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9 771647 324071 Série II | nº 191 | INVERNO 2010 | www.apagina.pt | 4e graça morais É fundamental que a Escola sensibilize para a Arte e para a Liberdade de pensamento ouvimos os professores Investimento na educação é arma para combater a pobreza e a exclusão PÁGINA promoveu colóquio O próximo século de República está nas nossas mãos Manuel Loff A política educativa da República era profundamente democrática na sua concepção. Outra coisa foi a sua aplicação | Hernández Díaz Los profesores son el eje decisivo de cambio. Sin buenos profesores no es posible lograr éxito educativo | Portugueses mantêm ideia tradicionalista face à pobreza

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Page 1: EDIT + MENS 01-05...Adalberto Dias de Carvalho– Universidade do Porto, Faculdade de Letras Adelina Silva– Universidade Aberta, Centro de Estudos das Migrações e das Relações

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ie II

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º 19

1

graça moraisÉ fundamental que a Escola sensibilize para a Arte e para a Liberdade de pensamento

ouvimos os professoresInvestimento na educação é arma para combater a pobreza e a exclusão

PÁGINA promoveu colóquioO próximo século de República está nas nossas mãos

Manuel Loff A política educativa da República era profundamente democrática na sua concepção. Outra

coisa foi a sua aplicação | Hernández Díaz Los profesores son el eje decisivo de cambio. Sin buenos

profesores no es posible lograr éxito educativo | Portugueses mantêm ideia tradicionalista face à pobreza

Nestas democracias industriais e materialistas, furiosamente empenhadas na luta pelo pão egoísta, as almas cada dia se tornam mais secas e menos capazes de piedade.

A Correspondência de Fradique Mendes, Eça de Queiroz

Boas Festas!E que, de mãos dadas, saibamos construir um 2011 mais justo e solidário, numa democracia renascida!

A Página da Educação

Profedições

Page 2: EDIT + MENS 01-05...Adalberto Dias de Carvalho– Universidade do Porto, Faculdade de Letras Adelina Silva– Universidade Aberta, Centro de Estudos das Migrações e das Relações

rubricasAdalberto Dias de Carvalho – Universidade do Porto,

Faculdade de Letras Adelina Silva – Universidade Aberta, Centro de Estudos das

Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

Almerindo Janela Afonso – Universidade do Minho, Institutode Educação e Psicologia, Departamento Sociologia daEducação e Administração Educacional

Américo Nunes Peres – Universidade de Trás-os-Montes eAlto Douro, Departamento de Educação e Psicologia

Ana Efe – Artista plásticaAndré Escórcio – Escola Básica/Secundária Gonçalves Zarco

(Funchal) Angelina Carvalho – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e Ciências da Educação, Centro de Investigaçãoe Intervenção Educativa

António Magalhães – Universidade do Porto, Faculdade dePsicologia e de Ciências da Educação

António Mendes Lopes – Instituto Politécnico de Setúbal,Escola Superior de Educação

António Teodoro – Universidade Lusófona de Humanidadese Tecnologias, Instituto de Ciências da Educação

Ariana Cosme – Universidade do Porto, Faculdade dePsicologia e de Ciências da Educação

Arsélio de Almeida Martins – Escola Secundária de JoséEstêvão (Aveiro)

Betina Astride – Escola Básica 1 de Ciborro Carlos Cardoso – Instituto Politécnico de Lisboa, Escola

Superior de EducaçãoCarlos Mota – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro,

Departamento de Educação e Psicologia Casimiro Pinto – Universidade Aberta, Centro de Estudos das

Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

David Rodrigues – Universidade Técnica de Lisboa, Fórum deEstudos de Educação Inclusiva

Débora Cláudio – Nutricionista, Administração Regional deSaúde/Norte (Porto)

Domingos Fernandes – Universidade de Lisboa, Faculdade dePsicologia e de Ciências da Educação

Fátima Antunes – Universidade do Minho, Instituto deEducação e Psicologia, Departamento de Sociologia daEducação e Administração Educacional

Felisbela Lopes – Universidade do Minho, Instituto de CiênciasSociais, Departamento de Ciências da Comunicação

Fernanda Rodrigues – Universidade Católica PortuguesaFernando Faria Paulino – Universidade Aberta, Centro de

Estudos das Migrações e das Relações Interculturais,Laboratório de Antropologia Visual

Fernando Santos – Escola Secundária de ValongoFilipe Reis – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da

Empresa, Departamento de Antropologia Francisco Marano – Universidade Aberta, Laboratório de

Antropologia VisualFrancisco Silva – EngenheiroGustavo E. Fischman – Arizona State University, Mary Lou

Fulton College of Education (EUA) Gustavo Pires – Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de

Motricidade Humana Henrique Vaz – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da EducaçãoIsabel Baptista – Universidade Católica Portuguesa, Faculdade

de Educação e Psicologia Isabel Menezes – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da Educação Ivonaldo Leite – Universidade Federal de Pernambuco (Brasil)Jaime Carvalho e Silva – Universidade de Coimbra, Faculdade

de CiênciasJoão Barroso – Universidade de Lisboa, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da EducaçãoJoão Paraskeva – Universidade do Minho, Instituto de

Educação e Psicologia, Departamento de Currículo eTecnologia Educativa

João Teixeira Lopes – Universidade do Porto, Faculdade deLetras

Joaquim Marques – Instituto das Comunidades EducativasJorge Humberto – Mestre em Educação EspecialJosé António Caride Gómez – Universidade de Santiago de

Compostela, Faculdade de Ciências da Educação José Catarino – Instituto Politécnico de Setúbal, Escola

Superior de EducaçãoJosé Maria dos Santos Trindade – Instituto Politécnico de

Leiria, Escola Superior de Educação José María Hernández Díaz – Universidade de Salamanca,

Faculdade de EducaçãoJosé Miguel Lopes – Universidade Estadual de Minas Gerais

(Brasil)José Pacheco – ProfessorJosé Rafael Tormenta – Escola Secundária de Oliveira do

Douro (V.N. Gaia) José Silva Ribeiro – Universidade Aberta, Centro de Estudos

das Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

Júlio Conrado – EscritorJúlio Roldão – JornalistaJurjo Torres Santomé – Universidade da Corunha, Depar -

tamento de Pedagogia e DidácticaLeonel Cosme – Escritor, investigadorLicínio Lima – Universidade do Minho, Instituto de Educação

e Psicologia, Departamento Sociologia da Educação eAdministração Educacional

Luís Souta – Instituto Politécnico de Setúbal, Escola Superiorde Educação

Manuel António Ferreira da Silva – Universidade do Minho,Instituto de Educação e Psicologia, DepartamentoSociologia da Educação e Administração Educacional

Manuel Matos – Universidade do Porto, Faculdade dePsicologia e de Ciências da Educação

Manuel Pinto – Universidade do Minho, Instituto de CiênciasSociais, Departamento de Ciências da Comunicação

Manuel Sérgio – Professor jubilado, Universidade Técnica deLisboa, Faculdade de Motricidade Humana

Margarida Gama Carvalho – Universidade de Lisboa,Faculdade de Medicina, Instituto de Medicina Molecular

Maria Antónia Lopes – Universidade Mondlane (Moçambique)Maria Fátima Nunes – Universidade Aberta, Centro de

Estudos das Migrações e das Relações Interculturais,Laboratório de Antropologia Visual

Maria Gabriel Cruz – Universidade de Trás-os-Montes e AltoDouro, Departamento de Educação e Psicologia

Maria João Couto – Universidade do Porto, Faculdade deLetras

Maria Paula Justiça – Universidade Aberta, Centro de Estudosdas Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

Mario Novelli – University of Sussex (Inglaterra) Marisa Vorraber Costa – Universidade Federal do Rio Grande

do Sul e Universidade Luterana do BrasilMiguel Ángel Santos Guerra – Universidade de Málaga,

Departamento de Didáctica e Organização Escolar Nilda Alves – Universidade do Estado do Rio de Janeiro,

Laboratório de Educação e ImagemNuno Pereira de Sousa – Médico de Saúde Pública Otília Monteiro Fernandes – Universidade de Trás-os-Montes

e Alto Douro, Departamento de Educação e Psicologia Paula Cristina Pereira – Universidade do Porto, Faculdade de

LetrasPascal Paulus – Escola Básica Amélia Vieira Luís (Outurela) Paulo Raposo – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e

da Empresa, Departamento de AntropologiaPaulo Sgarbi – Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(Brasil) Paulo Teixeira de Sousa – Conservatório de Música do PortoPedro Silva – Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superior de

EducaçãoPetronilha Beatriz Gonçalves e Silva – Universidade de São

Carlos (Brasil)Raúl Iturra – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da

EmpresaRaquel Goulart Barreto – Universidade do Estado do Rio de

Janeiro (Brasil)

Regina Leite Garcia – Universidade Federal Fluminense,Grupo de Investigação em Alfabetização das ClassesPopulares

Ricardo Campos – Universidade Aberta, Centro de Estudosdas Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

Ricardo Vieira – Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superiorde Educação

Roberto da Silva – Universidade de São Paulo, Faculdade deEducação (Brasil)

Roger Dale – Universidade de Bristol, Grã-BretanhaRui Namorado Rosa – Universidade de Évora, Departamento

de FísicaRui Pedro Silva – Universidade do Minho, Centro de Investi -

gação em Ciências Sociais Rui Tinoco – Psicólogo clínico, Administração Regional de

Saúde/Norte, Agrupamento de Centros de Saúde do PortoRui Trindade – Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia

e de Ciências da EducaçãoSara Pereira – Universidade do Minho, Instituto de Estudos da

Criança, Centro de Estudos de Comunicação e SociedadeSérgio Bairon – Universidade Aberta, Laboratório de

Antropologia VisualSusan Robertson – Universidade de Bristol, Grã-Bretanha Susana Faria – Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superior

de EducaçãoVirgínio Sá – Universidade do Minho, Instituto de Educação e

Psicologia, Departamento de Sociologia da Educação eAdministração Educacional

Visionarium – Centro de Ciência do Europarque (Santa Mariada Feira)

Xavier Bonal – Universidade Autónoma de Barcelona (Espanha)Xavier Úcar – Universidade Autónoma de Barcelona, Depar -

tamento de Pedagogia Sistemática e Social (Espanha)

escritas soltasAgostinho Santos Silva – EngenheiroAna Benavente – Universidade de Lisboa, Instituto de Ciências

Sociais António Branco – Universidade do Algarve António Brotas – Professor jubilado, Universidade Técnica de

Lisboa, Instituto Superior TécnicoCristina Mesquita Pires – Instituto Politécnico de Bragança,

Escola Superior de EducaçãoJacinto Rodrigues – Universidade do Porto, Faculdade de

Arquitectura João Pedro da Ponte – Universidade de Lisboa, Faculdade de

Ciências, Departamento de Educação José Alberto Correia – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da Educação José Guimarães – Universidade Aberta Luís Vendeirinho – Escritor Luísa Mesquita – ProfessoraManuel Pereira dos Santos – Universidade Nova de Lisboa,

Faculdade de Ciências e Tecnologia Manuel Reis – Professor, investigador Manuel Sarmento – Universidade do Minho, Instituto de

Estudos da CriançaMaria de Lurdes Dionísio – Universidade do Minho, Instituto

de Educação e Psicologia Maria Emília Vilarinho – Universidade do MinhoRui Canário – Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia

e de Ciências da Educação Rui Santiago – Universidade de Aveiro Rui Vieira de Castro – Universidade do Minho, Instituto de

Educação e Psicologia Serafim Ferreira – Escritor, crítico literárioSofia Marques da Silva – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da Educação Telmo Caria – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Victor Oliveira Jorge – Universidade do Porto, Faculdade de

Letras

colaboradores

colaboradores 10/12/14 19:50 Page 3

a á ina

da

educação

PROMOÇÃO de LANÇAMENTOválida em 2010

Assinar a página da educação é cómodo, económico e seguro

Ao assinar a página da educação, em vez dos 4 euros, pague apenas por número

2,50 euros na assinatura por DOIS anos3,00 euros na assinatura por UM ano

Esta é uma forma cómoda, económica e segura

de receber em casa a sua

e de fazer parte do colectivo de

O futuro é a ora!

Assinatura Preço por número Números por assinatura Valor a pagar por assinatura

1 Ano 3,00 euros 4 números 12 euros

2 Anos 2,50 euros 8 números 20 eurosRecebe 4 paga 3

Recebe 8 paga 5

Contactos para assinaturas: Telefone: 226 002 790 Correio electrónico: [email protected]

assinar pensar o ensino e a educação

reinventar o sistema educativo

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DIRECTORA: Isabel Baptista | DIRECTORAADJUNTA: Ana Brito Jorge | EDITOR: AntónioBaldaia

CONSELHO EDITORIAL: Américo NunesPeres, Ariana Cosme, Fátima Antunes, FernandoSantos, Henrique Borges, Paulo Teixeira deSousa, José Rafael Tormenta, Rui Trindade

REDACÇÃO: Ricardo Jorge Costa, Teresa Couto(fotografia)

COLABORAM NESTA EDIÇÃO: GonçaloMoreira da Silva (capa), Humberto Lopes, JoséPaulo Oliveira, Maria João Leite

SECRETARIADO DA REDACÇÃO: Sílvia EnesCONTACTOS: Telefone (00 351) 22 600 27 90Fax (00 351) 22 607 05 31 | E-mail: [email protected]

EDIÇÃO IMPRESSA: Trimestral, publica-se no1.º dia de cada estação do ano | Preço de capa: 4 €| Tiragem desta edição: 19.000

PRODUÇÃO GRÁFICA: Multiponto, S.A.|EMBALAGEM: Notícias Direct | DISTRI BUI -ÇÃO: Logista Portugal – Distribuição de Publi -cações, S.A.

EDIÇÃO DIGITAL: http://www.apagina.pt

Cumprindo o Estatuto Editorial, a PÁGINA res-peita e publica as variantes do Português,Mirandês, Galego e Castelhano. São traduzidospara Português os textos escritos noutras línguas.

Registo na ERC n.º 116.075 | Depósito Legal n.º51.935/91 | ISSN 1647-3248

PROPRIEDADE: Profedições, Lda. | Con tri -buinte n.º 502 675 837 | Capital Social: 5.000euros | Registo na Conservatória Comercial doPorto: 49.561

SEDE: Rua D. Manuel II, 51/C – 2.º (sala 25)4050-345 PORTO (Portugal)

COMPOSIÇÃO DO CAPITAL DA ENTI-DADE PROPRIETÁRIA: Sindicato dos Pro fes -sores do Norte, 90% | Abel Macedo, 5% | JoãoBaldaia, 5%

CONSELHO DE GERÊNCIA: Carlos Midões |João Baldaia

SECRETARIADO DA ADMINISTRAÇÃO / PUB - LI CIDADE / ASSINATURAS: Telefone: 22 600 27 90| Fax: 22 607 05 31 | E-mail: [email protected] |Livros: [email protected]

a ágina

da

educação

Associação Portuguesa de Imprensa, API

editorialA mudança necessária e desejada é possível

Isabel Baptista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 4

MANUEL LOFF

“Sublinho que me parece par-ticularmente paradoxal omomento específico, a con-juntura histórica na qual esta-mos a comemorar os 100anos da República, em que opoder político e económico

actua contra os cidadãos, desejando quenão reflictam, que não reajam, que aceitempassivamente decisões que constituem ver-dadeiros ataques aos seus direitos enquantocidadãos. De um exército de cidadãos falavaa República há um século. Hoje há, nitida-mente, um ataque feroz, de um despotismopseudo-económico, sobre os cidadãos. Istoé claramente anti-republicano”.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 6

repúblicaMulheres da 1ª República: a (nossa) dívida

No es justo, no es lógico que el trabajo tengaque realizarse a costa de la familia, de la salud odel descanso. Hay que decir basta. Alguien tieneque poner coto a esta insensatez progresiva.

Ana Brito Jorge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 13

Viagem aos ideais republicanosO valor do indivíduo, a formação dos cidadãos, opapel dos professores ao longo dos 100 anos daRepública, foram temas centrais do colóquio“Educação e Res Publica”, promovido pelaPÁGINA.

Maria João Leite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 16

Professor, profissão de futuroSer professor é uma profissão de futuro – aindaque uma das marcas mais dramáticas do pre-sente profissional seja, precisamente, umaenorme falta de confiança no futuro.

Mário Nogueira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 20

O debate e a acção devem prosseguirO debate e a acção devem prosseguir em tornoda educação e da res publica, em torno da edu-cação no espaço público. Por nós, prosseguirão.

Ana Brito Jorge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 24

formação e trabalho Ainda a República: o analfabetismo

Fechou-se o ciclo do centenário, mas talvezvenha ainda a propósito invocar algumas ques-tões em aberto entre Educação e República.Uma delas é a do analfabetismo.

Manuel Matos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 25

entrelinhas e rabiscosEnsino e política de significações

Museus, teatros, jornais, laboratórios, fábricas,centros de dia, ou simplesmente o jardim ou acaixa registadora do bar da escola, e enfim, a ruaem que moramos, são potenciais espaços e tem-pos de aprendizagem.

José Rafael Tormenta . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 26

discurso directoAs palavras, ainda…

Este é um tempo em que teremos de entender,definitivamente, que o rigor terá de ser assumidocomo instrumento estratégico de acção e deresistência política.

Ariana Cosme e Rui Trindade . . . . . . . . pág. 28

da ciência e da vidaPor que faltam professores de Matemáticaem Portugal?

Ninguém pode ser considerado professor pelofacto de se ter candidatado a um concurso,mesmo que esporadicamente tenha dado aulasem substituição de um professor.

Jaime Carvalho e Silva . . . . . . . . . . . . . . . pág. 30

reconfiguraçõesA universidade neoliberal, a crise e a solida-riedade

No Reino Unido já se acena com a privatizaçãodo Ensino Superior. Na Colômbia, o académicoMiguel Beltrán recusou-se a ficar calado face àrepressão e está detido desde Maio.

Mário Novelli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 32

sumário

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2 I 3 INvERNO 2010 I N.º191

sumário

JOSÉ HERNÁNDEZ DÍAZ

El acceso a los bienes de laEducación y de la escuelaobligatoria de millones de ciu-dadanos ha generado nuevosproblemas de orden cuantita-tivo, y sobre todo cualitativo.Ello obliga a un tratamiento

científico de las nuevas circunstancias, concriterios de firme racionalidad. No es sufi-ciente lo que entonces se conocía como lavocación pedagógica, la pedagogía del amor,de la paciencia, aunque todas estas formasde educar sean instrumentos imprescindi-bles en un proceso educativo. Hay quesaber añadir el valor especial que repre-senta la actuación pedagógica planteadacon la necesaria racionalidad, formación,espíritu científico, crítico en definitiva.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 34

pedagogia socialConocer, aprender, cambiar

Los três se constituyen como la base o el caldode cultivo, a partir del cual los procesos de tomade conciencia y de empoderamiento van a cons-tituir a los sujetos individuales y comunitarios.

Xavier Úcar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 40

a escola que aprendeComaprender

A Escola restringe oportunidades de aprenderatravés de modelos de interacção. Talvez fosse deperguntar se a avidez pelas TIC não será com-pensatória da pobreza relacional que a Escolaoferece.

David Rodrigues . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 42

observatórioPara além do discurso do mérito

A igualdade depende da criação de condiçõesdiferentes que permitam o acesso de crianças ejovens diferentes às mesmas oportunidades desucesso.

Isabel Menezes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 44

impasses e desafiosProdutividade: quando o trabalho é esforço…

Se o desemprego dos mais qualificados sobe, éa formação nas universidades não é de quali-dade; se o emprego dos menos qualificadossobe, é por causa do abandono e do insucessoescolar...

Henrique Vaz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 46

transformaçõesA patologização da diferença em territóriosescolares

Se o aluno diferente for enviado sistematica-mente para o psicólogo da escola, a intenção demediar tensões e diversidades pode resultarnuma visão dos territórios mais próxima de umhospital do que de uma escola para todos.

Ana Vieira e Ricardo Vieira . . . . . . . . . . . pág. 48

afinal onde está a escola?Gênero, sexualidade e seus desafios aos cur-rículos

Os currículos não são neutros e não acontecemem vazios culturais, políticos, ideológicos e eco-nômicos.

Marcio Caetano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 50

olhares de foraDiversidade e identidades nas escolas

Precisamos aprender a reconhecer e acolher dis-tintos modos de ser, variadas experiências devida, particularmente daqueles que forjam suaexistência em sociedade que os desqualifica, mar-ginaliza, explora.

Petronilha Gonçalves e Silva . . . . . . . . . . pág. 52

Filmes de infância ou filmes sobre a infância?Frequentemente, os filmes de infância revelamprocessos figurativos, narrativos, lineares. Masexiste uma outra categoria, que busca uma ima-gem diferente ou mais justa da infância.

José Miguel Lopes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 54

comunicação e escolaLiteracia, media e cidadania

Ou fazemos de conta, ou nem nos apercebemosque o défice de informação pública constitui umapermanente ameaça à vida das pessoas e à vidademocrática.

Manuel Pinto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 56

Olhares e funçõesLiteracia, media e cidadania

A discussão do que se vê não é simples. Implicauma multiplicidade de questões como o fan-tasma do olhar cultural, nas suas relações comlugares sociais e posições assumidas.

Raquel Goulart Barreto . . . . . . . . . . . . . . pág. 58

educação desportivaLiteracia, media e cidadania

O Movimento Olímpico foi um espaço onde, emalternativa à guerra dura e pura, os homens colo-caram nos terrenos desportivos a sua necessi-dade inata de confrontação.

Gustavo Pires . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 59

coisas do tempoCHISAE

Children’s Songs Across Europe é um projectoeTwinning, fruto de um momento de inspiraçãoportuguesa e de um grupo de professores e alu-nos de cinco países europeus.

Betina Astride . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 60

em focoPortugueses mantêm ideia tradicionalistaface à pobreza

O Ano Europeu de Combate à Pobreza e àExclusão Social chega ao fim. Um ano de iniciati-vas através das quais se procurou chamar a aten-ção da opinião pública e mobilizar o poder polí-tico e a sociedade civil.

Ricardo Jorge Costa . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 62

Investimento na educação é a arma paracombater a pobreza e a exclusão

Procurámos saber a opinião dos docentes sobrea pertinência do Ano Europeu. Questionámos oque pensam, quais as respostas possíveis e atéque ponto as escolas estão sensibilizadas paraestas questões.

Ricardo Jorge Costa . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 68

protecção de menores O direito a viver em família

O sistema de protecção de menores está cen-trado no acolhimento em instituição, numa ten-dência que se tem acentuado e que não temparalelo na União Europeia.

Paulo Delgado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 72

quotidianos Os tortos adquiridos

Só tem direitos adquiridos quem já tem muito.Os banqueiros, por exemplo, que reclamam pormenos Estado, querem que o Estado lhes dêdinheiro. E o Estado dá!

Carlos Mota . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 75

saúde escolarE os encarregados de educação?

Com planeamento e atenção especial aos recur-sos disponíveis e aos contextos de aplicação, épossível integrar os encarregados de educaçãoem programas de promoção de saúde.

Nuno Pereira de Sousa . . . . . . . . . . . . . . pág. 76

Netiquete: uma proposta de intervenção emgrupo

O mais importante na utilização da internet nãoé a tecnologia ou o suporte informático, mas areinvenção de valores educacionais, morais e éti-cos nos mundos virtuais.

Rui Tinoco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 78

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visionariumBiodiesel

O problema energético assenta em três vertentes:escassez de recursos; dependência dos povos rela-tivamente aos países detentores de reservas decombustíveis fósseis; agravamento da poluiçãoambiental.

Visionarium, Departamentode Conteúdos Científicos . . . . . . . . . . . . . pág. 80

GRAÇA MORAIS

“Eu sempre gostei muito dedar aulas, e tive, nesseaspecto, uma relação muitoespecial com a Escola Básicade Guimarães. Foi onde tiveos alunos mais criativos e omeio ambiente mais inspira-

dor – toda a cidade era, aliás, muito inspira-dora. E como dei aulas logo após o 25 deAbril, tive a sorte de usufruir de umagrande liberdade de trabalho. Penso queforam anos muito ricos para mim, porqueaprendi com os alunos e também sinto quelhes dei muito. Hoje em dia, ainda encontromuitos deles, já adultos e com filhos, e oreencontro é sempre muito gratificante.E sinto o mesmo da parte deles. Acho quefoi o lugar onde fui melhor professora”.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 82

cinema“Metropolis” renascido

Depois de uma produção atribulada e de cortesindiscriminados dos produtores, está disponível adirector´s cut, embora ainda não a definitiva.

Paulo Teixeira de Sousa . . . . . . . . . . . . . . pág. 90

textos bissextosIn memoriam Arthur Penn

Para o autor de Vício de Matar, um filme só faziasentido se reflectisse as preocupações e as ten-sões sociais, embora pudessem não estar directa-mente representados factos ou situações

Salvato Teles de Menezes . . . . . . . . . . . . pág. 92

Desesperadamente procurando um críticoliterário

Acredito que o tenha feito por ingenuidade, porimaginar que basta pôr cá fora um livro “à JoséRodrigues dos Santos” para que todas as portasse abram.

Júlio Conrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 94

escritas soltasA literacia como expressão de progresso

Todos os dias surgem novos veículos que con-vidam a uma nova relação com os objectos decomunicação. Nisto, estamos numa idade dastrevas, para a maioria dos cidadãos.

Luís Vendeirinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 96

divulgaçãoUm património precioso

Reduzir José Afonso ao cantor de intervenção éinduzir no grande contingente de distraídos aideia de menoridade artística, (mal) associada àcanção política.

Guilhermino Monteiro, João Lóio,José Mário Branco e Octávio Fonseca . pág. 98

Porto sentidoQuem quiser entender o Porto e a sua identi-dade, terá de perceber o significado das glóriasdo futebol para uma cidade que não desistemde condenar a uma modorra e a uma vida vege-tativa.

Miguel Carvalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 100

viajarO neo-realismo na ilustração

A Casa-Museu Manuel Ribeiro de Pavia tem umpequeno, mas significativo, acervo de um dosmais notáveis ilustradores do século XX portu-guês.

Humberto Lopes . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 102

em portuguêsTempo de balanço

Em tempo de balanço apuram-se os resultados,para saber se se deve continuar, se se devedeclarar a insolvência ou a falência.

Leonel Cosme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág.106

opiniãoPor uma “revolução integrada”

O presidente do Governo da Madeira não querpessoas educadas, confiantes e de livre pensa-mento. A manutenção de uma certa ignorânciafaz parte do sistema e do seu projecto.

André Escórcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 108

Charme de Basie contagiou o “Charmoso”e Sinatra aplaudiu

Quem canta bem, canta bem qualquer coisa. Ecantar bem não é exibir oitavas graves e agudas,é respeitar as palavras e atribuir-lhes o tempoem que o compositor se inspirou.

António Ferro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 110

dizeresMessenger: Stooooooooora!

Marisa tinha as defesas sempre erguidas, comtendência para partir para o ataque mesmoantes de perceber o que se queria dela...

Angelina Carvalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 112

breves

Alunos portugueses com evolução “impres-sionante”

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 29

12 mulheres pelo direito a cantar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 51

Prémio Carlos de Oliveira distinguiu O Novíssimo Testamento de Mário Lúcio

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 55

“O Rapaz do Espelho” regressa à Vilarinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pág. 61

Na edição anterior não foi indicadaa autoria da ilustração da página70/71. Trata-se de uma foto grafiasem título, da série Encontros 2007,de Rosana Sobreiro.

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sumário

Quando regresso à aldeia, por exemplo, peço sempre que me guardem batatasgreladas. Isto, porque estabeleço uma relação entre a velhice das batatas – quequando começam a grelar já não servem para comer – e a velhice das pessoas...De certa forma, acho que a batata continua viva, porque continua a desenvolvertubérculos, a crescer e a ganhar outras formas. As pessoas, na sua velhice, tambémpodem deixar de ser úteis num determinado trabalho – naquilo que habitual-mente se considera produtividade –, mas continuam a ganhar uma beleza e umdesenvolvimento no seu aspecto. [Graça Morais, na pág. 84 desta edição]

Por vocação editorial, e tal como desejou o seu fundador, José Paulo Serralheiro, aPÁGINA cumpre a meta de periodicidade trimestral em acerto com as mudançasde estação previstas no calendário. Um modo simbólico de reafirmar a perseve-rança de um compromisso com a dimensão mais fecunda, dinâmica e esperançosado tempo. Desta vez, a revista chega aos leitores na entrada de uma nova estaçãoe de um novo ano civil e num período histórico ensombrado pela recessão eco-nómica, pelo aumento da pobreza, pela alarmante perda de salários e postos detrabalho e, de um modo geral, pela tendencial privação de direitos humanos fun-damentais, conquistados ao longo de processos de luta admiráveis e muito sofri-dos. Sendo ainda certo que a “factura” mais pesada continua a cair sobre os maisindefesos e vulneráveis, ferindo assim de morte o ideal que faz pulsar a constru-ção solidária da cidadania. Desde logo, e como lembra recorrentemente o soció-logo Robert Castel, a privação de condições básicas de subsistência e autonomi-zação representa uma “amputação da cidadania social” e, por consequência, dacidadania política. O pleno exercício de direitos e deveres de cidadania é incom-patível com situações de carência e dependência.Este é, pois, um momento de “balanço crítico”. Um momento que reclama, talvezmais do que nunca, sensibilidade relacional, lucidez e ousadia reflexiva. O desafio emcausa obriga a repensar modos de ser, viver e conviver, passando mesmo pelo que“habitualmente se considera produtividade”, como sugere a pintora Graça Morais,remetendo-nos para a lição essencial sobre as pessoas e a sua capacidade de meta-morfose. Afinal de contas, o que significa “envelhecer” numa sociedade como a nossa?Em que medida está a nossa sociedade preparada para acolher os ganhos civilizacio-nais resultantes do aumento de esperança de vida? Em nosso entender, esta interpe-lação constitui um desafio incontornável da racionalidade educacional contemporâ-nea, tanto numa perspectiva de pedagogia escolar como social.

Em 2010, Portugal celebrou o centenário da sua primeira república, consideradauma “época de ouro” no que se refere ao desenvolvimento cultural e sociopolíticodo país e à emergência de processos de emancipação cívica, com destaque para aeducação que, em rigor, constituiu um dos eixos estruturantes do projecto repu-blicano. Coroando uma dinâmica de partilha e reflexão iniciada no primeironúmero de 2010, com testemunho do saudoso Rogério Fernandes, a edição deInverno oferece mais um conjunto de textos sobre Educação e Res Publica, alguns

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A mudança necessáriae desejada é possível

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deles gerados a partir do Colóquio promovido pela PÁGINA e pelo Sindicato dosProfessores do Norte (SPN), a 2 de Outubro, e prestigiado com o contributo denomes como Hernández Diáz, Manuel Loff, António Teodoro, Paulo Sucena eMário Nogueira. Sem esquecer o texto de Ana Brito Jorge, pela pertinência da cha-mada de atenção em relação ao papel qualificado e distintivo das mulheres.

Em 2010, Portugal associou-se às iniciativas do Ano Europeu de Combate à Pobrezae à Exclusão Social que, em termos gerais, visavam mobilizar o poder político e todaa sociedade civil para este combate urgente. Apresentamos nesta edição uma pri-meira apreciação sobre este Ano Europeu. Como podemos constatar, a par de umavisão global positiva, verbalizada designadamente pelo coordenador nacional, eviden-ciam-se algumas frustrações. As organizações não governamentais alertam para ofacto de as representações sociais dos portugueses sobre a pobreza e as suas cau-sas continuarem a ser bastante conservadoras, indicando necessidade de formaçãoa este nível. Na verdade, vivemos tempos muito difíceis que pedem mais democra-cia, mais justiça e solidariedade. Mais e melhor educação, portanto.

Com estas preocupações em referência, em 2011, a PÁGINA procurará estarespecialmente atenta às questões que se prendem com o lugar da educação napromoção de condições de coesão e justiça social, seguindo assim uma linha deaprofundamento do tema Educação e Res Publica. Continuaremos nesse sentido adesenvolver contacto com as escolas e com outros espaços educacionais e cívicos,num apelo reforçado ao contributo de investigadores, educadores e, em geral, decidadãos interessados.Por último, dirigimos um pedido muito especial a todos os amigos, leitores e colabo-radores. Em 2011, a PÁGINA, mais uma vez em parceria com o SPN, propõe-se pro-mover uma homenagem a José Paulo Serralheiro que deverá culminar com uma ini-ciativa pública no mês de Outubro. Ao longo destes dois anos foram muitos os quenos digiram mensagens de saudade e apreço pelo modo ímpar de ser e fazer do ZéPaulo. Pedimos agora que nos façam chegar sugestões, indicação de disponibilidade,textos ou outros registos que nos ajudem a concretizar, com afecto, alegria e muitaesperança, este projecto.Num contexto de depressão colectiva, favorável a derivas totalitárias e ao predo-mínio de respostas sociais de carácter assistencialista, este tipo de memória – res-ponsável, solidária e prospectiva – constitui, certamente, um dos melhores antído-tos contra a descrença e o conformismo. Como se diz num dos textos em evidên-cia nesta edição, afinal, “os sonhos também ganham taças”. Sonhos que, neste caso,se querem democrática e prodigamente coloridos, à medida da igualdade quedeve brilhar no rosto de casa ser humano.

Porque a mudança necessária e desejada é possível, façamos juntos um 2011mais lúcido, solidário e justo!

Isabel Baptista

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graça moraisÉ fundamental que a Escola sensibilize para a Arte e para a Liberdade de pensamento

ouvimos os professoresInvestimento na educação é arma para combater a pobreza e a exclusão

PÁGINA promoveu colóquioO próximo século de República está nas nossas mãos

Manuel Loff A política educativa da República era profundamente democrática na sua concepção. Outra

coisa foi a sua aplicação | Hernández Díaz Los profesores son el eje decisivo de cambio. Sin buenos

profesores no es posible lograr éxito educativo | Portugueses mantêm ideia tradicionalista face à pobreza

Nestas democracias industriais e materialistas, furiosamente empenhadas na luta pelo pão egoísta, as almas cada dia se tornam mais secas e menos capazes de piedade.

A Correspondência de Fradique Mendes, Eça de Queiroz

Boas Festas!E que, de mãos dadas, saibamos construir um 2011 mais justo e solidário, numa democracia renascida!

A Página da Educação

Profedições

rubricasAdalberto Dias de Carvalho – Universidade do Porto,

Faculdade de Letras Adelina Silva – Universidade Aberta, Centro de Estudos das

Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

Almerindo Janela Afonso – Universidade do Minho, Institutode Educação e Psicologia, Departamento Sociologia daEducação e Administração Educacional

Américo Nunes Peres – Universidade de Trás-os-Montes eAlto Douro, Departamento de Educação e Psicologia

Ana Efe – Artista plásticaAndré Escórcio – Escola Básica/Secundária Gonçalves Zarco

(Funchal) Angelina Carvalho – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e Ciências da Educação, Centro de Investigaçãoe Intervenção Educativa

António Magalhães – Universidade do Porto, Faculdade dePsicologia e de Ciências da Educação

António Mendes Lopes – Instituto Politécnico de Setúbal,Escola Superior de Educação

António Teodoro – Universidade Lusófona de Humanidadese Tecnologias, Instituto de Ciências da Educação

Ariana Cosme – Universidade do Porto, Faculdade dePsicologia e de Ciências da Educação

Arsélio de Almeida Martins – Escola Secundária de JoséEstêvão (Aveiro)

Betina Astride – Escola Básica 1 de Ciborro Carlos Cardoso – Instituto Politécnico de Lisboa, Escola

Superior de EducaçãoCarlos Mota – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro,

Departamento de Educação e Psicologia Casimiro Pinto – Universidade Aberta, Centro de Estudos das

Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

David Rodrigues – Universidade Técnica de Lisboa, Fórum deEstudos de Educação Inclusiva

Débora Cláudio – Nutricionista, Administração Regional deSaúde/Norte (Porto)

Domingos Fernandes – Universidade de Lisboa, Faculdade dePsicologia e de Ciências da Educação

Fátima Antunes – Universidade do Minho, Instituto deEducação e Psicologia, Departamento de Sociologia daEducação e Administração Educacional

Felisbela Lopes – Universidade do Minho, Instituto de CiênciasSociais, Departamento de Ciências da Comunicação

Fernanda Rodrigues – Universidade Católica PortuguesaFernando Faria Paulino – Universidade Aberta, Centro de

Estudos das Migrações e das Relações Interculturais,Laboratório de Antropologia Visual

Fernando Santos – Escola Secundária de ValongoFilipe Reis – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da

Empresa, Departamento de Antropologia Francisco Marano – Universidade Aberta, Laboratório de

Antropologia VisualFrancisco Silva – EngenheiroGustavo E. Fischman – Arizona State University, Mary Lou

Fulton College of Education (EUA) Gustavo Pires – Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de

Motricidade Humana Henrique Vaz – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da EducaçãoIsabel Baptista – Universidade Católica Portuguesa, Faculdade

de Educação e Psicologia Isabel Menezes – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da Educação Ivonaldo Leite – Universidade Federal de Pernambuco (Brasil)Jaime Carvalho e Silva – Universidade de Coimbra, Faculdade

de CiênciasJoão Barroso – Universidade de Lisboa, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da EducaçãoJoão Paraskeva – Universidade do Minho, Instituto de

Educação e Psicologia, Departamento de Currículo eTecnologia Educativa

João Teixeira Lopes – Universidade do Porto, Faculdade deLetras

Joaquim Marques – Instituto das Comunidades EducativasJorge Humberto – Mestre em Educação EspecialJosé António Caride Gómez – Universidade de Santiago de

Compostela, Faculdade de Ciências da Educação José Catarino – Instituto Politécnico de Setúbal, Escola

Superior de EducaçãoJosé Maria dos Santos Trindade – Instituto Politécnico de

Leiria, Escola Superior de Educação José María Hernández Díaz – Universidade de Salamanca,

Faculdade de EducaçãoJosé Miguel Lopes – Universidade Estadual de Minas Gerais

(Brasil)José Pacheco – ProfessorJosé Rafael Tormenta – Escola Secundária de Oliveira do

Douro (V.N. Gaia) José Silva Ribeiro – Universidade Aberta, Centro de Estudos

das Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

Júlio Conrado – EscritorJúlio Roldão – JornalistaJurjo Torres Santomé – Universidade da Corunha, Depar -

tamento de Pedagogia e DidácticaLeonel Cosme – Escritor, investigadorLicínio Lima – Universidade do Minho, Instituto de Educação

e Psicologia, Departamento Sociologia da Educação eAdministração Educacional

Luís Souta – Instituto Politécnico de Setúbal, Escola Superiorde Educação

Manuel António Ferreira da Silva – Universidade do Minho,Instituto de Educação e Psicologia, DepartamentoSociologia da Educação e Administração Educacional

Manuel Matos – Universidade do Porto, Faculdade dePsicologia e de Ciências da Educação

Manuel Pinto – Universidade do Minho, Instituto de CiênciasSociais, Departamento de Ciências da Comunicação

Manuel Sérgio – Professor jubilado, Universidade Técnica deLisboa, Faculdade de Motricidade Humana

Margarida Gama Carvalho – Universidade de Lisboa,Faculdade de Medicina, Instituto de Medicina Molecular

Maria Antónia Lopes – Universidade Mondlane (Moçambique)Maria Fátima Nunes – Universidade Aberta, Centro de

Estudos das Migrações e das Relações Interculturais,Laboratório de Antropologia Visual

Maria Gabriel Cruz – Universidade de Trás-os-Montes e AltoDouro, Departamento de Educação e Psicologia

Maria João Couto – Universidade do Porto, Faculdade deLetras

Maria Paula Justiça – Universidade Aberta, Centro de Estudosdas Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

Mario Novelli – University of Sussex (Inglaterra) Marisa Vorraber Costa – Universidade Federal do Rio Grande

do Sul e Universidade Luterana do BrasilMiguel Ángel Santos Guerra – Universidade de Málaga,

Departamento de Didáctica e Organização Escolar Nilda Alves – Universidade do Estado do Rio de Janeiro,

Laboratório de Educação e ImagemNuno Pereira de Sousa – Médico de Saúde Pública Otília Monteiro Fernandes – Universidade de Trás-os-Montes

e Alto Douro, Departamento de Educação e Psicologia Paula Cristina Pereira – Universidade do Porto, Faculdade de

LetrasPascal Paulus – Escola Básica Amélia Vieira Luís (Outurela) Paulo Raposo – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e

da Empresa, Departamento de AntropologiaPaulo Sgarbi – Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(Brasil) Paulo Teixeira de Sousa – Conservatório de Música do PortoPedro Silva – Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superior de

EducaçãoPetronilha Beatriz Gonçalves e Silva – Universidade de São

Carlos (Brasil)Raúl Iturra – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da

EmpresaRaquel Goulart Barreto – Universidade do Estado do Rio de

Janeiro (Brasil)

Regina Leite Garcia – Universidade Federal Fluminense,Grupo de Investigação em Alfabetização das ClassesPopulares

Ricardo Campos – Universidade Aberta, Centro de Estudosdas Migrações e das Relações Interculturais, Laboratório deAntropologia Visual

Ricardo Vieira – Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superiorde Educação

Roberto da Silva – Universidade de São Paulo, Faculdade deEducação (Brasil)

Roger Dale – Universidade de Bristol, Grã-BretanhaRui Namorado Rosa – Universidade de Évora, Departamento

de FísicaRui Pedro Silva – Universidade do Minho, Centro de Investi -

gação em Ciências Sociais Rui Tinoco – Psicólogo clínico, Administração Regional de

Saúde/Norte, Agrupamento de Centros de Saúde do PortoRui Trindade – Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia

e de Ciências da EducaçãoSara Pereira – Universidade do Minho, Instituto de Estudos da

Criança, Centro de Estudos de Comunicação e SociedadeSérgio Bairon – Universidade Aberta, Laboratório de

Antropologia VisualSusan Robertson – Universidade de Bristol, Grã-Bretanha Susana Faria – Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superior

de EducaçãoVirgínio Sá – Universidade do Minho, Instituto de Educação e

Psicologia, Departamento de Sociologia da Educação eAdministração Educacional

Visionarium – Centro de Ciência do Europarque (Santa Mariada Feira)

Xavier Bonal – Universidade Autónoma de Barcelona (Espanha)Xavier Úcar – Universidade Autónoma de Barcelona, Depar -

tamento de Pedagogia Sistemática e Social (Espanha)

escritas soltasAgostinho Santos Silva – EngenheiroAna Benavente – Universidade de Lisboa, Instituto de Ciências

Sociais António Branco – Universidade do Algarve António Brotas – Professor jubilado, Universidade Técnica de

Lisboa, Instituto Superior TécnicoCristina Mesquita Pires – Instituto Politécnico de Bragança,

Escola Superior de EducaçãoJacinto Rodrigues – Universidade do Porto, Faculdade de

Arquitectura João Pedro da Ponte – Universidade de Lisboa, Faculdade de

Ciências, Departamento de Educação José Alberto Correia – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da Educação José Guimarães – Universidade Aberta Luís Vendeirinho – Escritor Luísa Mesquita – ProfessoraManuel Pereira dos Santos – Universidade Nova de Lisboa,

Faculdade de Ciências e Tecnologia Manuel Reis – Professor, investigador Manuel Sarmento – Universidade do Minho, Instituto de

Estudos da CriançaMaria de Lurdes Dionísio – Universidade do Minho, Instituto

de Educação e Psicologia Maria Emília Vilarinho – Universidade do MinhoRui Canário – Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia

e de Ciências da Educação Rui Santiago – Universidade de Aveiro Rui Vieira de Castro – Universidade do Minho, Instituto de

Educação e Psicologia Serafim Ferreira – Escritor, crítico literárioSofia Marques da Silva – Universidade do Porto, Faculdade de

Psicologia e de Ciências da Educação Telmo Caria – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Victor Oliveira Jorge – Universidade do Porto, Faculdade de

Letras

colaboradores

colaboradores 10/12/14 19:50 Page 3

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educação

PROMOÇÃO de LANÇAMENTOválida em 2010

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graça moraisÉ fundamental que a Escola sensibilize para a Arte e para a Liberdade de pensamento

ouvimos os professoresInvestimento na educação é arma para combater a pobreza e a exclusão

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Manuel Loff A política educativa da República era profundamente democrática na sua concepção. Outra

coisa foi a sua aplicação | Hernández Díaz Los profesores son el eje decisivo de cambio. Sin buenos

profesores no es posible lograr éxito educativo | Portugueses mantêm ideia tradicionalista face à pobreza

Nestas democracias industriais e materialistas, furiosamente empenhadas na luta pelo pão egoísta, as almas cada dia se tornam mais secas e menos capazes de piedade.

A Correspondência de Fradique Mendes, Eça de Queiroz

Boas Festas!E que, de mãos dadas, saibamos construir um 2011 mais justo e solidário, numa democracia renascida!

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