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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: Seminário Aplicado EFEITO DOS ELEMENTOS CLIMÁTICOS NA PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE VACAS LEITEIRAS Diogo Alves da Costa Ferro Orientadora: Dra. Eliane Sayuri Miyagi GOIÂNIA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: Seminário Aplicado

EFEITO DOS ELEMENTOS CLIMÁTICOS NA PRODUÇÃO E

REPRODUÇÃO DE VACAS LEITEIRAS

Diogo Alves da Costa Ferro

Orientadora: Dra. Eliane Sayuri Miyagi

GOIÂNIA

2011

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DIOGO ALVES DA COSTA FERRO

EFEITO DOS ELEMENTOS CLIMÁTICOS NA PRODUÇÃO E

REPRODUÇÃO DE VACAS LEITEIRAS

Seminário apresentado junto à Disciplina

Seminários Aplicados do Programa de

Pós-Graduação em Ciência Animal da

Escola de Veterinária e Zootecnia da

Universidade Federal de Goiás.

Nível: Mestrado.

Área de Concentração:

Produção Animal

Linha de Pesquisa:

Fatores genéticos e ambientais que

influenciam o desempenho dos animais

Orientadora:

Profa. Dra. Eliane Sayuri Miyagi – UFG

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Emmanuel Arnhold - UFG

Dra. Raquel Soares Juliano – Embrapa Pantanal

GOIÂNIA

2011

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS............................................................ iv

LISTA DE FIGURAS........................................................................ v

LISTA DE QUADROS..................................................................... vi

LISTA DE TABELAS....................................................................... vii

1 INTRODUÇÃO................................................................................ 1

2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................... 3

2.1 Homeotermia................................................................................... 3

2.2 Mecanismos de transferência de energia térmica........................... 4

2.3 Efeitos do ambiente sobre a produção de leite............................... 7

2.4 Efeitos do ambiente sobre a composição do leite........................... 12

2.5 Efeitos do ambiente sobre a reprodução......................................... 13

2.6 Aspectos ambientais das edificações.............................................. 16

2.6.1 Cuidados básicos para edificações................................................. 17

2.6.2 Ambiência no curral de espera e na sala de ordenha..................... 19

2.6.3 Ambiência em criações confinadas................................................. 23

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 25

REFERÊNCIAS............................................................................... 26

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LISTA DE ABREVIATURAS

cal - Calorias

FC - Frequência Cardíaca

FR - Frequência Respiratória

FSH - Hormônio Folículo Estimulante

GnRH - Hormônio Liberador de Gonadotrofina

HZ - Holandês/Zebuíno

IMS - Ingestão de Matéria Seca

ITU - Índice de Temperatura e Umidade

LH - Hormônio Luteinizante

mov - Movimentos

PL - Produção de Leite

TBS - Termômetro de Bulbo Seco

TBU - Termômetro de Bulbo Úmido

TCI - Temperatura Crítica Inferior

TCS - Temperatura Crítica Superior

TR - Temperatura Retal

UR - Umidade Relativa

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v

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Representação esquemática simplificada do processo de

termorregulação....................................................................

3

FIGURA 2 Centro termorregulador dos animais homeotérmicos.......... 6

FIGURA 3 TR de vacas leiteiras mestiças ½, ¾ e ⅞ HZ em função do

ITU........................................................................................

11

FIGURA 4 FR de vacas leiteiras mestiças ½, ¾ e ⅞ HZ em função do

ITU........................................................................................

11

FIGURA 5 Associação entre os meses do ano e a taxa de concepção

observada nos animais da raça, Holstein-Frisea..................

15

FIGURA 6 Efeito do ITU na taxa de concepção observada nos

animais da raça, Holstein-Frisea..........................................

15

FIGURA 7 Variação da PL com e sem nebulização na ordenha das 7

e 15 h....................................................................................

22

FIGURA 8 Variação da FR com e sem nebulização na ordenha das

15 h.......................................................................................

22

FIGURA 9 Variação do ITU relativa do ambiente com nebulização e

sem nebulização na ordenha das 15 h.................................

23

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Fórmula de cálculo do ITU.................................................... 9

QUADRO 2 Fórmula de cálculo do declínio absoluto na produção de

leite.......................................................................................

9

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Reação dos animais ao frio e ao calor...................................... 6

TABELA 2 Composição do leite de vacas leiteiras submetidas em

diferentes condições de temperatura........................................

13

TABELA 3 Médias estimadas e erros-padrão da produção de leite em

função do período de coleta e aspersão de água.....................

19

TABELA 4 Valores médios diários das variáveis ambientais registrados

no interior do curral de espera, no turno da manhã e da tarde.

20

TABELA 5 Valores médios dos parâmetros fisiológicos avaliados nos

diferentes tratamentos no turno da manhã e da tarde..............

21

TABELA 6 Avaliação física do ambiente referente aos dois períodos de

estudos......................................................................................

24

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1 INTRODUÇÃO

A produção de leite no Brasil vem aumentando ao longo dos anos com

a utilização de genética de animais europeus, considerados animais mais

produtivos. Entretanto, esses animais são oriundos de clima temperado, fazendo-

se necessário a adoção de práticas de manejo, para fornecer um conforto térmico

quando introduzidos em regiões de clima tropical, com a finalidade de obter bons

índices produtivos.

Quando se fala em produção de leite, sabe-se que o Brasil é um dos

principais produtores mundiais, sendo que em 2009 a produção brasileira de leite

foi de 29,1 bilhões de litros, com um crescimento de 5,6% quando comparado ao

ano de 2008 e comparado aos últimos 10 anos, o país aumentou seu potencial de

produção em 10 bilhões de litros de leite (SCOT, 2010).

A produção de leite sofre bastante influência das condições climáticas,

como elementos e fatores climáticos. Dentre os principais elementos climáticos

estão à temperatura, umidade e radiação solar.

A combinação dos elementos climáticos, como altas temperaturas e

elevadas umidade ou baixas temperaturas são um dos principais responsáveis

pelo estresse térmico em bovinos leiteiros. Em situação de estresse esses

animais adotam modificações fisiológicas e comportamentais para reduzir o efeito

do calor ou do frio, utilizando mecanismos sensíveis e/ou latentes para dissipação

ou ganho de calor, na tentativa de manter sua temperatura corporal dentro dos

limites da zona de termoneutralidade.

Grande parte do território brasileiro é caracterizado por altas

temperaturas e elevada umidade, favorecendo a situação de estresse térmico

pelo calor, ocasionando um baixo desempenho produtivo das vacas leiteiras, uma

vez que esses animais vão reduzir o consumo de alimento, obtendo menor

quantidade de nutriente e por desviar a energia que seria utilizada para produção

de leite para realizar a dissipação de calor corporal. Afetando também a

reprodução, uma vez que o estresse calórico provoca modificações hormonais.

Assim, faz-se necessário conhecer a influência dos elementos

climáticos no desempenho das vacas leiteiras, para utilizar técnicas, instalações e

equipamentos capazes de reverter uma situação de estresse térmico, como a

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adoção de sombrite, ventiladores, nebulizadores ou aspersores, podendo ser

utilizado em curral de espera, sala de ordenha, local de alimentação, sistema de

criação free-stall, entre outros.

Nesse contexto, objetivou-se abordar os aspectos relacionados aos

efeitos dos elementos climáticos sobre a produção e reprodução de vacas

leiteiras, bem como os aspectos ambientais das edificações rurais.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Homeotermia

As vacas leiteiras, assim como todos os demais ruminantes, são

classificadas como animais homeotérmicos, apresentando mecanismos

fisiológicos que se destinam a manter a temperatura corporal dentro dos limites

da termoneutralidade ou zona de conforto térmico (BAÊTA & SOUZA, 2010).

Os limites da termoneutralidade são determinados pela faixa de

temperatura ambiental, que abrange desde a temperatura crítica inferior (TCI) até

a temperatura crítica superior (TCS), com a constante manutenção da

temperatura corporal dos animais, com mínimos esforços dos mecanismos

fisiológicos. Dentro da zona de termoneutralidade, existe uma faixa térmica para o

ótimo desempenho e saúde das vacas leiteiras (faixa A), onde os animais estão

livres de estresse térmico e suas funções fisiológicas e comportamentais estão

normais. A faixa B próxima a TCI significa o início de um estresse pelo frio,

quando próxima a TCS caracteriza um início de estresse pelo calor, mas ambas

com utilização de mecanismos fisiológicos e comportamentais para manter a

homeotermia. Valores de temperatura abaixo da TCI e superior da TCS

ocasionam estresse pelo frio e estresse pelo calor respectivamente (Figura 1)

(VILELA, 2008).

FIGURA 1 – Representação esquemática simplificada

do processo de termorregulação. Fonte: Adaptado de SILVA (2000).

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A zona de termoneutralidade dos bovinos depende de alguns fatores

como raça, idade, condições fisiológicas, produção, clima, entre outros

(AZEVEDO et al., 2005).

Quando se compara raças, a faixa de termoneutralidade para bovino

europeu adulto pode ser registrada de -10º C para TCI e 27º C de TCS, com a

faixa ótima entre -1 a 16º C. Quando se trabalha com bovino zebuíno adulto, a

TCI gira em torno de 0º C e a TCS de 35º C, com a faixa de ótimo desempenho

entre 10 a 27º C (FERREIRA, 2005; PEREIRA, 2005).

À medida que a temperatura ambiente ultrapassa a temperatura crítica

do animal, seja inferior ou superior, o bovino entrará em estresse térmico,

ocasionando alterações comportamentais, fisiológicas, afetando a produção e a

reprodução (PERISSINOTTO et al., 2006).

2.2 Mecanismos de transferência de energia térmica

Independente do tipo de estresse sofrido, as vacas leiteiras buscam

manter a homeotermia por meio de processos de transferência de energia

térmica, seja pelos mecanismos sensíveis (condução, convecção e radiação) ou

latentes (evaporação) (ALMEIDA et al., 2010).

Condução é o processo de transferência de energia térmica entre

corpos ou partes de um mesmo corpo. Essa movimentação de energia ocorre no

sentido de alta energia para baixa energia, de uma zona de alta temperatura para

outra de menor temperatura. Para que essa movimentação ocorra é necessário o

contato direto entre as superfícies dos corpos envolvidos (SILVA, 2000).

Convecção é uma forma sensível de transferência de energia térmica

que envolve um fluido (gasoso ou líquido) e uma superfície sólida. A transferência

de calor ocorre por meio do movimento convectivo do ar ou fluido, de um ponto

com maior temperatura para outro de menor temperatura ocorrendo à remoção do

calor do corpo aquecido (BAÊTA & SOUZA, 2010).

Radiação é o processo pelo qual as superfícies mais quentes emitem

calor na forma de ondas eletromagnéticas (MACARI et al., 2004). Ocorrendo a

transferência de energia de um corpo a outro. A quantidade de radiação emitida

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depende do material, constituição e temperatura. Qualquer superfície cuja

temperatura esteja acima do zero absoluto (-273,15º C) emite radiação (SILVA,

2000).

A perda de calor por evaporação pode ocorrer via respiração ou

cutânea, sendo bastante influenciada pela umidade relativa do ar. Situações de

altas temperaturas e elevada umidade dificulta a dissipação de calor via

respiração, pois o ar já está com grande quantidade de água, ocasionando uma

menor quantidade de evaporação e em conseqüência gerando maior estresse

térmico pelo calor (PERISSINOTTO et al., 2007a).

A evaporação via respiração ocorre em ambientes com altas

temperaturas, com o aumento da frequência respiratória (FR) e, com a ofegação,

eliminam água para o ambiente, onde um grama de água evaporada representa

uma eliminação de 585 calorias (cal), sendo considerado um método bastante

eficiente de dissipação de calor. A evaporação cutânea pode ocorrer pela ação

das glândulas sudoríparas ou por meio da perspiração insensível. As glândulas

sudoríparas são fundamentais na dissipação de calor para os animais,

apresentando-se em maior volume nos bovinos zebuínos quando comparados

aos europeus, o que garante uma maior adaptação ao calor. A dissipação de

calor via perspiração insensível refere-se à difusão da água por meio da

epiderme, onde a água se difunde entre as células e caminha para a camada

superficial, auxiliando na dissipação de calor (FERREIRA, 2005).

Com a utilização dos mecanismos sensíveis e latentes, alterações

comportamentais e metabólicas, as vacas leiteiras são capazes de perder calor

(termólise) ou ganhar calor (termogênese), assim controlando sua temperatura

fisiológica (BARBOSA et al., 2004).

A temperatura fisiológica é controlada pelo centro termorregulador,

situado logo abaixo de cérebro, no hipotálamo, sendo responsável em perceber

as sensações de frio ou de calor, via sistema nervoso central que, possui na

superfície corporal dos animais, células conhecidas como termorreceptoras

periféricas (Figura 2). O hipotálamo controla a produção (hipotálamo posterior) e

dissipação (hipotálamo anterior) de calor por meio de mecanismos como

vasoconstrição, vasodilatação, ereção dos pêlos, sudorese, modificações na

frequência respiratória e cardíaca, alterações nas taxas metabólicas. Além disso,

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os animais realizam também modificações no seu comportamento, na tentativa de

regular sua temperatura corporal para manter a homeostase, como mostra a

Tabela 1 (FERREIRA, 2005).

FIGURA 2 – Centro termorregulador dos animais homeotérmicos. Fonte: FERREIRA (2005).

TABELA 1 – Reação dos animais ao frio e ao calor.

Frio moderado Calor moderado

Buscam sol Buscam sombra

Refugiam-se do vento Buscam expor-se ao vento

Buscam lugares secos Buscam lugares úmidos

Buscam pisos quentes Buscam pisos frios

Diminuem o consumo de água Aumentam o consumo de água

Piloereção Pêlos normais

Aumento de cobertura de pêlos Redução de cobertura de pêlos

Frio intenso Calor intenso

Aumentam consumo de alimento Diminuem consumo de alimento

Vasoconstrição periférica Vasodilatação periférica

Não suam Suam

Bradpnéia Taquipnéia

Incremento no metabolismo Redução no metabolismo

Tremor muscular Sem tremor muscular

Fonte: FERREIRA (2005).

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As respostas fisiológicas desses animais, quando sofrem de estresse

térmico pelo calor, incluem o aumento da FR e frequência cardíaca (FC), redução

da ingestão de matéria seca (IMS) e aumento da ingestão de água. As

modificações comportamentais incluem um menor tempo de pastejo durante o

dia, procura por sombra e maior ingestão de água (ARCARO JUNIOR et al.,

2005).

A FR para vacas leiteiras em situação sem estresse térmico gira em

torno de 20 a 60 mov/min, em condições de estresse moderado de 80 a 120

mov/min e acima de 120 mov/min significa grande estresse térmico pelo calor

(FERREIRA, 2010).

Em condições de estresse térmico pelo calor, o animal aumenta a

ingestão de água, pois ela pode absorver o calor específico liberado pelas

reações metabólicas nos organismos dos animais, além de possuir rápida

evaporação. Assim a água participa diretamente no processo de redução da

temperatura corporal, pois consegue remover grande quantidade de energia

calórica (PERISSINOTTO et al., 2005).

2.3 Efeitos do ambiente sobre a produção de leite

Na produção de vacas leiteiras deve-se levar em consideração para

maximizar a produção, a genética dos animais, nutrição, sanidade e clima

(SOUZA et al., 2004a).

A produção de leite é dependente de vários fatores, entre eles está o

ambiente com a grande influência dos elementos climáticos (temperatura,

umidade, vento, chuva, radiação solar e pressão atmosférica) (MARTELLO et al.,

2004). Esses elementos, quando estão fora da zona de conforto térmico dos

animais, são capazes de afetar negativamente o desempenho animal, impedindo-

os de expressar seu potencial genético (PERISSINOTTO et al., 2007b), sendo

considerado um fator limitante na produção de leite (ARCARO JUNIOR et al.,

2003).

A combinação de alguns desses elementos, como alta temperatura e

elevada umidade, faz com que as vacas leiteiras adotem mecanismos para

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melhorar a dissipação de calor e utilizem de medidas para diminuir a produção de

calor, como a redução do consumo de alimentos (PIMENTEL et al., 2007). Onde

vacas leiteiras em condições de estresse térmico pelo calor, consomem menos

alimento durante o dia e maior quantidade durante a noite (OLIVEIRA NETO et

al., 2001).

Essa redução da IMS ocorre para diminuir o incremento calórico e pela

inibição do apetite, em função da inibição do centro do apetite localizado no

hipotálamo, decorrente de elevada temperatura corporal, caracterizando uma

situação de hipertermia (MARCHETO et al., 2002).

O calor via incremento calórico gira em torno da ingestão e digestão

dos alimentos e, absorção e metabolismos nos nutrientes (BARBOSA et al.,

2004).

A redução da disponibilidade de nutrientes para a produção de leite é o

grande fator responsável pela queda de produção de vacas em estresse térmico

pelo calor. O processo de ingestão e digestão dos alimentos gera em torno de 25

a 30% do calor corporal da vaca leiteira a ser dissipado para o ambiente. Além do

calor produzido pela alimentação, soma-se ainda o calor produzido pela produção

de leite, que envolve grande produção e liberação de calor. Assim as vacas

leiteiras diminuem a produção de leite para reduzir essa produção e liberação de

calor (FERREIRA, 2005).

Além da diminuição da produção de leite pela redução da alimentação,

ocorre também pela hipofunção da tireóide e devido ao gasto de energia, que

seria utilizado para produção, para eliminação do calor corporal por meio de

mecanismos latentes de dissipação de calor (MARCHETO et al., 2002). Para

FERREIRA (2005), existem ainda outros fatores que são responsáveis pela

diminuição da produção de leite, como uma menor velocidade de passagem do

alimento no trato digestório dos animais, ocasionando uma menor disponibilidade

de nutriente em função do menor consumo de alimento; mudanças

comportamentais como maior procura por sombra, maior consumo de água e

aumento da FR.

Deste modo é evidente que a curva de lactação de vacas leiteiras pode

ser afetada de maneira positiva ou negativa, em decorrência das condições

ambientais (COBUCI et al., 2001).

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Para avaliar os efeitos ambientais, na produção de leite foram

desenvolvidos alguns índices, como o índice de temperatura e umidade (ITU), que

reflete na combinação da temperatura e umidade do ar (TURCO et al., 2006).

O ITU pode ser expresso levando em consideração as temperaturas

dos termômetros de bulbo seco e de bulbo úmido, sendo calculado de acordo

com o Quadro 1 (MARCHETO et al., 2002).

QUADRO 1 – Fórmula de cálculo do ITU.

ITU = TBS + 0,36 x TBU + 41,5

Onde:

ITU = índice de temperatura e umidade

TBS = temperatura do termômetro de bulbo seco ºC

TBU = temperatura do termômetro de bulbo úmido ºC

Fonte: MARCHETO et al. (2002).

Por meio de valores de ITU, pode-se estimar o declínio da produção de

leite, por meio da fórmula (Quadro 2) proposta por BERRY et al. (1964).

QUADRO 2 – Fórmula de cálculo do declínio absoluto na produção de leite.

DEP = - 1,075 – 1,736 x NP + 0,02474 x (NP) x (ITU)

Onde:

DEP = Declínio absoluto na produção de leite, kg/vaca/dia

NP = Nível normal de produção de leite, kg/vaca/dia

ITU = valor médio diário do índice de temperatura e umidade

Fonte: SILVA et al. (2009).

Os valores de ITU podem ser utilizados para avaliar o estresse térmico

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sobre os bovinos leiteiros, onde índices abaixo de 72 caracteriza um ambiente

normal, sem ocorrência de estresse. Acima ou igual a esse valor significa que o

ambiente já se classifica como estressante, variando em ameno ou brando (72 a

78), moderado (79 a 88) e severo (89 a 98) (ARMSTRONG, 1994).

Valores de ITU acima de 72 são capazes de afetar negativamente a

produção de leite, principalmente quando os bovinos leiteiros são oriundos de

regiões temperadas, sendo estes mais sensíveis a elevadas temperaturas quando

comparados aos bovinos de regiões tropicais. Mas quando se pensa em termos

produtivos os bovinos de clima temperado apresentam maior potencial. Com isso

tem se realizado a adoção de cruzamentos desses animais mais produtivos com

animais de clima tropical, que são mais adaptados as condições climáticas,

gerando animais mestiços apresentando boa produção e adaptabilidade

(AZEVEDO et al., 2005).

Para se verificar essa melhor adaptabilidade de animais mestiços,

foram comparadas vacas em lactação ½, ¾ e ⅞ Holandes/Zebu (HZ), quanto aos

valores de TR e FR em relação ao ITU. Foi observado que animais ½, ¾ e ⅞ HZ

atingiram temperatura retal (TR) de 39,0 ºC com valores de ITU de 80, 77 e 75

respectivamente (Figura 3), sabendo-se que a TR na faixa de 38,0 a 39,0 é

considerada normal. Observou-se que ao estabelecer valor de ITU de 85, a FR foi

de 86, 97 e 104 mov/min para os animais ½, ¾ e ⅞ HZ respectivamente (Figura

4). Mostrando que os animais ⅞ HZ, com maiores proporções de genes da raça

holandesa, são mais sensíveis as variações do ambiente (AZEVEDO et al., 2005).

A influência negativa do estresse calórico na produção de leite

depende da intensidade e duração do estresse, bem como o período de lactação

das vacas. Estudos demonstram que vacas nos primeiros dois meses de lactação

são mais sensíveis ao estresse térmico, por estarem em balanço energético

negativo (BEN), utilizando de reservas corporais no processo produtivo, o que

gera grande quantidade de calor corporal (FERREIRA, 2005).

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FIGURA 3 – TR de vacas leiteiras mestiças ½, ¾ e ⅞ HZ em função do ITU.

Fonte: AZEVEDO et al. (2005).

FIGURA 4 - FR de vacas leiteiras mestiças ½, ¾ e ⅞ HZ em função do ITU.

Fonte: AZEVEDO et al. (2005).

Ao se comparar a influência de diferentes valores de ITU na produção

de leite, verificou-se que o ITU exerce uma relação negativa com a produção de

leite e consumo de alimentos. O aumento do valor de ITU de 68 para 78

ocasionou uma redução na produção de leite de 21% e de 9,6% no consumo de

alimentos. Observando que a produção de leite diminuiu em 0,41 kg/vaca/dia para

cada aumento de um ponto no valor de ITU acima de 69 (BOURAOUI et al.,

2002).

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2.4 Efeitos do ambiente sobre a composição do leite

Além de afetar negativamente a produção de leite, o estresse calórico

pode diminuir os teores de gordura, proteína, lactose e alguns minerais do leite

(NAAS & ARCARO JUNIOR, 2001).

Os teores dos sólidos totais do leite sofrem variações ao longo do ano,

apresentando maiores produções na época fria e menores produções em épocas

quentes. Os teores de gordura do leite são reduzidos quando as vacas sofrem de

estresse térmico pelo calor, pela diminuição dos ácidos graxos de cadeia curta,

que correspondem à maior quantidade de ácidos graxos do leite, e aumento dos

ácidos graxos de cadeia longa, que pode ser explicado pelo menor consumo de

forragem pelas vacas em lactação, diminuindo a quantidade de volumoso

ingerido, produzindo menor quantidade de ácido acético e ocasionando alterações

na relação acetato/propionato (PORCIANATO et al., 2009).

Na síntese de gordura do leite, a contribuição do ácido acético é de

aproximadamente 17 a 45% e o ácido butírico de oito a 25%. Em conseqüência

de menores proporções de ácido acético e butírico, ocorre redução da síntese de

gordura do leite pela glândula mamária (SANTOS & FONSECA, 2010).

A redução dos teores de proteína, relacionados com o decréscimo nos

teores de caseína, ocorre devido à menor disponibilidade de nutrientes, em

consequência da redução do consumo de alimentos, ocasionando menor

quantidade de aminoácidos que seriam utilizados na síntese de proteína na

glândula mamária (PORCIANATO et al., 2009).

Foi observado os teores de gordura, proteína e lactose do leite de

vacas leiteiras mantidas em diferentes temperaturas. Verificou-se que quando

submetidas em baixa temperatura o leite apresentou uma melhor composição nos

teores analisados quando comparados a media e alta temperatura (Tabela 2), que

pode ser explicado pela menor IMS com o aumento da temperatura ambiente

(PINARELLI, 2003).

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TABELA 2 – Composição do leite de vacas leiteiras submetidas em diferentes condições de temperatura.

Composição Temperaturas

Baixa Média Alta

Gordura (%) 3,47 3,46 3,17

Proteína (%) 3,07 3,02 2,89

Lactose (%) 5,08 5,06 5,01

Fonte: PINARELLI (2003).

2.5 Efeitos do ambiente sobre a reprodução

As condições ambientais podem interferir no bem-estar animal, como

altas temperaturas e umidade elevada, provocando estresse pelo calor e em

consequência comprometendo a reprodução, uma vez que a reprodução é

bastante susceptível ao conforte térmico, gerando casos de subfertilidade e até

mesmo de infertilidade (COSTA-SILVA et al., 2010).

Quando uma vaca leiteira entra em estresse ocorre diminuição na

expressão do cio, dificultando o trabalho do inseminador que não consegue

detectar o cio, além de comprometer a maturação dos folículos e ovulação

(HANSEN, 2004).

Ocorrem também alterações nos níveis hormonais gonadais,

exercendo influência no ciclo reprodutivo, que provoca a menor manifestação de

estro, baixa taxa de concepção, abortos e mortalidade embrionária (FERRO et al.,

2010).

A menor manifestação do estro ocorre em decorrência de atuações

hormonais sobre o ovário, dentre eles encontram-se o estradiol. Para que o cio

ocorra normalmente, faz-se necessário uma alta relação estradiol/progesterona,

ou seja, os níveis de estradiol devem ser maiores que progesterona. O estradiol é

responsável pelo preparo do óvulo para ser fecundado e pela ocorrência do cio. A

maior influência do estresse calórico pode ser observada em vacas de raças

européias, quando comparadas a vacas zebuínas, uma vez que os animais

zebuínos são mais adaptados ao clima quente, mostrando-se mais eficiente na

manifestação do cio e aceitação da monta (FERREIRA, 2005).

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14

A maturação folicular é afetada pela atuação do cortisol, que reduz a

frequência dos pulsos de hormônio luteinizante (LH), atraso ou bloqueio das

ondas pré-ovulatórias de estradiol e hormônio folículo estimulante (FSH), pela

diminuição da secreção de Hormônio Liberador de Gonadotrofina (GnRH),

afetando negativamente a reprodução (SILVA et al., 2010). Uma vez que animais

em estresse térmico pelo calor possuem uma maior produção de cortisol, que

causa um feedback negativo no hipotálamo, diminuindo a síntese de GnRH,

reduzindo a produção de FSH e LH, pois o GnRH estimula a hipófise anterior a

sintetizar esses dois hormônios (MENEZES, 2010).

Após a ocorrência do cio, a próxima etapa é a fecundação e a

manutenção da gestação. Altas temperaturas podem afetar negativamente essa

etapa, pois com a elevação da temperatura ambiente ocorre um desvio do fluxo

sanguíneo para a periferia do corpo do animal, proporcionando uma menor

quantidade de sangue próximo ao útero e um menor fornecimento de nutrientes.

A menor quantidade de sangue pode causar um aumento na temperatura uterina,

podendo reduzir a taxa de concepção. Foi observado que um aumento de 0,5 ºC

na temperatura uterina reduz 12,8% a taxa de concepção. Também foi observado

que um aumento de 1 ºC na TR, dentro de 12 horas após a inseminação,

ocasionou uma redução na taxa de gestação de 61 para 45% (FERREIRA, 2005).

A temperatura ambiente causa um efeito negativo na taxa de

concepção, variando de acordo com a época do ano e com os valores de ITU. A

taxa de concepção para vacas holandesas foi de 54,1% no ano, apresentando no

verão uma redução da taxa de concepção, sendo de 50 a 60% na primavera e 35

a 45% durante o verão (Figura 5). Quando relacionou-se a taxa de concepção

com valores de ITU, observou-se uma taxa de correlação de 0,67 (p<0,05) (Figura

6) (MENEZES, 2010).

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15

FIGURA 5 – Associação entre os meses do ano e a taxa de concepção observada nos animais da raça, Holstein-Frisea.

Fonte: MENEZES (2010).

FIGURA 6 – Efeito do ITU na taxa de concepção observada nos animais da raça, Holstein-Frisea.

Fonte: MENEZES (2010).

O estresse térmico pelo calor pode diminuir a probabilidade de sucesso

em casos de transferência de embrião, devido aos baixos níveis plasmáticos de

progesterona disponível no útero (COSTA-SILVA et al., 2010). Além de diminuir

as chances de ocorrer gestação em casos de inseminação artificial, pois a

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16

progesterona é responsável pelo reconhecimento da gestação e manutenção do

feto (SILVA et al., 2010).

Em casos de estresse calórico também ocorre à produção de

hormônios da família das prostaglandinas. Esse hormônio em altos níveis na

corrente sanguínea pode estar associado ao aborto. Quando a vaca consegue

manter a gestação, poderá ocorrer a produção de bezerro com baixo peso ao

nascer, devido à menor disponibilidade de nutrientes para o útero, em função do

desvio da corrente sanguínea para a periferia do corpo, com a finalidade de

dissipar calor (FERREIRA, 2005).

2.6 Aspectos ambientais das edificações

A combinação de elevadas temperaturas e altas umidade são

responsáveis pela sensação de desconforto na produção de bovinos leiteiros, pois

essa combinação dos elementos climáticos pode ser responsável pelo efeito

negativo na produção de leite. Na tentativa de reverter esse quadro, tem-se

utilizado equipamentos que são capazes de auxiliar no controle da temperatura e

umidade, como o uso de ventiladores, exaustores, aspersores, nebulizadores,

entre outros, favorecendo a produção de leite e reprodução (FARIA et al., 2008).

Sendo assim, as instalações para bovinocultura leiteira podem estar

associada ao sucesso ou fracasso da atividade, pois quando planejadas de

maneira correta podem proporcionar um ambiente favorável para que os animais

possam expressar seu potencial genético, demonstrando elevadas produções de

leite. Se as instalações forem inadequadas para a criação, se apresentarem

elevadas temperaturas e umidade, poderão ocasionar estresse térmico,

principalmente quando se pensa na genética dos animais, que na maioria das

vezes são de origem européia, sendo sensíveis às variações térmicas, o que

provoca modificações no comportamento e na fisiologia, resultando em menor

produção de leite (SILVA et al., 2002).

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17

2.6.1 Cuidados básicos para edificações

As edificações na produção de bovinos leiteiros dependem do tipo de

sistema de produção, das condições climáticas da região e do manejo utilizado.

Entretanto, independente do sistema de produção as edificações, instalações,

devem ser capazes proporcionar conforto térmico às vacas leiteiras, possibilitando

a expressão do seu potencial genético produtivo e reprodutivo, além de ser

economicamente viável (FERREIRA, 2005).

Em qualquer que seja o sistema de produção, sempre se faz

necessária a utilização dos recursos naturais com maior eficiência, além de

modificações ambientais. Existem duas classes de modificações, as primárias e

as secundárias. As primárias são classificadas como de simples execução, que

permite uma proteção ao animal em épocas quente e frias, como a utilização de

coberturas para sombras e ventilação natural. As modificações secundárias

envolvem a utilização de ventiladores, exaustores, aspersores, nebulizadores, ou

qualquer outro equipamento que for utilizado para modificar o microambiente das

instalações (BAÊTA & SOUZA, 2010).

O fornecimento de sombra para vacas leiteira é um cuidado básico de

fundamental importância para se controlar a radiação solar, considerado um dos

principais elementos climáticos, por afetar diretamente os animais e interferir em

outros elementos com temperatura e umidade. As sombras podem ser fornecidas

de maneira natural ou artificial (FERREIRA, 2010).

O sombreamento natural, com utilização de árvores, é mais eficiente do

que o sombreamento artificial, por diminuir a incidência da radiação solar e

diminuir a temperatura sob as árvores. As árvores devem apresentar uma altura

que permita boa ventilação, folhas perenes e copas frondosas, livres de agentes

tóxicos e seus frutos não devem ultrapassar cinco cm de diâmetro (VILELA,

2008).

Quando não for possível a utilização de sombreamento natural, faz-se

necessária a utilização do sombreamento artificial, do tipo móvel ou permanente.

A cobertura móvel pode ser feita com fibra sintética de polietileno, com estrutura

de madeira ou metálica, proporcionando de 30 a 90 % de sombra, sendo

recomendado 80%. Quando se trabalha com sombreamento permanente, pode-

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18

se utilizar telhas de barro, amianto, alumínio, entre outros (MARTELLO, 2002). A

área de sombra por animal depende da umidade do local, em regiões de clima

seco, sombrear de dois a três m² por animal e em regiões mais úmidas, deve-se

aumentar a área sombreada para quatro ou cinco m² por animal (FERREIRA,

2005).

O fornecimento de sombra, natural ou artificial, na produção de vacas

leiteiras é responsável por proporcionar um melhor ambiente para os animais,

com redução da FR e TR (BARBOSA et al., 2004).

Outro elemento climático importante na produção de bovinos leiteiros é

a ventilação sendo classificada em natural ou artificial (ventiladores ou

exaustores). Independente do tipo, sua função principal é proporcionar maior

troca de calor do animal com o meio pela convecção e renovação do ar dentro

das instalações (VILELA, 2008).

Quando se utiliza de sistemas de ventilação, para proporcionar melhor

conforto térmico aos animais, a velocidade do vento deve estar entre cinco e oito

km/h para amenizar as sensações de estresse calórico. A ventilação por si só não

é considerada suficiente para amenizar o estresse provocado pelo calor, faz-se

necessária adoção de nebulizadores ou aspersores associados ao sistema de

ventilação (FERREIRA, 2005).

O emprego de nebulizadores ou aspersores no sistema de produção de

bovinos leiteiros proporciona maior umidade e menor temperatura dentro das

instalações, por meio do resfriamento evaporativo (PERISSINOTTO et al., 2006).

O sistema de nebulização gera gotas de água bastante finas,

lembrando uma neblina, enquanto a aspersão provoca gotas que simulem uma

chuva. Esses métodos de resfriamento evaporativo podem ser mais eficientes

quando utilizados em associação a sistemas de ventilação, proporcionando maior

conforto térmico e maior produção (VILELA, 2008).

Para verificar o maior conforto térmico e maior produção, foram

comparadas vacas leiteiras criadas em três sistemas, sendo o primeiro de

sombrite, ventiladores e aspersores, o segundo com sombrite e ventilador e

terceiro apenas com sombrite. As vacas leiteiras criadas no primeiro sistema

apresentaram uma redução na TR de 1,63 ºC, no segundo sistema de 0,98 ºC

quando comparados ao terceiro sistema. Quando se comparou a produção de

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19

leite, foi verificado um acréscimo de 13% para o primeiro sistema e de 5% para o

segundo sistema, quando comparado ao terceiro sistema, que pode ser explicado

pela melhor qualidade do ambiente (NAAS & ARCARO JUNIOR, 2001).

Resultados semelhantes foram encontrados por BARBOSA et al.

(2004), quando comparou a utilização de sombrite, ventilador e aspersor em

comparação a animais criados em sistema com fornecimento apenas de sombra.

Foi verificada uma melhor produção de leite para as vacas criadas com sombrite,

ventilador e aspersor (Tabela 3), que pode ser explicado pelo melhor conforto

térmico.

TABELA 3 – Médias estimadas e erros-padrão da produção de leite em função do período de coleta e aspersão de água.

Período Produção de leite (kg/ordenha)

Sem água Com água

Manhã 10,98 ± 1,50 Ab 11,74 ± 2,05 Aa

Tarde 6,74 ± 1,17 Bb 7,04 ± 1,53 Ba

Médias seguidas de letras mesma letra maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. Fonte: BARBOSA et al. (2004)

2.6.2 Ambiência no curral de espera e na sala de ordenha

O curral de espera é uma opção adotada por algumas empresas rurais,

onde os animais ficam aguardando para entrar na sala de ordenha. Quando não

se utiliza curral de espera, os animais entram diretamente na sala para serem

ordenhados. Na utilização do curral de espera, devem-se projetar instalações

(árvores, sombrite, ventilador, exaustor, nebulizador, aspersor) que sejam

capazes de proporcionar conforto térmico as vacas leiteiras, não afetando

negativamente a lactação. O não fornecimento de conforto para esses animais

proporciona um aumento na FR na tentativa de dissipar maior quantidade de

calor, aumento da TR e diminuição na produção de leite (FERREIRA, 2005).

A utilização de sombrite (70%) associada a ventiladores e nebulizador,

é capaz de reduzir de forma significativa a temperatura ambiente e aumentar a

umidade relativa do ar (UR) do curral de espera, durante o período da manhã e da

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20

tarde em quatro tempos de funcionamento (ventilador e nebulizador), observando

que os valores da temperatura durante o período da tarde nos tempos zero e dez

minutos permaneceram acima da TCS (Tabela 4) (ALMEIDA et al., 2010).

TABELA 4 - Valores médios diários das variáveis ambientais registrados no interior do curral de espera, no turno da manhã e da tarde.

Variáveis

Tratamentos (min)

0 10 20 30

Manhã

TBS (ºC) 21,4ª 20,6b 20,1bc 19,9c

UR (%) 86,5c 90,3b 92,5ab 93,5ª

ITU 70,0a 69,0b 68,8b 68,0c

Tarde

TBS (ºC) 29,2a 26,4b 25,0c 24,3d

UR (%) 57,3d 69,5c 74,8b 77,5ª

ITU 77,8a 75,3b 73,5c 73,0c

Médias seguidas das mesmas letras nas linhas não diferem entre si a nível de 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Fonte: Adaptado de ALMEIDA et al. (2010)

Ao se observar a FR foi verificado que durante o período da manhã,

com temperaturas variando de 21,4 a 19,9ºC, que a FR não ultrapassou os limites

normais, entre 20 a 60 mov/min. Mas no período da tarde quando não acionaram

os equipamentos, a FR ultrapassou o limite normal podendo ser explicado pela

necessidade de dissipação de calor via respiração, sendo que nesse tratamento

também ocorreu um aumento da TR, ultrapassando a faixa de 38,0 a 39,0 ºC.

Quando se verificou a produção de leite, observou-se que a realização da

climatização na sala de espera e o aumento no tempo de funcionamento dos

equipamentos, ocasionaram redução do estresse e aumento na produção de leite,

como pode ser visto na Tabela 5 (ALMEIDA et al., 2010).

Esse aumento na produção de leite pode ser explicado, uma vez que

vacas em situações de estresse ativam suas glândulas sudoríparas para realizar

a dissipação de calor via suor, mas para que ocorra essa ativação faz-se

necessária a atuação do hormônio adrenalina, que quando presente na circulação

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ocasiona uma redução do hormônio oxitocina. Sendo esse hormônio responsável

pela descida do leite (FERREIRA, 2005).

TABELA 5 - Valores médios dos parâmetros fisiológicos avaliados nos diferentes tratamentos no turno da manhã e da tarde.

Variáveis

Tratamentos (min)

0 10 20 30

Manhã

FR (mov/min) 36,0ª 27,8b 28,0b 25,8b

TR (ºC) 38,2a 38,2a 38,1a 38,0ª

PL (kg) 10,799b 11,003ab 11,324a 11,437a

Tarde

FR (mov/min) 61,5a 39,5b 37,0b 35,3b

TR (ºC) 39,1a 38,9ab 38,9ab 38,7b

PL (kg) 6,747a 6,856a 6,870a 6,874a

Médias seguidas das mesmas letras nas linhas não diferem entre si a nível de 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Fonte: Adaptado de ALMEIDA et al. (2010)

Quando se pensa em custo de implantação do sistema de climatização

no curral de espera, com a adoção de sombrite, ventiladores e nebulizadores,

ficaram em torno de R$ 2.147,80 com uma depreciação mensal de R$ de 22,53.

Possibilitando um retorno de capital em 58 dias, devido ao aumento

proporcionado na produção de leite, conforme dados de 2009 (ALMEIDA et al.,

2010).

Resultados semelhantes foram encontrados por SILVA et al., (2002)

quando se verificou os efeitos da climatização do curral de espera na produção do

leite e FR, mostrando que a utilização do sistema de ventilação associado a

nebulização foi capaz de proporcionar um melhor conforto térmico as vacas em

lactação, com menores valores de ITU e consequentemente melhor produção de

leite e FR (Figura 7, 8 e 9).

Page 29: EFEITO DOS ELEMENTOS CLIMÁTICOS NA PRODUÇÃO E … · DIOGO ALVES DA COSTA FERRO EFEITO DOS ELEMENTOS CLIMÁTICOS NA PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE VACAS LEITEIRAS Seminário apresentado

22

FIGURA 7 - Variação da PL com e sem nebulização na ordenha das 7 e 15 h. Fonte: Adaptado de SILVA et al., (2002)

FIGURA 8 - Variação da FR com e sem nebulização na ordenha das 15 h. Fonte: Adaptado de SILVA et al., (2002)

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23

FIGURA 9 - Variação do ITU relativa do ambiente com nebulização e sem nebulização na ordenha das 15 h.

Fonte: Adaptado de SILVA et al., (2002)

2.6.3 Ambiência em criações confinadas

As construções para vacas leiteiras criadas em sistema de

confinamento, devem ser planejadas para fornecer o máximo de conforto térmico.

Com manejo adequado para diminuir a produção de calor corporal e facilitar a

dissipação de calor para o ambiente. Visando um maior consumo de alimento e

máxima produção de leite (FERREIRA, 2005).

A utilização de ventiladores e nebulizadores em sistema free-stall são

essenciais para se garantir melhores índices de temperatura e umidades.

Podendo ser observado na Tabela 6, quando se comparou o ambiente do sistema

free-stall com e sem a utilização de ventiladores e exaustores. Foi observado que

os melhores índices foram alcançados quando se investiu em climatização

(SOUZA et al., 2004b).

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24

TABELA 6 – Avaliação física do ambiente referente aos dois períodos de estudos.

Ambiente Temp. min ºC Temp. max ºC UR %

Sem climatização 19,20b 29,33b 61,70A

Com climatização 18,47a 26,47a 65,90B

Médias seguidas da mesma letra minúscula nas colunas e maiúsculas nas colunas não diferem significativamente entre si, com a e b: α = 0,01; A e B: α = 0,05. Fonte: Adaptado de SOUZA et al. (2004b).

Ao se avaliar a produção de leite, verificou-se um aumento de 4,2 kg de

leite/vaca/dia, quando as vacas foram submetidas ao sistema de climatização. O

que gerou um aumento diário de 1.974 kg de leite, totalizando no final do mês

59.220 kg de leite a mais na produção desses animais criados no sistema free-

stall climatizado. Ficando evidente que a adoção de climatização pode

proporcionar melhorias nos índices ambientais, refletindo em maior conforto

térmico e melhores produções de leite, tornando a atividade mais lucrativa. Foi

observado que com o aumento do volume de leite produzido, o produtor consegue

o retorno do capital investido na climatização em 57 dias (SOUZA et al., 2004b).

Resultados semelhantes foram encontrados por MARCHETO et al.

(2002), verificando um aumento na produção de leite de vacas criadas em

sistema free-stall em função das variáveis ambientais. Mostrando que quanto

maior o ITU do ambiente de criação, menor é a produção de leite.

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25

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentre os elementos climáticos a temperatura, umidade e radiação

solar são os que exercem maior influência no desempenho animal. Quando esses

valores estão fora da zona de termoneutralidade, a produção de leite e a

reprodução são afetados negativamente.

Portanto, faz-se necessário a adoção de corretas práticas de manejo e

utilização de edificações que sejam capazes de proporcionar conforto térmico na

criação dos animais para obtenção de um bom desempenho.

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