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EDUCAÇÃO FINANCEIRA:
UMA NECESSIDADE PARA OS JOVENS CONSUMIDORES
Autora: Maria da Conceição Marques Barradas Maronese1
Orientador: Túlio Oliveira de Carvalho2
Resumo Este artigo apresenta resultados do projeto “Educação Financeira: Uma necessidade para os jovens
consumidores” desenvolvido para o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. Discorre da
aplicação de várias atividades referentes ao tema, contidas no material didático denominado Unidade
Didática, preparado para ser trabalhado com os alunos do 3º ano A do Ensino Médio do período
matutino do Colégio Estadual Arthur de Azevedo – EFMPN, na cidade de São João do Ivaí – PR. O
mesmo teve o intuito de promover conhecimentos em Educação Financeira, Consumismo e
Resolução de Problemas, visando uma metodologia diferenciada para o ensino da Matemática
Financeira, numa forma contextualizada, relacionando ao cotidiano dos alunos. Durante a
implementação do projeto foi destacada a importância da construção do planejamento e orçamento
doméstico, como forma de manter o equilíbrio nas contas familiares e constituída de atividades
contextualizadas e enfatizada em matemática financeira. O projeto constituiu-se de palestra, vídeos,
pesquisas e textos, com a intenção de despertar nos jovens o interesse pelo assunto. A
implementação obteve resultados positivos e significativos para a aprendizagem dos alunos,
considerando o interesse à organização das finanças pessoais e familiares e, realização das tarefas.
Palavras-chave: Educação Financeira. Matemática Financeira. Orçamento. Planejamento.
Consumismo e Resolução de Problemas.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo é resultado do trabalho desenvolvido em sala de aula,
realizado no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, destinado aos
professores da rede pública do Paraná.
A implementação teve como base a Unidade Didática para os alunos do 3º
ano A, do Ensino Médio do Colégio Estadual Arthur de Azevedo de São João do
Ivaí-PR, intitulada “Educação Financeira: Uma necessidade para os jovens
consumidores”, que abrange a Matemática Financeira sustentada por uma
1 Professora, pesquisadora PDE: Matemática, Colégio Estadual Arthur de Azevedo, município de São
João do Ivaí. Núcleo de Educação de Ivaiporã. 2
Orientador PDE – Professor do Departamento de Matemática – Universidade Estadual de Londrina (UEL).
metodologia de Resoluções de Problemas e reflexões, tendo como objetivo a
construção de conhecimento que fará parte da vida do estudante para além dos
muros da escola.
A proposta de estudo foi resultado de reflexões relativas ao consumismo e
endividamento das famílias, uma vez que sofrem as influências do modernismo,
alterando seu comportamento com o passar do tempo, visto que, em décadas
anteriores eram apenas voltada às necessidades básicas da família.
Evidencia-se um conjunto de atitudes atrelado ao campo afetivo, ao
emocional, que nos influencia, diariamente, pelas mídias através das propagandas,
que promove consumismo compulsivo.
Dados estatísticos nos têm mostrado que a inadimplência e o
comprometimento de renda familiar continuam em alta. E, grande parte da
população, não tendo uma disciplina financeira, perde o controle de seus gastos,
pois desconhecem formas de se organizarem no cálculo de seus proventos e
despesas.
Tendo em vista que a Matemática Financeira estuda a mudança do valor do
dinheiro de acordo com o tempo, faz-se necessário o seu conhecimento para tomar
qualquer decisão sobre aquisições de bens frente às situações do dia a dia. Diante
disso, é importante que, ao aplicar em decisões financeiras, tenha-se um
posicionamento crítico diante de propagandas divulgadas pela mídia.
Neste contexto, a escola não pode deixar de orientar os estudantes,
devendo se preocupar com a formação acadêmica e humana de cada indivíduo,
oferecendo conhecimentos que os preparem para agir criticamente no meio onde
estão inseridos. Considerando que muitos estudantes já se encontram inseridos no
mercado de trabalho, outros começando seu primeiro emprego ou ainda como
estagiários, com uma renda menor ou igual a um salário mínimo, devem ser
administradores de suas próprias finanças. É nesta perspectiva que o projeto
desenvolveu o trabalho com os alunos do 3º ano do Ensino Médio em que o
processo ensino/aprendizagem implementado pela Unidade Didática visou alcançar
os objetivos propostos para cada conteúdo ensinado.
Dessa forma, o presente artigo foi concebido com foco na formação dos
alunos, visando um aprofundamento crítico-reflexivo acerca do consumo consciente
para o enfrentamento das dificuldades do cotidiano, procurando melhorar o uso do
seu salário, planejando seus gastos, agindo com criticidade diante das armadilhas
existentes na utilização do crédito, sempre pensando numa compra consciente e
sabendo diferenciar necessidade de desejo.
Para tanto, utilizou-se, além do material contido na Unidade Didática, outras
ferramentas/recursos como palestra, vídeos, pesquisas e também os recursos
tecnológicos sugeridos nas Diretrizes Curriculares do Ensino de Matemática,
atividades com as quais os alunos foram instigados a pesquisar, analisar, refletir
sobre o assunto, emitir opinião, transmitir informação, sabendo criticar e fazer
escolhas para tomar suas próprias decisões.
O artigo apresenta situações trabalhadas sobre a temática da Educação
Financeira, elaboradas através de atividades que apresentam reflexões, análise e a
importância do planejamento pessoal e familiar, temas explorados por meio da
estratégia de resolução de problemas matemáticos que se referem ao uso do
dinheiro.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Educação Financeira
A Educação Financeira pode contribuir para mudanças de atitude frente aos
compromissos financeiros e é fundamental para a promoção da cidadania. A
definição dada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), adotada pelo Brasil, tem os seguintes termos:
(...) educação financeira é o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e dos riscos financeiros, para fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda, adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir de modo mais consciente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro (ENEF, 2010)
É importante ressaltar que a compreensão dos conceitos de Educação
Financeira é necessária para que as pessoas possam tomar decisões que venham
melhorar sua condição de vida nos aspectos de tranquilidade e formação de
patrimônio. Daí a necessidade de trazer a Educação Financeira para o sistema de
ensino, o que significa preparar o estudante não só para o prosseguimento dos seus
estudos, mas também para a sua vida futura, exercendo sua cidadania nas relações
de consumo.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN+ enfatizam ainda algumas
competências e habilidades, ligadas à Educação Financeira, a serem desenvolvidas
pelos estudantes:
[...] reconhecer e utilizar símbolos, códigos e nomenclaturas da linguagem matemática; por exemplo, ao ler embalagens de produtos, manuais técnicos, textos de jornais ou outras comunicações, compreender o significado de dados apresentados por meio de porcentagens, escritas numéricas, potências de variáveis em fórmulas. Ler e interpretar diferentes tipos de textos com informações apresentadas em linguagem matemática, desde livros didáticos até artigos de conteúdo econômico, social ou cultural, manuais técnicos, contratos comerciais, folhetos com propostas de vendas ou com plantas de imóveis, indicações em bulas de medicamentos, artigos de jornais e revistas [...] Compreender a responsabilidade social associada à aquisição e uso do conhecimento matemático, sentindo-se mobilizado para diferentes ações, seja em defesa de seus direitos como consumidor. Conhecer recursos, instrumentos e procedimentos econômicos e sociais para posicionar-se, argumentar e julgar sobre questões de interesse da comunidade (BRASIL, 2002, p. 111).
Os PCN - Matemática (1999) reforça ainda em seu diagnóstico a idéia de
que a Educação Financeira traz uma compreensão da realidade, inserindo o homem
como agente ativo em transformação no seu meio social no espaço que ocupa.
O Governo Brasileiro, através do Ministério da Educação (MEC), está
buscando caminhos para instruir jovens e crianças em idade escolar sobre a
importância da Educação Financeira. Com o intuito de interferir positivamente na
preparação de estudantes para um futuro estável e de sucesso, o MEC está
implantando e Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). Os objetivos do
ENEF são os seguintes:
Promover a educação financeira e previdenciária;
Aumentar a capacidade do cidadão para realizar escolhas conscientes sobre a
administração dos seus recursos; e
Contribuir para a eficiência e a solidez dos mercados financeiros, de capitais, de
seguros, de previdência e de capitalização.
Podemos compreender que a Educação Financeira contribui para o bem
estar coletiva, melhora a compreensão de conceitos e termos relacionados às
finanças, informa sobre transações financeiras básicas como planejamento,
orçamento e controle de gastos, estimula a poupança com vistas a equilibrar
necessidades e desejos, desenvolvendo uma consciência financeira, colaborando na
qualidade de vida, na economia local e na construção de um planeta com economia
sustentável.
2.2 A importância da Educação Financeira
Após a estabilidade da moeda, o setor econômico brasileiro teve muitas
mudanças, houve um crescimento importante da oferta de crédito, e com isto
financiamentos cresceram nos orçamentos das famílias brasileiras, a fim de elevar-
se o consumo. Depois de anos de aumento de consumo o resultado foi devastador,
o nível de inadimplência encontra-se bastante alto, implicando em nomes
negativados junto a órgãos como SPC3 e SERASA3 e renegociações de crédito que
elevam os saldos devedores.
Observamos que a Educação Financeira é pouco estudada no Brasil. Uma
grande parte da população brasileira não sabe lidar com o dinheiro, não consegue
administrar seus próprios ganhos. Assim sendo, o consumismo passou a fazer parte
do cotidiano da maioria da população. A partir dessa reflexão, podemos entender
que o sistema de ensino brasileiro não tem se adequado à necessidade de uma
proposta de Educação Financeira para as escolas. Embora esteja havendo uma
omissão no sistema de ensino, percebe-se um crescimento no mercado de livros
que orientam o leitor sobre sua gestão financeira e de pessoas que buscam
orientações em relação às suas finanças diante de dificuldades, ou até mesmo numa
perspectiva de ampliar patrimônio. O autor Gustavo Cerbasi (2004), frente à
ausência de uma proposta de Educação Financeira no Brasil, mostra o seu
descontentamento ao afirmar:
Sou inconformado com o fato de não existir obrigatoriamente a disciplina de Educação Financeira no ensino médio das escolas brasileiras. Afinal, a falta de poupança é a origem de muitos problemas nacionais, assim como a falta de crédito e os juros elevados (CERBASI, 2004, p. 91).
Contudo, ressalta o mesmo autor em sua obra que o leitor evite compras
com os elevados juros de cartões de crédito ou cheque especial, sugerindo ainda
que priorizem as compras à vista e faz um alerta sobre as “promoções do tipo leve
doze e pague dez que empurram produtos e quantidades além daquelas que você
realmente planejava comprar” (CERBASI, 2003, p. 58). Para ele, é necessário a
ponderação do dinheiro evitando desperdício, como também estar atento não
somente ao valor que recebem, mas também ao quanto gastam.
3 SPC - Serviço de Proteção ao Crédito e SERASA Centralização de Serviços dos Bancos.
Em função disso, Godfrey (2007), reforça a importância da Educação
Financeira. Aponta para a necessidade de disseminar esta ideologia, ao alertar que:
Escolas e empresas estão apenas começando a perceber que a educação financeira é importante – e que é necessário começá-la desde cedo. No entanto, ainda pertencemos a uma cultura incipiente demais em finanças. Nosso débito nacional sobe às alturas, bem como nosso débito pessoal. A falência tem se tornado um problema nacional. Débitos com cartão de crédito se alastram. E as nossas crianças não sabem o suficiente sobre dinheiro (GODFREY, 2007, p. 10).
A autora propõe um incentivo às crianças no uso de um diário de
movimentação financeira para estabelecer metas, comprometimentos e
autodisciplina em relação ao dinheiro e entende que: “O importante em ensinar a
criança a administrar seu dinheiro é prepará-la para assumir responsabilidades”
(Godfrey, 2007, p. 66). Esta é uma das sugestões dadas para que os pais possam
orientar seus filhos na administração financeira. Dessa perspectiva, a proposta de
Godfrey é que a Educação Financeira não seja vista como um tema passageiro, mas
como um processo que deve acompanhar a idade dos filhos. Diante da importância
desse tema para o desenvolvimento dos educandos, entende-se que a Educação
Financeira precisa acontecer na escola. Esta perspectiva assume uma dimensão
que, além de contribuir para a saúde financeira dos jovens, permita-lhes alcançar
autonomia como cidadãos críticos conscientes.
2.3 Contribuições da Matemática Financeira
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Rede Pública da Educação
Básica do Estado do Paraná (DCE)
É importante que o aluno do Ensino Médio compreenda a matemática financeira aplicada aos diversos ramos da atividade humana e sua influência nas decisões de ordem pessoal e social. Tal importância relaciona-se ao trato com dívidas, com crediários, a interpretação de descontos, a compreensão dos reajustes salariais, a escolha de uma aplicação financeira entre outras (PARANÁ, 2008, p. 61).
Podemos compreender que os conteúdos de Matemática Financeira têm
lugar de destaque na disciplina de Matemática na educação dos alunos, dada sua
aplicabilidade imediata na vida adulta. Nesse sentido, pode-se presumir que a
apropriação de conteúdos se dá naturalmente de maneira significativa. É importante
ressaltar que, o ensino da Matemática Financeira contribui de maneira positiva na
construção de conhecimentos relacionados a situações concretas, despertando o
interesse pelo conteúdo e preparando o aluno para exercer uma cidadania
criticamente.
Para D’Ambrosio:
Todo conhecimento é resultado de um longo processo cumulativo de gerações, de organização intelectual, de organização social e de difusão, naturalmente não-dicotômico entre si. Esses estágios são normalmente de estudo nas chamadas teorias da cognição, epistemológica, história e sociologia, e educação política. O processo como um todo, extremamente dinâmico e jamais finalizado, está obviamente sujeito a condições muito especificas de estímulo e de subordinação ao contexto natural, cultural e social. Assim é o ciclo de aquisição individual e social do conhecimento (D’AMBROSIO, 2008, p.18).
Entendemos que a Matemática Financeira relaciona assuntos que fazem
parte do dia a dia dos alunos, pois estes convivem com inúmeras informações
relacionadas a finanças. Essa relação desperta o interesse dos educandos por
serem inerentes as suas vidas. De acordo com Paulo Freire, o professor deve
trabalhar com a realidade do aluno, assim o aprendizado torna-se real
desenvolvendo assim seu senso crítico.
O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão [...]. É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no “tratamento” do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível (FREIRE, 1996, p. 26).
Diante dessa perspectiva, percebe-se que o aluno alcança conhecimentos
de modo significativo e consegue utilizá-los da melhor forma possível em seu
convívio social.
Sendo assim, Matemática Financeira possibilita aos educando uma
compreensão no entendimento de receita e consumo, levando-os a perceber a
importância de se fazer o uso de procedimentos, como o cálculo de taxas efetivas,
para compreender a relação de consumo.
Fica claro que a Matemática Financeira auxilia na aprendizagem da
resolução de problemas e cálculos pertinentes às operações financeiras, cada vez
mais presentes na sociedade em que vivemos.
2.4 Resolução de Problemas
A Resolução de Problemas é uma alternativa metodológica conhecida dos
educadores matemáticos no ensino da Matemática.
Ressalta-se que um dos principais aspectos desta metodologia é o de
possibilitar o desenvolvimento de atitudes e capacidades intelectuais dos
estudantes, fundamentais para despertar a curiosidade dos alunos e torná-los
capazes de lidar com novas situações.
Em função disso, podemos relembrar as quatro etapas de Polya (1978),
(considerado como “precursor” da Resolução de Problemas). Ao se propor resolver
um problema, o aluno deve:
Compreender o problema;
Estabelecer um plano;
Executar o plano;
Fazer o retrospecto ou a verificação.
As etapas não são rígidas no sentido de terem de ser seguidas à risca, e em
sequência, em cada problema, mas servem como um bom guia para o estudante.
No início da década de 70 a Resolução de Problemas ganhou atenção
especial devido a estudos e investigações sistemáticas realizadas por educadores
matemáticos, que passaram a defender a idéia de que o desenvolvimento da
capacidade de resolver problemas merecia mais atenção. Ela passa a ser pensada
como uma metodologia de ensino, como um ponto de partida e um meio de se
ensinar matemática.
Com essa nova visão, a Resolução de Problemas é destacada como um dos
padrões de processo para o ensino de Matemática, e o ensino por meio desta
metodologia é fortemente recomendado (ONUCHIC; ALLEVATO, 2005).
A partir dessa reflexão, pode-se dizer que a Resolução de Problemas, em
trabalhos produzidos por estudiosos brasileiros e estrangeiros, tem sido usada como
referência em experiências e práticas de formação de professores, e em novas
pesquisas voltadas a todos os níveis de ensino, entre os quais se pode apontar os
de BRITO (2006), POZO (1998), SMOLE E DINIZ (2001), entre outros.
Com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1998), o
desenvolvimento da capacidade de resolver problemas, explorá-los, generalizá-los e
até propor novos problemas como um dos propósitos do ensino de Matemática
ganha maior respaldo. De acordo com ONUCHIC; ALLEVATO (2008), entre outros,
destaca-se que para colocar em prática essa metodologia não há formas rígidas.
Uma proposta atual consiste em organizar as atividades segundo as etapas:
Preparação do problema;
Leitura individual;
Leitura em conjunto;
Resolução do problema
Observar e incentivar;
Registro das resoluções na lousa;
Plenária;
Busca do consenso;
Formalização do conteúdo.
Nesse sentido, renova-se a metodologia, em que os problemas são
propostos aos alunos antes de lhes ter sido apresentado formalmente o conteúdo
matemático necessário ou mais apropriado à sua resolução que, de acordo com o
programa da disciplina para a série atendida, é pretendido pelo professor. O ensino-
aprendizagem começa com um problema que expressa aspectos-chave que devem
ser desenvolvidos na busca de respostas razoáveis ao problema dado.
A Matemática sempre desempenhou um papel importante na sociedade.
Esse papel é hoje mais significativo e, possivelmente, será ainda mais no futuro. As
pessoas nem sempre pensam matematicamente e tampouco percebem que, se o
fizessem, poderiam tomar melhores decisões.
Nessa perspectiva, segundo Dante (1991, p. 25),
É possível, por meio da resolução de problemas, desenvolver no aluno iniciativa, espírito explorador, criatividade, independência e a habilidade de elaborar um raciocínio lógico e fazer uso inteligente e eficaz dos recursos disponíveis, para que ele possa propor boas soluções às questões que surgem em seu dia-a-dia, na escola ou fora dela.
Estes estudos vêm de encontro aos nossos anseios, no sentido de mostrar a
importância da resolução de problemas que desencadeia no aluno um
comportamento de pesquisa, estimula a curiosidade e prepara o aluno para lidar
com situações novas, motivados a pensar e solucionar problemas matemáticos
dentro e fora da escola.
Sendo assim, é importante que se use a resolução de problemas como uma
metodologia de ensino em sala de aula. É uma atividade desafiadora, que faz com o
que o aluno utilize sua criatividade e vá construindo os seus próprios conceitos e
conhecimentos.
2.5 O Dinheiro na atualidade
Segundo os autores Souza e Torralvo (2008), ressaltam que o dinheiro hoje
está em sua terceira era, ou também chamada de “dinheiro eletrônico” ou ainda
“dinheiro invisível” onde é possível realizar transações quase que instantaneamente,
pagar contas via internet ou mesmo acessar a conta bancária por meio de um
telefone, ou nos diversos caixas eletrônicos espalhados por diferentes lugares
dentro das cidades.
O mesmo autor salienta que o surgimento do dinheiro de plástico, ou seja,
os cartões de crédito, débito, e mesmo os cartões pré-pagos. “Desde que foi criado,
na década de 1950, o dinheiro de plástico passou cada vez mais a substituir as
tradicionais moedas nas transações comerciais” (SOUZA; TORRALVO, 2008, p.36).
Nesse sentido, crédito não é algo prejudicial à saúde financeira, mas sim
algo que exige cuidado, pode ser bom aliado, desde que seja utilizado de forma
racional. A facilidade em adquirir crédito muitas vezes faz com que consumidores
não consigam controlar seus gastos e isso pode resultar na inadimplência e inclusão
do nome do consumidor em listas de crédito como Serasa e SPC.
Nessa perspectiva, muitos comprometem seus rendimentos por não
refrearem o consumo. Há aqueles que utilizam de contratos com instituição
financeira para adquirir recursos objetivando quitar dívidas como o empréstimo
consignado que desconta o pagamento direto na folha salarial do trabalhador,
apresentar taxas de juros mais baixos e liberação mais rápida do crédito, sem tantas
exigências, que torna o recebimento mais seguro para a instituição financeira,
reduzindo a aproximadamente zero o risco de inadimplência.
É importante ressaltar ainda que há aqueles que buscam instituições
visando financiamentos, tais como o imobiliário, o de veículos e livre (ou pessoal).
Um dos sistemas de cálculo da prestação em financiamentos é o Sistema (ou
tabela) Price. Os financiamentos utilizando a tabela Price são oferecidos em forma
de prestações fixas ao longo de um período de quitação, sem aumento de correção
e, é amortizado aos poucos, até a quitação do débito. Os juros estão embutidos nas
prestações.
2.6 Planejamentos
O planejamento hoje está sendo apontado como uma ferramenta que
possibilita às pessoas e às famílias adequarem suas rendas às suas necessidades,
objetivando prioridades e construir seu futuro.
Segundo a ENEF, o planejamento financeiro é muito importante e deve ser
alvo da Educação Financeira. O documento apresenta uma definição para
planejamento financeiro nestes termos:
O planejamento financeiro pessoal é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve uma estratégia de decisões de consumo, poupança, investimento e proteção contra riscos, que aumenta a probabilidade de dispor dos recursos financeiros necessários ao financiamento de suas necessidades e à realização de seus objetivos de vida (ENEF, 2010).
Disso decorre a necessidade do levantamento e acompanhamento de
gastos pessoais ou familiares. Apesar de ser reconhecido como uma importante
peça diante da tomada de decisões financeiras, ainda não está presente no dia a dia
de nossa população.
Nesse sentido o autor Cerbasi (2003) afirma que o objetivo do planejamento
financeiro pessoal vai além de simplesmente não ficar no vermelho. Mais importante
do que conquistar um padrão de vida, é mantê-lo, e é para isso que o planejamento
financeiro deve ser usado.
Dessa forma, torna-se importante o planejamento financeiro para que o
estudante saiba como proceder, saber controlar finanças e proporcionar um futuro
seguro para toda a família. Crianças e adolescentes devem ser sempre chamados
para uma atitude de autonomia e responsabilidade. O planejamento financeiro,
portanto, começa com a elaboração do orçamento doméstico e é essencial para o
sucesso financeiro de toda a família. Há uma receita simples para fazê-lo:
Anotar as receitas.
Relacionar as despesas, separando em dois grupos: fixas e variáveis.
Anotar despesas eventuais.
Ter um compartimento onde possam ser guardados todos os documentos:
recibos, notas, contas de luz e água e anotações.
Lembrando por fim que é importante que todos participem.
2.7 Orçamento
O tema orçamento doméstico faz parte do planejamento financeiro e é um
instrumento pelo qual as estratégias estabelecidas pelo planejamento poderão ser
colocadas em prática. É visto na atualidade como um fator de grande importância na
vida pessoal, familiar por se tratar de um norteador de direção para que os gestores
possam seguir.
De acordo com Braga (1995), no processo orçamentário deve constar o
desenvolvimento e os resultados que a pessoa deseja alcançar. “Orçar não é
apenas controle, não é apenas previsão. É uma análise exigente e rigorosa do
passado e um cálculo cuidadoso das prováveis e desejadas operações futuras.”
(BRAGA, 1995, p. 230).
Segundo Cerbasi (2009), sem o equilíbrio orçamentário, o planejamento
financeiro não será eficiente. E por equilíbrio entenda-se gastar menos do que se
ganha e investir a diferença com regularidade. “Alcançar e manter o equilíbrio
orçamentário, mês a mês, é fundamental para viabilizar a realização de seus
sonhos, já que os sonhos têm custo” (CERBASI, 2009, p. 25).
O mesmo autor ressalta que o orçamento oferece oportunidades para avaliar
a vida financeira e definir prioridades. O orçamento pode ser feito contemplando os
seguintes itens:
Conhecer a sua realidade financeira;
Escolher os seus projetos;
Fazer o seu planejamento financeiro;
Definir suas prioridades;
Identificar e entender seus hábitos de consumo;
Organizar sua vida financeira e patrimonial;
Administrar imprevistos;
Consumir de forma contínua (não travar o consumo).
3 METODOLOGIA
Esta proposta teve como característica a pesquisa de cunho qualitativa, que
auxiliou na escolha de um problema, adjunto às contribuições das referências
selecionadas e analisadas e o paralelo estabelecido entre a prática docente e os
pressupostos teóricos que fundamentaram a realização dos estudos, propiciando a
ampliação da aprendizagem docente.
A pesquisa foi realizada no primeiro semestre do ano de 2017, no Colégio
Estadual Arthur de Azevedo – EFMPN, localizado no município de São João do Ivaí,
com os alunos de idade entre 16 e 17 anos, de ambos os sexos, do 3º ano do
Ensino Médio no período matutino.
A implementação do projeto foi desenvolvida por meio de uma Unidade
Didática produzida em cinco momentos, com a realização de tarefas diversificadas
contendo todos os procedimentos pedagógicos utilizados pelo professor, visando
alcançar os objetivos propostos, como também despertar o interesse dos alunos em
relação aos conteúdos da matemática relativos à Educação Financeira. Cabe
destacar que os conteúdos foram ensinados no período de 3 meses, devido ao
prazo estipulado no cronograma pelo programa PDE. Porém os mesmos podem ser
aplicados e distribuídos ao longo do ano letivo ou até mesmo em vários anos de
escolarização.
4 DISCUSSÃO
Antes de iniciar as atividades propostas com os alunos, em sala de aula, foi
esclarecido os objetivos e destacada a importância do tema, o tempo destinado ao
trabalho e o modo pelo qual as aulas seriam desenvolvidas.
Iniciou-se o trabalho apresentando o primeiro momento, o qual foi destinado
à exibição de dois vídeos para a tomada de consciência. Em seguida foram
elaborados questionamentos para a discussão em relação aos conteúdos e
conhecimentos a serem construídos por eles. Também houve vários
questionamentos a respeito dos conhecimentos prévios que os alunos já possuíam
referente à educação financeira e à realização de seus sonhos. O fechamento desta
parte se deu com a exibição do Documentário: “Filhos Consumistas”, apresentado
pelo Globo Repórter. Este vídeo traz uma discussão focando o consumo no qual os
filhos de hoje dão mais valor ao “ter” e “possuir” do que às suas reais necessidades.
O assunto proposto foi bem discutido, contribuindo assim, para uma reflexão
significativa e a apropriação de maiores conhecimentos.
Para o fechamento desse momento, foi exibido o vídeo “Os Delírios de
Consumo de Becky Bloom”, em contra turno, devido ao fato de não haver
disponibilidade de tempo no horário normal de aula, o que não foi motivo de deixar
de exibi-lo. As reflexões e discussões acerca do filme levaram os alunos a
compreender o consumismo compulsivo e sua influência na sociedade. Trouxeram à
tona a influência da mídia na vida das pessoas, através das propagandas, as quais
podem acarretar consequências futuras. O objetivo principal foi cumprido.
Aproveitando o momento, foi explicada a importância de como melhor utilizar
o cartão de crédito, sendo de fundamental importância para o equilíbrio das finanças
e devendo ser utilizado com responsabilidade.
O segundo momento foi dividido em duas tarefas, a primeira, com a
apresentação da cartilha produzida pelo Banco Central (BACEN, 2004) que serviu
de base para o debate sobre as mudanças das moedas, sua necessidade de
criação, bem como os bancos sendo os responsáveis do chamado “efeito
multiplicador da moeda”. Na segunda tarefa foram utilizadas, para embasar a
discussão estudos sobre Consumo e Meio-Ambiente, algumas imagens voltadas ao
consumo exagerado e à sustentabilidade do planeta. Tais discussões e reflexões
relacionadas a essas imagens levaram os alunos a se sensibilizarem sobre as
escolhas que fazem hoje, pois elas refletem de modo positivo ou negativo em nosso
presente e futuro.
O terceiro momento teve início com a apresentação textual dos conceitos
básicos da Matemática Financeira. Destacando-se então as tarefas 2 e 3, os alunos
foram organizados em pequenos grupos, sendo entregue encartes de
supermercados a cada grupo. Eles tinham como tarefa destacar do encarte itens
que considerassem necessários e supérfluos. Em seguida foi realizado um debate.
Posteriormente, esses grupos receberam encartes do comércio de lojas de móveis e
eletrodomésticos e deveriam analisar suas formas de pagamento. Neste momento
foi explorado a Educação Financeira inserida na Matemática Financeira e sua
aplicação no cotidiano. Nesta tarefa, os alunos, em sua grande maioria,
demonstraram interesse e disposição à realização das atividades, as quais foram
realizadas envolvendo cálculo de porcentagem, juros simples e juros compostos.
Para isso, foram orientados a seguir o roteiro de Resoluções de Problemas
estabelecido por Allevato e Onuchic, realizando a leitura silenciosa individualmente
e, posteriormente, em grupos. Em seguida, desenvolveram atividades de compras a
prazo e à vista, para verificar qual seria a forma mais vantajosa de se realizar uma
compra. Os representantes de cada grupo apresentaram, no quadro, suas respostas
que poderiam estar certas e/ou erradas, ou ainda realizadas de maneira diferente do
processo do roteiro. Participaram dos questionamentos e das reflexões chegando a
um consenso sobre o resultado correto. Após essa atividade, receberam folhas
impressas com uma lista de problemas para realizarem em sala de aula, com o
propósito de despertar nos estudantes o interesse pelo conhecimento matemático.
Com isso, foi atingido o objetivo principal desta atividade.
No quarto momento realizou-se o estudo sobre o crédito. Os alunos foram
divididos em pequenos grupos, e receberam folhas impressas dos textos
relacionados aos temas: “financiamento ou empréstimo”, “Cheque especial”,
“Crédito”, “Crédito Consignado”, “Cartão de Crédito”, que para a maioria dos alunos
eram termos desconhecidos. Para isso foi sugerido que utilizassem o dicionário. O
conhecimento deste assunto provocou muitas discussões e debates significativos.
Após o esclarecimento de seu significado, relemos o texto para chegar à uma
melhor compreensão dos mesmos. Na sequência, destacando-se a tarefa 4,
“Evolução de uma dívida no cartão de crédito”, receberam uma tabela para
completar com base numa compra através do cartão de crédito. Os alunos
completaram a tabela calculando o valor total de cada quesito no valor da dívida
pesquisada, até o saldo devedor. Ficaram impressionados ao compreenderem que o
juro, em caso de atraso, aumenta progressivamente de forma absurda, chegando à
conclusão que às vezes torna-se impossível pagá-las. Vale enfatizar que, apesar
deles não conhecerem o funcionamento de um cartão na sua totalidade,
compreenderam o sistema de funcionamento dos cartões de créditos. Com isso
obtiveram um grande avanço em suas observações e conclusões. Portanto, foram
surpreendentes os resultados obtidos.
No quinto momento chegou à vez do tema: “Orçamento e Planejamento”.
Iniciou-se com um texto sobre “O que é Orçamento”, logo após, receberam uma
planilha orçamentária com despesas fixas e variáveis. Trabalhou-se com dados
fictícios para que eles se familiarizassem com o material procurando fazer uma
estimativa da entrada e saída mensal de uma família. Em seguida desenvolveram
uma planilha da família deles e, posteriormente, uma pessoal.
Quanto ao planejamento, foi passado o vídeo “Planejamento Financeiro:
Conceitos essenciais”. Houve discussão e reflexão sobre o tema, o qual ficou
evidenciado que planejar é saber decidir o que fazer com o seu dinheiro
antecipadamente, é agir com equilíbrio diante das relações de consumo. A
realização dessa tarefa teve um grande significado, pois alguns alunos incorporaram
o conhecimento e aplicaram em seu meio familiar. Enfim, essa tarefa ajudou a
chegar a algumas conclusões que podem interferir na vida de cada um, como por
exemplo: a importância de poupar, de se limitar a gastar seu dinheiro dentro de suas
limitações, de pensar e repensar na compra de um produto, de tomar consciência de
suas reais necessidades.
Na tarefa 6, abordou-se o consumo de água e energia elétrica. Para tal
tarefa os alunos mantiveram os grupos e, cada grupo tinha em mãos uma fatura de
água e uma de energia. Fizeram uma análise e a interpretação dos dados que
compõem essas faturas. Na sequência, foram abordados os aspectos considerados
relevantes relacionados ao consumo consciente de água e energia elétrica.
Iniciamos com o estudo das informações existentes numa fatura destes serviços.
Logo em seguida os alunos responderam a um questionário sobre os tributos
cobrados pelo consumo médio de uma residência. De acordo com o
desenvolvimento das tarefas, percebeu-se grande interesse e curiosidade, pois
chegaram a uma conclusão significante: o consumo de água e energia em excesso
pode interferir, não só na vida deles, bem como de toda a população. O resultado
desta tarefa foi positivo, pois despertou o senso crítico do consumo consciente.
O encerramento da implementação do projeto pedagógico contou com a
colaboração do gerente do Banco SICRED, o Sr. Maurício Delabio de Camargo. Ele
fez uma palestra aos alunos sobre “Como Educar-se Financeiramente” dando
ênfase ao cartão de crédito e cheque especial, orientando-os a não caírem nas
ciladas que o mercado financeiro oferece. O gerente utilizou de imagens e vídeos,
os quais facilitaram o entendimento dos alunos, sanando suas dúvidas através de
perguntas e debates.
Finalizando a palestra o Sr. Mauricio presenteou os alunos com um cofrinho
incentivando-os a pouparem, nele estava impressa a seguinte frase “A poupança
cresce com você”. Dessa forma, o projeto foi aplicado em sua totalidade, propiciando
aos alunos um maior despertar para o saber matemático.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos propostos no projeto de intervenção pedagógica, pelo
Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE/SEED, foram alcançados, sendo
especialmente gratificante o fato de as ações refletirem de forma positiva e
significativa na aprendizagem dos alunos do 3º ano do Ensino Médio. As tarefas
aplicadas na Unidade Didática possibilitaram um desempenho relevante de todos os
envolvidos.
O ensino da Matemática Financeira, apresentado de forma dissociada de
significados e distante da realidade pode se tornar inacessível. Porém, quando ela é
aplicada ao cotidiano traz resultados incisivos ao ensino/aprendizagem
desmitificando o tema. Sendo assim, o resultado deste projeto foi satisfatório, pois
contribuiu com estratégias diferenciadas ao abordar as situações vivenciadas no
cotidiano. Tem-se em vista que a Matemática está presente nas mais diversas
situações e que dela se necessita para resolver os acontecimentos no dia a dia. É
nesta proposta de trabalho que o estudante torna-se motivado e se envolve com seu
aprendizado, onde ele discute e argumenta procurando buscar soluções para o
problema apresentado. Percebeu-se que a cada tarefa apresentada os alunos
correspondiam bem em suas respostas demonstrando disposição à realização das
atividades, participando das discussões, das reflexões e dos questionamentos.
Nesta proposta, por meio de resolução de problemas, procurou-se introduzir
os conteúdos pertinentes à série e aliados aos conceitos da educação financeira, o
aluno foi capaz de compreender que é necessário se planejar para se ter um
equilíbrio orçamentário. Neste sentido, a Matemática Financeira, de forma
contextualizada, tornou-se perfeitamente aplicável na vida dos alunos, contribuindo
para a solução de problemas do seu cotidiano.
Aspectos do consumismo não são tão simples de serem solucionados,
inclusive tendo-se observado que os resultados obtidos apontaram para dificuldades
em administrar as finanças pessoais e familiares, tornando-se indispensável o
envolvimento de todos os membros da família.
Os objetivos da proposta foram alcançados com sucesso, e as tarefas
apresentadas foram bem relevantes, os quais refletiram de maneira positiva e
significativa, superando algumas diferenças e defasagens no processo ensino-
aprendizagem.
No que se refere ao Grupo de Trabalho em Rede (GTR), a discussão dos
professores participantes teve como foco principal uma proposta de que se
introduza, de maneira efetiva, em todas as escolas, o estudo da Educação
Financeira como disciplina desde as séries iniciais, ressaltando a sua valorização.
Os professores demonstraram grande interesse na metodologia proposta,
contribuindo com sugestões e experiências pessoais que enriqueceram este
trabalho.
Sendo assim pode-se perceber que a Matemática Financeira tem a
importante característica de atravessar os muros da escola, contribuindo para um
conhecimento, no qual os alunos sejam conhecedores de seus direitos e deveres
perante a sociedade, para que possam agir com responsabilidade diante dos
desafios e incertezas da vida.
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