educomunica - ano v - nº 10 - novembro, 2014

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As palavras são, muitas vezes, superestimadas. Não é preciso usar palavras para conseguir momentos especiais. Às vezes, aquilo que é marcante se dá no silêncio. Conhecimento se adquire com trabalho duro, lapidando informação em uma mina que muitos julgavam não possuir preciosidades. A FACED sempre nos traz algo interessante a ser apresentado e discutido. Pensando nisso, esta edição procura abrir caminhos ao estudante, apresentando possibilidades extracurriculares. Ao mesmo tempo, há também matérias que destacam o aspecto humano (muitas vezes despercebido) presente na FACED, como a gincana social promovida pela Pedagogia e a entrevista realizada com Lara e Ilma. Inserida em um semestre teórico, a produção do Educomunica marca a prática e a busca pelo aperfeiçoamento das técnicas de jornalismo impresso da sexta turma e é com orgulho que se publica o resultado desse trabalho. Marcante, esta edição não é feita apenas de palavras e criteriosas apurações, mas também de sentimentos.

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EDUCCOMUNICA

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Página 6

Já é hora do estágio?Esta pode ser a porta de entradapara um bom emprego.

Página 11

Vem pro PET!Atividades extracurricularescomplementam a formação.

Página 9

Inclusão na universidadeCEPAE completa 1 0 anos de conquistase desafios.

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As palavras são, muitas vezes, su-perestimadas. Não é preciso usar pa-lavras para conseguir momentosespeciais. Às vezes, aquilo que émarcante se dá no silêncio, numatroca de olhares, numa simples açãoque não é gritada para o mundo.Conhecimento se adquire com traba-lho duro, lapidando informação emuma mina que muitos julgavam nãopossuir preciosidades. A incessantecorrida por estas preciosidades ren-deu bons frutos. A FACED semprenos traz algo interessante a ser apre-sentado e discutido. Pensando nisso,esta edição procura abrir caminhosao estudante, apresentando possibili-dades extracurriculares, como osPETs, o estágio acadêmico, iniciaçãocientífica, monitorias, estudo de idi-omas, além de trazer o debate entreteoria e prática nos cursos de Peda-gogia e Jornalismo. Ao mesmo tem-po, há também matérias quedestacam o aspecto humano (muitasvezes despercebido) presente na FA-CED, como a gincana social promo-vida pela Pedagogia e a entrevistarealizada com Lara e Ilma. Inseridaem um semestre teórico, a produçãodo Educomunica marca a prática e abusca pelo aperfeiçoamento das técni-cas de jornalismo impresso da sextaturma e é com orgulho que se publi-ca o resultado desse trabalho. Mar-cante, esta edição não é feita apenasde palavras e criteriosas apurações,mas também de sentimentos. C

Editorial

Para que não ocorram discrepânciasna organização das grades dos cursos degraduação, o Ministério da Educação(MEC) lança, regularmente, diretrizes quevisam indicar como os cursos devem or-ganizar suas ementas e horas-aulas. Em2013, o MEC lançou as novas DiretrizesCurriculares Nacionais para o Curso deGraduação em Jornalismo, tendo comoum de seus principais pontos a necessida-de de que o aluno seja capacitado tantona parte crítica quanto na parte técnica.Segundo Ana Cristina Menegotto

Spannenberg, coordenadora do curso deComunicação Social – Habilitação em Jor-nalismo da Universidade Federal de Uber-lândia (UFU), o fundamento teóricoacumulado durante a graduação proporci-ona ao jornalista uma reflexão sobre os fa-tos, dando conhecimento suficiente paraque ele não cumpra as técnicas de formamecânica. “Eu posso aprender a fazer umanotícia ou uma reportagem rapidamente,com um mês de treinamento em algumveículo. Porém, as disciplinas teóricas vãome ajudar a refletir bastante sobre aquelanotícia que eu estou passando, entendendoque nunca existe uma só verdade”, afirma.

Pedagogia

O curso de Pedagogia da UFU tevesua grade modificada por volta do ano de2006, quando as novas Diretrizes Curri-culares Nacionais para o Curso de Peda-gogia foram lançadas. De acordo com aprofessora do curso de Pedagogia daUFU, Camila Lima Coimbra, discute-semuito sobre a ausência de algumas disci-

plinas teóricas dentro do curso, ainda queas novas diretrizes tenham reduzido acarga prática. “Tem essa crítica de quenós da Pedagogia somos ‘generalistas’,porque dentro das ciências da educaçãonós temos várias outras ciências que nosajudam com esse olhar sobre o nosso ob-jeto de estudo, a educação. Nesse referen-cial, a Pedagogia se encontra como aciência que faz a reflexão da prática, rea-valiando as teorias, caminhando na refle-xão de ‘teoria e prática’”, pontua.Para Lázara Cristina da Silva, coorde-

nadora do curso de Pedagogia da UFU, oimportante é que a teoria e a prática coe-xistam de maneira harmônica. Ela afirmaque o curso de Pedagogia tem seu diferen-cial dos demais pois aborda a questão dosenso comum como um tipo de “saberatravés da experiência”, e que, por ser umcurso em que o aluno tem contato com opedagogo desde muito jovem dentro doambiente escolar, uma formação com qua-tro anos de duração não é o suficiente paradesconstruir a ideia de imaginário coletivodo exercício profissional.É notável que, dentro dos cursos de

graduação, a prática e a teoria não se sus-tentam sozinhas. Uma boa base teórica eum treinamento prático que possa capa-citar o aluno para o mercado de trabalhosão de suma importância para a forma-ção de um profissional de qualidade. Oprocesso de formação profissional nuncachega a um fim, pois há um contínuoaprendizado de acordo com o que é vi-venciado dentro e fora da sala de aula. C

Teoria x Prática: há distância?A importância da teoria e da prática na formação do profissional

Amannda Barbosa - Bianca Félix - Matheus Martins - Natalia Ferraz

O jornal EDUCOMUNICA é uma produção experimental dos alunos do 2º período do Curso de Comunicação Social : Habi l i tação em Jornal ismo

da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), desenvolvida no Projeto Interdiscipl inar em Comunicação I I ,

sob orientação da Profª. Drª. Vanessa Matos - MTB: 50.456. Reitor: Prof. Dr. Elmiro Santos Resende. Diretor da FACED: Prof. Dr. Marcelo

Soares Pereira. Coordenadora do Curso: Profª. Drª. Ana Spannenberg. Editores assistentes: Daniel Pompeu, Gabriel Ribeiro, Gabriel i Mazzola,

Paola Buiatti . Editoração: Ricardo Ferreira de Carvalho. Tiragem: 1 00 exemplares. Impressão: Agência de Notícias – Jornal ismo/UFU.

EXPEDIENTE

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UFU Ano V - novembro 2014 - nº 10 EDUCOMUNICA

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Por meio da Resolução nº 258 do ano de 2008, expedidapelo CONSUN/UFU (Conselho Universitário da Universida-de Federal de Uberlândia), foi oficialmente criado pela insti-tuição, em agosto daquele ano, o curso de ComunicaçãoSocial com Habilitação em Jornalismo. A implantação da no-va graduação, que passou a formar comunicadores habilitadospara o exercício do jornalismo, era um sonho antigo do Prof.Arquimedes Diógenes Ciloni, então reitor da Universidade:“Desde que assumi o meu primeiro mandato como reitor,sempre tive o sonho de promover a ampliação dos cursos ofe-recidos pela UFU, e o jornalismo fazia parte desse sonho".Mas a história que envolve a criação do curso e todo o ca-

minho percorrido até que ele se tornasse uma realidade é per-meado de desafios, desencontros e, curiosidades. Uma dasprimeiras informações que é passada aos calouros diz respeitoa uma peculiaridade que de início parece apenas pitoresca: oJornalismo da UFU é o único curso de Comunicação Socialdo país gerido por uma faculdade de educação.A ideia inicial, conta Ciloni, era que o curso fizesse parte

da antiga Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais(FAFCS), mas houve a recusa por parte do seu colegiado. Oex-reitor esclarece que apenas o Prof. Marcelo Soares Pereirada Silva, atual e então diretor da Faculdade de Educação (FA-CED) se mostrou aberto e disposto a encarar o novo desafio.Adriana Cristina Omena dos Santos, professora do curso

de Comunicação Social - Jornalismo, explica que ao chegar àFACED já havia a decisão de que o curso de ComunicaçãoSocial seria mesmo assumido pela Faculdade, e ainda diz queo Prof. Silva foi bastante visionário ao aceitar o curso, princi-palmente porque naquele momento a reitoria não mais anali-sava aderência ideológica, mas apenas buscava alguém quepudesse receber o curso: “Quando vim transferida do Tocan-tins, trabalhei no Instituto de Artes, antiga FAFCS, e lá con-sultei as atas, e nelas pude ver que a faculdade não aceitou ocurso dizendo que os perfis dos alunos eram próximos, queiria existir uma concorrência meio que interna. E, além disso,não havia recursos naquele momento”, afirma Omena.Assim, em 11 de julho de 2007, por meio de uma portaria

do gabinete do Reitor (nº 0735) foi criada uma comissão coma finalidade de elaborar o “Projeto do Curso de ComunicaçãoSocial - habilitação em Jornalismo”. Então, convergindo amatriz principal da faculdade – a educação – com os conceitoscomunicacionais do curso de Jornalismo, a FACED assumeessa nova graduação criando a oportunidade de formar profis-

sionais que possam fazer o uso da comunicação junto com al-guns preceitos da educação.Ao mesmo tempo em que a FACED o assumia, era aprova-

do o programa de Reestruturação e Expansão das UniversidadesFederais (REUNI). A professora Omena destaca que quando ocurso foi assumido pela Faculdade de Educação, o REUNI erauma possibilidade, mas não uma certeza, e que foi “sorte” o re-curso ter saído logo em seguida, o que possibilitou os recursosnecessários para o desenvolvimento da nova graduação.Concluída esta primeira etapa, era preciso colocar o curso

para funcionar. Segundo Omena, a proposta inicial tinha umfoco muito grande na educação, existiam várias disciplinas re-lacionadas a área, o que deixava a graduação distante do queseria um curso de comunicação. Após assumir o projeto, aprofessora conta que a proposta foi sendo alterada aos poucos,até chegar ao modelo atual: uma graduação em comunicaçãosocial com algum olhar sobre a educação.Em 2009 a primeira turma do curso de Jornalismo da

UFU foi iniciada, ainda com pouca infraestrutura e poucosprofessores. Hoje, quase seis anos depois, o curso de Comuni-cação Social da UFU está na sua sexta turma e já conta comdez professores efetivos. Apesar dos diversos desafios pelosquais passou, foi consagrado recentemente pelo ranking pro-posto pelo INEP como o melhor curso de graduação em Jor-nalismo do Brasil, considerando a avaliação feita pelo MEC ea nota obtida pelo curso no ENADE. C

Jornal ismo na FACED, entenda o porquêEntenda os motivos que levaram o curso de Jornalismo da UFU a estar na Faculdade de Educação

Alex Furtado - Hiago de Paulo - Rassendil Junior - Timoteo B Junior

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CEPAE completa dez anos de conquistas e desafiosCom o trabalho do Centro, cresce a inclusão de pessoas com necessidades especiais na UFU

Isabella Rodrigues - Letícia Brito - Marcela Pissolato

O Centro de Ensino, Pesquisa, Ex-tensão e Atendimento em Educação Es-pecial (CEPAE) da UFU, que está emseu décimo ano de funcionamento, car-rega na bagagem conquistas e desafios.Criado no domínio da Pró-Reitoria deGraduação (PROGRAD) e posterior-mente vinculado a Faculdade de Educa-ção (FACED), o CEPAE busca prestaratendimento pedagógico aos alunos eservidores da UFU com deficiência físi-ca, auditiva e visual, além de autistas esuperdotados. Atualmente 71 alunos sãoatendidos.Eliamar Godoi, professora da FA-

CED e coordenadora do Centro, contaque os recursos que o CEPAE ofereceatendem a todas as necessidades dos dis-centes. Para os deficientes visuais, há aadaptação de textos em áudio e progra-mas de computador que funcionam co-mo sintetizadores de voz, enquanto osestudantes surdos dispõem de intérpretesda Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).Outro recurso oferecido para esses alunossão os monitores, que auxiliam na mobi-lidade do discentedentro da Universida-de, na mediação comos professores e nasatividades acadêmi-cas. Esses monitoressão treinados, rece-bem bolsa pelo traba-lho e geralmente são colegas de curso dosalunos cegos e surdos.Um dos alunos atendidos pelo CE-

PAE é Heverton Rodrigues, estudantede Estatística. Segundo ele, que é defici-ente visual, o auxílio que recebe é refe-rente à adaptação de textos e provas, eum monitor que o ajuda a se deslocarpelo campus. Heverton diz que o atendi-mento prestado pelo CEPAE é funda-

mental em sua vida acadêmica, já que“se não fosse esse apoio, nenhuma pes-soa com deficiência teria condição depermanecer na Universidade”.Késia Pontes também é deficiente vi-

sual e frequenta o Centro. Mestre emHistória e aluna de inglês da Central deLínguas da UFU (CELIN), ela conta que

além de receberapoio, já foi estagiá-ria do CEPAE. Umade suas funções erapesquisar tecnologiasassistivas, que sãoserviços ou equipa-mentos que facilitam

o desenvolvimento de atividades diáriaspor pessoas com necessidades especiais.“Ao mesmo tempo em que eu fazia isso,me beneficiei dos resultados junto comoutros estudantes”, esclarece. Para Ké-sia, mesmo com muitas conquistas den-tro do Centro, as pessoas com deficiênciaainda encontram problemas na Universi-dade, como buracos e má conservaçãodas calçadas e ausência de senhas sono-

ras nos locais de atendimento.Maria Ivonete Ramos, técnica admi-

nistrativa e uma das mentoras do CE-PAE, conta que ainda existem desafios aserem vencidos. Segundo ela, as unidadesacadêmicas recebem recursos financeirospara suas gestões, mas não há auxílio ex-tra para o Centro. Para arrecadar os re-cursos necessários para a compra deequipamentos, materiais e contratação deestagiários, são realizados projetos refe-rentes a pesquisa de editais, como os doPrograma de Extensão Universitária(ProExt) oferecido pelo MEC. Para ela,ainda há muito que ser pensando em proldos alunos atendidos pelo CEPAE. “Euimagino o que é ser cego e a dificuldadedele, mas eu não vivo. É importante ob-servar a pessoa como ela é, e não enxer-gar a deficiência dela. Vê-la como alguémque tem uma necessidade específica, paraque ela possa ter acesso a tudo, assim co-mo eu”, diz.O CEPAE fica localizado na sala 140

do Bloco G – Campus Santa Mônica.Telefone: (34)3239-4513. C

“É importante observar a

pessoa como ela é, e

não enxergar a

deficiência dela.”Maria Ivonete

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Gincana Social movimenta alunos da PedagogiaAlunos incentivaram a doação de sangue e cadastro em banco de medula óssea

Amanda Rodovalho - Ellen Melo - Victor Fernandes

Entre 29 de setembro e 31 de outu-bro, a Coordenação do Curso de Peda-gogia da Universidade Federal deUberlândia - UFU, em parceria com oseu Diretório Acadêmico – D.A. da Pe-dagogia, realizou uma gincana com o te-ma “Compromisso Social eSolidariedade”. Divididos por turma, osalunos do curso arrecadaram diversositens como forma de pontuar na gincana.A doação de leite em pó ou livros infan-tis rendiam 05 pontos cada e brinquedospara crianças registravam 03 pontos. Ou-tra forma de pontuar era através da doa-ção de sangue e do cadastro comodoador de medula óssea, ações que cor-respondiam a 10 pontos cada.De acordo com a Coordenadora Ge-

ral do Curso de Pedagogia, Lázara Cris-tina da Silva, o intuito da campanha, foipromover uma maior integração entre osalunos, diversificando as dinâmicas docurso. Além disso, Lázara explicou que ainclusão do cadastro como doador demedula óssea teve uma motivação espe-cial. “Recentemente, na Pedagogia, osalunos ficaram incomodados, porqueuma criança morreu por não ter conse-guido um transplante de medula óssea.Nessa discussão a gente esclareceu a im-portância de se cadastrar (para a doa-ção), pois no transplante de medula vocênão perde nada, não tem prejuízo algumpara o sujeito.”, esclareceu.

Como funciona o cadastro

O cadastro como doador de medulaóssea é um procedimento simples e se-gundo a Fundação Hemominas pode serfeito em qualquer Hemocentro. O inte-ressado tem que ter entre 18 e 54 anos deidade e apresentar boa saúde. Após a as-sinatura de um Termo de Consentimentoe um Formulário de Identificação do

candidato, será colhida apenas uma pe-quena amostra de sangue destinada à re-alização do exame HLA (histocom-patibilidade), que vai traçar as caracterís-ticas genéticas do candidato e verificar acompatibilidade para o transplante demedula óssea, para que então, ele possaintegrar o Registro Nacional de Doado-res de Medula Óssea (Redome).De acordo com o Instituto Nacional

de Câncer José Alencar Gomes da Silva(INCA), a medula óssea é um tecido lí-quido que ocupa o interior dos ossos,produzindo hemácias, leucócitos e pla-quetas, que são alguns dos componentesdo sangue. O transplante de medula ós-sea é necessário em casos de doenças queafetam as células do sangue, como al-guns tipos de leucemia, anemias, linfo-mas, imunodeficiências congênitas,dentre outras. O transplante é um proce-dimento seguro, realizado em ambientecirúrgico sob anestesia geral.Os alunos do curso de Pedagogia elo-

giam e apoiam a iniciativa, além de suge-rirem que outros cursos adotem a mesmaação solidária. “Acho que essa iniciativa

de doação de sangue deveria ser até es-tendida para os outros cursos, não pen-sando apenas no prêmio, mas pensandono próximo também”, afirma RonieryQueiroz, do segundo ano de Pedagogia.Isabel Simão, graduanda do quarto ano,analisa que incluir a doação de sangue eo cadastro como doador de medula ós-sea na atividade foi “um ponto positivo”.Ela também afirmou que “não é comumno curso iniciativas desse tipo”.

Resultados da Gincana

Sandra Horani, secretária do Cursode Pedagogia Presencial, disponibilizoua classificação final dos grupos que par-ticiparam da ação. A turma campeã foio segundo ano noturno com um total de1 .696 pontos. Em segundo lugar, o quar-to ano noturno com 877 pontos e na ter-ceira colocação, o primeiro ano noturnoque fez 215 pontos. Mas a grande vence-dora dessa gincana foi a solidariedade ea preocupação com o próximo, pois di-versas pessoas serão beneficiadas com asdoações e iniciativas que a atividadepromoveu. C

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“Sorry, eu não falo inglês”Mateus Augusto - Rodrigo Castro

Morar e estudar no exterior temsido o sonho de milhares de estu-dantes que ingressam em um cursosuperior, ou ainda almejam ingres-sar, no Brasil. Sonho este que setornou mais fácil de ser realizadoapós a criação do Ciência semFronteiras pelo governo federal em2011 , com o objetivo de abrir asportas para estudantes de graduaçãoe pós-graduação que queiram estu-dar, em suas áreas de conhecimen-to, no exterior.Mas, nos últimos anos, o progra-

ma e os futuros ingressantes temencontrado uma barreira: o destinomais procurado pelos estudantes eraPortugal, pelo fato do país possuir omesmo idioma que o nosso. Atual-

RRooddrriiggooCCaassttrroo

mente, as universidades portuguesasestão suspensas do programa, por-que de acordo com o ministério daEducação, a intenção é que os can-didatos aprendam uma segunda lín-gua. Do total de bolsistas quetinham como destino Portugal e queforam redirecionados para outrospaíses, 1 10 tiveram que retornar aoBrasil por não terem conhecimentosuficiente da língua. Dentre essasbolsas, 30 eram para a Austrália e80 do Canadá, país em que as uni-versidades exigiram o conhecimentonão só do inglês, mas também dalíngua francesa.Com todas essas dificuldades, a

meta de 101 mil bolsas do CiênciaSem Fronteiras até 2015, pode não

Idioma é barreira para

brasileiros na conquista

de uma bolsa de

intercâmbio

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“Sorry, eu não falo inglês”Mateus Augusto - Rodrigo Castro

g

ser alcançada. Cerca de 60 mil jáforam concedidas até dezembro de2013, nas categorias graduação-san-duíche, doutorado-sanduíche, dou-torado pleno, pós-doutorado, jovemtalento e pesquisador visitante. Omaior destino até a data foi osEUA, que já rece-beu mais de 17 milintercambistasbrasileiros.

Há solução

O governo federal, através do Mi-nistério da Educação, oferece comosolução do problema relacionado àbarreira linguística, o programa In-glês sem Fronteiras (IsF), que procu-ra melhorar a proficiência dos alunosbrasileiros na língua inglesa. Ele estápresente em cerca de 45 universida-des federais e contempla, preferenci-almente, as áreas de exatas,biomédicas, agrárias e tecnológicas.O graduando Israel Golino, ex-

bolsista do programa Ciência semFronteiras, teve que optar por realizarseu intercâmbio em Portugal. “Mi-nhas opções eram Portugal, Espanhae Inglaterra. Cortei Inglaterra pelafalta do inglês, a Espanha por umproblema no edital e Portugal acabousendo o país que deu certo”, afirma oestudante que agora participa do pro-grama Inglês sem Fronteiras.Em entrevista para os alunos do

Jornalismo UFU, Giovanna Lima,também estudante do programa IsF,conta que almeja a bolsa do Ciênciasem Fronteiras para a Austrália em2015, e busca através do Inglês semFronteiras o conhecimento necessá-

rio da língua. “Espero que o progra-ma possa acrescentar em meu co-nhecimento. O material e a forma deensino são muito bons” – diz a estu-dante.Uma medida prática para uma

melhor qualificação dos bolsistasbrasileiros já está acaminho. Segundoo docente Ivan Ri-beiro, coordenadordo programa In-

glês sem Fronteiras da UniversidadeFederal de Uberlândia, outras lín-guas serão incluídas ao programa noano de 2015, “Para além do inglês,teremos o francês, o espanhol, o ale-mão um pouco vagarosamente, etambém o italiano”. C

“Portugal acabou sendo

o país que deu certo”Israel Golino

AArrttee:: RRooddrriiggoo CCaassttrroo

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EDUCOMUNICA Ano V - novembro 2014 - nº 10 UFU

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Sistema de cotas provoca discussõesUFU já destina vagas para o sistema de cotas e deve aderir totalmente à lei no início de 201 5

Adrivania Santos - Bruno Prado - Giovana Oliveira - Laura Fernandes - Ygor Rodrigues

As instituições públicas ainda estãoem processo de adaptação e destinam,gradativamente, parte de suas vagas aosistema de cotas. A lei n°12.711/2012,assinada pela presidenta Dilma Rous-seff, prevê que universidades e institutosfederais de educação, ciência e tecnolo-gia terão até agosto de 2016 para aderirtotalmente ao sistema que garante a re-serva de 50% das ma-trículas por turno ecurso para alunos quetenham cursado todoo ensino médio emescolas públicas. Des-te número, 50% deve ser garantido apessoas com renda familiar, por pessoa,de até 1 ,5 salário por mês, e o númerode vagas destinadas aos que se autode-clarem negros, pardos e indígenas serácorrespondente à porcentagem dessaparcela da população em determinadaregião, de acordo com dados do Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).A lei não tem a finalidade de se es-

tender por muitos anos. Seu foco é pro-

porcionar a integração de classes eestimular as próximas gerações a busca-rem uma vaga em instituições de ensinosuperior públicas.Embora tenha sido criado com inten-

ção positiva, o sistema causou contro-vérsias no âmbito acadêmico desde suaimposição feita pelo Ministério da Edu-cação (MEC), que “restringiu as discus-

sões acerca de suaadoção apenas aosconselhos e não aoscursos em si”, comoafirma AdrianaOmena, docente do

curso de Comunicação Social – Habili-tação em Jornalismo da UFU.Alécio Dantas, da Diretoria de Pro-

cessos Seletivos (DIRPS), diz que é po-ssível incitar uma discussão e vermos aefetividade dessas cotas. Essas discus-sões, no entanto, não eximem a UFU decumprir a lei, pois ela faz parte do PoderExecutivo. “Há uma lei federal que foifeita pelos legisladores e a UFU, comoórgão executor, tem a função de cumpri-la”, acrescenta Dantas.

Um dos pontos de questionamento érelativo às fiscalizações da utilização dasvagas destinadas às cotas raciais. NaUFU, o método de inclusão nesse sistemase restringe à autodeclaração, o que facili-ta o ato de burlar as regras. Entretanto,Omena afirma que “se sentir negro(a) éuma questão de identidade e ser taxadode negro na universidade vem acompa-nhado de outros adjetivos. Eu acredito nacota e sei que ela é perversa para a classemédia branca, mas acho que é necessáriapelo menos por enquanto”.Esse ponto de vista, no entanto, não

expressa um consenso. Monalisa Fran-ça, aluna negra da 5ª turma de Comuni-cação Social, ingressou na universidadepor meio do Programa de Ação Afirma-tiva de Ingresso no Ensino Superior(PAAES). Monalisa é contra as cotas ra-ciais e afirma que “este é um mecanis-mo de separação desnecessário dianteda capacidade das pessoas de entrar nafaculdade”, mas é a favor das cotas só-cioeconômicas por entender que a lógicaé diferente.De acordo com dados fornecidos pe-

la DIRPS, no ano de 2014, pelo ingressono Sistema de Seleção Unificada (SI-SU), das 3360 vagas para cursos daUFU, excluídos os 25% reservados aoPAAES, 33,9% foram para ingressantesque se encaixam nas cotas. Na FACED,dentre as 90 vagas para os cursos de Co-municação Social, pedagogia diurno enoturno, 32,2% foram para cotistas.A partir de 2015, com a extinção do

PAAES, a UFU adere totalmente à lei,destinando metade das vagas de cadacurso às cotas. Ainda que apresente fa-lhas, enquanto não há uma propostamais bem elaborada, este é o métodoque está garantindo o ingresso de estu-dantes de diversas classes sociais no en-sino público superior. C

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"Se sentir negro(a) é

uma questão de

identidade"Adriana Omena

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UFU Ano V - novembro 2014 - nº 10 EDUCOMUNICA

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Vem pro PET você também!As PETculiaridades de um programa embalado pela Educomunicação

Amanda Cristina - Bianca Mara - Melissa Gomes - Michelli Rosa - Pedro Vitor

O Programa de Educação Tutorial(PET) foi desenvolvido em meados de2006 com o objetivo de apoiar atividadesacadêmicas que fazem a integração detrês pilares: ensino, pesquisa e extensão.Segundo informações da Pró-Reitoria deGraduação (PROGRAD), a UFU possuiatualmente 26 grupos de PET, em seusdiversos tipos: o SESu, ligado à Secreta-ria de Educação Superior do Ministérioda Educação (SESu); o Institucional queé constituído por grupos de estudantesorganizados a partir de Cursos de Gradu-ação da UFU e o Conexões que envolvealunos em situação de risco. O objetivodo programa é propiciar aos alunos con-dições para a realização de atividades ex-tracurriculares que complementem a suaformação acadêmica. As atividades doPET acontecem sob a orientação de umprofessor-tutor.O PET Conexões de Saberes (CNX)

envolve alunos de comunidades popula-res, como jovens descendentes de comu-nidades do campo, quilombolas,indígenas ou de situação de vulnerabili-dade social, para trabalhar com a Educo-municação. Abrangendo os cursos deJornalismo, Pedago-gia e Licenciaturas, éo único que utiliza asituação socioeconô-mica do aluno noprocesso de seleção.Atual tutora do PET CNX, a profes-

sora Adriana Cristina Omena dos Santosdefende que as discussões desenvolvidasno grupo são de grande importância paraa vivência acadêmica de qualquer discen-te, independente de condição social. Naquestão sobre cotas, por exemplo, o PETConexões colabora para o desenvolvi-mento de uma ótica crítica sobre seus be-nefícios e contrapontos.Diélen Borges, 30, foi participante do

PET CNX durante dois anos e meio, econta que a participação no programacontribuiu muito para sua formação soci-al, ajudando a vivenciar realidades distin-tas, ultrapassando o senso comum. Hoje,cursando o mestrado, ela ressalta que nãoconseguiria desenvolver seu projeto, umlivro sobre o perfil de mulheres, se não ti-vesse passado pelo PET.

Para ela, a convi-vência com os petia-nos foi muitoimportante, pois aoentrar em uma uni-versidade em que o

ambiente é bastante elitizado, convivercom pessoas em uma mesma situação so-cial é muito interessante. Thiago Cardoso,19, é outro estudante que participa atual-mente do PET CNX. Cursando pedago-gia na UFU, ele relata que desenvolve umtrabalho paralelo com o PET em um Cen-tro de Assistência à Periferia de Uberlân-dia. Cardoso já participa desse projeto hácinco anos e, ao entrar na universidade,viu no PET a oportunidade de conhecer

as bases teóricas e o teor científico do queele já vivenciava na prática, como a litera-tura marginal. ''É como mostrar que nósexistimos dentro da academia'', cita. Tam-bém relata que o auxílio da bolsa é essen-cial, pois a carga horária do curso muitasvezes não permite que o estudante tenhauma vida profissional.O PET CNX sempre abre editais para

a seleção de novos bolsistas e alunos par-ticipantes em geral (não-bolsistas). O pró-ximo edital deve ser lançado no finaldeste semestre, e todos os interessadospodem participar do processo de seleção.A construção do senso crítico no formatopetiano e o desenvolvimento da educo-municação fazem desse PET um progra-ma singular de formação social para seusparticipantes. C

''É como mostrar que nós

existimos dentro da

academia''Thiago Cardoso

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EDUCOMUNICA Ano V - novembro 2014 - nº 10 UFU

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Viver o ambiente universitário é mais que assistir sistemati-camente às aulas, estudar para as provas e frequentar festas. Odia a dia da maioria das pessoas as impede de rever seus costu-mes e pensar o mundo. A universidade pode ser o melhor mo-mento para uma autoavaliação frente às atividades exercidas,sejam estudantis, profissionais ou meramente cotidianas. As al-ternativas para o aluno que deseja incrementar o currículo eprogredir no tempo investido para se aprofundar em diversos te-mas são muitas: iniciação científi-ca, projetos de pesquisa, estágio,monitoria, entre outros.Na Universidade Federal de

Uberlândia (UFU), a Faculdadede Educação (FACED) oferecedois cursos, sendo ComunicaçãoSocial com Habilitação em Jorna-lismo e Pedagogia. Marielle Car-doso Marra e Monique Adriele daSilva, futuras pedagogas, compar-tilham seus interesses em iniciaçãocientífica (IC): “acho que a pes-quisa durante a IC nos faz ter umfoco para escolher a linha do mes-trado que a gente quer”, diz Mari-elle. Monique completamenta:“você saber que caminho quer se-guir [é importante] , porque que-rendo ou não, o campo daPedagogia é muito amplo”.Segundo os técnicos adminis-

trativos dos cursos de Pedagogia eJornalismo da FACED, CândidaRosa Neta e Oscari Bruno, respec-tivamente, quem coordena os processos de iniciação científica,desde a divulgação à seleção, são os professores que têm projetos.Muitos alunos escolhem atividades extracurriculares somen-

te para cumprir carga horária obrigatória, ou pelo apoio finan-ceiro, como inicialmente a aluna de Pedagogia, Bruna GomesSilva. Porém, no meio do caminho tal posicionamento podemudar. “Vou ser sincera. No início comecei o estágio por causada bolsa. Mas vi que está me acrescentando muito (. . .), é umaforma de adquirir experiência”, argumenta.A estudante de Jornalismo, Amanda Francieli Silva, decidiu

ser monitora a convite de seu professor. “Eu peguei mais para

completar as horas”, explica.Semestralmente são abertas vagas de monitoria para todos

os cursos da UFU. Uma das formas de ingresso é o aluno serdesignado pelo professor. No entanto, a melhor forma de conse-guir uma vaga é demonstrar interesse e se sobressair na discipli-na pretendida.O trabalho do monitor é auxiliar o professor no que for so-

licitado bem como sanar dúvidas dos alunos sobre o conteúdodiscutido. E as vantagens do es-forço são muitas: a função volun-tária gera experiência eaprimoramento da matéria estu-dada, o tempo investido contapara cumprir as horas extras ne-cessárias a fim de concluir o cur-so e, em alguns casos, a atividadepode ser recompensada financei-ramente. Uma performance aca-dêmica de destaque somada àempatia pela matéria pretendidapode fazer diferença durante oprocesso de seleção. Contudo,desde que tenha sido aprovado, odiscente pode optar por uma dis-ciplina em que não atingiu notaalta e pela qual não teve tanta afi-nidade. Por isso a monitoria éuma atividade exercida por umaluno que, primordialmente, te-nha interesse. O professor do cur-so de Jornalismo, Gerson deSouza, explica que a monitoriatambém é o momento no qual o

aluno pode rever a sua trajetória acadêmica enquanto universi-tário: durante a correção de atividades ele se lembra dos errosque também cometia, se aprofunda na temática e aprimora acapacidade de organizar seus estudos, se autoavaliando e ree-ducando como futuro profissional.De acordo com Oscari Bruno, há no curso de Jornalismo

três bolsas de monitoria remuneradas. Durante o processo de se-leção é divulgado um edital aos alunos que informa as vagasdisponíveis em cada disciplina e quais delas são custeadas. Osalunos interessados podem procurar a coordenação do curso pa-ra fazerem sua inscrição. C

Hora extra contribui para formaçãoExistem muitas opções, mas é preciso ter foco e discipl ina

Letícia Maria - Josielle Ingrid - Raissa Jeany

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Na graduação, quando os alunos al-cançam o 3º semestre de curso, inicia-sea busca por um estágio, que é a porta deentrada para um bom emprego. Noscursos de Comunicação Social – Jorna-lismo e Pedagogia da UFU o cenárionão é diferente e logo os alunos come-çam a se movimentar em busca de umespaço. Os cursos oferecem três tipos deestágio acadêmico, aquele que se realizadentro de um órgão da Universidade,outro que se realiza dentro de um órgãodo próprio curso, e um terceiro que serealiza fora do espaço físico da UFU. Oaluno estagiário tem direitos e deveresgarantidos na Legislação do Estágio, naLei N. 11 .788, de 25 de Setembro de2008. A empresa no qual ele estagia temo dever de assegurar os direitos, já os de-veres, completar a carga horária e apre-sentar um relatório a cada seis meses,são responsabilidades do aluno.De acordo com o Art. 10, a carga

horária máxima do estágio é de 4 horasdiárias e 20 semanais. A Univer-sidade deve

enviar à empresa ocronograma de avaliações no início doperíodo letivo, para que o aluno seja li-berado em período de provas. A contra-tação do aluno é formalizada eregulamentada exclusivamente pelo Ter-mo de Compromisso de Estágio (Con-

trato de Estágio), que deverá serassinado pela empresa, pelo aluno e pelainstituição de ensino.

Iara Mora Longhini, professora daPedagogia, acompanha os alunos que re-alizam o estágio. Segundo ela, a UFUdeixa o curso e os alunos livres

para fazerem escolhas."No meu caso, eu, ouos alunos, que entra-mos em contato coma escola e comuni-camos a escolha àcoordenação docurso.” afirma Ia-ra. Em relaçãoaos feedbacksque recebem, ela

contou que eles só acon-tecem porque os professores buscam in-formações ou os alunos relatam o queacontece.O aluno Igor Miranda, 21 , aluno de

Jornalismo, está no 8º período e atua co-mo estagiário no Jornal Correio deUberlândia, o discente afirma que o es-tágio é unir a teoria à prática, e que a va-

lorização do trabalho do estagiáriodepende muito de como ele realiza suasfunções. "A cobrança é de acordo com oque eles enxergam da capacidade, do in-teresse da pessoa ser suficiente para po-der ser cobrada. Eu trabalhava em umnúcleo, e pedi pra ser mudado depois deum ano de estágio. Dessa forma eu fuisendo cobrado como um profissional,mas foi uma decisão pessoal.", contou.Para a aluna do curso de Pedagogia,

Carolina Travaglia, 21 , o estágio serviupara fazê-la pensar em diferentes alter-nativas de resolver situações. "Essa expe-riência me agregou muito, profis-sionalmente e pessoalmente, pois vi co-mo é realmente o dia a dia de um peda-gogo dentro da escola” afirma.É perceptível que a busca por estági-

os acadêmicos é cada vez mais frequen-te, e com um mercado de trabalho tãocompetitivo, isso é natural. Com o está-gio os alunos são motivados e desafia-dos para vivenciar o dia-a-dia de suasprofissões, e com o amparo da universi-dade se sentem mais seguros para, nofuturo, seguirem sozinhos. C

Estágio acadêmico movimenta alunos na graduaçãoEstudantes já começam a pensar no futuro

Ana Augusta Ribeiro - Lais Vieira - Nadja Nobre

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Juntas, elas garantem uma FACED mais l impaMaryna Ajej - Pedro Lobato - Thalita Araujo

Muitas pessoas passam diariamentepelos corredores da FACED. Poucospercebem que uma faculdade precisa demais que ensino para funcionar adequa-damente. O bom ambiente de trabalho éfundamental e é pensando nisso queOládia da Silvia Brito, 26, chamada pe-las colegas de Lara, e Ilma Reis da Silva,20, desenvolvem suas atividades de lim-peza na FACED. Ambas são funcionári-as de uma empresa terceirizada.Elas trabalham há alguns meses

no bloco G, onde está situada a FA-CED. Ambas nasceram em Janaúba(MG) e vieram para Uberlândia embusca de mais e melhores oportunida-des. Compartilham a vontade de con-tinuar os estudos.

Estar na FACED influenciou sua

vontade de fazer faculdade?

Lara: Não. Quando eu terminei oensino médio fui pra Presidente Pru-dente (SP) e precisei trabalhar. Presteio ENEM de 2009 e perdi o prazo deinscrição do programa. Meus horários

de trabalho não me deixaram voltar aestudar, mas nunca desisti. Ainda nãotenho ideia do que eu quero fazer, masisso pra mim é decisivo.

Ilma: Eu já havia escolhido Peda-gogia antes, já trabalhei no projetoTravessia Nota 10com alfabetizaçãode idosos. Traba-lhei três anos comisso e gostei da ex-periência.

Quais são os

planos para o fu-

turo?

Lara: Eu termi-nei o ensino médio e parei. Eu preten-do voltar, vou fazer o ENEM agora (8 e9 de novembro).

Ilma: Eu faço faculdade de Pedago-gia, estou estudando e trabalhando.Não pretendo continuar aqui, sabe?Quando eu me estabelecer na cidade,vou procurar algo mais a “minha cara”.Antes, onde eu morava, eu trabalhava

com crianças em uma escolinha e mesinto bem com isso.

Sentem reconhecimento com rela-

ção ao trabalho desempenhado na

FACED?

Lara: Eu acho que reconhecem sim,porque aqui antes sempre tinha recla-mação e foi esse o motivo pelo qual mecolocaram aqui.

Ilma: Eu acho que poderia ter umreconhecimento maior porque todomundo é ser humano “né?”. Tem unsque não reconhecem, pensam que sóporque você mexe com o pano de chãovocê não é nada e que precisa servir osoutros sempre. Não é bem assim.

Sentem-se parte importante aqui?

Lara: É, se não fosse a gente paralimpar o chão. . . faltaria algo.

Como é a relação com as pessoas

do bloco G?

Lara: É boa, as pessoas respeitam.Ilma: Tem pessoas que são “gente

boa”, mas tem umas que “só Deus nacausa” porque passam por mim e nãofalam nem bom dia.

O que poderia melhorar?

Lara: Tem horaque a gente “tá”limpando a escada,e eu acho que é fal-ta de respeito apessoa passar fin-gindo que não temninguém, não falanem um bom dia.Às vezes me veem

limpando, pedem desculpa por estarempassando, aí pra mim tudo bem, mastem outras [pessoas] que acham quenós somos invisíveis.

Algo que tenham vontade de falar

e que as pessoas precisam saber.

Ilma: Se eu pudesse dar uma dica,eu falaria para as pessoas serem maishumanas. C

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LLoobbaatt oo

"Às vezes me veem

limpando, pedem desculpa

por estarem passando,

mas tem outras (pessoas)

que acham que nós somos

invisíveis."Oládia Brito