
velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).
4.2.2 Capacidade de Exercício
Para avaliação da capacidade física, todos os grupos realizaram o teste de esforço
(TE) no início e ao final do protocolo. No TE inicial os grupos VOS e VOT
apresentaram desempenhos semelhantes. No TE final observou-se melhora da
capacidade física no grupo VOT quando comparado ao grupo VOS e também quando
comparado ele mesmo no início do protocolo (Figura 17).
36
Tabela 11: Velocidade máxima no teste de esforço inicial e final dos grupos de ratas
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e ratas velhas ooforectomizadas treinadas
(VOT).
Grupo
Variável VOS (km/h) VOT (km/h)
Velocidade máxima inicial (Km/h) 1,11±0,06 1,25±0,03
Velocidade máxima final (Km/h) 1,11±0,04 1,5±0,07*¥
Dados representam média±erro padrão.*p<0,05 vs. VOT; ¥ p<0,05 vs. Teste de esforço
inicial.
Figura 17: Velocidade máxima no teste de esforço inicial e final dos grupos de ratas velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).* p<0,05 vs. VOS; ¥
p<0,05 vs. TE inicial.
4.2.3. AVALIAÇÕES METABÓLICAS
4.2.3.1 Glicemia
A avaliação da glicemia foi realizada ao final do protocolo e não houve
diferença estatisticamente significante entre os grupos (VOS: 85±2,2 vs. VOT 89±2
mg/dl) (Figura 18).
* ¥
37
Figura 18: Glicemia dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas
ooforectomizadas treinadas (VOT).
4.2.3.2 Triglicérides Sanguíneos
Ao final do protocolo foi realizada a medidas de triglicérides sanguíneos nos
grupos e treinamento físico (VOT: 148±8,1 mg/dl) foi eficaz em diminuir os valores
quando comparado ao grupo VOS (196±17,5 mg/dl) (Figura 19).
Figura 19: Triglicérides sanguíneos dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e
velhas ooforectomizadas treinadas (VOT). *p<0,05 vs. VOS.
*
38
4.2.4 AVALIAÇÕES CARDIOVASCULARES
4.2.4.1 Pressão Arterial e Frequência Cardíaca
A associação do envelhecimento com a privação dos hormônios ovarianos
induziu aumento dos valores de PAS, PAD e PAM no grupo VOS quando comparado
ao grupo VC (protocolo 1). O grupo VOT reverteu o aumento de PAS, PAD e PAM
quando comparado VOS (Tabela 12).
Tabela 12: Pressão arterial sistólica (PAS), Pressão arterial Diastólica (PAD), Pressão
arterial média (PAM) e Frequência cardíaca (FC) dos grupos de ratas velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS) e ratas velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).
Grupo
Variável
VOS VOT
PAS (mmHg) 155±5,5 129,4±3,5*
PAD (mmHg) 111±3,4 95±2,9*
PAM (mmHg) 130±4,0 112±2,7*
FC (bpm) 384±10,7 344± 3,8*
Dados representam média±erro padrão.* p<0,05 vs. VOS.
A privação dos hormônios ovarianos induziu aumento da PAM no grupo VOS.
O treinamento físico foi eficaz em reverter o aumento da PAM quando comparado aos
grupos VOS (Figura 20).
39
Figura 20: Pressão arterial média (PAM dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS)
e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).* p<0,05 vs. VOS.
O treinamento físico promoveu a bradicardia de repouso no grupo VOT quando
comparado ao grupo VOS (Figura 21).
Figura 21: Frequência cardíaca (bpm) dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e
velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).* p<0,05 vs. VOS
*
*
40
4.2.4.2. Avaliação da Sensibilidade dos Pressorreceptores
A sensibilidade dos pressoreceptores foi avaliada através de respostas
bradicárdicas e taquicárdicas reflexas. Nas respostas taquicárdicas e bradicárdicas houve
diminuição sensibilidade no grupo VOS em relação ao grupo VC (protocolo 1).
O treinamento físico (grupo VOT) foi eficaz em reverter o prejuízo na resposta
taquicárdica quando comparado ao grupo VOS (Tabela 13, Figura 22).
Tabela 13: Sensibilidade dos pressorreceptores para as respostas taquicárdicas e
respostas bradicárdicas dos grupos de ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS)
e ratas velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).
Grupo
Variável VOS VOT
Respostas taquicárdicas (bpm/mmHg) -1,1±0,12 3,2±0,35*
Respostas bradicárdicas (bpm/mmHg) -0,7±0,06 1,5±0,14*
Dados representam média±erro padrão. * p<0,05 vs. VOS.
Figura 22: Sensibilidade dos pressorreceptores avaliadas pelas respostas taquicárdicas dos grupos de
ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).* p<0,05
vs. VOS
*
41
De forma semelhante, houve aumento sensibilidade dos pressorreceptores para
resposta bradicárdica no grupo VOT quando comparado ao grupo VOS (Tabela 13,
Figura 23).
Figura 23: Sensibilidade dos pressorreceptores avaliadas pelas respostas bradicárdicas dos grupos de
ratas velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).* p<0,05
vs. VOS
4.2.5 AVALIAÇÃO DO ESTRESSE OXIDATIVO
Na avaliação dos danos à membrana lipídica pela técnica de quimiluminescência
induzida por TbooH foi observado que o treinamento físico no grupo de ratas velhas
(VOT) melhorou em relação ao grupo das ratas velhas sedentárias submetidas à
privação dos hormônios ovarianos. O mesmo foi demonstrado na avaliação nas
substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no qual os valores desses
parâmetros estavam reduzidos (Tabela 14, Figura 24).
*
42
Tabela 14: Lipoperoxidação por Quiluminescência (QL) e pelas Substâncias reativas ao
acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido cardíaco dos grupos de ratas velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).
Grupo
Variável VOS VOT
QL (cps/mg proteína) 2080±223
1666 ±223*
TBARS (µmol/mg proteína) 2,33±0,15 1,55±0,19*
Dados representam média±erro padrão.* p<0,05 vs. VOS.
Figura 24: Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido cardíaco dos grupos de ratas
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).* p<0,05 vs. VOS.
Foi realizada também a avaliação das enzimas antioxidantes no tecido cardíaco,
havendo redução da CAT e aumento da GPx no grupo que realizou o treinamento físico
quando comparado ao grupo VOS (Tabela 15).
*
43
Tabela 15: Concentração da Catalase (CAT) e atividade da Superóxido dismutase
(SOD) e da Glutationa Peroxidase (GPx)no tecido cardíaco dos grupos de ratas velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT)
Grupo
Variável VOS VOT
CAT (nmol/mg proteína) 0,91±0,03 0,69±0,02*
SOD (USOD/mg proteína) 19,79±1,29 19,05±1,38
GPx (µmol/min/mg proteína) 29,21±1,64 37,65±3,62*
Dados representam média±erro padrão. * p<0,05 vs. VOS
A lipoperoxidação nop tecido renal no grupo VOT evidenciou diminuição nos
valores de TBARS em relação ao grupo VOS. Não houve diferença na QL renal (Tabela
16, Figura 25).
Tabela 16: Lipoperoxidação por Quiluminescência (QL) e pelas substâncias reativas ao
acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido renal dos grupos de ratas velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS) e ratas velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).
Grupo
Variável VOS VOT
QL (cps/mgproteína) 2498±240 2323±412
TBARS (µmol/mg proteína) 2,81±0,08 2,28±0,07*
Dados representam média±erro padrão* p<0,05 vs. VOS
44
Figura 25: Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido renal dos grupos de ratas
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).* p<0,05 vs.
VOS.
Os dados da Tabela 19 demonstram que treinamento físico nas ratas velhas
melhorou a atividade das enzimas CAT, SOD e GPx no tecido renal (Tabela 17).
Tabela 17: Concentração da Catalase (CAT) e atividade da Superóxido dismutase
(SOD) e da Glutationa Peroxidase (GPx) no tecido renal dos grupos de ratas velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT)
Grupo
Variável VOS VOT
CAT (nmol/mg proteína) 1,25±0,07 1,58±0,10*
SOD (USOD/mg proteína) 8,03±0,25 9,76±0,54*
GPx (µmol/min/mg proteína) 45,24±2,41 54,94±2,50*
Dados representam média±erro padrão. * p<0,05 vs. VOS.
*
45
No tecido muscular foi observado que os valores da QL e TBARS estavam
reduzidos no grupo de ratas velhas treinadas comparadas ao grupo VOS (Tabela 18,
Figura 26).
Tabela 18: Lipoperoxidação por Quiluminescência (QL) e pelas substâncias reativas ao
acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular dos grupos de ratas velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS) e ratas velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).
Grupo
Variável VOS VOT
QL (cps/mg proteína) 530±93
340±23*
TBARS (µmol/mg proteína) 3,52±0,35 0,81±0,05*
Dados representam média±erro padrão. * p<0,05 vs. VOS
Figura 26: Substâncias reativas ao acido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular dos grupos de ratas
velhas ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).* p<0,05 vs.
VOS.
*
46
O treinamento físico foi eficaz em aumentar os valores de GPx nas ratas velhas.
Não foram observadas diferenças na CAT e SOD entre os grupos VOS e VOT (Tabela
19).
Tabela 19: Concentração da Catalase (CAT) e atividade da Superóxido dismutase
(SOD) e da Glutationa Peroxidase (GPx) no tecido muscular dos grupos de ratas velhas
ooforectomizadas sedentárias (VOS) e velhas ooforectomizadas treinadas (VOT).
Grupo
Variável VOS VOT
CAT (nmol/mg proteína) 0,17±0,02 0,17±0,01
SOD (USOD/mg proteína) 19,76±1,43 19,1±1,05
GPx (µmol/min/mg proteína) 35,84±4,95 50,18±2,34*
Dados representam média±erro padrão. * p<0,05 vs. VOS
47
5. DISCUSSÃO
5.1 PROTOCOLO 1
Avaliações metabólicas
Várias alterações fisiológicas têm sido associadas ao advento da menopausa,
dentre elas: redução da massa corporal magra, da densidade óssea, da taxa metabólica
de repouso, da capacidade física e o aumento dos depósitos de gordura corporal,
marcado por grande aumento da gordura abdominal. Em conjunto, essas alterações
normalmente induzem aumento do peso corporal total e maior incidência de doenças
cardiovasculares e metabólicas, as quais têm sido relacionadas à restrição hormonal
observada no climatério (SOWERS & LA PIETRA, 1995; HERNÁNDEZ et al., 2000;
TEIXEIRA et al., 2003; PEIXOTO et al., 2006). Dados da literatura demonstram que
em ratas fêmeas adultas a retirada dos ovários leva a restrição dos hormônios ovarianos
semelhante à observada em mulheres após a menopausa, e induz aumento da ingestão
de alimentos, do peso corporal e da resistência à insulina (WATTANAPERMPOOL &
REISER, 1999; HERNÁNDEZ et al., 2000; LATOUR et al., 2001; IRIGOYEN et al.,
2005). Além disso, essas mudanças podem ficar mais acentuadas em presença de
sedentarismo tanto em mulheres quanto em animais de experimentação (HASSAGER &
CHRISTIANSEN, 1989; DAWSONHUGES & HARRIS, 1992).
Confirmando os achados anteriores do nosso grupo (IRIGOYEN et al., 2005;
FLUES et al., 2010), nossos resultados neste estudo demonstram que as ratas adultas
submetidas a privação dos hormônios ovarianos apresentaram maior peso corporal do
que ratas controles após 8 semanas de privação dos hormônios ovarianos. No
envelhecimento os dados não corroboraram com os mesmos achados em fêmeas adultas,
embora as ratas velhas tenham aumentado o peso corporal comparadas com as ratas
48
adultas durante o protocolo, ao final do protocolo não houve diferenças entre os grupos
de ratas velhas.
A alteração no perfil lipídico é um fato frequentemente observado em mulheres
após a menopausa. Os níveis de colesterol total e da fração de LDL colesterol, assim
como dos triglicerídeos plasmáticos, aumentam após a menopausa provavelmente em
razão da redução da atividade do receptor de LDL localizados nas paredes dos vasos
sanguíneos em resposta ao declínio gradual do estrógeno sanguíneo nos anos que
precedem a menopausa (KULLER et al.,1994). Esses resultados vão ao encontro dos
resultados do presente estudo que demonstraram não haver diferença nos níveis de
triglicerídeos sanguíneos nas ratas adultas. Em contrapartida o envelhecimento induziu
aumento desses níveis e quando avaliado o envelhecimento associado à privação dos
hormônios ovarianos houve um aumento adicional de triglicerídeos.
Avaliação da capacidade funcional
Tais alterações metabólicas podem estar relacionadas e alterações na qualidade
de vida e na capacidade funcional observada em mulheres após a privação dos
hormônios ovarianos (ASIKAINEN et al., 2004). Neste sentido, o teste de esforço é um
dos exames não-invasivos mais utilizados para avaliar pacientes com doença
cardiovascular. O teste de esforço tem por objetivo submeter o paciente a estresse físico,
com finalidade de avaliar a resposta clínica, hemodinâmica, eletrocardiográfica e
metabólica ao esforço. Essa avaliação permite detectar isquemia miocárdica, arritmias
cardíacas, distúrbios hemodinâmicos esforço-induzidos, avaliar capacidade funcional,
avaliar diagnóstico e prognóstico das doenças cardiovasculares, prescrever exercícios
(NEGRÃO & BARRETO, 2005).
Recentemente, demonstramos correlação entre a velocidade atingida no teste de
esforço e o consumo de oxigênio em ratos (RODRIGUES et al., 2007). Vale lembrar
49
que o consumo de oxigênio representa hoje não só um indicador de performance, mas
um marcador prognóstico em cardiopatas (MYERS et al., 1998; ARMOSTRONG et al.,
2005). No presente estudo o teste de esforço máximo foi realizado no início e ao final
do protocolo e não houve diferenças significantes entre os grupos adultos saudáveis
(grupo CS). No entanto, os grupos de ratas velhas apresentaram uma piora nesse
parâmetro quando comparado com os grupos de ratas adultas. De fato, um estudo
verificou que a atividade da citrato sintase no tecido muscular de ratos velhos (27 meses
de idade) estava reduzida quando comparados a ratos adultos, o que sugere redução da
capacidade oxidativa neste animais (SONG et al., 2009). Adicionalmente, um estudo
realizado por Chaves et al. (2009) demonstrou que ratas velhas submetidas a privação
dos hormônios ovarianos que foram submetidas a um teste de esforço em piscina
tiveram pior desempenho quando comparada ao grupo jovem.
Avaliação cardiovascular
Na literatura observa-se que em animais de experimentação machos não ocorrem
mudanças na pressão arterial durante o processo fisiológico do envelhecimento. Um
estudo realizado com ratos machos velhos não evidenciou diferença significante nos
valores de pressão arterial entre os grupos sedentário e treinado (DE ANGELIS et al,
1997). Em ratos machos jovens e velhos, foram avaliados os parâmetros
hemodinâmicos, entre eles a pressão arterial, e também não houve diferenças
significantes induzidas pelo envelhecimento (IRIGOYEN et al, 2000).
Nossos resultados demonstraram que o envelhecimento per se alterou os valores
de pressão arterial diastólica. Esse dado corrobora com dados de Gangula et al. 2002
que demonstraram que as ratas velhas (16-18 meses de idade) tinha maiores valores de
pressão média em relação as femêas adultas ooforectomizadas (3 meses de idade). Além
disso, neste mesmo estudo o grupo de ratas velhas que foi submetido a privação dos
50
hormônios teve aumento adicional desses valores de pressão arterial como observado
por nos no presente estudo no que se refere a PAS. A ooforectomia induz aumento da
PA em fêmeas adultas submetidas à privação dos hormônios ovarianos (HERNANDEZ
et al., 2000; IRIGOYEN et al., 2005; FLUES et al., 2010), o que também foi
confirmado no presente trabalho. Além disto, vale destacar que de fato alguns estudos
têm associado à privação dos hormônios ovarianos ao aumento da pressão arterial e a
ocorrência de eventos cardiovasculares em mulheres (STAESSEN et al., 1989;
STAESSEN et al., 1997; WEISS, 1972),
O aumento da PA pode estar associado a alterações em seus mecanismos de
regulação (IRIGOYEN et al., 2005). Neste sentido, o envelhecimento por si só induz
mudanças no controle barorreflexo da frequência cardíaca. Um estudo demonstrou que
24% das mulheres com mais de 40 anos de idade apresentavam uma marcante
diminuição na sensibilidade barorreflexa em relação a mulheres jovens (LAITINEN et
al., 1998). O declínio da sensibilidade barorreflexa foi documentado em animais de
experimentação e humanos (ver revisão WICHI et al., 2009). Experimentos conduzidos
pelo nosso grupo demonstram que ratos velhos exibiram prejuízo na sensibilidade do
controle barorreflexo da frequência cardíaca (IRIGOYEN et al., 2000; WICHI et al,
2009).
A sensibilidade barorreflexa é uma excelente medida da função autonômica.
Além disso, o prejuízo no controle reflexo da circulação comandado pelos
pressorreceptores tem sido reconhecido também como um importante preditor de risco
após evento cardiovascular (LA ROVERE et al.,1998). Estudos em mulheres pré-
menopausa apresentam resultados conflitantes em relação à influência do ciclo
menstrual e da ação dos hormônios ovarianos na sensibilidade barorreflexa,
demonstrando inalteração da sensibilidade barorreflexa nas diferentes fases do ciclo
51
menstrual de mulheres (COOKE et al., 2002), aumento da sensibilidade deste reflexo
em mulheres na fase luteínea quando comparada à fase folicular (MINSON et al., 2000)
e maior resposta do barorreflexo em mulheres na fase folicular quando comparada à
fase luteínea (TANAKA et al., 2003). Já em mulheres pós-menopausa foi evidenciada
redução da sensibilidade barorreflexa, associada à elevação pressão arterial e ao
aumento da incidência de doenças cardiovasculares (HUNT et al., 2001).
Os resultados do presente estudo evidenciaram piora na função dos
pressoceptores do grupo de ratas adultas somente para resposta taquicárdica, esses
dados corroboram com dados do nosso grupo previamente publicados (FLUES et al.,
2010). No entanto, nossos achados são inovadores no que se refere às adaptações da
SBR ao envelhecimento e a ooforectomia em fêmeas, evidenciando que o
envelhecimento induziu prejuízo nas respostas bradicárdicas e taquicárdicas da
frequência cardíaca a alterações da PA e que esse prejuízo foi exacerbado nas ratas
velhas que foram submetidas a privação dos hormônios ovarianos. Considerando que o
barorreflexo exerce atividade tônica sobre a atividade simpática, é possível que o
prejuízo no neste reflexo esteja associado ao aumento da PAD no grupo VC em relação
ao grupo CS, bem como ao aumento adicional da PAS no grupo VOS em comparação
ao grupo OS.
No envelhecimento o prejuízo da sensibilidade dos pressorreceptores tem sido
associado com alterações na complacência arterial, mudanças na integração autonômica
central, redução do eferência vagal e diminuição na densidade dos receptores do nodo
sinoatrial muscarínicos (ITOH & BUNAG, 1992; DAUCHOT & GRAVENSTEIN,
1971.; BRODDE et al., 1998).
52
Avaliação do estresse oxidativo
Além disto, a redução da biodisponibilidade do NO pode gerar o aumento de
estresse oxidativo, o que propriamente pode ser considerado como um potencial
mecanismo que pode estar envolvido na disfunção dos pressorreceptores,
(CHOWDHARY et al., 2000; DE ANGELIS et al., 1999), e dessa forma, alterar a
distensibilidade arterial (KASSIS & AMTORP, 1987), bem como, o seu efeito direto ou
do ânion superóxido pode mudar o estímulo dos pressorreceptores, influenciando os
valores de PA (LI et al., 1996; SHULTZ & USTINOVA, 1998). Neste sentido, é
possível que o aumento da lipoperoxidação de membrana no tecido renal das ratas
velhas possa estar associado ao aumento da PAD observadas nesses animais.
No presente estudo foi observado que a privação dos hormônios ovarianos
induziu aumento da lipoperoxidação de membranas, avaliado pelo TBARS, nos tecidos
cardíaco, muscular e renal. Esses dados corroboram com dados de Barp et al. (2002), no
qual ratas castradas tiveram aumento lipoperoxidação em tecido cardíaco. Em um
estudo realizado de Hernándes et al. (2000), observou-se em modelo animal
oforectomizado que a falta de estrogênios apresentou induziu o aumento de estresse
oxidativo e baixa disponibilidade de óxido nítrico. De forma semelhante, em mulheres
na pós menopausa foi verificado aumento da lipoperoxidação mesmo com aumento dos
níveis de estrogênios (ACKAY, 2000).
De fato, a privação dos hormônios sexuais leva a danos oxidativos, que pode estar
ligado a diminuição das defesas antioxidantes. Um estudo demonstrou que apenas 7 dias
de ooforectomia em modelo experimental induziu aumento de 20% na lipoperoxidação
cardíaca e diminuição de 29% na atividade da enzima antioxidante SOD quando
comparadas aos seus controles (BARP et al., 2002).
53
Os menores valores de lipoperoxidação de membrana em ratas saudáveis em
comparação às ratas ooforectomizadas ou ratos machos parece ter relação com as
propriedades antioxidantes dos estrogênios e sua ação regulatória sobre enzimas
antioxidante (ARNAL et al., 1996; BARBACANNE et al., 1999). O aumento da
lipoperoxidação de membranas pode ser explicada pelo seqüestro do hidrogênio do
ácido graxo poli-insaturado localizado na membrana celular culminando na perda da
seletividade de troca iônica e liberação do conteúdo de organelas, além da formação de
produtos tóxicos a célula ocasionando sua morte (HERSHKO, 1989).
No presente estudo foi observado diminuição na atividade da GPx no tecido
muscular nos grupos com privação dos hormônios ovarianos (OS e VOS), bem como
redução desta enzima no tecido cardíaco no grupos somente no grupo VOS em relação
aos grupos VS e OS. A GPx, pode ser considerada uma das principais enzimas que
fazem parte das defesas antioxidantes primárias (MILLS, 1957; MILLS, 1960). Dessa
forma, pode-se pontuar que a família das glutationas peroxidases (GPx) são capazes de
remover o peróxido de hidrogênio, acoplando sua redução à água com a oxidação da
glutationa reduzida (GSH) (balanço redox). Massafra e colaboradores (2000)
demonstraram que mulheres durante o ciclo menstrual apresentavam aumento da
atividade da enzima GPx (entre a fase folicular e lútea) no período do pico de estradiol
(não sendo observado diferenças significativas na CAT e SOD), sugerindo que a
produção de estradiol pelos ovários durante o ciclo hormonal pode ter um papel
importante nas variações da atividade das enzimas antioxidantes durante o ciclo
menstrual.
A CAT é outra importante enzima antioxidante que remove peróxido de hidrogênio.
No presente estudo, interessantemente a CAT no tecido muscular estava aumentada nos
grupos VC, OS e VOS em relação ao grupo CS. Tal fato poderia ser explicado como um
54
mecanismos compensatório a redução observada na GPx nesse tecido, já que ambas
enzimas competem pelo mesmo substrato (peróxido de hidrogênio). De fato resultados
semelhantes foram observados no músculo grande dorsal de ratos diabéticos (De
Angelis et al, 2000). Além disso, a concentração da CAT estava reduzida no tecido
cardíaco do grupo OS comparado aos grupos controles e no tecido renal em ambos os
grupos ooforectomizados, o que poderia estar associado ao prejuízo do barorreflexo e ao
aumento da PA observados nesta condição.
Além da redução da GPx no tecido cardíaco exclusivamente no grupo VOS, a SOD
no tecido renal mostrou-se diminuída somente no grupo VOS, o que sugere que o
envelhecimento possa estar associado a prejuízo adicional nas defesas antioxidantes.
Tais alterações podem colaborar no prejuízo adicional hemodinâmico e na SBR
observado nas ratas velhas ooforectomizdas em comparação as ratas adultas
ooforectomizadas observado no presente estudo.
5. 2 PROTOCOLO 2
Avaliação metabólica
Recentes trabalhos de nosso grupo demonstraram que o treinamento físico
induziu redução do peso corporal, da pressão arterial e da freqüência cardíaca
associados à melhora do reflexo barorreceptor em ratas adultas ooforectomizadas
(IRIGOYEN et al., 2005), além de promover em ratas adultas diabéticas
ooforectomizadas melhora cardiovascular e autonômica acompanhada de redução da
mortalidade (SOUZA et al., 2007). Recentemente evidenciamos também melhora
cardiovascular e autonômica em ratas espontaneamente hipertensas treinadas quando
comparadas aos seus pares sedentários (SANCHES et al., 2012). Baseados nestes dados
previamente publicados neste protocolo foram avaliados os efeitos metabólicos,
cardiovasculares do treinamento físico dinâmico em ratas velhas ooforectomizadas.
55
Nossos resultados principais neste estudo evidenciam redução dos triglicérides, da
pressão arterial, bradicardia de repouso, melhora da SBR, redução da lipoperoxidação
de membrana e aumento de enzimas antioxidantes nos tecidos cardíaco, renal e
muscular.
Após o advento da menopausa é comum se observar na mulher a redução da
massa corporal magra, da taxa metabólica de repouso, o aumento dos depósitos de
gordura corporal, dislipidemia e resistência à insulina, alterações que têm sido
associadas à maior incidência de doenças cardiovasculares (SOWERS E PIETRA,
1995; HERNÁNDEZ et al., 2000; TEIXEIRA et al., 2003; PEIXOTO et al., 2006). Por
outro lado, trabalhos têm mostrado que o treinamento físico pode ser uma abordagem
favorável para redução e/ou controle do aumento de peso corporal, tanto em humanos
(BOUCHARD, 2003; SHANGOLD, 1990; TEIXEIRA et al., 2003) quanto em animais
de experimentação (DE ANGELIS et al., 1997; MELO et al., 2003).
Latour e colaboradores (2001) avaliaram o efeito do treinamento físico em
ratas ooforectomizadas e não verificaram redução do peso corporal. No presente estudo,
o treinamento físico em ratas velhas não induziu alterações no ganho de peso corporal
do grupo VOT. Todavia, dados anteriores de nosso laboratório mostram redução do
ganho de peso corporal em ratas adultas ooforectomizadas após 8 semanas de
treinamento físico (IRIGOYEN et al., 2005; FLUES et al., 2010). É possível que o fato
de termos trabalhado somente com ratas velhas no protocolo 2, os quais já haviam tido
grande ganho de peso, e, portanto, estavam em uma fase de menor ganho de peso que os
animais adultos Wistar, possa ter contribuído para não terem sido observadas diferenças
no peso corporal entre os grupos treinados e sedentários ao final do protocolo.
56
Nossos resultados mostram que a medida da glicemia realizada ao final do
protocolo não foi diferente entre os grupos VOS e VOT. Entretanto, a concentração
sanguínea de triglicerídeos medida nesse período foi significativamente maior nos
grupos de ratas velhas (VC e VOS, protocolo 1). O treinamento físico foi eficiente em
atenuar o aumento da concentração sanguínea de triglicerídeos no grupo VOT.
O exercício físico regular também promove melhora no perfil lipídico. Existe
evidência de que indivíduos que praticam atividade física exibem concentrações mais
baixas de colesterol total e de LDL-colesterol do que aqueles inativos. Com base na
frequência de alterações relatadas, o HDL-colesterol e os triglicérides têm uma maior
resposta ao exercício físico regular do que o colesterol total e LDL-colesterol, ou seja,
aumenta a concentração de HDL-colesterol, enquanto diminui a concentração de
triglicérides (DURSTINNI et al., 2000). Estudos anteriores do nosso laboratório
evidenciaram redução na concentração sanguínea de glicose e triglicerídeos e atenuação
da resistência à insulina em ratas SHR ooforectomizadas tratadas com frutose
submetidas a 8 semanas de treinamento físico aeróbio (SANCHES et al., 2012).
Corroborando nossos achados, em um estudo recente Wegge et. al. (2004)
demonstraram que os exercícios aeróbios diários associados a uma dieta rica em fibras e
com baixo conteúdo de lipídios melhoraram os perfis metabólicos e lipídicos, reduziram
a inflamação e as moléculas de adesão em 20 mulheres menopausadas. De forma
semelhante, um estudo que avaliou mulheres pré e pós menopausa e homens observou
que o treinamento físico associado com a dieta teve resultados favoráveis na
concentração plasmática de LDL-colesterol quando comparado ao grupo controle,
mesmo sem alteração do peso corporal (STEFANICK et al., 1998). Além disto, Latour
et al. (2001) encontraram resultados de melhora metabólica na resposta à insulina
através da estimulação por teste de injeção de glicose após treinamento físico de oito
57
semanas em ratas ooforectomizadas. Dessa forma, nosso estudo em associação com
dados já publicados reforçam o papel do treinamento físico após a privação dos
hormônios ovarianos na atenuação das disfunções no perfil lipídico, mais prevalentes
em mulheres menopausadas (SOWERS e PIETRA, 1995; MOSCA et al., 2004), mesmo
em ratas velhas.
Avaliação da capacidade funcional
A avaliação da capacidade física foi realizada no início e ao final do protocolo 2.
O teste de esforço inicial demonstrou não haver diferença na capacidade física entre os
grupos VOS e VOT. Já o teste de esforço final evidenciou melhora na capacidade física
do grupo que foram submetidos ao protocolo de treinamento físico. Recentemente, foi
demonstrado por nosso grupo que se pode estimar o VO2máx, ou seja, o transporte,
consumo e utilização de oxigênio ao nível alveolar, a partir dos resultados do teste de
esforço máximo utilizando-se a equação de regressão linear entre VO2máx e teste de
esforço. Além disso, diferenças de desempenho físico podem ser detectadas pelo teste
de esforço uma vez que a velocidade máxima obtida no teste de esforço foi
correlacionada com o VO2 máx em ratos machos saudáveis (RODRIGUES et al., 2007).
De fato, um estudo piloto em ratas fêmeas ooforectomizadas também demonstrou
relação entre VO2 e velocidade do teste de esforço (dados não publicados). Vale
salientar que a medida do VO2máx tem sido amplamente utilizada na prática clínica no
diagnóstico de doenças pulmonares e cardiopatias, principalmente a insuficiência
cardíaca para a melhor orientação e classificação funcional dos sujeitos (ARMSTRONG
et al., 2005).
Homens e mulheres submetidos ao treinamento físico de 6 meses obtiveram
melhora de 13% na capacidade de exercício demonstrado pela melhora do VO2 max
(DELEY, PICARD & TAYLOR , 2009). Na literatura, a melhora da capacidade física
58
tem sido considerada um marcador da eficiência do protocolo de treinamento físico,
sendo um achado comum pós treinamento em ratos controles, diabéticos, velhos,
infartados e hipertensos (DE ANGELIS et al., 1997; DE ANGELIS et al., 1999; DE
ANGELIS et al., 2000; MUSCH, et al., 1989; MELO et al., 2003), bem como em
humanos saudáveis (BLAIR et al., 1989), homens hipertensos (KOKKINOS et al.,
1995) e em indivíduos pós-infarto do miocárdio (LA ROVERE et al., 2002). Dados
anteriores de nosso grupo evidenciam melhora da capacidade física em ratas
ooforectomizadas (IRIGOYEN et al., 2005), diabéticas por estreptozotocina (SOUZA et
al., 2007) ou SHR (SANCHES et al., 2012) após oito semanas de treinamento físico.
Resultados semelhantes foram obtidos em mulheres pré-menopausa (GREEN et al.,
2002), menopausadas sem (GREEN et al., 2002; KIRWAN et al., 2003; IRVING et al.,
2003; AIELLO et al., 2004) e com reposição hormonal (GREEN et al., 2002;
TEIXEIRA et al., 2003). Protocolos com dieta e treinamento físico, realizando ou não a
reposição hormonal, também evidenciaram melhora de capacidade física (STEFANICK
et al.,1998).
Dessa forma, baseado nos resultados de melhor desempenho no teste de esforço
no grupo treinado em relação ao seu par sedentário, somado aos dados publicados em
modelos animais e humanos que utilizaram este método, pode-se concluir que o
protocolo de treinamento físico aplicado às ratas ooforectomizadas velhas no presente
trabalho foi eficaz em promover melhora da capacidade física.
Avaliação cardiovascular
Além dos benefícios nos perfil lipídico e na capacidade física, estudos reforçam
as evidências dos benefícios do treinamento físico sobre parâmetros cardiovasculares e
indicam esta aboradagem não farmacológica como parte do tratamento de portadores de
59
hipertensão (ACSM, 2004; MOSCA et al., 2004; PEDERSEN & SALTIN, 2006;
NCEP, 2001; WHELTON et al., 2002). Neste protocolo avaliamos alterações na pressão
arterial e na sensibilidade barorreflexa em ratas velhas submetidas à privação dos
hormônios ovariano.
Recentemente, em nosso grupo foi verificada redução da pressão arterial média
em ratas ooforectomizadas treinadas associada com redução do estresse oxidativo
(IRIGOYEN et al., 2005). Essa redução da pressão arterial a níveis de normalização
também tem sido documentada em humanos hipertensos treinados (WHELTON et al.,
2002; KOKKINOS et al., 1995). Todavia, vale destacar que nem todos os estudos
demonstram diminuição da PA em mulheres menopausadas após treinamento físico (ver
revisão de ASIKAINEN et al., 2004). Swift et el. (2012) verificaram em mulheres na
pós-menopausa que realizaram diferentes intensidades de treinamento aeróbio não
apresentaram mudanças na pressão arterial sistólica e diastólica em nenhuma das
intensidades ao final do protocolo de 6 meses. Em mulheres normotensas pós
menopausa, que participaram de um protocolo de treinamento físico durante 15 semanas
(~65% do consumo máximo de oxigênio) foi observada redução da PA (ASIKAINEN et
al., 2004). Resultados de redução da pressão arterial em mulheres pré e pós menopausa
na presença ou não de terapia de reposição hormonal foram descritos por Green e
colaboradores (2002) após treinamento físico com intensidade de 60% do VO2 de pico,
apontando para a redução da resistência periférica como mecanismo principal para a
redução da pressão arterial.
No presente estudo observou-se redução na pressão arterial média nas ratas
ooforectomizadas velhas treinadas. Alguns mecanismos que podem ser diretamente
ligados à redução da pressão arterial em humanos hipertensos treinados, e que poderiam
ocorrer em ratas ooforectomizadas velhas treinadas, são a redução do débito cardíaco
60
(HAGBERG et al., 1989) e/ou da resistência periférica total (JENNINGS et al., 1991).
Gava et al., (1995) demonstraram redução da PA associada à redução do débito cardíaco
em machos SHR. A diminuição do débito cardíaco neste estudo foi relacionada
bradicardia de repouso no grupo SHR treinado. De fato, bradicardia de repouso, tem
sido utilizada como um marcador cardiovascular da eficácia do treinamento físico.
Vários estudos têm demonstrado bradicardia de repouso em ratos machos normotensos
jovens (NEGRÃO et al., 1992a), ou velhos (DE ANGELIS et al., 1997), em
camundongos (DE ANGELIS et al, 2004) e em humanos (FRICK, 1967; KATONA et
al., 1982) e ratas ooforectomizadas (IRIGOYEN et al., 2012) treinados. Neste aspecto
no presente estudo evidenciamos bradicardia de repouso pós-treinamento no grupo
VOT, o que poderia contribuir para a redução da PA observada neste grupo.
Além da redução da pressão arterial e da bradicardia, o treinamento físico por 8
semanas induziu melhora na sensibilidade dos pressorreceptores nas ratas velhas
submetidas à privação dos hormônios ovarianos (VOT), evidenciadas por melhora das
respostas taquicárdicas e bradicárdicas desencadeadas pelos pressorreceptores. Estudos
realizados em humanos (BARNEY et al., 1988; MC DONALD et al., 1993;
O´SULLIVAN et al., 2000) e animais (BEDFORD E TIPTON 1987; NEGRÃO et al.,
1992b; BRUM et al., 2000; SOUZA et al., 2007, HARTHMANN et al., 2007;
IRIGOYEN et al, 2005) têm detectado importantes modificações no arco reflexo
pressorreceptor após um período de treinamento físico em normotensos, hipertensos,
diabéticos, machos ou fêmeas ooforectomizadas. Davy et al. (1996) demonstrou que
mulheres fisicamente ativas na pós menopausa apresentaram melhora da sensibilidade
dos pressorreceptores índices elevados de variabilidade da frequência cardíaca
comparadas com mulheres menos ativas, podem indicar um possível mecanismo
protetor da atividade física em mulheres na pós menopausa. Em um estudo de nosso
61
grupo evidenciou-se melhora da sensibilidade barorreflexa tanto para a bradicardia
quanto para a taquicardia em ratas ooforectomizadas treinadas (IRIGOYEN et al.,
2007). Portanto, neste trabalho confirmamos o papel positivo do treinamento físico na
sensibilidade barorreflexa na associação de privação dos hormônios ovarianos ao
envelhecimento. Contudo, os mecanismos que norteiam a normalização do controle
barorreflexo após o treinamento físico não são totalmente conhecidos.
Entre os mecanismos associados estão a redução da atividade nervosa simpática
(BRUM et al., 2000) e a melhora no balanço simpato-vagal cardíaco (SANCHES et al.,
2012). O envelhecimento por si só altera o balanço simpato-vagal, com efeitos similares
que os atribuídos a menopausa, por outro lado a menopausa cirúrgica é um modelo
funcional independente da idade e de disfunções metabólicas (MERCURO et al.; 2000).
É necessário ressaltarmos que a melhora da sensibilidade dos pressorreceptores
normalmente vem acompanhada de uma importante resposta fisiológica de diminuição
da pressão arterial em repouso, sugerindo que o balanço autonômico está sendo
restabelecido (HAGBERG et al., 2000).
Além de alterações na eferência deste reflexo, é consenso que a via aferente e a
integração central do barorreflexo arterial são cruciais no desencadeamento dos ajustes
neurovasculares sobre a pressão arterial. Entretanto, não podemos excluir a
possibilidade de que a melhora desse reflexo esteja associada a outras alterações nos
componentes centrais do ramo barorreflexo. Neste aspecto, Pan et al. (2007) verificaram
que o treinamento físico preveniu a disfunção barorreflexa provocada pela
administração central de angiotensina II em ratos previamente saudáveis.
Especificamente na hipertensão arterial, Felix et al. (2007) observaram recentemente
que o treinamento físico normaliza os elevados níveis centrais de RNA mensageiro do
angiotensinogênio em ratos espontaneamente hipertensos. Esses autores sugerem que a
62
normalização dos níveis do RNA mensageiro do angiotensinogênio pode ser um
possível mecanismo relacionado à melhora do controle barorreflexo arterial observado
na hipertensão arterial após o treinamento físico. Adicionalmente, Kishi et al. (2003)
demonstraram que o aumento na produção de óxido nítrico sintase endotelial na região
do bulbo ventrolateral rostral melhorava o controle barorreflexo da freqüência cardíaca
de ratos espontaneamente hipertensos.
A disfunção barorreflexa também já foi associada a deficiência na condução das
informações levadas ao núcleo do trato solitário (ANDERSEN & YANG, 1989). Por
outro lado, Brum et al. (2000) evidenciaram que a melhora na sensibilidade barorreflexa
da FC em machos SHR treinados estava relacionada ao aumento significativo na
sensibilidade do nervo depressor aórtico, ou seja, na melhora da aferência desse
mecanismo. Alterações na complacência arterial podem alterar a aferência do
barorreflexo. Segundo o conceito mecâno-elástico aplicado sobre os barorreceptores,
quanto maior a complacência vascular sob a mesma pressão de pulso, maior será a
ativação dos pressorreceptores (KIRCHHEIM, 1976) e, portanto melhora o controle
barorreflexo arterial.
Relacionado a este paradigma, o treinamento físico tem se mostrado eficaz em
aumentar a complacência vascular tanto em ratos (KINGWELL et al., 1997) como em
humanos saudáveis (CAMERON & DART, 1994) e, mais especificamente, em ratos
geneticamente hipertensos (ULRIKA et al., 2004). Assim, é possível sugerir que após o
treinamento físico, a complacência arterial estaria melhorada nos leitos vasculares,
incluindo as artérias aorta e carotídeas, aprimorando a transdução mecânica dos
pressorreceptores e, conseqüentemente, o controle barorreflexo arterial. Nesse sentido,
Bertagnolli et al. (2006) demonstraram, em ratos espontaneamente hipertensos, que
após 10 semanas de treinamento físico ocorria uma expressiva melhora no estresse
63
oxidativo da artéria aorta, possivelmente, aumentando a sua complacência. Além disso,
esses autores (BERTAGNOLLI et al., 2006) observaram associação direta entre a
diminuição no estresse oxidativo e o aumento no controle barorreflexo da frequência
cardíaca desses animais. Recentemente demonstramos também melhora da sensibilidade
barorreflexa associada a redução do estresse oxidativo e aumento das enzimas
antioxidativas (IRIGOYEN et al., 2005). Outros estudos abordam redução de estresse
oxidativo como forma de alteração benéfica da sensibilidade barorreflexa, atuando no
aumento da biodisponibilidade do óxido nítrico, que em mulheres pós menopausa pode
estar comprometido devido a privação dos hormônios ovarianos (HERNANDEZ et al.,
2000; MULLAN et al., 2002).
Avaliação de estresse oxidativo
O treinamento físico tem mostrado que é eficaz em diminuir o estresse oxidativo
em diversas doenças cardiovasculares provavelmente relacionado com o aumento das
defesas antioxidantes (FUKAI et al., 2000; RAMIRES & JI., 2001; RUSH et al., 2003,
IRIGOYEN et al., 2005; BERTAGNOLLI et al 2006, 2008). Sabe-se que a
lipoperoxidação de membranas está associada ao aumento da morbidade cardiovascular
em indivíduos velhos (PATRICO et al., 2002), com diabetes (LIGUORI et al., 2001),
está associado à IC (WEITZ et al., 1991; DIAZ-VELEZ et al., 1996) e à mulheres no
pós-menopausadas (GAGO-DOMINGUES et al.,2005). Vale ressaltar que a
lipoperoxidação de membranas se inicia com a reação do hidrogênio do ácido graxo
poliinsaturado da membrana celular com a ERO, promovendo, dessa forma, a perda da
seletividade na troca iônica, liberação do conteúdo de organelas e formação de produtos
citotóxicos culminando em muitos casos com a morte celular (HERSHKO, 1989).
Portanto, pode-se sugerir que quando há diminuição da lipoperoxidação de membranas
há menos danos para a célula. Além disto, em ratos velhos que realizaram treinamento
64
físico foram observadas melhora nas avaliações de estresse oxidativo (TBARS) quando
comparadas a ratos machos adultos (DE ANGELIS et al., 1997).
Alguns autores já demonstraram que o treinamento físico pode reduzir a
lipoperoxidação de membranas cardíaca em modelos de menopausa (IRIGOYEN et al.,
2005; BRITO, 2008; HEREEN, 2008), mas nem todos apresentaram efeitos uniformes
nas adaptações de enzimas antioxidantes cardíacas. Nesse ponto já foi demonstrado que
o treinamento físico promoveu: aumento da atividade da SOD sem alteração da CAT e
GPx em ratas OVX (IRIGOYEN et al., 2005); aumento da concentração da CAT, sem
alteração da SOD e GPX em ratas OVX normotensa e hipertensas submetidas ao
consumo crônico de frutose (BRITO, 2008); aumento da atividade da SOD sem
alteração da concentração da CAT em camundongos OVX; e aumento da atividade da
SOD com aumento da atividade da CAT em camundongos OVX Knockout do receptor
LDL (HEREEN, 2008).
Os resultados do presente trabalho mostram que o treinamento físico reduziu a
lipoperoxidação de membranas no grupo VOT em comparação a seu controle nos
tecidos cardíaco, renal e muscular. A enzima GPx apresentou aumento de atividade após
o treinamento físico nos três tecidos avaliados. É provável que a redução da
lipoperoxidação de membranas nesse grupo tenha ocorrido pelo aumento da ação da
GPx na redução de peróxidos orgânicos (CHANCE et al., 1979, REED, 1990).
Confirmando em parte os resultados do presente estudo, previamente nosso grupo
demonstrou que 8 semanas de treinamento físico aeróbio em ratas adultas OVX foi
capaz de diminuir a lipoperoxidação de membranas cardíaca, porém as enzimas
responsáveis pela detoxificação do peróxido de hidrogênio (CAT) e de hidroperóxidos
orgânicos (GPx) não apresentaram aumento de atividade após o treinamento físico,
somente a enzima SOD aumentou sua atividade (IRIGOYEN et al., 2005). Neste
65
aspecto vale lembrar que a SOD e CAT também estavam aumentadas no tecido renal
das ratas velhas treinadas no presente estudo. Possivelmente o aumento da SOD está
relacionada com a tentativa de diminuir a ação inativadora do ânion superóxido sobre o
NO, aumentada após no envelhecimento e na privação dos hormônios ovarianos
(LAURINDO et al., 1994; MONCADA et al.,1991). De fato, no tecido renal também
foi observado que o estresse oxidativo avaliado por TBARS estava reduzido em ratos
velhos (23 meses de idade) treinados por 6 semanas e a atividade da enzima SOD estava
maior no mesmo grupo quando comparado com o grupo ratos velhos sedentários
(ASGAR et al., 2007).
Por fim, vale salientar que as alterações no perfil oxidativo observadas nos
tecidos renal e cardíaco podem ter colaborado na biodisponibilidade do NO, o que
poderia estar envolvido na redução da PA e na melhora da SBR observada no presente
estudo em ratas velhas ooforectomizadas.
66
6. CONCLUSÕES
Concluindo, os achados do presente estudo demonstram que o envelhecimento
em ratas induziu prejuízo metabólico, na capacidade física e cardiovascular, associado à
redução da SBR e aumento da lipoperoxidação em tecido renal. A privação dos
hormônios ovarianos em ratas promoveu prejuízo cardiovascular e na SBR
(exacerbados pelo envelhecimento), acompanhadas de aumento da lipoperoxidação de
membranas e de uma forma geral prejuízo nas enzimas antioxidantes nos tecidos
cardíaco, renal e muscular. Entretanto, nosso achado mais importante foi o efeito
benéfico do treinamento físico nas ratas velhas submetidas à privação dos hormônios
ovarianos, evidenciado por melhora cardiovascular associada a aumento da SBR,
redução da lipoperoxidação de membranas e aumento das enzimas antioxidantes nos
tecidos avaliados.
Em conjunto, os resultados do presente estudo fornecem evidências
experimentais que podem ajudar no entendimento dos mecanismos envolvidos no
aumento do risco cardiovascular no envelhecimento e no climatério, reforçando o papel
benéfico de uma vida fisicamente ativa no manejo das disfunções cardiometabólicas
nesta fase de vida da mulher.
67
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8. ANEXOS
Anexo 1
Parecer Comitê de Ética em Pesquisa/USJT.
11.2 Artigo in press -Menopause
Anexo 2
Artigo in press – Menopause