educacao tradicionalista_(2)

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Antiguidade oriental: a educação tradicionalista ARANHA, M. L. de A. Antiguidade oriental: a educação tradicionalista. In: ______. História da Educação e da pedagogia: geral e do Brasil. 3 ed. São Paulo: Moderna, 2006. p. 41-55.

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Educação

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  • Antiguidade oriental: a educao tradicionalista

    ARANHA, M. L. de A. Antiguidade oriental: a educao tradicionalista. In: ______. Histria da Educao e da pedagogia: geral e do Brasil. 3 ed. So Paulo: Moderna, 2006. p. 41-55.

  • australopithecus 5 milhes de anos a 1 milho de anos atrs

    A pr-histria humana inicia-se com a aquisio ereta por parte do homindeo (ou primata mais evoludo)

    Ato de liberar as mos.

  • Pitecanthropus 2 milhes a 200 mil anos atrs

    Crebro pouco desenvolvido , vive de colheita e caa, se alimenta de modo misto, pule a pedra nas duas faces, um arteso rudimentar e conhece o fogo, mas vive na condio de fragilidade e medo.

  • Neanderthal 200 mil a 40 anos atrs

    Aperfeioa as armas e desenvolve um culto aos mortos , possui gosto esttico (pinturas) deve transmitir seu saber tcnico ( do domnio do fogo, armas, caa e rituais)

  • Homo Sapiens

    Possui linguagem , elabora mltiplas tcnicas, educa seus filhotes, vive de caa, nmade, artista, dotado de cultos e crenas, intuitivo e no-argumentativo.

  • A educao do jovens torna-se instrumento central para sobrevivncia do grupo e a atividade fundamental para realizar a transmisso e o desenvolvimento da cultura.

    A transmisso baseada no jogo-imitao.

    Todos os filhotes brincam com os adultos e nessa relao realiza-se o adestramento.

    Atravs da imitao ensina ou aprende o uso das armas, a caa, a colheita, a linguagem, o culto aos mortos, as tcnicas de transformao e o domnio do meio ambiente a transmisso social dos conhecimentos.

    A cultura um fato social e no individual.

  • Neolitco 8 mil ou 10 mil anos atrs

    Verdadeira Revoluo Cultural , nascem as primeiras civilizaes agrcolas, os grupos humanos se tornam sedentrios, cultivam em campos e criam animais, aperfeioam as tcnicas ( fabricar vasos, tecer, arar)

    Cria-se uma diviso de trabalho, mais ntida entre homem e mulher (o domnio do homem sobre a mulher).

  • Civilizaes Fluviais

    As civilizaes fluviais so as nascidas nas plancies sulcadas por grandes rios e que prosperam atravs do

    desenvolvimento da agricultura e do intercmbio de

    mercadores.

    Surgiram assim:

    A Mesopotmia;

    O Egito;

    A ndia;

    A China;

  • Primeiras Civilizaes Orientais O poder absoluto do rei ou do imperador se sustentava na crena de sua

    origem divina;

    Esse tipo de organizao poltica mantinha as sociedades tradicionalistas, apegadas ao passado;

    A terra pertencia ao Estado;

    O Estado: controlava a produo agrcola; arrecadava impostos; recrutava mo-de-obra para a construo de grandes templos, tmulos, palcios, monumentos, diques, sistemas de irrigao.

    Minoria privilegiada: administrao dos negcios;

    Grande massa: produo (escravos, mercadores, artesos, soldados e camponeses obrigados a servido): produo;

    Modo de produo asitico: produo para subsistncia

  • Modo de produo asitico

    Recebe o nome de modo de produo asitico o modo como se estruturava a economia e a produo de bens nos primeiros estados surgidos no Oriente, como por exemplo ndia, China e Egito.

    A agricultura, que fez o homem abandonar o nomadismo, continuava sendo a mola propulsora de todas as comunidades mais avanadas que iam surgindo, mas agora, quem era responsvel pelo cultivo eram comunidades de camponeses presos terra, que no podiam abandonar seu local de trabalho e viviam sob um regime de servido coletiva, ou seja, os responsveis, em ltima anlise, pelo sustento de todo um estado, j sofriam sob um regime de explorao de algum que conseguiu arregimentar poder atravs da fora.

    Logicamente, todas as terras pertenciam ao Estado, representado pelas figuras do imperador, rei ou fara, que se apropriavam do excedente agrcola, dividindo-o entre a nobreza, formada por sacerdotes e guerreiros.

  • Modo de produo asitico

    Esse cenrio caracterizava um estado centralizador, onde reis ou imperadores eram venerados como verdadeiros deuses, e por isso mesmo, tinham o poder de controlar a produo de alimentos, favorecendo ou no o seu povo, mediante satisfao de seus desgnios.

    Nos perodos entre safras, era comum o deslocamento de grandes levas de servos e escravos que iriam trabalhar nas imensas obras pblicas, especialmente canais de irrigao e monumentos.

    Este tipo de poder recebeu o nome de despotismo oriental, e suas caractersticas principais eram a formao de grandes comunidades agrcolas e apropriao do excedente de produo, tornando estas civilizaes as primeiras sociedades estratificadas, ou sociedades de classe.

    O ser humano completava assim, um ciclo, de indivduo nmade, coletor a membro de uma sociedade de classes.

  • Modo de produo asitico A partir da, predominaria um modelo de servido onde de um lado ficavam os

    exploradores, e do outro, os explorados, embora nessa poca o conceito de propriedade privada fosse pouco difundido. A servido coletiva era o modo de pagamento ao rei, imperador ou fara pela utilizao das terras.

    Apesar da diferena de sculos entre as vrias civilizaes antigas que se desenvolveram do Norte da frica ao Extremo Oriente, pode-se afirmar com segurana que todas estas naes dividiram muito dos conceitos aqui abordados e que receberam coletivamente o nome de modo de produo asitico.

    No diferentes locais s modelos se repetem em uma coincidncia impressionante, com monarcas fortes, apoiados por uma nobreza que se beneficiava do poder do chefe de estado, e de um grupo militar e clero que reforavam a explorao do grupo no poder em relao populao que era visivelmente explorada.

    Bibliografia: GLUFKE, Carlos E. C.. Modo de produo asitico. Disponvel em: . Acesso em: 10 mar. 2013.

  • Hoje: sistema fontico alfabtico (registra sons e cada som representa uma letra);

    Pictogrfica: escrita que representa figuras;

    Ideogrfica (hierglifos egpcios, caracteres cuneiformes da mesopotmia, ideogramas chineses) : representa objetos e ideias;

    Escritas fonticas: decompem as palavras em unidades sonoras;

    A inveno da escrita

  • A inveno da escrita

    Na antiguidade oriental a inveno da escrita no se dissocia do aparecimento do Estado, pois a manuteno da mquina estatal supunha uma classe especial de funcionrios capazes de exercer funes administrativas e legais cujo registro era imprescindvel (ARANHA, 2006, p.43).

  • Hierglifos: escrita sagrada

    Hierglifos: desde antes de 3500 a. C.

    Incio: pictogrfica

    Posteriormente: ideogrfica

  • Escrita Cuneiforme

    Incio: pictogrfica

    Posteriormente: ideogrfica e fontica

  • Mandarins: China

    Escrita ideogrfica

  • A inveno da escrita

    Saber: representava uma forma de poder;

    1500 a. C. - difuso da escrita fontica alfabtica com a inveno/aperfeioamento da escrita pelos fencios;

    Alfabeto: formado pelas primeiras letras fencias: aleph e bet composto das letras gregas alpha e beta

    Os 22 sinais permitem as mais diferentes combinaes;

    A simplificao da escrita contribuiu para que ela fosse deixasse de ser monoplio de uma minoria;

    Os gregos assimilaram o alfabeto fencio (por volta do sculo VII a. C.

  • Fencios

    Fencios, povos dedicados ao comrcio martimo.

    Os fencios localizavam-se na poro norte da Palestina, onde hoje se encontra o Lbano. Os povos originrios dessa civilizao so os semitas que, saindo do litoral norte do Mar Vermelho, fixaram-se na Palestina realizando o cultivo de cereais, videiras e oliveiras. Alm da agricultura, a pesca e o artesanato tambm eram outras atividades por eles desenvolvidas.

    A proximidade com o mar e o incio das trocas agrcolas com os egpcios deu condies para que o comrcio martimo destacasse-se como um dos mais fortes setores da economia fencia. Ao longo da faixa litornea por eles ocupada surgiram diversas cidades-Estado, como Arad, Biblos, Tiro, Sdon e Ugarit. Em cada uma dessas cidades um governo autnomo era responsvel pelas questes polticas e administrativas.

  • Fencios O poder poltico exercido no interior das cidades fencias costumava ser

    assumido por representantes de sua elite martimo-comercial. Tal prtica definia o regime poltico da fencia como uma talassocracia, ou seja, um governo comandado por homens ligados ao mar. Em meados de 1500 a.C. a atividade comercial fencia intensificou-se consideravelmente fazendo com que surgisse o interesse pela dominao de outros povos comerciantes.

    No ano de 1400 a.C.os fencios dominaram as rotas comerciais, anteriormente controladas pelos cretenses, que ligavam a regio da Palestina ao litoral sul do Mediterrneo. Na trajetria da civilizao fencia, diferentes cidades imprimiam sua hegemonia comercial na regio.

    Por volta de 100 a.C. aps o auge dos centros urbanos de Ugarit, Sdon e Biblos a cidade de Tiro expandiu sua rede comercial sob as ilhas da Costa Palestina chegando at mesmo a contar com o apoio dos hebreus.

  • Fencios Com a posterior expanso e a concorrncia dos gregos, os comerciantes

    de Tiro buscaram o comrcio com regies do Norte da frica e da Pennsula Ibrica.

    Todo esse desenvolvimento mercantil observado entre os fencios influenciou o domnio e a criao de tcnicas e saberes vinculados ao intenso trnsito dos fencios. A astronomia foi um campo desenvolvido em funo das tcnicas de navegao necessrias prtica comercial. Alm disso, o alfabeto fontico deu origem s lnguas clssicas que assentaram as bases do alfabeto ocidental contemporneo.

    No campo religioso, os fencios incorporaram o predominante politesmo das sociedades antigas. Baal era o deus associado ao sol e s chuvas. Aliyan, seu filho, era a divindade das fontes. Astarteia era uma deusa vinculada riqueza e fecundidade. Durantes seus rituais, feitos ao ar livre, os fencios costumavam oferecer o sacrifcio de animais e homens.

    Disponvel em: http://www.brasilescola.com/historiag/fenicios.htm

  • A educao tradicionalista

  • EGITO

    Civilizao desenvolvida s margens do rio Nilo;

    Escolas funcionavam nos templos e em algumas casas e foram frequentadas por pouco mais de 20 alunos cada uma;

    Predomnio do processo de memorizao; uso constante de castigos.

    As Escolas de Mnfis, Helipolis ou Tebas formavam escribas de categoria elevada: funcionrios administrativos e legais, mdicos, engenheiros e arquitetos.

    Contedos ensinados: informaes prticas clculo da rao das tropas em campanha, nmero de tijolos necessrios para uma construo, complicados problemas de geometria associados agrimensura, grande conhecimento de botnica, zoologia, mineralogia e geografia.

  • EGITO

    Todo o saber (religioso e tcnico) era ministrado no templo, pela casa sacerdotal que representava o grupo intelectual daquela hierarquia.

    A escrita hieroglfica sobre folha de papiro.

    Esta era aprendida no templo ou junto burocracia e preparava para a profisso de escriba tanto sacerdotal como laica, separada das profisses manuais.

  • Mesopotmia

    Inveno da escrita cuneiforme ;

    Construo de bibliotecas; - Tinham amplo conhecimento de astronomia e medicina;

    Os conhecimentos babilnicos se achavam impregnados de misticismo: as doenas eram causadas pelos demnios e a posio dos astros revela os desgnios dos deuses;

  • ndia

    A ndia dominada pelas castas sociais incomunicantes e imutveis e pela religio.

    [...] a importncia da tradio hindu est no fato de ter permanecido viva at os dias de hoje, por meio da herana de duas das principais religies do mundo, o bramanismo e o budismo: longe de pertencer inteiramente a um passado encerrado, como as glrias defuntas do Egito e da Babilnia, a aventura hindu prossegue sob nossos olhos.

  • Hindusmo:

    Fundamenta-se nos livros sagrados dos Vedas Rig-Veda (o livro mais antigo talvez do terceiro milnio a.C.); Upanishads (textos mais recentes entre 1500 e 500 a.C.). Compreende que os seres e os acontecimentos so manifestaes de uma s realidade chamada Brahman, alma ou essncia de todas as coisas.

    Enquanto nas civilizaes orientais as divises de classe so marcantes, na ndia a populao dividida em castas fechadas: os brmanes (sacerdotes), os xtrias (guerreiros nobres), os vaicias (agricultores e comerciantes) e os sudras (servos dedicados aos servios mais humildes).

    Devido crena de que todos saram do corpo do deus Brahma, os brmanes so considerados mais importantes por terem sido gerados da cabea do deus. No outro extremo, os prias, por sequer terem origem divina, no pertencem a qualquer casta e por isso so intocveis e reduzidos a uma condio miservel (p.48).

  • CHINA

    A histria da China revela uma das mais tradicionais culturas, que se mantiveram sem grandes mudanas mesmo at tempos recentes.

    inevitvel que a educao tambm reproduzisse esse carter conservador, voltado para a transmisso da sabedoria contida nos livros clssicos, ainda que burilada por interpretaes posteriores de outros sbios.

  • Livros cannicos ou clssicos

    O mais antigo: I Ching (Livro das Mutaes) remonta ao terceiro milnio a.C; + De onde os sbios buscam inspirao e conceitos, como o caso de Lao Ts e Confcio (sculo VI a.C.). Lao Ts: Fundou o taosmo a partir da noo do Tao (originalmente significa o Caminho) e dos princpios opostos yin e yang (Mais do que opostos, representam a unio dos contrastes, um todo de duas metades, a harmonia que forma o Universo). Kung Futs (Confcio): Segue uma orientao mais conservadora que Lao Ts. Como sbio e professor, se ocupa com especulaes voltadas para a aplicao prtica na vida humana e, nesse sentido, exerce importante influncia na formao moral dos jovens chineses.

  • Na China os letrados no so os sacerdotes, mas os mandarins (altos funcionrios de estrita confiana do imperador e responsveis pela mquina administrativa do Estado). O sistema de seleo para esse ensino extremamente rigoroso, baseado em exames oficiais que distribuem os candidatos nas diversas atividades administrativas.

    A educao elementar visa alfabetizao, muito difcil e demorada devido ao carter complexo da escrita chinesa. Tambm ensinado o clculo e oferecida formao moral por meio da transmisso dos valores dos ancestrais. Tudo feito de maneira dogmtica, com nfase nas tcnicas de memorizao.

  • Hebreus

    Populao nmade que viviam do pastoreio, misso do povo indivisvel de sofrimentos.

    Hebreus: Esto impregnados da religiosidade e da ao dos profetas, seus primeiros educadores. De incio as sinagogas servem de local para a instruo religiosa, em que se dizem as verdades da Bblia. Os profetas so os educadores , continuadores do esprito e da mensagem ao povo eleito: devem educar com dureza;

    So educadores de todo o povo, mas falam a cada indivduo pretendem sacudir o esprito e transform-lo.

  • O papel mais expressamente educativo, ser o da famlia e da escola.

    Na famlia a autoridade do pai central, que educa com severidade os filhos.

    Provrbios

    A mulher tem papel subalterno.

    A escola organiza-se da interpretao da Lei dentro da sinagoga, o lugar de instruo, religiosa, voltada tanto para palavra como para o costume, os contedos so trecho escolhidos do Tor ( o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh e que constituem o texto central do judasmo).

    S muito mais tarde que foi acrescentado o estudo da escrita e da aritmtica. Sculo I d.C.

  • O que distingue os hebreus dos demais povos antigos?

    A superao da concepo politesta, admitindo a existncia de um s Deus, Jav (ou Jeov);

    A introduo da noo de individualidade (enquanto as outras civilizaes no destacam propriamente a individualidade, por estarem seus membros mergulhados nas prticas coletivas, os hebreus desenvolvem uma nova tica voltada para os valores da pessoa e para a interioridade moral);

    A importncia de todo e qualquer ofcio e o reconhecimento do valor da educao manual.

  • Dias atuais....