edição v6n3 - julho, agosto e setembro de 2009

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R Dental Press Estét Maringá v. 6 n. 3 p. 1-136 jul./ago./set. 2009 ISSN 1807-2488 Revista Dental Press de Estética

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Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

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Page 1: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

R Dental Press Estét Maringá v. 6 n. 3 p. 1-136 jul./ago./set. 2009

ISSN 1807-2488

Revista Denta l Press de

Estética

Page 2: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Sumário

Revista Denta l Press de

volume 6 - número 3julho / agosto / setembro 2009Estética

Page 3: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

50 Análise das propriedades físico-mecânicas e biológicas dos cimentos resinososAnalysis of the physical-mechanical and biological properties of the resinous cements

lucas da Fonseca Roberti garcia, Simonides Consani, Fernanda de Carvalho Panzeri Pires-de-Souza, Fabrício Mariano Mundim

96 Otimizando a cimentação de facetas de porcelanaOptimizing porcelain veneers cementation

glauco Rangel Zanetti, liliane Scheidegger da Silva Zanetti, Marcelo Massaroni Peçanha, Fausto Frizzera Borges Filho, gabriela Cassaro de Castro

40 Técnica caseira de clareação dentária em Odontologia Restauradora CosméticaThe use of the home-bleaching technique in Cosmetic Restorative Dentistry

leonardo Fernandes da Cunha, ana Raquel Benetti, Sérgio Kiyoshi Ishikiriama, adilson Yoshio Furuse, José Mondelli

80 Abordagem multidisciplinar na reabilitação de incisivos superiores - relato de casoMultidisciplinary approach in the rehabilitation of upper incisors - case report

Boanerges araújo Netto Jr., Maurício grecco Côsso, Elton gonçalves Zenóbio, lêda Marina de lima araújo, Erika Storck Cezario

56 Faceta direta em resina composta: relato de casoDirect composite resin veneers: case report

Roberta Saboia-gomes, Renata Corrêa Pascotto

106 Cimentação adesiva na atualidade: revisão de literaturaAdhesive cementation nowadays: literature review

Marcelo Barbosa Ramos, ana Paula Ribeiro do Vale Pedreira, Thiago amadei Pegoraro, luiz Fernando Pegoraro

68 Resolução estética de dentes com diastemas - 10 anos de proservação clínicaAesthetic resolution in teeth with diastemas - ten years of clinical attendance

Márcio grama Hoeppner, Eduardo augusto Pfau, Stella Kossatz Pereira, Patriane Iara Caccia, ariane Cristina Basso

116 Transformando sorrisos com o auxílio da proporção áureaChanging smiles with the assistance of golden proportion

Flavia Caetano P. dos Santos, Weider de Oliveira Silva, Miquelle Carvalho

S E Ç Õ E S

Caso Selecionado

20 Integração multidisciplinar em Odontologia Restauradora EstéticaMultidisciplinary integration in Esthetic Restorative Dentistry

guilherme Noriaki Itikawa, Hélio Kiyohiro Taniguchi, Oswaldo Scopin de andrade, luiz alves Ferreira

Biologia da Estética

124 Qualidade da barreira de tecido mineralizado no reparo após o capeamento e a pulpotomia: relação com a origem da polpa dentáriaQuality of the mineralized tissue barrier in repair after covering

and pulpotomy: relationship with the dental pulp origin

alberto Consolaro

5 Fundamentos estéticos?Esthetic principles?

Editorial

12 Dudu MedeirosOur interviewed has, in a brilliant way, approached Dentistry and photography

Nosso entrevistado tem, de forma brilhante, aproximado a Odontologia e a fotografi a

Entrevista

Page 4: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Revista Dental Press de Estética / Dental Press International. -- v. 1, n. 1 (out./nov./dez.)(2004) – . -- Maringá : Dental Press International, 2004- Trimestral. ISSN 1807-2488. 1. Estética (Odontologia) – Periódicos I. Dental Press International. II. Título.

CDD. 617.643005

DIRETORa: Teresa R. D’aurea Furquim - aNalISTa Da INFORMaçãO: Carlos alexandre Venancio - DIagRaMaçãO: gildásio Oliveira Reis Júnior, Tatiane Comochena - REVISãO: Ronis Furquim Siqueira - TRaTaMENTO DE IMagENS: andrés Sebastián - PROgRaMaçãO: Hélio Ricardo de Castro - BIBlIOTECa: Jéssica angélica Ribeiro - NORMalIZaçãO: Marlene gonçalves Curty - BaNCO DE DaDOS: adriana azevedo Vasconcelos, anderson lima lopes, Cléber augusto Rafael - E-COMMERCE: Soraia Pelloi - COORDENaçãO DE aRTIgOS: Simone lima lopes Rafael - CuRSOS E EVENTOS: ana Claudia da Silva, Rachel Furquim Scattolin - INTERNET: Carlos E. de lima Saugo, Jônatas lucizano - FINaNCEIRO: Márcia Cristina Plonkóski Nogueira Maranha, Roseli Martins - DEPTO. COMERCIal: Roseneide Martins garcia - SECRETaRIa: Cássia Viviane Izidoro - IMPRESSãO: gráfica Regente - Maringá/PR. a Revista Dental Press de Estética (ISSN 1807-2488) é uma publicação trimestral (quatro edições por ano) (Tiragem: 3.500 exemplares) da Dental Press Ensino e Pesquisa ltda. - av. Euclides da Cunha, 1718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá/PR - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. as opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. assinaturas: [email protected] ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

EDITOR Sidney Kina - Maringá - PR

EDITORES ASSISTENTES Ronaldo Hirata - uFPR - PR Oswaldo Scopin de andrade - CES - SENaC - SP Vania Volpato Kina - Clínica particular - Maringá - PR

PUBLISHER laurindo Zanco Furquim - uEM - PR

CONSULTORES CIENTÍFICOS albert Heller - Montevideo - uruguai alberto Consolaro - FOB-uSP - SP antônio Salazar Fonseca - aPCD - SP anuar antônio Xible - Clínica particular - Vitória - ES Carlos alexandre leopoldo Peersen da Câmara - Clínica particular - Natal - RN Carlos Eduardo Francci - uSP - SP Carlos Eduardo Francischone - FOB-uSP - SP Claudia Cia Worschech - Clínica particular - americana - SP Claudio Pinho - Clínica particular - Brasília - DF Daniel Edelhoff - universidade de Munique - alemanha David a. graber - Medical College of georgia School of Dentistry - atlanta - georgia Dickson Martins da Fonseca - Clínica particular - Natal - RN Didier Dietschi - universidade de geneva - Suíça Eduardo Passos Rocha - FOa-uNESP - SP Euripedes Vedovato - aPCD - SP Ewerton Nocchi Conceição - uFRgS - RS glauco Fioranelli Vieira - uSP - SP Jairo Pires de Oliveira - Clínica particular - Ribeirão Preto - SP João Carlos gomes - uEPg - PR João Pimenta - Clínica particular - Barcelos - Portugal José arbex Filho - Clínica particular - Belo Horizonte - Mg José Roberto Moura Jr. - Clínica particular - Taubaté - SP Katia Regina Hostilio Cervantes Dias - uERJ / uFRJ - RJ luiz antônio gaieski Pires - Clínica particular - Porto alegre - RS luiz Fernando Pegoraro - FOB-uSP - SP luiz Narciso Baratieri - uFSC - SC Marcelo Fonseca Pereira - Clínica particular - Rio de Janeiro - RJ Marco antonio Bottino - FOSJC - uNESP - SP Mário Fernando de góes - FOP - uNICaMP - SP Markus lenhard - Clínica particular - Suíça Milko Vilarroel Cortez - universidade de Valparaíso - Chile Pablo abate - universidade de Buenos aires - argentina Patrícia Nobrega Rodrigues Pereira - univ. of North Carolina at Chapel Hill e clínica particular em Brasília - DF Paulo Kano - aPCD - SP Raquel Sano Suga Terada - uEM - PR Renata Corrêa Pascotto - uEM - PR Ricardo Mitrani - Clínica particular - México Rodolfo Candia alba Júnior - Clínica particular - SP Sillas luiz lordelo Duarte Júnior - FOar-uNESP - SP Sylvio Monteiro Junior - uFSC - SC Walter gomes Miranda Jr. - uSP - SP Wanderley de almeida Cesar Jr. - Clínica particular - Maringá - PR CONSULTORES EM PRÓTESE DENTÁRIA august Bruguera - laboratório Disseny Dental Bcn - Barcelona - Espanha gerald ubassy - lobo et Centre de Formation International - Rochefort du gard - França José Carlos Romanini - laboratório Romanini - londrina - PR luiz alves Ferreira - aPDESP - São Paulo - SP Marcos Celestrino - laboratório aliança - São Paulo - SP Murilo Calgaro - Studio Dental - Curitiba- PR Oliver Brix - Clínica particular - Kelkheim - alemanha Rolf ankli - Dental atelier - Belo Horizonte - Mg Shigeo Kataoka - Osaka Ceramic Training Center - Osaka - Japão Victor Hugo do Carmo - Hot Spot Design - Cugy - Suíça

CONSULTORES DE FOTOGRAFIA any de Fátima Fachin Mendes - Fotógrafa - PR Dudu Medeiros - Fotógrafo - SP

Page 5: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

5R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 5, jul./ago./set. 2009

Editorial

Fundamentos estéticos?

Para saber mais: SâMaRa, T. GRID: construção e desconstrução. São Paulo: Cosac Naify, 2007.* JODIDIO, P. Ando - complete works. Cologne: Taschen Spring, 2007.

Regras ou fundamentos estéticos estão presen-

tes em várias atividades humanas relacionadas à

cultura e, especialmente, à arte. Os fundamentos

são, essencialmente, princípios organizadores do

design das coisas, cuja influência está arraigada, na

maioria das vezes, na observação dos padrões mé-

dios apresentados pela natureza, ou da preferência

intrínseca de uma maioria, em determinada socie-

dade. Seu princípio tem raízes nas culturas mais an-

tigas, onde o pensamento estrutural – mesmo antes

de sua última codificação, no modernismo europeu

e americano – já era traço característico das cul-

turas organizadas. Os chineses, os japoneses, os

gregos, os romanos, os incas e muitos outros povos

seguiram ideias estruturais ao desenhar, construir e

organizar imagens. Bons exemplos dessas regras

organizadoras estão presentes no design proposto

em várias cidades da antiguidade – cuja estrutura

se baseava no cruzamento de eixos que correspon-

diam à interseção do céu e da terra –, enquanto, em

vários ramos da arte, a orientação das proporções

baseadas na “proporção áurea” (1:1,618) foi – e é

– norte para vários artistas e pensadores. Mas, ao

mesmo tempo em que são amados, os fundamen-

tos estéticos também são odiados pelos pressu-

postos absolutos intrínsecos à sua concepção. Para

alguns pensadores, os fundamentos fazem parte

incontestável do processo de trabalho, oferecendo

precisão, ordem e clareza. Para outros, são símbo-

los da opressão estética, uma prisão sufocante que

atrapalha a busca de expressão. Numa discussão

sobre estética, uma simples conversa sobre o lugar

das coisas, o simples “pôr ordem na casa”, pode

gerar conflitos insolúveis de opiniões. No contexto

de nossa nova era, avaliando o curso da liberdade

de pensamento e da cultura em geral, o princípio

unificador dos fundamentos estéticos – e o valor de

outras ideias organizadoras – é um tema que mere-

ce ser discutido. Para mim, regras e fundamentos

estéticos só funcionam se, depois de resolver os

problemas literais, forem conjugados ao pensamen-

to livre, indo além da uniformidade implícita em sua

estrutura, criando uma narrativa visual dinâmica.

afinal, o maior risco das regras é sucumbir à sua

regularidade. Tadao ando*, considerado por muitos

o melhor arquiteto vivo do mundo, tem um pensa-

mento que conjuga e resume de forma espetacular

o assunto: “[...] há uma parte que resulta do raciocí-

nio lógico e outra criada pelos sentidos. Existe sem-

pre um ponto em que ambas se chocam. Não me

parece que se possa criar arte sem essa colisão”.

Os fundamentos estéticos são guias invisíveis, que

estão por baixo do design pretendido; e o conteúdo

verdadeiro acontece por cima, às vezes contido a

ele, às vezes livre dele. Quem cria um design sem

graça não são os fundamentos, é o operador.

Boa leitura.

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Page 8: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009
Page 9: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009
Page 10: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009
Page 11: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009
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Entrevista

Dudu Medeiros

Desde muito, dentistas alimentam um romance platônico com

a fotografia. O medo, comum a esses romances, sempre afas-

tou o clínico da máquina fotográfica, muito embora, hoje, indis-

cutivelmente, a fotografia faça parte dos protocolos clínicos de

documentação, diagnóstico, planejamento e comunicação de

dados. Nosso entrevistado, o fotógrafo Dudu Medeiros, tem, de

forma brilhante – como um cúpido –, aproximado a Odontolo-

gia da fotografia. Desde que apareceu no cenário odontológico,

com seus trabalhos e artigos, tem desmistificado a fotografia,

proporcionando um caminho seguro a essa arte. Com bom hu-

mor e todo seu carisma, Dudu, de seu ateliê em São Paulo, nos

brinda com esta entrevista.

Page 13: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

13R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 12-19, jul./ago./set. 2009

Page 14: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

14 R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 12-19, jul./ago./set. 2009

Entrevista

A fotografia, como toda expressão artística, não depende exclusivamente do conheci-mento técnico, mas especialmente de uma identificação da alma do artista com o ofício. Quando e como você se viu fotógrafo? Foi num repente ou foi uma descoberta gradual?

Digamos que foi num repente... lembro-me

que, por ser filho temporão, ficava perturbado com

o fato de meus irmãos já estarem encaminhados

quando entrei na adolescência, e sempre rezava

pedindo um sinal ou um talento – pois, apesar de

desenhar muito bem, eu era imediatista demais

para trabalhar com técnicas de desenho ou pintura

e, pior, era limitado, pois só sabia desenhar mulhe-

res. Morava em Natal/RN e, num verão, fui com

uma amiga a uma praia afastada. Eu estava com

uma máquina simples – uma Yashica MF3 – e ain-

da tinha uns seis clicks. lá, arrumei a minha amiga

como se fosse modelo, meio intuitivamente, e ela

ficou ótima nas fotos. Daí, todas as suas amigas

e primas começaram a me pedir para fotografá-

las...Tinha descoberto o meu talento, mas agora

trabalho-o gradualmente, todos os dias.

Como você e sua fotografia encontraram a Odontologia?

Havia uma modelo internacional nascida em

Natal e éramos muito amigos. Como ela morava

na Europa e precisava tratar um dente que estava

atrapalhando suas fotos de sorriso, me ligou pe-

dindo para eu escolher um dentista para tratá-la

nas férias, e não precisar ficar em São Paulo. Pro-

curei me informar sobre qual era o melhor profis-

sional para isso e me indicaram Dr. Dickson Fon-

seca. Falei com um amigo colunista social, Toinho

Silveira, e ele intermediou a apresentação. Fui falar

com ele sobre a possibilidade de tratá-la em tempo

hábil e, já no primeiro encontro, ele exigiu que eu

fizesse fotos da face antes e depois do tratamento.

Para mim, nascia aí o que entendo por protocolo

fotográfico de face! Depois de tratá-la, ele me dis-

se que escolheria uma modelo por ano para ser

tratada pela clínica e para eu montar os castings...

Mas ele não conseguia tratar só uma, e acabamos

montando um ótimo acervo de casos, que ele uti-

liza até hoje. Dessa turma, destaca-se a modelo

Claudia Bezza, que foi o rosto da ClINIC na Ásia e

o sorriso da campanha mundial da Colgate!!!

Atualmente, a fotografia em Odontologia é indispensável e o que, inicialmente, era so-mente para professores, hoje serve como ins-trumento de trabalho e documentação. Como fotógrafo profissional, como vê esta incorpo-ração da fotografia na Odontologia e em ou-tras áreas da Medicina, como a Dermatologia e a Cirurgia Plástica?

a grande novidade, na verdade, não é a foto-

grafia, e sim a acessibilidade que a tecnologia di-

gital deu a ela. Se pararmos para pensar, veremos

que muitos profissionais já trabalhavam com a fo-

tografia na Odontologia, pois ela já era extrema-

mente necessária e útil, mas era um investimento

alto... Fotografar em slide, acertar a luz, revelar,

arquivar, etc... Tudo era muito trabalhoso. agora

tudo é mais fácil, e não só para a Odontologia. a

fotografia está extremamente popularizada, basta

olharmos os celulares: hoje, é mais difícil encontrar

um aparelho sem câmera do que um com!!! Quanto

à incorporação, acho que a fotografia vem a somar

em todos os aspectos. Em Odontologia, ressalvo

que a fotografia intrabucal é uma fotografia macro,

e poucos dentistas sabem da importância disso,

de quanto é um privilégio para eles trabalhar nesse

campo, pois, na verdade, a fotografia nada mais é

do que uma tentativa do ser humano de copiar o

milagre que é a visão – e sabemos que superar a

natureza não é fácil. Pois bem, a única área aonde

Page 15: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

19R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 12-19, jul./ago./set. 2009

Dudu Medeiros

garanto que a culpa não é sua... afinal, se esta-

mos falando de pessoas que passaram por um

curso como o de Odontologia é porque não lhe

falta capacidade para aprender – talvez a técnica

ou a metodologia não tenha sido feliz, mas capa-

cidade você tem!!! Tenha certeza!!! Se ainda tiver

dúvida, desobrigue-se de fotografar seus casos,

entre no curso querendo aprender a fotografar

seus filhos, flores ou viagens, pois isso vai diminuir

muito sua ansiedade. Mas o que você precisa en-

tender é que, começando agora, o ganho é muito

maior, pois, se você é um profissional que gosta de

atualizar-se e oferecer o melhor ao seu cliente, a

fotografia vai entrar em sua vida mais cedo ou mais

tarde. Portanto, crie coragem e comece desde já...

Seu trabalho vai sair bonito na foto, eu garanto!!!

Sidney Kina• Editor da Revista Dental Press de

Estética.• Mestre em Clínica Odontológica pela

FOP/uNICaMP.• Membro Honorário da Sociedade

Brasileira de Odontologia Estética.• Consultor científico da Revista Clínica

– International Journal of Brazilian Dentistry.

Entrevistadores

Ronaldo Hirata• Doutorando em Dentística na uERJ.• Continuing Education on adhesive &

aesthetic Dentristry na universidade de genebra.

• Curso de aperfeiçoamento em porcelanas em Nova York.

• Editor assistente da Revista Dental Press de Estética.

Dudu Medeiros é fotógrafo, nascido no Rio grande do Norte, faz books para as principais agências de atores e modelos. Fez books de algumas das tops mais importantes do Brasil, como Fernanda Tavares.

E-mail: [email protected]

Oswaldo Scopin de Andrade• Mestre e doutor em Prótese pela

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - uNICaMP.

• Pós-graduado em Prótese e Oclusão pela New York university - Eua.

• Professor assistente do curso de atualização em Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - uNICaMP.

• “Clinical Fellow – Straumann Clinic”, universidade de Berna - Suíça.

• Coordenador dos cursos de Implantodontia (lato Sensu) e Odontologia Estética (lato Sensu) das Faculdades SENaC de Ciência da Saúde.

• Editor assistente da Revista Dental Press de Estética.

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Caso Selecionado

Guilherme Noriaki ItIkawa*Hélio kiyohiro taNIGucHI**Oswaldo Scopin de aNdrade*** Luiz alves FerreIra****

* Especialista em Endodontia FOP-unicamp e mestrando em Endodontia CPO-SlMandic.

** Pós-graduado em Periodontia uCCB e clínica particular em tempo integral.

*** Doutor em Clínica Odontológica pela unicamp.

**** Técnico em Prótese Dentária em tempo integral.

Page 17: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Guilherme Noriaki Itikawa, Hélio Kiyohiro Taniguchi, Oswaldo Scopin de Andrade, Luiz Alves Ferreira

21R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 20-38, jul./ago./set. 2009

grande tem sido a evolução técnica dos tra-

balhos estéticos restauradores na Odontologia.

Resultado esse obtido da evolução dos materiais

dentários, do conhecimento técnico e da melhora

na relação entre os clínicos e os técnicos de la-

boratório. a importância da interdisciplinaridade é

demonstrada na resolução deste caso clínico. O

planejamento integrado proporciona ao tratamento

uma otimização e previsibilidade importantes para

o sucesso de longo prazo.

Neste caso clínico, procuramos apresentar,

além das etapas restauradoras, as etapas que an-

tecedem a reabilitação estética. Os elementos 11

e 21 apresentavam diferentes complicações, resul-

tando em diferentes modalidades de tratamento e

demonstrando a importância da Endodontia e da

Implantodontia como base para um resultado es-

tético final saudável e duradouro. No caso descri-

to, a microscopia foi utilizada tanto na Endodontia

quanto em todas as etapas clínicas e laborato-

riais da confecção das próteses, obtendo-se uma

maior precisão em todos os procedimentos. Vale

lembrar da ergonomia atingida com esse tipo de

tecnologia. Destaca-se a importância do uso do

microscópio, principalmente na fase endodôntica,

na qual proporciona um campo de trabalho am-

plo, luminoso e cheio de detalhes. Etapas críticas,

como a limpeza do substrato pré-hibridização,

Integração multidisciplinar em Odontologia Restauradora Estética

somente são possíveis de serem realizadas com

excelência com a magnificação e iluminação for-

necidas pelo microscópio operatório.

uma fratura vertical foi diagnosticada no ele-

mento 21, impossibilitando a recuperação da raiz.

após exodontia atraumática e cuidadosa cureta-

gem do alvéolo, foi instalado um implante (ankylos

B14 / Friadent, alemanha) e, sobre esse, um

abutment (ankylos Cercon Balance, Friadent) de

zircônia. um provisório livre de oclusão foi coloca-

do imediatamente, para que a reparação tecidu-

al fosse guiada pelo perfil de emergência desse.

No elemento 11, foi necessária a reintervenção

endodôntica (Fig. 9), precedida da remoção de

coroa mais retentor intrarradicular metálico – téc-

nicas apropriadas foram abordadas. Houve indi-

cação de retentor anatômico estético nesse dente

devido às suas condições estruturais e estéticas.

O conhecimento dos procedimentos protéticos foi

necessário ao endodontista para uma resolução

com caráter de excelência à confecção do reten-

tor direto.

após o término da terapia endodôntica e do pe-

ríodo de osseointegração, foram confeccionadas

duas coroas totais no sistema Empress e.max (Ivo-

clar Vivadent ag, liechtenstein). Podemos notar,

nesse pequeno prazo, uma reparação radiográfica

evidente da região perirradicular ao dente 11.

Page 18: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Integração multidisciplinar em Odontologia Restauradora Estética

38 R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 20-38, jul./ago./set. 2009

Guilherme Noriaki ItikawaRua afonso Brás, 525 - cj. 91Vila Nova ConceiçãoCEP: 04.511-011 - São Paulo / SPE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Figura 56 - Radiografi a fi nal. Observa-se a resolução da le-são periapical do 11, formação de osso sobre a plataforma do implante e excelente adaptação marginal das coroas.

AGRADECIMENTOS

Dedicamos este caso ao grande amigo e mes-

tre adauto de Freitas Jr., que tanto nos ensinou,

que tanto nos alegrou e tanta saudade deixa.

Page 19: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009
Page 20: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Caso Clínico

Leonardo Fernandes da cuNHa*ana raquel BeNettI**Sérgio kiyoshi ISHIkIrIama***adilson Yoshio FuruSe****José mONdeLLI*****

* MestreedoutorandoemDentística,FaculdadedeOdontologiadeBauru–UniversidadedeSãoPaulo.

** ProfessoradaUNOPAR-UniversidadeNortedoParaná.

*** ProfessorassistentedodepartamentodeDentística,EndodontiaeMateriaisDentários,FaculdadedeOdontologiadeBauru–Universidadede

SãoPaulo.

**** DoutoremDentística,FaculdadedeOdontologiadeBauru–UniversidadedeSãoPaulo.

***** ProfessortitulardodepartamentodeDentística,EndodontiaeMateriaisDentários,FaculdadedeOdontologiadeBauru–UniversidadedeSão

Paulo.

Page 21: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Leonardo Fernandes da Cunha, Ana Raquel Benetti, Sérgio Kiyoshi Ishikiriama, Adilson Yoshio Furuse, José Mondelli

41R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 40-49, jul./ago./set. 2009

Técnica caseira de clareação dentária em Odontologia Restauradora Cosmética

The use of the home-bleaching technique in Cosmetic Restorative Dentistry

Resumo

Historicamente, a clareação dentária tem sido uma

alternativa conservadora de tratamento para dentes

com manchamento intrínseco. Desde a descrição da

técnica de clareação caseira por Haywood e Heymann,

em 1989, diferentes métodos têm sido utilizados para

se obter a clareação dentária. Em função dos bons

resultados estéticos, tem sido amplamente utilizada

pelos cirurgiões-dentistas. a clareação dentária possui

a vantagem de permitir a associação com as demais

técnicas restauradoras estéticas e/ou cosméticas. O

tratamento clareador vem sendo utilizado como uma

das técnicas cosméticas mais comumente requisitadas

pelos pacientes. Dessa forma, o objetivo deste trabalho

é apresentar e discutir a técnica de clareação caseira,

com a apresentação de casos clínicos.

Abstract

Dental bleaching has historically been a conservative

treatment for teeth with intrinsic stains. Since the intro-

duction of the home-bleaching technique by Haywood

and Heymann, in 1989, different techniques have been

used for dental bleaching. Because the good esthetic re-

sults, this procedure has been widely used by the den-

tists and can be associated with other aesthetic restor-

ative procedures. Bleaching treatment has been used as

the most common cosmetic technique requested by the

patients. In some situations, bleaching is used mostly

due to cosmetic reasons. Thus, the aim of this work is

to present and discuss the home-bleaching technique,

with clinical cases presentation.

Keywords: Tooth bleaching. Hydrogen peroxide. Esthetics, dental. Periodontics. Dentistry.

Palavras-chave: Clareação dentária. Peróxido de hidrogênio. Estética dentária. Periodontia. Odontologia.

Page 22: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

48 R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 40-49, jul./ago./set. 2009

Técnica caseira de clareação dentária em Odontologia Restauradora Cosmética

DISCUSSÃO

uma vez que age por difusão, o peróxido de

hidrogênio penetra na estrutura semipermeável do

dente, resultando no efeito de branqueamento. a

quantidade de peróxido de hidrogênio que atinge

a câmara pulpar depende da concentração do gel

colocado na superfície vestibular dos dentes2.

assim, a indicação da clareação caseira, por

empregar baixas concentrações de gel, torna-se

interessante, minimizando os efeitos deletérios

sobre a superfície do esmalte. O peróxido de car-

bamida, em concentrações de 10 a 16%, parece

não afetar a estrutura do esmalte9, enquanto a

concentração de 35%, como a utilizada na técnica

de consultório, pode alterar a estrutura do esmal-

te de maneira significativa8,9. alguns autores não

encontraram alterações na microdureza do esmal-

te utilizando baixas concentrações de peróxido

de carbamida1, enquanto outros autores não en-

contraram alteração na rugosidade superficial do

esmalte após a clareação12. Contudo, quando a

clareação caseira foi associada ao uso de creme

dental abrasivo, uma alteração significativa foi ob-

servada12. Por isso, a recomendação desse aspec-

to para o paciente se faz fundamental.

Segundo um trabalho realizado no ano de 20034,

a falta de dados toxicológicos e efeitos adversos

dos agentes clareadores torna questionável o uso

da clareação apenas por motivos cosméticos. En-

tretanto, desde que o tratamento não seja feito de

forma indiscriminada, pode ser recomendado com

mínimos efeitos adversos. Não há comprovação de

estudos in vivo que comprovem o contrário.

a clareação dentária pode ser considerada

uma modalidade de tratamento segura e, acima

de tudo, eficaz. O método caseiro é vantajoso por

permitir ao paciente realizar o tratamento em sua

própria casa, enquanto a clareação em consultó-

rio necessita da aplicação do gel pelo profissional.

Esse fator torna a clareação de consultório mais

custosa para o paciente. Em outro estudo, reali-

zado também no ano de 200313, a clareação ca-

seira mostrou-se superior para clarear os dentes,

em comparação com a clareação em consultório.

literatura especializada mostrou também que a

estabilidade da clareação caseira pode ser obser-

vada em até 90 meses após o tratamento6.

Muitas vezes, um tratamento restaurador é ne-

cessário após a clareação. Sabe-se que o agente

clareador diminui a resistência adesiva das restau-

rações de resina composta, quando feitas ime-

diatamente após esse procedimento3. Por essa

razão, aguardou-se um período de 21 dias para a

restauração.

além dos aspectos citados, a harmonia dos te-

cidos periodontais também é fundamental para se

obter a excelência em estética dentária e, portanto,

deve ser considerada. Segundo Reinhardt e Eivins

et al.10, a clareação caseira pode ser empregada

sem risco de mudanças mensuráveis de inflama-

ção periodontal. Entretanto, deve-se ressaltar que

a estética é um conceito subjetivo e individual: en-

quanto alguns pacientes não se incomodam com

pequenas alterações na harmonia dentofacial,

outros apresentam queixas extremamente especí-

ficas, como pôde ser observado nos relatos dos

casos apresentados.

CONCLUSÃO

a técnica de clareação caseira é uma alterna-

tiva viável, segura e efetiva para a clareação dos

dentes, possibilitando a melhora da harmonia do

sorriso e satisfação aos pacientes, com uma boa

relação custo-benefício.

Page 23: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

49R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 40-49, jul./ago./set. 2009

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Leonardo Fernandes da Cunhaal. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75 - Vila universitáriaCEP: 17.012-901 - Bauru / SPE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

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REFERÊNCIAS

Page 24: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Artigo de Pesquisa

Lucas da Fonseca roberti GarcIa*Simonides cONSaNI**Fernanda de carvalho Panzeri PIreS-de-SOuza***Fabrício mariano muNdIm****

* Mestre em Endodontia e doutorando em Materiais Dentários (FOP-unicamp).

** Professor titular do departamento de Odontologia Restauradora, área de Materiais Dentários (FOP-unicamp).

*** Professora titular do departamento de Materiais Dentários e Prótese (FORP-uSP).

**** Mestrando em Reabilitação Oral (FORP-uSP).

Page 25: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Lucas da Fonseca Roberti Garcia, Simonides Consani, Fernanda de Carvalho Panzeri Pires-de-Souza, Fabrício Mariano Mundim

51R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 50-55, jul./ago./set. 2009

Análise das propriedades físico-mecânicas e biológicas dos cimentos resinosos

Analysis of the physical-mechanical and biological properties of the resinous cements

Resumo

a procura cada vez maior por tratamentos restaurado-

res estéticos e a eficiência de união entre o dente e o

material restaurador proporcionaram o desenvolvimen-

to de inúmeras marcas comerciais de cimentos resi-

nosos. O objetivo deste estudo foi realizar uma análise

crítica sobre as propriedades físico-mecânicas e bio-

lógicas de diversos sistemas de cimentos resinosos,

comparando-os entre si e também com outros siste-

mas de cimentos não-resinosos; com intuito de auxiliar

os profissionais da Odontologia na correta seleção e in-

dicação desses cimentos, o que poderá contribuir para

um maior sucesso do tratamento protético.

Abstract

The increasing search for aesthetic restorative treatments

and the union efficiency between tooth and restorative

material provided the development of countless com-

mercial brands of resinous cements. The objective of

this study was to accomplish a critical analysis on the

physical-mechanics and biological properties of several

resinous cements systems, comparing these amongst

themselves and also comparing them with other no

resinous cement systems; with intention of aiding the

Dentistry´s professionals in the best selection and cor-

rect indication of this cements, that will be able to con-

tributes for a larger success of the prosthetic treatment.

Keywords: Physical-mechanical properties. Resinous cements. Dental materials.

Palavras-chave: Propriedades físico-mecânicas. Cimentos resinosos. Materiais dentários.

Page 26: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Análise das propriedades físico-mecânicas e biológicas dos cimentos resinosos

54 R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 50-55, jul./ago./set. 2009

Marathon® e geristore®). Verificaram que películas

acima de 40µm foram observadas para quase to-

dos os cimentos resinosos, com exceção do geris-

tore® (20,5µm) e Infinity® (30,7µm). Concluíram que,

embora os novos agentes cimentantes resinosos

possuam benefícios do ponto de vista de resistên-

cia ao desgaste e microinfiltração, o controle das

propriedades físicas e químicas ainda deveria ser

motivo de vários estudos, a fim de que alguns fato-

res – como a viscosidade e o grau de polimerização

– fossem controlados, para obtenção de melhores

valores de espessura de película.

White21 utilizou 35 pré-molares humanos extra-

ídos por razões ortodônticas. Os preparos foram

moldados com silicona de polimerização por adi-

ção, os troquéis obtidos em gesso tipo IV e as fundi-

ções realizadas com liga de metal básico. as coroas

foram cimentadas com carga de 5kg por sete minu-

tos, sendo o desajuste marginal verificado antes e

após a cimentação. Os cimentos utilizados foram:

fosfato de zinco, policarboxilato, ionômero de vidro,

cimento resinoso com agente de união e Panavia

Ex®. após a termociclagem (1.500 ciclos) e fixação

das amostras com solução de nitrato de prata, es-

sas foram embebidas em resina epóxica e seccio-

nadas nos sentidos vestibulolingual e mesiodistal,

para leitura da microinfiltração. Concluiu-se que o

cimento resinoso com agente de união foi o que

apresentou os menores valores de microinfiltração,

seguido do ionômero de vidro, Panavia Ex®, policar-

boxilato de zinco e fosfato de zinco.

Tung e Coleman18 avaliaram a microinfiltração

marginal em coroas totais metálicas cimentadas

com fosfato de zinco, ionômero de vidro e cimento

resinoso. Trinta dentes molares humanos foram uti-

lizados, sendo os preparos moldados com silicona

de polimerização por adição, e as fundições reali-

zadas com liga de ouro tipo III. as amostras foram

divididas em três grupos: grupo 1 – aplicação de

duas camadas de verniz copal e cimentação com

fosfato de zinco; grupo 2 – condicionamento com

ácido poliacrílico e cimentação com ionômero de

vidro, sendo aplicado em seguida verniz protetor;

grupo 3 – cimentação com cimento resinoso. Todas

as coroas foram assentadas com pressão digital por

10 minutos. Para o teste de microinfiltração, filtros

foram colocados nos receptáculos laterais de aces-

so e as amostras embebidas em solução contendo

macromoléculas de dextran e lipopolissacarídeos

com sondas imunofluorescentes. as verificações

foram realizadas após duas semanas, 1, 2, 3, 4, 5 e

6 meses, não sendo detectada microinfiltração em

qualquer um dos três tipos de agentes cimentantes

utilizados, dentro dos limites desse estudo.

CONCLUSÕES

• Os cimentos resinosos devem apresentar

propriedades físico-mecânicas e biológicas satis-

fatórias, tais como: adesão à estrutura dentária,

selamento marginal, resistência aos diferentes va-

lores de coeficiente de expansão térmica e redu-

ção da concentração de estresse sobre o material

restaurador.

• O tratamento da superfície, tanto do dente

(com ácido fosfórico) quanto do material cerâmico

(com ácido fluorídrico), proporciona significativo in-

cremento na resistência de união.

• Os cimentos resinosos apresentam melhores

resultados em relação à microinfiltração, minimi-

zando o acúmulo de placa e o aparecimento da

doença subsequente.

• Devido aos cimentos resinosos serem prati-

camente insolúveis nos fluidos bucais, alguns tra-

balhos chegam a relatar nenhuma infiltração nes-

tes cimentos.

• a adesão do cimento resinoso ao material

cerâmico não parece ser o elo fraco na manuten-

ção da união cimento/restauração.

Page 27: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Lucas da Fonseca Roberti Garcia, Simonides Consani, Fernanda de Carvalho Panzeri Pires-de-Souza, Fabrício Mariano Mundim

55R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 50-55, jul./ago./set. 2009

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Lucas da Fonseca Roberti GarciaRua Bernardino de Campos, no. 30, ap. 1002CEP: 14.015-130 - Ribeirão Preto / SPE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Page 28: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Caso Clínico

roberta SaBOIa-GOmeS*renata corrêa PaScOttO**

* Mestranda em Clínica Integrada na universidade Estadual de Maringá – uEM.

** Professora adjunta da área de Dentística do Departamento de Odontologia na universidade Estadual de Maringá – uEM.

Page 29: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

57R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 56-67, jul./ago./set. 2009

Roberta Saboia-Gomes, Renata Corrêa Pascotto

Faceta direta em resina composta: relato de caso

Direct composite resin veneers: case report

Resumo

a restauração estética de dentes com alteração de cor

e/ou forma tem sido, frequentemente, realizada com

facetas diretas em resina composta, devido à maior

conservação de estrutura dentária e à maior facilidade,

quando se trabalha diretamente na boca, em se obter

resultados satisfatórios do que quando é realizado um

procedimento indireto isolado na região anterior. Nos

dias atuais, as restaurações adesivas são muito utili-

zadas por sua praticidade, simplicidade e baixo custo,

porém, a indicação e execução corretas da técnica é

que definem o sucesso final do tratamento. O objetivo

deste trabalho é apresentar um caso clínico em que se

optou pelo facetamento direto em resina composta em

um incisivo central superior que apresentava a colora-

ção alterada devido a um traumatismo, que acarretou

na necessidade de tratamento endodôntico, e à pre-

sença de uma faceta preexistente com manchamento

intrínseco.

Abstract

The aesthetic restoration of teeth with color and/or

form alteration has been frequently performed with

direct composite resin veneers due to the greater con-

servation of tooth structure and facility in working di-

rectly in the mouth to obtain satisfactory results than

performing an indirect isolated procedure in the ante-

rior region. Nowadays, the adhesive restorations are

widely used for its practicality, simplicity and low cost,

however, the indication and execution of correct tech-

nique defines the treatment success. The aim of this

study is to present a case report in which was chosen

a direct composite resin veneer in a maxillary central

incisor that had the color changed due to an injury that

caused the need of endodontic treatment and the pres-

ence of a veneer with intrinsic staining.

Keywords: Direct veneer. Composite resin. Aesthetics.

Palavras-chave: Faceta direta. Resina composta. Estética.

Page 30: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Faceta direta em resina composta: relato de caso

66 R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 56-67, jul./ago./set. 2009

da existência de apinhamento dentário; da presen-

ça de desgastes na estrutura dentária vestibular;

da altura da linha do sorriso; da necessidade de

alongamento do dente a ser facetado; da extensão

da fratura, em casos de dentes fraturados; e das

áreas estática e dinâmica de visibilidade1.

a realização de fotografias extra e intrabucais ob-

jetiva um adequado plano de tratamento, documen-

tação do caso e marketing9. as imagens obtidas no

presente estudo foram avaliadas previamente, em

busca de detalhes anatômicos e cores, no intuito de

possibilitar uma restauração final mais natural.

a seleção da cor adequada de resina composta

é um dos aspectos mais importantes na confec-

ção de faceta direta e ainda representa um desafio,

já que cada região do dente, geralmente, apresen-

ta uma cor apropriada. logo, indica-se o uso de

resinas translúcidas, que servem como esmalte ar-

tificial, e resinas opacas, que servem como dentina

artificial12. além disso, recomenda-se que a sele-

ção da cor da resina composta para restaurar a

dentina seja realizada no terço cervical. Enquanto

nos terços médio e incisal deve-se selecionar a cor

da resina composta de esmalte1.

O clínico deve ter conhecimento sobre os con-

ceitos de cor, croma, valor, translucidez e opacida-

de. uma vez que esses critérios são seguidos, as

restaurações são capazes de tornar-se satisfató-

rias tanto ao paciente quanto ao dentista5.

Casos com alto grau de escurecimento podem

necessitar da presença de agentes opacificadores

para mascarar a cor original. No entanto, esses

materiais devem ser cautelosamente aplicados,

para que não ocorra opacificação excessiva, resul-

tando em aspecto artificial15.

uma das maiores limitações da utilização de

compósitos de resina em facetas é a dificuldade em

mascarar a superfície escurecida do dente prepara-

do. Mesmo com a espessura adequada do material

– entre 1 e 1,5mm – a opacidade é insuficiente e a

cor escurecida do substrato fica visível através do

compósito de resina, prejudicando, assim, o resul-

tado final da restauração. Mesmo com o uso de

resinas opacas, esse problema, geralmente, não

pode ser resolvido com a aplicação de compósitos

finos. Casos com grandes alterações de cor reque-

rem métodos eficientes de opacificação. O opaco é

um material fotoativado, quimicamente compatível

com a resina composta e capaz de mascarar tona-

lidades escuras com relativa facilidade. Seu uso em

excesso causa uma cor artificial ao dente5.

uma alternativa para isso é a maior profundi-

dade do preparo do dente, para o aumento da

espessura da faceta, entretanto, isso resulta em

um dente mais enfraquecido. Outra alternativa se-

ria a criação de um sobrecontorno no alinhamento

do dente, aumentando, também, a espessura do

material a ser utilizado e a chance de mascarar o

elemento escurecido. Vale salientar que a espes-

sura da faceta não deve ser tão grande, pois isso

influenciaria negativamente em sua estética, alte-

rando um dos mais importantes aspectos de um

sorriso: o alinhamento5.

CONCLUSÃO

a técnica utilizada no caso clínico apresentado

demonstrou a restauração da cor e da forma de

um elemento dentário que prejudicava a estética

do sorriso. as facetas estéticas são a opção mais

conservadora para restaurar a harmonia e reque-

rem acurado exame clínico e planejamento para o

sucesso do tratamento.

Page 31: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Roberta Saboia-Gomes, Renata Corrêa Pascotto

67R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 56-67, jul./ago./set. 2009

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Roberta Saboia-GomesRua Mem de Sá, 502 - Zona 2CEP: 87.010-370 - Maringá / PRE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Page 32: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Caso Clínico

márcio Grama HOePPNer*eduardo augusto PFau**Stella kossatz PereIra***Patriane Iara caccIa****ariane cristina BaSSO****

* Professor adjunto do curso de Odontologia da universidade Estadual de londrina - uEl / Departamento de Odontologia Restauradora.

** Professor do curso de Odontologia da universidade Paranaense - unipar - Campus umuarama.

*** Professora associada do curso de Odontologia da universidade Estadual de Ponta grossa - uEPg.

**** acadêmicas do curso de Odontologia da universidade Paranaense - unipar - Campus umuarama.

Page 33: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

69R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 68-78, jul./ago./set. 2009

Márcio Grama Hoeppner, Eduardo Augusto Pfau, Stella Kossatz Pereira, Patriane Iara Caccia, Ariane Cristina Basso

Resolução estética de dentes com diastemas - 10 anos de proservação clínica

Aesthetic resolution in teeth with diastemas - ten years of clinical attendance

Resumo

Diante de dentes com diastemas, localizados ou múl-

tiplos, várias são as opções de tratamento estético

passíveis de serem planejadas e executadas para a

resolução clínica do problema, de forma isolada ou as-

sociada. a seleção do tratamento está na dependência

da necessidade estética, da condição socioeconômi-

ca, da oclusão apresentada pelo paciente; do tempo

disponível para realização do tratamento, bem como

da competência e habilidade do cirurgião-dentista em

planejar e realizar o tratamento. Dessa forma, ilustrado

com a descrição de um caso clínico, o propósito deste

trabalho é apresentar e discutir o emprego das resinas

compostas na resolução estética de um sorriso com

múltiplos diastemas, além de comprovar a efetividade

do tratamento proposto e realizado após 10 anos de

acompanhamento clínico.

Abstract

Ahead of located or multiple teeth with diastemas, sev-

eral are the possible options of aesthetic treatment to

be planned and executed to the clinical resolution of

the problem, in a isolated or associated form. The aes-

thetic treatment selection for anterior teeth diastemas

depends on the aesthetic needs, the economic situa-

tion, the patient’s occlusion, the time available and the

professional skills. This work aims to present a case re-

port showing an esthetical rehabilitation of multiples

diastemas using direct composite resins and to confirm

the efficiency of the treatment after ten years of clinical

attendance.

Keywords: Composite resin. Diastema. Dental esthetics.

Palavras-chave: Resina composta. Diastema. Estética dentária.

Page 34: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Márcio Grama Hoeppner, Eduardo Augusto Pfau, Stella Kossatz Pereira, Patriane Iara Caccia, Ariane Cristina Basso

77R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 68-78, jul./ago./set. 2009

No caso clínico descrito, passados 10 anos da

realização do tratamento – embora possamos visu-

alizar pigmentação na superfície e na margem das

restaurações, principalmente nas áreas interdentá-

rias cervicais, possível de ser interpretada clinica-

mente como microinfiltração marginal –, não diag-

nosticamos cárie recorrente ou secundária. Isso nos

leva a concluir que, mais ou tão importante quanto

a técnica restauradora empregada e a seleção dos

materiais restauradores foi a capacidade do pa-

ciente em controlar, mecanicamente, o acúmulo de

placa bacteriana e, consequentemente, a infiltração

de microrganismos na interface dente-restauração,

mesmo que as restaurações tenham sido realizadas

sobre esmalte dentário, exclusivamente.

Para a fotopolimerização dos vários incremen-

tos de resina composta, que não excederam 2mm

de espessura cada, utilizamos um aparelho fotopo-

limerizador de lâmpada halógena, com intensidade

da luz emitida superior a 400mW/cm2, aferida com

auxílio de um radiômetro15,17. Esses cuidados foram

tomados porque as resinas compostas fotopolime-

rizáveis apresentam índice ou grau de conversão

limitado, onde a conversão dos monômeros em

polímero depende de vários fatores: transmissão

da luz emitida através do volume de resina a ser

polimerizado, quantidades de fotoiniciador e de ini-

bidor presentes na composição da resina compos-

ta, tempo de exposição à luz emitida pelo apare-

lho fotopolimerizador, espessura do incremento de

resina composta a ser fotopolimerizado, distância

entre a ponta ativa do aparelho fotopolimerizador

e a superfície do material a ser fotopolimerizado,

comprimento de onda e intensidade da luz emitida

pelo aparelho fotopolimerizador15.

Embora eficazes na fotopolimerização dos ma-

teriais resinosos, os aparelhos à base de lâmpada

halógena emitem luz branca em uma faixa de com-

primento de onda muito ampla, além da necessária.

E, consequentemente, parte não desejada do es-

pectro da luz visível deve ser filtrada, para que o

calor seja minimizado, com o uso de filtro e venti-

lador. além disso, a lâmpada halógena apresenta

curto tempo de vida útil. Em decorrência dessas

desvantagens, a partir da década de 90, os profis-

sionais têm à sua disposição os aparelhos fotopo-

limerizadores à base de lEDs (diodos emissores

de luz), que, diferentemente do sistema de lâm-

pada halógena, emitem luz com estreito espectro

de comprimento de onda, portanto, geram pouco

calor, além do aumento significativo do tempo de

vida útil da lâmpada8.

Preenchidos os espaços interdentários, o aca-

bamento imediato das restaurações foi realizado

com o propósito de remover eventuais excessos na

região cervical, e adequar o contorno e anatomia

dos dentes restaurados. Por sua vez, o polimento

final foi realizado numa sessão subsequente, para

a remoção de sulcos e irregularidades da superfície

acabada, além da obtenção do brilho superficial e a

texturização (caracterização) das restaurações.

CONCLUSÃO

Com base na proservação clínica do caso rela-

tado e na literatura correlata, pode-se concluir que:

1) a realização de restaurações diretas em resi-

na composta é uma opção de baixo custo, viável

à resolução estética imediata de dentes anteriores

com diastemas.

2) a longevidade clínica das restaurações em re-

sina composta mantém relação direta com fatores

ligados ao operador/profissional, ao fabricante e ao

paciente, a saber: competências e habilidades do

profissional necessárias à realização das restaura-

ções, propriedades físicas e estéticas das resinas

compostas dependentes da sua composição e

técnica de fotopolimerização, e hábitos de higiene

bucal praticados pelo paciente.

Page 35: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Resolução estética de dentes com diastemas - 10 anos de proservação clínica

78 R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 68-78, jul./ago./set. 2009

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Márcio Grama Hoeppneruniversidade Estadual de londrina - uElDepartamento de Odontologia Restauradora - ODORua Pernambuco, no. 540 - CentroCEP: 86.020-120 - londrina / PRE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Page 36: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009
Page 37: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Caso Clínico

Boanerges araúJO NettO Jr.*maurício Grecco côSSO**elton Gonçalves zeNóBIO***Lêda marina de Lima araúJO****erika Storck cezarIO*****

* Mestre em Prótese Dentária pela São leopoldo Mandic. Especialista em Prótese Dentária pela uFRJ. Especialista em DTM e Dor Orofacial pelo CFO.

Especialista em Implantodontia pela unilesteMg.

** Mestre e doutorando em Implantodontia pela São leopoldo Mandic. Especialista em Radiologia pela Faculdade de Odontologia de Bauru.

*** Doutor e mestre em Periodontia pela unesp. Especialista em Implantodontia pela unilesteMg.

**** Mestre em Periodontia pela PuCMinas. Especialista em Prótese Dentária pela univale. Especialista em Implantodontia pela PuCMinas.

***** Mestre e especialista em Periodontia pela PuCMinas. Doutoranda em Periodontia pela uFMg.

Page 38: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

81R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 80-95, jul./ago./set. 2009

Boanerges Araújo Netto Jr., Maurício Grecco Côsso, Elton Gonçalves Zenóbio, Lêda Marina de Lima Araújo, Erika Storck Cezario

Abordagem multidisciplinar na reabilitação de incisivos superiores - relato de caso

Multidisciplinary approach in the rehabilitation of upper incisors - case report

Resumo

a evolução das pesquisas, materiais e técnicas cirúrgi-

cas busca resultados tanto funcionais quanto estéticos,

no sentido de atingir um alto grau de excelência, conse-

guindo superar as exigências por parte dos profissionais

e dos pacientes. No entanto, apesar de todos os avan-

ços tecnológicos, permanece ainda um grande desafio,

a reabilitação estética da região anterior, onde ocorre

uma forte influência de forças segregativas. O conceito

de planejamento reverso – onde o planejamento estéti-

co e protético é realizado previamente ao procedimento

cirúrgico – e também a filosofia na qual a colocação es-

tética do implante é guiada pela restauração devem es-

tar sedimentados interdisciplinarmente. Isso possibilita

trabalhos mais estéticos e funcionais, permitindo supor-

te e estabilidade dos tecidos peri-implantares a longo

prazo. Neste contexto, este artigo descreve um caso

clínico, numa abordagem multidisciplinar, desenvolvido

de acordo com os conceitos atuais da reabilitação esté-

tica sobre implantes.

Abstract

The development of research, materials and surgical

techniques seeks for functional and aesthetic results, to

achieve a high degree of excellence, thus overcoming

the professional´s and patient´s demands. However,

despite of all technological advances, to rehabilitate

an anterior aesthetic region remains as a major chal-

lenge, where there is a strong influence of segregating

forces. The concept of reverse planning, where the aes-

thetic and prosthetic planning is performed prior to

surgery, as well as the philosophy which relies on the

placement of the implant guided by the aesthetic res-

toration, should be interdisciplinarly sedimented. This

allows more aesthetic and functional crowns, provid-

ing support and stability of the periimplant tissues in a

long term perspective. Within this context, this article

describes a clinical case within a multidisciplinary ap-

proach which was developed in accordance with the

current concepts of aesthetic implant rehabilitation.

Keywords: Dental implants. Esthetic implant restorations. Ideal implants position.

Palavras-chave: Implantes dentários. Restauração estética de implantes. Posição ideal de implantes.

Page 39: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Abordagem multidisciplinar na reabilitação de incisivos superiores - relato de caso

94 R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 80-95, jul./ago./set. 2009

tridimensional, uma distinção deve ser feita entre

as zonas de “conforto” e de “perigo” em cada di-

mensão. Os implantes posicionados nas zonas de

conforto são a base para uma restauração estética

com estabilidade a longo prazo4.

O condicionamento gengival por meio da utili-

zação de coroas provisórias paulatinamente acres-

cidas no seu perfil cervical, entre as consultas,

baseando-se no dente contralateral, é fundamen-

tal para se obter um perfil de emergência correto,

com saúde periodontal e dando uma ideia de har-

monia à coroa protética, passando a ilusão de ser

um elemento natural9. O contorno gengival deve

ser trabalhado corretamente, possibilitando um

perfil de emergência adequado. a ausência de pa-

pila pode induzir problemas estéticos, fonéticos e

de impacção alimentar7,12,20.

Os conhecimentos atuais dogmatizam que a

prótese deve guiar a cirurgia, ou seja, a colocação

estética do implante é baseada em uma filosofia

guiada pela restauração4,7,9,14.

CONCLUSÃO

a utilização de implantes em zona estética,

principalmente nos pacientes com sorriso gengi-

val, exige a aplicação do conceito de planejamento

reverso, no sentido de conferir alta previsibilidade.

a filosofia na qual se baseia a colocação es-

tética do implante guiada pela restauração deve

estar sedimentada interdisciplinarmente, possibili-

tando trabalhos mais estéticos e funcionais, além

de permitir suporte e estabilidade dos tecidos peri-

implantares.

É necessário o conhecimento da biologia dos

tecidos, bem como o domínio da técnica e uma

perfeita noção do posicionamento tridimensional

ideal dos implantes, para se alcançar os objetivos

propostos, devolvendo aos pacientes a função, es-

tética e fonética, enfim, a saúde bucal e emocional.

AGRADECIMENTO

ao TPD Itamar Cordeiro, pela confecção das

coroas cerâmicas do caso clínico apresentado.

Page 40: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Boanerges Araújo Netto Jr., Maurício Grecco Côsso, Elton Gonçalves Zenóbio, Lêda Marina de Lima Araújo, Erika Storck Cezario

95R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 80-95, jul./ago./set. 2009

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Boanerges Araújo Netto Jr.Rua graciliano Ramos, 36 - Bairro Cidade NobreCEP: 35.162-373 - Ipatinga / MgE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Page 41: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Caso Clínico

Glauco rangel zaNettI*Liliane Scheidegger da Silva zaNettI**marcelo massaroni PeçaNHa***Fausto Frizzera BOrGeS FILHO****Gabriela cassaro de caStrO*****

* Professor doutor adjunto I do departamento de Prótese Dentária da universidade Federal do Espírito Santo/uFES.

** Professora doutora da disciplina de Cirurgia Buco-maxilo-facial II do departamento de Clínica Odontológica da uFES.

*** Especialista em Prótese Dentária e mestre em Clínica Odontológica pela universidade Federal do Espírito Santo/uFES.

**** Especializando em Periodontia pela FOaR-unesp.

***** Mestranda em Clínica Odontológica - área de Prótese Dental pela FOP/unicamp/SP.

Page 42: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

97R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 96-105, jul./ago./set. 2009

Glauco Rangel Zanetti, Liliane Scheidegger da Silva Zanetti, Marcelo Massaroni Peçanha, Fausto Frizzera Borges Filho, Gabriela Cassaro de Castro

Otimizando a cimentação de facetas de porcelana

Optimizing porcelain veneers cementation

Resumo

O estabelecimento da união entre o esmalte dentário e

compostos resinosos ou cerâmicos levou ao crescente

uso de restaurações com esses materiais, em particu-

lar das chamadas “facetas de porcelana”. além da alta

qualidade estética, permitindo mimetizar a forma e a

cor do elemento dentário, as porcelanas são menos

predispostas ao desgaste, ou seja, mais resistentes à

abrasão, manchas e infiltração marginal. Porém, por se

tratar de uma peça extremamente delicada e de pe-

quena espessura, sua cimentação se torna um pon-

to crucial para o sucesso. Sendo assim, a coloração,

viscosidade e manipulação do cimento são caracterís-

ticas que devem ser analisadas e consideradas, com

cautela, previamente à realização do procedimento. a

utilização de uma resina flow para esse propósito tem

sido indicada na literatura, pois esse tipo de material

apresenta excelentes propriedades físicas e mecâni-

cas, que vêm a facilitar sua cimentação. Neste artigo, a

resina flow será apresentada como material substituto

ao cimento resinoso dual, ou de polimerização química,

na cimentação de facetas, por meio de um caso clínico,

exibindo sua praticidade e versatilidade como material

restaurador.

Abstract

The bond established between dental enamel and

porcelain or resin compounds increased the use and

application of these materials, especially in cosmetic

porcelain veneers. It presents high esthetic quality that

mimics tooth appearance and shading. Porcelain is

also less prone to wear, being more resistant to abra-

sion, staining and marginal leakage. Since the porce-

lain veneer has a small thickness and is extremely deli-

cate, cementation is a crucial point to obtain success.

Cement shade, viscosity and handling have to be re-

viewed carefully prior to final cementation. The use of

a flow resin for this purpose has been indicated in the

literature, this material presents excellent physical and

mechanical properties, facilitating this procedure. This

paper presents a case report where flow resin is pre-

sented as a substitute for dual or chemical cure resin

cement in porcelain veneers cementation showing its

practicality and versatility as a restorative material.

Keywords: Dental veneers. Cementation. Dental esthetics.

Palavras-chave: Facetas dentárias. Cimentação. Estética dentária.

Page 43: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Glauco Rangel Zanetti, Liliane Scheidegger da Silva Zanetti, Marcelo Massaroni Peçanha, Fausto Frizzera Borges Filho, Gabriela Cassaro de Castro

105R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 96-105, jul./ago./set. 2009

CONCLUSÃO

a utilização da resina fl ow para cimentação de

facetas de porcelana tem se mostrado um méto-

do que permite conforto e segurança durante esse

procedimento, facilitando a execução dessa etapa

crítica para o sucesso do tratamento, possibilitando

adequado tempo de trabalho, ausência de preocu-

pação em relação à manipulação do material, facili-

dade de dosagem do material e posicionamento da

peça cerâmica no elemento dentário.

1. BaRCElEIRO, M. O.; MIRaNDa, M. S.; DIaS, K. R.; SEKITO, T. J. Shear bond strength of porcelain laminate veneer bonded with fl owable composite. Oper. Dent., Seattle, v. 28, no. 4, p. 423-428, 2003.

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Glauco Rangel ZanettiuFES - Campus de Maruípeav. Marechal Campos, 1468CEP: 29.040-090 - Vitória/ESE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Page 44: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Revisão de Literatura

marcelo Barbosa ramOS*ana Paula ribeiro do Vale PedreIra**thiago amadei PeGOrarO***Luiz Fernando PeGOrarO****

* Mestrando em Reabilitação Oral da Faculdade de Odontologia de Bauru - universidade de São Paulo (FOB-uSP).

** Mestre em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Bauru - universidade de São Paulo (FOB-uSP). Professora substituta do departamento

de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde da universidade de Brasília (unB).

*** Doutorando em Reabilitação Oral da Faculdade de Odontologia de Bauru - universidade de São Paulo (FOB-uSP).

**** Professor titular do departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru - universidade de São Paulo (FOB-uSP).

Page 45: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

107R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 106-114, jul./ago./set. 2009

Marcelo Barbosa Ramos, Ana Paula Ribeiro do Vale Pedreira, Thiago Amadei Pegoraro, Luiz Fernando Pegoraro

Cimentação adesiva na atualidade: revisão de literatura

Adhesive cementation nowadays: literature review

Resumo

Tradicionalmente, um dos cimentos mais utilizados na

cimentação de núcleos e coroas tem sido o cimento de

fosfato de zinco. Outros cimentos, como os cimentos

ionoméricos e os ionoméricos modificados por resina,

têm sido também utilizados na cimentação de núcleos

e coroas, apresentando vantagens baseadas, princi-

palmente, na sua capacidade de adesão às estruturas

dentárias, baixa solubilidade e liberação de flúor, po-

dendo atuar na inibição do desenvolvimento de cárie.

Inicialmente indicados para a cimentação de próteses

adesivas, os cimentos resinosos passaram a ser indi-

cados para a cimentação de coroas, inlays/onlays e

pinos de fibra. Porém, as diferentes formulações forne-

cidas pelos fabricantes e o grande número de marcas

comerciais disponíveis dificultam a escolha do cimento

pelo clínico. as diversidades técnicas tornaram difícil o

seu manuseio, o que contribuiu para as variações em

seu desempenho clínico e dificulta uma análise longi-

tudinal criteriosa. O presente artigo tem como objetivo

esclarecer ao clínico as variáveis envolvidas na cimen-

tação adesiva, bem como auxiliá-lo em suas escolhas.

a relação custo/benefício da cimentação adesiva deve

ser analisada com cautela, e estudos clínicos controla-

dos devem ser conduzidos para corroborar os dados

laboratoriais acerca dos prováveis resultados clínicos

em longo prazo.

Abstract

Traditionally, one of the most used cements for cemen-

tation of the post and crowns has been zinc phosphate

cement. Other cements, such as glass-ionomer cement

and resin-modified glass-ionomer cement, have also

been used in the cementation of posts and crowns and

offer benefits based primarily on its bonding capacity

to the dental structures, low solubility and release of

fluoride, which may act inhibiting the development

of secondary caries. Originally designed for cementa-

tion of adhesive prostheses, the resin cement became

indicated for cementation of crowns, inlays/onlays

and glass fiber posts. However, different formulations

supplied by the manufacturers and the large number

of trademarks available make difficult the choice of

cement by the clinician. The technical diversity make

it difficult handling, which contributes to the varia-

tions in their clinical performance and makes impos-

sible a accurate longitudinal analysis. The objective

of this article was to make clear to the clinician vari-

ables involved in adhesive cementation as well as to

assist them on their choices. The cost-benefit relation

of cementing adhesive should be carefully analyzed,

and controlled clinical studies should be conducted

to support laboratory data about the likely long term

clinical outcomes.

Keywords: Adhesives. Resin cement. Mechanical properties.

Palavras-chave: adesividade. Cimentos resinosos. Propriedades mecânicas.

Page 46: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Marcelo Barbosa Ramos, Ana Paula Ribeiro do Vale Pedreira, Thiago Amadei Pegoraro, Luiz Fernando Pegoraro

113R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 106-114, jul./ago./set. 2009

A B C

Figura 1 - A, B) Cimentos de ionômero de vidro, C) cimento resinoso, D, E) cimentos resinosos dual, F) cimento resinoso autoadesivo.

D E F

restaurações indiretas de cerâmicas, resinas com-

postas, ligas metálicas e, também, pinos de fibra.

Mais recentemente, a empresa modificou o modo

de apresentação para o sistema pasta-pasta e o

cimento antes denominado RelyX unicem passou

a ser chamado RelyX u100, preservando, porém,

a composição do cimento original1.

ainda não está estabelecido na literatura um

consenso acerca da durabilidade e confiabilida-

de das cimentações adesivas em coroas e pinos

intrarradiculares. a adesão ao esmalte sempre foi

considerada um procedimento seguro e confiá-

vel. Entretanto, a adesão à dentina é considera-

da, ainda hoje, um procedimento altamente sensí-

vel, sujeito a variáveis relacionadas à técnica e ao

substrato em si. apesar disso, existe unanimidade

acerca da importância da correta indicação dos

materiais para cada situação clínica específica. a

existência de um remanescente coronário de 2mm

na região cervical do dente (efeito férula) é de fun-

damental importância para a estabilização e, con-

sequentemente, durabilidade do conjunto14.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

a cimentação de pinos com cimentos adesi-

vos deve ser analisada com muito cuidado, em

função do substrato dentário e do ambiente onde

o processo de polimerização desses materiais irá

se processar. Fatores como dificuldade de acesso

à luz fotopolimerizadora na porção mais apical do

conduto, controle da umidade, forma da cavidade

que dificulta o escoamento do cimento e que causa

maior concentração de estresse na interface den-

tina/cimento, permeabilidade dentinária e o efeito

da água nas propriedades dos cimentos, tipo de

adesivo empregado, dentre outros, bem como a

ausência de estudos controlados de longo prazo,

devem ser considerados quando da indicação de

Page 47: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Cimentação adesiva na atualidade: revisão de literatura

114 R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 106-114, jul./ago./set. 2009

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Marcelo Barbosa RamosFaculdade de Odontologia de Bauru al. Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75 CEP: 17.012-901 - Vila universitária, Bauru / SPE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

cimentos resinosos na cimentação de pinos intrar-

radiculares.

as várias formulações fornecidas pelos fabri-

cantes e o grande número de marcas comerciais

disponíveis difi cultam a escolha do cimento pelo

clínico. as diversidades técnicas tornam difícil seu

manuseio, o que contribui para as variações em

seu desempenho clínico e impossibilita uma análi-

se longitudinal criteriosa. a relação custo/benefício

da cimentação adesiva deve ser analisada com

cautela, e estudos clínicos controlados devem ser

conduzidos para corroborar os dados laboratoriais

acerca dos prováveis resultados clínicos da ade-

são em longo prazo.

Page 48: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009
Page 49: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Caso Clínico

Flavia caetano P. dos SaNtOS*weider de Oliveira SILVa**miquelle carVaLHO***

* Especialista em Dentística pela associação Brasileira de Odontologia - aBO (Taguatinga – DF).

** Especialista em Implantodontia e Dentística pela associação Brasileira de Odontologia - aBO (Brasília – DF).

*** Cirurgiã-dentista pela universidade Católica de Brasília – uCB.

Page 50: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

117R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 116-123, jul./ago./set. 2009

Flavia Caetano P. dos Santos, Weider de Oliveira Silva, Miquelle Carvalho

Transformando sorrisos com o auxílio da proporção áurea

Changing smiles with the assistance of golden proportion

Resumo

O conceito inicial de beleza foi atribuído à harmonia das

proporções. Para estabelecê-lo, a Matemática constituiu

uma importante fonte inspiradora a filósofos que dese-

javam provar a hipótese de que a beleza poderia ser ex-

pressa numericamente. Esse pressuposto baseia-se na

teoria da proporção divina ou proporção áurea. Este tra-

balho tem como objetivo avaliar o método de cálculo da

proporção áurea, para facilitar as reabilitações estéticas

complexas de dentes anteriores assimétricos.

Abstract

The initial concept of beauty was attributed to the har-

mony of proportions. To establish it, Mathematics was

an important inspiring source to philosophers who

wished to prove the hypothesis that beauty could be

expressed mathematically. This presumption is based

on the theory of golden or divine proportion. The aim

of this work is to evaluate the golden proportion cal-

culation method, in order to improve the complex es-

thetic rehabilitation of asymmetric anterior teeth.

Keywords: Golden proportion. Dental esthetic. Planning. Smile.

Palavras-chave: Proporção áurea. Estética dentária. Planejamento. Sorriso.

Page 51: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Flavia Caetano P. dos Santos, Weider de Oliveira Silva, Miquelle Carvalho

123R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 116-123, jul./ago./set. 2009

Weider de Oliveira Silva710/910 Sul - Ed. Clínico Via Brasil - salas 213/215CEP: 70 390-108 - Brasília / DFE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

a partir da proporção áurea, deu-se importân-

cia para a aparência do sorriso, a qual depende da

relação entre a altura e a largura dos dentes, bem

como da disposição no arco e da confi guração do

sorriso. Se dois dentes têm a mesma largura, mas

comprimentos diferentes, o dente mais comprido

parecerá mais estreito, portanto, a similaridade de

largura e comprimento de cada dente com os adja-

centes pode ter um efeito signifi cativo na aparência

visual do conjunto. a proporção entre os dentes

pode ser modifi cada pela execução de procedi-

mentos restauradores, transformando um sorriso

desagradável em um sorriso esteticamente harmo-

nioso e agradável.

a partir da linha média, em direção ao canino,

o tamanho aparente do incisivo lateral é de, apro-

ximadamente, 62% do tamanho do incisivo central,

e o canino 62% do lateral. um registro fotográfi co

do sorriso dos pacientes também é um fator im-

portante. Mas pequenas variações são aceitáveis e

podem, até mesmo, contribuir com a composição

dentofacial2.

a proporção áurea é um ponto de referência e de

partida para a análise estética facial, e o cirurgião-

dentista não deve fi car limitado a essa regra, mais

sim tentar obter um sorriso harmonioso, propor-

cional e compatível para cada paciente. No entan-

to, os valores da relação áurea expressos parecem

mostrar um plano básico de perfeição. Quanto mais

familiarizados os cirurgiões-dentistas estiverem com

essas relações, mais belos serão os seus resultados.

1. CaRRIlHO, E. V. P.; Paula, a. Reabilitações estéticas complexas baseadas na proporção áurea. Rev. Port. Estomatol. Cir. Maxilofac., lisboa, v. 48, p. 43-53, 2007.

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Page 52: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

Biologia da Estética

alberto CONSOLARO*

* Professor Titular de Patologia da Faculdade de Odontologia de Bauru e da Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -

universidade de São Paulo.

Page 53: Edição V6N3 - Julho, Agosto e Setembro de 2009

125R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 124-134, jul./ago./set. 2009

Alberto Consolaro

Qualidade da barreira de tecido mineralizado no reparo após o capeamento e a pulpotomia:

relação com a origem da polpa dentária

Este artigo será o primeiro de uma série sobre

a biopatologia pulpar e suas implicações no diag-

nóstico, planejamento e prognóstico da estética na

Odontologia.

1) Polpa dentária ou complexo dentinopulpar?

a polpa e a dentina constituem uma unidade es-

trutural e funcional, pois a papila dentária, ao mes-

mo tempo que dá origem à polpa dentária, permite

também levar à formação da dentina. a dentina

constitui o produto da síntese das células pulpares,

deixando no seu interior prolongamentos citoplas-

máticos, em torno dos quais formam-se os túbulos

dentinários. Entre as finalidades desses prolonga-

mentos está a manutenção do equilíbrio hídrico e

iônico da dentina, bem como propiciar mecanismos

de defesa frente a agressores externos1,2.

No estudo das alterações dentárias próprias

da idade e das pulpopatias inflamatórias induzidas

por agentes físicos, químicos e/ou bacterianos,

torna-se impossível separar a polpa da dentina. a

compreensão desses processos requer este con-

ceito de unidade estrutural e funcional, do ponto

de vista embrionário.

No diagnóstico, tratamento e prognóstico das

doenças que afetam o dente, deve-se considerar

a polpa separadamente da dentina, porque isso

permite determinar o grau de profundidade e a

espessura dentinária remanescente nos preparos

cavitários e protéticos, a capacidade de retenção

e de suporte mecânico da estrutura dentária, bem

como a necessidade e possibilidade de proteção

pulpar em procedimentos clínicos operatórios. De-

linear e prever os limites entre a dentina e a polpa

significa estabelecer parâmetros para certas con-

dutas terapêuticas e prognósticas.

Nesse trabalho, adotamos o termo complexo

dentinopulpar (Fig. 1) quando nos referimos às

questões embriológicas e funcionais; entretanto,

quando nos referimos à conduta terapêutica, usa-

mos os termos dentina e polpa como tecidos to-

pograficamente distintos.

2) A polpa: uma estrutura única no corpo

humano

a polpa dentária, além de apresentar uma ori-

gem ectomesenquimal, adquire aspectos pecu-

liares no corpo humano. Ela requer, para sua for-

mação, uma íntima inter-relação sincronizada com

os tecidos ectodérmicos do órgão do esmalte.

Durante a odontogênese, os tecidos dentários são

interdependentes na origem e na função.

a polpa dentária tem, como parte de sua fun-

ção formadora, a síntese de dentina pelas células

localizadas na sua periferia; desde os primórdios,

gradativamente circunscreve-se e, organizada-

mente, mantém-se ligada – anatômica e fisiologi-

camente – a seu produto de secreção. À medida

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Alberto Consolaro

Figura 9 - Barreiras de tecido mineralizado (B) formadas após 120 dias de pulpotomias com hidróxido de cálcio, revelando forma-ções do tipo túnel (setas) preenchidas por tecido pulpar vivo, bem celularizado, vascularizado e com capacidade reacional. a dentina reparatória da barreira se continua naturalmente com as paredes laterais da dentina. D = dentina lateral, PD = polpa dentária (HE, aumentos originais 400X).

espaços vazios e passivos frente à passagem de

agentes agressores externos, como a análise em

espécimes secos pode sugerir18,19 (Fig. 9).

Por analogia, no tecido ósseo também há inclu-

sões celulares e canais em forma de túnel e, mesmo

assim, esse tecido cumpre suas funções biológicas

e defensivas em sua plenitude. as formações em

túnel seriam melhor denominadas formações em

forma de canais ou canalículos, pois túnel pode im-

plicar num entendimento de vazio, enquanto canal

implica no entendimento de algo ocupando aquele

espaço, no caso tecido pulpar vivo.

ainda por analogia, as formações em forma de

canal, ou canalículo, das barreiras de tecido mine-

ralizado podem ter o mesmo comportamento e a

mesma evolução que as formações canaliculares,

e também pulpares, que se encontram tão comu-

mente nos ápices dentários, isoladamente ou em

um delta apical. No tratamento endodôntico, es-

pecialmente nas biopulpectomias, essas estruturas

não geram preocupações quanto ao prognóstico

do caso, pois as mesmas vão, gradativamente,

reduzindo o seu diâmetro, às vezes obliterando-se

por completo4,10.

Em suma, as barreiras de tecido mineralizado

têm camadas superficiais formadas às custas da

calcificação distrófica da estreita faixa de necrose

por coagulação induzida pelo pH elevado do hidró-

xido de cálcio8. Nessa região superficial das barrei-

ras, também pode fazer parte o início da produção

irregular de dentina rica em inclusões celulares.

Subjacentemente, as porções médias e profundas

das barreiras são formadas por dentina e/ou tecido

dentinoide bem organizado e com padrão tubular

variável.

8) Consideração final

Conhecer a origem pulpar e sua formação signi-

fica ter consciência do momento e de como intervir

terapeuticamente sobre a polpa dentária, uma vez

determinado o diagnóstico clínico e prognosticada,

com segurança, a evolução do caso a ser tratado.

Resgatando a origem e os mecanismos de forma-

ção da polpa dentária, pode-se, a qualquer mo-

mento, descobrir manobras e substâncias capazes

de induzir a formação de dentina ou dentina-like em

exposições diretas, bem como prevenir o envelheci-

mento e a instalação de doenças pulpares.

PD PD

B

B

D

A B

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Qualidade da barreira de tecido mineralizado no reparo após o capeamento e a pulpotomia: relação com a origem da polpa dentária

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REFERÊNCIAS

Alberto ConsolaroE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

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135R Dental Press Estét, Maringá, v. 6, n. 3, p. 135, jul./ago./set. 2009

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Livro com um autorBRaSKaR, S. N. Synopsis of oral pathology. 5th ed. St. louis: Mosby, 1977.

Livros com até três autoresHENDERSON, D.; McgIVNEY, g. P.; CaSTlEBERRY, D. J. McCraken’s removable partial prosthodontics. 7th ed. St. louis: Mosby, 1985.

Livro com mais de três autoresaPRIlE, H. et al. Anatomia odontológica orocervicofacial. 5. ed. Buenos aires: El ateneo, 1975.

Capítulo de livrogONçalVES, N. Técnicas radiográficas para o estudo da articu-lação têmporomandibular. In: FREITaS, a.; ROSa, J. E.; FaRIa, S. I. Radiologia odontológica. 2. ed. São Paulo: artes Médicas, 1988. p. 247-258.

Tese e dissertaçãoPEREIRa, a. C. Estudo comparativo de diferentes métodos de exame, utilizados em Odontologia, para diagnóstico da cárie dentária. 1993. Dissertação (Mestrado) —Faculdade de Saúde Pública, universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.

Artigo de revistaCaPElOZZa FIlHO, l. uma variação no desenho do aparelho expansor rápido da maxila no tratamento da dentadura decídua ou mista precoce. R. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 4, n. 1, p. 69-74, jan./fev. 1999.STEPHaN, R. M. Effect of different types of human foods on dental health in experimental animals. J. Dent. Res., Chicago,v. 45, no. 3, p. 1551-1561, 1966.

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chegada do artigo na editora

envio de email, acusando recebimento do artigo

seleção de dois consultores

envio de cópia impressa ao conselho editorial

envio de uma cópia do artigo, juntamente com o questionário, aos consultores

em caso de reprovação, envio para um terceiro consultor

envio para autores (caso tenha correções)

reenvio para consultores (caso solicitado)

ao retornar, será pré-selecionadopara uma edição

submetido à correção bibliográfica

diagramado conforme critérios da revista

revisão da diagramação

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fechamento da edição

última correção editorial

produção gráfica

1º Chegada do artigo na editora. 2º Envio de e-mail, acusando recebimento do artigo. 3º Envio de cópia impressa ao conselho editorial. 4º Seleção de dois consultores. 5º Envio de uma cópia do artigo, sem identificação, com formulário de avaliação, aos consultores. 6º Em caso de reprovação, envio para um terceiro consultor. 7º Envio para autores (caso tenha correções). 8º Reenvio aos consultores (caso solicitado). 9º Ao retornar, será pré-selecionado para uma edição. 10º Submetido à correção bibliográfica e normalização. 11º Diagramado de acordo com critérios da revista. 12º Revisão da diagramação. 13º Envio para aprovação do autor. 14º Fechamento da edição. 15º Última correção editorial. 16º Produção gráfica.