educando na prevenção do - biblioteca.unilasalle.edu.br · fisiologia 1.1 fisiologia normal do...
TRANSCRIPT
THELMA DE CASTRO SILVEIRA
EDUCANDO NA PREVENÇÃO DO DIABETES MELLITUS
TIPO 2.
Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário La Salle – UNILASSALE, como requisito para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.
Orientadora: Profª Drª Alessandra Marqueze
Canoas
2008
TERMO DE APROVAÇÃO
THELMA DE CASTRO SILVEIRA
EDUCANDO NA PREVENÇÃO DO DIABETES MELLITUS
TIPO 2.
Monografia de Graduação Licenciatura em Ciências Biológicas
Data da aprovação: ____/____/2008.
____________________________________________ Profª Drª Alessandra Marqueze
Orientadora
Canoas
2008
AGRADECIMENTOS
...A Deus, por ter me dado o Dom da Vida,
Por ter iluminado o meu caminho com a
luz da verdade e da coragem. Por ter me
dado força, perseverança e saúde para
enfrentar os desafios na busca de mais essa
vitória.
...A todas as pessoas que eu amo e que me
incentivaram com carinho, compreensão,
paciência nos momentos difíceis. Quero
compartilhar com vocês ( meu esposo, meu
filho, minha mãe, meus irmãos, minha
sogra) esta etapa vencida, pois ela possui
um pouco de cada um de vós.
...Não poço deixar de alguma forma
de agradecer ao meu pai (in memorian)
por toda a sua vontade de ter um dos seus
filhos se graduar....
...À professora orientadora,
Alessandra Marqueze, pelas experiências
compartilhadas, incentivo e amizade.
RESUMO
O Diabetes Mellitus é o principal distúrbio-pancreático, caracterizado pela insuficiência
em células envolvidas na secreção de insulina e glucagon, provocando níveis elevados de
glicose inativa no sangue. Trata-se de uma doença que acarreta muitas complicações em
longo prazo, decorrentes de má informação preventiva. A fim de reduzir complicações e
postergar o aparecimento de sintomas optou-se em fazer um trabalho de prevenção com
estudantes do Ensino Fundamental, na cidade de Canoas. Foi aplicado um questionário na
Escola Estadual Barão do Amazonas avaliando a dieta e o IMC dos educando.
Palavras chaves: Diabetes, Educação, Prevenção, Alimentação.
ABSTRACT
The Diabetes Mellitus is the main riot-pancreatic, characterized for the insufficiency in
involved cells in the secretion of insulin and glucagon, provoking high inactive glucose
levels in the blood. One is about an illness that causes many complications long stated
period, recurrent me the preventive information. In order to reduce complications and to
delay the appearance of symptoms it was opted in making a work of prevention with
students of Basic Education, in the Canoas city. Application of the questions in the scholl
Escola Estadual Barão does Amazonas obiter information in the diet and IMC of the
students.
Key Word : Diabetes, Education, Prevention, Feeding.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................
1.FISIOLOGIA .................................................................................................... 1.1 Fisiologia Normal do Pâncreas .........................................................................
1.2 Insulina ............................................................................................................. 1.3 Glugacon .......................................................................................................... 2. DIABETES MELLITUS TIPO 2 ..................................................................... 2.1 Diagnóstico do Diabetes Mellitus Tipo 2 .................................................. 2.2 Abordagem Nutricional ................................................................................... 2.3 Quando uma Criança é Obesa,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 2.4 Educação em Diabetes..................................................................................... 3. OBJETIVO .......................................................................................................... 4. METODOLOGIA .............................................................................................. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... REFERÊNCIAS......................................................................................................... ANEXO ......................................................................................................................
INTRODUÇÃO
Há milhares de anos o ser humano não dispunha da agricultura, era caçador e
sobrevivia a escassez de alimentos através de mecanismos poupadora de energia, que
adquiria em forma de gordura.
O mundo moderno traz a obesidade, ou seja, quanto mais às cidades se urbanizam os
aparelhos ficam cada vez mais confortáveis.
O resultado disso foi à expansão da obesidade e outras disfunções relacionadas a ela,
como a hipertensão arterial e o diabetes.
Sendo a obesidade um dos principais fatores de risco para a antecipação da chegada
do Diabetes Tipo 2, como convencer a criançada a se alimentar bem? A televisão não dá
qualquer ajuda nesse sentido, já que exibe maciçamente anúncios de produtos
industrializados, com alto teor de ingredientes que contribuem para a saúde dos
telespectadores.
Aspectos Gerais Associados
Em se tratando de classificação, existem diversos tipos distintos de Diabetes Mellitus.
Para Powers (2002, p. 135), eles podem diferir na etiologia, evolução clínica e tratamento.
As principais classificações do diabetes são:
• Diabetes Mellitus Tipo 1 – as pessoas afetadas são magras, tem início abrupto
de sintomas antes de 30 anos de idade ( embora possam ocorrer em qualquer
idade e são dependentes de insulina exógena).
• Diabetes Mellitus Tipo 2 – as pessoas afetadas geralmente são obesas e com
mais de 30 anos de idade ao diagnóstico. Podem necessitar de insulina exógena
ou não.
• Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) – uma condição de intolerância à glicose
que afeta as mulheres grávidas, cujo início ou descoberta ocorre durante a
gravidez.
• Outros tipos específicos – Diabetes que resulta de síndromes genéticas
específicas, cirurgias, drogas, desnutrição, infecção e outras doenças.
1. FISIOLOGIA
1.1 Fisiologia Normal do Pâncreas
De acordo com Guyton e Hall (1998) o pâncreas está localizado paralelamente e
abaixo estômago. Além de ter funções digestivas (produzindo enzimas para digerir todos
os três tipos de alimentos: proteínas, carboidratos e gorduras, além de grande quantidade
de íons bicarbonato para neutralização de ácidos que passam do estômago para o
duodeno), secreta também dois hormônios importantes: a insulina e o glucagon que
atuam na regulação do metabolismo da glicose, dos lipídios e das proteínas.
O pâncreas é composto de dois tipos cujas funções mais
principais de estruturas; os ácinos, que secretam sucos digestivos
para o duodeno e as ilhotas de Langerhans, que secretam
insulina e glucagon diretamente para o sangue. As ilhotas de
Langerhans do ser humano contem três tipos principais de
células, α, β e ∆ que se distinguem umas das outras por sua
estrutura e suas características tintoriais. (GUYTON; HALL,
2002, p.557).
A insulina é secretada pelas células β, o glucagon pelas α e a somatostatina pelas
∆, cujas funções mais importantes ainda não foram totalmente desvendadas, pelas células
∆. Segundo Smelltzer e Bare (2002, p. 263), a insulina é um hormônio anabólico ou de
armazenamento, ou seja, quando uma refeição é ingerida, a secreção de insulina aumenta e
movimenta a glicose para dentro do músculo, fígado e células adiposa.
1.2 Insulina
A insulina é o produto da secreção endócrina do pâncreas sintetizada pelas células
betas de Langerhans. É o principal hormônio anabolizante do organismo e atua a nível
hepático, muscular e adiposo. É responsável pela síntese e armazenamento hepático do
glicogêneo, triglicerídeos e colesterol e pela inibição da glicogenólise, gliconeogenese e
cetogênese. A nível muscular sintetiza e armazena proteínas e glicogêneo. No tecido
adiposo, é responsável pelo estímulo à lipogênese e ativação do sistema de transporte de
glicose para dentro do músculo e células adiposas. Faustino Teixeira (2002, p.408)
Antes de poder exercer sua função, a insulina precisa primeiro se ligar a uma grande
proteína receptora situada na membrana celular e ativá-la. É o receptor ativado, e não a
insulina, que provoca os efeitos subseqüentes, que são os seguintes de acordo com Guyton
e Hall (1998, p. 828).
1. Alguns segundos depois de a insulina ligar-se a seus receptores na membrana,
aproximadamente 80% das células do corpo torna-se altamente permeáveis à
Figura 1 Tipos celulares e hormônios secretados na ilhota de Langerhans
glicose, principalmente para as células adiposas e musculares. Por sua vez,
ocorre uma rápida entrada de glicose nas células devido ao aumento da
permeabilidade para geração de energia.
2. A membrana celular fica mais permeável também a muitos aminoácidos, aos
íons potássio, magnésio e fosfato.
3. Durante os 10 a 15 minutos seguintes são alterados os níveis de atividades de
ainda muitas outras enzimas metabólicas intracelulares.
4. Continuam a correr efeitos ainda mais lentos que permanecem durante horas e
até mesmo dias, como alteração de velocidade de tradução dos RNA
mensageiros nos ribossomos para formação de novas proteínas, transcrição do
DNA no núcleo das células.
Entre as refeições e à noite (durante os períodos de jejum, o pâncreas libera
continuamente uma pequena quantidade de insulina), e o glucagon é liberado quando
diminuem os níveis de glicose no sangue. A insulina e o glucagon, em conjunto,
mantêm um nível constante de glicose no sangue por estimular a liberação de glicose a
partir do fígado.
1.3 Glucagon
Glucagon é o hormônio secretado pelas células α das ilhotas de Langerhans trabalha
como antagonista da insulina, aumentando os níveis plasmáticos de glicose, cetoácidos,
ácidos graxos, livres e diminui os níveis de aminoácidos. Estimulando o fígado e os
músculos a degradarem o glicogênio e liberar glicose. O fígado é responsável pela
gliconeogênese e o glucagon desempenha importante função de regulação deste processo,
evitando também a hipoglicemia. GUYTON e Haal ( 1998, p. 831).
O glucagon promove a utilização de combustíveis, ao invés de armazenamento e isso
ocorre principalmente com a glicose. GUYTON e Haal (1998, p. 830).
2. DIABETES MELLITUS TIPO 2
Para Schimidt (2004, p. 254), DM Tipo 2 é um distúrbio heterogêneo, com uma
etiologia complexa. O Ministério da Saúde (1999) afirma que, a ocorrência de Diabetes
Mellitus em um grupo populacional está ligada principalmente a fatores socioeconômicos e
culturais, tais como urbanização, hábitos alimentares, estilo de vida sedentária, estresse e
fatores genéticos.
A obesidade é um dos principais fatores de risco para o Diabetes Mellitus do Tipo 2
está relacionada à duração e ao grau de obesidade. Ela praticamente dobra quando um
aumento de peso moderado está presente e pode mais que triplicar na presença de excesso
acentuado de peso.
De acordo com Powers (2002, p. 564), os efeitos crônicos incluem dano, disfunção
ou falência de órgãos, especialmente rins, nervos, coração e vasos sangüíneos. A
apresentação inicial pode se dar por sintomas de polidipsia, poliúria, polifagia e perda de
peso inexplicada; em casos mais graves, esses sintomas evoluem para cetoacidose ou como
hiperosmolar, que se não atendidas prontamente, podem levar ao óbito.
Para Powers (2002, p.566), o Diabetes Mellitus do Tipo 2 tem interface com um
forte componente genético. Embora os principais genes que predispõem ao distúrbio ainda
não tenham sido identificados, está claro que a doença é poligênica (pode ter vários genes
como origem) e multifatorial.
Diversos genes contribuem para a suscetibilidade, e fatores ambientais (como a
nutrição e a atividade física) também modularam a expressão fenotípica na doença.
Indivíduos com um com dos pais com Diabetes Mellitus Tipo 2 possuem um risco
aumentado de diabetes; se ambos os pais tiverem Diabetes Mellitus Tipo 2, o risco dos
filhos herdarem tais genes pode chegar a 40%.
A resistência à insulina, demonstrada pele redução da utilização da glicose pelo
músculo esquelético, está presente em muitos parentes não diabéticos de primeiro grau de
indivíduos com Diabetes Mellitus Tipo 2. No entanto, a definição das anormalidades
genéticas do Diabetes Mellitus Tipo 2 permanece um desafio, pois o defeito genético da
secreção ou da ação da insulina pode não se manifestar, a menos que um evento ambiental
ou outro defeito genético, como a obesidade, se superponha.
2.1 Diagnóstico do Diabetes Mellitus Tipo 2
Mahan e Stump (2002, p. 345), relatam que os critérios mais eficazes para o
diagnóstico de Diabetes Mellitus Tipo 2, estão baseados em três testes: glicose plasmática
de jeju (GPI), glicose plasmática casual (GPC) e nível de glicose plasmática em 2 horas
(2hGP), sendo o primeiro mais utilizado.
• Glicose plasmática do jejum (GPI): coletada após um jejum de 8 a 14 horas,
sendo que, valor igual ou superior a 126mg⁄dl indica um diagnóstico de
diabetes.
• Glicemia plasmática casual (GPC): coletada em qualquer hora do dia, sem
considerar o momento da última refeição, em presença de sintomas de diabetes
(poliúria, polidipsia, e perda de peso), sem jejum, com valor superior ou igual a
100 mg⁄dl é indicativo de diabetes.
• Teste oral de tolerância à glicose: que envolve a administração de 75g de
glicose e mensuração do nível de glocose plasmática 2 horas depois.
O exame é realizado após jejum noturno de 6 a 14 horas, não sendo permitido
fumo e exercício físico durante o teste; água é permitida; deve ser anotado
quando houver infecção, uso de medicamentos que alterem o teste ou
inatividade física.
De acordo com Schimidt (2004, p. 256), a utilização desses três exames no processo
diagnóstico depende do contexto. Quando o paciente necessita de diagnóstico imediato e o
serviço dispõe de laboratórios com determinação glicêmica imediata ou de tiras reagentes e
glicosímetros, a glicemia casual é o primeiro exame solicitado, possibilitando a leitura do
resultado na própria consulta. Nesse caso, o ponto de corte indicativo de diabetes é de
≥200mg⁄dl. Entretanto, em vista do maior erro nessas determinações, recomenda-se que a
confirmação seja feita em sangue venoso e dosado no plasma, por laboratório certificado.
Nos casos em que a hiperglicemia está associada a estresse agudo infeccioso,
traumático ou circulatório, não deverá ser considerado diagnóstico de diabetes, pelo fato de
muitas vezes ser transitória, necessitando posteriormente de realização de novos exames.
Não sendo urgente, é preferível solicitar uma glicemia sérica, um valor ≥ 126mg⁄dl
é indicativo de diabetes, mas precisa ser confirmado em outro dia, a não ser que o quadro
hiperglicêmico seja muito evidente, como quando acompanhado de descompensação
metabólica.
Pessoas cuja glicemia de jejum apresenta-se entre 100 e 125mg⁄dl, por possuírem
alta probabilidade de ter diabetes, podem requere avaliação (TTG), teste de tolerância à
glicose 75g em 2horas. Mesmo quando a glicemia de jejum for normal (< 100mg⁄dl),
pacientes com alto risco cardiovascular podem merecer avaliação por TTG. Uma glicemia
de duas horas pós-sobrecarga ≥ 200 mg⁄dl é indicativa de diabetes e entr 140 e 200 mg⁄dl de
tolerância à glicose diminuída.
2.2 Abordagem Nutricional
O Ministério da Saúde (1999) afirma que, a manutenção da saúde e do controle das
doenças sofre bastante influência do estado nutricional. No doente diabético, é importante
observar a ocorrência de ganho ou perda de peso recente, aumento de sede e do apetite,
fraqueza e diminuição da sensação de bem estar.
A história de alteração no peso do diabético descompensado no passado recente
tem especial valor, pois reflete a velocidade das alterações no metabolismo corpóreo. No
exame físico, algumas vezes em aparente bom estado, o diabético pode encontrar-se em
desnutrição relativa, com um resultado de processo catabólico (metabolismo degradativo)
antigo ou em andamento.
Na anamnese do paciente diabético, a determinação criteriosa da ingestão alimentar
oferece dados relevantes, especialmente, quando se correlaciona o grau e tempo de perda
Oe ganho de peso. A aferição da anamnese alimentar e o exame físico podem estabelecer o
grau de comprometimento do estado nutricional.
O índice de massa corpórea – IMC é um dos indicadores que podem ser utilizados
para avaliar o risco de morbimortalidade em relação ao peso corpóreo. O IMC é calculado
pela divisão do peso (em Kg) pelo quadrado da altura (em metros): IMC = Peso (Kg) ⁄
Altura m².
2.3 Quando uma criança está obesa? Segundo o ministério da saúde, nas crianças, a gordura corporal muda ao longo do
crescimento, e meninas diferem quanto à quantidade de gordura considerada normal.
O sobrepeso é definido atualmente pelo ministério da saúde como um peso em que se
encontram 97% das crianças saudáveis do mesmo sexo e idade. Nas crianças até 10 anos, é
considerada obesa a criança que estiver com 120% ou mais do peso ideal para a idade. Para
as crianças acima de 10 anos a, obesidade é diagnosticada a partir do cálculo do índice de
massa corporal (IMC = peso [Kg] dividido pela altura ao quadrado [m²], de acordo com o
seguinte quadro:
Idade/anos IMC sobrepeso IMC obesidade Masculino feminino Masculino Feminino 10 20 20 23 23 11 20 20 24 23 12 21 21 25 26 13 22 22 26 27 14 23 23 27 28 15 24 24 28 29 16 24 25 29 29 17 25 25 29 30 18 26 26 30 30 Tabela 01 Diagnóstico da obesidade em crianças acima de 10 anos pelo IMC (htpp//www.scielo.br/scielo.php - Acesso 18 de Nov.2008).
2.4 Educação em Diabetes
O criador do conceito multidisciplinar para o tratamento do portador de diabetes, Eliot
Joslin dizia que:
“A educação em diabetes não é somente parte
do tratamento do diabetes, é o próprio
tratamento” (SBD, 2003).
Para o Ministério da Saúde (2002), a educação é uma parte essencial do tratamento.
Constitui um direito e dever dos responsáveis pela promoção da saúde.
Segundo Oliveira (2002, p. 649), a educação do diabético para o auto-cuidado pode
ser definida como a transmissão de informações, habilidades e atitudes que resultarão num
ambiente necessário para conseguir o desejado sucesso do tratamento. As metas de um
programa educacional são aumentar a saúde, a longevidade e a qualidade de vida do
diabético. Para isso, além da atuação de uma equipe de saúde multidisciplinar como
disseminadores de informação, o diabético deve contar com o apoio de seus familiares que
o ajudarão no dia-a-dia.
Para a Sociedade Brasileira de Diabetes uma boa alimentação deve começar na
infância. Não existe uma dieta padrão para os pré-escolares e escolares. O importante é
adequar os diversos grupos de alimentos durante o dia e observar as atividades diárias e o
estilo de vida do escolar. Neste período, devem realizar 4 a 5 refeições diárias, com
horários estabelecidos, evitando o uso de biscoitos recheados,doces, refrigerantes,
alimentos industrializados, e outras guloseimas.
O desjejum é uma das principais e deve contribuir com 20 a 25% da ingestão diária
total de energia do escolar.
Durante o período pré-escolar e escolar, as crianças passam por uma mudança
importante de padrão alimentar. Nesta fase, já participam das atividades familiares como
também das refeições dos adultos e o interesse pela alimentação. Com o ingresso na escola
passam a conviver com horários, o conhecimento de alimentos diferentes daqueles já
habitualmente conhecidos no meio familiar e há preferências por doces, guloseimas.
Bebidas de alto valor calórico e baixo valor nutritivo.
Desta forma a família e a escola têm a responsabilidade de fornecer a adoção de um
comportamento saudável por parte das crianças, capaz de encontrar um equilíbrio alimentar
para alcançar uma boa qualidade de vida. Para isso, é importante criar opções atrativas e
nutritivas as crianças e adolescentes, ou seja, substitutos para os sanduíches, salgados e
refrigerantes.
A adoção de um comportamento alimentar saudável do pré-escolar e escolar pode ser
apontada como importante medida de promoção da Saúde, com repercussões positivas na
vida adulta.
Segundo os Parâmetros Curriculares - Ser Humano e Saúde (1998, p.241), orienta
este eixo-temático a concepção do corpo humano como um todo, um sistema integrado de
outros sistemas, que interage com o ambiente e que reflete a história de vida sujeito.
O tema transversal Saúde aborda as relações entre os problemas de saúde e fatores
econômicos, políticos, sociais e históricos. Tais problemas acarretam discussões sobre
responsabilidades humanas voltadas ao bem-estar comum e condições e objetivos de
saúde, que para serem trabalhados necessitam de cooperação da área da ciência, mas nela
não se esgotam. Em ciências, apresentar a saúde como um estado de equilíbrio dinâmico
do corpo e um bem da coletividade é uma meta q não é simples e que precisa ser retirada
em diferentes momentos, por meio de abordagens diversificadas. Os nomes de doenças,
seus agentes e sintomas são conteúdos desenvolvidos em temas de trabalhos significativos
para os estudantes, como por exemplo, a investigação de combate à dengue, mas é de
pouca valia sua apresentação isolada de contexto.
Diferentes temas em que se estudam o ciclo e as funções do corpo humano
comportam hábitos relacionados com a alimentação, locomoção, por exemplo, que
promovem a saúde e preservação de doenças. Também ao se tratar do ambiente, local ou
mais amplo, há espaço para estudar condições de saúde e prevenção de doenças do ser
humano. Para o estudante é fundamental conhecer o seu próprio ambiente, suas condições
de saúde e compará-las a outras situações.
Em todos os estudos, independentemente das relações enfocadas, é importante das
relações enfocadas, é importante favorecer o desenvolvimento de atitudes de respeito pelas
diferenças individuais, de apreço pelo próprio corpo e de auto-estima, por meio de auto-
conhecimento, em conexão com a saúde. O conhecimento sobre o corpo humano para o
aluno deve estar associado a um melhor conhecimento do seu próprio corpo, com o qual
tem uma intimidade e uma percepção subjetiva que ninguém mais pode ter, já que é
individual, e único.
A mídia tem se incumbido de ditar diferentes hábitos de consumo pela veiculação de
propagandas. O consumo é o objetivo principal das propagandas, de alimentos ou de
medicamentos. É papel da escola formar alunos com conhecimentos e capacidade que os
tornem aptos a discriminar informações.
Assunto também abordado junto à saúde e meio ambiente é o desenvolvimento de uma
consciência com relação à alimentação, considerando-se as demandas individuais e as
possibilidades coletivas de obter alimentos. Além de conexões com os temas transversais,
o eixo temático “Ser humano e Saúde” também podem ser abordados em conjunto aos
demais eixos de Ciências Naturais. Em temas de trabalho que situam o ser humano entre as
demais espécies vivas, os estudantes comparam a natureza biológica do ser humano à dos
demais seres vivos, reconhecendo diferentes padrões de estrutura e funcionamento.
3. OBJETIVOS
O aumento da expectativa de vida da população, diminuição da atividade física e
aumento da ingesta calórica exercem importante papel para o aparecimento do Diabetes
Mellitus Tipo 2. Assim o objetivo deste estudo é:
Identificar como está a alimentação de crianças e jovens em uma instituição de ensino
fundamental ( 11 a 14 anos de idade);
• Identificar como está a alimentação de crianças e jovens em uma instituição de
ensino fundamental (11 a 14 anos de idade)
• Fazer um levantamento de sobrepeso e obesidade destes;
• Aplicar aulas multidisciplinares para o conhecimento dessa doença degenerativa,
bem como programas educativos visando o despertar nos sujeitos a necessidade de
buscar estilos de vida saudáveis a fim de prevenir os fatores de risco para o diabetes.
4. METODOLOGIA
Para o presente estudo, foi utilizado dados de pesquisas sobre padrões de vida de
estudantes de Ensino Fundamental (5ª série).
Este projeto avaliou as condições alimentares de crianças e jovens, como
conseqüência obesidade levando ao Diabetes Mellitus Tipo 2.
A metodologia seguiu da seguinte forma:
Foi elaborado um questionário com 05 questões sendo que 03 destas são de respostas
afirmativas ou negativas, uma dissertativa e a última com cálculo. Este questionário
compõe-se de perguntas referentes ao tema Saúde, mais especificadamente sobre diabetes,
com linguagem adequada, aos alunos.
A aplicação deste questionário foi feita entre o período de 10 a 17 de setembro de
2008 na seguinte instituição de ensino: Escola Estadual de Ensino Médio Barão do
Amazonas. Esta escola está situada no município Canoas.
Foi abordado um total de 35 alunos que possuem entre 11 e 14 anos. Estudante da
quinta-série do turno da tarde.
Com estes dados em mãos foi possível então quantificar os alunos com alto índice de
peso ou obesos. Para isso foi verificado, através de perguntas específicas, questões de
âmbito familiar, pessoal e escolar de cada adolescente.
A aplicação deste instrumento, portanto consistiu em obter dados sobre o tema
obesidade infantil e na adolescência.
1º Encontro:
Foi elaborada uma aula multidisciplinar com os educandos visando apresentar o
Diabetes. Para isso houve a confecção da pirâmide dos alimentos para melhor
conhecimento dos alimentos e sua importância em nossa dieta e saber como usá-los.
Figura 2
Fonte: (http://www.sociedadebrasileiradediabetesNutricao_e_Saude Acesso 01 Nov. 2008)
Na pirâmide alimentar estão descritas as faixas de porções adequadas a cada grupo,
no entanto, a quantidade que cada indivíduo precisa, depende de quantas calorias são
necessárias para o mesmo, levando em conta o sexo, a idade, peso,altura e atividade física.
Começando pela base da pirâmide, é nela que estão os alimentos ricos em
carboidratos como pães, massas, cereais e arroz. Por estarem compreendidos no maior
grupo dos alimentos devem ser ingeridos em maiores quantidades durante o dia, pois são
importantes fontes de energia.
Logo acima da base estão os alimentos reguladores que são apresentados pelos grupos
das frutas, verduras e legumes. São assim chamados porque são fontes de vitaminas,
minerais e fibras que ajudam na regulação de várias reações do nosso corpo.
No terceiro nível da pirâmide alimentar estão outros dois grupos de alimentos os quais
fazem parte, em sua maioria, os de origem animal como o leite e derivados, carne, frango e
ovos. Além dessas, estão nestes grupos os feijões, ervilhas e nozes. Todos esses alimentos
são importantes fontes de proteínas e minerais.
O topo da pirâmide é representado pelos alimentos que devem ser usados com
moderação, pois podem levar a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes entre outras
enfermidades. Neste grupo estão os óleos, manteigas e margarinas, os açucares e doces.
(http://www.sociedadebrasileiradediabetesl.com/Nutricao -( Acesso 01 Nov. 2008)
Logo após houve uma discussão sobre a alimentação dos alunos. E foi entregue um
questionário para ser respondido com a ajuda dos pais.
O questionário teve perguntas simples e ajudou a elaboração do levantamento de uma
tabela. (ANEXO 01)
2º Encontro:
Esse encontro visou apenas recolher o questionário entre os educandos para a
verificação dos resultados.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base na análise do questionário podemos observar que ambos os sexos
demonstraram ter uma alimentação irregular, com muita ingestão de alimentos calóricos
ao invés dos saudáveis. E também são sedentários.
Na tabela do cálculo do IMC o sexo feminino quando estão na adolescência perdem
massa magra e ganham massa gorda, ao contrário do sexo masculino e diferem quanto a
quantidade de gordura considerada normal.
QUESTÕES MASCULINO FEMININO TOTAL
SIM NÃO SIM NÃO
1.O seu filho (a) tem o hábito de ingerir
legumes, verduras e frutas?
7
8
9
11
35
2. Costuma levar lanche para a escola? 4 11 7 13 35
3. O seu filho(a) pratica alguma atividade
Física fora do currículo escolar
6
9
6
14
35
S A R S A R S A R S A R
4.Prefere suco(S), água(A) ou
refrigerante(R)
2 3 3 1 2 4 4 5 5 2 1 3 35
Tabela 02: Resultados obtidos pelo questionário dos alunos da 5ª série.
SEXO MASCULINO
Nºde Indivíduos Idade Peso (g) Altura (m) IMC
2 14 50 1.60 19,53
3 10 49 1.45 23,73
7 13 45 1.58 18,77
3 12 42 1.57 17,77
Tabela 03: Resultados do IMC - MASCULINO
SEXO FEMININO
Nºde Indivíduos Idade Peso(g) Altura (m) IMC
2 13 52 1.60 20,31
4 10 47 1.46 21,06
4 11 50 1.48 22,75
3 14 53 1.57 21,70
4 12 47 1.58 18,73
3 12 45 1.56 18,19
Tabela 04: Resultados obtidos do IMC - FEMININO
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1
Amostra
F
M
Total
Gráfico 1: Caracterização da Amostra
19,7
19,8
19,9
20
20,1
20,2
20,3
20,4
20,5
F M
FM
Sexo
Gráfico 2: Média do IMC por sexo
6. CONCLUSÃO
Através da análise dos dados podemos concluir que:
- a maioria dos adolescentes questionados nestas escolas não apresenta o hábito de uma
alimentação saudável.
- entre os educandos o sexo feminino apresentou com o teste do IMC maior taxa para se
tornar um adulto obeso do que o sexo masculino
Portanto podemos concluir que a obesidade pode resultar de fatores endógenos, de
origem hereditária/congênita e também de fatores exógenos como fatores ambientais, mas
principalmente, devido a hipoatividade ( sedentarismo) e aos maus hábitos alimentares
(alto consumo de fast-food).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para uma melhor análise dos resultados, assim como uma conclusão mais precisa,
será necessária uma coleta mais ampla de dados abrangendo um número mais significativo
de escolas e um número mais representativo de estudantes a serem abordados.
Informações a respeito sobre o diabetes entre os alunos são escassas, portanto a
continuidade deste trabalho é de vital importância para que se possa obter informações mais
contundentes e hipóteses mais concretas a respeito.
REFERÊNCIAS
CAROLINA, Maria. Levantamento dos fatores de risco para diabetes mellitus tipo 2,
em instituições de ensino médio. Disponível em: <http:www. Scielo.com.br. Acesso em
24 de agosto 2006.
BACK, João Miguel. Manual para apresentação de trabalhos acadêmicos: graduação e pós-graduação. 3. ed. Canoas: Salles, 2006.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF: MEC, 1997. 10 v.
BRASIL. Ministério da Saúde. Planejamento reorganização da atenção a hipertensão arterial e diabetes mellitus. Brasília, 2002. CANANI, Luis Henrique; SCHMIDT, Maria Inês; DUNCAN, Bruce B. Prevenção emanejo das complicações crônicas do diabetes. In: DUNCAN, Bruce; SCHMIDT, Maria Ines; GIUGLIANI, Elsa R. J. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. MAHAN, L. K, et all. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 10. ed. São Paulo: Roca, 2002. NETO, Faustino Teixeira. Nutrição Clínica. 3ª ed. Belo Horizonte: Guanabara Koogan, 2002. OLIVEIRA, R. F. Diabetes dia-a-dia: guia para o diabético, seus familiares, amigos e membros das equipes de saúde. 2ª. Ed.Rio de Janeiro: Revinter. 2002. POWERS, Alvin. Diabetes melito. In: BRAUNWALD, Eugene (ed.). Harrison: medicina interna. 15. ed. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2004.
http//WWW.scielo.br/scielo.php. Acesso 18 de Nov. 2008.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diagnóstico e classificação do diabetes mellitus e tratamento do diabetes mellitus tipo 2:. Disponível em: http://<http://www.diabetes.org.br> Acesso em: 15 Abr. 2006 – Nov. 2008.
SMELTZER, Suzanne.C.; BARE, BrendaG. Histórico e tratamento de pacientes com diabetes mellitus. In: _____. Brunner e Suddarth Tratado de enfermagem médico-cirúrgica . 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
Questionário:
1. O seu filho(a) tem o hábito de ingerir legumes, verduras e frutas?
( ) Sim ( ) Não
2. Prefere suco, água ou refrigerante?
3. Costuma levar lanche para a escola. Se sim. Marque:
( ) Pão;
( ) Bolachas;
( ) Salgados;
( ) Frutas.
4. Pratica alguma atividade física fora do currículo escolar?
( ) Sim ( ) Não
5. Faça com o seu filho (a) o cálculo de índice de massa corpórea da seguinte forma:
Peso de seu filho(a) DIVIDIDO pela a altura ao quadrado.
IMC = Peso (Kg) /Altura m²
Resposta =________________