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  • 8/18/2019 Efeito Estufa Do Hambúrguer _ Scientific American Brasil _ Duetto Editorial

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     Efeito Estufa do HambúrguerA produção de carne bovina tem custo ambiental negligenciado: libera enormes quantidades de gases que contribuem para oaquecimento global

    Nathan Fiala

    A maioria das pessoas está ciente de que carros, energia elétrica gerada a carvão e até fábricas de cimentoafetam negativamente o meio ambiente. Entretanto, até recentemente o alimento que consumimos nãoentrava na discussão. De acordo com um relatório de 2006 da Organização das Nações Unidas para aAgricultura e a Alimentação (FAO), no entanto, nossos hábitos alimentares, e especificamente a carne danossa dieta, têm gerado mais gases do efeito estufa – dióxido de carbono (CO2), metano, óxido nitroso, eoutros – lançados na atmosfera que o transporte ou a indústria.

    Os gases do efeito estufa aprisionam a energia solar, e assim aquecem a superfície da Terra. Devido ao fatode cada gás do  efeito estufa variar de  potência,  são comumente expressos como uma quantidade de CO2com o mesmo potencial de aquecimento global.

    O  relatório da FAO indica que os atuais níveis de produção de carne contribuem com um percentual entre14% e 22% dos 36 bilhões de  toneladas de “CO2-equivalente” de gases do efeito estufa produzidosanualmente no mundo. Isso significa que produzir cerca de 200 gramas de hambúrguer para um lanche,uma porção de carne com a espessura de 1 cm, libera tanto gás de efeito estufa na atmosfera quantodirigir um carro de 1.360 kg por aproximadamente 16 km.

    Na verdade, a produção de cada alimento que se consome, incluindo vegetais e frutas, incorre em custos ambientais dissimulados: transporte, refrigeração e

    combustível para o cultivo, além de emissões de metano de plantas e animais. Tudo contribui para o acúmulo de gases atmosféricos de efeito estufa. Considere oaspargo: em um relatório preparado para a cidade de Seattle, Daniel J. Morgan, da University of Washington, e seus colaboradores apontaram que cultivar cercade 0,5 kg  desse vegetal no Peru libera o equivalente a 75 gramas de CO2, resultante da aplicação de inseticida e fertilizante, bombeamento de água e utilizaçãode equipamento agrícola pesado com alto consumo de combustível. Para refrigerar e transportar os vegetais até a mesa dos americanos, são gerados outros 125gramas de gases estufa, totalizando 200 gramas de CO2-equivalente.

    Mas isso não é nada comparado à carne. Em 1999, Susan Subak, economista ecológica da University of East Anglia, na Inglaterra, constatou que, dependendodo método de produção, o gado emite entre 156 e 293 gramas de metano por quilograma de carne produzida. Devido ao fato de o metano ter 23 vezes maiscapacidade de aprisionar calor que o CO2, essas emissões são equivalentes à liberação na atmosfera de algo entre 3,6 kg e 6,7 kg de CO2 para 1 kg de carneproduzida.

    A criação de animais também exige uma grande quantidade de alimento por unidade de peso corporal. Em 2003, Lucas Reijnders, da University of Amsterdam, eSam Soret, da Loma Linda University, estimaram que a produção de 1 kg de proteína de carne exige mais de 10 kg de proteína vegetal, com todas as emissõesde gases do efeito estufa que a produção de grãos acarreta. Além disso, fazendas de criação de animais produzem resíduos que dão origem a gases do efeitoestufa.

    Levando em conta todos esses fatores, Susan calculou que produzir 1 kg de carne bovina em confinamento ou em um sistema de alimentação animalconcentrada (Cafo), gera o equivalente a 6,7 kg de CO2. Isso significa que a carne libera 36 vezes mais gás-estufa CO2-equivalente que o emitido pela produçãode aspargos. Mesmo outros tipos comuns de carne não igualam o impacto da carne bovina: calculo que a produção de 1 kg de carne suína gera o equivalente a1,7 kg de CO2, e 1 kg de carne de frango gera apenas 0,55 kg de CO2. O sistema economicamente eficiente de alimentação em confinamento, emboracertamente não seja o método de produção mais limpo em termos de emissão de gases CO2-equivalente, é muito melhor que a maioria: os dados da FAO jácitados sugerem que a média mundial de emissões para a produção de 1 kg de carne bovina, nos moldes tradicionais de criação, é muitas vezes maior que a dacriação confinada.

    Soluções do Problema

    O que pode ser feito? Melhorar o manejo de resíduos e os métodos de criação certamente reduzirá as “pegadas de carbono” da produção de carne. Sistemas decaptura de metano podem permitir que esterco do gado seja utilizado na produção de energia elétrica, mas esses processos ainda são caros para seremcomercialmente viáveis.

    As pessoas também podem reduzir os efeitos da produção de alimentos no clima do planeta. Afinal, até certo ponto nossa dieta é uma questão de escolha. Aooptarmos por melhores alternativas, podemos fazer diferença. Consumir alimentos produzidos na região, por exemplo, reduz a necessidade de transporte,embora alimentos transportados de fazendas próximas, por caminhões, em pequenas quantidades, possam surpreender por economizarem pouco em emissõesde gases do efeito estufa. Além disso, nos Estados Unidos, como nos demais países desenvolvidos, as pessoas poderiam comer menos carne, especialmentebovina.

    Os gráficos a seguir quantificam as conexões entre a produção de carne bovina e gases do efeito estufa em detalhes preocupantes. A lição é clara: devemospensar cuidadosamente sobre como a nossa alimentação está contribuindo para aumentar a emissão de gases do efeito estufa.

    Hambúrgueres ou Tofu?

    O consumo per capita anual de carne bovina varia de 54 kg na Argentina e mais de 41 kg nos Estados

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    Unidos a quase meio quilo na Moldávia, pequeno país do Leste europeu; a média é de cerca de 10 kg porpessoa por ano. As cores dos países e as distorções de suas formas usuais refletem a variação do consumode carne bovina per capita em relação à média mundial. O consumo per capita anual de carne bovina estáaumentando, particularmente na Ásia, devido ao desenvolvimento econômico: como as pessoas têmmaiores rendimentos, compram alimentos que consideram mais apetecíveis. Fonte: fao

    Comer e Dirigir, Uma Comparação Atmosférica

    As emissões de gases do efeito estufa, provenientesda produção de vários alimentos, podem sercomparadas com as de um carro de passageiros agasolina que faz 11,5 km por litro. As emissõesestimadas para a produção de alimentos pressupõemque 1 kg de dióxido de carbono por hectare por anoteria sido absorvido por florestas e outros tipos devegetação se a terra não tivesse sido roçada para oplantio de culturas. Os gases do efeito estufa –dióxido de carbono (CO2) e metano, por exemplo –aprisionam a energia solar e aquecem a superfície daTerra. As quantidades de gases do efeito estufa sãofrequentemente expressas como a quantidade deCO2 que teria a mesma capacidade de aquecimentoglobal, cham ada CO2-equivalente.

    Fontes: Agência de Proteção Ambiental dos EstadosUnidos; Transportation/ Energy Da ta Book, Departamento de Energia dos Estados Unidos, 2008;Seattle Food System Enhancement Project:Greenhouse Ga s Emissions Study.

    O Alto Custo (em Gases do Efeito Estufa) da Carne

    A produção mundial de carne emite mais gases atmosféricos do efeito estufa que todas as formas detransporte ou processos industriais do globo. Com base em dados da Organização das Nações Unidas para aAgricultura e Alimentação (FAO) e da Base de Dados de Emissão para Pesquisa Atmosférica Global, o autorestima que os níveis atuais de produção de carne lançam na atmosfera aproximadamente 6,5 bilhões detoneladas de CO2-equivalente de gases do efeito estufa a cada ano: perto de 18% da emissão anual globalde 36 bilhões de toneladas. Apenas a produção de energia gera mais gases do efeito estufa que a criação degado para alimentação. Fonte: FAO, 2006

    Carne Bovina e Gases do Efeito Estufa

    A maior parte do efeito estufa proveniente daprodução de carne bovina vem da perda de árvores eda cobertura de gramas e outras plantas perenes queabsorvem o CO2 em terras onde culturas dealimentação são semeadas e colhidas. Em segundolugar está o metano liberado pelos dejetos animais epelos próprios animais conforme digerem a comida. Aanálise foi efetuada pela economista ecológica SusanSubak, da University of East Anglia, na Inglaterra.

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