edinilsa ramos de souza patrícia constantino maria cecília de souza minayo
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Condições de Trabalho, Saúde e Qualidade de Vida dos Policiais Civis e Militares da Cidade do Rio de Janeiro: estudo comparativo. Edinilsa Ramos de Souza Patrícia Constantino Maria Cecília de Souza Minayo Bruna Soares Chaves Correia. OBJETIVO. - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
Condições de Trabalho, Saúde e Qualidade de Vida dos Policiais Civis e Militares da Cidade
do Rio de Janeiro: estudo comparativo
Edinilsa Ramos de SouzaPatrícia Constantino
Maria Cecília de Souza MinayoBruna Soares Chaves Correia
OBJETIVO
Realizar amplo panorama sobre as condições de trabalho, de saúde e de qualidade de vida de policiais civis e militares atuantes na capital do Estado do Rio de Janeiro.
Dois estudos seccionais usando-se triangulação de métodos.
(Minayo e Souza, 2003; Minayo, Souza e Constantino, 2008)
Quantitativo - Aplicação de questionário a amostra representativa
das duas corporações (aleatória simples de conglomerados
(delegacia, academia de polícia, batalhão etc), com o seu respectivo
grupo de profissionais.
Polícia Civil: 1.458 policiais e 38 unidades;
Polícia Militar: 1.120 policiais e 17 unidades.
Qualitativo - foram realizadas:
Entrevistas: 17 PC e 7 PM;
Grupos focais: 7 PC e 11 PM (51 e 92 profissionais,
respectivamente).
METODOLOGIA
Questionário – autopreenchido, anônimo, contendo 124 questões para PC e 107 para a PM.
Nele constam duas escalas previamente estruturadas e validadas:
Escala de Apoio Social; SRQ20.
METODOLOGIA
Possui 19 itens e é constituída por cinco dimensões:
Emocional (compreensão dos seus problemas por outrem);
Informação (recebimento de sugestões, bons conselhos e
informação);
Material (ajuda nas tarefas diárias caso fique doente);
Afetiva (demonstração de afeto e amor);
Interação positiva (diversão em conjunto com outros).
A dimensão afetiva tem três variáveis, as demais
dimensões tem quatro variáveis. Cinco escores são obtidos, para
cada dimensão: nunca, raramente, às vezes, quase sempre, sempre.
METODOLOGIA
Escala de Apoio Social(SHERBOURNE & STEWART apud CHOR et al., 2003)
Mede a existência de distúrbios psiquiátricos menores ou
sofrimento psíquico (depressão leve, ansiedade e agravos
psicossomáticos: como dores de cabeça, insônia, entre outros,
causados por distúrbios psicológicos).
Validada no Brasil por MARI & WILLIAMS (1986). Consiste em 20
questões dicotômicas, onde a presença de 7 itens no sexo
feminino e 8 itens no masculino é indicadora de sofrimento
psíquico.
METODOLOGIA
SRQ20 – Self Report Questionnaire (HARDING et al.,1980)
Os dados foram processados cumprindo-se quatro etapas:
codificação, digitação, crítica da digitação e consistência.
Foi feita, inicialmente, uma análise exploratória na qual as
duas Polícias foram comparadas em relação a todas as
questões.
O Qui-quadrado de Pearson foi usado para verificar
diferenças estatisticas significativas (p<0,05).
METODOLOGIA
Análise Fatorial – foi a técnica usada para analisar a Escala
de Apoio Social (JOHNSON & WICHERN, 1998).
Regressão Logística – foi feita modelagem para analisar a
vitimização dos policiais. O indicador incluiu seis questões
dicotômicas: ferimento por projétil de arma de fogo, ferimento por
arma branca, agressão física, violência sexual, tentativa de
suicídio e tentativa de homicídio. Foram feitas abordagens:
univariada, em blocos de variáveis e uma modelagem unindo as
duas anteriores.
METODOLOGIA
Outras análises
RESULTADOS
PERFIL
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo cargo
Sexo Masculino – 95,1% PM e 82,3% PC
(p < 0,000)
PERFIL
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo faixa etária
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo escolaridade
PERFIL
PERFIL
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundotempo de trabalho na Polícia
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo renda líquida
PERFIL
Em quase todos os itens tratados neste item, os policiais militares
aparecem em desvantagem em relação aos policiais civis.
Na Corporação Militar:
é menor a participação do sexo feminino;
existe maior quantidade de jovens;
a escolaridade dos policiais é mais baixa;
estão a menos tempo na Polícia;
em média, ganham menos.
PERFIL
QUALIDADE DE VIDA
Distribuição proporcional dos policiais civis segundo a condição de contar sempre ou quase sempre com alguém quando precisa
QUALIDADE DE VIDA
Distribuição proporcional dos policiais militares segundo apoio social
QUALIDADE DE VIDA
Distribuição proporcional dos policiais civis segundo apoio social
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo formação inicial oferecida na Polícia
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo notas médias atribuídas a algumas condições de trabalho
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo trabalho em serviços diferentes na Polícia, sem descanso
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo atividades fora da Polícia
Outro – PM: professor, vendedor e pedreiro; PC: professor e vendedor
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo últimas férias
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo percepção de risco e vitimização
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Variáveis associadas a vitimização dos policiais civis
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Variáveis associadas à vitimização dos policiais militares
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo índice de massa corporal
IMC – peso dividido pela estatura elevada ao quadrado, estabelecendo quatro categorias: baixo peso (<20 kg/m2); normal (20-25 kg/m2);
sobrepeso: (25-30 kg/m2) e obesidade (>=30,0 kg/m2).
Excesso de peso dos policiais é superior ao da população
brasileira adulta (32%) medido na Pesquisa Nacional sobre
Saúde e Nutrição (Waissman, 1993).
Dieta hipercalórica e hiperlipídica, configurando um estilo
de vida sedentário.
Entre os policiais militares, 24,8% não realiza nenhum
exercício físico regular. Entre os civis, o sedentarismo está
mais presente, 46,4%.
Níveis elevados de colesterol - 31% dos civis e 26,1% dos
militares (p.000).
CONDIÇÕES DE SAÚDE
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo sofrimento psíquico
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Problemas de saúde de policiais militares e civis mais apresentados ou tratados no último ano
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo o atendimento em serviços de emergências no último ano
A busca pelas emergências é similar entre as Corporações, mas os civis utilizam mais o atendimento do SUS e da rede privada de saúde, face à precária assistência médica oferecida por esta Corporação.
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo internação hospitalar no último ano, exceto em serviços de
emergência
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Distribuição proporcional dos policiais civis e militares segundo os sintomas de sofrimento psíquico atual
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo consumo de tabaco
No estudo realizado com 7.939 entrevistados em 108 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes - 56% da população brasileira e 52,4% dos
residentes na Região Sudeste nunca fumaram e 19,1% da população faz uso regular/eventual de tabaco . (Carline, 2006)
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo consumo de álcool
Do conjunto dos homens adultos, 11% bebem todos os dias (Laranjeiras, 2007).
CONDIÇÕES DE SAÚDEDistribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo
consumo de outras substâncias
O uso de tranquilizantes é seis vezes maior entre os policiais quando comparado à população em geral e cinco vezes em relação à população
da região Sudeste.
CONDIÇÕES DE SAÚDE
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo Problemas decorrentes do uso de substâncias
(1) Sobre o Perfil Sócio-Demográfico - Em quase todos os
itens os policiais militares ficam em desvantagem em relação à
Policia Civil. Destacamos: a questão dos baixos salários e da
desigualdade de renda entre as praças e os oficiais da PM;
(2) Do ponto de vista do processo de trabalho - Os policiais
militares que ocupam o ciclo das praças se queixam muito do
excessivo peso da hierarquia e da disciplina.
CONCLUSÕES
O bico : estende a jornada de forma quase insuportável para que os salários sejam complementados; cria uma confusão entre público e privado; e é responsável por um aumento absurdo das mortes dos policiais (hoje eles morrem mais nas folgas que no serviço e muitos em confronto nas atividades de segurança privada).
Carga excessiva de trabalho e turnos muito longos que, além de prejudicar a efetividade das ações, trazem um prejuízo muito grande à saúde dos profissionais.
Equipamentos de trabalho mal avaliados;
Formação inicial considerada insatisfatória e inadequada;
3) Sobre problemas de saúde - (a) excesso de peso e obesidade bastante acima dos níveis desejados e dos parâmetros da população brasileira;
(b) Além das enfermidades gerais nas quais os policiais se igualam em termos do perfil epidemiológico brasileiro, quase todas os agravos e distúrbios que ocorrem tanto com os civis como com os militares (os militares em piores condições) relacionam saúde física e mental, sofrimento psíquico e estresse.
(c) Necessidade urgente de se instituírem formas eficazes e bem elaboradas de apoio psicológico.
(d) Os serviços de assistência merecem atenção especial das duas corporações, principalmente na Polícia Civil.
Imagem: degradada. Tanto as corporações como a sociedade têm uma visão negativa do policial;
o Mesmo assim, uma parcela significativa pontua que escolheria a mesma profissão;
(4) Risco e Vitimização –excessiva carga de vitimização - os Policiais Militares são as categorias com taxas absurdas de mortalidade.
A vitimização é maior no grupo das praças-
confronto direto com a violência;